Você está na página 1de 58

Lei nº 8.

072/1990

Lei dos Crimes


Hediondos
Princípio da Proporcionalidade
Lei 8.072/90 – Crimes Hediondos
• CONCEITO:
▫ São crimes que estão no topo da pirâmide de desvalorização
axiológica criminal, devendo, portanto, ser entendidos como
crimes mais graves, mais revoltantes, que causam maior
aversão à coletividade.
▫ Diz respeito ao delito cuja lesividade é acentuadamente
expressiva, profundamente repugnante, imundo, horrendo,
sórdido, indiscutivelmente nojento segundo os padrões da
moral vigente.
▫ Causam profunda e consensual repugnância por ofender, de
forma acentuadamente grave, valores morais de indiscutível
legitimidade, como o sentimento de piedade, fraternidade,
solidariedade e respeito à dignidade da pessoa humana.
CLASSIFICAÇÃO:
• 1° Sistema Legal: Compete ao legislador apresentar o rol taxativo
dos delitos considerados hediondos.
▫ Crítica: Ignora a gravidade do delito em concreto (trabalha com a gravidade
em abstrato).
 Ex.: art. 273, §1º-A do CP (falsificação de remédios), que passou a ser hediondo
em razão da repercussão negativa que a falsificação de anticoncepcionais causou
na época (1998).
• 2° Sistema Judicial: Compete ao juiz, analisando o caso concreto,
julgar se o delito e ou não hediondo (e uma analise subjetiva).
▫ Crítica: ignora a taxatividade, tirando um certo grau de certeza.

• 3° Sistema Misto: Compete ao legislador apresentar um rol


exemplificativo dos crimes hediondos, podendo o juiz encontrar
outras hipóteses na analise do caso concreto (interpretação
analógica).
▫ Crítica: somam-se as duas criticas anteriores.
Qual o Sistema adotado no Brasil?
• O Brasil adotou, como regra, o Sistema Legal -
art. 5°, XLIII, CF.

• Art. 5º, inciso XLII da CF/88 - “a lei


considerará crimes inafiançáveis e
insuscetíveis de graça ou anistia a prática
de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes
e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores
e os que, podendo evita-los, se omitirem”.
Qual o Sistema adotado pelo STF?
• O STF critica esse sistema, por acreditar não
ser justo, porque analisa o crime em abstrato,
ignorando a gravidade em concreto do delito.
• Assim, o STF adota um 4º sistema: o
legislador apresenta um rol taxativo de
crimes hediondos, devendo o magistrado
confirmar a hediondez na analise do caso
concreto (Sistema Legal Temperado –
Sistema Mais Justo).
Qual o Sistema adotado pelo STF?
Crimes Hediondos e
Equiparados à
Hediondos
Lei dos Crimes
Hediondos
Crimes Hediondos e Equiparados

Crimes Hediondos
Equiparados à Hediondos

Rol descrito no • Terrorismo;


art. 1º da Lei • Tráfico Ilícito de
dos Crimes Drogas;
Hediondos
• Tortura;
(rol taxativo)
Consequências da
Hediondez
Anistia, Graça e Indulto
Consequências (Inciso I): vedação à
• Anistia:
–indulgência soberana compreendida como
“esquecimento” de uma infração penal,
extinguindo todos os efeitos penais. Tem por
objeto os fatos definidos como crimes e não
as pessoas, podendo ser concedida antes ou
depois da condenação, podendo ser total ou
parcial, não podendo ser revogada. Extingue a
punibilidade – art. 107, II do CPP. CPP A
competência para conceder anistia é do
Congresso Nacional (art. 48, VIII da CF);
Consequências (Inciso I): vedação à
• Graça:
• indulgência soberana concedida
individualmente ao condenado com trânsito
em julgado, provocando a extinção da
punibilidade (art. 107, II do CP).
CP) Tem por
objeto a pessoa do condenado e é
concedida pelo Presidente da República
(art. 84, XII da CF).
• Também conhecida como indulto individual.
Consequências (Inciso I): vedação à
• Indulto:
– indulgência soberana concedida a um grupo
indefinido de condenados (indulto coletivo), sendo
limitada pela natureza do crime e quantidade de
pena aplicada, além de outros requisitos objetivos
e subjetivos que podem ser listados na concessão.
A competência é do Presidente da República (art.
84, XII da CF), contudo, pode ser delegada a um
de seus ministros (art. 84, parágrafo único da CF);
– Indulto Total – extinção da pena;
– Indulto Parcial – comutação de pena (diminuição
da pena a ser cumprida);
QUESTÃO:

