Você está na página 1de 17

PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL

Só lei pode criar infração penal e cominar penas.


Vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a Direito Penal.
É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a Direito Penal (art. 62,
§1º, I, alínea b, CF). Nada obstante, o STF firmou jurisprudência no sentido de que as
medidas provisórias podem ser utilizadas na esfera penal, desde que benéficas ao agente.
Legalidade Direito Penal não tolera a analogia in malam partem.
Costume não pode criar infração penal ou cominar pena.
Em homenagem ao princípio da reserva legal (art. 5º, XXXIX, CF), os tratados e as
convenções internacionais não podem criar crimes nem cominar penas, ainda que já
tenham sido internalizados pelo Brasil.
Criação de tipos e a cominação de sanções exige lei anterior, proibindo-se a
Anterioridade retroatividade maléfica.
Decorre da legalidade.
Taxatividade É preciso clareza para criação do tipo penal, não devendo deixar margens de dúvida
sobre o que está sendo criminalizado.
Artigo 5°, inciso XLV, da Constituição Federa: nenhuma pena passará da pessoa do
Intranscendência condenado podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens
ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
da pena ou
valor do patrimônio transferido.
pessoalidade Desdobramento lógico dos princípios da responsabilidade penal individual, da
responsabilidade subjetiva e da culpabilidade.
É necessário que o fato praticado ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico
tutelado.
Ofensividade Delitos de perigo abstrato são constitucionais.
O princípio da lesividade ou ofensividade visa impedir 4 proibições:
ou
a. Proibição de incriminação de atos não exteriorizados;
lesividade b. Proibição de incriminação de conduta autolesiva;
c. Proibição de incriminação de meros estados de existência;
d. proibição de incriminação de conduta que não viole bem jurídico.
Ninguém poderá ser responsabilizado pela conduta que não excede a sua esfera
individual.
Alteridade A lei não pune a tentativa de suicídio e somente haverá crime no induzimento, instigação
ou auxílio para a prática dele (art. 1 22, CP).
Desdobramento lógico do princípio da fragmentariedade.
Exclui a tipicidade material do fato.
É a ausência de subsunção do fato à norma penal, ou seja, o fato não é tão grave ao ponto
de merecer a reprimenda penal, pois não há efetiva lesividade ao bem jurídico tutelado
pela norma penal.
Segundo o STF são requisitos para aplicação desse princípio (MARI):
Insignificância (A) Mínima ofensividade da conduta do agente
ou bagatela (B) Ausência de periculosidade social da ação
própria (C) Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento
(D) Inexpressividade da lesão jurídica causada.
ATENÇÃO:
Bagatela própria: não se aplica o direito penal em razão da insignificância da lesão
ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. Exclui a tipicidade material.
Bagatela imprópria: o fato é típico, ilícito e culpável, mas a aplicação da pena
torna-se desnecessária.
Apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal (preencher o requisito da tipicidade
Adequação social formal e material), não será considerada típica se for socialmente adequada ou reconhecida,
isto é, se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada.

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 12


Artigo 5 °, XLVI, CF/ 88: a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras,
as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
Individualização
b) perda de bens
das penas c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos
Artigo 5°, inciso LVII, da CF: ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória.

retornou para a sua segunda posição e afirmou que o cumprimento da pena somente pode
ter início com o esgotamento de todos os recursos. Assim, é proibida a execução
provisória da pena.
Vejamos as alterações de entendimento do STF:

É POSSÍVEL A EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA?


Ou seja. Réu condenado em primeira instância. Recorre.
É condenado em segunda instância.
É possível o início do cumprimento de pena a partir dessa segunda decisão ou,
caso haja possibilidade de Recurso Especial ou Extraordinário, precisa esperar o
julgamento desses recursos?
1º entendimento 2º entendimento 3º entendimento 4º entendimento
Até 02/2009. 02/2009 a 02/2016 02/2016 a Entendimento atual
11/2019
Presunção de NÃO é possível a NÃO é possível a
inocência (o u da É possível a execução É possível a execução
não culpa) execução provisória da pena. execução provisória da pena
provisória da pena. provisória da pena.

Atenção para alteração promovida pela Lei Anticrime no CPP:

Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que:

I no caso de condenação:

e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se


encontra,
se presentes os requisitos da prisão preventiva,
ou,
Tribunal do no caso de condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze)
Júri anos de reclusão,
determinará a execução provisória das penas, com expedição do
mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de
recursos que vierem a ser interpostos;
Ninguém pode ser processado, condenado ou executado (cumprir pena) duas vezes pelo
mesmo crime.
Vedação do
Não está previsto expressamente na Constituição.
"bis in idem " Previsão no Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional.

