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LIVRAMENTO CONDICIONAL – 2022-2

1. ASPECTOS HISTÓRICOS

Teve origem na França, instituído pelo Juiz Benneville em 1846, com o nome de
“liberação provisória” ou “liberação preparatória”. Ensina Frederico Marques, citando
Roberto Lyra, ser o livramento a última etapa do sistema penitenciário progressivo,
tendo sido idealizado na França e praticado, sobretudo, na Inglaterra, propagando-se
por toda a Europa, em especial na Alemanha e na Suíça. No Direito Brasileiro, iniciou
sua trajetória no Código Penal Republicano de 1890 (arts. 50 a 52), regulamentado
pelos Decretos 16.665, de 6 de novembro de 1924, e 4.577, de 5 de setembro de
1922.

2. CONCEITO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL

TRATA-SE DE UM INSTITUTO DE POLÍTICA CRIMINAL DESTINADO A


PERMITIR A REDUÇÃO DO TEMPO DE PRISÃO COM A CONCESSÃO ANTECIPADA
E PROVISÓRIA DA LIBERDADE DO CONDENADO, QUANDO É CUMPRIDA PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE, MEDIANTE O PREENCHIMENTO DE DETERMINADOS
REQUISITOS E A ACEITAÇÃO DE CERTAS CONDIÇÕES. Para Rogério Sanches
Cunha, O LIVRAMENTO CONDICIONAL, decorrência do sistema progressivo, consiste
na liberdade antecipada ao reeducando que cumprir alguns pressupostos e condicionado
a algumas exigências durante o tempo restante de pena que deve cumprir.

CAPEZ CONCEITUA O LIVRAMENTO CONDICIONAL COMO SENDO UM


INCIDENTE NA EXECUÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, QUE CONSISTE
EM UMA ANTECIPAÇÃO PROVISÓRIA DA LIBERDADE DO CONDENADO,
SATISFEITOS CERTOS REQUISITOS E MEDIANTE DETERMINADAS CONDIÇÕES.

Durante o cumprimento de sua pena, o condenado poderá fazer jus a uma série
de benefícios, podendo-se destacar, dentre eles, o LIVRAMENTO CONDICIONAL.
Como medida de Política Criminal, o livramento condicional permite que o condenado
abrevie a sua reinserção no convívio social, cumprindo parte de sua pena em liberdade,
desde que presentes os requisitos de ordem subjetiva e objetiva, mediante o
cumprimento de determinadas condições.

O livramento condicional assume, portanto, papel de grande importância na


ressocialização do condenado, fazendo com que tenha esperança de um retorno mais
abreviado à sociedade, evitando a sua prolongada permanência no cárcere.

JUÍZO COMPETENTE PARA A CONCESSÃO DO LIVRAMENTO


CONDICIONAL - O LIVRAMENTO CONDICIONAL SOMENTE PODE SER
CONCEDIDO DEPOIS DE CUMPRIDA PARTE DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE.
NORMALMENTE, JÁ EXISTE TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO,
INCLUSIVE COM CUMPRIMENTO DE PARTE DA PENA, RAZÃO PELA QUAL É

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COMPETENTE O JUÍZO DA EXECUÇÃO PENAL, PREENCHIDOS OS SEUS
PRESSUPOSTOS, OUVIDOS O MINISTÉRIO PÚBLICO E CONSELHO
PENITENCIÁRIO (ARTS. 66, III, “e” e 131, LEP). O pedido de livramento
condicional deverá ser dirigido ao Juiz da Execução Penal, que, após ouvido o
Ministério Público e o Conselho Penitenciário, deverá concedê-lo, se presentes os
requisitos do art. 83, incisos e parágrafo único do Código Penal. O § 2º do art. 112
da LEP determina, ainda, que a DECISÃO SERÁ SEMPRE MOTIVADA E PRECEDIDA
DA MANIFESTAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DO DEFENSOR (Lei n. 10.792,
de 01/12/2003).

Ressalte-se que, o STF tem admitido a concessão do LIVRAMENTO


CONDICIONAL EM SEDE DE EXECUÇÃO PROVISÓRIA, ISTO É, COM O TRÂNSITO
EM JULGADO DA CONDENAÇÃO APENAS PARA A ACUSAÇÃO.

EM VIRTUDE DO CARÁTER ITINERANTE DO PROCESSO DE EXECUÇÃO, É


COMPETENTE O JUÍZO DO LOCAL EM QUE O CONDENADO CUMPRE A PENA,
INDEPENDENTEMENTE DA COMARCA EM QUE FOI PROFERIDA A SENTENÇA
CONDENATÓRIA (CPP, ART. 712).

EGRESSO: é denominação dada pelo art. 26, II, da LEP, ao condenado


beneficiado pelo livramento condicional, durante o período de prova.

