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LEI DE EXECUÇÃO PENAL

Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) - Livramento condicional II


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LEI Nº 7.210/1984 (LEI DE EXECUÇÃO PENAL) - LIVRAMENTO


CONDICIONAL II

LIVRAMENTO CONDICIONAL II

Requisitos Subjetivos

• No caso de crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa – cons-
tatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a
delinquir.
• Comprovado bom comportamento durante a execução da pena.
– Lembre-se do requisito do não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses
(requisito objetivo).

ATENÇÃO
– não interrompe o prazo para o livramento condicional e não é requisito obje-
tivo negativo.

– Jurisprudência: é admitido que a falta grave seja analisada no contexto do requi-


sito subjetivo de bom comportamento. Então, por exemplo, o juiz pode indeferir o
livramento condicional por conta de uma falta grave que aconteceu lá atrás. Porque,
mesmo que não interrompa o prazo para o livramento condicional, a falta grave pode
ser vista como um não comportamento durante a execução da pena.
5m

• Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído.


• Aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto.
• Inexistência de manutenção de vínculo associativo para condenados por inte-
grar organização criminosa (art. 2º, §9º da Lei 12.850/13).
– Requisito específico da Lei de Organizações Criminosas para os indivíduos conde-
nados com base nessa lei.
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Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) - Livramento condicional II
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DIRETO DO CONCURSO

1. (CEBRASPE/DPE-RO/2023/Defensor Público Substituto) Na hipótese de condenado


reincidente em crime doloso, o requisito temporal necessário para a concessão do be-
nefício do livramento condicional é o cumprimento de, no mínimo,
a. um sexto da pena.
b. dois terços da pena.
c. um terço da pena.
d. metade da pena.
e. três quintos da pena.

COMENTÁRIO

Lembre-se:
Livramento Condicional – requisitos objetivos

• Ter cumprido:
– Mais de um terço da pena, se não for reincidente em crime doloso e tiver bons
antecedentes.
– Mais da metade da pena, se for condenado reincidente em crime doloso.
– Mais de dois terços da pena, em caso de condenação por crime hediondo, prática
de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terro-
rismos, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.

ATENÇÃO
– Se for com resultado morte, seja primário ou reincidente, não tem direito ao livra-
mento condicional – Lei 13.964/2019.

2. (CEBRASPE/PC-ES/2022/Delegado de Polícia) De acordo com o artigo 83 do Código


Penal, o juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de
liberdade igual ou superior a dois anos, desde que o condenado
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a. não seja reincidente.


b. não tenha cometido falta grave nos últimos dois anos.
c. tenha reparado o dano causado pela infração, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo.
d. tenha cumprido mais de 2/5 da pena, nos casos de condenação por crime hediondo.
e. tenha cumprido mais de 1/6 da pena, se não for reincidente em crime doloso, e mais
da metade da pena, se for reincidente em crime doloso.

COMENTÁRIO

a) Ser reincidente não é um impeditivo para o livramento condicional.


Tal fato apenas muda os requisitos (a fração da pena a ser cumprida é maior).
b) Não tenha cometido falta grave nos últimos 12 meses.
c) É um requisito objetivo.
d) Tenha cumprido mais de 2/3 da pena, nos casos de condenação por crime hediondo.
e) Tenha cumprido mais de 1/3 da pena, se não for reincidente em crime doloso, e mais da
metade da pena, se for reincidente em crime doloso.
10m

Condições do Livramento Condicional

Condições Obrigatórias – art. 132, §1º Condições Facultativas – art. 132, §2º
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoá- a) não mudar de residência sem comunicação
vel se for apto para o trabalho; ao Juiz e à autoridade incumbida da observação
cautelar e de proteção;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocu-
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
pação;
c) não frequentar determinados lugares.
c) não mudar do território da comarca do Juízo Rol taxativo? Não.
da execução, sem prévia autorização deste. § 2º Poderão ainda ser impostas ao liberado con-
dicional, entre outras obrigações, as seguintes:

• Lembre-se que não há remição da pena pelo trabalho para o indivíduo que está em
livramento condicional, pois isso já é uma condição obrigatória desse sujeito.

• “comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação” – afinal, é preciso uma fiscalização


desse sujeito.
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• Cuidado:
– Precisa de autorização – quando mudar de comarca.
– Precisa de comunicação – quando mudar de residência na mesma comarca.
15m

Revogação do Livramento Condicional – obrigatória

Se for condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível:

1) Por crime cometido durante a vigência do benefício.

