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1. Progressão de Regime
- Requisitos:
- Bom comportamento carcerário: requisito subjetivo, atestado pelo diretor da
casa prisional. Caso o MP duvide desse atestado – por motivos de crime violento, conduta
duvidosa – pode requerer um parecer fundamentado, composto por 5 declarações (do diretor
da casa prisional, do agente penitenciário responsável pelas atividades de trabalho dentro da
penitenciária, parecer do agente penitenciário responsável pela segurança, parecer da
psicóloga e parecer da assistente social)
- Ter cumprido no regime anterior:
- Para crimes não hediondos = 1/6 da pena (art. 112 da Lei 7.210/84)
- Para crimes hediondos (Lei 8.072/90):
- 2/5 da pena se o condenado for primário
- 3/5 da pena se o condenado for reincidente
- Requisitos: art. 83
- Bom comportamento carcerário
- Ter cumprido:
+ de 1/3 da pena para condenado primário e crime não hediondo
+ de ½ da pena para condenado reincidente e crime não hediondo
+ 2/3 da pena para condenado por crime hediondo ou equiparado
- Condições: comparecer mensalmente à Vara de Execuções para informar suas
atividades; não pode mudar de endereço sem avisar; não pode sair da Comarca sem
autorização
- Suspensão:
- Ocorre quando há condenação preventiva por fato novo (ex.: prisão em
flagrante) – art. 145 da Lei 7.210/84: “Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz
poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público,
suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará
dependendo da decisão final.”
- Revogação: art. 86
- Quando há condenação por fato novo (crime cometido no período em
livramento condicional), há a perda do período cumprido em liberdade (é diminuído da nova
pena apenas o período em que esteve preso) quebra de confiança por parte do condenado,
pois o condenado comete crime durante o livramento condicional
- Quando há condenação por fato antigo, o período em livramento condicional
é diminuído da nova pena não houve quebra de confiança por parte do condenado
- Art. 88: “(...) salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime
anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o
condenado.”
- Efeitos: art. 88: “Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido (...)”
- Requisitos
- Bom comportamento
- Que não seja cabível o indulto
- Ter cumprido:
- 1/4 da pena até 25/12/2014, se primário, para comutar 1/4 de seu
remanescente
- 1/3 da pena até 25/12/2014, se reincidente, para comutar 1/5 de seu
remanescente
* Atenção: não cabe indulto nem comutação de pena para crimes hediondos ou equiparados
6. Remição
- É um benefício para estimular o preso ao trabalho e ao estudo, em que a cada 3 dias
de trabalho se reduz um dia de pena, e a cada 12 horas (4 horas/aula por dia) de estudo se
reduz um dia de pena
7. Detração
- Todo o período cumprido preventivamente é reduzido da pena definitiva
* Caso:
- Ariovaldo: Crime hediondo; Primário; Pena de 7 anos; Início: 29/7/2012; Trabalho:
240 dias
- Para Livramento Condicional precisaria cumprir 2/3 da pena (4 anos e 8
meses); para progredir de regime teria que cumprir 2/5 da pena (2 anos e 4 meses); não cabe
indulto nem comutação de pena (por ser hediondo)
- Até hoje, cumpriu 3 anos 2 meses e 6 dias de pena; somado com os 240 dias
de trabalho (80 dias a mais de cumprimento) tem, até 5/10/2015, 3 anos 4 meses e 26 dias.