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 13


Princípio da
Princípio da Princípio da
Subsidiariedade ou
intervenção mínima fragmentariedade
ultima ratio
De acordo com princípio da Uma vez escolhidos aqueles A atuação do Direito Penal é
intervenção mínima o Direito bens fundamentais, cabível unicamente quando os
penal é subsidiário e comprovada a lesividade e a outros ramos do Direito e os
fragmentário. inadequação das condutas que demais meios estatais de
Defende que a criminalização os ofendem, esses bens controle social tiverem se
Estatal deve recair sobre os passarão a fazer parte de uma revelado impotentes para o
bens jurídicos mais preciosos pequena parcela que é controle da ordem pública.
para a sociedade. protegida pelo Direito Penal.
O Direito Penal só deve agir Apenas os ilícitos mais graves Direito penal é o último
quando for verdadeiramente devem ser tutelados pelo recurso de controle social,
necessário. Direito Penal. atuando somente quando os
Existem vários ilícitos na outros meios falharem.
sociedade, porém apenas os Se o conflito pode ser
mais graves devem ser resolvido por outro ramo do
criminalizados. direito, não se deve usar o
direito penal.
A intervenção deve ser A maior parte das condutas O direito penal é a ULTIMA
mínima para ser efetiva. humanas devem ser RATIO no controle social,
Exige-se que o estado puna consideradas lícitas. Sendo atuando apenas quando as
aquilo que for efetivamente minoritário o conjunto de demais formas de controle
necessário. comportamentos ilícitos e não funcionarem.
ainda menor os ilícitos penais.

Responsabilidade Responsabilidade penal Culpabilidade ou imputação


pessoal subjetiva pessoal
Proíbe-se a imposição de pena O agente só pode ser O agente deve ter culpabilidade
pelo fato de outrem. responsabilizado se agiu para sofrer a sanção penal
No Direito Penal, não existe com dolo ou culpa. (penalmente capaz; potencial
responsabilização coletiva. Na consciência da ilicitude;
dúvida, absolve o réu. exigibilidade de conduta
diversa).

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 14


NORMA PENAL EM BRANCO
A norma penal em branco é uma espécie lei penal incompleta. A lei penal incompleta é aquela que
demanda de complementação valorativa ou normativa.
Lei penal incompleta
Valorativa Normativa
Tipo penal aberto (aquela norma que precisa de Demanda complemento normativo. Ou seja, é
complementação a ser dada pelo juízo valorativo uma outra espécie normativa que vai
do juiz. Exemplo: nos crimes culposos o juiz complementar a norma.
precisa valorar qual foi a imprudência,
negligência ou imperícia).
O princípio da legalidade exige a edição de lei certa, precisa e determinada. No entanto, admite-se a
norma penal em branco, recurso utilizado por uma norma penal em que há necessidade de um
complemento normativo ao preceito primário, ou seja, a lei fala sobre determinado termo que deverá
ser explicado por outro diploma legislativo (lei, portaria...).
O STF já decidiu que a norma penal em branco é constitucional.
Norma penal em branco ao revés ou invertida: o complemento normativo é necessário no preceito
secundário da norma penal. No entanto, na norma invertida o complemento deve ser necessariamente
lei. Exemplo: as penas dos crimes de genocídio (Lei n° 2.889/56) fazem referência a outros crimes
previstos no Código Penal.
Norma penal em branco ao quadrado: trata-se do caso de uma lei que demanda complemento
normativo, que por sua vez, também demanda complemento normativo. Exemplo: art. 38 da Lei
9.605/1998 (Crime de devastar floresta de preservação permanente. O conceito de floresta é dado
pelo Código Florestal. O conceito de preservação permanente é dado pelo Executivo Federal,
Estadual ou Municipal).
Preceito primário: é a descrição da conduta que está sendo incriminada (conteúdo proibitivo).
Exemplo: Código Penal - Art. 121. Matar alguém:
Preceito secundário: é a pena cominada à descrição da conduta incriminada. Exemplo: Código Penal
- Pena - reclusão, de 6 a 20 anos.
Norma penal em branco já foi declarada constitucional. Não ofende o princípio da legalidade.
Exemplo: conceito de Drogas na lei 11.343/06 é dado pela Portaria 344/2008 do Ministério da Saúde.

