Você está na página 1de 50

CURSO CEI PARA A DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO

5ª RODADA – 12 DE FEVEREIRO DE 2014

NOVAS INSTRUÇÕES:
 O material do Curso será sempre enviado nas quartas-feiras,
via email. No caso de não recebimento nesse dia, antes de
solicitarem o reenvio, confiram a caixa de spam;

 As Rodadas terminam, também, nas quartas-feiras.


Exemplificando: o material dessa Rodada está sendo enviado
hoje, quarta-feira, e vocês terão até a próxima quarta-feira
para responder, e, ainda, os mediadores terão até a quarta-
feira seguinte para fazer a correção individual e enviar a ata;

 As respostas/peças devem ser enviadas em arquivo Word,


tamanho 12, sendo aceito, também, no caso de resposta (e não
peça), o envio no próprio corpo do email;

 ATENÇÃO: a fim de propiciar um contato mais direto e


individualizado com o mediador, alteramos nosso
procedimento e agora as respostas/peças devem ser enviadas
diretamente para o email do mediador (indicado abaixo);

 Qualquer dúvida sobre o funcionamento do Curso, estarei


sempre à disposição: caiodireito@gmail.com

I.
5ª Rodada - Página |2

EMAIL DOS MEDIADORES:


 CAIO (Direito Penal, Processo Penal, Direito Constitucional e
Princípios Institucionais da Defensoria Pública):
caio.cursocei@gmail.com;

 PEDRO (Direito Internacional Privado e Processo Civil):


pedro.cursocei@gmail.com;

 ALDO (Direito Penal Militar, Processo Penal Militar, Direitos


Humanos e Direito Internacional Público):
aldocosta.cursocei@gmail.com;

 ALEXANDRE (Direito do Trabalho, Processo do Trabalho e Direito


Administrativo): alexandre.cursocei@gmail.com;

 HENDRIKUS (Direito Previdenciário, Direito Tributário e Direito


Eleitoral): hendrikus.cursocei@gmail.com;

 EDILSON (Direito Internacional Privado e Direito Civil):


edilson.cursocei@gmail.com;

II.
MUITA ATENÇÃO: cada resposta deve ser enviada para o email
do respectivo mediador, sob pena de não ser corrigida!

III. Sumário:

- Questões objetivas sem gabarito/comentários;


- Questões objetivas com gabarito/comentários;
- Questões dissertativas; e
- Peça

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5ª Rodada - Página |3

QUESTÕES OBJETIVAS

DIREITO CIVIL

1. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse
direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e
cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-
companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural.

2. Segundo uma interpretação conforme a Constituição, quanto ao divórcio


realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será
reconhecido no Brasil depois de um ano da data da sentença, salvo se houver sido
antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação
produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia
das sentenças estrangeiras no país.

3. Normas de exceção não admitem analogia ou interpretação extensiva.

DIREITO DO CONSUMIDOR

4. A responsabilidade do comerciante pelo fato do produto é objetiva e


subsidiária.

5. A responsabilidade do comerciante pelo fato do serviço é objetiva e subsidiária.

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5ª Rodada - Página |4

PROCESSO CIVIL

6. O recurso, em qualquer caso, poderá ser interposto pelo Ministério Público,


pelo terceiro interessado e pela parte vencida, desde que tempestivo.

7. É denominada coisa julgada substancial a eficácia de decisão não mais sujeita a


recurso ordinário ou extraordinário, mesmo que não tenha sido enfrentada a
questão de fundo, em razão do princípio constitucional da segurança jurídica.

8. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz


considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subsequentes que dele
dependam; todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que
dela sejam independentes.

9. Conforme entendimento sumulado pelo STJ, prevalece o conflito de


competência ainda que exista sentença transitada em julgado proferida por um
dos juízos conflitantes.

10. A categoria ético-política dos sujeitos hipervulneráveis justifica a defesa e


direito individual indisponível, mesmo que tal direito não seja homogêneo, por
meio de ACP.

DIREITO PENAL MILITAR

O operador Joelson, civil, era responsável pela transferência do óleo diesel, de


combustão imediata, de um tanque maior, externo, para outros dois existentes na
Praça de Máquinas de uma base militar na Antártica brasileira. Os tanques
alimentavam os geradores de energia elétrica localizados na mesma área. Na noite

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5ª Rodada - Página |5

do dia 8 de fevereiro de 2014, por volta das 23h30, decidiu efetuar a transferência
de combustível. Como a operação demandaria cerca de meia hora para ser
concluída, Joelson resolveu voltar para a sala de estar da Base, onde ocorria a
confraternização de despedida de uma pesquisadora. O operador permaneceu na
confraternização até que, por volta de 0h40 do dia 9, houve uma variação de
energia elétrica, momento em que, lembrando do procedimento iniciado,
retornou à Praça de Máquinas, deparando-se com um incêndio de grandes
proporções. Perícias realizadas no local constataram que Joelson deixou de
encerrar o procedimento de transferência de combustível no tempo hábil e, em
consequência, os tanques de serviço transbordaram, vindo o combustível a ter
contato com as partes quentes do gerador que estava em funcionamento,
provocando a combustão e o fogo que destruiu toda a instalação militar e matou
um suboficial da Marinha do Brasil. Com base nessa situação hipotética, julgue os
itens que se seguem.

11. Na situação considerada, os danos ocorridos no estabelecimento militar em


decorrência do incêndio causado por Joelson não têm relevância penal.

12. Segundo o entendimento do STF, a Justiça Militar será competente para


processar e julgar Joelson pela suposta prática do homicídio culposo.

DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

13. Os crimes militares contra a honra podem ser praticados através da internet.

14. Considere que Jaime, civil, tenha oferecido, na sua casa, vantagem indevida a
analista judiciário da 2ª Auditoria da Primeira Circunscrição da Justiça Militar do
Rio de Janeiro, no exercício de sua função, a fim de que deixasse de cumprir
mandado de citação. Nessa situação hipotética, conforme a jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça, como a conduta não foi praticada em lugar sujeito à

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5ª Rodada - Página |6

administração militar, deve ser afastada a competência da Justiça Castrense para


o julgamento do respectivo processo criminal.

15. O Sd Aer Fábio, munido de uma faca, agrediu o 1º Sgt Aer Marcos André no
alojamento do CINFA, Base Aérea de Santa Cruz (RJ), quando ambos ali estavam
em serviço. Pela prática do crime de lesão corporal leve (CP, art. 129), Fábio
aceitou a proposta de transação penal sugerida pelo Ministério Público e, com o
cumprimento integral das condições estabelecidas, deu-se a extinção da
punibilidade, por decisão proferida pelo titular do Juizado Especial Criminal da
Comarca de Santa Cruz. O pronunciamento transitou em julgado em 26 de
novembro de 2004. Esse mesmo fato deu ensejo a um outro processo perante a
Auditoria da 1ª Circunscrição Judiciária Militar do Rio de Janeiro. O Juízo, ao
receber a denúncia, entendeu ser nula a decisão do Juizado Especial Criminal, ante
a incompetência absoluta da Justiça Comum para julgar o feito. Nessa situação
hipotética, o juiz agiu corretamente, pois a índole do processo penal militar é
incompatível com as normas insertas na Lei nº 9.099/95.

DIREITOS HUMANOS

16. A Fundação Cultural Palmares garantirá assistência jurídica, em todos os


graus, aos remanescentes das comunidades dos quilombos, para a defesa da posse
contra esbulhos e turbações, bem como para a integridade territorial da área
delimitada e sua utilização por terceiros, devendo a Defensoria Pública prestar
assessoramento ao órgão quando este representar em juízo os interesses
quilombolas.

17. O fato de a Venezuela ter denunciado, em 10 de setembro de 2013, o Pacto de


San José da Costa Rica impede a Corte Interamericana de Direitos Humanos de
apreciar eventuais casos de violações ocorridos anteriormente àquela data.

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5ª Rodada - Página |7

18. Embora a Convenção Interamericana sobre o Desaparecimento Forçado de


Pessoas ainda não tenha sido ratificada pelo Brasil, o desaparecimento forçado de
pessoas é delito que encontra correspondência no ordenamento jurídico pátrio.

19. O poder público buscará garantir, por meio de atos normativos, a preservação
dos elementos formadores tradicionais da capoeira, bem de natureza imaterial e
de formação da identidade cultural brasileira, nas suas relações internacionais.

20. No caso das “Fábricas de celulose no Rio Uruguai” (“Papeleras”), envolvendo


Argentina e Uruguai, a Corte Internacional de Justiça afirmou que a elaboração de
um estudo de impacto ambiental (EIA), em certas circunstâncias, pode ser
considerada um requisito de Direito Internacional Geral.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO E DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

21. O julgador não é obrigado a analisar as condições pessoais e sociais quando


não reconhecer a incapacidade do requerente para a sua atividade habitual.

22. O prazo de prescrição fica suspenso pela formulação de requerimento


administrativo e volta a correr pelo saldo remanescente após a ciência da decisão
administrativa final.

23. É necessário o recolhimento de contribuições previdenciárias relativas ao


exercício de atividade rural anterior à Lei n. 8.213/1991 para fins de concessão de
aposentadoria urbana pelo Regime Geral da Previdência Social, salvo em caso de
mudança de regime previdenciário, do geral para o estatutário.

24. O benefício de auxílio-acidente concedido em momento anterior à edição da


Lei n. 9.032/1995 (que alterou a redação do art. 86 da Lei n. 8.213/1991) deverá
observar o disposto na legislação em vigor quando de sua concessão.

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5ª Rodada - Página |8

DIREITO EMPRESARIAL

25. Os créditos derivados de honorários advocatícios sucumbenciais estão


sujeitos aos efeitos da recuperação judicial, mesmo que decorrentes de
condenação proferida após o pedido de recuperação.

26. Segundo entendimento jurisprudencial é necessária ação autônoma para a


desconsideração da personalidade jurídica de sociedade.

DIREITO TRIBUTÁRIO

27. Os serviços prestados pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT


estão abrangidos pela imunidade recíproca (CF, art. 150, VI, a, e §§ 2º e 3º), ainda
que não tenham características de serviços postais, não podendo, portanto, sobre
eles incidir o ISS.