DISTINÇÃO COM “SURSIS”: NO LIVRAMENTO CONDICIONAL, O


SENTENCIADO INICIA O CUMPRIMENTO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE,
OBTENDO, POSTERIORMENTE, O DIREITO DE CUMPRIR O RESTANTE EM
LIBERDADE, SOB CERTAS CONDIÇÕES; NO SURSIS, A EXECUÇÃO DA PENA É
SUSPENSA MEDIANTE A IMPOSIÇÃO DE CERTAS CONDIÇÕES, E O CONDENADO
NÃO CHEGA A INICIAR O CUMPRIMENTO DA PENA IMPOSTA. EM OUTRAS
PALAVRAS, O SURSIS SUSPENDE E O LIVRAMENTO PRESSUPÕE A EXECUÇÃO DA
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. ALÉM DISSO, NO LIVRAMENTO O PERÍODO DE
PROVA CORRESPONDE AO RESTANTE DA PENA, ENQUANTO NA SUSPENSÃO
CONDICIONAL ESSE PERÍODO NÃO CORRESPONDE À PENA IMPOSTA.

A EXECUÇÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL ESTÁ DISCIPLINADA NA


LEP (ARTS. 131 E SEGUINTES). Exemplo: Um réu primário é condenado a quatro
anos de reclusão. Após cumprir mais de um terço da pena, desde que preenchidos
outros requisitos, pode ser posto em liberdade durante o tempo que falta para o seu
término. O lapso restante da pena constitui um período de prova, durante o qual deve
mostrar-se socialmente readaptado. Terminado o período de prova sem motivo para
revogação é decretada a extinção da pena que se encontrava com execução
condicionalmente suspensa.

3. NATUREZA JURÍDICA: A doutrina adota duas posições:

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1ª. POSIÇÃO: O LIVRAMENTO CONDICIONAL É FORMA DE EXECUÇÃO DA PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE

PARA DAMÁSIO DE JESUS, TRATA-SE DE FORMA DE EXECUÇÃO DA PENA


PRIVATIVA DE LIBERDADE. PARA CAPEZ, O LIVRAMENTO CONDICIONAL
CONSTITUI INCIDENTE NA EXECUÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE.

2ª. POSIÇÃO: O LIVRAMENTO CONDICIONAL CONSTITUI DIREITO PÚBLICO


SUBJETIVO DO CONDENADO

PARA CELSO DELMANTO, TRATA-SE DE DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO DO


CONDENADO DE TER ANTECIPADA A SUA LIBERDADE PROVISÓRIAMENTE,
DESDE QUE PREENCHIDOS OS REQUISITOS LEGAIS. É também a posição de
Rogério Greco. PARA GUILHERME NUCCI, É MEDIDA PENAL RESTRITIVA DA
LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO, QUE SE CONSTITUI NUM BENEFÍCIO AO
CONDENADO E, PORTANDO, FAZ PARTE DE SEU DIREITO SUBJETIVO,
INTEGRANDO UM ESTÁGIO DO CUMPRIMENTO DA PENA. NÃO SE TRATA DE UM
INCIDENTE DA EXECUÇÃO DA PENA, PORQUE A PRÓPRIA LEI DE EXECUÇÃO
PENAL NÃO O CONSIDEROU COMO TAL.

4. REQUISITOS PARA A CONCESSÃO – art. 83 do CP

4.1 – REQUISITOS OBJETIVOS – caput e incisos I, II, IV e V do art. 83


do CP.

São os seguintes:

a) CAPUT DO ART. 83: QUALIDADE DA PENA - DEVE SER PENA


PRIVATIVA DE LIBERDADE;

b) CAPUT DO ART. 83: QUANTIDADE DA PENA- A PENA PRIVATIVA DE


LIBERDADE DEVE SER IGUAL OU SUPERIOR A DOIS ANOS;

c) ART. 83, CAPUT, IV - REPARAÇÃO DO DANO (SALVO


IMPOSSIBILIDADE DE FAZÊ-LO) - Assim, dispensa-se na hipótese de
detento pobre, em estado de insolvência. Não se presta ao preenchimento
deste requisito a simples apresentação de certidão negativa de ação
indenizatória, a denotar inexistência de ação indenizatória proposta pela
vítima ou outrem para reparação do dano. Isto porque a iniciativa de
reparação do dano é do sentenciado, a ele cabe a satisfação do débito,
não sendo suprida com a apresentação de certidão negativa;

d) ART. 83, CAPUT, I, II e V: CUMPRIMENTO DE PARTE DA PENA-


CUMPRIMENTO DE MAIS DE UM TERÇO DA PENA, DESDE QUE O
CONDENADO NÃO SEJA REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO E TENHA
BONS ANTECEDENTES (INCISO I); MAIS DA METADE, SE O

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CONDENADO FOR REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO (INCISO II);
MAIS DE DOIS TERÇOS, NOS CASOS DE CONDENAÇÃO POR CRIME
HEDIONDO, PRÁTICA DE TORTURA, TRÁFICO ILÍCITO DE
ENTORPECENTES E DROGAS AFINS, TRÁFICO DE PESSOAS E
TERRORISMO, SE O APENADO NÃO FOR REINCIDENTE ESPECÍFICO
EM CRIMES DESSA NATUREZA (INCISO V) – Modificado pela Lei nº
13.344 de 2016.

