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Apostila de conteúdos da AB2- Direito Penal II

Faculdade de Direito de Alagoas - FDA/UFAL


Monitora: Jigleane Milena da C. Alexandre (6
período matutino)
Contato: (82) 99959-9232
Disciplina: Direito Penal II
Professor: Alberto Jorge.

SURSIS apenados menores de 18 anos durante o século XIX


(1846) em que havia a concessão, em determinados
Conceito
casos, de liberdade supervisionada por um conselho

● A suspensão condicional da pena é o ato de administração. Hoje em dia os Estados Unidos

pelo qual o juiz, ao condenar o delinquente não têm institutos similares, como o probation system.

perigoso, à pena de prisão de curta duração, O nosso sistema se assemelha mais ao

suspende a execução da mesma por determinado belga-francês.

prazo, ficando o sentenciado em liberdade sob


Histórico do instituto
determinadas condições. Pode funcionar como um
meio com eficácia educadora, além de diminuir os ● Escola Industrial de Reformas em

males causados pela prisão. Ela é um direito público Massachusetts, nos EUA, em 1846.

subjetivo do condenado e sua natureza jurídica é ● O projeto de René Bérenger foi

condenatória, há apenas uma modificação na apresentado ao parlamento francês em 1884, para

forma de cumprimento das penas que suspende. introduzir o sursis, no entanto, não teve êxito.
● A adoção da ideia de Bérenger pela Bélgica
Origem
em 1888.

● O Direito Romano conheceu a severa ● A “condenação condicional” brasileira

interlocutoria, que se assemelha ao sursis, e as (Decreto nº 16.588, sancionado em 6 de setembro.

práticas eclesiásticas de substituição da


Sursis e probation.
condenação no período medieval. Outro antecedente
próximo remete ao aplicado em Massachusetts nos
● O sursis (sistema belga-francês) e especial, e a PPL não superior a quatro que
apresenta diferença em relação ao probation admite o sursis etário e humanitário.
(sistema anglo-saxão). Segundo parte da doutrina,
Subjetivos
a diferença estaria no fato de que, neste último, o
juiz suspende a condenação, declarando a 1. Não reincidência em crime doloso;
culpabilidade do acusado e submetendo-o a um
2. Prognose de que o acusado não vai voltar a
período de prova. Já no primeiro há condenação,
delinquir, com base no art. 59.
suspendendo-se a execução da pena.

Espécies
Natureza jurídica
● Simples ou comum (CP, art. 77 - até dois
● Tido como direito subjetivo do réu pela
anos de condenação concreta): no primeiro ano de
maioria da doutrina, o SURSIS apresenta caráter
período de prova é condicionado à prestação de
nitidamente condenatório. O STF entende-o como
serviços à comunidade ou limitação de final de
uma modalidade de cumprimento (execução
semana + condições judiciais (impostas pelo juiz da
mitigada) da pena privativa de liberdade.
condenação) - 78 § 1º;
Requisitos ● Especial (CP, art. 77): até dois anos, com
a reparação de danos se possível e com todas as
● Se for o caso de aplicar a pena restritiva
circunstâncias do art. 59 favoráveis. Impõe-se a
de direitos, prefere-se esta em detrimento do sursis.
proibição de frequentar determinados lugares, não
Os requisitos são de duas naturezas:
ausentar-se da comarca, comparecer perante o
Objetivos juiz;
● Etário (CP, art. 77, §2º): no caso de
1. Inaplicabilidade das penas restritivas de
pessoas com mais 70 anos (acima de dois e até
direitos: só é cabível se não for possível a
quatro anos de condenação concreta);
substituição da PPL por PRD;
● Humanitário (CP, art. 77, § 2º): moléstia
2. Natureza da pena: aplicado exclusivamente à ou patologia (acima de dois e até quatro anos de
PPL; condenação concreta à época da condenação). Há
a flexibilização e compatibilização das condições do
3. Quantidade da pena: somente a PPL não
Período de Prova.
superior a dois anos é que comporta o sursis comum
Período de provas e extinção da punibilidade c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
mensalmente, para informar e justificar suas
● Período de provas é o tempo em que o
atividades.
condenado cumpre as condições determinadas na
● Trata-se do sursis especial em que a
sentença (de um a dois anos no sursis comum e
prática do crime tenha gerado um prejuízo
especial, e de quatro a seis anos no sursis etário e
econômico para a vítima.
humanitário). Além das condições legais é possível
ao juiz fixar outras, as condições judiciais.
Cumprido devidamente o período de provas,
Revogação e prorrogação
extingue-se a punibilidade do condenado.
Obrigatória
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o
● Quando revogado o sursis, o sentenciado é
condenado ficará sujeito à observação e ao
obrigado a cumprir a pena que foi suspendida de
cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.
forma integral, não importando o tempo que já
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o
decorreu do sursis.
condenado prestar serviços à comunidade (art.
46) ou submeter-se à limitação de fim de semana Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso

(art. 48). do prazo, o beneficiário:

● Trata-se do sursis comum, aquele que é I - é condenado, em sentença irrecorrível, por


crime doloso;
aplicável a todos os crimes.
● É cabível até mesmo aos crimes de II - frustra, embora solvente, a execução de pena
violência ou grave ameaça. de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a
reparação do dano;
§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo
impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias III - descumpre a condição do § 1º do art. 78
do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente deste Código.
favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do Facultativa
parágrafo anterior pelas seguintes condições,
Art. 81, § 1º - A suspensão poderá ser revogada se
aplicadas cumulativamente:
o condenado descumpre qualquer outra condição
a) proibição de frequentar determinados lugares; imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por
b) proibição de ausentar-se da comarca onde crime culposo ou por contravenção, a pena
reside, sem autorização do juiz; privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
● Fica sujeita à discricionariedade do juiz, suspensão do processo, por dois a quatro anos,
que pode revogar a suspensão ou prorrogar o desde que o acusado não esteja sendo processado
período de provas. ou não tenha sido condenado por outro crime,
presentes os demais requisitos que autorizariam a
Prorrogação do período de prova
suspensão condicional da pena (art. 77 do Código
§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por Penal - não reincidência em crime doloso, a
outro crime ou contravenção, considera-se culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento personalidade do agente, bem como os motivos e as
definitivo. circunstâncias autorizem a concessão do benefício.

§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, Não seja indicada ou cabível a substituição por

ao invés de decretá-la, prorrogar o período de penas restritivas de direito).

prova até o máximo, se este não foi o fixado. § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz
declarará extinta a punibilidade.