28. É possível ao Poder Judiciário estender benefício de isenção fiscal a categoria


não abrangida por regra isentiva na hipótese de alegação de existência de
situação discriminatória e ofensa ao princípio da isonomia.

DIREITO ELEITORAL

29. É irregular a manutenção, em página de órgão oficial, de link que remeta à


página da Internet na qual haja propaganda eleitoral.

30. Para a configuração do crime descrito no art. 299 do Código Eleitoral, é


necessário o dolo específico que exige o tipo penal, qual seja, a finalidade de
"obter ou dar voto" e "conseguir ou prometer abstenção".

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5ª Rodada - Página |9

DIREITO DO TRABALHO

31. As horas de sobreaviso ou prontidão significam tempo do obreiro à disposição


do empregador em sua casa, podendo ser acionado para o serviço ou não. A escala
para tanto deve ter prazo máximo de 24 horas e a remuneração de tais horas é
feita à base de 1/3 do salário hora normal.

32. Conforme o entendimento do TST, o uso de instrumentos telemáticos ou


informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza
o regime de sobreaviso.

33. O repouso hebdomadário é garantido constitucionalmente, devendo ser


concedido ao obreiro preferencial, mas não exclusivamente, aos domingos. Caso
concedido após sete dias consecutivos de trabalho deverá ser pago como dia
trabalhado e em dobro.

34. As férias são concedias após o período aquisitivo de 12 (doze) meses de labor,
necessariamente dentro do período concessivo de mais 12 (doze) meses, por ato e
no interesse do empregador. Todavia, caso o empregado queira converter parte
de suas férias em abono pecuniário, limitada essa parcela a 1/3 do período de
gozo, tal ato é direito potestativo do obreiro a ele não podendo se opor o
empregador.

35. As férias concedidas fora do período concessivo devem ser pagas em dobro
pelo empregador. Mesmo se concedidas rigorosamente dentro do prazo, porém,
deverão ser pagas em dobro também no caso do empregador não cumprir o prazo
para pagamento da remuneração das férias, que é de dois dias antes do início do
período de gozo pelo trabalhador.

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 10

DIREITO ADMINISTRATIVO

36. Considere que um veículo oficial de um Ministério, por imprudência do seu


motorista, servidor público federal que estava em serviço, atingiu o carro de um
particular, causando danos materiais. Segundo o entendimento do STJ, mesmo se
tratando de responsabilidade civil objetiva do estado, a hipótese viabiliza ao
particular optar dentre três caminhos: propor ação contra o motorista e o ente
estatal em litisconsórcio; propor ação diretamente contra o motorista ou propô-la
apenas contra o ente estatal.

37. A Administração Pública introversa refere-se à partilha constitucional de


competências como divididas entre os entes políticos, constituindo-se, portanto,
em uma atuação finalística.

38. Superando bases teóricas ultrapassadas, como a teoria da identidade e mesmo


a teoria da representação, a atuação do agente público, no direito administrativo
brasileiro, é explicada com base na teoria do órgão, intimamente ligada à ideia de
imputação volitiva do jurista Otto Gierke.

39. Como impõe a teoria dos motivos determinantes, a motivação dos atos
administrativos é uma garantia do princípio da legalidade sempre necessária.
Única exceção são os atos de nomeação ou exoneração para cargos em comissão,
demissíveis ad nutum, que dispensam motivação.

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

40. O Princípio da Conciliação possui previsão expressa na CLT, sendo lícito às


partes conciliarem-se em qualquer momento processual. De fato, tal relevo tem o
princípio na seara laboral que a Sentença só é válida no processo do trabalho

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 11

quando expressamente rejeitada a conciliação e o termo do acordo homologado


judicialmente é irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às
contribuições que lhe forem devidas.

QUESTÕES OBJETIVAS COMENTADAS


Estilo CESPE (certo ou errado), com indicação do ponto segundo o Anexo da
Resolução do V Concurso

EDILSON SANTANA
Defensor Público Federal em Manaus/AM e ex Defensor Público do Estado do Maranhão
Mediador das disciplinas de Direito Internacional Privado e Direito Civil

DIREITO CIVIL

1. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse
direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e
cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-
companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural.

Ponto 7.1 e 7.1.1 – posse e propriedade; conceito, classificação, aquisição, perda, proteção e
efeitos.

Trata-se de nova modalidade de usucapião criada pela lei 12.424 de 2011, que inseriu no
Código Civil a denominada usucapião pró-moradia ou usucapião familiar. Repare que o
tempo para usucapir é flagrantemente inferior às demais espécies de usucapião,
consumando-se a prescrição aquisitiva em dois anos. Evidentemente, se a saída do lar

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 12

por um dos cônjuges tiver sido determinada judicialmente não há que se falar em
caracterização do abando voluntário exigido para fins da usucapião familiar. Daí surge a
principal crítica ao instituto, pois o mesmo acaba por ressuscitar a discussão acerca da
culpa na causa do término do relacionamento, na contramão do sentido no qual caminha
do direito de civil familiar moderno. O prazo, ademais, começará a fluir a partir da
separação do casal (inclusive de fato), uma vez caracterizado o abando voluntário por
um dos cônjuges, já que a lei exige posse exclusiva. CERTO

2. Segundo uma interpretação conforme a Constituição, quanto ao divórcio


realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será
reconhecido no Brasil depois de um ano da data da sentença, salvo se houver sido
antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação
produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia
das sentenças estrangeiras no país.

Ponto 1 – Aplicação da lei no tempo e no espaço; interpretação da lei; analogia.

O divórcio realizado no exterior depende de homologação pelo Superior Tribunal de


Justiça para produzir efeitos no Brasil (art. 105, I, “i”, da CF/88). Nos termos literais da
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro “O divórcio realizado no estrangeiro, se
um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um)
ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual
prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições
estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país". Ocorre que a exigência
de separação judicial ou de prazos mínimos para o divórcio foi banida do ordenamento
nacional com o advento da Emenda Constitucional 66 de 2010. Nesse sentido foi
proferida decisão no STJ, segundo revela trecho de ementa: “A nova redação da EC 66, de
2010, ao §6º do art. 226 da CF/1988 tornou prescindível a comprovação do preenchimento
do requisito temporal outrora previsto para fins de obtenção do divórcio” (STJ CE SEC
5.302/EX Relª. Minª. Nancy Andrighi j. 12.05.2011 DJe 07.06.2011). Dessa forma, diante

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 13

de uma interpretação constitucional, o artigo da LINDB deve ser lido com ressalva,
considerando a nova disposição constitucional. ERRADO

3. Normas de exceção não admitem analogia ou interpretação extensiva.

Ponto 1 – Aplicação da lei no tempo e no espaço; interpretação da lei; analogia.

Dispõe o art. 4º, da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro: “Quando a lei for
omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais
de direito”. A analogia é a aplicação de uma norma próxima ou de um conjunto de
normas próximas, não havendo uma norma prevista para um determinado caso
concreto (TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil. 4. ed. São Paulo: Método, 2014 –
edição digital). Há, portanto, um ponto de semelhança entre duas ou mais situações. A
doutrina costuma classificar a analogia em legal (aplicação de uma só norma próxima)
ou jurídica (aplicação de um conjunto de normas próximas). Não se deve confundir
aplicação da analogia com interpretação extensiva. Nessa última ainda há subsunção do
fato a norma, que tem estendida seu sentido. Na primeira (analogia), rompe-se com os
limites de alcance previstos na norma, gerando uma integração da norma jurídica.
Exemplo de analogia é explicitado no Enunciado n. 148 da III Jornada de Direito Civil:
“Ao ‘estado de perigo’ (art. 156) aplica-se, por analogia, o disposto no § 2º do art. 157”.
Entende-se que as normas de exceção não admitem analogia ou interpretação extensiva.
CERTO

DIREITO DO CONSUMIDOR

4. A responsabilidade do comerciante pelo fato do produto é objetiva e


subsidiária.

Pontos 4 – Fato do produto e do serviço.

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 14

A responsabilidade pelo fato é aquela que decorre de um acidente de consumo. Tal


acidente decorre de uma falha da pessoa que insere o produto no mercado. Tendo em
vista que o comerciante simplesmente distribui o produto (não o insere), o próprio
Código de Defensa do Consumidor – CDC optou por atribuir-lhe responsabilidade
subsidiária: “Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o
importador respondem, independentemente da existência de culpa (RESPONSABILIDADE
OBJETIVA), pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos (...) bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos; Art. 13. O
comerciante é igualmente responsável (RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA), nos termos
do artigo anterior (RESPONSABILIDADE OBJETIVA), quando: I - o fabricante, o
construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; II - o produto for
fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador;
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis”. Dessa forma, o artigo 12,
propositadamente, utiliza termos específicos (fabricante, produtor, construtor,
importador), tratando de forma isolada (no artigo 13) o comerciante. Vejam: vocês vão
se lembrar da regra. Se narrar um acidente, você vai responsabilizar os quatro do artigo
12; o comerciante responde de forma subsidiária e objetiva pelo fato do produto. CERTO

5. A responsabilidade do comerciante pelo fato do serviço é objetiva e subsidiária.

Pontos 4 – Fato do produto e do serviço.

Dispõe o CDC: Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência


de culpa (RESPONSABILIDADE OBJETIVA), pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. Veja que, diferentemente do que
ocorre nos artigos 12 e 13, o legislador utiliza uma expressão genérica (o fornecedor de
serviços). Assim, optou por uma imputação genérica de responsabilidade civil, pois a
expressão “fornecedor“ envolve vários prestadores de serviço. Apesar de o CDC utilizar
uma expressão (fornecedor) no singular, é possível imputar responsabilidade a todos os

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 15

fornecedores (fabricante, produtor, construtor, importador e comerciante) de serviços


envolvidos com o dano. Sendo assim, a responsabilidade, inclusive do comerciante, aqui,
é solidária. Observação: o profissional liberal tem responsabilidade pelo fato do serviço.
Mas de acordo com o art. 14, §4º, essa responsabilidade é subjetiva. ERRADO

______________________________________

PEDRO WAGNER
Defensor Público Federal em Boa Vista/RR
Mediador das disciplinas de Direito Internacional Privado e Processo Civil

PROCESSO CIVIL

6. O recurso, em qualquer caso, poderá ser interposto pelo Ministério Público,


pelo terceiro interessado e pela parte vencida, desde que tempestivo.

