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Viana, que optou por realizar acordo de colaboração premiada, e que, em sua oitiva, ele diga
que sabia da existência do envolvimento de um policial federal no esquema, tendo inclusive
ordenado a entrega de cinquenta mil dólares a este policial, mas que não sabia seu nome, nem
sequer teve contato pessoalmente com ele. Poderia o juiz, em seu convencimento, ponderar a
existência do mesmo valor apontado por Eugênio na casa de Antônio, ainda que como prova
subsidiária? Disserte sobre o assunto. (2,0 PONTOS)
Não, o juiz não poderia ponderar sobre o valor da prova, isso ocorre pois compete a violação do art.
243 CPP, onde discorre sobre a possibilidade de mandato judicial, essa prova será constituída como
prova ilícita, em detrimento do fato que o mandato judicial era apenas para o endereço do
apartamento de Antônio que foi especificado na ordem. Deste modo, vimos que no art. 243, I,
determina que na ordem de busca e apreensão deve conter especificamente o endereço elementar da
busca juntamente com o nome do proprietário e morador do imóvel, e no caso mostrado, conclui-se
que foram os policiais que observaram que outro apartamento no mesmo prédio, apartamento esse
que não constava na ordem, era propriedade de Antônio.
Tendo em vista a ementa destacada do julgado, explique a diferença entre prisão provisória,
prisão temporária, prisão em flagrante e prisão preventiva, correlacionando estes institutos
processuais com o princípio constitucional da presunção de inocência ou não culpabilidade.
(2,0 PONTOS)
A prisão temporária é determinada pela lei especifica 7.960/89, onde a trata como uma medida
restritiva de liberdade, justificada pela possibilidade de investigação de crimes graves durante o
inquérito policial. Nesse caso, o juiz tem a faculdade de no curso do inquérito, declarar a prisão e
assim que for instaurado o processo criminal, a prisão pode ser convertida em prisão preventiva.
A prisão preventiva está abarcada no art. 301 do CPP, o qual dispõe que em todo curso do processo
penal caberá prisão preventiva desde que seja preenchido todos os requisitos para tal, como:
Se o juiz, no prazo de 24H após a prisão em flagrante, converter a prisão em flagrante em preventiva.
Quando o autor não foi preso em flagrante, contudo, as circunstancias fáticas mostrarem a
necessidade de que haja prisão preventiva.
A diferença entre prisão preventiva e prisão temporária é que a prisão temporária se dá no curso do
inquérito policial, enquanto a preventiva ocorre no curso do processo.
O prazo é de até quatro meses a um ano e seis meses.
No que tese a prisão em flagrante, ela ocorre no ato do crime, ou pouco tempo após o crime, tendo o
prazo de 24h para ocorrer e sem que haja a necessidade de ordem judicial, como no caso da prisão
preventiva e da prisão temporária.
6) O art. 2º da Lei 8.072/90, diz que os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de anistia, graça, indulto e
fiança. Nesse caso, já que não é possível a aplicação de fiança para o acusado de crime
hediondo, poderia o juiz decretar sua liberdade provisória? Responda explicando o
posicionamento das Cortes Superiores acerca do tema. (2,0 PONTOS)
Por se tratar de uma medida cautelar de caráter pessoal, para a decretação de liberdade provisória é
necessário se ater aos princípios fumus boni iuris e do periculum in mora, dessa forma, a liberdade
provisória pode ser concedida sem necessária aplicação de fiança, apenas deve-se respeitar os
princípios requisitados. Ao passar do tempo, desde a concessão da lei 8.072/90, acerca dos crimes
hediondos, houve a inadmissibilidade na vedação de liberdade provisória para crimes hediondos e
equiparados, visto que foi entendido a inconstitucionalidade a vedação absoluta de qualquer garantia
fundamental, no que tese, a liberdade.
Dito isso, entende-se que o principal debate nesse caso, é sobre a diferenciação entre crimes
hediondos e crimes comuns no momento da aplicação da liberdade provisória. Pois se for haver a
comparação, os crimes comuns recebem um ônus maior ao ser resguardado o direito à liberdade,
quanto que para crimes hediondos não há nenhum ônus, visto que para esses crimes não é cabível a
aplicação de fiança.