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Atenção!
Quando o sujeito é preso em flagrante, ele teria, em tese, o direito de responder
em liberdade, porque ninguém pode ser considerado culpado até o trânsito em
julgado. Antigamente, haviam crimes afiançáveis, em que o sujeito pagava a
fiança e saía, e os crimes inafiançáveis, em que o sujeito ficava preso. Porém,
esse sistema se revelou ruim, perverso, porque o sujeito ficava preso pelo
simples fato de estar sendo processado. O Código de Processo Penal foi
alterado para criar um instituto chamado “liberdade provisória”. Posteriormente,
foi inserida no CPP, artigo 310, a liberdade provisória sem fiança.
Prevalece o entendimento de que a liberdade provisória é permitida nos casos
dos crimes hediondos, pricipalmente quando não estão presentes os requisitos
de risco processual.
Jurisprudência Superada
“A proibição de liberdade provisória, nos casos de crimes hediondos e
equiparados, decorre da própria inafiançabilidade imposta pela Constitui-
ANOTAÇÕES
Atenção!
A redação anterior falava em regime integralmente fechado. O Brasil utiliza
um sistema de pena chamado progressivo, em que a pena tem função de
ressocialização do criminoso, então é interessante que se dê ao condenado
liberdade aos poucos, até para que a sociedade saiba em que ponto ele se
encontra.
A progressão de regime é a passagem do fechado para o semiaberto ou
do semiaberto para o aberto. Na época que saiu essa Lei, esse sistema de
progressão foi cancelado nesses crimes.
Dezenove anos depois dessa lei, o Supremo Tribunal começou a compreender
que o regime integralmente fechado era desumano, uma espécie de vingança
da sociedade e que não tinha a ver com a finalidade da pena, declarando
tal regime inconstitucional por meio de um habeas corpus. Quando uma
inconstitucionalidade é declarada por meio de HC, significa que ela vale apenas
para as pessoas envolvidas no processo, e não erga omnes.
O legislador, percebendo a questão, resolveu adequar a lei, modificando o
texto pra “inicialmente em regime fechado”, significa que o indivíduo começa
no regime fechado, vai para o semiaberto e depois para o aberto.
nalidade do art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/1990. [HC 82.959, rel. min. Marco Aurélio,
j. 23-2-2006, P, DJ de 1-9- 2006.] = HC 88.052, rel. min. Celso de Mello, j. 4-4-
2006, 2ª T, DJ de 28-4- 2006
[Súmula Vinculante n. 26.]
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime
hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstituciona-
lidade do Art. 2º da Lei n. 8.072, de 25-7-1990, sem prejuízo de avaliar se o
condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do bene-
fício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de
exame criminológico.
Atenção!
Essa súmula trata do regime integral fechado.
Obs.: a lei determina que a pena deve começar inicialmente em regime fecha-
do, entretanto a jurisprudência construiu que o inicialmente fechado não
é obrigatório, pois “inicialmente fechado” é uma orientação geral para os
crimes hediondos.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Demétrius Abiorana.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.
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