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Processo nº____________________
MEMORIAIS DE DEFESA
1 -Dos Fatos
Luiz, réu primário, que apenas responde a outro processo pelo crime
de estelionato, foi denunciado e regularmente processado perante a 11ª Vara
Criminal de Maceió, como incurso nas penas do artigo 171, §2º, VI, do CP,
porque pagou a compra que fizeram em uma grande loja de departamentos com
cheque no valor de R$ 36,00 (Trinta e Seis Reais), devolvido pelo banco saca
do, por falta de suficiente de fundos.
Regularmente citado, ofereceu resposta à acusação, juntando prova
de que pagará a dívida no curso do inquérito policial, não tendo, nessa ocasião,
aceito a proposta de suspensão condicional do processo.
O Magistrado, entretanto, julgou prematura a absolvição sumária do
réu, designando data para a audiência. Durante a audiência a defesa requereu
a conversão dos debates orais em memorais escritos, que foi deferido com
anuência do Promotor de Justiça.
Sendo assim, o Ministério Público pediu a condenação de Luiz em
memoriais, o que não deve progredir, conforme estará demostrado a seguir
2- DO DIREITO
2.1- Da atipicidade material
Diante dos fatos narrados é incontestável que Luiz não deve ser
condenado pelo crime de estelionato em razão da atipicidade material no que
tange à Relevância do fato trazida pelo valor de apenas R$3 6,00.
Deve ser aplicado aqui o princípio da Insignificância, o qual
recomenda que o direito penal
I- Vamos ver o artigo 386, inciso III, do Código Processo Pena l:
“O juiz absolverá o Réu, mencionando a causa na parte
dispositiva, desde que reconheça: III- Não constituir fato a
infração penal”
II- É certo de que a tipicidade é requisito essencial para a constituição
de um crime. A tipicidade possui elementos formais e materiais. No que tange
aos elementos materiais, para que a conduta seja considerada criminosa é
necessária haver relevância, o que não aconteceu, visto que a conduta é
insignificante.
III -No caso, portanto, deve ser aplicado o princípio da insignificância,
tendo em vista que o objeto do crime foi uma mera compra no valor de 36 reais,
o que não tem relevância alguma para uma grande empresa de departamentos.
2.2- Aplicação para apena mínima, ausência de circunstância
desfavorável;
I-Vejamos o artigo 59 Código Penal c /c sumula 444 S TJ
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos
antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente,
aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime,
bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá,
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime.
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites
previstos
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de
liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada,
por outra espécie de pena, se cabível.
III - Note-se que a redação da alínea" c" pode dar a entender que a
definição do regime inicial semiaberto e aberto se trata de uma faculdade do
julgador, porquanto o regime carcerário" pode" ser fixado. Contudo, para exercer
tal discricionariedade, o julgador deve ponderar a incidência das circunstâncias
judiciais no caso concreto, que estão arroladas no artigo 59 do Código Penal.
2.5-Sursis Penal
I-Vejamos o artigo 77 do código P enal;
3- DO PEDIDO
6- Que seja reconhecida a atenuante de confissão nos termos do art. 65, III,
alínea d do CP.
7- Caso o pedido anterior não seja acolhido, requer que, devido ausência de
justa causa, que seja absorvido nos termos art. 386, VII do CPP.
Neste termo.
Pede deferimento.
Advogado/OAB