A CF (art. 5º, XLII) não fala em indulto,


pelo que, o acréscimo do indulto pela
lei 8.072/90 é constitucional?
QUESTÃO:
A CF (art. 5º, XLII) não fala em indulto, pelo que, o
acréscimo do indulto pela lei 8.072/90 é
constitucional?
• 1ª Corrente:
– é inconstitucional, porque as proibições trazidas pela
CF são máximas/taxativas, não podendo o legislador
ordinário suplanta-las.
– Outro argumento e que o indulto esta entre as
atribuições do presidente da Republica, não
podendo o legislador limita-lo.
• Ex.: as previsões constitucionais de prisão civil e hipóteses
de crimes imprescritíveis, não podem ser ampliadas pelo
legislador ordinário. (Posição de LFG e Alberto Silva
Franco);
QUESTÃO:
A CF (art. 5º, XLII) não fala em indulto, pelo que, o
acréscimo do indulto pela lei 8.072/90 é
constitucional?
• 2ª Corrente:
– é constitucional, porque as proibições trazidas
pela CF são mínimas (a lei definira).
– Ademais, a expressão graça abrange o indulto,
que nada mais e que graça coletiva (Posição
do STF).
• Obs.: para o STF, o indulto não respeita fatos
pretéritos. Entende que é constitucional a vedação
do indulto para crimes hediondos, ate mesmo para
crimes praticados anteriormente a sua vigência, não
ha retroatividade maléfica.
QUESTÃO:

Caso um crime seja cometido e na execução


penal se transforma em hediondo, esse
criminoso terá direito a anistia, graça ou
indulto?
QUESTÃO:
Caso um crime seja cometido e na execução
penal se transforma em hediondo, esse criminoso
terá direito a anistia, graça ou indulto?
Consequências da
Hediondez
Fiança e Liberdade
Provisória
Consequências (Inciso II): vedação à
QUESTÃO:

Cabe liberdade provisória para


crimes hediondos e equiparados?
QUESTÃO:
Cabe liberdade provisória para crimes
hediondos e equiparados?
• 1ª Corrente: é possível liberdade provisória para
crime hediondo (Min. Celso de Melo), pois não ha
vedações explicitas e quem julga é o juiz e não o
legislador.
• Com base nesse entendimento, o STF declarou
inconstitucional a vedação de liberdade provisória,
pois entendimento contrario seria antecipação de
pena e violação do principio da não culpa (HC
104.339 – decidido em controle difuso
abstrativizado com efeito vinculante);
QUESTÃO:
Cabe liberdade provisória para crimes
hediondos e equiparados?
• 2ª Corrente: não é possível liberdade provisória
para crime hediondo, porque a vedação esta
implícita na inafiançabilidade,
inafiançabilidade ocorrendo mera
adequação automática de redação.
• Existem posições nesse sentido tanto no STF,
quanto no STJ (Posição da Min. Ellen Gracie e Felix
Fisher). Súmula 697 do STF: o fato de ser
insuscetível de liberdade provisória não impede a
soltura por excesso de prazo. [para a 1ª corrente
perdeu a vigência]
Lei de Drogas X Fiança/Liberdade Provisória
Lei de Drogas X Fiança/Liberdade Provisória
Consequências da
Hediondez
Regime de
Cumprimento de Pena
Consequências (§1º): regime inicial fechado
Regime de Cumprimento de Pena
Regime de Cumprimento de Pena
• PENA - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSÃO -
RAZÃO DE SER. A progressão no regime de cumprimento da
pena, nas espécies fechado, semi-aberto e aberto, tem como
razão maior a ressocialização do preso que, mais dia ou menos
dia, voltará ao convívio social. PENA - CRIMES HEDIONDOS -
REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSÃO - ÓBICE -
ARTIGO 2º, § 1º, DA LEI Nº 8.072/90 -
INCONSTITUCIONALIDADE - EVOLUÇÃO
JURISPRUDENCIAL. Conflita com a garantia da individualização
da pena - artigo 5º, inciso XLVI, da Constituição Federal - a
imposição, mediante norma, do cumprimento da pena em regime
integralmente fechado. Nova inteligência do princípio da
individualização da pena, em evolução jurisprudencial, assentada
a inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90.
• (HC 82959/SP, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em
23/02/2006)
Regime de Cumprimento de Pena