Norma penal em O complemento normativo é dado por outra fonte normativa, diversa do
branco própria legislador.
(ou em sentido estrito Lei sendo complementada por portaria, resolução, atos administrativos...
ou heterogênea) Exemplo: conceito de Drogas dada pela Portaria 344/98 da SVS/MS.

O complemento normativo é dado pela mesma fonte normativa, ou seja,


pelo próprio legislador.

Lei sendo complementada por lei.

Norma penal em branco imprópria homovitelina ou homóloga: o


Norma penal em
complemento normativo é feito pelo próprio diploma em que é citado.
branco imprópria
Exemplo: conceito de funcionário público nos crimes funcionais do
(ou em sentido amplo
Código Penal é dado pelo próprio Código Penal em seu artigo 327.
ou homogênea)
Norma penal em branco heterovitelina ou heteróloga: o
complemento normativo é feito por outra lei, diversa da que é citado.
Exemplo: conceito de impedimento do artigo 236 do Código Penal deve
ser buscado no Código Civil.

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 15


CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS
Podem existir situações no Direito Penal em que poderá haver um conflito aparente de normas penais,
ou seja, várias normas, em tese, poder-se-iam ser aplicadas ao fato.
Para resolver esse conflito APARENTE são utilizados 4 princípios fundamentais (CASE).
Princípio da absorção.
O crime previsto por uma norma não passa de uma fase de realização do crime previsto por
outra norma penal ou é uma forma normal de transição para outro crime.
Não importa a gravidade da pena. Olhe para a realização do fato, ou seja, se as condutas
anteriores forem ou não necessárias para chegar na conclusão do fato desejado pelo autor.

Exemplo:
Crime progressivo: agente para alcançar um resultado mais grave passa, necessariamente,
Consunção

por um crime menos grave. O agente desde o início tem a intenção de cometer o crime mais
grave. Para cometer homicídio (art. 121) é necessário lesionar (lesão corporal - art. 129) a
pessoa. Ou seja, lesão corporal é consumida pelo homicídio.
Progressão criminosa: o agente substitui o seu dolo, dando causa a resultado mais grave.
O agente muda sua intenção, ou seja, no começo era um resultado menos grave, depois
decide cometer outro resultado mais grave. Agente decide lesionar uma pessoa, depois
decide matá-la.
''Antefactum" impunível: são fatos anteriores que estão na linha de desdobramento da
ofensa mais grave, mas não necessariamente, ou seja, pode praticar por outros meios.
"Postfactum" impunível: exaurimento do crime principal praticado pelo agente e, portanto,
por ele não pode ser punido.
Não é bem um conflito aparente de normas, é um conflito aparente dentro da própria norma de
conteúdo múltiplo (ou variado), isto é, tipos penais que contam com vários verbos nucleares
(Art. 33 da Lei de Drogas).
Alternatividade

A quantidade de ações nucleares realizadas não interessa para a subsunção do fato (adequação
do fato à norma penal incriminadora), mas pode influenciar na dosimetria da pena.

Exemplo: Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor
à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar:
Afasta uma lei se o fato já é criminalizado por outra lei e esta contém crime mais grave.
Subsidiariedade

A relação entre uma norma e outra é de menor ou maior gravidade.


Importa a gravidade da pena. Não se aplica a pena menor, se existe norma que regula o mesmo
fato com pena maior.

Exemplo: Lesão corporal grave e perigo para a vida ou saúde de outrem.


Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção,
de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Afaste a lei geral para aplicação da lei especial.
A relação entre a norma geral e especial está relacionada ao número de especializantes (tipo
especial contém tudo do tipo geral, mas acrescido de elementos particulares).
Especialidade

Não importa a gravidade da pena. Olhe para os especializantes.

Exemplo:
1 - Art. 334 do CP (crime de contrabando ou descaminho) e o art. 33 da Lei n° 11.343/06
(crime de tráfico de drogas). Apesar da droga também ser produto proibido de entrada
no Brasil, aplica-se a Lei 11.343/06, por ser especial, por regular o fato com maior
precisão.
2 - Infanticídio em relação ao homicídio.

