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AULA1
PROGRESSÃO
Críticas:
- Inviabilidade de integração em razão do silencio;
- desumano;
- resistência dos sindicatos e corporações de ofício que não aceitavam a concorrência desleal.
- Se a base de cálculo, ou seja, apena fixada, foi reformada pelo Estado (apelação, HC, Revisão
Criminal)– que assim admite seu erro – e, pela pena corrigida, p sentenciado já teria direito a
duas progressões. A progressão por alto serviria para compensar a demora no julgamento da
primeira progressão, uma vez que causada pelo erro do Estado ao fixar a pena original.
Nos dois casos arrolados é absolutamente justificável a progressão por salto para compensar
os erros do aparelho persecutório do Estado.
A justificativa legal para a súmula estava na redação (já revogada) do art. 112 da LEP: a pena
privativa de liberdade será executada de forma progressiva, com a transferência para regime
menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando preso tiver cumprido ao menos um sexto
da pena no regime anterior (...). No entanto, a nova redação do art. 112 da LEP não exige o
cumprimento de parcela da pena no regime (imediatamente) anterior: A pena privativa de
liberdade será executada de forma progressiva com a transferência para regime menos
rigoroso, a ser determinado pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos...
Requisitos da progressão
No entanto, a nova lei aponta o “reincidente em crime hediondo”, permitindo concluir que
apenas para o reincidente “especifico” em crime hediondo e é considerado reincidente em
razão da condenação anterior por crime hediondo, seria exigido o marco de
%. Se a condenação anterior, que gera a reincidência, foi por crime comum, bastaria o
cumprimento de 40% da pena,
a) O legislador não quis amenizar o cumprimento da pena, mas sim trazer marcos mais
rigorosos.
b) A lei não exigiu, no inciso VII, reincidência específica em crime hediondo, pois quando exige
o legislador se vale da expressão “reincidência específica”, como no art. 83,V do CP.
2ª Posição:
Apenas para o reincidente especifico em crime hediondo pode ser exigido o cumprimento de
60% da pena, pois apenas ele é “reincidente em crime hediondo”.
Argumentos:
a) Não importa a vontade do legislador, que, aliás, só pode ser conhecida pela letra da lei.
b) Não é verdade que o legislador brasileiro empregue a expressão “reincidência especifica”
sempre que exige identidade entre o crime anterior e o crime posterior. São vários os casos
em que tal identidade é exigida, mas não há o emprego da expressão “reincidência
específica” que, aliás, não tem sentido preciso na doutrina brasileira. A expressão
“reincidente em” é usada no art. 44 §3º do CP, no 77 do CP, no 83, II do CP, no art. 296 do
CTB...
c) Deve prevalecer o sentido literal do dispositivo quando limita o poder do Estado, como
manda o princípio da legalidade.
** O mesmo entendimento deve ser aplicado nos incisos II e IV. Assim, só se pode exigir 30%
da pena do condenado reincidente específico em crime com violência ou grave ameaça. Da
mesma forma, apenas o reincidente específico em crime sem violência ou grave ameaça.
1- Súmula 715 do STF pacificou que os benefícios da execução penal serão calculados com
base na pena total aplicada, e não na unificação em 30 ou 40 anos.
2- Nos termos do art. 112 § 6º da LEP, a pratica de falta grave interrompe a contagem do
prazo para progressão. No mesmo sentido a Súmula 534 do STJ. Em outras palavras,
praticada a falta grave, será desprezado o empo de pena já cumprido (para a contagem da
progressão), e reiniciada a contagem a partir da falta com base na pena que resta a
cumprir.
3- A segunda progressão será calculada com base na pena que resta a cumprir. Fundamento:
“pena cumprida é pena extinta”.
Súmula 439 STJ: o exame criminológico não está proibido, mas só será admitido em decisão
judicial que justifique sua necessidade nas peculiaridades do caso concreto.