Houve uma lacuna lamentável no tocante ao PRIMÁRIO QUE POSSUA MAUS


ANTECEDENTES. Não se pode incluí-lo com perfeita adequação nem no inciso I do
art. 83, nem no II, que cuida do reincidente. Surgiram então, duas posições:

1ª.) NA FALTA DE EXPRESSA PREVISÃO, DEVE SER ADOTADA A POSIÇÃO


MAIS FAVORÁVEL AO CONDENADO, OU SEJA, O PRIMÁRIO, COM MAUS
ANTECEDENTES, PODE RECEBER O LIVRAMENTO CONDICIONAL, QUANDO
COMPLETAR 1/3 DA PENA. São as posições de Miguel Reale Júnior e Alberto Silva
Franco. Assim já se posicionou o STF (HC 57.669-RJ, DJU, 4.8.1997, p. 34888).

2ª) DEVE-SE FAZER A ADEQUAÇÃO POR EXCLUSÃO. NÃO SE


ENCAIXANDO NO PRIMEIRO DISPOSITIVO, QUE, EXPRESSAMENTE, EXIGE OS
BONS ANTECEDENTES, SOMENTE LHE RESTA O SEGUNDO. ASSIM, O PRIMÁRIO
COM MAUS ANTECEDENTES DEVE CUMPRIR MAIS DA METADE DA PENA PARA
PLEITEAR O LIVRAMENTO CONDICIONAL. Assim já se posicionou o STF (HC
73.002-7-RJ, DJU, 26.4.1996, p.13114). É a posição adotada por Guilherme Nucci,
o qual afirma, que o art. 83, I, exige “duplo requisito” e é expresso acerca da
impossibilidade de concessão do livramento condicional com 1/3 da pena a quem possua
maus antecedentes.

Ressalte-se que o jurista Fernando Capez entende que o não reincidente em


crime doloso, portador de maus antecedentes, deve cumprir entre 1/3 e a metade da
pena para obtenção do livramento condicional. PARA OS CRIMES HEDIONDOS E
EQUIPARADOS (PRÁTICA DE TORTURA, TRÁFICO DE ENTORPECENTES E
TERRORISMO) PREVISTOS NA LEI 8.072/90, É NECESSÁRIO CUMPRIMENTO DE
MAIS DE 2/3 DA PENA, SALVO SE FOR REINCIDENTE ESPECÍFICO EM CRIMES
DESSA NATUREZA, QUE NÃO TERÁ DIREITO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL.

VEDAÇÕES À CONCESSÃO DO LC CRIADAS PELA LEI 13.964/2019:

Ao modificar o art. 112 da LEP e a Lei de Organização criminosa – Lei


12.850, a referida lei vedou a concessão do LC em algumas hipóteses delitivas, em
caso de progressão de regime:

1- CONDENADO PELA PRÁTICA DE CRIME HEDIONDO OU EQUIPARADO


COM RESULTADO MORTE, SE FOR PRIMÁRIO, VEDADO O LIVRAMENTO
CONDICIONAL (CINQUENTA POR CENTO DA PENA);

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2- APENADO REINCIDENTE EM CRIME HEDIONDO OU EQUIPARADO COM
RESULTADO MORTE, VEDADO O LIVRAMENTO CONDICIONAL (SETENTA POR
CENTO DA PENA);

3- O CONDENADO EXPRESSAMENTE EM SENTENÇA POR INTEGRAR


ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA OU POR CRIME PRATICADO POR MEIO DE
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA NÃO PODERÁ PROGREDIR DE REGIME DE
CUMPRIMENTO DE PENA OU OBTER LIVRAMENTO CONDICIONAL OU OUTROS
BENEFÍCIOS PRISIONAIS SE HOUVER ELEMENTOS PROBATÓRIOS QUE
INDIQUEM A MANUTENÇÃO DO VÍNCULO ASSOCIATIVO. (ART. 9º DA LEI
12.850 DE 2 DE AGOSTO DE 2013).

REINCIDÊNCIA ESPECÍFICA EM CRIMES HEDIONDOS OU EQUIPARADOS;


NOS CRIMES PREVISTOS NA LEI 8.072/90, NÃO SER O CONDENADO
REINCIDENTE ESPECÍFICO.

