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Livramento condicional previsto nos artigos 83 a 90 do Código Penal e artigos 131 a 146 da

LEP (Lei 7210/84)

Conceito e natureza jurídica

O livramento condicional é o benefício mais importante da execução penal. É a antecipação da


liberdade depois que o condenado cumpre uma parte da pena. Esse benefício é reconhecido
como a última fase da execução da pena e não como uma fase do sistema penitenciário
progressivo (como entende César Roberto Bitencourt). O que corrobora essa afirmação é o
fato de que o livramento pode ser concedido em qualquer regime (e não necessariamente
aberto) e na época em que a lei de crimes hediondos não permitia a progressão de regime, o
livramento já era assegurado. É tarefa típica do Juízo da Execução.

Portanto, o livramento não deve ser confundido com progressão de regime (ideia de
progressão para preparar o sujeito para liberdade, para o convívio social). A ideia do
livramento não é essa, uma vez que na progressão todos os regimes serão cumpridos em
estabelecimento prisional. Quando se fala em livramento, rompe-se o vínculo com o sistema
prisional, antecipando a liberdade.

O livramento se apresenta como instrumento adequado, um período de prova durante o qual


o beneficiário continua vigiado e sob condições, para demonstrar sua recuperação. Por esse
instituto, o condenado a uma pena privativa de liberdade pode sair do estabelecimento penal,
desde que observados os pressupostos e requisitos que regem a sua concessão e sob certas
condições previamente estipuladas.

Esse instituto tem natureza jurídica de direito público subjetivo do condenado. Uma vez
satisfeitos e reconhecidos os requisitos legais, não pode o juiz negar o benefício.

Requisitos do Livramento Condicional

Para a concessão do livramento condicional é necessário que o condenado


preencha requisitos de ordem objetiva e subjetiva, referindo-se os primeiros ao cumprimento
da sanção aplicada, sua natureza e quantidade, assim como à reparação do dano causado pela
infração, relacionando os segundos com a pessoa do condenado.
Art. 83. O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena
privativa de liberdade igual ou superiora dois anos, desde que:
I – Cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente
em crime doloso e tiver bons antecedentes;
II – Cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime
doloso;
III – comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena,
bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover a
própria subsistência mediante trabalho honesto;
IV – Tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de faze-lo, o dano causado
pela infração;
V – Cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por
crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes
dessa natureza.
Parágrafo único. Para o condenado por crime doloso, cometido com violência
ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também
subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o
liberado não voltará a delinquir.

Requisitos Objetivos

Natureza e quantidade da pena imposta: somente pode ser concedido às penas privativas de
liberdade, sendo indiferente à qualidade da pena (reclusão, detenção ou prisão simples) ou o
regime de cumprimento (aberto, semiaberto ou fechado), desde que a pena seja superior a
dois anos.

Para atingir esse limite mínimo é lícita a soma das penas, mesmo que tenham sido aplicadas
em processos distintos (artigo 84, CP).

OBS: a jurisprudência já reconhece a possibilidade de conceder o benefício ao condenado a


pena inferior a 2 anos, cujo crime tenha sido cometido com violência e sendo o autor
reincidente em crime doloso. Isso porque ele não poderia receber sursis, e então faltariam
proporcionalidade e razoabilidade no seu caso, uma vez que um condenado a pena maior, nas
mesmas circunstâncias, poderia receber o livramento condicional.

Cumprimento de parte da pena: Incisos I, II, V.

– Não reincidente em crime doloso + bons antecedentes → + de 1/3


– Reincidente em crime doloso → + de 1/2
– Condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de drogas e terrorismo, se
o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza → + de 2/3

É válido ressaltar que, primeiramente, o condenado reincidente em crime culposo poderá se


beneficiar do livramento com o cumprimento de 1/3 da pena (todavia há posição divergente).

Em segundo lugar, a ausência de bons antecedentes no inciso I, faz com que o condenado vá
para a hipótese do inciso II, segundo jurisprudência majoritária.
Por fim, cabe discutir qual seria a reincidência específica a que o legislador está se referindo:

– Condutas que violam o mesmo tipo penal


– Condutas que violam o mesmo bem jurídico

O legislador engloba todos os crimes hediondos ou equiparados. Desse modo, reincidente


específico, para efeitos da lei 8072/90 é o sujeito que comete crimes dessa natureza. É a
posição majoritária. Exemplos:

– Furto + Estupro = reincidente, mas não reincidência do inciso V.