Cumprimento das condições

Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido


LIVRAMENTO CONDICIONAL
revogação, considera-se extinta a pena privativa
Histórico
de liberdade.
● A liberdade condicional foi conhecida com
● A extinção opera-se de pleno direito, o nome de ticket of leave system, introduzida em
independentemente de expressa declaração judicial. 1840, por Mackonochie, com a finalidade de
promover a recuperação moral e social do criminoso
e sua liberação antecipada sob vigilância
Sursis e suspensão condicional do processo
(BITTENCOURT).
● É de extrema importância saber ● No Brasil, foi introduzido pelo Código Penal
diferenciar o Sursis penal (direito material) do de 1890, mas sua aplicação efetiva só foi possível
Sursis processual (direito processual). com o Decreto 16.665, de 1924.
● Lei 9.099/95

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima Conceito


cominada for igual ou inferior a um ano, ● Trata-se de um instituto de execução penal
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério com o escopo de funcionar como substituto parcial
Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a da pena privativa de liberdade. É parte de um
sistema de execução progressiva da pena de prisão e ● É possível a soma das penas para atingir
corresponde ao último estágio de seu cumprimento. esse limite de dois anos, mesmo que se tratem de
● O livramento condicional, a última etapa do penas aplicadas em processos distintos.

cumprimento da pena no sistema progressivo, ● Cumprimento de parcela da pena: O

abraçado em geral por todas as legislações penais livramento condicional será concedido quando o

modernas, é mais uma das tentativas para diminuir sentenciado, condenado a pena privativa de

os efeitos negativos da prisão. Não se pode liberdade igual ou superior a dois anos, cumprir:

denominá-lo substituto penal, porque, em verdade, ● Mais de ⅓ da pena se não for reincidente

não substitui a prisão e tampouco põe termo à em crime doloso (crime comum);

pena, mudando apenas a maneira de executá-la ● Mais de ½ da pena se for reincidente em

(BITTENCOURT). crime doloso (crime comum); e


● Mais de ⅔ da pena, nos casos de

Natureza jurídica condenação por crime hediondo ou a ele equiparado

● A natureza jurídica do livramento (tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas

condicional possui dupla face: afins, terrorismo), e desde que o sentenciado não

a) Providência de polícia criminal seja reincidente em crimes desta natureza (art. 83,

caracterizada pela antecipação da liberdade do CP).

indivíduo, preenchidos os requisitos, fazendo com ● Reparação do dano.

que ele seja reinserido lentamente na sociedade;


b) Providência de Direito Penal, identificada Subjetivos

como alternativa da privação de liberdade, diante ● Bons antecedentes;

das condições impostas. ● Bom comportamento durante a execução

É um direito público subjetivo do condenado, não da pena privativa de liberdade: se caracteriza pela

sendo, portanto, mera faculdade judicial. ausência de faltas graves nos últimos doze meses, de
modo que a eventual prática de faltas disciplinares

Requisitos isoladas, de menor gravidade, não serão

Objetivos necessariamente obstáculos à progressão de regime


● Natureza da pena: exclusivamente pena ao livramento condicional.
privativa de liberdade; ● Bom desempenho no trabalho prisional, se
● Quantidade da pena (art. 84): PPL igual houver;
ou superior a dois anos;
● Capacidade de subsistência lícita (fora do II - por crime anterior, observado o disposto no
estabelecimento prisional). art. 84 deste Código.

Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o


Condições (art. 132 LEP)
livramento, se o liberado deixar de cumprir
Obrigatórias:
qualquer das obrigações constantes da sentença,
● Obter ocupação lícita;
ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou
● Comunicar periodicamente ao juiz sua
contravenção, a pena que não seja privativa de
ocupação;
liberdade → o condenado precisa ser ouvido antes
● Não mudar do território da comarca do da revogação.
Juízo da Execução, sem prévia autorização deste.
Efeitos da revogação
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser
Facultativas:
novamente concedido, e, salvo quando a revogação
● Não mudar de residência sem prévia
resulta de condenação por outro crime anterior
comunicação ao juiz;
àquele benefício, não se desconta na pena o tempo
● Recolher-se à sua habitação em horário
em que esteve solto o condenado.
fixado, salvo motivo de força maior, de trabalho ou
de estudo (previamente autorizado);
Extinção
● Não frequentar determinados lugares, por
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a
exemplo, locais de prostituição, jogos, bares ou
pena, enquanto não passar em julgado a sentença
similares, nem participar de reuniões ou espetáculos
em processo a que responde o liberado, por crime
não recomendáveis.
cometido na vigência do livramento.
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é
Revogação do livramento condicional - Obrigatória revogado, considera-se extinta a pena privativa de
e facultativa liberdade.
● Ou seja, a pena será extinta, ao término
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem
do período de prova, se não ocorrer revogação do
a ser condenado à pena privativa de liberdade, em
sentença irrecorrível: → o condenado não precisa livramento condicional. Além disso, não pode ser

ser ouvido antes da revogação. declarada extinta a pena privativa de liberdade,


pois, se houver a condenação, será revogada a
I - por crime cometido durante a vigência do
liberdade condicional que estava suspensa, e o
benefício;
tempo correspondente ao período de prova não será ● Aumento ou interrupção da prescrição da
considerado como de pena cumprida. pretensão punitiva, se configurada a reincidência;
● Possibilidade de reconhecimento da
Suspensão (art. 145 - LEP). reincidência na hipótese de prática de novo crime;
Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração ● Revogação da reabilitação;
penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o ● Impossibilidade de concessão de privilégios
Conselho Penitenciário e o MP, suspendendo o garantidos na condição de réu primário;
curso do livramento condicional, cuja revogação, ● Impossibilidade da suspensão do processo
entretanto, ficará dependendo da decisão final. penal (revogação do sursis processual).

EFEITOS DA CONDENAÇÃO Efeitos secundários extrapenais


● Todos aqueles efeitos que diretamente ou ● Costumam ser divididos em duas espécies:
indiretamente atinjam o condenado devido uma os genéricos e os específicos.
sentença condenatória (exclusivamente). Há efeitos ● Artigo 91 do CP são os genéricos e os
principais (a pena privativa de liberdade, restritiva específicos estão no art. 92.
de direito e multa) e efeitos secundários. ● Os genéricos são automáticos, o que
● No caso da absolvição imprópria, há um significa que não precisam de fundamentação nem
efeito principal apenas, que é a medida de menção na sentença condenatória. Uma vez
segurança. transitada em julgado a sentença condenatória,
● Os efeitos secundários são também esses efeitos incidem no condenado, mesmo sem
chamados de efeitos reflexos. São de duas natureza declaração ou fundamentação do juiz. Já os
jurídica: penal e extrapenal. específicos precisam ser declarados na sentença
pelo juiz, com fundamentação jurídica de porque
Os efeitos secundários penais (ou efeitos penais devem incidir.
reflexos) ● Genéricos: aqueles que não precisam de
● São aqueles produzidos em um determinado declaração na sentença. São automáticos. Basta
processo e refletidos em outro. Assim, a condenação que a sentença transite em julgado para que eles
em um processo pode acarretar: afetem o condenado.
● Revogação obrigatória ou facultativa do I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano
SURSIS em caso de decisão condenatória; causado pelo crime;
● Revogação do livramento condicional;
● O réu condenado tem a obrigação de abranger bens ou valores equivalentes do
pagar à vítima ou aos seus sucessores uma investigado ou acusado para posterior decretação
determinada quantia em dinheiro (quando tem de perda.