Portanto, poderia progredir para o regime semiaberto, e não caberia livramento condicional
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EFEITOS DA CONDENAÇÃO
- AUTOMÁTICOS: art. 91
- Decorrem automaticamente da sentença penal condenatória
- A sentença penal condenatória serve como título executivo judicial a ser executado
na esfera cível para fins de indenização pelo dano causado pelo crime (se houver pena
alternativa de prestação pecuniária, esta será abatida do valor porventura demandado na
esfera cível)
- O produto do crime ou vantagem auferida pela prática do ato criminoso são perdidos
em favor da União, bem como os instrumentos utilizados para a prática delitiva, ressalvado o
direito do lesado ou de terceiro de boa-fé (ex.: o Estado deve devolver ao proprietário o
veículo furtado e posteriormente utilizado para perpetrar crimes)
- A inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado para cometer o crime, é previsto
no Código de Trânsito como efeito automático (Código Penal está desatualizado, pois trata
dessa consequência como dependente de fundamentação específica)
- Depois de cumprida sua pena, o condenado, em 2 anos, se não cometeu novo crime, poderá
solicitar ao juízo de conhecimento a Reabilitação. Reabilitar, no âmbito do Direito Penal,
significa restituir as qualidades e prerrogativas daquele que delas foi privado por uma
condenação judicial
- A reabilitação não é causa extintiva de punibilidade, mas tão somente suspende alguns
efeitos da sentença condenatória, visto que a qualquer tempo, revogada a reabilitação, se
restabelece o status quo ante
- A reabilitação é um direito subjetivo do condenado, e não um favor do Estado, tendo como
finalidade promover a reinserção do apenado no contexto social
- Efeitos da Reabilitação: (1) antecedentes retirados da Folha Corrida (como se primário fosse,
embora conste nos registros internos dos órgãos competentes), para que a pessoa não seja
discriminada no mercado de trabalho, por exemplo; (2) efeitos que dependem de
fundamentação específica (art. 92) podem ser atingidos, vedada a reintegração ao estado
anterior nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo
- Art. 94: “A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for
extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de
prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o
condenado:
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido;
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom
comportamento público e privado;
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta
impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia
da vítima ou novação da dívida. (...)”
MEDIDA DE SEGURANÇA
- Utilizada quando alguém que possui uma doença mental diagnosticada e periciada pratica
um fato típico e ilícito (crime só é praticado por agente imputável)
- Quando o agente do fato típico e ilícito tem 18 anos completos é objeto do Direito Penal
(menores de 18 anos estão fora do Direito Penal – há, porém, na doutrina quem defenda o
surgimento de um Direito Penal Juvenil). Concluído o inquérito policial e apresentada a
denúncia pelo Ministério Público, se houver dúvida quanto à imputabilidade do acusado, o
processo é suspenso e é instaurado um incidente processual em que peritos examinarão o
indivíduo e avaliarão seu estado mental
- Sujeitos:
- Inimputável: sentença de absolvição indireta
- Aplicação de Medida de Segurança, através de tratamento compulsório, com
fundamento na periculosidade
- Semi-Imputável: sentença condenatória com pena reduzida
- Cumpre a pena em uma Penitenciária comum, tem apenas sua pena reduzida
na 3ª Fase de dosimetria
- Imputável: sentença condenatória
AÇÃO PENAL
- Segundo o art. 100, a Ação Penal é Pública (regra), salvo quando for condicionada à
representação ou privativa do ofendido (exceções, que constarão do tipo penal)
- Lesão corporal culposa e lesão corporal leve que não envolva relações domésticas,
segundo o art. 88 da Lei 9099/95, dependem de representação
PRESCRIÇÃO
- Art. 109: “A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no §
1º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada
ao crime, verificando-se:
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não
excede a dois;
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (...)”
- No caso de crimes dolosos contra a vida (art. 121 a 126), há um outro marco
interruptivo (zera a contagem) da prescrição: a Sentença de Pronúncia
- A prescrição da pretensão punitiva se encerra com o trânsito em julgado
- Prescrição da PRETENSÃO EXECUTÓRIA: extingue somente a pena, o registro de condenação
persiste, inclusive para fins de verificação de reincidência (bem como preserva como certa a
obrigação de reparar os danos causados), pois ocorre depois do trânsito em julgado da decisão
condenatória
- Os prazos prescricionais relativos à pretensão executória aumentam de um terço se
o condenado é reincidente (art. 110)
- Ocorre entre o trânsito em julgado para a acusação (se o réu estiver respondendo
em liberdade) e o início do cumprimento da pena. No início do cumprimento da pena
suspende-se o prazo prescricional, não zerando a contagem da prescrição (não há
interrupção). Ocorrendo a fuga do sujeito, o prazo de prescrição volta a correr
- Em caso de fugas e capturas, cada vez que se cumpre a pena o período cumprido é
contabilizado. Portanto, no momento da recaptura, o tempo de pena ainda a ser cumprido é
reduzido, diminuindo o prazo de prescrição conforme o art. 109
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