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pelo qual o juiz, ao condenar o delinquente não têm institutos similares, como o probation system.
males causados pela prisão. Ela é um direito público Massachusetts, nos EUA, em 1846.
forma de cumprimento das penas que suspende. introduzir o sursis, no entanto, não teve êxito.
● A adoção da ideia de Bérenger pela Bélgica
Origem
em 1888.
Espécies
Natureza jurídica
● Simples ou comum (CP, art. 77 - até dois
● Tido como direito subjetivo do réu pela
anos de condenação concreta): no primeiro ano de
maioria da doutrina, o SURSIS apresenta caráter
período de prova é condicionado à prestação de
nitidamente condenatório. O STF entende-o como
serviços à comunidade ou limitação de final de
uma modalidade de cumprimento (execução
semana + condições judiciais (impostas pelo juiz da
mitigada) da pena privativa de liberdade.
condenação) - 78 § 1º;
Requisitos ● Especial (CP, art. 77): até dois anos, com
a reparação de danos se possível e com todas as
● Se for o caso de aplicar a pena restritiva
circunstâncias do art. 59 favoráveis. Impõe-se a
de direitos, prefere-se esta em detrimento do sursis.
proibição de frequentar determinados lugares, não
Os requisitos são de duas naturezas:
ausentar-se da comarca, comparecer perante o
Objetivos juiz;
● Etário (CP, art. 77, §2º): no caso de
1. Inaplicabilidade das penas restritivas de
pessoas com mais 70 anos (acima de dois e até
direitos: só é cabível se não for possível a
quatro anos de condenação concreta);
substituição da PPL por PRD;
● Humanitário (CP, art. 77, § 2º): moléstia
2. Natureza da pena: aplicado exclusivamente à ou patologia (acima de dois e até quatro anos de
PPL; condenação concreta à época da condenação). Há
a flexibilização e compatibilização das condições do
3. Quantidade da pena: somente a PPL não
Período de Prova.
superior a dois anos é que comporta o sursis comum
Período de provas e extinção da punibilidade c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
mensalmente, para informar e justificar suas
● Período de provas é o tempo em que o
atividades.
condenado cumpre as condições determinadas na
● Trata-se do sursis especial em que a
sentença (de um a dois anos no sursis comum e
prática do crime tenha gerado um prejuízo
especial, e de quatro a seis anos no sursis etário e
econômico para a vítima.
humanitário). Além das condições legais é possível
ao juiz fixar outras, as condições judiciais.
Cumprido devidamente o período de provas,
Revogação e prorrogação
extingue-se a punibilidade do condenado.
Obrigatória
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o
● Quando revogado o sursis, o sentenciado é
condenado ficará sujeito à observação e ao
obrigado a cumprir a pena que foi suspendida de
cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.
forma integral, não importando o tempo que já
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o
decorreu do sursis.
condenado prestar serviços à comunidade (art.
46) ou submeter-se à limitação de fim de semana Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, Não seja indicada ou cabível a substituição por
prova até o máximo, se este não foi o fixado. § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz
declarará extinta a punibilidade.
abraçado em geral por todas as legislações penais livramento condicional será concedido quando o
modernas, é mais uma das tentativas para diminuir sentenciado, condenado a pena privativa de
os efeitos negativos da prisão. Não se pode liberdade igual ou superior a dois anos, cumprir:
denominá-lo substituto penal, porque, em verdade, ● Mais de ⅓ da pena se não for reincidente
não substitui a prisão e tampouco põe termo à em crime doloso (crime comum);
condicional possui dupla face: afins, terrorismo), e desde que o sentenciado não
a) Providência de polícia criminal seja reincidente em crimes desta natureza (art. 83,
É um direito público subjetivo do condenado, não da pena privativa de liberdade: se caracteriza pela
sendo, portanto, mera faculdade judicial. ausência de faltas graves nos últimos doze meses, de
modo que a eventual prática de faltas disciplinares
condições de pagar). O dano do crime pode ser Art. 91-A. Na hipótese de condenação por
§ 1° Poderá ser detectada a perda de bens ou § 3º A perda prevista neste artigo deverá ser
valores equivalentes ao produto ou proveito do requerida expressamente pelo Ministério Público,
crime quando estes não forem encontrados ou por ocasião do oferecimento da denúncia, com
quando se localizarem no exterior. indicação da diferença apurada.
§ 2° Na hipótese do parágrafo anterior, as
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve
medidas assecuratórias (se destinam a preservar o
declarar o valor da diferença apurada e
bem) previstas na legislação processual poderão
especificar os bens cuja perda for decretada.
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de ou contra tutelado ou curatelado; → Esse efeito
crimes por organizações criminosas e milícias também é perpétuo, mas é em relação apenas à
vítima.
deverão ser declarados perdidos em favor da União
ou do Estado, dependendo da Justiça onde tramita III - a inabilitação para dirigir veículo, quando
a ação penal, ainda que não ponham em perigo a utilizado como meio para a prática de crime doloso.