– Estupro + latrocínio = Reincidência específica, pois ambos têm natureza de crime hediondo.

Reparação do dano, salvo efetiva impossibilidade: a obrigação de reparação do dano é efeito


da condenação, previsto no artigo 91, I, do CP. Um dos meios para efetivar esse mandamento
é condicionar a concessão do benefício à reparação, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo. A
grande questão é que esse requisito fica esquecido na grande maioria dos casos, porque
estando o autor preso, não tem como fazê-lo.

Requisitos Subjetivos

Bons antecedentes: conforme dito, para que o indivíduo possa receber o livramento após o
cumprimento de 1/3 da pena, deve estar presente esse requisito. Uma vez ausente, incide no
inciso II.

Comprovação de comportamento satisfatório durante a execução da pena: antes, falava-se em


bom comportamento durante a vida carcerária. Mas a expressão atual é mais abrangente e
menos rigorosa. Mais abrangente porque se referiu ao comportamento que o recluso mantém
dentro e fora do cárcere, enquanto frequenta cursos ou participa de eventuais atividades
externas. Menos rigorosa, porque faltas disciplinares isoladas, de menor gravidade, que
comprometeriam o recebimento do benefício antes, atualmente não irão impedi-lo.

Bom desempenho para o trabalho: o trabalho é instrumento de ressocialização e realização


pessoal. O trabalho prisional é obrigatório, mas como visto, não pode ser forçado. Sendo
assim, se ele se recusa a efetuá-lo, não preencherá um dos requisitos para a concessão do
livramento condicional.

Aptidão para prover a própria subsistência com trabalho honesto: a lei não exige que tenha
emprego assegurado no momento da liberação, apenas que tenha condição potencial de, em
prazo razoável, viver às custas de seu próprio e honesto esforço.

Soma das penas – art. 84, CP.

Art. 84. As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se


para efeito do livramento.

O livramento condicional é concedido em relação a todas as condenações do sujeito. Quando


se estiver diante de várias penas impostas, deve-se observar o disposto no artigo supracitado.

Exemplo: Supondo um indivíduo com as seguintes condenações e circunstâncias:

6 anos – Lesão corporal de natureza grave (primário) → 1/3 = 2 anos


9 anos – Roubo (reincidente) → 1/2 = 4 anos e 6 meses
9 anos – Homicídio qualificado (hediondo) → 2/3 = 6 anos
24 anos = 12 anos e 6 meses

Só se concede o livramento depois que o condenado cumpre parte da pena. Nesse sentido,
toda vez que estivermos diante de várias penas, somam-se todas para cálculos de benefícios,
mas para cada pena, observa-se sua fração (percentual) respectiva.
Sendo assim, no exemplo, precisaria 12 anos e 6 meses de pena cumprida para receber o
livramento, que é concedido de uma única vez.

Condições do livramento condicional

Art. 85. A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento.

O artigo 132, § 1º da LEP traz as condições de imposição obrigatória pelo juiz:


Art. 132. Deferido o pedido, o juiz especificará as condições a que fica
subordinado o livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
b) comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da Execução, sem prévia
autorização deste.

O parágrafo 2º traz as condições de imposição facultativa (e não de cumprimento facultativo):


§ 2 º Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as
seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao juiz e à autoridade incumbida da observação
cautelar e de proteção;

Se o condenado for mudar para a localidade dentro da mesma comarca, não será necessária a
autorização, apenas deve comunicar o novo endereço.

b) recolher-se à habitação em hora fixada;


c) não frequentar determinados lugares;
d) VETADA. Lei no 12.258, de 15-6-2010.

A condição principal do livramento é a abstenção de práticas deliquais por parte do liberado.


Praticar uma nova infração, por si só, não configura uma hipótese de revogação, porém,
poderá o juiz condicionar o benefício a essa condição, utilizando o permissivo legal do art. 132,
§ 2º da LEP.

Período de prova

Corresponde ao tempo que resta de pena privativa de liberdade. Devemos ficar atentos com o
limite das penas.

Revogação do livramento

De acordo com o art. 140 da LEP, a revogação do livramento condicional dar-se-á nas
hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do CP.

→Revogação Obrigatória
Art. 86. Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de
liberdade, em sentença irrecorrível:

I – Por crime cometido durante a vigência do benefício;

Denota a não superação do desvio social do apenado e justifica a revogação do benefício.