condições de pagar). O dano do crime pode ser Art. 91-A. Na hipótese de condenação por

material ou imaterial (moral). infrações às quais a lei comine pena máxima

● Independe de declaração na sentença superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser


decretada a perda, como produto ou proveito do
porque a vítima só precisa da sentença transitada
crime, dos bens correspondentes à diferença entre
em julgado para poder dar entrada em um processo
o valor do patrimônio do condenado e aquele que
de indenização no cível.
seja compatível com o seu rendimento lícito.
II - a perda em favor da União, ressalvado o
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste
direito do lesado ou de terceiro de boa-fé:
artigo, entende-se por patrimônio do condenado
a) dos instrumentos (tudo aquilo que é
todos os bens:
utilizado para o cometimento do crime) do crime,
desde que consistam em coisas cujo fabrico, I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele
alienação, uso, porte ou detenção constitua fato tenha o domínio e o benefício direto ou indireto, na
ilícito. → Quando forem de terceiro de boa-fé, este data da infração penal ou recebidos
pode reaver a coisa junto à União. posteriormente; e
b) do produto do crime (o que o agente
II - transferidos a terceiros a título gratuito ou
adquiriu com o crime) ou de qualquer bem ou valor
mediante contraprestação irrisória, a partir do
que constitua proveito auferido pelo agente com a
início da atividade criminal.
prática do fato criminoso.
● Exemplo: se uma pessoa rouba as minhas § 2º O condenado poderá demonstrar a

joias, eu posso reavê-las junto à União porque eu inexistência da incompatibilidade ou a procedência

sou um terceiro de boa-fé. lícita do patrimônio.

§ 1° Poderá ser detectada a perda de bens ou § 3º A perda prevista neste artigo deverá ser
valores equivalentes ao produto ou proveito do requerida expressamente pelo Ministério Público,
crime quando estes não forem encontrados ou por ocasião do oferecimento da denúncia, com
quando se localizarem no exterior. indicação da diferença apurada.
§ 2° Na hipótese do parágrafo anterior, as
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve
medidas assecuratórias (se destinam a preservar o
declarar o valor da diferença apurada e
bem) previstas na legislação processual poderão
especificar os bens cuja perda for decretada.
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de ou contra tutelado ou curatelado; → Esse efeito
crimes por organizações criminosas e milícias também é perpétuo, mas é em relação apenas à
vítima.
deverão ser declarados perdidos em favor da União
ou do Estado, dependendo da Justiça onde tramita III - a inabilitação para dirigir veículo, quando
a ação penal, ainda que não ponham em perigo a utilizado como meio para a prática de crime doloso.
→ Esse efeito não é perpétuo. Vigora apenas
segurança das pessoas, a moral ou a ordem
enquanto durar a pena. Tem que verificar se a
pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados utilização do veículo é corriqueira, se o uso do veículo
para o cometimento de novos crimes. faz parte do modus operandi do agente.

● Esses dois efeitos secundários são cíveis. Parágrafo único - Os efeitos de que trata este
● Os servidores públicos têm que fazer uma artigo não são automáticos, devendo ser
declaração de seus bens para que a União controle motivadamente declarados na sentença.
a evolução do patrimônio deles. Serve para explicar
o que a pessoa ganha/tem.
REABILITAÇÃO
Art. 92 - São também efeitos da condenação: Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas
I - a perda de cargo, função pública ou mandato aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao
eletivo: Coaduna com o art. 15, III, da CF/88. condenado o sigilo dos registros sobre o seu

a) quando aplicada pena privativa de liberdade por processo e condenação.


tempo igual ou superior a um ano, nos crimes
praticados com abuso de poder ou violação de dever
● Reabilitação é um instituto de natureza
para com a Administração Pública;
declaratória que garante ao condenado o sigilo
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade
sobre sua condenação. Também conhecido como
por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais
casos. → O juiz é quem verifica a possibilidade “direito ao esquecimento”. A finalidade da
dessas perdas, tendo que fundamentar porque essa reabilitação de alcançar o “sigilo dos registros
perda é devida. AJ acha que tem que ter a ver o
sobre o seu processo e condenação” não é realística.
cargo, função ou mandato eletivo desempenhado
pelo agente. Esse efeito é perpétuo. Por isso, a reabilitação é um instituto
completamente decadente. A lógica é de que após o
II – a incapacidade para o exercício do poder
cumprimento da pena, o indivíduo possa viver
familiar (possibilidade que o indivíduo tem de
comandar), da tutela ou da curatela nos crimes novamente em normalidade. Nesse sentido, a
dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos reabilitação é um instituto declaratório, que se
contra outrem igualmente titular do mesmo poder
destina a possibilitar a reinserção social do
familiar, contra filho, filha ou outro descendente
condenado após o cumprimento da pena. Por fim, condenado, como reincidente, por decisão
quem julga a reabilitação é a vara que o condenou, definitiva, a pena que não seja de multa.
não necessariamente o mesmo juiz que fixou a pena.
LEP

Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não

decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, constarão da folha corrida, atestados ou certidões

de qualquer modo, a pena ou terminar sua fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares

execução, computando-se o período de prova da da Justiça, qualquer notícia ou referência à

suspensão e o do livramento condicional, se não condenação, salvo para instruir processo pela

sobrevier revogação, desde que o condenado: prática de nova infração penal ou outros casos
expressos em lei.
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima
referido; → Durante esses dois anos, o condenado
● Esse artigo serve para resguardar o
não pode ir morar em outro país.
indivíduo que cometeu o crime para não gerar

II - tenha dado, durante esse tempo, reincidência. De toda forma, a reabilitação é um

demonstração efetiva e constante de bom instituto utópico, o “direito ao esquecimento” é


comportamento público e privado; impossível de existir na realidade.

III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime


MEDIDAS DE SEGURANÇA
ou demonstre a absoluta impossibilidade de o
● Instituto penal destinado às pessoas que
fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que
têm transtornos mentais e praticam injusto penal
comprove a renúncia da vítima ou novação da
dívida. (fato típico e ilícito). Exclusivo das sentenças de
absolvição imprópria.
Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá
ser requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido
Surgimento histórico
seja instruído com novos elementos comprobatórios
● Medicina e loucura (Foucault): explica que
dos requisitos necessários.
antigamente jogavam os loucos em um barco e

Revogação lançavam o barco ao mar (nau dos loucos).


Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou ● Jean-Étienne Esquirol e Philippe Pinel
a requerimento do MP, se o reabilitado for (1839): iniciaram a psiquiatria, internalizando a
noção de doenças mentais como problema médico.
● Escola Positiva Lombrosiana que incluía ● Periculosidade do réu (criticada na
ainda Ferri e Garofalo. doutrina, mas o aj acha que é um juízo prognóstico
● Tem o autor alemão Franz Von Liszt que que claramente não é certo, mas que é feito com
fala sobre tratamento penal diferenciado para base em fatos provados, de modo que essa prognose
pessoas com problemas mentais que cometem fatos é razoável é baseada na prática do injusto cometido
típicos e ilícitos. pelo indivíduo que o médico prova no laudo que está
relacionado com a doença mental do agente);
Colocação do problema ● Prevenção (para garantir que o indivíduo
1. Sistema do duplo binário (só é possível em não volte a cometer injustos);
um caso: quando o agente é condenado com pena,
mas tem que passar por tratamento psiquiátrico 3. As penas são determinadas, as medidas de
também) e Sistema vicariante (regra aceita pelo segurança indeterminadas;
CP, com a reforma de 1984);
● O sistema vicariante (significa um só) é o 4. Excepcionalidade para a responsabilidade
adotado porque o Direito Penal, utilizando os penal diminuída (art. 26, p. ú.) - aqueles com
trabalhos existentes na medicina, diz que o responsabilidade penal diminuída por conta de
tratamento dado a uma pessoa com comprovação perturbação da saúde mental aplica-se pena, a qual
de doença mental e sem capacidade de poderá ser convertida em Medida de Segurança se
discernimento não pode ser igual a alguém que é for comprovada a necessidade de “especial
imputável, para os quais se aplica a pena. tratamento curativo”.

2. Fundamentação da medida de segurança e Princípio da legalidade


da pena: enquanto a pena funda-se na ● A medida de segurança consiste, não se
culpabilidade, na prevenção e na repressão a pode duvidar, em forma de controle social a cargo
medida de segurança funda-se na: do Estado, consubstanciando-se, também, na
● Inimputabilidade (regra forte da doença invasão da liberdade do indivíduo e por isso
mental, perturbação da saúde mental). Ou na submete-se ao princípio da legalidade, como aos
responsabilidade penal diminuída, excepcionalmente, demais princípios constitucionais penais. O juiz só
porque há pessoas que têm capacidade mental pode aplicar a medida de segurança se os requisitos
diminuída, como disposto no art. 26 do CP. legais forem preenchidos.
Requisitos Prazo
1°. Prática de fato típico e ilícito (injusto penal) + Art. 97.
inexistência de outras escusas de culpabilidade. Só § 1° - A internação, ou tratamento ambulatorial,
se aplica medida de segurança nesse caso, com será por tempo indeterminado perdurando
exceção do art. 26, p. ú. enquanto não for averiguada, mediante perícia

2°. Periculosidade - um estado subjetivo mais ou médica, a cessação de periculosidade. O prazo

menos duradouro de anti-sociabilidade - juízo de mínimo deverá ser de um a três anos;

prognose que com base na conduta anti-social e na ● Conflita com a disposição constitucional

anomalia psíquica do agente permite-se presumir que proíbe a perpetuidade das penas.

que ele voltará a cometer o injusto. Aplica a ● STJ - Súmula 527: “O tempo de duração

sentença absolutória imprópria. da medida de segurança não deve ultrapassar o

● Periculosidade real (art. 26, p.ú.); limite máximo da pena abstratamente cominada ao

● Periculosidade presumida (art. 26, caput). delito praticado.”

3°. Ausência de imputabilidade plena. ● STF - Habeas Corpus 107.432 Rio

● A regra para a medida de segurança é a Grande do Sul. Rel: Min. Ricardo Lewandowski: “O

ausência de imputabilidade plena, não há prazo máximo de duração da medida de segurança é

culpabilidade do indivíduo, por isso a sentença é o previsto no artigo 75 do CP.” Ou seja, para o

absolutória imprópria, o juiz absorve o réu, mas STF diz que a pena máxima é de quarenta anos e,

aplica a medida de segurança. devido sua supremacia, a palavra dele é a que


prepondera.

Espécies ● Pode sair antes desde que os médicos

● Internação: medida detentiva aplicada em digam que cessou a periculosidade, mas nunca antes

Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de um ano.

(manicômio judiciário);
● Tratamento ambulatorial: a internação é Desinternação ou liberação condicional

a regra geral, mas pode ser substituída por ● A desinternação, ou a liberação, será

tratamento ambulatorial se o fato previsto como sempre condicional devendo ser restabelecida a

crime for punível com DETENÇÃO e AS situação anterior se o agente, antes do decurso de

CONDIÇÕES DO AGENTE recomendem. um ano, praticar indicativo de persistência de sua

● É possível o retorno para internação (CP, periculosidade. Em qualquer fase do tratamento

art. 97, § 4°). ambulatorial, poderá o juiz determinar a


internação do agente, se essa providência for ● Ação penal pública se divide em:
necessária para fins curativos. incondicionada (regra MUITO forte) e
condicionada (representação ou requisição do
Direitos do internado Ministro da Justiça, em alguns casos que a lei
● Na internação, o indivíduo deve ficar exige);
restrito em uma cela com características ● Ação penal privada;
hospitalares, ou seja, sem grades. ● Ação penal privada subsidiária da pública,
● Observação dos direitos do preso; perante à desídia do MP em oferecer a denúncia.
● Proteção e direitos das pessoas
portadoras de transtornos mentais - Lei n° 10.216 Ação penal pública incondicionada
de 06 de abril de 2001 (arts. 2°, 4° e 6°). A ● Regra do caput do art. 100. É aquela que
internação só pode ser aplicada quando o não precisa de condição nenhuma para que o MP -
tratamento ambulatorial não for possível. Porém, o órgão incumbido de exercer a persecução penal -
tratamento ambulatorial só pode ser aplicado para ingresse com a ação penal. A denúncia do MP
os crimes previstos com detenção, nunca reclusão. propõe um processo contra o acusado. Logo, a
● Nem tudo nessa lei se aplica às medidas de maioria esmagadora dos crimes são de ação penal
segurança porque ela é uma lei civil, mas o que for pública incondicionada.
cabível, tem que respeitar, principalmente em ● O MP apresenta a denúncia na ação
relação aos direitos do internado. penal pública e o juiz decide se aceita ou não, mas é
● As medidas de segurança estão previstas muito difícil o juiz rejeitar uma ação penal pública.
no CP do art. 96 ao 99. ● Qualquer tipo de processo existente do
● É o juiz da execução penal que lida com a campo penal se dá por meio da ação penal, porque a
execução das medidas de segurança. persecução penal só se dá mediante ela.
● O MP, em regra forte, é o órgão incumbido
de realizar a persecução penal, dentro do
AÇÃO PENAL ordenamento jurídico no campo penal.
● A ação penal está no segmento judicial do
● Prevista a partir do art. 100 do CP. sistema penal.
● A ação penal pode ser pública e privada. ● No segmento policial tem-se o inquérito,
Existem quatro tipos de ações penais e cada uma não é indispensável.
tem suas particularidades.
● No segmento judicial tem-se a ação penal, representação do ofendido ou requisição pelo
sem a qual não há processo. Ministro da Justiça - condições de procedibilidade
● O advogado tem que estar presente porque da ação penal.