→ Esse efeito não é perpétuo. Vigora apenas
segurança das pessoas, a moral ou a ordem
enquanto durar a pena. Tem que verificar se a
pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados utilização do veículo é corriqueira, se o uso do veículo
para o cometimento de novos crimes. faz parte do modus operandi do agente.
● Esses dois efeitos secundários são cíveis. Parágrafo único - Os efeitos de que trata este
● Os servidores públicos têm que fazer uma artigo não são automáticos, devendo ser
declaração de seus bens para que a União controle motivadamente declarados na sentença.
a evolução do patrimônio deles. Serve para explicar
o que a pessoa ganha/tem.
REABILITAÇÃO
Art. 92 - São também efeitos da condenação: Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas
I - a perda de cargo, função pública ou mandato aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao
eletivo: Coaduna com o art. 15, III, da CF/88. condenado o sigilo dos registros sobre o seu
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não
decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, constarão da folha corrida, atestados ou certidões
de qualquer modo, a pena ou terminar sua fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares
suspensão e o do livramento condicional, se não condenação, salvo para instruir processo pela
sobrevier revogação, desde que o condenado: prática de nova infração penal ou outros casos
expressos em lei.
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima
referido; → Durante esses dois anos, o condenado
● Esse artigo serve para resguardar o
não pode ir morar em outro país.
indivíduo que cometeu o crime para não gerar
prognose que com base na conduta anti-social e na ● Conflita com a disposição constitucional
anomalia psíquica do agente permite-se presumir que proíbe a perpetuidade das penas.
que ele voltará a cometer o injusto. Aplica a ● STJ - Súmula 527: “O tempo de duração
● Periculosidade real (art. 26, p.ú.); limite máximo da pena abstratamente cominada ao
● A regra para a medida de segurança é a Grande do Sul. Rel: Min. Ricardo Lewandowski: “O
culpabilidade do indivíduo, por isso a sentença é o previsto no artigo 75 do CP.” Ou seja, para o
absolutória imprópria, o juiz absorve o réu, mas STF diz que a pena máxima é de quarenta anos e,
● Internação: medida detentiva aplicada em digam que cessou a periculosidade, mas nunca antes
(manicômio judiciário);
● Tratamento ambulatorial: a internação é Desinternação ou liberação condicional
a regra geral, mas pode ser substituída por ● A desinternação, ou a liberação, será
tratamento ambulatorial se o fato previsto como sempre condicional devendo ser restabelecida a
crime for punível com DETENÇÃO e AS situação anterior se o agente, antes do decurso de
ele é quem tem capacidade postulatória. ● Quando a lei penal expressamente disser
privativamente pelo MP, porque ele é obrigado a requisição do Ministro da Justiça é porque ela
investigar o crime ou requisitar que a polícia o faça. condiciona a ação penal a esses critérios porque a
● A peça porte (inicial) que o MP utiliza ação penal interessa mais exclusivamente à vítima,
para movimentar a ação penal pública é a podendo até mesmo piorar a situação dela se ela
em regra, no juízo de 1° grau, mas pode ser no STJ oferecer a denúncia ao Juiz.
● Se a lei não disser nada, a ação penal penal, se não fizer, cai no crime de prevaricação que
será pública incondicionada. Se não for ação penal é quando um agente público não desempenha sua
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Ação penal em crimes complexos ● A partir do art. 107.
● Se o crime for complexo (quando tem mais ● A punibilidade é uma consequência do
de um crime) e existe nele delito de ação penal crime, mas não faz parte do conceito dele.
pública e de ação penal privada, o MP está ● O poder de punir pressupõe a existência
legitimado a prosseguir com a ação penal técnica jurídica do crime.
independente da opinião da vítima. ● A pretensão punitiva do Estado se
transforma em poder punitivo efetivo a partir do
Outras considerações momento em que o crime acontece.
● O perdão do ofendido, a retratação da ● As causas de exclusão da punibilidade são
representação, a renúncia do direito de queixa, a todas aquelas que determinam a abolição do jus
perempção e a decadência são causas de extinção puniendi. O próprio Estado, por meio de suas leis, se
da punibilidade. O Estado não poderá mais exercer autolimita, nesse caso. Extingue a punibilidade do
seu direito de punir (jus puniendi). crime.
● A regra é que a queixa e a representação ● As causas de extinção da punibilidade
se deem a partir do momento em que o ofendido estão previstas no artigo 107 do CP, mas não é
saiba quem é o autor do crime, mas há exceções, taxativo, apenas elenca as principais causas,
como, por exemplo, quando o ofendido é menor de porque ainda tem outras em leis especiais.
idade e ninguém exerce o direito de queixa, então ele ● É importante saber diferenciar essas
poderá oferecer a queixa quando for maior de idade causas de exclusão da punibilidade das condições
e o prazo de decadência começará a contar da data objetivas de punibilidade e das escusas absolutórias.
em que completar dezoito anos, salvo se a ação
● Condições objetivas de punibilidade § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente,
determinam a suspensão da punibilidade, porque descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica
esta está condicionada a uma determinada isento de pena.