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 16


CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES
Descreve o resultado naturalístico (modificação do mundo exterior) e exige a sua
Crime material ocorrência para a consumação.
Exemplo: homicídio.
Crime formal Resultado naturalístico é previsto, mas é dispensável, pois a consumação ocorre
(ou de consumação com a conduta.
antecipada) Exemplo: ameaça e extorsão.
É aquele que apenas descreve a conduta delituosa, sem mencionar qualquer
Crime de mera
resultado naturalístico, que, obviamente, é dispensável.
conduta
Exemplo: porte ilegal de arma e violação de domicílio.
Pode ser praticado por qualquer pessoa, isto é, em que a lei não exige qualidade
Crime comum especial do sujeito ativo.
Exemplo: homicídio
Exige que o agente ostente certas características.
Crime próprio
Exemplo: crimes funcionais, como peculato e corrupção passiva.
Crime de mão Somente pode ser cometido por determinado agente designado no tipo penal.
própria Exemplo: falso testemunho ou falsa perícia
Crime Sempre que o agente quiser o resultado (dolo direto) ou assumir o risco de produzi-
doloso lo (dolo eventual).
Resultado não for querido ou aceito pelo agente, mas que, previsível, seja
Crime
proveniente de inobservância dos deveres de cuidado (imprudência, negligência ou
culposo
imperícia).
Crime Dolo em relação ao fato antecedente e culpa no que tange ao resultado agravante,
preterdoloso como ocorre na lesão corporal seguida de morte.
Aquele que se consuma em momento determinado (consumação imediata) , sem
Crime instantâneo
qualquer prolongação.
Crime
Aquele em que a execução se protrai no tempo por determinação do sujeito ativo.
permanente
Crime instantâneo
Consumação também ocorre em momento determinado, mas os efeitos dela
de efeitos
decorrentes são indeléveis, como no homicídio consumado.
permanentes
Crime em que se reúnam todos os seus requisitos de ordem legal (artigo 14, inciso
Crime consumado
I, do Código Penal)
por circunstâncias alheias à vontade do agente, o resultado não ocorre (artigo 14,
Crime tentado
inciso II, do Código Penal).
Há efetiva lesão ao bem jurídico penalmente tutelado.
Crime de dano
Exemplo: homicídio, o furto, o dano.
Dispensa a efetiva lesão, configurando-se com a simples exposição do bem jurídico
a perigo.
Crime de perigo abstrato: a própria lei presume perigosa a ação ,
Crime de perigo dispensando-se a comprovação de que houve efetivo perigo ao bem jurídico
tutelado .
Crime de perigo concreto: exige-se efetiva comprovação de risco para o
bem jurídico.
É a realização (ação) de uma conduta desvaliosa proibida pelo tipo penal
Crime comissivo
incriminador.
É a não realização (não fazer) de determinada conduta valiosa a que o agente estava
Crime omissivo
juridicamente obrigado e que lhe era possível concretizar.
Crime É aquele em que não se admite o fracionamento da conduta, isto é, perfaz-se com
unissubsistente apenas um ato. Não admite tentativa.
Crime A conduta é fracionada em diversos atos que, somados, provocam a consumação.
plurissubsistente Admite tentativa.
É aquele que se configura mediante a reiteração de atos.
Crime habitual

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 17


Crime Concurso de agentes seja imprescindível para sua configuração (crime de concurso
plurissubjetivo necessário).

Crime É aquele que pode ser praticado por apenas uma ou várias pessoas (concurso
unissubjetivo eventual de agentes).

Crime Crime basilar, formado objetivamente por apenas um tipo penal e subjetivamente
simples sem nenhuma circunstância que aumente ou diminua sua gravidade.

Crime Crime formado por meio da reunião entre dois ou mais tipos penais. Exemplo:
complexo roubo (furto + constrangimento ilegal).
O crime que deriva do tipo penal básico ou do complexo, com a mesma natureza,
cuja reprimenda sofre um agravamento, em novos patamares mínimo e máximo,
Crime em virtude da maior gravidade da conduta.
qualificado Atenção: os patamares da pena mudam (aumentam). Diferente do crime majorado,
em que contém uma causa de aumento, normalmente, em fração.
Crime É aquele em que a lei considera determinadas circunstâncias que diminuem a
privilegiado gravidade da ação e, consequentemente, a reprimenda imposta.
Fonte: Manual de Direito Penal - Parte Geral. Rogério Sanches. Editora JusPodivm. Ano 2015.

CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES -


QUANTO AO POTENCIAL OFENSIVO
Condutas que atingem o bem jurídico protegido de modo tão desprezível que
Crimes de
a lesão é considerada insignificante.
bagatela
É a aplicação do princípio da insignificância.
Infrações penais de Contravenções - todas
menor potencial Crimes - pena máxima não ultrapasse 2 anos
ofensivo
São aquelas que admitem suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei
Infrações penais de
9099/1995), pois têm pena mínima igual ou inferior a um ano.
médio potencial
São julgados pela Justiça Comum, já que sua pena máxima é superior a dois
ofensivo
anos.
Infrações penais de São aquelas cuja pena mínima é superior a um ano, não sendo cabível a
alto potencial suspensão condicional do processo.
ofensivo
São aqueles considerados de altíssimo potencial ofensivo, merecendo uma
Crimes hediondos maior reprimenda processual e material do Estado.
Só lei pode definir um crime como hediondo.

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 18


10 axiomas de Ferrajoli Garantismo Penal

Nulla poena Não há pena


Princípio da retributividade
sine crimine Sem crime

Quando e como Nullum crimen Não há crime ou pena Princípio da


punir? sine lege sem lei legalidade
Princípio da
Nulla lex poenalis Não há lei penal
necessidade ou economia do
sine necessitate Sem necessidade
direito penal
Não há necessidade
Nulla necessitas sem lesão ou perigo Princípio da lesividade ou
sine injuria de lesão ao bem ofensividade
Quando e como jurídico
proibir? Nulla injuria Não há crime Princípio da materialidade
sine actione sem conduta ou exterioridade da ação
Nulla actio Não há conduta
Princípio da culpabilidade
sine culpa sem culpa
Não há culpa
Nulla culpa Princípio da
sem o devido processo
sine judicio jurisdicionariedade
legal
Nullum judicio Não há processo
Princípio acusatório
Quando e como sine accusatione sem acusação
julgar? Não há acusação
Nulla accusatio Princípio do ônus da prova
sem prova que a
sine probatione ou da verificação
fundamenta.
Nulla probatio Não há prova
Princípio da ampla defesa
sine defensione sem ampla defesa

Ferrajoli é contra crime de perigo abstrato, mas é a favor de crime de perigo concreto, desde que o órgão
julgador demonstre o perigo.
STF já decidiu que é constitucional os crimes de perigo abstrato.

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 19


DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940
CÓDIGO PENAL
PARTE GERAL

TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

Anterioridade da Lei

Art. 1º -
Não há crime
sem lei anterior que o defina.
Não há pena
sem prévia cominação legal.

Desdobramentos do princípio da legalidade (art. 1º do CP)

NÃO HÁ CRIME
sem lei (somente lei em sentido estrito)
anterior (proíbe que a lei penal retroaja para prejudicar)
escrita - scripta (proíbe que o costume crie crime ou comine sanção)
estrita - stricta (proíbe que a analogia crie crime ou comine sanção)
certa (princípio da taxatividade) - [veda-se o tipo penal indeterminado (vago)]
necessária (intervenção mínima)

Atenção:
1 - Ao ler crime, leia-se também contravenção penal. Ao ler pena, leia-se também medida de segurança.
2 - É permitido o costume e a analogia in bonam partem (para favorecer).
3 - A norma penal em branco não fere o princípio da taxatividade. Necessário aprofundar o tema.
4 - O princípio da intervenção mínima se desdobra nos princípios da subsidiariedade e no princípio da
fragmentariedade.
5 - O princípio da insignificância é desdobramento lógico da fragmentariedade. A insignificância exclui
a tipicidade material, excluindo a tipicidade, excluindo o crime.
6 - Atenção especial aos princípios abaixo relacionados. Caem muito e normalmente os candidatos erram
devido à similitude dos conceitos. Recomendo leitura do Sanches ou do Masson.

Princípio da Princípio da subsidiariedade -


intervenção mínima Princípio da fragmentariedade Princípio da insignificância

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 20


Lei penal no tempo

Art. 2º -
Ninguém pode ser punido
por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
Cessando em virtude dela a
execução e os
efeitos penais da sentença condenatória.

Parágrafo único - A lei posterior, Súmula 611 - STF: Transitada em


julgado a sentença condenatória,
que de qualquer modo
compete ao juízo das execuções à
favorecer o agente, aplicação de lei mais benigna.
aplica-se aos fatos anteriores,
ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado.

