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Psicologia como ciência

Ética em Pesquisa
Prof. Me. Vander Pereira da Silva
O que é moral?¿?
Moral
A moral é um conjunto de regras, costumes e formas de pensar de um grupo social, que

define o que devemos ou não devemos fazer em sociedade → normalmente exposta em

preceitos e expressa como normas de proibição e permissão

Etimologicamente, o termo moral tem origem no latim morales, cujo significado é “relativo

aos costumes”. São as regras definidas pela moral que regulam o modo de agir das pessoas

Toda vez que se fala em moral, é preciso pensar em coletividade


(https://www.significados.com.br/moral/)
Ética ?¿?
Ética
Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra ética é derivada do grego, e
significa modo de ser
https://www.significados.com.br/etica/

Designação atribuída ao ramo da filosofia que analisa os motivos ou fundamentos que provocam, modificam ou
conduzem a forma de agir do ser humano, normalmente levando em consideração os próprios valores morais
https://www.lexico.pt/etica/

Reflexão da moral, da ação: ação de se refletir, pensar, criticar

Busca pensar criticamente sobre o modo de agir que não prejudique a vida em sociedade e não desrespeite a
individualidade das pessoas
Ética em pesquisa
A história das pesquisas com seres humanos é marcada por situações
consideradas abusivas em relação às pessoas envolvidas nos estudos. Por
exemplo:

→ Edmundo Jenner – 1796 - (médico inglês) = ao estudar uma vacina


contra a varíola, conduziu seus estudos em seus filhos e nas crianças
vizinhas, colocando-os em risco e não se preocupando com sua proteção

(Kipper, 2010)
Ética em pesquisa
A história das pesquisas com seres humanos é marcada por situações
consideradas abusivas em relação às pessoas envolvidas nos estudos. Por
exemplo:

→ Com a evolução da ciência, houve necessidade de pesquisas que tivessem


valor, isto é, que desenvolvessem conhecimento generalizável e, no caso da
saúde, que levassem à melhora da saúde ou que aumentassem o entendimento
da biologia humana. Isso trouxe a necessidade do envolvimento cada vez maior
de participantes na pesquisa, por questões metodológicas
(Kipper, 2010)
Ética em pesquisa
A história das pesquisas com seres humanos é marcada por situações
consideradas abusivas em relação às pessoas envolvidas nos estudos. Por
exemplo:

→ Na Alemanha nazista foram cometidos os maiores crimes contra a


humanidade e que ultrapassaram todos os limites de crueldade e
irresponsabilidade com seres humanos

(Kipper, 2010)
Ética em pesquisa
A história das pesquisas com seres humanos é marcada por situações
consideradas abusivas em relação às pessoas envolvidas nos estudos. Por
exemplo:

→ Estudo Tuskegee, experimento financiado e conduzido pelo Serviço de


Saúde Pública dos Estados Unidos, que durou cerca de quarenta anos
(iniciado na década de 1930 até o início da década de 1970). Neste estudo,
cerca de 400 negros portadores de sífilis foram deixados sem tratamento
com o objetivo de estudar a evolução natural da doença
(Kipper, 2010)
Documentos propostos para uma maior ética em
pesquisa com seres humanos

(Kipper, 2010)
Documentos propostos para uma maior ética em
pesquisa com seres humanos
→ Tribunal de Nuremberg em 1947, julgamento promovido pelos
Estados Unidos da América

→ Em consequência, foi elaborado o primeiro documento internacional


sobre ética em pesquisa – o Código de Nuremberg (recomendações
sobre os aspectos que deveriam nortear a realização de investigações
com seres humanos)

(Kipper, 2010)
Documentos propostos para uma maior ética em
pesquisa com seres humanos

→ Declaração de Helsinque (1964), inaugurando a análise acadêmica,


posteriormente assumida pela Bioética

→ Simultaneamente a Declaração de Helsinque é publicado um


documento do Conselho Britânico de Pesquisa Médica

(Kipper, 2010)
Documentos propostos para uma maior ética em
pesquisa com seres humanos

Estados Unidos – criaram a Comissão Nacional para a Proteção de Sujeitos


Humanos em Pesquisas Biomédicas e Comportamentais com o objetivo de
definir os princípios éticos norteadores da condução de pesquisas envolvendo
seres humanos. A comissão, que trabalhou de 1974 a 1978, publicou o Relatório
Belmont, considerado um marco para a prática da pesquisa