Pontos 21- Duplo grau de jurisdição. Recursos.

Caro (a) aluno (a), as questões objetivas desta rodada foram inspiradas nas últimas
provas do CESPE, buscando encontrar a atual tendência do instituto, que elaborará a
prova objetiva (as outras fases ficam a cargo de nossos colegas Defensores Públicos
Federais). A percepção é que há mais diversidade (também doutrina e lei seca) do que
em outras épocas, onde o ponto forte era informativo dos tribunais Superiores. Não que
deixou de ser importante o estudo de referidos informativos, mas é induvidosa a
crescente cobrança de mais doutrina e lei seca nas objetivas do CESPE. Assim, daqui
para frente, a nossa tendência, em processo civil, também é acompanhar essa tendência.
A questão em tela, por exemplo, é um exemplo de cobrança de lei seca, sem que haja a
necessidade da decoreba, senão vejamos. Ao dissecarmos o enunciado, devemos grifar a
expressão “em qualquer caso”. Só depois começamos a perguntar aos atores do item se
eles podem recorrer em qualquer caso, um por um, ou se depende de pertinência

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 16

temática, podemos dizer assim. Percebemos que o terceiro interessado deve demonstrar
“o nexo de interdependência entre o seu interesse de intervir e a relação jurídica
submetida à apreciação judicial.”, conforme art. 499, § 1º, do CPC. Percebemos, também,
que o MP só pode recorrer nos casos em que, logicamente, funcione como parte ou como
custos legis, de acordo com o § 2º do mesmo artigo alhures mencionado. Dessa feita, não
é em qualquer caso que o terceiro interessado e o MP poderão interpor recurso, sendo a
última informação do enunciado prescindível para resolver a questão posta, haja vista
que todo recurso deve ser tempestivo, obviamente, servindo apenas para o examinador
aproveitar-se do cansaço mental do candidato. Eis o que dita o CPC: “Art. 499. O recurso
pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério
Público. § 1º Cumpre ao terceiro demonstrar o nexo de interdependência entre o seu
interesse de intervir e a relação jurídica submetida à apreciação judicial.§ 2º O
Ministério Público tem legitimidade para recorrer assim no processo em que é parte,
como naqueles em que oficiou como fiscal da lei.” ERRADO

7. É denominada coisa julgada substancial a eficácia de decisão não mais sujeita a


recurso ordinário ou extraordinário, mesmo que não tenha sido enfrentada a
questão de fundo, em razão do princípio constitucional da segurança jurídica.

Ponto 20 - Sentença. Coisa julgada formal e material. Preclusão.

Ao julgar este item o candidato tem que ficar ligado. Eles costumam misturar vários
institutos. A questão seria verdadeira, ou melhor, o item estaria correto caso a
imutabilidade da decisão abrangesse a questão de mérito, aqui tratada como questão de
fundo. Assim, a expressão “mesmo que não tenha sido enfrentada a questão de fundo”
torna incorreto o item em julgamento, eis que afasta a incidência da coisa julgada
material (ou substancial). Caso estivéssemos tratando da coisa julgada formal, por óbvio
a questão restaria correta. “A coisa julgada formal seria assim comum a todas as
sentenças, enquanto que a coisa julgada material só se poderia se formar nas sentenças
de mérito. Poder-se-ia dizer que todas as sentenças transitam em julgado (e atingem a

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 17

coisa julgada formal ou a imutabilidade da sentença), mas apenas as sentenças


definitivas alcançam a autoridade da coisa julgada. A coisa julgada formal seria um
pressuposto lógico da coisa julgada substancial. Mas não são os efeitos da sentença que
se tornam imutáveis e sim, o seus conteúdo ( a fixação da norma in concreto reguladora
do caso concreto) que se torna imutável e indiscutível quando da formação da coisa
julgada. Assim ainda que desapareçam os efeitos da sentença, não mais se poderá
duvidar de que a sentença revela resolução proposta pela cognição judicial.” (Gisele
Pereira Jorge Leite, in http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6535) ERRADO

8. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz


considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subsequentes que dele
dependam; todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que
dela sejam independentes.

Ponto 13 - Atos processuais.

Nesta questão estaria o examinador mixando dois dispositivos que tratam das nulidades
de atos processuais, quais sejam: artigos 244 e 248 do Código de Processo Civil. “Art.
244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz
considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade. Art. 248.
Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subsequentes, que dele
dependam; todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela
sejam independentes” Não teremos maiores dificuldades se, repetimos sempre,
dissecarmos os enunciados. CERTO

9. Conforme entendimento sumulado pelo STJ, prevalece o conflito de


competência ainda que exista sentença transitada em julgado proferida por um
dos juízos conflitantes.
CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com
5 ª R o d a d a - P á g i n a | 18

Ponto 6 - Competência: absoluta e relativa..

Entendimento sumulado na área. O CESPE de vez em quando cobra algum


entendimento de jurisprudência sumulado ou informativo menos recente, ou até antigo.
Assim, escolhemos um enunciado interessante, que vem sendo cobrado pelo instituto
em algumas provas objetivas. Eis o enunciado de jurisprudência sumulado de nº 59 do
STJ: “Não há conflito de competência se já existe sentença com trânsito em julgado,
proferida por um dos juízos conflitantes.” ERRADO

10. A categoria ético-política dos sujeitos hipervulneráveis justifica a defesa e


direito individual indisponível, mesmo que tal direito não seja homogêneo, por
meio de ACP.

Ponto 44.1 – Ação civil pública.

Questão bem interessante, cobrada no último concurso da DPES (CESPE-2012). O item


tenta levar o candidato ao erro, dando ênfase ao fato de cabimento de ação civil pública
mesmo quando o interesse individual indisponível (ou direito) a ser defendido não é
homogêneo. No entanto, o enunciado é fruto da seguinte decisão da Corte Cidadã (não
deixe de ler o inteiro teor): “PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA. PROTEÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA, MENTAL OU SENSORIAL.
SUJEITOS HIPERVULNERÁVEIS. fornecimento de prótese auditiva. Ministério PÚBLICO.
LEGITIMIDADE ATIVA ad causam. LEI 7.347/85 E LEI 7.853/89. 1. Quanto mais
democrática uma sociedade, maior e mais livre deve ser o grau de acesso aos tribunais
que se espera seja garantido pela Constituição e pela lei à pessoa, individual ou
coletivamente. 2. Na Ação Civil Pública, em caso de dúvida sobre a legitimação para agir
de sujeito intermediário – Ministério Público, Defensoria Pública e associações, p. ex. – ,
sobretudo se estiver em jogo a dignidade da pessoa humana, o juiz deve optar por
reconhecê-la e, assim, abrir as portas para a solução judicial de litígios que, a ser

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 19

diferente, jamais veriam seu dia na Corte. 3. A categoria ético-política, e também jurídica,
dos sujeitos vulneráveis inclui um subgrupo de sujeitos hipervulneráveis, entre os quais
se destacam, por razões óbvias, as pessoas com deficiência física, sensorial ou mental. 4.
É dever de todos salvaguardar, da forma mais completa e eficaz possível, os interesses e
direitos das pessoas com deficiência, não sendo à toa que o legislador refere-se a uma
"obrigação nacional a cargo do Poder Público e da sociedade" (Lei7.853/89, art. 1º, § 2º,
grifo acrescentado). 5. Na exegese da Lei 7.853/89, o juiz precisa ficar atento ao
comando do legislador quanto à finalidade maior da lei-quadro, ou seja, assegurar "o
pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiência, e
sua efetiva integração social" (art. 1º, caput, grifo acrescentado). 6. No campo da
proteção das pessoas com deficiência, ao Judiciário imputam-se duas ordens de
responsabilidade: uma administrativa, outra judicial. A primeira, na estruturação de
seus cargos e serviços, consiste na exigência de colaborar, diretamente, com o esforço
nacional de inclusão social desses sujeitos. A segunda, na esfera hermenêutica, traduz-se
no mandamento de atribuir à norma que requer interpretação ou integração o sentido
que melhor e mais largamente ampare os direitos e interesses das pessoas com
deficiência. 7. A própria Lei 7.853/89 se encarrega de dispor que, na sua "aplicação e
interpretação", devem ser considerados "os valores básicos da igualdade de tratamento
e oportunidade, da justiça social, do respeito e dignidade da pessoa humana, do bem-
estar, e outros indicados na Constituição ou justificados pelos princípios gerais de
direito" (art. 1º, § 1º). 8. Por força da norma de extensão ("outros interesses difusos e
coletivos", consoante o art. 129, III, da Constituição de 1988;"qualquer outro interesse
difuso ou coletivo", nos termos do art. 110 do Código de Defesa do Consumidor; e
"outros interesses difusos, coletivos e individuais indisponíveis e homogêneos", na
fórmula do art. 25, IV, alínea a, da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público), cabe ao
Judiciário, para fins de legitimação ad causam na Ação Civil Pública, incorporar ao rol
legal em numerus apertus, importa lembrar – novos direitos e interesses, em processo
de atualização permanente da legislação. 9. A tutela dos interesses e direitos dos
hipervulneráveis é de inafastável e evidente conteúdo social, mesmo quando a Ação Civil