Há três posições sobre a REINCIDÊNCIA ESPECÍFICA:

a) quem torna a praticar qualquer dos crimes previstos na Lei dos Crimes
Hediondos (ex: latrocínio e tráfico de entorpecentes);

b) quem torna a praticar crime da mesma natureza, ou seja, que protege o


mesmo bem jurídico (ex: extorsão mediante sequestro + latrocínio);

c) quem torna a praticar o mesmo tipo penal (ex: estupro + estupro).

Neste caso, afirma Guilherme Nucci que é mais adequada a primeira posição,
pois todos os delitos da Lei 8.072/90 receberam o mesmo tratamento, de modo que a
sua reiteração é igualmente perniciosa à sociedade. É também a posição de Capez e de
Rogério Sanches Cunha.

4.2. REQUISITOS SUBJETIVOS – inciso III do art. 83 do CP (redação dada pela


Lei 13.964, de 2019):

ART. 83, INCISO III- COMPROVADO: Bom comportamento durante a


execução da pena, não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses, bom
desempenho no trabalho que lhe for atribuído e aptidão para prover a própria
subsistência mediante trabalho honesto.

a) BOM COMPORTAMENTO DURANTE A EXECUÇÃO DA PENA – considera-se


a vida carcerária do condenado.

A avaliação diz respeito à vida do sentenciado após a condenação. Exigia-se


antes da Reforma Penal de 1984, que houvesse bom comportamento, passou-se,
depois, a demandar apenas conduta satisfatória. Portanto, uma ou outra falta que
viesse a ser cometida poderia ser relevada pelo juiz. Hoje, com a mudança decorrente

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da Lei 13.964 de dezembro de 2019, o bom comportamento durante a execução voltou
a ser exigido.

b) NÃO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE NOS ÚLTIMOS 12 (DOZE)


MESES (incluído pela Lei 13.964 de dezembro de 2019).

Importante ressaltar as faltas graves, previstas no art. 50 da LEP: incitar ou


participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; fugir, possuir,
indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; provocar
acidente de trabalho, descumprir, no regime aberto, as condições impostas; não
observar os deveres previstos nos incisos II e V do art. 39 da LEP, ou seja,
obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se e
execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas.

c) BOM DESEMPENHO NO TRABALHO QUE LHE FOR ATRIBUÍDO: Salvo nos


estabelecimentos penitenciários onde não houver possibilidade do condenado trabalhar,
a ausência das atividades laborativas é um impedimento à concessão do livramento
condicional. Aliás, este é um dos motivos para se requisitar o parecer da Comissão
Técnica de Classificação (art. 7º da LEP), pois somente os profissionais que lidam com
o condenado diuturnamente podem atestar tal requisito. Ressalte-se que a omissão do
Poder Público na atribuição de trabalho ao condenado não impede a concessão do
benefício.

d) APTIDÃO PARA PROVER A PRÓPRIA SUBSISTÊNCIA MEDIANTE TRABALHO


HONESTO: Esse requisito vem contido no parecer da Comissão Técnica de
Classificação (ou exame criminológico), demonstrando, através de análise da
personalidade do condenado, se ele está apto ou não a desempenhar, fora do
presídio, uma atividade honesta.

e) PARÁGRAFO ÚNICO DO CAPUT DO ART. 83, CAPUT, CP: PARA O


CONDENADO POR CRIME DOLOSO, COMETIDO COM VIOLÊNCIA OU GRAVE
AMEAÇA À PESSOA, A CONCESSÃO DO LIVRAMENTO FICARÁ TAMBÉM
SUBORDINADA À CONSTATAÇÃO DE CONDIÇÕES PESSOAIS QUE FAÇAM
PRESUMIR QUE O LIBERADO NÃO VOLTARÁ A DELINQUIR.

No tocante ao livramento condicional, manteve-se a a análise da personalidade


do sentenciado. PARA QUE OBTENHA O BENEFÍCIO, É PRECISO DEMONSTRAR
ESTAR CESSADA A SUA PERICULOSIDADE; DO CONTRÁRIO NÃO PODERÁ SAIR
EM LIBERDADE CONDICIONAL. Trata-se de uma prognose – juízo de periculosidade
que se projeta sobre o futuro, para prever se restaram elementos criminógenos que
façam prever futuras reincidências. Assim, nessa hipótese, a concessão do livramento
condicional fica subordinada, além dos requisitos do art. 83, à constatação, mediante
perícias, de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a
delinquir (CP, art. 83, parágrafo único). Exige-se perícia de cessação de

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periculosidade. Deve ser computado para concessão do livramento condicional o tempo
de remição da pena (LEP – art. 128).