Tempo da Fenômeno da
Lei posterior
realização do ato IR(RETROATIVIDADE)
Lei incriminadora
Fato atípico Torna o fato típico
Irretroatividade - art. 1º
Mantém o fato típico, mas, de Novatio legis in pejus
Fato típico
qualquer modo, prejudica o réu Irretroatividade - art. 1º
Abolitio criminis
Fato típico Supressão da figura criminosa
Retroatividade - art. 2º
Mantém o fato típico, mas, de Novatio legis in mellius
Fato típico
qualquer modo, favorece o réu Retroatividade - art. 2º p. único.
O conteúdo típico migra para Princípio da continuidade
Fato típico
outro tipo penal normativo-típica
Fonte: Cunha, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal - Parte Geral. Salvador- Bahia. 2015. Editora
JusPodivm

Lei excepcional ou temporária

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

LEI EXCEPCIONAL LEI TEMPORÁRIA


Autorrevogabilidade Autorrevogabilidade
Ultratividade Ultratividade
Evento transitório. Prazo determinado.
Dura enquanto persistir a situação. Fixa data para início e fim.

Tempo do crime

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no


MOMENTO da ação ou omissão,
ainda que outro seja o momento do resultado.

LU TA
Lugar do crime Teoria da Ubiquidade (momento da ação ou omissão OU momento do resultado)
Tempo do crime Teoria da Atividade (momento da ação ou omissão)

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 21


Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional,
ao crime cometido no território nacional.

REGRA Princípio da territorialidade (crime praticado no território brasileiro)

EXCEÇÃO 1 Princípio da intraterritorialidade (crime praticado no território brasileiro, mas não


sujeito às leis brasileiras. Exemplo: imunidade diplomática)

EXCEÇÃO 2 Princípio da extraterritorialidade (crime praticado fora do território brasileiro, mas


sujeito às leis brasileiras)

§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como EXTENSÃO DO


TERRITÓRIO NACIONAL

as embarcações e aeronaves brasileiras,


ESPAÇO FÍSICO de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro
POR
EQUIPARAÇÃO. onde quer que se encontrem,

CUIDADO: continua bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras,


sendo territorialidade, mercantes ou de propriedade privada,
não é caso de que se achem, respectivamente,
extraterritorialidade.
no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.

§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados


a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de
propriedade privada,
achando-se aquelas em pouso no território nacional
ou em voo no espaço aéreo correspondente,
e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

Aplicação da lei brasileira - TERRITORIALIDADE


Embarcações e aeronaves
Brasileiras
Pública ou Estrangeiras - privada
Mercantes ou particulares
a serviço do Brasil
Território nacional Território nacional Em pouso no território nacional
Território estrangeiro - Em voo no espaço aéreo
Alto-mar Alto-mar correspondente
Espaço aéreo Espaço aéreo
correspondente correspondente Em porto do mar territorial do
Brasil
Em mar territorial do Brasil

Se for no território estrangeiro


e aí não sejam julgados será
Onde quer que se encontrem.
caso de extraterritorialidade
condicionada.

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 22


PRINCÍPIOS APLICÁVEIS À TERRITORIALIDADE

Princípio da Aplica-se a lei penal do local do crime, não importando a nacionalidade


territorialidade do agente, da vítima ou do bem jurídico.

Princípio da nacionalidade Aplica-se a lei do país a que pertence o agente, pouco importando o
ou personalidade ativa local do crime, a nacionalidade da vítima ou do bem jurídico violado.

Princípio da nacionalidade
Aplica-se a lei penal da nacionalidade do ofendido.
ou personalidade passiva

Aplica-se a lei penal da nacionalidade do bem jurídico lesado (ou


Princípio da defesa ou real colocado em perigo), não importando o local da infração penal ou a
nacionalidade do sujeito ativo.

O agente fica sujeito à lei do país onde for encontrado, não importando
Princípio da justiça penal a sua nacionalidade, do bem jurídico lesado ou do local do crime. Esse
universal ou da justiça princípio está normalmente presente nos tratados internacionais de
cosmopolita cooperação de repressão a determinados delitos de alcance
transnacional.

Princípio da
Lei penal nacional aplica-se aos crimes cometidos em aeronaves e
representação, do
embarcações privadas, quando praticados no estrangeiro e aí não
pavilhão, da substituição
sejam julgados.
ou da bandeira

Fonte: Cunha, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal - Parte Geral. Salvador- Bahia. 2015. Editora JusPodivm

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 23


Lugar do crime

Art. 6º - Considera-se praticado o crime no


LUGAR em que ocorreu a ação ou omissão,
no todo ou em parte,
bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado.