Lei nº 11.464, de 2007 :


•Art. 2º ...
§ 1o A pena por crime previsto
neste artigo será cumprida
inicialmente em regime fechado.
Regime de Cumprimento de Pena
Regime de Cumprimento de Pena
Regime de Cumprimento de Pena
Regime de Cumprimento de Pena
Regime de Cumprimento de Pena
• Recapitulando:
– § 1º (em sua redação original): proibia a progressão para crimes
hediondos.
– STF (em 23/02/2006): decidiu que essa redação original do § 1º
era inconstitucional (não se podia proibir a progressão).
– Como o STF afirmou que o § 1º era inconstitucional: as pessoas
condenadas por crimes hediondos ou equiparados passaram a
progredir com os mesmos requisitos dos demais crimes não
hediondos (1/6, de acordo com o art. 112 da LEP).
– Lei n.° 11.464/2007: modificou o § 1º prevendo que a
progressão para crimes hediondos e equiparados passaria a ser
mais difícil que em relação aos demais crimes (2/5 para
primários e 3/5 para reincidentes).
– Logo, a Lei n.° 11.464/2007 foi mais gravosa para aqueles que
cometeram crimes antes da sua vigência (e que podiam
progredir com 1/6). Por tal razão, ela é irretroativa.
Regime de Cumprimento de Pena
• QUESTÕES:
 O novo § 1º do art. 2º da Lei n.º 8.072/90, com a
redação dada pela Lei n.º 11.464/2007, continua
sendo inconstitucional?
 Os vícios de inconstitucionalidade que existiam na
redação original permanecem?
 Esse dispositivo, em sua nova redação, continua
violando o princípio constitucional da individualização
da pena?
Regime de Cumprimento de Pena
• O Plenário do STF, no dia 27/06/2012 decidiu
que o § 1º do art. 2º da Lei n°. 8.072/90, com a
redação dada pela Lei n.°11.464/2007, ao
impor o regime inicial fechado, é
INCONSTITUCIONAL.
– A decisão foi tomada no julgamento do Habeas Corpus
111.840/ES, afetado ao Plenário, tendo como relator o
Min. Dias Toffoli
Regime de Cumprimento de Pena
• ARGUMENTOS:
– A CF prevê o princípio da individualização da pena (art.
5º, XLVI). Esse princípio também deve ser observado no
momento da fixação do regime inicial de cumprimento de
pena. Assim, a fixação do regime prisional também deve
ser individualizada (ou seja, de acordo com o caso
concreto), ainda que se trate de crime hediondo ou
equiparado.
– A CF prevê, no seu art. 5º, XLIII, as vedações que ela
quis impor aos crimes hediondos e equiparados (são
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia). Nesse
inciso não consta que o regime inicial para esses crimes
tenha que ser o fechado. Logo, não poderia o legislador
estabelecer essa imposição de regime inicial fechado por
violar o princípio da individualização da pena.
Regime de Cumprimento de Pena
• ARGUMENTOS (Continuação):
– Desse modo, deve ser superado o disposto na Lei dos
Crimes Hediondos (obrigatoriedade de início do
cumprimento de pena no regime fechado) para aqueles
que preencham todos os demais requisitos previstos no
art. 33, §§ 2º, e 3º, do CP, admitindo-se o início do
cumprimento de pena em regime diverso do fechado.
– O juiz, no momento de fixação do regime inicial, deve
observar as regras do art. 33 do Código Penal, podendo
estabelecer regime prisional mais severo se as condições
subjetivas forem desfavoráveis ao condenado, desde que
o faça em razão de elementos concretos e
individualizados, aptos a demonstrar a necessidade de