ele é quem tem capacidade postulatória. ● Quando a lei penal expressamente disser

● A ação penal pública é movida que a ação penal só se dá por representação ou

privativamente pelo MP, porque ele é obrigado a requisição do Ministro da Justiça é porque ela

investigar o crime ou requisitar que a polícia o faça. condiciona a ação penal a esses critérios porque a

● A peça porte (inicial) que o MP utiliza ação penal interessa mais exclusivamente à vítima,

para movimentar a ação penal pública é a podendo até mesmo piorar a situação dela se ela

denúncia. continuar com a ação. Se não tiver uma das duas

● A ação penal é ingressada no Judiciário, condições de procedibilidade, o MP não poderá

em regra, no juízo de 1° grau, mas pode ser no STJ oferecer a denúncia ao Juiz.

ou até mesmo no STF dependendo da pessoa. ● O MP é obrigado a cumprir a persecução

● Se a lei não disser nada, a ação penal penal, se não fizer, cai no crime de prevaricação que

será pública incondicionada. Se não for ação penal é quando um agente público não desempenha sua

pública incondicionada, a disposição contrária função.


● Essa representação pode ser tácita ou
normalmente ficará localizada no final do capítulo
expressa. Representação é uma manifestação da
do CP ou nas legislações especiais.
vítima dizendo que ela tem vontade que o processo
● Crimes graves são sempre de ação penal
continue a prosseguir em relação ao acusado,
pública incondicionada.
porque o crime afeta mais a ela, por isso só pode
dar continuidade ao processo com essa
A ação penal pública condicionada
representação ou requisição. E a requisição do
● Aquela condicionada à requisição do
Ministro da Justiça diz respeito a questões políticas
Ministro da Justiça ou representação do ofendido
para crimes específicos, como o de injúria contra o
(quando atinge muito ele, podendo ser até pior que
presidente.
esse crime se repercuta), essas são condições de
● Exemplo: Art. 140 - injuriar alguém,
procedibilidade da ação penal, porque o MP só
ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro da vítima.
poderá oferecer a denúncia se essas condições se
● Art. 141 e 145, p.ú.
fizerem presentes.
● Na ação penal pública condicionada, há a
● É preciso que o CP diga que em relação
necessidade de haver a representação da vítima
àquele determinado crime, ele só se processa pela
que, de acordo com o CP, é irretratável depois de ● A ação penal privada é aquela que está a
oferecida a denúncia. cargo e é movimentada exclusivamente pelo
● A vítima pode se retratar, por escrito, de indivíduo, até mesmo o processo será intentado por
sua representação pelo MP se ela desistir da ação ele (na verdade, será por seu representante com
antes do MP oferecer a denúncia. O MP é obrigado capacidade postulatória) e não mais pelo MP.
a encerrar o processo e a punibilidade do réu se Porque o direito é personalíssimo, afeta
esvai. especialmente a ele, é uma violação absoluta apenas
● Na ação penal pública condicionada à ao ofendido.
representação, se a vítima não fizer a ● A ação penal pública é aquela que está a
representação, o MP não poderá exercer seu poder cargo do MP, é privativa dele. A regra do direito
de proceder com a denúncia. Além disso, a vítima penal é que a ação penal seja pública, para que seja
poderá renunciar à representação porque esta é privada é preciso estar expresso no CP.
voluntária. Essa renúncia poderá ser expressa ou ● A ação penal de iniciativa privada é
tácita. E ainda poderá se arrepender do direito de promovida mediante queixa do ofendido ou de quem
representação, por meio da retratação, até o tenha qualidade para representá-lo.
oferecimento da denúncia pelo MP (a denúncia ● Na ação penal privada o interesse da
ainda não chegou ao magistrado). Hoje em dia a vítima é a prioridade, por isso o aparato estatal só
denúncia se deposita no sistema eletrônico. O prazo poderá ser movimentado por ela.
para renunciar da representação é até quando o ● Na ação penal privada a peça porte é a
MP deposita a denúncia. Se ele depositar, não pode queixa. Queixa não é a notícia que se presta na
mais renunciar. delegacia, aquilo é a notitia criminis.
● A denúncia e a queixa no direito penal
A ação penal privada equivalem à petição inicial no direito civil.
● Dividida em: ação penal privada ● É preciso capacidade postulatória para
propriamente dita e ação penal privada subsidiária entrar em juízo.
da pública. ● São para crimes personalíssimos. A
● A ação penal privada interessa persecução penal fica a cargo do particular porque
exclusivamente ao ofendido, de modo que apenas ele o crime afeta exclusivamente a ele.
pode movimentar a máquina estatal para a ● Na ação penal privada, há o perdão do
persecução penal, por meio de seu advogado (que ofendido que pode ser tácito ou expresso. Além disso,
possui capacidade postulatória). o ofendido (querelante) não pode perdoar apenas
um dos querelados (quem sofre a ação penal seis meses contados da data em que se tem ciência
privada), porque a ação penal privada é indivisível. de quem é o autor (em regra). A decadência está
● Na ação penal pública, o agente é vinculada ao direito de ação. Os prazos
chamado de réu e o ofendido, de vítima. Mas, réu é decadenciais são de Direito Material, por isso se
um termo mais abrangente porque envolve todos que inclui o dia do começo, sem depender das horas.
estão no polo passivo do processo. Quando o juiz verifica a decadência na ação penal
● Na ação penal privada se o indivíduo não privada ou na ação penal pública condicionada à
movimentar a máquina estatal, há perempção representação e ainda na ação penal privada
(descuido ou negligência da parte em relação à ação subsidiária da pública, ele extingue o processo e
penal privada) que é um instituto exclusivo da ação fundamenta sua decisão.
penal privada, como faltar a uma audiência sem ● Princípio da indivisibilidade da ação penal
justificação. privada: o perdão se aproveita a todos, mas como é
● Faz com que a ação penal privada seja um ato bilateral, o querelado tem que aceitar o
extinta, devido à negligência, comprovada nos perdão do ofendido para que o processo seja extinto
autos, do ofendido. em relação a ele. Logo, o perdão aceito é que é uma
● Na ação penal pública não haverá causa extintiva da punibilidade. Além disso, o
perempção nunca. perdão poderá ser intentado a qualquer tempo do
● Outro instituto exclusivo da ação penal processo, só não poderá ser concedido quando a
privada é o perdão do ofendido (a vítima). Se o sentença transitar em julgado.
ofendido perdoar o ofensor, há a extinção da ação ● Há um controle do dever de exercer a
penal privada. Poderá ser expresso (em documento) denúncia do MP.
e tácito (quando o ofendido pratica ato ● O ofendido poderá contratar um advogado
incompatível com o interesse de prosseguir com a para assistir o MP na ação penal pública.
ação penal). O perdão dado a um dos ofensores se
amplia aos demais, porque a ação penal privada é Ação penal privada subsidiária da pública
indivisível. O perdão do ofendido é uma causa de ● Ocorre quando o indivíduo pode intentar a
extinção da punibilidade. O juiz profere uma ação penal pública (incondicionada) se o MP não
sentença extintiva da punibilidade. oferecer a denúncia no prazo. É muito raro.
● O direito de queixa também poderá ser ● Na ação penal privada, o CP estabeleceu
renunciado (renúncia ao direito de queixa). A uma ordem da possibilidade de persecução penal pela
representação e a queixa também decaem dentro de família no caso de morte do ofendido.
● Art. 100, § 1° ao 3°. penal já tiver sido iniciada por seu representante.
● Na ação penal privada subsidiária da Além disso, no caso de ação penal privada
pública a peça porte também é a queixa. E o subsidiária da pública, o prazo decadencial começa
ofendido também precisa do advogado para a contar a partir do dia em que se extingue o prazo
oferecer a queixa e instigar o MP. Esse é um direito de oferecimento da denúncia por parte do MP.
do cidadão frente à inércia do MP. Além disso, o O perdão do ofendido só se dá nos crimes em que a
MP pode voltar a exercer seu dever na ação penal ação penal é iniciada pela queixa, ou seja, na ação
privada subsidiária da pública a qualquer momento penal privada.
durante o processo.