• Não será computado, na pena a cumprir, o tempo em que o liberado esteve em


liberdade.
– Exemplo: um sujeito ainda tinha 6 anos de pena a cumprir e teve o benefício do livra-
mento condicional. Mas, no quarto ano, ele comete um novo crime e é condenado
definitivamente a uma pena privativa de liberdade. Neste caso, esses 4 anos de
livramento condicional é tempo perdido, ou seja, não será considerado como efetivo
cumprimento de pena.

• Não se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento.


• O restante da pena cominada ao crime não poderá ser somado à nova pena, para fins
de concessão a novo livramento.
– Exemplo: um sujeito ainda tinha 6 anos de pena a cumprir e cometeu um novo crime
que tinha 1 ano de pena. Poderia ele somar os 6 anos + 1 ano da nova pena para ter
a concessão do benefício? Não.

2) Por crime anterior, observado o disposto no art. 84 do Código Penal.


20m

• Exemplo: um sujeito ganha o direito do livramento condicional. Enquanto estava cum-


prindo pena (e, depois, enquanto estava em livramento condicional), o sujeito estava
respondendo a uma outra ação penal. E, por conta dessa outra ação penal, ele é con-
denado a uma pena privativa de liberdade. Mas veja: é um crime anterior, isto é, ele
não cometeu o crime durante o livramento condicional. Neste caso, ainda há a revoga-
ção do benefício, mas com efeitos diferentes.
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• O tempo em que o sentenciado esteve em liberdade será computado no tempo de


pena a cumprir.
• É possível novo livramento condicional quanto à mesma pena, cumpridos os
requisitos.
• O restante da pena pode ser utilizado para efeito de somar à nova pena cominada,
visando à concessão de novo livramento.

Revogação do Livramento Condicional – Facultativa

a) Se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença.


b) For irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja
privativa de liberdade.
Em resumo:

• Crime – PPL → revogação obrigatória.


25m
• Crime ou contravenção – PRD → revogação facultativa.

Questão: e se for condenado por uma contravenção a uma pena privativa de liberdade
(prisão simples, por exemplo)? A lei não trouxe previsão para esse caso.
A doutrina indica que deve ser colocado no mesmo polo – então, seria uma revogação
facultativa.
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Revogação

Revogação Obrigatória Revogação Facultativa


Se for condenado a pena privativa de liberdade,
em sentença irrecorrível:
1) Por crime cometido durante a vigência do
benefício.
– não será computado, na pena a cumprir, o
a) Se o liberado deixar de cumprir qualquer das
tempo em que o liberado esteve em liberdade.
obrigações constantes da sentença.
– não se concederá, em relação à mesma pena,
novo livramento.
– o restante da pena cominada ao crime não
poderá ser somado à nova pena, para fins de
concessão a novo livramento
2) por crime anterior, observado o disposto no
artigo 84 do Código Penal.
– o tempo em que o sentenciado esteve em
liberdade será computado no tempo de pena a
a) For irrecorrivelmente condenado, por crime ou
cumprir.
contravenção, a pena que não seja privativa de
– é possível novo livramento condicional quanto
liberdade.
à mesma pena, cumpridos os requisitos.
– o restante de pena pode ser utilizado para
efeito de somar à nova pena cominada, visando
à concessão de novo livramento.

Revogação Obrigatória do Livramento Revogação Obrigatória do Sursis


– Se for condenado a pena privativa de liber-
dade, em sentença irrecorrível:
– Condenação definitiva por crime doloso
-- Por crime cometido durante a vigência do
benefício.
– por crime anterior, observado o disposto no – Se o beneficiário não efetua, sem justo motivo,
artigo 84 do Código Penal. a reparação do dano.
– Se o beneficiário descumpre, injustificada-
mente, as condições impostas no art. 78, §1º,
CP – prestação de serviços à comunidade ou
limitação de fim de semana
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Revogação Facultativa do Livramento Revogação Facultativa do “sursis”


– Descumprimento de outras condições (que
– Se o liberado deixar de cumprir qualquer das
não seja prestação de serviços à comunidade
obrigações constantes da sentença.
ou limitação de fim de semana)
– For irrecorrivelmente condenado, por crime ou – Se for condenado por crime culposo ou por
contravenção, a pena que não seja privativa de contravenção, a pena privativa de liberdade ou
liberdade. restritiva de direitos.