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 20

Pública, no seu resultado imediato, aparenta amparar uma única pessoa apenas. É que,
nesses casos, a ação é pública, não por referência à quantidade dos sujeitos afetados ou
beneficiados, em linha direta, pela providência judicial (= critério quantitativo dos
beneficiários imediatos), mas em decorrência da própria natureza da relação jurídica-
base de inclusão social imperativa. Tal perspectiva que se apoia no pacto jurídico-
político da sociedade, apreendido em sua globalidade e nos bens e valores ético-políticos
que o abrigam e o legitimam realça a necessidade e a indeclinabilidade de proteção
jurídica especial a toda uma categoria de indivíduos (= critério qualitativo dos
beneficiários diretos), acomodando um feixe de obrigações vocalizadas como jus cogens.
10. Ao se proteger o hipervulnerável, a rigor quem verdadeiramente acaba beneficiada é
a própria sociedade, porquanto espera o respeito ao pacto coletivo de inclusão social
imperativa, que lhe é caro, não por sua faceta patrimonial, mas precisamente por
abraçar a dimensão intangível e humanista dos princípios da dignidade da pessoa
humana e da solidariedade. Assegurar a inclusão judicial (isto é, reconhecer a
legitimação para agir) dessas pessoas hipervulneráveis, inclusive dos sujeitos
intermediários a quem incumbe representá-las, corresponde a não deixar nenhuma ao
relento da Justiça por falta de porta-voz de seus direitos ofendidos. 11. Maior razão
ainda para garantir a legitimação do Parquet se o que está sob ameaça é a saúde do
indivíduo com deficiência, pois aí se interpenetram a ordem de superação da solidão
judicial do hipervulnerável com a garantia da ordem pública de bens e valores
fundamentais in casu não só a existência digna, mas a própria vida e a integridade
físico-psíquica em si mesmas, como fenômeno natural. 12. A possibilidade, retórica ou
real, de gestão individualizada desses direitos (até o extremo dramático de o sujeito, in
concreto, nada reclamar) não os transforma de indisponíveis (porque juridicamente
irrenunciáveis in abstracto) em disponíveis e de indivisíveis em divisíveis, com nome e
sobrenome. Será um equívoco pretender lê-los a partir da cartilha da autonomia privada
ou do ius dispositivum, pois a ninguém é dado abrir mão da sua dignidade como ser
humano, o que equivaleria, por presunção absoluta, a maltratar a dignidade de todos,
indistintamente. 13. O Ministério Público possui legitimidade para defesa dos direitos

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 21

individuais indisponíveis, mesmo quando a ação vise à tutela de pessoa individualmente


considerada. Precedentes do STJ. 14. Deve-se, concluir, por conseguinte, pela
legitimidade do Ministério Público para ajuizar, na hipótese dos autos, Ação Civil Pública
com o intuito de garantir fornecimento de prótese auditiva a portador de deficiência. 15.
Recurso Especial não provido.” (REsp 931513 RS 2007/0045162-7,STJ, Primeira Seção,
relator Ministro Carlos Fernando Mathias, 25/11/2009) CERTO
______________________________________

ALDO COSTA
Assessor de ministro do STF. É bacharel em direito pela USP (1999). Foi professor substituto da Faculdade
de Direito da UnB (2002-2006), conselheiro da Comissão de Anistia (2002), pesquisador visitante no Max-
Planck-Institut für ausländisches und internationales Strafrecht (2007) e assessor especial do Ministro da
Justiça (2010-2011). Mediador das disciplinas de Direito Penal Militar, Processo Penal Militar, Direito
Internacional Público e Direitos Humanos

DIREITO PENAL MILITAR

O operador Joelson, civil, era responsável pela transferência do óleo diesel, de


combustão imediata, de um tanque maior, externo, para outros dois existentes na
Praça de Máquinas de uma base militar na Antártica brasileira. Os tanques
alimentavam os geradores de energia elétrica localizados na mesma área. Na noite
do dia 8 de fevereiro de 2014, por volta das 23h30, decidiu efetuar a transferência
de combustível. Como a operação demandaria cerca de meia hora para ser
concluída, Joelson resolveu voltar para a sala de estar da Base, onde ocorria a
confraternização de despedida de uma pesquisadora. O operador permaneceu na
confraternização até que, por volta de 0h40 do dia 9, houve uma variação de
energia elétrica, momento em que, lembrando do procedimento iniciado,
retornou à Praça de Máquinas, deparando-se com um incêndio de grandes
proporções. Perícias realizadas no local constataram que Joelson deixou de
encerrar o procedimento de transferência de combustível no tempo hábil e, em

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 22

consequência, os tanques de serviço transbordaram, vindo o combustível a ter


contato com as partes quentes do gerador que estava em funcionamento,
provocando a combustão e o fogo que destruiu toda a instalação militar e matou
um suboficial da Marinha do Brasil. Com base nessa situação hipotética, julgue os
itens que se seguem.

11. Na situação considerada, os danos ocorridos no estabelecimento militar em


decorrência do incêndio causado por Joelson não têm relevância penal.

Ponto 14 – Crimes militares em tempo de paz

À vista da excepcionalidade e estreiteza do foro militar no julgamento de civis, o crime


de dano culposo previsto no art. 262 c/c o art. 266 do Código Penal Militar só pode ser
encarado ratione personae, tendo militar como agente, pois a regra do art. 163 do Código
Penal Comum – aplicável aos civis em geral – só concebe o dano doloso, não havendo,
assim, como atribuir a civil, nessas circunstâncias, modalidade porventura mais
abrangente do que aquela que a legislação que lhe toca consagrou (STF HC 67.579 e STF
RC 1.425). CERTO

12. Segundo o entendimento do STF, a Justiça Militar será competente para


processar e julgar Joelson pela suposta prática do homicídio culposo.

Ponto 14 – Crimes militares em tempo de paz

- Segundo precedentes do Supremo Tribunal Federal (CC 7.040 e HC 81.161), compete à


Justiça Comum – e não à Militar – o processo e o julgamento por crime de homicídio
culposo imputado a civil, ainda que ocorrido em local sob a administração militar e com
vítima militar da ativa. Nesse sentido, o HC 33.078: “Realmente, por mais de uma vez, tem
o Supremo Tribunal Federal decidido que os crime culposos não podem ser tidos como
crimes militares quando praticados por civis, desde que lhes falta o ânimo hostil contra as

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 23

instituições militares. Não se faz mister, agora, visar a questão do conceito de crime
militar, senão realçar a incompatibilidade daquele ânimo com a ausência do dolo”.
- Na doutrina, defendendo a subsistência do entendimento do STF, acentua Célio Lobão
Ferreira (Direito Penal Militar, 1975, p. 23): “A Exposição de Motivos do atual Código
Penal Militar, como se fosse interpretação autêntica, enuncia: “entretanto, não se faz
distinção entre as modalidades dolosa e culposa de um crime, para a sua conceituação de
crime militar ou comum. Nunca o elemento subjetivo importará, pelo reconhecimento de
culpa em lugar do dolo, na descaracterização do crime militar”. Ora essa afirmativa não
encontra apoio no próprio Código, que na determinação do crime militar, manteve
inalterados os mesmos princípios do Código de 1944, sob cuja égide ficou assentada a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, anteriormente mencionada”. ERRADO

DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

13. Os crimes militares contra a honra podem ser praticados através da internet.

Ponto 8.2 – A competência da Justiça Militar da União

- A solução da questão da competência para julgar os crimes contra a honra depende de


verificar se o cometimento se deu em local sujeito à administração militar, contra as
instituições militares. Já se decidiu, por exemplo, que se os e-mails da autoridade militar
a quem for enviada a mensagem dita criminosa só puderem ser abertos no interior de
organização militar, haverá incidência do art. 6º do Código Penal castrense, segundo o
qual “considera-se praticado o fato, no lugar em que se desenvolveu a atividade criminosa,
no todo ou em parte, e ainda que sob a forma de participação, bem como onde se produziu
ou deveria produzir-se o resultado”.
- Pouco importa para a resolução do problema que o conteúdo da mensagem permaneça
no espaço virtual. A competência, assim, fixar-se-á onde se tomou conhecimento das
ofensas, sejam elas irrogadas pessoalmente, por carta ou por e-mail, não havendo que se

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 24

falar que o meio utilizado preenche a lacuna da lei por analogia ou que invade a esfera
de competência do legislador (STF HC 93.292). CERTO

14. Considere que Jaime, civil, tenha oferecido, na sua casa, vantagem indevida a
analista judiciário da 2ª Auditoria da Primeira Circunscrição da Justiça Militar do
Rio de Janeiro, no exercício de sua função, a fim de que deixasse de cumprir
mandado de citação. Nessa situação hipotética, conforme a jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça, como a conduta não foi praticada em lugar sujeito à
administração militar, deve ser afastada a competência da Justiça Castrense para
o julgamento do respectivo processo criminal.

Ponto 8.2 – A competência da Justiça Militar da União

- O Superior Tribunal de Justiça decidiu, ao examinar o CC 88.600, que para a hipótese


colacionada na parte final do art. 9º, III, “b”, do Código Penal Militar, é dispensável a
coexistência de dois pressupostos para o crime militar, a saber, que o delito seja
praticado contra militar em atividade ou contra funcionário da Justiça Militar (no
exercício da função) e em local sujeito à administração militar. ERRADO

15. O Sd Aer Fábio, munido de uma faca, agrediu o 1º Sgt Aer Marcos André no
alojamento do CINFA, Base Aérea de Santa Cruz (RJ), quando ambos ali estavam
em serviço. Pela prática do crime de lesão corporal leve (CP, art. 129), Fábio
aceitou a proposta de transação penal sugerida pelo Ministério Público e, com o
cumprimento integral das condições estabelecidas, deu-se a extinção da
punibilidade, por decisão proferida pelo titular do Juizado Especial Criminal da
Comarca de Santa Cruz. O pronunciamento transitou em julgado em 26 de
novembro de 2004. Esse mesmo fato deu ensejo a um outro processo perante a
Auditoria da 1ª Circunscrição Judiciária Militar do Rio de Janeiro. O Juízo, ao
receber a denúncia, entendeu ser nula a decisão do Juizado Especial Criminal, ante
a incompetência absoluta da Justiça Comum para julgar o feito. Nessa situação

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 25

hipotética, o juiz agiu corretamente, pois a índole do processo penal militar é


incompatível com as normas insertas na Lei nº 9.099/95.

Ponto 1 – Processo penal militar e sua aplicação

Embora proferida por Juízo incompetente e não obstante ser a Lei nº 9.099/95
inaplicável ao processo penal castrense, a decisão do Juizado Especial Criminal fez coisa
julgada material, tornando-se imutável após o seu trânsito em julgado, sendo inviável a
instauração, ou mesmo o prosseguimento de outra ação penal, pelos mesmos fatos, na
Justiça Militar, sob pena de violação do princípio do non bis in idem (STF HC 86.606).
ERRADO

DIREITOS HUMANOS

16. A Fundação Cultural Palmares garantirá assistência jurídica, em todos os


graus, aos remanescentes das comunidades dos quilombos, para a defesa da posse
contra esbulhos e turbações, bem como para a integridade territorial da área
delimitada e sua utilização por terceiros, devendo a Defensoria Pública prestar
assessoramento ao órgão quando este representar em juízo os interesses
quilombolas.