REQUISITOS PROCEDIMENTAIS

a) Requerimento do sentenciado, do seu cônjuge ou parente em linha reta, ou,


ainda, proposta do diretor do estabelecimento ou do Conselho Penitenciário
(cf. art. 712 do CPP).

b) Relatório minucioso do diretor do estabelecimento penal a respeito do


caráter do sentenciado, seu procedimento durante a execução da pena,
suas relações com familiares e estranhos e, ainda, sobre sua situação
financeira, grau de instrução e aptidão para o trabalho (art. 714 do CPP).

c) Manifestação do Ministério Público e defensor (cf. art. 112, §§ 1º e 2º,


da LEP, com a redação determinada pela Lei n. 10.792/03).

d) Parecer do Conselho Penitenciário: a nova redação do art. 70 da LEP exclui


uma das atribuições do Conselho Penitenciário, qual seja, a de emitir
parecer sobre a concessão do livramento condicional (cf. redação
determinada pela Lei n. 10.792/03). Embora tenha assim procedido, o
legislador, por outro lado, manteve intactos todos os dispositivos legais
relativos à intervenção do Conselho Penitenciário quanto da concessão,
execução e revogação do livramento condicional (LEP, arts. 131 e
seguintes.). Tendo em vista a manutenção dos mencionados dispositivos
legais, entende Capez que, por lei, continua a ser exigível a emissão do
parecer do Conselho Penitenciário no livramento condicional.

5. CONDIÇÕES DO LIVRAMENTO CONDICIONAL:

​OBRIGATÓRIAS – ART. 132, § 1º, LEP

São as seguintes:

a) PROIBIÇÃO DE SE AUSENTAR DA COMARCA SEM COMUNICAÇÃO AO


JUIZ;

b) COMPARECIMENTO PERIÓDICO A FIM DE JUSTIFICAR ATIVIDADE;

c) OBTER OCUPAÇÃO LÍCITA, DENTRO DE PRAZO RAZOÁVEL, SE FOR


APTO AO TRABALHO. NESSE CASO O JUIZ DEVE TER REDOBRADO BOM
SENSO, POIS PESSOAS SEM QUALQUER CONDENAÇÃO TÊM
ENCONTRADO DIFICULDADES PARA ARRANJAR UM EMPREGO, QUANDO
MAIS O SENTENCIADO EM LIBERDADE CONDICIONAL;

5.2 FACULTATIVAS – ART. 132, § 2º, LEP

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São elas:

a) NÃO MUDAR DE RESIDÊNCIA SEM COMUNICAÇÃO AO JUIZ E À


AUTORIDADE INCUMBIDA DE FISCALIZAR (ARTS. 78, 80 E 139, I,
DA LEP);

b) RECOLHER-SE À HABITAÇÃO EM HORÁRIO FIXADO;

c) NÃO FREQUENTAR DETERMINADOS LUGARES (ART. 132, § 2º, DA


LEP).

CONDIÇÕES JUDICIAIS: nada impede que o juiz fixe outras condições a seu
critério, nos termos do art. 85 do CP.

6. DURAÇÃO DO LIVRAMENTO

É o tempo restante da pena privativa de liberdade a ser cumprida. Exemplo:


condenado a 12 anos de reclusão, o sentenciado obtém livramento condicional ao
atingir 5 anos de cumprimento da pena. O tempo do benefício será de 7 anos. O
liberado poderá residir em lugar diverso do Juízo da Execução. Se assim for deferido,
cópia da sentença de livramento será remetida ao lugar onde estiver para que possa
ser fiscalizado pela autoridade competente (normalmente, o juiz da execução do local
empreende esforços nesse sentido).

A concessão do livramento condicional contará com a realização de uma


cerimônia solene no dia marcado pelo presidente do Conselho Penitenciário, no
estabelecimento onde estiver recolhido, observando-se o seguinte: a sentença será
lida ao liberando, na presença dos demais condenados, pelo presidente do Conselho
Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na falta, pelo juiz; a autoridade
administrativa chamará a atenção do liberando para as condições impostas na sentença
de livramento; o liberando declarará se aceita as condições. Lavra-se termo subscrito
por quem presidir o ato e pelo liberando, remetendo-se cópia ao juiz da execução
(art. 137, LEP). Ao sair, o liberado levará uma caderneta, que exibirá à autoridade
administrativa ou judiciária, sempre que solicitada. Nesse documento constará: a) a
identificação do liberado; b) o texto impresso do capítulo do livramento condicional da
LEP; c) as condições impostas (art. 138, LEP). Na realidade, a caderneta (que pode
ser substituída pelo salvo conduto) impedirá que ele seja preso e recolhido ao cárcere,
afinal, encontra-se em cumprimento alternativa da pena privativa de liberdade. VALE
RESSALTAR QUE, A PARTIR DA EDIÇÃO DA LEI 12.433/2011, TORNA-SE
POSSÍVEL A REMIÇÃO DA PENA, PELO ESTUDO, DURANTE O GOZO DO
LIVRAMENTO CONDICIONAL (ART. 126, § 6º, LEP).