Supondo um condenado a 24 anos de pena privativa de liberdade por homicídio qualificado,
que no ano 16 tenha recebido o livramento. No ano 18, ele comete um crime, cuja condenação
sai no ano 22. Nesse caso, descumpriu a pior condição, que é voltar a delinquir. Revoga-se o
livramento, e o tempo do período de prova por ele cumprido não será considerado. A prática
de uma infração durante o período de prova é a pior hipótese para o réu. (elaborar desenho
ou gráfico no quadro)

II – Por crime anterior, observado o disposto no artigo 84 deste Código.

Após a concessão do benefício, o sentenciado não praticou nenhum ato que o tornasse indigno
deste.

Supondo o mesmo exemplo dado anteriormente, de um condenado a pena de 24 anos que


recebeu o livramento no ano 16. Só que agora, a condenação do ano 22 foi por fato cometido
antes da vigência do benefício. Se a condenação acontecesse antes do LC, colocaria na soma
para ver quando o sujeito teria o benefício. Essa hipótese é menos grave que a primeira,
porque aqui, ele não quebrou a confiança do juiz. Então, observa o art. 84, CP, observa quanto
ele precisaria de pena cumprida e considera período de prova cumprido. Se tempo for
suficiente, não revoga livramento, apenas aumenta período de prova. Se não for, volta para
cumprir o que falta.

Exemplo: Supondo esse mesmo condenado a pena de 24 anos que recebeu LC no ano 16.
Supondo que o fato por ele cometido seja um furto e a pena seja de 6 anos. Como é
reincidente, precisa de + de ½ da pena para receber a benesse.

Precisa então de:


Homicídio qualificado – 2/3 → 16 anos
Furto – 1/2 → 3 anos

De 30 anos de pena, deveria cumprir 19 anos para receber o livramento correspondente às


duas penas. Esse sujeito já havia cumprido de cárcere, 16 anos. Só que ele já cumpriu de
período de prova, 6 anos. Nesse caso, como o condenado não fez nada que o tornasse indigno
desse benefício, esse período é considerado como pena cumprida. Então, é como se já tivesse
cumprido 22 anos de cárcere, e como precisa de 19, não precisa revogar o livramento, apenas
prolonga o período de prova até o ano 30.

O inciso II é de revogação obrigatória, mas antes se deve observar o art. 84. Com base na conta
realizada, observa se revoga ou não.

De forma simplificada:
Inciso I: sempre volta para o sistema penitenciário
Inciso II: observa-se primeiro o artigo 84, depois verifica-se se volta ou não ao sistema
penitenciário.

→Revogação facultativa

Art. 87. O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer
das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou
contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.

Para essa hipótese, é indiferente que a prática seja de crime ou contravenção, antes ou
durante a vigência do benefício, desde que a condenação por crime não seja a pena privativa
de liberdade, lembrando que a condenação por contravenção a pena privativa é causa
facultativa de revogação.

Presentes uma das causas facultativas de revogação poderá o juiz, em vez de revogar, advertir
o liberado ou agravar as condições, consoante o art. 140 da LEP.

Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses


previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.

Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da revogação


facultativa, o juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condições.

Efeitos da Revogação
Art. 88. Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a
revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta
na pena o tempo em que esteve solto o condenado.

Esse artigo é de redação completamente truncada e o que se propõe é que seja substituído
pelos artigos 141 e 142 da LEP (Lei 7210/84).

Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento,
computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida,
para a concessão de novo livramento, a somado tempo das duas penas.

É a melhor hipótese para o réu, tratando-se do art. 86, II. Irá computar o período de prova
cumprido e poderá receber novo livramento.
Antes de revogar, deve-se observar a soma das penas dos crimes. Se já for possível a
concessão do livramento, este nem deve ser revogado, apenas estendendo o período de prova
até o restante da soma das penas.

Exemplo: Condenado a 24 anos por crime hediondo que recebeu livramento condicional no
ano 16. No ano 22, recebeu nova condenação por fato anterior à vigência do benefício de 14
anos por homicídio simples. Observa-se:

Homicídio qualificado (hediondo) – 2/3 → 16 anos


Homicídio simples (não hediondo, mas reincidente, por exemplo) – 1/2 → 7 anos

Para receber livramento correspondente às duas penas, necessitaria de 23 anos de pena


cumprida. Como fato é anterior, computa período de prova, 22 anos. Cumpre mais 1 ano de
pena e recebe o novo livramento, cujo período de prova seria prolongado até o ano 38. Só
que, observando o limite das penas, prolonga-se o período de prova até o ano 30.

Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o
tempo em que esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em relação
à mesma pena, novo livramento.

É a hipótese mais gravosa ao liberado, uma vez que demonstrou não estar preparado para o
retorno antecipado ao convívio social. Ocorrendo a revogação, o período de prova cumprido
não será computado como pena cumprida, devendo o condenado cumprir o restante da pena,
sem direito ao benefício para a mesma pena. Todavia, em relação à nova condenação, poderá
o condenado receber o benefício, logicamente, se presentes os demais requisitos.
De forma simplificada, pense em voltar e cumprir a primeira pena toda e depois a segunda
condenação como nova execução, porque não haverá novo livramento em relação à primeira,
somente em relação à segunda.
Atenção: Se, neste caso, a primeira condenação fosse crime hediondo e a segunda também,
seria reincidente específico, não podendo receber novo livramento para a primeira (porque
revogado) e nem para a segunda (reincidente específico).

Em termos simples, verificam-se os efeitos da revogação do livramento assim:


– Cômputo do período de prova ou não em favor do condenado;
– Novo livramento ou não para o condenado;

Extinção

Art. 89. O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em
julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime
cometido na vigência do livramento.

Esse artigo é impropriamente chamado de prorrogação. Supondo que não saia a sentença do
fato 2, é preciso esperá-la para saber se benefício teria sido revogado ou não. Se condenado,
cai na pior hipótese do art. 86, revoga livramento e não conta período de prova. Mas o que
fazer durante o tempo do “término” do período de prova até o ano da condenação?
“Prorroga” o período de prova, mas não as condições. Não é prorrogação porque não teria
praticado uma infração nesse período. Simplesmente o juiz não pode declarar extinta a pena.

Art. 90. Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se


extinta a pena privativa de liberdade.

O dever de fiscalizar o LC é do juízo da execução penal e do MP. É muito frequente chegar no


ano do término do período de prova e o indivíduo pedir a extinção do LC e como houve um
relaxamento da fiscalização, descobre-se que houve uma infração. Se estado não fiscalizou e
passou desse ano, não pode retroagir para prejudicar o réu, a não ser que tenha descoberto
antes e estava esperando julgamento.

Há discussões se o que revoga é o prazo decorrido ou a sentença, mas prevalece


entendimento de que sentença é declaratória e o que extingue é o término do LC sem
revogação ou fiscalização capaz de prorrogá-lo, por exemplo.

Outras questões importantes


De acordo com art. 64, inciso I, CP, para efeitos de reincidência, é computado o período de
prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação.
Ex: supondo um indivíduo que cumpriu 6 anos de período de prova, quando seu livramento for
declarado extinto, ele já será tecnicamente primário, com efeitos retroativos.

No livramento, ao contrário dos sursis, não há suspensão da execução. Na vigência do


benefício, continua o cumprimento da pena em liberdade, cumprindo as condições
determinados pelo juiz, que variam de caso a caso. Se no período de prova não volta a
delinquir, no ano que terminaria a pena o juiz irá declará-la extinta. Esse período de prova
cumprido, sem revogação, poderá ser contado nos cinco anos do cálculo da reincidência. Isso
se dá porque se entende que durante o período de prova o sujeito já foi provando que merecia
a benesse.

Cabe ainda ressaltar que a Lei 13.964/19 modificou o artigo 112, inciso VI, alínea a, e
inciso VIII, da Lei de Execução Penal, passou a vedar o livramento condicional para os
condenados por crime hediondo ou equiparado, com resultado morte. E artigo 2º, § 9º, da
Lei 12.850/2013, passou a vedar o livramento condicional para o condenado que integra
organização criminosa ou por crime praticado por meio de organização criminosa, se houver
elementos probatórios que indiquem a manutenção do vínculo associativo.

O STF em ocasiões anteriores já se manifestou acerca da inconstitucionalidade em


prever vedações genéricas/em abstrato ao exercício de um direito subjetivo do apenado
devido a hediondez do crime, pois acaba por ferir o princípio da individualização da pena. Tal
entendimento que motivou o STF editar a Súmula Vinculante 26 e declarou a
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072 (Lei de Crimes de Hediondos) que vedava a
possibilidade de progressão de regime para os crimes hediondos e ao que parece em breve a
Suprema Corte terá que novamente se manifestar acerca do tema, mas agora no que refere o
livramento condicional.

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