LU TA
Lugar do crime Teoria da Ubiquidade (momento da ação ou omissão OU momento do resultado)
Tempo do crime Teoria da Atividade (momento da ação ou omissão)

As teorias do lugar e do momento do crime são:


Teoria da ação ou da atividade: considera o momento da ação ou omissão (atos executórios)
Teoria do resultado: considera o momento do resultado (consumação)
Teoria da ubiquidade ou mista: considera os dois.

DIREITO MATERIAL - REGRA

Lugar do crime: Teoria da ubiquidade


Tempo do crime: Teoria da atividade
Prescrição penal (111, I - CP): Teoria do resultado

DIREITO PROCESSUAL - REGRA

Código de Processo Penal: Teoria do resultado


Estatuto da Criança e do Adolescente para fins processuais: Teoria da atividade
Juizado Especial Criminal: Teoria da atividade

Em relação ao lugar do crime, segundo Cleber Masson, não se aplica a teoria da ubiquidade:

a) Crimes conexos; delito relacionado a outro porque praticado para a realização ou ocultação do segundo, porque
estão em relação de causa e efeito, ou porque um é cometido durante a execução do outro.

b) Crimes plurilocais: é aquele em que a conduta é praticada em uma comarca e o resultado é produzido em outra
comarca. Exige a pluralidade de comarcas dentro de um mesmo Estado Soberano. Não confundir com crime à
distância que é aquele em que a conduta é praticada em um país e o resultado é produzido em outro. Exige a pluralidade
de Estados Soberanos.

c) Infrações penais de menor potencial ofensivo


competên

d) Crimes falimentares: será competente o foro do local em que foi decretada a falência, concedida a recuperação
judicial ou homologado o plano de recuperação extrajudicial (art. 183 da Lei 11.101/05).

e) Atos infracionais

(AOCP 2021 Delegado PA - Correta) Aos crimes conexos e aos crimes plurilocais, quanto ao lugar
do crime, não se aplica a teoria da ubiquidade.

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 24


Extraterritorialidade

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: Contra o PR é só


vida ou liberdade,
I - os CRIMES: não entra patrimônio.

a) contra a VIDA ou a LIBERDADE do Presidente da República;

b) contra o PATRIMÔNIO ou a FÉ PÚBLICA


da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;

c) contra a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA,


por quem está a seu serviço;

d) de GENOCÍDIO,
quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;

§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado
no estrangeiro.

II - os CRIMES:

a) que, por TRATADO ou CONVENÇÃO, o Brasil se obrigou a reprimir;

b) PRATICADOS POR BRASILEIRO;

c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de


propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam
julgados.

§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes
CONDIÇÕES:
a) entrar o agente no território nacional;

b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;

c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;

d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;

e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a
punibilidade, segundo a lei mais favorável.

§ 3º - A lei brasileira aplica-se também


ao crime cometido por estrangeiro
contra brasileiro fora do Brasil,
Extraterritorialidade se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
HIPERCONDICIONADA
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;

b) houve requisição do Ministro da Justiça.

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 25


Pena cumprida no estrangeiro

Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando
diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

Pena cumprida Pena aplicada ATENUA


Diferente
no estrangeiro no Brasil a pena no Brasil
Pena cumprida Pena aplicada COMPUTA
Idêntica
no estrangeiro no Brasil (subtrai) a pena no Brasil

Eficácia de sentença estrangeira

Art. 9º - A SENTENÇA ESTRANGEIRA, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as


mesmas consequências, PODE ser homologada no Brasil para:

I - obrigar o condenado à REPARAÇÃO do dano, a restituições e a outros efeitos civis;

II - sujeitá-lo a MEDIDA DE SEGURANÇA.

Parágrafo único - A homologação depende:

a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;

b) para os outros efeitos,


da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade
judiciária emanou a sentença,
ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.

Contagem de prazo

Art. 10 - O dia do começo INCLUI-SE no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo
calendário comum.

CONTAGEM DE PRAZO
PENAL PROCESSUAL PENAL
Não se computará no prazo o dia do começo,
Inclui dia do começo. incluindo-se, porém, o do vencimento. (798, § 1º do
CPP)
Penas, sursis, livramento condicional, Prática de atos processuais, citação, intimação,
prescrição, decadência, dentre outros. recursos, dentre outros.
Se terminar em domingo ou feriado considerar-se-á
Prazos são improrrogáveis
prorrogado até o próximo dia útil.
Pode ser suspenso ou interrompido. Pode ser suspenso ou interrompido.