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá
seja vedado conceder a outros crimes, com exceção da punibilidade quando ela retroage. A lei retroage
República (CF, art. 84, XII). O Presidente pode ● Decadência é a perda do direito de
designar o AGU para fazer isso. É dirigido a uma oferecer a queixa na ação penal privada e ação
série de condenados, baseada em uma série de penal privada subsidiária da pública, pelo querelante
graça, uma vez que esta é dirigida apenas a uma ● Perempção é o desleixo do ofendido durante
pessoa. Extingue a punibilidade. Os presos que se a persecução da ação penal privada. É uma sanção
adequarem às condições necessárias, podem se imposta ao querelante por sua inércia. Instituto
aproveitar do indulto. O decreto de indulto deve ser vinculado exclusivamente à ação penal privada. Se
interpretado restritivamente. Cada decreto elenca ocorrer perempção, haverá causa de extinção da
habeas corpus pode ser impetrado para liberar um queixa na ação penal privada ou perdoar o ofensor e
se esse aceitar, haverá causa de extinção da condenatória, porque para o juiz perdoar, por
punibilidade. determinação legal, ele deverá condenar o réu
antes, mas na própria sentença condenatória, o
VI - pela retratação do agente, nos casos em que
juiz extingue a punibilidade do crime. Tem que
a lei a admite;
justificar sempre na sentença. Além disso, se os
● É diferente da retratação da requisitos legais estiverem presentes, o juiz é
representação do ofendido na ação penal pública obrigado a conceder o perdão judicial. São casos
condicionada. raros, como o crime de homicídio culposo, que se
● Um pedido de desculpa do criminoso ao admite expressamente o perdão judicial como causa
ofendido, mas esse pedido de desculpa não é o extintiva da punibilidade (art. 121, parágrafo 5°).
perdão (que é ato do ofendido), pois é um ato do “Poderá” porque o juiz tem que avaliar se os
ofensor, como, nos casos de calúnia e difamação. requisitos estão presentes para a concessão do
Retratação é desdizer o que disse. É o juiz que vai perdão judicial. Isso ocorre porque a sanção penal
averiguar isso. A retratação tem a característica se torna desnecessária. Também pode ser admitido
de fazer com que o agente “retire o que disse” ou para o crime de injúria, estelionato (art. 176),
“confessar que agiu mal". Ato jurídico, por meio do apropriação indébita previdenciária (art. 168,
qual o agente do crime reconhece que errou e parágrafo 3°) e lesão corporal grave culposa.
comunica esse erro a todos. Para ser reconhecida Artigo 120 do CP.
como causa extintiva da punibilidade quando ela é ● Essas são as principais causas de
cabal. É o reconhecimento do erro do agente extinção da punibilidade, mas há outras em
quando a lei admite. Artigo 143 do CP. Tem que ser legislação especial.
antes da condenação. Pode ser usada ainda para
os crimes de falso testemunho e de falsa perícia. PRESCRIÇÃO
● Presente desde o Direito Romano, a
VII e VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106,
prescrição é a perda do direito de poder de punir
de 2005)
estatal (jus puniendi) pelo decurso do tempo. Se o
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em Estado não punir em determinado tempo, não há
lei. mais razão para punir, é nisso que a prescrição se
Constituição Federal de 1988 tem por punitiva (PPP) é calculada pela pena em abstrato,
imprescritíveis os delitos de racismo e a ação de de acordo com o artigo 109 do CP. Essa é a
grupos armados, militares ou civis, contra a ordem prescrição mais importante do Direito Penal. Esse
dispõe seu artigo 5°, XLII e XLIV. pretensão punitiva propriamente dita regula-se pelo
● A prescrição é uma renúncia (perda) do limite máximo da pena cominada em abstrato para
julgado a sentença condenatória regula-se pela em concreto, em relação ao tempo entre a denúncia
III - pela decisão confirmatória da pronúncia; I - enquanto não resolvida, em outro processo,
questão de que dependa o reconhecimento da
IV - pela publicação da sentença ou acórdão
existência do crime;
condenatórios recorríveis;
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior;
V - pelo início ou continuação do cumprimento da
pena; (no caso da prescrição da pretensão III - na pendência de embargos de declaração ou
executória). de recursos aos Tribunais Superiores, quando
inadmissíveis; e
VI - pela reincidência (se for afirmada por
sentença). IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o
acordo de não persecução penal.
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI
deste artigo, a interrupção da prescrição produz Parágrafo único - Depois de passada em julgado a
efeitos relativamente a todos os autores do crime. sentença condenatória, a prescrição não corre
Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo durante o tempo em que o condenado está preso
processo, estende-se aos demais a interrupção por outro motivo.
relativa a qualquer deles.
● As causas suspensivas aproveitam o tempo
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese anterior. Há um hiato, exclusivamente devido às
do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a causas impeditivas, e depois o prazo recomeça a
correr, novamente, do dia da interrupção. contar, aproveitando o tempo já decorrido.