7. SOMA DAS PENAS PARA EFEITO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

É possível que o condenado possua penas fracionadas, nenhuma igual ou superior a dois
anos, de modo que lhe seria impossível obter o livramento condicional, conforme
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disposição do art. 83, caput, do CP. Entretanto, pode-se realizar a soma das penas,
o que é medida salutar de política criminal, para que o sentenciado possa atingir a
liberdade antes do término de sua pena (art. 84, CP).

A propósito, lembramos que os benefícios do apenado (progressão, livramento


condicional, remição, etc.) serão todos calculados sobre o total de sua condenação. É
a posição consagrada e predominante na jurisprudência brasileira – hoje pacificada
pelo STF, através da Súmula 715, que disciplina: “A pena unificada para atender ao
limite de 30 anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é
considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou
regime mais favorável de execução”.

8. LIVRAMENTO CONDICIONAL E CONTRAVENÇÃO PENAL: A LCP admite o


livramento condicional, conforme seu art. 11:

“DESDE QUE REUNIDAS AS CONDIÇÕES LEGAIS, O JUIZ PODE


SUSPENDER, POR TEMPO NÃO INFERIOR A UM ANO NEM SUPERIOR A
TRÊS, A EXECUÇÃO DA PENA DE PRISÃO SIMPLES, BEM COMO CONCEDER
LIVRAMENTO CONDICIONAL”.

O livramento condicional, em caso de contravenção penal, só é possível quando


a prisão simples é igual ou superior a dois anos.

9. LIVRAMENTO CONDICIONAL E HABEAS CORPUS: O habeas corpus não é


meio idôneo para discutir a concessão ou não do livramento condicional, que
necessita de uma série de procedimentos especiais, incompatíveis com o
regime célere do remédio constitucional. Excepcionalmente, pode o tribunal
conceder livramento condicional, por meio de habeas corpus, caso o
indeferimento do juiz seja manifestamente ilegal e todos os documentos
necessários para verificar o seu cabimento estejam presentes nos autos.

10. REVOGAÇÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

Os arts. 86 e 87 do CP tratam das causas de revogação do livramento


condicional:

“REVOGA-SE O LIVRAMENTO, SE O LIBERADO VEM A SER CONDENADO A


PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, EM SENTENÇA IRRECORRÍVEL:

I – POR CRIME COMETIDO DURANTE A VIGÊNCIA DO BENEFÍCIO;

II – POR CRIME ANTERIOR, OBSERVADO O DISPOSTO NO ART. 84 DESTE


CÓDIGO.” (art. 86).

ART. 87, CP - “O JUIZ PODERÁ TAMBÉM, REVOGAR O LIVRAMENTO, SE


O LIBERADO DEIXAR DE CUMPRIR QUALQUER DAS OBRIGAÇÕES

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CONSTANTES DA SENTENÇA, OU FOR IRRECORRIVELMENTE
CONDENADO, POR CRIME OU CONTRAVENÇÃO, A PENA QUE NÃO SEJA
PRIVATIVA DE LIBERDADE”.

AS CAUSAS DE REVOGAÇÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL PODEM SER:

A) OBRIGATÓRIAS (art. 86, do CP). B) FACULTATIVAS (art. 87, do CP).

CAUSAS OBRIGATÓRIAS: São as seguintes:

1-CONDENAÇÃO IRRECORRÍVEL A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR


CRIME PRATICADO ANTES DO BENEFÍCIO;

2-CONDENAÇÃO IRRECORRÍVEL A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR


CRIME PRATICADO DURANTE O BENEFÍCIO.

CAUSAS FACULTATIVAS: São as seguintes (art. 87, CP):

1- CONDENAÇÃO IRRECORRÍVEL POR CRIME OU CONTRAVENÇÃO, A


PENA NÃO PRIVATIVA DE LIBERDADE: TRATA-SE DE CONDENAÇÃO A PENA DE
MULTA OU RESTRITIVA DE DIREITOS. EXCLUI-SE, PORTANTO, O PERDÃO
JUDICIAL, POIS NÃO HÁ IMPOSIÇÃO DE PENA. NÃO IMPORTA SE A
INFRAÇÃO FOI COMETIDA ANTES OU DURANTE A VIGÊNCIA DO BENEFÍCIO. O
legislador foi omisso quanto à condenação, por contravenção, a pena privativa de
liberdade, não mencionando se a hipótese seria de revogação obrigatória ou
facultativa.

OPÇÕES DO JUIZ NA REVOGAÇÃO FACULTATIVA: Poderá escolher entre:

A) REVOGAR O BENEFÍCIO; B) ADVERTIR NOVAMENTE O SENTENCIADO; C)


EXACERBAR AS CONDIÇÕES IMPOSTAS.

CAUSAS DE REVOGAÇÃO JUDICIAIS: advindas do descumprimento das condições


impostas pelo juiz. CAUSAS DE REVOGAÇÃO LEGAIS: advindas de condenação
irrecorrível (podem ser obrigatória ou facultativa).