Nos termos do art. 112 § 7º, após a pratica de falta grave, o bom comportamento deverá ser
reconhecido:
- após um ano da pratica de falta
- ou antes, se já cumprido o requisito temporal para a progressão após a prática de falta, que
interrompe a contagem.
Observações:
Problema prático:
Obs: A condenação por associação ao tráfico não impede a progressão do art. 112 § 3º da LEP. Apenas a
condenação por organização criminosa. Não se admite analogia incriminadora.
Observações finais
1- Nos termos do art. 33 § 4º do CP, nos crimes contra a administração pública, a progressão fica
condicionada à reparação do dano, com acréscimos legais.
2- Prevalece que a incapacidade econômica não justifica a possibilidade de progressão sem reparar o
dano.
3- Nos crimes praticados em concurso de pessoas, o STF já entendeu que a obrigação de reparar o dano é
solidário, ou seja, cada envolvido tem o dever de reparar o dano, e enquanto o dano não for reparado
nenhum dos condenados terá progressão.
4- O STF já entendeu que o inadimplemento da multa pelo réu solvente é um atentado contra a corte, e
demonstra audiência de mérito para a progressão.
REGRESSÃO
É admitida a regressão por salto. No entanto, apesar de admitida a regressão por salto, não é
regra, mas sim a exceção. Se possível a regressão do regime aberto para o semiaberto, deve
ser preferida, e a opção pela regressão direta (por salto) do regime aberto para o fechado é
excepcional, e depende de fundamentação suficiente.
Hipóteses de Regressão
Art. 118 – A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeito à forma regressiva, com a
transferência dos regimes mais rigorosos, quando condenado:
Evidente a falta de técnica do legislador que incide em grave redundância, uma vez que a
prática de crime doloso é falta grave (art. 52 da LEP).
Obs: A Súmula 526 do STJ não dispensa qualquer tipo de apuração. Dispensa transito em
julgado de condenação por crime doloso, permitindo, assim, que a prática de crime doloso
– que constitui fata grave – seja apurada por outros meios, ou seja, por procedimento
administrativo (como qualquer outra falta). Sem apuração administrativa e sem
condenação definitiva em processo penal, não há apuração suficiente da prática de falta
pela prática de crime doloso, e não pode ser admitida a regressão.
É consolidado entendimento do STJ que a notícia sobre a prática de falta grave ou prática de
crime doloso (que é, também, falta grave) permite que o juiz suspensa o regime atual, ou seja,
determine regressão cautelar, enquanto perdura a apuração da falta.
Dica: atentar sobre a atualidade a informação que justificou a regressão cautelar, bem como
sua pertinência.
II- Sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena
em execução, torne incabível o regime (art. 111 da LEP)
Importante perceber que o art. 118, II da LEP classifica como regressão a unificação das penas
se uma das penas tem seu regime prejudicado.
Merece especial atenção a ressalva da legislação que só admite regressão pelo inciso II no caso
de condenação por crime praticado antes do início do cumprimento da pena. É que se o
crime foi praticado durante o cumprimento da pena, já aconteceu regressão nos termos do
art. 118, I da LEP, e admitir nova regressão pelo mesmo fato, bis in idem violador de direitos
humanos.
Pela letra da lei, a chegada de nova condenação por crime praticado durante o cumprimento
da pena não legitima a regressão na pena que está sendo cumprida. Infelizmente, na prática, é
comum que os julgadores ignores a ressalva legal, impondo nova (dupla) regressão pelo
mesmo fato.
§ 1º O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos
incisos superiores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa
cumulativamente imposta.
Para o condenado em regime abeto, além das hipóteses de regressão dos incisos I e II, temos
ainda:
Crítica: para parte da doutrina, a previsão é inconstitucional, pois é prisão por dívida.
§2º - Nas hipóteses do inc. I e do §1º, deverá ser ouvido previamente o condenado.
