SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO
Lei 9.099/95, artigo 89
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a 1
ano, o MP, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por
2 a 4 anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido
condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a
suspensão condicional da pena
Possibilidade do acusado conseguir suspensão do processo, por
2 a 4 anos, desde que:
a. Pena mínima cominada igual ou menor a 1 ano
b. Não esteja sendo processado ou tenha sido condenado por
outro crime (observada a prescrição da reincidência)
c. Presença dos elementos que autorizariam a suspensão
condicional da pena (art. 77 do CP)
Obs.: é diferente da suspensão condicional da pena
Art. 77, CP: A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 anos,
poderá ser suspensa, por 2 a 4 anos, desde que:
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do
benefício;
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44
A Lei 9.099/95 aplica-se aos crimes apenados, com no máximo
2 anos, mas a suspensão é para crimes com pena mínima (e não
máxima) de até 1 ano
Aplica também à reclusão, detenção e contravenções
A suspensão pressupõe uma denúncia recebida
- Rejeitada a denúncia, fica a proposta
- Recebida a denúncia, aceita a proposta Ministerial, juiz
suspende o processo por 2 ou 4 anos - condições:
a. reparação do dano (salvo impossibilidade comprovada)
b. proibição de frequentar determinados lugares
c. proibição de se ausentar da comarca onde reside sem
autorização do Juiz
d. comparecimento mensal e obrigatório a juízo, para informar
e justificar suas atividades
- O juiz pode acrescentar outras condições, atento à dignidade
do causado e sua personalidade
Súmula 696, do STF: “Reunidos os pressupostos legais
permissivos da suspensão condicional do processo, mas se
recusando o promotor de justiça a propô-la, o juiz, dissentindo,
remeterá a questão ao procurador-geral, aplicando-se por
analogia o art. 28 do código de processo penal”.
Súmula 243 do STJ: “O benefício da suspensão do processo não
é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso
material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena
mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência
majorante, ultrapassar o limite de 1 ano”.
Obs.: Violência Doméstica - o artigo 41 da Lei 11.340/06 veda,
em qualquer caso, a aplicação da Lei 9.099/95, o STF decidiu que
não é aplicável, diante da violência presumida da própria lei
especial de proteção a mulher.
A SUSPENSÃO PODE SER REVOGADA? Sim!
Será obrigatória se o réu for processado por outro crime ou
deixar de reparar o dano (sem justificativa)
Será facultativa, se no curso do período de prova cometer
contravenção ou descumprir outras condições impostas
- Revogada a suspensão condicional do processo: retorna ao
seu curso e ao prazo prescricional
- Ultrapassado o período sem revogação, será declarada extinta
a punibilidade, e o réu retomará sua condição de primário.
Obs.: não é aplicável à Justiça Militar - Tourinho entende possível nas
ações penais privadas, porque se o querelante pode ofertar a queixa,
também pode oferecer suspensão
RITO SUMARÍSSIMO Lei 9099/95:
- No juizado não existe intimação por edital: remete à vara criminal comum
Art. 76: promotor oferece a transação penal
- Crimes de menor potencial ofensivo tenta um acordo, composição por
danos civis (se aceito, será criado documento pelo promotor, manda pro juiz e
ele homologa)
- Requisitos para esse benefício: primário e bons antecedentes, sem violência ou
grave ameaça
- Se aceito o acordo e cumprido, ele mantém a primariedade, tem excludente de
culpabilidade, não foi condenada, não terá antecedentes (mas não vai poder
usufruir esse benefício pelos próximos 5 anos)
Art. 81: em caso de não aceitação ou não cumprimento do acordo, ocorre
denúncia, depois a citação – se rejeitou a denúncia (extinção ou revisão do
processo – dependendo do motivo da rejeição), se receber a denúncia
(prossegue, vai para o promotor – nesse momento o promotor avalia se o
réu se encaixa nos requisitos para o benefício – nesse momento começa o
processo)
Art. 89: Suspensão condicional do processo – para suspender
condicionalmente o processo (através de acordo, ou seja, outra oportunidade
para o promotor propor o benefício se preenchidos os requisitos)
- Se o réu cumprir o acordo, exclui a punibilidade (é primário)
- Esse artigo se refere aos crimes de menor potencial ofensivo, menos de 2
anos, mas também “aos crimes em geral que a pena mínima seja igual ou
menos a 1 ano, dá a oportunidade da suspenção condicional do processo
(ex: furto simples, de 1 a 4 anos, pena mínima prevista em abstrato é 1 ano)
CP - Art. 44 – terá a substituição da pena privativa de liberdade pela
restritiva - quando a pena não ultrapassar 4 anos, dentro dos requisitos do
artigo – como ausência de violência e grave ameaça - você pode substituir
uma outra pena privativa de até 2 anos por uma restritiva (não é primário,
sofreu pena, foi condenado, tem sentença transitado em julgado)
Art. 77 – ‘sursis’ – terá a suspenção da pena (requisitos do artigo, pena até 2
anos), se cumprido a pena, exclui a punibilidade – se já passou 5 anos, ele
volta a ser primário, mas mantém maus antecedentes - se não cumprir, o
processo volta de onde parou, ou seja, mandado de prisão
- Só observa esse artigo se anteriormente tentou enquadrar no artigo 44, se
enquadrou, irá cumprir, se não enquadrar volta a pena original para ele
cumprir – ai busca analisar se enquadra o artigo 77
- No ‘sursis’ não é exigência que não tenha havido violência ou grave
ameaça (ex: grave ameaça a esposa cabe aqui, mas por não se tratar de menor
potencial ofensivo, não cabe na Lei 9099)
CPP Art. 28-A