Ponto 4.4 – Os quilombolas e as demais comunidades tradicionais

O enunciado embaralha a previsão da cabeça e do parágrafo único do art. 16 do Decreto


nº 4.887/2003, que assim dispõem: “ Art. 16. Após a expedição do título de
reconhecimento de domínio, a Fundação Cultural Palmares garantirá assistência jurídica,
em todos os graus, aos remanescentes das comunidades dos quilombos para defesa da
posse contra esbulhos e turbações, para a proteção da integridade territorial da área
delimitada e sua utilização por terceiros, podendo firmar convênios com outras entidades
ou órgãos que prestem esta assistência. Parágrafo único. A Fundação Cultural Palmares

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 26

prestará assessoramento aos órgãos da Defensoria Pública quando estes órgãos


representarem em juízo os interesses dos remanescentes das comunidades dos quilombos,
nos termos do art. 134 da Constituição”. Em síntese, cabe à Fundação Cultural Palmares
prestar assessoramento aos órgãos da Defensoria Pública quando estes representarem
em juízo os interesses dos remanescentes das comunidades quilombolas, e não o
contrário. ERRADO

17. O fato de a Venezuela ter denunciado, em 10 de setembro de 2013, o Pacto de


San José da Costa Rica impede a Corte Interamericana de Direitos Humanos de
apreciar eventuais casos de violações ocorridos anteriormente àquela data.

Ponto 3.4 – A Convenção Americana de Direitos Humanos

O sistema interamericano prevê dois procedimentos para a proteção dos direitos


humanos: um geral, aplicável a todos os membros da Organização dos Estados
Americanos, e outro específico, estabelecido pela Convenção Americana de Direitos
Humanos, aplicável apenas aos Estados-partes. O fato de a Venezuela ter denunciado o
Pacto em 10 de setembro de 2013 não isenta o país de responsabilização, com base na
Carta da OEA, nem impede a Corte Interamericana de Direitos Humanos de apreciar
eventuais violações ocorridas antes daquela data. Nesse sentido, ademais, dispõe o art.
78, 2, do Pacto de São José da Costa Rica, que “Tal denúncia não terá o efeito de desligar o
Estado-parte interessado das obrigações contidas nesta Convenção, no que diz respeito a
qualquer ato que, podendo constituir violação dessas obrigações, houver sido cometido por
ele anteriormente à data na qual a denúncia produzir efeito”. ERRADO

18. Embora a Convenção Interamericana sobre o Desaparecimento Forçado de


Pessoas ainda não tenha sido ratificada pelo Brasil, o desaparecimento forçado de
pessoas é delito que encontra correspondência no ordenamento jurídico pátrio.

Ponto 2.1.2 – Os tratados internacionais de proteção dos direitos humanos

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 27

A Convenção Interamericana sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas ainda não foi


ratificada pelo Estado brasileiro
(https://www.cidh.oas.org/Basicos/Portugues/l.Desaparecimento.Rati..htm). Significa
dizer que suas normas não foram, até a presente data, incorporadas ao ordenamento
interno e, em consequência, não foi criado o tipo penal correspondente ao
desaparecimento forçado de pessoas. Não obstante, segundo o entendimento adotado
pelo Supremo na EXT 974, é possível a análise da dupla tipicidade, para fins de
extradição, com base no delito de sequestro. CERTO

19. O poder público buscará garantir, por meio de atos normativos, a preservação
dos elementos formadores tradicionais da capoeira, bem de natureza imaterial e
de formação da identidade cultural brasileira, nas suas relações internacionais.

Ponto 4.2.2 – O Estatuto da Igualdade Racial

A assertiva transcreve, com correção, o que dispõem a cabeça e o parágrafo único do


artigo 20 do Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/10): “O poder público garantirá
o registro e a proteção da capoeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza
imaterial e de formação da identidade cultural brasileira, nos termos do art. 216 da
Constituição Federal. Parágrafo único. O poder público buscará garantir, por meio dos atos
normativos necessários, a preservação dos elementos formadores tradicionais da capoeira
nas suas relações internacionais”. CERTO

20. No caso das “Fábricas de celulose no Rio Uruguai” (“Papeleras”), envolvendo


Argentina e Uruguai, a Corte Internacional de Justiça afirmou que a elaboração de
um estudo de impacto ambiental (EIA), em certas circunstâncias, pode ser
considerada um requisito de Direito Internacional Geral.

Ponto 22 – O Direito Ambiental Internacional

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 28

- Em 4 de maio de 2006, a Argentina acionou o Uruguai na Corte Internacional de Justiça


por violações das obrigações previstas no Estatuto do Rio Uruguai, um tratado assinado
pelos dois Estados em 26 de fevereiro de 1975 (Estatuto de 1975), com vistas a
estabelecer mecanismos conjuntos, necessários à otimização da utilização racional
daquela parte do rio, que constitui fronteira entre os dois países. A Argentina requereu,
em âmbito liminar, a suspensão das autorizações para a construção das fábricas até o
julgamento do processo pela Corte e, no mérito, que o país vizinho cooperasse com a
proteção e a preservação do ambiente aquático do Rio Uruguai, abstendo-se de
promover qualquer ação unilateral no tocante à construção das duas fábricas de
celulose, que não estivesse de acordo com o Estatuto de 1975.
- A Corte Internacional de Justiça consignou ter havido, na espécie, violação aos artigos 7
a 12 (dever de informar) do Estatuto do Rio Uruguai e que a sentença da Corte, por si só,
constituiria uma forma de reparação. Entendeu que as circunstâncias do caso concreto
não requeriam fosse ordenada a suspensão das autorizações ou da construção das
fábricas de celulose. Esclareceu, no entanto que, em continuando com os trabalhos, o
Uruguai seria “responsável por todos os riscos incidentes” e que o fato não poderia ser
justificado pela aplicação da teoria do fait accompli (fato consumado). No tocante ao
pedido de cooperação formalizado, a Corte enfatizou a “importância da necessidade de
se assegurar a proteção ambiental de recursos naturais compartilhados, ao mesmo
tempo em que permite desenvolvimento econômico sustentável”, instando as partes a
implementar, de boa-fé, os procedimentos de consulta e colaboração previstos no
Estatuto do Rio Uruguai.
- No mais, o enunciado da questão está em conformidade com o que consta do parágrafo
204 da decisão: http://www.icj-cij.org/docket/files/135/15877.pdf CERTO

______________________________________

HENDRIKUS GARCIA

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 29

Defensor Público Federal em Cáceres/MT


Mediador das disciplinas de Direito Previdenciário, Direito Tributário e Direito Eleitoral

DIREITO PREVIDENCIÁRIO E DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

21. O julgador não é obrigado a analisar as condições pessoais e sociais quando


não reconhecer a incapacidade do requerente para a sua atividade habitual.

2.3.2. Auxílio-doença

Compete à Turma Nacional processar e julgar o incidente de uniformização de


interpretação de lei federal em questões de direito material fundado em divergência
entre decisões de turmas recursais de diferentes regiões ou em face de decisão de uma
turma recursal proferida em contrariedade à súmula ou jurisprudência dominante do
Superior Tribunal de Justiça. Compõem a Turma Nacional 10 juízes federais
provenientes das turmas recursais dos juizados, sendo 2 juízes federais de cada Região.
Sua presidência é exercida pelo Corregedor-Geral da Justiça Federal. A criação,
competência e modo de funcionamento estão previstos na Lei dos Juizados Especiais
Federais (Lei n. 10.259/2001). Cada vez mais os entendimentos e enunciados de
sumulas da TNU estão sendo cobrados pelo Cespe. No caso em tela, trata-se da Súmula
77 da TNU: “O julgador não é obrigado a analisar as condições pessoais e sociais quando
não reconhecer a incapacidade do requerente para a sua atividade habitual”. CERTO

22. O prazo de prescrição fica suspenso pela formulação de requerimento


administrativo e volta a correr pelo saldo remanescente após a ciência da decisão
administrativa final.

2. O Regime Geral da Previdência Social

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 30

Reiterando a importância do entendimento dos enunciados da TNU acima declinados, a


questão está na Súmula 74 da TNU: “O prazo de prescrição fica suspenso pela formulação
de requerimento administrativo e volta a correr pelo saldo remanescente após a ciência da
decisão administrativa final”. CERTO

23. É necessário o recolhimento de contribuições previdenciárias relativas ao


exercício de atividade rural anterior à Lei n. 8.213/1991 para fins de concessão de
aposentadoria urbana pelo Regime Geral da Previdência Social, salvo em caso de
mudança de regime previdenciário, do geral para o estatutário.

2.3.1. Benefícios urbanos e rurais

Da letra do artigo 201 § 9º da Constituição da República, extrai-se que contagem


recíproca consiste no direito à contagem de tempo de serviço prestado na atividade
privada, rural ou urbana, para fins de concessão de aposentadoria no serviço público ou,
vice-versa, em face da mudança de regimes de previdência – geral e estatutário –,
mediante prova da efetiva contribuição no regime previdenciário anterior. Não foi por
outro motivo que a CR, ao instituir a uniformidade e a equivalência entre os benefícios
dos segurados urbanos e rurais, garantindo-lhe o devido cômputo, o fez com a ressalva
de que, apenas nos casos de recolhimento de contribuições para regime de previdência
diverso, haverá a necessária compensação financeira entre eles. Daí resulta que a soma
do tempo de atividade rural, para fins de concessão de aposentadoria urbana por tempo
de serviço, no mesmo regime de previdência – que é exatamente o caso da questão –,
não constitui hipótese de contagem recíproca, o que afasta a exigência do recolhimento
de contribuições relativamente ao período, regra inserta no art. 96, IV, da Lei nº 8.213/9.
No mesmo sentido é o entendimento do STJ, conforme AR 3180. ERRADO

24. O benefício de auxílio-acidente concedido em momento anterior à edição da


Lei n. 9.032/1995 (que alterou a redação do art. 86 da Lei n. 8.213/1991) deverá
observar o disposto na legislação em vigor quando de sua concessão.

