Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. ASPECTOS HISTÓRICOS
Teve origem na França, instituído pelo Juiz Benneville em 1846, com o nome de
“liberação provisória” ou “liberação preparatória”. Ensina Frederico Marques, citando
Roberto Lyra, ser o livramento a última etapa do sistema penitenciário progressivo,
tendo sido idealizado na França e praticado, sobretudo, na Inglaterra, propagando-se
por toda a Europa, em especial na Alemanha e na Suíça. No Direito Brasileiro, iniciou
sua trajetória no Código Penal Republicano de 1890 (arts. 50 a 52), regulamentado
pelos Decretos 16.665, de 6 de novembro de 1924, e 4.577, de 5 de setembro de
1922.
Durante o cumprimento de sua pena, o condenado poderá fazer jus a uma série
de benefícios, podendo-se destacar, dentre eles, o LIVRAMENTO CONDICIONAL.
Como medida de Política Criminal, o livramento condicional permite que o condenado
abrevie a sua reinserção no convívio social, cumprindo parte de sua pena em liberdade,
desde que presentes os requisitos de ordem subjetiva e objetiva, mediante o
cumprimento de determinadas condições.
1
COMPETENTE O JUÍZO DA EXECUÇÃO PENAL, PREENCHIDOS OS SEUS
PRESSUPOSTOS, OUVIDOS O MINISTÉRIO PÚBLICO E CONSELHO
PENITENCIÁRIO (ARTS. 66, III, “e” e 131, LEP). O pedido de livramento
condicional deverá ser dirigido ao Juiz da Execução Penal, que, após ouvido o
Ministério Público e o Conselho Penitenciário, deverá concedê-lo, se presentes os
requisitos do art. 83, incisos e parágrafo único do Código Penal. O § 2º do art. 112
da LEP determina, ainda, que a DECISÃO SERÁ SEMPRE MOTIVADA E PRECEDIDA
DA MANIFESTAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DO DEFENSOR (Lei n. 10.792,
de 01/12/2003).
2
1ª. POSIÇÃO: O LIVRAMENTO CONDICIONAL É FORMA DE EXECUÇÃO DA PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE
São os seguintes:
3
CONDENADO FOR REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO (INCISO II);
MAIS DE DOIS TERÇOS, NOS CASOS DE CONDENAÇÃO POR CRIME
HEDIONDO, PRÁTICA DE TORTURA, TRÁFICO ILÍCITO DE
ENTORPECENTES E DROGAS AFINS, TRÁFICO DE PESSOAS E
TERRORISMO, SE O APENADO NÃO FOR REINCIDENTE ESPECÍFICO
EM CRIMES DESSA NATUREZA (INCISO V) – Modificado pela Lei nº
13.344 de 2016.
4
2- APENADO REINCIDENTE EM CRIME HEDIONDO OU EQUIPARADO COM
RESULTADO MORTE, VEDADO O LIVRAMENTO CONDICIONAL (SETENTA POR
CENTO DA PENA);
a) quem torna a praticar qualquer dos crimes previstos na Lei dos Crimes
Hediondos (ex: latrocínio e tráfico de entorpecentes);
Neste caso, afirma Guilherme Nucci que é mais adequada a primeira posição,
pois todos os delitos da Lei 8.072/90 receberam o mesmo tratamento, de modo que a
sua reiteração é igualmente perniciosa à sociedade. É também a posição de Capez e de
Rogério Sanches Cunha.
5
da Lei 13.964 de dezembro de 2019, o bom comportamento durante a execução voltou
a ser exigido.
6
periculosidade. Deve ser computado para concessão do livramento condicional o tempo
de remição da pena (LEP – art. 128).
REQUISITOS PROCEDIMENTAIS
São as seguintes:
7
São elas:
CONDIÇÕES JUDICIAIS: nada impede que o juiz fixe outras condições a seu
critério, nos termos do art. 85 do CP.
6. DURAÇÃO DO LIVRAMENTO
É possível que o condenado possua penas fracionadas, nenhuma igual ou superior a dois
anos, de modo que lhe seria impossível obter o livramento condicional, conforme
8
disposição do art. 83, caput, do CP. Entretanto, pode-se realizar a soma das penas,
o que é medida salutar de política criminal, para que o sentenciado possa atingir a
liberdade antes do término de sua pena (art. 84, CP).
9
CONSTANTES DA SENTENÇA, OU FOR IRRECORRIVELMENTE
CONDENADO, POR CRIME OU CONTRAVENÇÃO, A PENA QUE NÃO SEJA
PRIVATIVA DE LIBERDADE”.
10
tempo em que esteve solto como tempo de cumprimento de pena, permitindo-se a soma
do tempo restante com a nova pena, para cálculo de novo livramento.
11
DESCUMPRIMENTO DAS CONDIÇÕES IMPOSTAS: Não é descontado o tempo
em que esteve solto e não pode obter novo livramento em relação a essa pena, uma
vez que traiu a confiança do juízo. SUSPENSÃO DO LIVRAMENTO: Na hipótese de
crime cometido durante a vigência do benefício (art. 86, I, CP): praticada pelo
liberado outra infração penal, o juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho
Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional,
cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final (LEP, art. 145). O
STF já se pronunciou no sentido da dispensabilidade da oitiva do Conselho
Penitenciário; “É indispensável que o juiz ouça o Conselho Penitenciário, embora lícito
que mande recolher desde logo o condenado à prisão, quando o imponham as
circunstâncias”. Entende o STJ que há necessidade de defesa do condenado para
suspensão do benefício (RSTJ, 65/122).
REFERÊNCIAS
BÁSICAS
1- CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol. 1. São Paulo. Saraiva, 26ª edição,
2022.
2- JESUS, Damásio E. de. Direito Penal, Parte Geral. Vol. 1 – atualizador: André
Estefam. São Paulo: Saraiva Jur, 37ª Edição, 2020.
3- MASSON, Cleber. Direito Penal; parte geral; esquematizado. Vol. 1, São Paulo,
Método, 16ª edição, 2022.
4- MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. Vol. 1. Atlas, 35ª edição,
2021.
5- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. Forense, 18ª. Edição, Rio
de Janeiro, Gen/Forense. 2022.
6- ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Manual de Direito Penal. São Paulo, Saraiva Jur,
15ª edição, 2021.
8- CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal. Vol. I -Parte Geral. Salvador.
Bahia, Editora Podivm, 11a. edição, 2022.
9- CUNHA, Rogério Sanches. Código Penal para concursos. Salvador. Bahia, Editora
JusPodivm, 15ª edição, 2022.
10- ESTEFAM, André. Direito penal; parte geral. São Paulo, Saraiva Jur, 11ª edição,
2022.
13
11- GRECO, Rogério. Código Penal Comentado. Rio de Janeiro. Editora Atlas, 15ª.
edição, 2021.
12- MASSON, Cleber. Código Penal Comentado. São Paulo, Editora Método, 10ª.
edição, 2022.
14- PRADO, LUIZ REGIS. Curso de Direito Penal Brasileiro – 19ª. Edição – São Paulo
– Editora Forense, Rio de Janeiro, 2021.
14