EFEITOS DE REVOGAÇÃO DO LIVRAMENTO: Vale a regra: AO TRAIDOR NADA.


Se o liberado pratica crime após a obtenção do benefício ou descumpre alguma
condição imposta, considera-se que TRAIU A CONFIANÇA DO JUÍZO, pois não
cumpriu a promessa de comportar-se adequadamente. Nesse caso, não merece nada,
desconsiderando-se totalmente o tempo em que esteve solto (ficará preso todo esse
tempo). MAIS QUE ISSO: no caso de cometimento de crime, NÃO PODERÁ SOMAR
O TEMPO QUE TERÁ DE CUMPRIR PRESO COM A NOVA PENA, RESULTANTE DE
OUTRO DELITO. Por outro lado, se o benefício é revogado em razão de crime
praticado já antes do benefício, o liberado não é traidor; logo, computar-se-á o

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tempo em que esteve solto como tempo de cumprimento de pena, permitindo-se a soma
do tempo restante com a nova pena, para cálculo de novo livramento.

1-POR CRIME PRATICADO DURANTE O BENEFÍCIO: NÃO SE DESCONTA O


TEMPO EM QUE O SENTENCIADO ESTEVE SOLTO E DEVE CUMPRIR
INTEGRALMENTE A SUA PENA, SÓ PODENDO OBTTER NOVO LIVRAMENTO COM
RELAÇÃO À NOVA CONDENAÇÃO. Ressalte-se que, antes de iniciar o período de
prova, o sentenciado foi advertido pelo juiz de que deveria comportar-se ficando
ciente de suas obrigações, nos termos do art. 137 da LEP. Ora, se, após ter sido
advertido, praticou crime, isso significa que traiu a confiança do juízo, não sendo
merecedor de nenhuma benesse. Dessa forma, vai cumprir preso todo o tempo
correspondente ao período de prova, sendo irrelevante o período que cumpriu em
liberdade. ALÉM DISSO, SOBRE ESSE MESMO PERÍODO NÃO PODERÁ OBTER
NOVO LIVRAMENTO. Exemplo: réu é condenado a 6 anos; cumpridos 2 anos (1/3) da
pena, obtém livramento condicional; vai cumprir, assim, os 4 anos restantes em
liberdade condicional; após cumprir 3 anos desses 4, pratica crime e é condenado
definitivamente; tendo traído a confiança do juízo, não importa que só faltava 1 ano
para completar os 6 anos a que foi condenado (os 2 anos cumpridos + os 3 anos em
liberdade condicional); vai cumprir preso todos os 4 anos faltantes. Não é só:
Suponhamos que, por esse novo crime praticado, ele tenha sido condenado a 5 anos;
não se poderá somar esses 5 anos com os 4 que vai cumprir preso e, sobre o total,
calcular novo benefício; terá de cumprir preso todos os 4 e, só então, obter
livramento sobre os 5 da nova condenação.

Veja como há diferença: 4+5 igual a 9 anos; 1/3 de 9 anos igual a 03


anos.

Se pudesse somar o período de prova revogado com a nova condenação e,


sobre o total, calcular novo livramento, só teria de cumprir preso mais 3 anos. Ele
terá, porém, de cumprir preso todos os 4 anos e obter o benefício sobre os 5.
Exemplo: 4 anos preso + 1 ano e 8 meses (1/3 de 5 anos) igual a 5 anos e 8 meses.

2-POR CRIME ANTERIOR AO BENEFÍCIO: é descontado o tempo em que


sentenciado esteve solto, devendo cumprir preso apenas o tempo que falta para
completar o período de prova. Além disso, terá direito a somar o que resta da pena
com a nova condenação, calculando o livramento sobre esse total (CP, art. 84, e LEP,
art. 141). Ressalte-se que, no caso, não houve quebra do compromisso assumido ao
ingresse no benefício, uma vez que se trata de crime praticado antes desse momento.
Assim, a lei dá um tratamento diferenciado ao sentenciado, permitindo que conte como
tempo de cumprimento de pena o período que cumpriu em liberdade e, ainda, que some
o restante que vai cumprir preso com a pena imposta na nova condenação, para, sobre
esse total, calcular novo livramento.

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DESCUMPRIMENTO DAS CONDIÇÕES IMPOSTAS: Não é descontado o tempo
em que esteve solto e não pode obter novo livramento em relação a essa pena, uma
vez que traiu a confiança do juízo. SUSPENSÃO DO LIVRAMENTO: Na hipótese de
crime cometido durante a vigência do benefício (art. 86, I, CP): praticada pelo
liberado outra infração penal, o juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho
Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional,
cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final (LEP, art. 145). O
STF já se pronunciou no sentido da dispensabilidade da oitiva do Conselho
Penitenciário; “É indispensável que o juiz ouça o Conselho Penitenciário, embora lícito
que mande recolher desde logo o condenado à prisão, quando o imponham as
circunstâncias”. Entende o STJ que há necessidade de defesa do condenado para
suspensão do benefício (RSTJ, 65/122).