A oitiva só é necessária no caso de regressão por prática de crime doloso, falta grave,
descumprimento das condições do regime aberto e inadimplemento da multa pelo réu
solvente. Nesses casos, deve ser permitida necessariamente a autodefesa, para que réu tenha
possibilidade de convencer o magistrado sobre a inadequação da regressão.
No caso de regressão pelo art. 118, II, como o tema é a chegada de condenação por outro
crime, e a decisão condenatória não poderia ser desfeita ou ignorada pelo juízo da execução, a
oitiva é desnecessária.
Trabalho do Preso
Remuneração pelo trabalho: Nos termos do art. 29 da LEP, o trabalho deve ser remunerado, e
o valor não pode ser inferior a ¾ do salário mínimo.
Nos termos do art. 29 § 2º da LEP, o produto a remuneração pelo trabalho deverá atender:
Nos termos do art. 36 da LEP, o trabalho externo para o condenado em regime fechado exigirá
escolta. Nesse caso, devem ser tomadas toas as cautelas para evitar a fuga e a indisciplina. O
limite máximo de presos será de 10% do total de empregados da obra. A prestação de trabalho
para entidade privada depende do consentimento do preso.
Apesar da dicção legal, é hoje pacifica a orientação pela possibilidade de trabalho externo, do
condenado em regime semiaberto, esmo sem o cumprimento de 1/6 da pena. Basta a prova
de aptidão, disciplina e responsabilidade. A justificativa é que diante da ausência de estrutura
do aparato prisional para oferecer trabalho ao condenado, seria pouco razoável a exigência do
requisito temporal.
REMIÇÃO
A remição será contada para todos os fins (progressão, LC, Unificação das penas).
Ainda que facultativo o trabalho – e o estudo – durante a prisão cautelar, a atividade deverá
ser contada para a remição.
Se praticada a falta grave, o juiz poderá determinar a perca de até 1/3 dos dias remidos. É
consolidado o entendimento dos tribunais superiores que o marco de 1/3 é o máximo, e para
aplica-lo o juiz deverá fundamentar e explicar a razão pela qual a perda deve ser aplicada no
máximo (HC 130715 STF). É consolidado entendimento do STJ que apenas uma falta
especialmente grave pode resultar na perda do limite máximo de 1/3 dos dias remidos (HC
550207 e HC 487886).
Consolidado também entendimento do STJ que o critério para determinar o número de dias
remidos perdidos será encontrado no art. 57 da LEP: na aplicação dos castigos, serão
considerados: natureza de falta, os motivos, as circunstâncias e consequências do fato, a
pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.
A falta grave pode impor a perda de dias remidos em razão de dias de trabalho e estudo já
efetivados, mas ainda não declarados.
A remição será declarada pelo juiz das execuções, após manifestação do MP e da defesa.
Será deferida a remição pelo trabalho na razão de 1 dias de remição a cada 3 dias de trabalho.
Só é possível a remição pelo trabalho para o condenado que cumpre pena em regime fechado
ou semiaberto.
A Súmula 562 do STJ consolidou que é possível a remição pelo trabalho extramuros, desde que
o condenado cumpra pena em regime fechado ou semiaberto.
Prêmio pela conclusão do ciclo: nos termos do art. 126 § 5º da LEP o empo remido pelo estudo
será acrescido em 1/3 se concluído o ensino fundamental, médio ou superior.
A aprovação no ensino fundamental permite o deferimento de 177 dias (1600 horas de estudo
+ 1/3)
A aprovação no ensino médio permite o deferimento de 133 dis de remição (1200 horas + 1/3)
Sobre remição pela leitura e práticas educativas não escolares – Res. 391 do CNJ.
É sim possível cumular remição pelo trabalho e pelo estudo, desde que as horas de trabalho e
estudo sejam compatíveis, nos moldes do artigo 126, § 3° da LEP1 .
O STF já entendeu que é possível cumular, no mesmo dia, jornada de trabalho e estudo, como
manda o art. 126 §3º da LEP – RHC 187940