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Ação penal em crimes complexos ● A partir do art. 107.
● Se o crime for complexo (quando tem mais ● A punibilidade é uma consequência do
de um crime) e existe nele delito de ação penal crime, mas não faz parte do conceito dele.
pública e de ação penal privada, o MP está ● O poder de punir pressupõe a existência
legitimado a prosseguir com a ação penal técnica jurídica do crime.
independente da opinião da vítima. ● A pretensão punitiva do Estado se
transforma em poder punitivo efetivo a partir do
Outras considerações momento em que o crime acontece.
● O perdão do ofendido, a retratação da ● As causas de exclusão da punibilidade são
representação, a renúncia do direito de queixa, a todas aquelas que determinam a abolição do jus
perempção e a decadência são causas de extinção puniendi. O próprio Estado, por meio de suas leis, se
da punibilidade. O Estado não poderá mais exercer autolimita, nesse caso. Extingue a punibilidade do
seu direito de punir (jus puniendi). crime.
● A regra é que a queixa e a representação ● As causas de extinção da punibilidade
se deem a partir do momento em que o ofendido estão previstas no artigo 107 do CP, mas não é
saiba quem é o autor do crime, mas há exceções, taxativo, apenas elenca as principais causas,
como, por exemplo, quando o ofendido é menor de porque ainda tem outras em leis especiais.
idade e ninguém exerce o direito de queixa, então ele ● É importante saber diferenciar essas
poderá oferecer a queixa quando for maior de idade causas de exclusão da punibilidade das condições
e o prazo de decadência começará a contar da data objetivas de punibilidade e das escusas absolutórias.
em que completar dezoito anos, salvo se a ação
● Condições objetivas de punibilidade § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente,
determinam a suspensão da punibilidade, porque descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica
esta está condicionada a uma determinada isento de pena.

condição objetiva. Nesse caso, não há renúncia do


● Não é uma causa extintiva da punibilidade,
direito de punir do Estado. A punibilidade só existe
apenas uma escusa absolutória porque tem caráter
quando a condição objetiva se fizer presente.
pessoal. As escusas absolutórias são sempre
● Escusas absolutórias são causas pessoais
taxativas e estão presentes antes do crime ocorrer
de exclusão da pena, como os parlamentares que
e sempre inerentes ao agente, por isso não se
não podem ser punidos por suas falas e opiniões se
ampliam aos demais agentes do crime.
estiverem no exercício de seus mandatos.
● A extinção da punibilidade é uma matéria
Exemplo: artigo 181, em que o furto do seu pai não
de ordem pública.
gera punibilidade, mesmo que o crime ainda exista.

Art. 61 (CPP). Em qualquer fase do processo, o

Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá

dos crimes previstos neste título, em prejuízo: declará-lo de ofício.

I - do cônjuge, na constância da sociedade Parágrafo único. No caso de requerimento do


conjugal; Ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz
mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte
II - de ascendente ou descendente, seja o
contrária e, se o julgar conveniente, concederá o
parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou
prazo de cinco dias para a prova, proferindo a
natural.
decisão dentro de cinco dias ou reservando-se para
● Exemplo: apreciar a matéria na sentença final.

Favorecimento pessoal ● Não vale para todas as causas, mesmo que


em regra o juiz possa decretar de ofício por se
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de
tratar de matéria de ordem pública.
autoridade pública autor de crime a que é
cominada pena de reclusão:
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
somente à vista da certidão de óbito, e depois de
ouvido o Ministério Público, declarará extinta a
punibilidade. → Nesse caso, já há uma condição ● A anistia é uma causa extintiva da
em que o juiz não pode declarar de ofício. punibilidade fundada para o esquecimento jurídico
do fato criminoso, fundada na clemência do
Causas extintivas da punibilidade Estado, dizendo que aquele fato criminoso do
passado merece ser esquecido, devido a uma questão
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
político-criminal. A Anistia é, assim, uma
I - pela morte do agente; declaração, por lei, de que o crime deve ser
esquecido. A anistia tem por escopo fatos (nunca
● Princípio da intranscendência é o
pessoas) criminosos que envolvem delitos políticos,
corolário do princípio da culpabilidade: a pena não
militares próprios e eleitorais. Pode ser concedida
poderá passar da pessoa do criminoso.
antes ou depois da condenação, podendo ainda ser
● O Estado pode ir buscar o patrimônio
total ou parcial. Tem efeito ex tunc porque se volta
ilícito transferido aos sucessores se houver uma
para o passado, por isso erradica todos os efeitos
sentença condenatória transitada em julgado e o
penais gerados pelo crime. E, segundo a
agente só morreu depois dela. A morte presumida
Constituição, só pode ser concedida pelo Congresso
também é causa de extinção da punibilidade. Se o
Nacional (leis editadas por ele). Independe da
juiz decretar a causa de extinção de punibilidade
aceitação dos anistiados. Só poderá ser recusada
com base em uma certidão de óbito falso, essa
se impor condições aos anistiados. Vedada para os
sentença é inexistente, por isso o juiz pode rever sua
crimes comuns, segundo a doutrina, e é vedada
decisão de ofício, para prosseguir com o processo. O
expressamente para os crimes hediondos, segundo a
que causa a extinção da punibilidade é a própria
CF e a lei desses crimes.
morte, não seu registro. Se o réu morrer já tendo
● A graça, diferente da anistia, tem por
sido condenado, a família dele ainda poderá voltar
objeto crimes comuns e dirige-se a um sujeito
ao processo para provar sua inocência.
específico que já foi condenado definitivamente
II - pela anistia, graça ou indulto; (quando não comporta mais recursos). Também é
chamada de “indulto individual” pela LEP, mas é a
● Três institutos ligados ao poder de
mesma coisa que a graça, como denomina a CF.
clemência do Estado.
Apenas o Presidente da República pode conceder a
● O que têm em comum? São causas
graça. Atinge apenas os efeitos executórios da
extintivas da punibilidade e os três são baseados no
condenação (como a privação da liberdade),
poder de clemência do Estado.
subsistindo os demais efeitos penais e extrapenais.
A iniciativa para obter a graça deve partir do preso que tenha direito ao indulto, mas que não foi
próprio condenado, em regra, mas o MP, o Conselho concedido a ele.
Penitenciário e o diretor do estabelecimento penal ● A comutação da pena é apenas uma
em que o indivíduo cumpre a pena, excepcionalmente, diminuição da pena, como uma indulgência
também podem requerê-la. Geralmente, a graça é soberana, mas não é causa de extinção da

