As organizações privadas como importância que cada cidadão assuma
espaço sócio – ocupacional do serviço essa tarefa de participar de gestão
social pública e de exercer o controle social do gasto do dinheiro público, o que garante 1 Introdução a legitimidade do processo. Para Nesta aula, serão abordados conteúdos viabilizar o controle social do Sistema sobre a Assistência Social e o exercício Único de Assistência Social (Suas) profissional nesta área: demandas, foram criados espaços institucionais, competências e perfil profissional. Para compostos igualitariamente por iniciar a reflexão, vamos conhecer a representantes do poder público e da discussão em torno do conceito de sociedade civil. Trata-se dos Conselhos “controle social”. As informações foram Gestores e das Conferências. Instituído fundamentadas no site oficial do pela Lei Orgânica da Assistência Social governo federal (LOAS), o Conselho Nacional de (//www.mds.gov.br/assistenciasocial/co Assistência Social (CNAS) é órgão ntrolesocial) A assistência social superior que está à frente desse brasileira tem como principais processo. Ele tem caráter permanente e características o controle das ações composição paritária: metade dos desenvolvidas. Destacado na membros são representantes do poder Constituição Federal de 1988, na Lei público, e metade são representantes da Orgânica da Assistência Social (Loas), sociedade civil - eleita em foro próprio na Política Nacional de Assistência e composta de modo a preservar as Social (PNAS) e na Norma Operacional representações dos usuários, dos Básica do Sistema Único de Assistência trabalhadores e das entidades e Social (NQB/Suas), o exercício do organizações da assistência social. Suas controle social implica o planejamento, principais competências são: aprovar a acompanhamento, avaliação e política pública de assistência social, fiscalização da oferta dos programas, normatizar e regular a prestação de serviços e benefícios socioassistenciais. serviços de natureza pública e privada, A viabilização da participação dos zelar pela efetivação do Suas, apreciar e cidadãos na gestão pública compreende: aprovar propostas orçamentárias, entre a intervenção na tomada da decisão outras. administrativa, orientando a 2 Conselhos, leis, políticas e sistemas Administração para que adote medidas de assistência social que realmente atendam ao interesse A partir do modelo de governança público e, ao mesmo tempo, podem apresentado na introdução, o Distrito exercer controle sobre a ação do Estado, Federal, os estados e os municípios exigindo que o gestor público preste instituem seus próprios conselhos, leis, contas de sua atuação. Dentre os vários políticas e sistemas de assistência artigos voltados para esta questão social. Com isso, é possível articular o podemos destacar o Art. 1. A República controle social completo e integrado Federativa do Brasil, formada pela sobre a gestão da assistência social união indissolúvel dos Estados e brasileira, em seu modelo Municípios e do Distrito Federal, descentralizado e participativo constitui-se em Estado Democrático de consolidado no Suas. Direito e tem como fundamentos: a Entre outras competências, os conselhos soberania; a cidadania; a dignidade da de assistência social têm a função de pessoa humana; os valores sociais do convocar as conferências de assistência trabalho, da livre iniciativa e o social. O CNAS convoca a Conferência pluralismo político. É de fundamental Nacional de Assistência Social ordinariamente, de quatro em quatro auxílio mensal. É preciso que o anos, ou extraordinariamente. Ela tem o interessado não esteja respondendo a objetivo de avaliar a situação da inquérito policial ou envolvido em assistência social no Brasil e propor processo judicial, não tenha problemas diretrizes para o aperfeiçoamento do psiquiátricos, alcoolismo ou vício em sistema. drogas ilícitas e ter residência fixa no 3 Família Acolhedora município do Rio. Os acolhedores O Programa Família Acolhedora tem passam por capacitação de dois meses como objetivo o desenvolvimento de em aulas semanais. um trabalho em situações adversas que O documento intitulado Subsídios para impedem que a criança ou adolescente elaboração do Plano Nacional de tenham uma convivência saudável com Promoção, Defesa e Garantia do as suas famílias. Direito de Crianças e Adolescentes à A operacionalização deste programa Convivência Familiar e Comunitária, consiste em cadastrar e capacitar afirma que: famílias da comunidade para receber em "... crianças e adolescentes têm o direito suas casas, por um período determinado a uma família, cujos vínculos devem ser crianças, adolescentes ou grupos de protegidos pela sociedade e pelo irmãos em situação de risco pessoal e Estado”. O documento avança social, dando-lhes acolhida, amparo, indicando que, nos casos em que os aceitação, amor e a possibilidade de vínculos familiares se enfraquecem ou convivência familiar e comunitária. são ameaçados, "... as estratégias de atendimento deverão favorecer a elaboração de novas formas de interação, referências morais e afetivas no grupo familiar.” Se, em decorrência de algum risco, a criança e/ou adolescente precisa ser afastado de sua família de origem, deve ser encaminhada a um programa de acolhimento, onde serão trabalhadas todas as possibilidades para que seu retorno ao convívio familiar seja possível. O acolhimento familiar foi uma estratégia adotada para garantir que a criança e/ou adolescente permanecesse no seio de sua comunidade e permitir o reatamento e fortalecimento dos O programa se destina a atender vínculos com sua família de origem. Tal crianças e adolescentes em situação de programa tem como referência legal o risco pessoal e social que sejam vítimas artigo 90 do ECA, que apresenta o de algum tipo de violência doméstica programa de proteção em regime de e/ou que estejam em situação de colocação familiar, que implicaria na abandono necessitando de acolhimento colocação temporária de uma criança ou familiar. O acolhimento é