maior rigor da medida privativa de liberdade do indivíduo.
Regime de Cumprimento de Pena
• OBS. 01:
– A declaração de inconstitucionalidade foi feita incidentalmente, ou
seja, em sede de controle difuso no julgamento de um habeas
corpus. Desse modo, em tese, essa declaração de
inconstitucionalidade não possui eficácia erga omnes nem efeitos
vinculantes (salvo para os adeptos da “abstrativização do controle
difuso”). No entanto, é certo que todos os demais juízos vão ter
que se curvar ao entendimento do Supremo Tribunal Federal.
– O habeas corpus julgado foi impetrado pela Defensoria Pública do
Estado do Espírito Santo. Desse modo, esse é um tema que
certamente será cobrado nas provas de Defensor Público.
• OBS. 02:
– Em 03/11/2017, ao julgar Recurso Extraordinário com Agravo
(ARE) 1052700, de relatoria do ministro Edson Fachin, essa tese
teve a repercussão geral reconhecida e mérito julgado pelo
Plenário Virtual, portanto, à partir de então, tem efeito erga
omnes. (Tese definida no ARE 1.052.700 RG, rel. min. Edson Fachin, P, j.
2-11-2017, DJE 18 de 1º-2-2018, Tema 972.)
Essas novas regras só valem para os crimes cometidos após a
entrada em vigor da Lei n. 13.964/2019. Para os condenados por
crimes hediondos ou equiparados praticados antes de 29 de março
de 2007, a progressão poderá ser obtida com o cumprimento de
apenas 1/6 da pena (em razão da declaração de
inconstitucionalidade da redação originária da Lei dos Crimes
Hediondos). Para os que foram ou forem condenados por crimes
hediondos ou equiparados cometidos após 29 de março de 2007 e
antes de 23 de janeiro de 2020 (entrada em vigor da Lei n.
13.964/2019), a progressão dar-se-á pelo cumprimento de 2/5 da
pena se primário, e 3/5 se reincidente.
Consequências da
Hediondez
Sursis
Questão:
Cabe “Sursis” para crime hediondo?
• 1ª Corrente - a gravidade do delito e incompatível
como beneficio do sursis.
• 2ª Corrente - não existindo proibição expressa,
admite-se, desde que preenchidos os requisitos.
• STF - Nos raros casos em que o crime hediondo fica
em pena de ate 2 anos (que cabe sursis), o STF tem
admitido (Min. Marco Aurelio Melo). Mas a questão
não e pacifica. A Lei de drogas proíbe
expressamente, mas o STF entende ser
inconstitucional tal proibição.
Consequências da
Hediondez
Substituição de PPL por
Pena Restritiva de
Direitos
Questão:
Crime hediondo admite substituição da pena
privativa de liberdade por restritiva de direitos
(pena alternativa)?
• 1ª Corrente - a gravidade do delito e incompatível
com o beneficio;
• 2ª Corrente - admite por falta de proibição expressa,
devendo o juiz analisar o caso concreto (STF).
– Tem que preencher os requisitos para substituição. A pena
tem que ficar aquém de 4 anos. Não pode ter violência ou
grave ameaça a pessoa. Ex.: estupro de vulnerável não
pode. O interesse pratico não e grande. Todavia, para o
trafico, que e equiparado, existe muita discussão. O STF
entende ser inconstitucional a vedação.
Consequências da
Hediondez
Livramento Condicional
Livramento Condicional
(Nada mais é do que uma liberdade antecipada)
Livramento Condicional
Requisito Temporal:
• 1°) condenado primário + bons antecedentes (+ de 1/3)
• 2°) condenado reincidente (+ de ½)
• 3°) condenado por crime hediondo ou equiparado (+ de
2/3 se não for reincidente específico).