concedida por motivos humanitários, mas não é punibilidade.

necessariamente sempre por tais motivos. Vedada


III - pela retroatividade de lei que não mais
para os crimes hediondos, pela Constituição (art.
considera o fato como criminoso;
5°, XLIII). A graça, segundo a doutrina, é para
crime comum, mas nenhuma lei deixa expresso que ● Abolitio criminis é uma causa de extinção

seja vedado conceder a outros crimes, com exceção da punibilidade quando ela retroage. A lei retroage

do hediondo. para extinguir todos os efeitos penais da sentença

● O indulto, diferente da graça (a LEP condenatória, mas os efeitos civis permanecem.

chama de indulto coletivo ou simplesmente indulto),


IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
também é um instituto baseado no poder de
clemência do Estado. Concedido pelo Presidente da ● Artigo 60 do CPP.

República (CF, art. 84, XII). O Presidente pode ● Decadência é a perda do direito de

designar o AGU para fazer isso. É dirigido a uma oferecer a queixa na ação penal privada e ação

série de condenados, baseada em uma série de penal privada subsidiária da pública, pelo querelante

condições específicas, por isso se diferencia da ou seu representante.

graça, uma vez que esta é dirigida apenas a uma ● Perempção é o desleixo do ofendido durante

pessoa. Extingue a punibilidade. Os presos que se a persecução da ação penal privada. É uma sanção

adequarem às condições necessárias, podem se imposta ao querelante por sua inércia. Instituto

aproveitar do indulto. O decreto de indulto deve ser vinculado exclusivamente à ação penal privada. Se

interpretado restritivamente. Cada decreto elenca ocorrer perempção, haverá causa de extinção da

as condições necessárias para que o indulto seja punibilidade.

concedido. O preso pode entrar com recurso se


V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo
achar que tem direito a um indulto que não lhe foi perdão aceito, nos crimes de ação privada;
concedido. Quem verifica se o preso está de acordo
com as condições é o juiz da execução penal. O ● O ofendido pode renunciar seu direito de

habeas corpus pode ser impetrado para liberar um queixa na ação penal privada ou perdoar o ofensor e
se esse aceitar, haverá causa de extinção da condenatória, porque para o juiz perdoar, por
punibilidade. determinação legal, ele deverá condenar o réu
antes, mas na própria sentença condenatória, o
VI - pela retratação do agente, nos casos em que
juiz extingue a punibilidade do crime. Tem que
a lei a admite;
justificar sempre na sentença. Além disso, se os
● É diferente da retratação da requisitos legais estiverem presentes, o juiz é
representação do ofendido na ação penal pública obrigado a conceder o perdão judicial. São casos
condicionada. raros, como o crime de homicídio culposo, que se
● Um pedido de desculpa do criminoso ao admite expressamente o perdão judicial como causa
ofendido, mas esse pedido de desculpa não é o extintiva da punibilidade (art. 121, parágrafo 5°).
perdão (que é ato do ofendido), pois é um ato do “Poderá” porque o juiz tem que avaliar se os
ofensor, como, nos casos de calúnia e difamação. requisitos estão presentes para a concessão do
Retratação é desdizer o que disse. É o juiz que vai perdão judicial. Isso ocorre porque a sanção penal
averiguar isso. A retratação tem a característica se torna desnecessária. Também pode ser admitido
de fazer com que o agente “retire o que disse” ou para o crime de injúria, estelionato (art. 176),
“confessar que agiu mal". Ato jurídico, por meio do apropriação indébita previdenciária (art. 168,
qual o agente do crime reconhece que errou e parágrafo 3°) e lesão corporal grave culposa.
comunica esse erro a todos. Para ser reconhecida Artigo 120 do CP.
como causa extintiva da punibilidade quando ela é ● Essas são as principais causas de
cabal. É o reconhecimento do erro do agente extinção da punibilidade, mas há outras em
quando a lei admite. Artigo 143 do CP. Tem que ser legislação especial.
antes da condenação. Pode ser usada ainda para
os crimes de falso testemunho e de falsa perícia. PRESCRIÇÃO
● Presente desde o Direito Romano, a
VII e VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106,
prescrição é a perda do direito de poder de punir
de 2005)
estatal (jus puniendi) pelo decurso do tempo. Se o
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em Estado não punir em determinado tempo, não há
lei. mais razão para punir, é nisso que a prescrição se

● Apenas nos casos em que a lei admite. O funda.

perdão judicial tem natureza jurídica de sentença


● No Brasil, a matéria foi introduzida no Prescrição da pretensão punitiva propriamente
Código de Processo Penal de 1832, ganhando dita
melhor disciplinamento, porém, no Código Penal de ● A prescrição pode ocorrer durante a

1890. Em 1923, a lei já considerava imprescritível pretensão punitiva ou durante a pretensão

o crime de moeda falsa, e atualmente, a executória do Estado. A prescrição da pretensão

Constituição Federal de 1988 tem por punitiva (PPP) é calculada pela pena em abstrato,

imprescritíveis os delitos de racismo e a ação de de acordo com o artigo 109 do CP. Essa é a

grupos armados, militares ou civis, contra a ordem prescrição mais importante do Direito Penal. Esse

constitucional e o Estado Democrático, consoante máximo é em ABSTRATO. A prescrição da

dispõe seu artigo 5°, XLII e XLIV. pretensão punitiva propriamente dita regula-se pelo

● A prescrição é uma renúncia (perda) do limite máximo da pena cominada em abstrato para

poder de punir (jus puniendi) do Estado, em face da o crime cometido.