feito por um adolescente em outra família, até que período de tempo determinado até que seja superada a situação de violação de possa ser reintegrado à sua família de direitos que gerou o afastamento da origem. Cada família que acolher uma família de origem. criança/adolescente recebe uma bolsa 4 Serviço de Proteção Social Especial e órgãos de defesa de direitos, quando para Pessoas com Deficiência, Idosas for o caso. e suas Famílias Com a implantação do Serviço de O Serviço de Proteção Social Especial Proteção Social Especial para pessoas para pessoas com deficiência, pessoas com deficiência, pessoas idosas e suas idosas e suas famílias integra os famílias, os gestores devem realizar o serviços propostos na Proteção Social monitoramento e acompanhamento das Especial de Média Complexidade, de ações, de forma a preservar os objetivos acordo com as normas estabelecidas de atingir o impacto social esperado, pelo Sistema Único de Assistência determinado através da Tipificação Social (Suas). Este pode ser ofertado em Nacional de Serviços Socioassistenciais. centros-dia, no Centro de Referência A atenção ofertada no Serviço deve Especializado de Assistência Social contribuir para acesso aos direitos (Creas) ou unidade a ele referenciada. socioassistenciais; redução e prevenção Também é possível realizar o de situações de isolamento social e de atendimento no domicílio do usuário, abrigamento institucional; diminuição ofertando atendimento especializado a da sobrecarga dos cuidadores advinda famílias com pessoas com deficiência e da prestação continuada de cuidados a idosos com algum grau de dependência, pessoas com dependência; que tiveram suas limitações agravadas fortalecimento da convivência familiar e por violações de direitos. comunitária; melhoria da qualidade de vida familiar; redução dos agravos decorrentes de situações violadoras de direitos; proteção social e cuidados individuais e familiares voltados ao desenvolvimento de autonomias. 5 Atenção às pessoas portadoras de deficiências A Política Nacional de Assistência Social, no exercício de suas funções de inserção, prevenção, promoção e O serviço tem a finalidade de proteção, assegura às pessoas potencializar a autonomia, a portadoras de deficiência, independência e a inclusão social da vulnerabilizadas pela situação de pessoa com deficiência e pessoa idosa, pobreza na perspectiva dos seus com vistas à melhoria de sua qualidade direitos, a prevenção de deficiências, de vida. Para tanto, deve contar com habilitação e reabilitação, equiparação equipe específica e habilitada para a de oportunidades e proteção social. prestação dos serviços especializados a O programa tem como objetivo pessoas em situação de dependência que assegurar a proteção, a promoção e a necessitem de cuidados permanentes ou inclusão social das pessoas portadoras temporários. A ação da equipe deverá de deficiência vulnerabilizadas pela estar pautada no reconhecimento do situação de pobreza, com a centralidade potencial da família e do cuidador, das ações na família, além de elaborar, apoiando estes no exercício da função. coordenar, acompanhar e apoiar, técnica As ações devem possibilitar ainda a e financeiramente, as ações de Atenção ampliação das redes sociais de apoio e o à Pessoa Portadora de Deficiência. Atua acesso a benefícios, programas de dentro do princípio de descentralização transferência de renda, serviços sócio para estados e municípios, conforme o assistenciais, políticas públicas setoriais tipo de gestão e co-financiamento, valorizando a participação do controle Os municípios em gestão inicial e social exercido pelos Conselhos, Fóruns básica que implantarem o CREAS de Assistência Social, Conferências e deverão ofertar o serviço de organizações da sociedade civil. enfrentamento ao abuso e exploração Tem como meta atender pessoas sexual de crianças e adolescentes portadoras de deficiência com renda (detalhado no item 5.1), podendo, no mensal familiar per capita de até ½ entanto, de acordo com sua capacidade salário mínimo e/ou aquelas que se e por meios próprios, ampliar o encontram em condição de privação atendimento para as demais situações de econômica ou risco pessoal e social, risco e violação de direitos de crianças e com prioridade para as pessoas com adolescentes. renda familiar per capita de até 1/4 do O CREAS implantado em municípios salário mínimo. em gestão plena deverá ampliar o 6 Programa de Saúde do Adolescente atendimento voltado às situações de A adolescência é uma etapa do abuso, exploração e violência sexual de desenvolvimento do ser humano situada crianças e adolescentes para ações mais entre a infância e a vida adulta, e gerais de enfrentamento das situações marcada por profundas transformações de violação de direitos relativos ao nível biopsicossociais. Essas transformações de proteção social especial de média modificam o relacionamento do complexidade, de acordo com a indivíduo consigo mesmo, com a incidência das situações de violações de família e o mundo, proporcionando a direitos, devendo disponibilizar todos os formação da identidade e a busca da serviços especificados no item 5, que autonomia. serão co-financiados pelo Governo Como cidadãos, os adolescentes têm Federal. direito a saúde e é dever do Estado garantir este acesso, dentro dos preceitos do SUS, e o Estatuto da Criança e do Adolescente determina a prioridade de atendimento a esse grupo, bem como na formulação e execução das políticas sociais públicas. As características desse grupo, bem como sua vulnerabilidade às questões econômicas e sociais e a importância desse período na formação de hábitos, determinam a necessidade de uma atenção mais específica. 7 CREAS O CREAS poderá ser implantado com abrangência local ou regional, de acordo com o porte, nível de gestão e demanda dos municípios, além do grau de incidência e complexidade das situações de risco e violação de direito. O CREAS de abrangência local poderá ser implantado em municípios habilitados em gestão inicial, básica e plena.