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 31

2.3. Os benefícios.

Milhares de segurados que tiveram seus benefícios de auxílio-doença concedidos antes


do patamar instituído pela Lei n.º 9.032⁄95, que deu nova redação ao art. 86 da Lei n.º
8.213⁄91, ajuizaram diversas ações pleiteando a majoração do benefício acidentário de
que são titulares, tendo em vista que o novo valor é mais benéfico. O STJ possuía
compreensão firmada a respeito da matéria, no sentido de que a majoração do
percentual do benefício de auxílio-acidente, prevista no art. 86 da Lei n.º 8.213⁄91, com
a redação da Lei n.º 9.032⁄95, teria aplicação imediata, de modo que mesmo os
benefícios concedidos anteriormente à edição da referida norma deveriam ser
reajustados para o patamar de 50% (cinquenta por cento) do salário de contribuição do
segurado. Registre-se, por necessário, que no julgamento do Recurso Especial
1.096.244⁄SC, representativo da controvérsia, pacificou o entendimento de que a
aplicação da majoração do auxílio-acidente apenas aos benefícios concedidos após a
entrada em vigor da Lei n.º 9.032⁄95 consubstancia tratamento desigual a segurados
que se encontram em idêntica situação, razão por que o art. 86, § 1.º, da Lei n.º
8.213⁄91, alterado pela Lei n.º 9.032⁄95, deve ser aplicado a todos os benefícios
previdenciários, independentemente da legislação que se encontre em vigor à época de
sua concessão. Entretanto, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, em repercussão
geral, apreciando o tema - majoração do percentual do auxílio-acidente -, em decisão
proferida nos autos do Recurso Extraordinário 613.033⁄SP, entendeu de forma diversa,
consolidando a orientação pela impossibilidade de aplicação retroativa das modificações
trazidas pela Lei n.º 9.032⁄95 à pensão por morte estendia-se, com todas as suas
consequências, aos demais benefícios tratados na Lei n.º 9.032⁄95, incluindo, portanto,
o auxílio-acidente. Diante da atual orientação do Supremo Tribunal Federal acerca da
matéria, o STJ revisou seu posicionamento, no REsp 1072739, assentando que os
benefícios previdenciários concedidos em momento anterior à edição da Lei n.º
9.032⁄95, que alterou a redação do art. 86 da Lei n.º 8.213⁄91, deverão observar o
disposto na legislação em vigor quando de sua concessão. CERTO

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 32

DIREITO EMPRESARIAL

25. Os créditos derivados de honorários advocatícios sucumbenciais estão


sujeitos aos efeitos da recuperação judicial, mesmo que decorrentes de
condenação proferida após o pedido de recuperação.

6.1. Os efeitos da falência sobre o sócio

Convém anotar, inicialmente, acerca do tema, que o art. 49, caput, da Lei n. 11.101⁄2005
(LFRE), estabelece textualmente que estão sujeitos à recuperação judicial todos os
créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. Desse modo, depreende-
se que a existência do crédito, em regra, é condição para se aferir a submissão ou não da
quantia por ele representada aos efeitos da recuperação. Portanto, resta definir se os
honorários fixados por meio de sentença prolatada posteriormente ao pedido de
recuperação judicial, mas que julgou demanda ajuizada em momento anterior, podem
ser considerados créditos existentes quando da protocolização desse pedido. Do
momento em que nasce o direito aos honorários advocatícios de sucumbência. Como é
sabido, honorários advocatícios sucumbenciais constituem o montante devido pela
parte que restou vencida em ação judicial ao procurador de seu oponente. Vale dizer, o
direito subjetivo de crédito do advogado da parte vencedora é consectário do sucesso da
demanda ajuizada. Consoante assentado pelo STJ no julgamento do REsp 886.178⁄RS,
submetido ao regime do art. 543-C do CPC, "a condenação nas verbas de sucumbência
decorre do fato objetivo da derrota no processo, cabendo ao juiz condenar, de ofício, a
parte vencida, independentemente de provocação expressa do autor, pois se trata de
pedido implícito, cujo exame decorre da lei processual civil". O direito subjetivo aos
honorários advocatícios, portanto, nasce do pronunciamento judicial condenatório.
Antes disso, detém o advogado mera expectativa acerca de sua fixação, cuja incerteza
que lhe é inerente traduz-se na eventualidade do êxito da demanda. Prova disso é que a
verba honorária somente pode ser exigida do devedor depois de proferida a decisão que

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 33

estipula seu pagamento. Diante desse cenário, impõe-se concluir que os honorários
advocatícios cobrados no caso em tela não consubstanciam crédito existente na data da
protocolização do pedido de recuperação judicial (visto que nasceram da sentença
prolatada posteriormente a ele), o que os excluiria, na hipótese de examiná-los
unicamente sob este enfoque, de seus efeitos. A despeito do que foi até aqui exposto, é
necessário rememorar que a Corte Especial do STJ firmou entendimento no sentido de
que os honorários advocatícios, tanto os contratualmente pactuados como os de
sucumbência, possuem natureza alimentar. É o que se depreende do julgamento dos
EREsp 724.158⁄PR, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe 08⁄05⁄2008, e EREsp
706.331⁄PR, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJe 31.03.2008. De outro lado,
também é certo que o STJ, ao se deparar com a questão atinente à ordem de classificação
dos créditos em processos de execução concursal, tem conferido aos honorários
advocatícios tratamento análogo àquele dispensado aos créditos trabalhistas. Nesse
sentido, confiram-se o REsp 988.126⁄SP, Terceira Turma, DJe 06⁄05⁄2010, e o REsp
793.245⁄MG, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, 3ª Turma, DJ 16⁄04⁄2007. Essa
posição da jurisprudência decorre do reconhecimento de que tanto honorários
advocatícios quanto créditos de origem trabalhista constituem verbas que ostentam a
mesma natureza alimentar. Como consequência dessa afinidade, impõe-se dispensar-
lhes, na espécie, tratamento isonômico, de modo que aqueles devem seguir – na ausência
de disposição legal específica – os ditames aplicáveis às quantias devidas em virtude da
relação de trabalho. Em suma, a natureza comum de ambos os créditos – honorários
advocatícios de sucumbência e verbas trabalhistas – autoriza que sejam regidos, para
efeitos de sujeição à recuperação judicial, da mesma forma. Portanto, os créditos
derivados de honorários advocatícios sucumbenciais, mesmo que decorrentes de
sentença proferida em ação julgada posteriormente ao pedido de recuperação, estão
sujeitos aos efeitos desta. Nesse sentido, decidiu o STJ no REsp 1377764. CERTO

26. Segundo entendimento jurisprudencial é necessária ação autônoma para a


desconsideração da personalidade jurídica de sociedade.

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 34

5. A desconsideração da personalidade jurídica

A desconsideração da personalidade jurídica, embora constitua medida de caráter


excepcional, é admitida quando ficar caracterizado desvio de finalidade, confusão
patrimonial ou dissolução irregular da sociedade. É igualmente certo que, verificados os
pressupostos necessários à desconsideração da personalidade jurídica (uso abusivo da
personificação societária para fraudar a lei ou prejudicar terceiros), poderá o juiz,
incidentalmente no próprio processo de execução (singular ou coletiva), levantar o véu
da personalidade jurídica para que os atos expropriatórios alcancem bens de terceiros
(pessoas físicas ou jurídicas). Vale dizer, a adoção de tal medida prescinde da
propositura de ação autônoma com essa finalidade: "a superação da pessoa jurídica
afirma-se como um incidente processual e não como um processo incidente, razão pela
qual pode ser deferida nos próprios autos, dispensando-se também a citação dos sócios, em
desfavor de quem foi superada a pessoa jurídica, bastando a defesa apresentada a
posteriori" (REsp 1.096.604⁄DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, DJe
16⁄10⁄2012, sem destaque no original). Releva destacar, também, que o STJ já se
manifestou em diversas ocasiões acerca do cabimento da desconsideração da
personalidade jurídica para atingir o patrimônio de sociedades integrantes do mesmo
grupo econômico quando evidenciado, que sua estrutura é meramente formal (REsp
1.071.643⁄DF). Assim, a questão encontra-se errada, pois contraria entendimento do
STJ conforme REsp 1326201. ERRADO

DIREITO TRIBUTÁRIO

27. Os serviços prestados pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT


estão abrangidos pela imunidade recíproca (CF, art. 150, VI, a, e §§ 2º e 3º), ainda
que não tenham características de serviços postais, não podendo, portanto, sobre
eles incidir o ISS.

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 35

9.2. Limitações ao poder de tributar

A doutrina e a jurisprudência do STF apresentam três funções da imunidade tributária


recíproca que condicionam o alcance do benefício: 1) A imunidade recíproca opera como
salvaguarda do pacto federativo, para evitar que a tributação funcione como
instrumento de coerção ou indução de entes federados; 2) A imunidade recíproca deve
proteger atividade desprovida de capacidade contributiva, isto é, atividades públicas em
sentido estrito, executadas sem intuito lucrativo; 3) A imunidade tributária recíproca
não deve beneficiar a expressão econômica de interesses particulares, sejam eles
públicos ou privados, nem afetar intensamente a livre iniciativa e a livre concorrência
(excetuadas as permissões constitucionais). A Constituição conferiu a cada ente
federado competência para instituir e arrecadar tributos próprios, de modo a preservar-
lhes meios para prover efetiva autonomia e liberdade política, nos respectivos limites.
Sem prejuízo da importância de todas as imunidades tributárias, a proibição
constitucional para tributação de algumas grandezas está em constante tensão com o
direito constitucional ao exercício local do poder legislativo. De fato, o benefício sempre
implica perda parcial do direito de tributar de um ou mais entes federados e, assim, de
obter meios para alcançar seus objetivos políticos. A tensão se resolve pela relevância
conferida pela própria Constituição ao valor que se quer proteger, isto é, manter a
autonomia dos entes federados pressupõe alguma limitação da competência de cada um
para cobrar reciprocamente impostos. Assim, a imunidade recíproca não se presta a
assegurar ao ente federado vantagens contratuais ou de mercado, para, pura e
simplesmente, permitir-lhe contratar e remunerar em condições mais vantajosas. Se o
Poder Público age com intuito preponderantemente lucrativo, em favor próprio ou de
terceiro, a imunidade recíproca não se lhe aplicará. Afinal, a atividade lucrativa em si
mesma constitui signo de capacidade contributiva, ao mesmo tempo em que afasta o
risco de pressão econômica. No caso dos Correios, por se tratar de empresa pública
prestadora de serviço público, o STF vem entendo que a imunidade é absoluta, conforme
RE 601392. CERTO

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 36

28. É possível ao Poder Judiciário estender benefício de isenção fiscal a categoria


não abrangida por regra isentiva na hipótese de alegação de existência de
situação discriminatória e ofensa ao princípio da isonomia.