força deletéria do tempo. Inerte o Estado, titular


Art. 109. A prescrição, antes de transitar em
do jus puniendi, o transcurso aniquilador do tempo
julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o
leva ao esquecimento, ao desinteresse do
do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da
grupamento social por uma eventual punição, ao
pena privativa de liberdade cominada ao crime,
enfraquecimento do suporte probatório e, talvez, à verificando-se:
própria mudança no comportamento social e
I - em vinte anos, se o máximo (cominado em
psíquico do agente dito responsável pelos fatos.
abstrato) da pena é superior a doze;
● Para exercer o jus puniendi, o Estado tem
que ter prazo para isso. A prescrição penal atinge o II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é
poder de punir do Estado. superior a oito anos e não excede a doze;
● A prescrição pode ser de três espécies:
III - em doze anos, se o máximo da pena é
prescrição da pretensão punitiva, prescrição da
superior a quatro anos e não excede a oito;
pretensão punitiva retroativa, prescrição da
pretensão executória. A prescrição virtual ou IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior
prescrição em perspectiva não está no CP e o STF a dois anos e não excede a quatro;
já disse que ela não é admitida.
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a
um ano ou, sendo superior, não excede a dois;
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é ● Regula-se por aqueles mesmos prazos, mas
inferior a 1 (um) ano. com a pena aplicada em concreto, sendo os marcos
dessa prescrição a denúncia ou a queixa (marco
inicial) e a sentença penal condenatória (termo
Prescrição das penas restritivas de direito
final) - que configura o tempo para o processo
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas acabar. Poderá, ainda, ser entre a sentença
de direito os mesmos prazos previstos para as condenatória (marco inicial) e o acórdão (marco
privativas de liberdade. final).
● O juiz verifica, na hora de fixar a pena, se
houve prescrição da pretensão punitiva retroativa,
Prescrição da pretensão executória com base naqueles mesmos prazos

Art. 110 - A prescrição depois de transitar em supramencionados, considerando a pena aplicada

julgado a sentença condenatória regula-se pela em concreto, em relação ao tempo entre a denúncia

pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no (ou queixa) e a sentença.

artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, ● Antes de transitar em julgado para a


se o condenado é reincidente. defesa porque a pena pode baixar ainda mais, já
que no recurso da defesa, o Tribunal não poderá
● Mesmos prazos, mas o parâmetro que
aumentar a pena, e no recurso da acusação, o
regula a prescrição nesse caso é a pena em
Tribunal poderá aumentar a pena (princípio do
concreto aplicada pelo juiz.
reformatio in pejus).
● A prescrição da pretensão executória é a
● Pena em concreto, marcos iniciais ou
perda do poder de executar a pena.
denúncia (ou queixa) ou a sentença condenatória
● Acontece quando o condenado foge.
em relação ao acórdão, e o marco final é a
sentença condenatória em relação à denúncia e à
Pretensão da prescrição punitiva retroativa
queixa, e o acórdão em relação à sentença
§ 1o A prescrição, depois da sentença condenatória.
condenatória com trânsito em julgado para a
acusação ou depois de improvido seu recurso, Causas interruptivas da prescrição
regula-se pela pena aplicada, não podendo, em
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:
nenhuma hipótese, ter por termo inicial data
anterior à da denúncia ou queixa.
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa (pelo Causas impeditivas da prescrição
juiz);
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença
II - pela pronúncia; final, a prescrição não corre:

III - pela decisão confirmatória da pronúncia; I - enquanto não resolvida, em outro processo,
questão de que dependa o reconhecimento da
IV - pela publicação da sentença ou acórdão
existência do crime;
condenatórios recorríveis;
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior;
V - pelo início ou continuação do cumprimento da
pena; (no caso da prescrição da pretensão III - na pendência de embargos de declaração ou
executória). de recursos aos Tribunais Superiores, quando
inadmissíveis; e
VI - pela reincidência (se for afirmada por
sentença). IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o
acordo de não persecução penal.
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI
deste artigo, a interrupção da prescrição produz Parágrafo único - Depois de passada em julgado a
efeitos relativamente a todos os autores do crime. sentença condenatória, a prescrição não corre
Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo durante o tempo em que o condenado está preso
processo, estende-se aos demais a interrupção por outro motivo.
relativa a qualquer deles.
● As causas suspensivas aproveitam o tempo
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese anterior. Há um hiato, exclusivamente devido às
do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a causas impeditivas, e depois o prazo recomeça a
correr, novamente, do dia da interrupção. contar, aproveitando o tempo já decorrido.

● Efeitos da interrupção da prescrição: os


prazos começam a correr do início de novo, porque Redução dos prazos de prescrição
as causas interruptivas da prescrição destroem
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de
todo o tempo que já havia transcorrido.
prescrição quando o criminoso era, ao tempo do
● Nas causas impeditivas (suspensivas), a
crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data
prescrição apenas é suspendida, ou seja, o tempo
da sentença, maior de 70 (setenta) anos.
transcorrido é aproveitado.
● Motivado pelo critério biológico para os ● O STF diz que ela não é legal, ou seja, não
menores de 21 anos e por causa do tempo de vida é prevista na letra da lei, mas está prevista pelo
para os maiores de 70 anos. CPC pela ausência de interesse processual.

Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as


Questionário
mais graves.
Q.1) O que significa SURSIS, quais suas
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a modalidades e requisitos? Sabendo o que é o
extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de instituto, diferencie-o do Sursis processual.
cada um, isoladamente.
Q.2) Distingua os requisitos das condições de
aplicação do livramento condicional da pena.

Prescrição da multa Q.3) Qual a diferença entre os efeitos secundários


da condenação no âmbito penal e na esfera
Art. 114 - A prescrição da pena de multa extrapenal? Exemplifique os efeitos secundários
ocorrerá: extrapenais. Ainda sobre os efeitos secundários
penais, como eles se diferenciam no CP?
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única
Q.4) Explique o que é a Revogação e como funciona
cominada ou aplicada;
sua incidência na prática penal.

II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição


Q.5) Como as Medidas de Segurança se diferenciam
da pena privativa de liberdade, quando a multa for
das Penas Privativas de Liberdade?
alternativa ou cumulativamente cominada ou
cumulativamente aplicada. Q.6) Quais os requisitos de aplicação das Medidas
de Segurança e qual o sistema de aplicação adotado
pelo Còdigo Penal?
Prescrição virtual (ou em perspectiva)
Q.7) Diferencie as espécies de Ações Penais
● Fórmula que a doutrina brasileira e os
reguladas pelo CP, aproveitando para indicar qual é
próprios juízes entenderam aplicar para os a regra no sistema penal brasileiro.
processos que eles “sentiam” que iriam ocorrer a
Q.8) Como as causas de extinção da punibilidade se
prescrição, com base na pena abstratamente
diferenciam das escusas absolutórias?
cominada e o tempo decorrido desde o crime.
● Uma das causas de extinção da ação é o Q.9) Diferencie a graça, o indulto e a anistia,
indicando suas particularidades e ainda se são
interesse processual (de punir do MP).
considerados como causas extintivas da que não esteja prevista no CP, mas que seja aceita
punibilidade ou como excusas absolutórias. pelos juízes na prática?

Q.10) O que é a Prescrição e quais suas Bons estudos!


modalidades legais? Há alguma espécie de prescrição

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