Frações não computáveis da pena

Art. 11 - Desprezam-se, nas


penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na
pena de multa, as frações de cruzeiro (real).

Legislação especial

Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por LEI ESPECIAL, se esta
não dispuser de modo diverso.

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 26


DOUTRINA - CRIME
Primeiro entenda que infração penal é gênero.
Crime e contravenção penal são espécies de infração penal. Portanto, todo crime e toda contravenção
também são infrações penais.
Crime também pode ser chamado de delito.
Contravenção pode ser chamada de delito liliputiano, crime vagabundo ou crime anão.

CONCEITO DE INFRAÇÃO PENAL


Infração penal é aquilo que assim está rotulado em uma norma penal incriminadora, sob
Formal
ameaça de pena.
Infração penal é comportamento humano causador de relevante e intolerável lesão ou
Material
perigo de lesão ao bem jurídico tutelado , passível de sanção penal.
Leva em conta os elementos estruturais que compõem infração penal, prevalecendo fato
Analítico
típico, ilícito e culpável .
Fonte: Cunha, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal - Parte Geral. Salvador- Bahia. 2015. Editora JusPodivm

DIFERENÇAS ENTRE CRIME E CONTRAVENÇÃO


Crime Contravenção
Infração penal que a lei comina pena de Infração penal a que a lei comina,
reclusão ou de detenção, quer isoladamente, isoladamente, pena de prisão simples ou de
quer alternativa ou cumulativamente com a multa, ou ambas alternativa ou
pena de multa. cumulativamente.
Se processa mediante ação penal pública
Se processa somente mediante ação penal
incondicionada, ação penal pública
pública incondicionada
condicionada ou ação privada
Não se admite tentativa (pode acontecer na
Tentativa é cabível.
prática, mas não é punida penalmente)
É possível a aplicação da lei brasileira a fato A lei brasileira só é aplicável à contravenção
praticado fora do nosso território. praticada no território nacional.
Competência será sempre da Justiça Estadual,
Competência pode ser da Justiça Federal ou
salvo na hipótese em que o contraventor seja
Estadual
detentor de foro por prerrogativa de função
Cumprimento da pena pelo cometimento de Cumprimento da pena pelo cometimento de
crime não excederá os 40 anos. contravenção não excederá 05 anos.
Sursis 2 a 4 anos ou 4 a 6 anos Sursis 1 a 3 anos
Cabe prisão preventiva ou temporária Não cabe prisão preventiva ou temporária
Possível o confisco de bens Não é possível o confisco de bens

SUJEITOS DO CRIME
Pessoa que pratica a infração penal
Qualquer pessoa física capaz e com 18 anos completos
Sujeito ativo
Pessoa jurídica, excepcionalmente, pode ser sujeito ativo em crime ambiental.
Se for menor de 18 anos, não comete crime, e sim ato infracional
Pessoa (física ou jurídica) que sofre as consequências da infração penal.
Sujeito passivo mediato (constante, formal, geral ou genérico): sempre
o Estado
Sujeito passivo
Sujeito passivo imediato (eventual, material, particular ou acidental):
titular do interesse protegido (quem sofre diretamente as consequências
da infração.

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 27


OBJETO DO CRIME
Objeto material é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa.
Está dentro do tipo penal.
Atenção: pode existir crimes sem objeto material, mas não existe crime sem objeto
jurídico.
Se não houver objeto material em crime material, será caso de crime impossível (art.
17).
Pode acontecer de o sujeito passivo coincidir com o objeto material do crime, como
Objeto é o caso do homicídio (sujeito passivo e objeto = pessoa), ou não coincidir, como, por
material exemplo, no crime de furto (sujeito passivo = possuidor da coisa / objeto material =
coisa subtraída).

Crimes com objeto material Crimes sem objeto material


Todo crime material possui objeto Crimes de mera conduta
material. Crimes omissivos puros
Crime formais (podem ou não ter) Crimes formais (podem ou não ter)

Bem jurídico protegido pelo tipo penal.


Objeto Todo crime tem objeto jurídico.
jurídico Normalmente o objeto jurídico está no título, capítulo ou seção onde está localizado
o crime.

Objeto jurídico Objeto material


Homicídio Vida Pessoa morta
Furto Patrimônio Coisa subtraída
Peculato Administração Pública Dinheiro, valor...
Falso testemunho Administração da Justiça não tem
.

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 28

Você também pode gostar