9.2. Limitações ao poder de tributar

A concessão de isenção fiscal é ato discricionário, fundado em juízo de conveniência e


oportunidade do Poder Público, não podendo o Poder Judiciário, sob o pretexto de
tornar efetivo o princípio da isonomia, reconhecer situação discriminatória de
categorias não abrangidas pela regra isentiva, estendendo, por via transversa, benefício
fiscal sem que haja previsão legal específica. Essa é a posição do STF, no RE 405.579⁄PR
e do STJ no AgRg no AREsp 248264. ERRADO

DIREITO ELEITORAL

29. É irregular a manutenção, em página de órgão oficial, de link que remeta à


página da Internet na qual haja propaganda eleitoral.

6. Abuso de poder

O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral, no Recurso Especial Eleitoral nº 8029-61,


assentou que é irregular a manutenção, em página de órgão oficial, de link que remeta à
página da Internet na qual haja propaganda eleitoral. No caso julgado, o candidato
manteve no site oficial da Assembleia Legislativa link que redirecionava à sua página
virtual, na qual havia propaganda eleitoral. O TSE asseverou que esse elemento
constituía-se em um facilitador de acesso à propaganda eleitoral, constante da página do
Poder Legislativo Estadual, o que caracterizava a prática de propaganda eleitoral
irregular, nos termos do art. 57-C, § 1º, inciso II, da Lei nº 9.504/1997, que proíbe a
veiculação de propaganda em sítios “oficiais ou hospedados por órgãos ou entidades da

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 37

administração pública direta ou indireta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios”. CERTO

30. Para a configuração do crime descrito no art. 299 do Código Eleitoral, é


necessário o dolo específico que exige o tipo penal, qual seja, a finalidade de
"obter ou dar voto" e "conseguir ou prometer abstenção".

7. Crimes eleitorais

O TSE tem entendido pacífico que, para a configuração do crime descrito no art. 299 do
Código Eleitoral, é necessário o dolo específico que exige o tipo penal, qual seja, a
finalidade de "obter ou dar voto" e "conseguir ou prometer abstenção". Confiram Recurso
em Habeas Corpus nº 142354 do TSE. CERTO

______________________________________

ALEXANDRE CABRAL
Defensor Público Federal em Brasília/DF.
Mediador das disciplinas de Direito do Trabalho, Processo do Trabalho e Direito Administrativo.

DIREITO DO TRABALHO

31. As horas de sobreaviso ou prontidão significam tempo do obreiro à disposição


do empregador em sua casa, podendo ser acionado para o serviço ou não. A escala
para tanto deve ter prazo máximo de 24 horas e a remuneração de tais horas é
feita à base de 1/3 do salário hora normal.

4. Duração do Trabalho.

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 38

Ao contrário do que afirma o caput da questão, sobreaviso e prontidão são conceitos


distintos, oriundos da atividade laboral dos ferroviários e aplicados, por analogia, a
outras situações laborais (como no caso dos eletricitários – S. 229 TST). Sobreaviso (art.
244,§2º CLT), que é remunerado à base de 1/3 do salário-hora regular, significa
permanecer na própria casa podendo ser acionado para o serviço em escala com prazo
máximo de 24 horas. Prontidão (art. 244,§3º CLT) se refere ao tempo em que o obreiro
fica na instalação do empregador, podendo ou não ser acionado para o labor. A
remuneração é devida à base de 2/3 do salário-hora e a escala de plantão é de no
máximo 12 horas. ERRADO

32. Conforme o entendimento do TST, o uso de instrumentos telemáticos ou


informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza
o regime de sobreaviso.

4. Duração do Trabalho.

A questão cobra conhecimento da Súmula 428 do C. TST. Observe o atento candidato que
até 2011 o entendimento do Superior Trabalhista era não apenas de que o fornecimento
de aparelho de comunicação não gerava o sobreaviso, mas de que mesmo o uso de tal
aparelho pela empresa para “controle” do obreiro não configuraria a hora em sobreaviso,
isso porque o trabalhador não ficaria restrito ao seu lar:

S. 428 TST (texto antigo) Sobreaviso - Uso de Aparelho de


Intercomunicação - Convocação para o Serviço. O uso de
aparelho de intercomunicação, a exemplo de BIP, “pager” ou
aparelho celular, pelo empregado, por si só, não caracteriza o
regime de sobreaviso, uma vez que o empregado não permanece
em sua residência aguardando, a qualquer momento, convocação
para o serviço.

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 39

Felizmente, a nosso ver, a compreensão jurisprudencial do TST evoluiu para, atualmente


(desde 2012), afirmar que embora o mero fornecimento do meio telemático não
configure o sobreaviso, caso o aparelho seja usado para manter o obreiro em permanente
contato haverá, sim, a configuração do período a ser remunerado como tal (item II da
atual S. 428 do TST). Leia-se:

SUM-428 SOBREAVISO. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º


DA CLT (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em
14.09.2012) - Res. 185/2012 – DEJT divulgado em 25, 26 e
27.09.2012
I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos
pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza o regime de
sobreaviso.
II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e
submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou
informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente,
aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço
durante o período de descanso. CERTO

33. O repouso hebdomadário é garantido constitucionalmente, devendo ser


concedido ao obreiro preferencial, mas não exclusivamente, aos domingos. Caso
concedido após sete dias consecutivos de trabalho deverá ser pago como dia
trabalhado e em dobro.

4.1.Repouso semanal remunerado.

A palavra “hebdomadário” é derivada do grego hebdómada que significa “semana”. O


descanso semanal remunerado é previsto constitucionalmente (art. 7º, XV, e estendido
aos domésticos – art. 7º, parágrafo único, tudo na CF/88) e em geral aos domingos, mas

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 40

o é preferencial e não exclusivamente. Trata-se de hipótese de interrupção do contrato


de trabalho, por 24 horas, ou seja, não há prestação de serviços, mas há remuneração ao
obreiro. Vale lembrar que apenas aquele que não laborou durante a semana antecedente
inteira perde o direito ao repouso semanal (Lei 605/1949, art. 6º), o empregado que
chegou atrasado ou faltou injustificadamente ao serviço em algum dia perde apenas o
pagamento daquele período, e não o descanso da semana (Lei 605/1949, art. 7º,§2º).
Quando concedido em dia diverso do domingo, deve haver a compensação dentro do
prazo de sete dias, caso contrário, ainda que concedido, será pago em dobro, como
ilustra a OJ 410 da SDI-1/TST:

OJ-SDI1-410. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO


APÓS O SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV,
DA CF. VIOLAÇÃO. (DEJT divulgado em 22, 25 e 26.10.2010)
Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal
remunerado após o sétimo dia consecutivo de trabalho,
importando no seu pagamento em dobro. CERTO

34. As férias são concedias após o período aquisitivo de 12 (doze) meses de labor,
necessariamente dentro do período concessivo de mais 12 (doze) meses, por ato e
no interesse do empregador. Todavia, caso o empregado queira converter parte
de suas férias em abono pecuniário, limitada essa parcela a 1/3 do período de
gozo, tal ato é direito potestativo do obreiro a ele não podendo se opor o
empregador.

4.2. Férias anuais e remuneradas.

As férias, clássico exemplo de interrupção do contrato de trabalho, encontram previsão


na Lei Maior Republicana no art. 7º, XVII, CF/88. Recorde-se que são pagas, sempre, com

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 41

o acréscimo de um terço, o denominado “terço constitucional de férias”, previsto na


Constituição Federal. Merece atenta leitura o artigo 134 da CLT:

Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador,


em um só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data
em que o empregado tiver adquirido o direito. (Redação dada
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
§ 1º - Somente em casos excepcionais serão as férias
concedidas em 2 (dois) períodos, um dos quais não poderá ser
inferior a 10 (dez) dias corridos. (Incluído pelo Decreto-lei nº
1.535, de 13.4.1977)
§ 2º - Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de
50 (cinquenta) anos de idade, as férias serão sempre
concedidas de uma só vez

Destarte, após o período aquisitivo (CLT, art. 130), as férias obrigatoriamente devem ser
concedidas pelo empregador (mas à conveniência dele, não do obreiro – vide art. 136 da
CLT) dentro do prazo do período concessivo do art. 134 do texto consolidado. O abono
pecuniário, popularmente conhecido como “vender as férias”, é direito potestativo do
trabalhador, incabível oposição qualquer do empregador, limitando-se a 1/3 do período
de férias, consoante art. 144 da CLT. CERTO

35. As férias concedidas fora do período concessivo devem ser pagas em dobro
pelo empregador. Mesmo se concedidas rigorosamente dentro do prazo, porém,
deverão ser pagas em dobro também no caso do empregador não cumprir o prazo
para pagamento da remuneração das férias, que é de dois dias antes do início do
período de gozo pelo trabalhador.