(Kipper, 2010)
Ética em pesquisa
Para garantir a saúde e o bem-estar de todos os participantes do estudo, existem
diretrizes rigorosas para a pesquisa. Essas diretrizes são compartilhadas por todos os
locais onde as pesquisas são conduzidas, incluindo escolas de ensino médio,
universidades e institutos de pesquisa. Os Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) são os
guardiões das diretrizes

COMITÊS DE ÉTICA EM PESQUISA (CEP): consistem em administradores, consultores


legais, advogados, acadêmicos treinados e membros da comunidade

(Gazzaniga et al., 2018)


Aspectos éticos em pesquisa
Quatro aspectos essenciais são abordados no processo de aprovação do
CEP:

→ privacidade

→ riscos relativos

→ consentimento informado

→ acesso aos dados


(Gazzaniga et al 2018)
Aspectos éticos em pesquisa
→ Privacidade
Dois aspectos principais da privacidade devem ser considerados:

- Confidencialidade = implica que a informação identificadora pessoal sobre os


participantes não pode ser absolutamente compartilhada com outros

- Anonimato = o anonimato supõe que os pesquisadores não coletem informação


identificadora pessoal. Sem essa informação, as respostas jamais serão associadas a
qualquer indivíduo

(Gazzaniga et al 2018)
Aspectos éticos em pesquisa
→ Riscos relativos de participação
Aspecto ético sobre o risco relativo à saúde física ou mental dos participantes. Os
pesquisadores devem ter sempre em mente aquilo que pedem aos sujeitos. Não
podem pedir que as pessoas resistam a intensidades não razoáveis de dor ou
desconforto, seja a partir de estímulos, seja devido à maneira como as medidas de
dados são realizadas.

(Gazzaniga et al 2018)
Aspectos éticos em pesquisa
→ Consentimento informado
A pesquisa envolvendo participantes humanos consiste em uma parceria baseada no respeito mútuo e
na verdade. As pessoas que são voluntárias para uma pesquisa psicológica têm o direito de saber o que
lhes acontecerá ao longo do curso do estudo. Os padrões éticos exigem que as pessoas recebam toda
informação relevante que possa afetar sua disposição de participar do estudo

Pessoas com idade abaixo de 18 anos e aquelas com incapacitações


cognitivas graves ou transtornos de saúde mental não podem, do ponto
de vista legal, fornecer consentimento informado. Se uma pessoa como
essa for participar de um estudo, um responsável legal tem que fornecer
permissão.
(Gazzaniga et al 2018)
Aspectos éticos em pesquisa
→ Acesso aos dados
Seja qual for o método de pesquisa usado, os pesquisadores também devem
considerar quem terá acesso aos dados coletados. A confidencialidade do participante
deve ser sempre mantida com cuidado, para que a informação pessoal não seja ligada
publicamente aos achados do estudo

(Gazzaniga et al 2018)
Aspectos éticos em pesquisa com animais
Duas perguntas importantes sobre os
estudos feitos com animais:
→ A pesquisa ameaça a saúde e o bem-
estar dos animais?
→ E é justo para com os animais estudá-
los com o objetivo de melhorar a
condição humana?

(Gazzaniga et al 2018)
Aspectos éticos em pesquisa com animais

Saúde e bem estar

A pesquisa com animais deve ser sempre conduzida considerando a saúde


e o bem-estar dos animais. Leis federais regulam os cuidados e o uso de
animais em pesquisa, e essas ordens são rigorosamente aplicadas.]

Todas as faculdades, universidades e instituições de pesquisa


que conduzem pesquisa com animais vertebrados devem ter
uma Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA)
(Gazzaniga et al 2018)
Aspectos éticos em pesquisa com animais
Integridade
Esses tratamentos são justos para os
animais usados na pesquisa? Os
cientistas devem equilibrar suas
preocupações com as vidas dos
animais individuais e com o futuro
da humanidade. (Gazzaniga et al 2018)
Experimentação Animal
Russel & Burch (1959) “The Principles of Humane Experimental
Technique”

A primeira contribuição teórica significativa para minimizar os aspectos


éticos negativos da experimentação animal. Propuseram o principio dos três
“R’s”:

→Reduction (redução): reduzir o número de animais usados em experimentos até um número


consistente com a obtenção dos objetivos do estudo
→ Replacement (substituir): substituir os experimentos com animais por outros tipos de estudos, quando
os objetivos científicos puderem ser alcançados sem a sua utilização
→ Refinement (refinamento): refinar o modo de condução dos experimentos científicos para assegurar o
mínimo possível de sofrimento ou estresse para os animais envolvidos na pesquisa

(Rezende et al., 2008)

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