NA HIPÓTESE DE DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES CONSTANTES DA


SENTENÇA (ART. 87, 1ª. PARTE): É inadmissível a suspensão do livramento pelo
descumprimento das condições impostas na sentença concessiva, pois ela somente é
admissível na hipótese do art. 145 da LEP, ou seja, quando o liberado durante a
fruição do benefício, pratica outra infração, caso em que, suspenso o curso do
livramento, a revogação ficará dependendo do julgamento definitivo do processo.

NA HIPÓTESE DO ART. 87, 2ª. PARTE: Permite-se a suspensão provisória do


benefício até o julgamento final do processo, tendo em vista que o art. 145 da LEP
não distingue a espécie de infração penal.

PRÉVIA OPORTUNIDADE DE DEFESA: Para a revogação do livramento


condicional, em qualquer hipótese, é sempre indispensável ouvir antes o liberado,
permitindo-lhe o direito de defesa.

LIVRAMENTO INSUBSISTENTE: Não é caso de revogação, mas de considerar


o livramento insubsistente, quando o condenado foge do presídio após a concessão do
livramento condicional, mas antes da cerimônia obrigatória determinada pelo art. 137
da LEP.

11-EXTINÇÃO DA PENA: Se até o término do período de prova o livramento


não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade (CP, art. 90 LEP,
art. 146). A extinção da punibilidade na data do término do período de prova e não
na data em que o juiz profere o despacho declarando extinta a pena, sendo essa
decisão meramente declaratória.

12-PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVA; Nos termos do art. 89 do CP, o juiz não


poderá declarar extinta a pena enquanto não passar em julgado a sentença em
processo a que responde o liberado por crime cometido na vigência do livramento. Isso
significa que, quando o sentenciado começa a ser processado, o período de prova se
prorroga até o trânsito em julgado da decisão desse processo para que se saiba se
haverá ou não revogação do benefício. Ressalte-se que só haverá prorrogação se o
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processo se originar de crime cometido na vigência do livramento e não de crime
anterior. Por uma razão: a condenação por crime praticado antes do benefício não
invalida o tempo em que o sentenciado esteve em liberdade condicional; logo, seria
inútil prorrogar o livramento além do período de prova, pois a pena já estaria
cumprida. Da mesma forma, é importante lembrar que a mera instauração de inquérito
policial não acarreta prorrogação do benefício, pois a lei fala só em processo.

LIVRAMENTO CONDICIONAL ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO: O STJ já


admitiu essa hipótese em casos, nos quais, o acusado já se encontrava preso
provisoriamente por mais tempo do que o necessário para o benefício (no caso, mais do
que 1/3 da pena aplicada na sentença transitada em julgado para a acusação e,
portanto, insuscetível de ser aumentada).

REFERÊNCIAS
BÁSICAS

1- CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol. 1. São Paulo. Saraiva, 26ª edição,
2022.
2- JESUS, Damásio E. de. Direito Penal, Parte Geral. Vol. 1 – atualizador: André
Estefam. São Paulo: Saraiva Jur, 37ª Edição, 2020.
3- MASSON, Cleber. Direito Penal; parte geral; esquematizado. Vol. 1, São Paulo,
Método, 16ª edição, 2022.
4- MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. Vol. 1. Atlas, 35ª edição,
2021.
5- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. Forense, 18ª. Edição, Rio
de Janeiro, Gen/Forense. 2022.

COMPLEMENTARES Os presídios locais destinados às pessoas que ainda

6- ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Manual de Direito Penal. São Paulo, Saraiva Jur,
15ª edição, 2021.

7- BARROS, Francisco Dirceu. Tratado Doutrinário de Direito Penal – Vol. 1: Parte


Geral, 2ª. edição, Editora JH Mizuno, 2021.

8- CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal. Vol. I -Parte Geral. Salvador.
Bahia, Editora Podivm, 11a. edição, 2022.

9- CUNHA, Rogério Sanches. Código Penal para concursos. Salvador. Bahia, Editora
JusPodivm, 15ª edição, 2022.

10- ESTEFAM, André. Direito penal; parte geral. São Paulo, Saraiva Jur, 11ª edição,
2022.

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11- GRECO, Rogério. Código Penal Comentado. Rio de Janeiro. Editora Atlas, 15ª.
edição, 2021.

12- MASSON, Cleber. Código Penal Comentado. São Paulo, Editora Método, 10ª.
edição, 2022.

13- NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. Rio de Janeiro.


Gen/Forense, 22ª edição, 2022.

14- PRADO, LUIZ REGIS. Curso de Direito Penal Brasileiro – 19ª. Edição – São Paulo
– Editora Forense, Rio de Janeiro, 2021.

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