Suspensão do Livramento Condicional


30m

• Lembre-se que pode demorar muito uma sentença penal condenatória transitada
em julgado.
– Exemplo: um sujeito está em livramento condicional, ele pratica um novo crime
doloso, mas só falta um ano de livramento condicional. O que fazer nesta situação?
Aplica-se a suspensão do livramento condicional.

• Art. 145 – prática de outra infração penal – juiz ordena prisão e suspende.
• Deve ser expressa.
• Prorrogação do Benefício

Art. 89, CP – O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a senten-
ça em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.
Súmula 617 do STJ – “a ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do
término do período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena”.

• Então, antes do término do livramento condicional, é preciso de uma decisão do juiz


revogando ou suspendendo o benefício.
• Por isso, se houver apenas a notícia da prática de nova infração penal, o juiz deve pro-
ferir uma decisão suspendendo o livramento condicional para evitar que o sujeito se
beneficie de maneira equivocada.

Extinção da pena

• Art. 90, CP – Se até o término não for revogado – pena extinta.


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Lei de Drogas

Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e
insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas
penas em restritivas de direitos.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condi-
cional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente
específico.

STJ – não há reincidência específica entre os crimes de tráfico privilegiado e tráfico


comum de drogas, não incidindo, portanto, a vedação ao livramento condicional prevista no
art. 44, parágrafo único, da lei de Drogas. AgRg no HC 604.476-go, 6ª Turma, julgado em
15/09/2020

Livramento condicional insubsistente

• Quando é concedido ao indivíduo o benefício do livramento condicional, mas ele não


aceita as condições. Neste caso, não há que se falar em revogação, pois o livramento
condicional não foi nem implementado.
– Logo, fala-se que o livramento condicional foi insubsistente.

• Outra situação: quando o indivíduo pratica uma situação que levaria a revogação do
livramento condicional, mas o livramento condicional ainda não foi implementado.
35m

3. (CEBRASPE/DPE-TO/2022/Defensor Público Substituto) Acerca do livramento condi-


cional, assinale a opção correta.
a. Segundo posicionamento do STJ, por ser requisito subjetivo, a análise de cometi-
mento de falta grave nos últimos doze meses limita a aferição do requisito do com-
portamento carcerário do reeducando, por não se poderem considerar as anotações
de faltas disciplinares pretéritas e de longa data.
b. De acordo com o Código Penal, o livramento condicional será obrigatoriamente revo-
gado se, no curso do período de prova, o beneficiário for condenado irrecorrivelmente
por crime praticado durante o livramento, com imposição de pena restritiva de direitos.
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c. Segundo as leis de regência, a prática de contravenção penal durante o período de


livramento constitui motivo idôneo para a suspensão do benefício até a decisão final
do processo em que se apura aquela infração, podendo o juiz decretar a prisão do
beneficiário após oitiva do conselho penitenciário e do Ministério Público.
d. O STJ não admite, ante a falta de previsão legal, que, para a concessão do livramento
condicional ao condenado primário por crime de associação ao tráfico (art. 35 da Lei
n.º 11.343/2006) e de bons antecedentes, este deva cumprir dois terços da pena,
como aplicável aos condenados por tráfico de drogas, em razão da vedação de ana-
logia in malam partem.
e. Segundo jurisprudência pacificada dos tribunais superiores, a prática de crime durante
o livramento condicional enseja a suspensão e a prorrogação automática do benefício
até o fim do processo em que se apura o delito, prescindindo-se de decisão judicial.

COMENTÁRIO

A) Falta grave nos últimos doze meses – requisito objetivo.


Além disso, isso não limita a análise do requisito subjetivo do bom comportamento.
B) “com imposição de pena restritiva de direitos” – neste caso, a revogação é facultativa.
C) Lembre-se que a prática de outra infração penal leva o juiz a ordenar prisão e sus-
pender o benefício.
E note que, quando a lei indica “outra infração penal”, está embarcada a contravenção
penal também.
D) A própria lei traz essa previsão.
Não há nenhuma analogia in malam partem.
E) É preciso uma decisão judicial expressa.

GABARITO
1. d
2. c
3. c

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Francisca Danielle Vieira Rolim Mesquita.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte-
údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.

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