• Questão: E se for primário portador de maus


antecedentes?
• 1ª corrente - analogia em bonam partem (equipara-se a
bons antecedentes): in dubio pro reo;
• 2ª corrente - analogia pro societate (equipara-se ao
reincidente)
Questão:

O que e reincidente
específico?
Questão:
O que e reincidente específico?
• 1ª Corrente – e reincidente em crimes
hediondos ou equiparados previstos no
mesmo tipo penal.
– Ex. 01:
• 1° crime: art. 157, §3° (patrimônio) X 2°crime: art. 159
(patrimônio) = faz jus ao livramento.

– Ex. 02:
• 1° crime: art. 213 (sexual) X 2° crime: art. 213 (sexual)
= (MESMO CRIME) não faz jus ao livramento.
Questão:
O que e reincidente específico?
• 2ª Corrente - é o reincidente em crimes
hediondos ou equiparados que tutelam o
mesmo bem jurídico.
– Ex. 01:
• 1° crime: art. 213 (sexual) X 2°crime: art. 157, §3° (patrimônio) =
faz jus ao livramento.

– Ex. 02:
• 1° crime: art. 157, §3° (patrimônio) X 2°crime art. 159
(patrimônio) = não faz jus ao livramento.
Questão:
O que e reincidente específico?
REINCIDÊNCIA x LIBERDADE
PROVISÓRIA
PROCESSUAL PENAL - HABEAS CORPUS - PRISÃO EM FLAGRANTE -
CRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO -
PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA - NEGATIVA DEVIDAMENTE
FUNDAMENTADA NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA - REITERAÇÃO NA
PRÁTICA CRIMINOSA - CONDIÇÕES PESSOAIS FAVORÁVEIS -
IRRELEVÂNCIA - CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO CONFIGURADO -
ORDEM DENEGADA.
A manutenção da custódia cautelar foi satisfatoriamente motivada ao
demonstrar a necessidade da segregação do réu para se preservar a ordem
pública e evitar, assim, a reiteração e a continuidade da atividade ilícita uma
vez que o paciente é contumaz na prática criminosa, demonstrando a sua
personalidade afeita ao desrespeito das regras da vida em sociedade.
As condições pessoais do paciente, ainda que lhe sejam favoráveis, por si
sós, não ensejam a concessão da liberdade provisória, mormente quando
motivos outros a recomendam.
Constrangimento ilegal não demonstrado.
Ordem denegada.
•(TJMT – HC 33149/2009 – 2º Câmara Criminal – Relator: Carlos Roberto Correia
Pinheiro - Data de Julgamento: 29-4-2009)
PRISÃO PREVENTIVA

• Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem

pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou

para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência

do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de

liberdade do imputado. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)


PRISÃO TEMPORÁRIA

• Art. 2º, § 4o A prisão temporária, sobre a


qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de
dezembro de 1989, nos crimes previstos
neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta)
dias, prorrogável por igual período em
caso de extrema e comprovada
necessidade.
• Esse parágrafo ampliou não apenas o prazo, mas
também o rol dos delitos passiveis de prisão
temporária (P. da posterioridade).
PRISÃO TEMPORÁRIA
• Requisitos para prisão temporária (Lei 7.960/89):
• Art. 1° ...
• I – Necessidade para investigação
• II – Indiciado sem residência fixa ou identidade segura
• III – Rol de crimes que autorizam a prisão temporária

• Questão: Esses requisitos são cumulativos?


– Para a corrente majoritária basta o requisito I ou II
combinado com o III (I e III; ou, II e III).
• OBS.: A prisão preventiva pode ser decretada de oficio
pelo juiz. A temporária, por sua vez, depende de
requisição do delegado ou requerimento do promotor
(Não pode ser de oficio).
PRISÃO TEMPORÁRIA

• PRAZO:
– CRIME COMUM: 05 dias – prorrogáveis;
– CRIME HEDIONDO: 30 dias – prorrogáveis;

– Questão: Os crimes que estão na lei de crimes hediondos,


mas que não estão no rol dos crimes que autorizam a
prisão temporária (Ex.: art. 217 – estupro de vulnerável,
tortura, terrorismo, etc), admitem prisão temporária?
• Prevalece que esses crimes admitem a prisão temporária, pelo
prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias. Agora, se
estiver previsto apenas na lei da prisão temporária, o prazo
será o de 5 dias prorrogáveis por mais 5.

Você também pode gostar