4.2. Férias anuais e remuneradas.

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 42

A remuneração de férias deve ser paga em até dois dias antes do gozo do período. É a
letra do art. 145 da CLT. Quando não concedidas dentro do período concessivo, as férias
serão pagas em dobro, como determina o art. 137 do texto consolidado. Como afirma a
assertiva comentada, ainda que concedidas no período correto, o desrespeito ao prazo
para pagamento da remuneração e do abono pecuniário (se houver) das férias gera a
mesma sanção, pagamento em dobro do período. Trata-se do texto da OJ 386 da SDI-
1/TST:

OJ-SDI1-386. FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA. PAGAMENTO


FORA DO PRAZO. DOBRA DEVIDA. ARTS. 137 E 145 DA CLT. (DEJT
divulgado em 09, 10 e 11.06.2010)
É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído
o terço constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda
que gozadas na época própria, o empregador tenha descumprido o
prazo previsto no art. 145 do mesmo diploma legal. CERTO

DIREITO ADMINISTRATIVO

36. Considere que um veículo oficial de um Ministério, por imprudência do seu


motorista, servidor público federal que estava em serviço, atingiu o carro de um
particular, causando danos materiais. Segundo o entendimento do STJ, mesmo se
tratando de responsabilidade civil objetiva do estado, a hipótese viabiliza ao
particular optar dentre três caminhos: propor ação contra o motorista e o ente
estatal em litisconsórcio; propor ação diretamente contra o motorista ou propô-la
apenas contra o ente estatal.

12. Responsabilidade civil do estado.

A assertiva traz o entendimento do Superior Tribunal de Justiça de forma correta. A


vítima em caso de dano causado por agente público no exercício da função teria, para o

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 43

STJ, a faculdade de propor ação visando indenização da forma como descrita no


cabeçalho, contra o agente, contra o ente ou contra ambos. Nesse sentido: STJ. 4ª Turma.
REsp 1.325.862-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 5/9/2013 (Info 532).
Observe que além da decisão paradigma referenciada acima, há tempos o STJ já admite a
denunciação à lide (fundada no CPC, art. 70, III) do agente público causador do dano,
apenas não a entendia (nem entende) obrigatória, mas sim como uma faculdade – vide
REsp 1089955 / RJ; AgRg no REsp 1215320 / SC. Atenção: Em sentido oposto é o
entendimento do Supremo Tribunal Federal! Para o Excelso Pretório, a vítima deve
sempre acionar o ente estatal, cabendo a este, na hipótese de dolo ou culpa, acionar o
agente em ação regressiva. Noutro giro, o STF não entende caber denunciação à lide do
agente público, dada a natureza diversa dos regimes de responsabilização (do Estado –
objetiva; do agente público – subjetiva). Nesse sentido: (STF RE 327904, Min. Carlos
Britto, j. 15/08/06; RE 344133, Min. Marco Aurélio, j. em 09/09/08; RE 720275, Min.
Dias Toffoli, j. em 10/12/12). CERTO

37. A Administração Pública introversa refere-se à partilha constitucional de


competências como divididas entre os entes políticos, constituindo-se, portanto,
em uma atuação finalística.

11. Organização Administrativa.

A questão traz o conceito descrito pelo eminente professor Diogo de Figueiredo Moreira
Neto e já cobrado em certames da organizadora CESPE, mas o faz de forma invertida.
Assim, Administração Pública extroversa é a de caráter finalístico, tendo fulcro na
Supremacia do Interesse Público e normas constitucionais destinadas aos entes políticos
(é a relação Administração x Administrados). Já a Administração Pública introversa, de
caráter instrumental, refere-se à atribuição genérica, de todos os entes em igual medida,
para que possam atingir seus objetivos por meio das relações entre eles e seus órgãos ou
entes da Administração Indireta, vale dizer, é relação interna da Administração, com suas
partições. ERRADO

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 44

38. Superando bases teóricas ultrapassadas, como a teoria da identidade e mesmo


a teoria da representação, a atuação do agente público, no direito administrativo
brasileiro, é explicada com base na teoria do órgão, intimamente ligada à ideia de
imputação volitiva do jurista Otto Gierke.

11. Organização Administrativa. 3.Princípios Constitucionais e infraconstitucionais de Direito


Administrativo 12.Responsabilidade civil do estado

Tema recorrente em provas do CESPE, já cobrado para as carreiras de Advogado da


União e Procurador Federal. O agente público não se confunde com o estado (teoria da
identidade), nem age porque o estado não poderia se representar (teoria da
representação) ou sequer o representa em virtude de uma espécie de contrato (teoria do
mandato). Como afirma a assertiva em análise, a Teoria do órgão é a empregada para
analisar modernamente a atuação do agente público, no sentido de que a atuação
funcional está juridicamente ligada ao órgão do qual o agente faz parte (em virtude do
quê um feixe de competências lhe são atribuídas) – a ação do agente é, portanto,
imputada ao órgão, imputada à vontade estatal. Otto Friederich Von Gierke (1841-1921)
foi o autor dessa metáfora, comparando o Estado a um corpo humano, em ambos, a
personalidade é do todo, não das partes em si consideradas. A imputação volitiva, dentro
da teoria do órgão, explica diversas situações funcionais. Como aponta a doutrina da
professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, explica, por exemplo, a responsabilização
estatal em virtude de ato do servidor público de fato, desde que tenha sua conduta a devida
aparência de legalidade (exemplo de ato ilegal de fiscal que mesmo fora de suas
atribuições gera responsabilização do estado, já que o particular não teria como saber da
incompetência do agente naquele contexto). Noutro giro, a teroia em comento
impossibilita a responsabilização do estado por atos de agentes fora da função pública e
a ela não relacionados (policial que em discussão de final de semana atira num vizinho).
Veja-se o art. 37,§6º da CF/88, com atenção à expressão “nessa qualidade”:

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 45

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
[...]
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. CERTO

39. Como impõe a teoria dos motivos determinantes, a motivação dos atos
administrativos é uma garantia do princípio da legalidade sempre necessária.
Única exceção são os atos de nomeação ou exoneração para cargos em comissão,
demissíveis ad nutum, que dispensam motivação.

4. Ato administrativo. 3. Princípios Constitucionais e infraconstitucionais de Direito


Administrativo

A Assertiva se equivoca, a uma, porque a obrigatoriedade da motivação dos atos decorre


não da Teoria dos Motivos determinantes, mas sim do Princípio da Motivação, a duas,
porque há exceções outras ao dever de motivar. A previsão da motivação dos atos
administrativos encontra amparo legal no art. 50 da Lei 9.784/99 (que se aplica à
Administração Pública Federal apenas!). Segundo o texto legal, ela deve ser explícita,
clara e congruente. A Constituição da República obriga motivação dos atos
administrativos do Poder Judiciário e do Ministério Público, mas em nenhum outro
expressamente (art. 93, X, e art. 129, §4º, CF/88). Importante diferenciar: Motivo: é o fato
que autoriza a realização do ato. Motivação: é a justificativa por escrito dos fundamentos
fáticos e jurídicos da prática do ato. A Doutrina diverge sobre a necessidade de
motivação de todo ato administrativo, sendo majoritária a posição pela necessidade de

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 46

motivação em prestígio à legalidade, moralidade, acessibilidade posterior ao Judiciário


etc. (anote-se a posição minoritária do professor José dos Santos Carvalho Filho). Os atos
de nomeação/exoneração de cargos em comissão são o exemplo consagrado de exceção
à obrigatoriedade de motivação, mas não único. A doutrina aponta atos em que a
motivação é evidente e não escrita (sinais de guarda de trânsito) ou, ainda, impossível
(sinal visual do semáforo). Todavia, se forem expressamente motivados os atos
administrativos, a comprovação de inexistência dos fundamentos alegados na motivação
pode gerar sua anulação pela aplicação da teoria dos motivos determinantes. Tal teoria,
de origem francesa, aponta que se o Motivo alegado para a prática de um ato for
inexistente ou falso, há nulidade. Vale dizer, a motivação vincula a validade do ato
administrativo. ERRADO

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

40. O Princípio da Conciliação possui previsão expressa na CLT, sendo lícito às


partes conciliarem-se em qualquer momento processual. De fato, tal relevo tem o
princípio na seara laboral que a Sentença só é válida no processo do trabalho
quando expressamente rejeitada a conciliação e o termo do acordo homologado
judicialmente é irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às
contribuições que lhe forem devidas.

1. Princípios gerais do processo trabalhista.

A Conciliação, como princípio, tem destaque ímpar no processo trabalhista. O art. 764 da
CLT lhe confere merecida profundidade e esclarece ser possível e desejável a todo
tempo. Em especial, o §3º do citado artigo afirma ser ela possível ainda que encerrado o
juízo conciliatório (noutros termos, a qualquer tempo). Merece nota, ainda, o dizer do
art. 831 do texto consolidado, ao tratar da eficácia da própria sentença:

SEÇÃO X

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 47

DA DECISÃO E SUA EFICÁCIA


Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a
proposta de conciliação.
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado
valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social
quanto às contribuições que lhe forem devidas. CERTO.

QUESTÕES DISSERTATIVAS

ALEXANDRE CABRAL
DIREITO/PROCESSO DO TRABALHO

ENVIE A RESPOSTA PARA alexandre.cursocei@gmail.com, indicando no

campo assunto “número da rodada e matéria”

PEDRO, motorista particular, procurou a unidade da DPU de Brasília/DF para


requerer ação trabalhista contra HENDRIKUS, seu ex-patrão, um abastado
advogado residente no bairro do Lago Sul/DF.
PEDRO narrou que trabalhava na residência de HENDRIKUS durante três dias na
semana, sempre às terças, quintas e sábados, em regime de oito horas diárias, sem
anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS.
Era oferecido a PEDRO, nos dias de labor, como residia em região distante e
eventualmente laborava em período noturno, o pernoite na residência do patrão,
em quarto próprio, separado da casa principal, bem como lhe eram oferecidas
três refeições diárias ao longo da jornada de trabalho, com intervalo intrajornada
de uma hora, regularmente gozado.

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 48

Tenho por base as informações acima, responda os itens abaixo de forma objetiva,
fundamentadamente (máx. de 10 linhas por resposta):

1. É possível demandar registro do vínculo de emprego de PEDRO com base na


não-eventualidade da prestação de serviços.
2. Proposta a ação, HENDRIKUS deverá comparecer, acompanhado ou não de
advogado, sendo incabível seja representado por sua esposa, já que apenas
ele integra o pólo passivo da eventual lide laboral.
3. As refeições e o quarto fornecidos a PEDRO integram a remuneração do
obreiro para todos os fins, devendo constar do rol de pedidos da futura
reclamação trabalhista.

Máximo de 10 linhas por item

HENDRIKUS GARCIA
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

ENVIE A RESPOSTA PARA hendrikus.cursocei@gmail.com, indicando no

campo assunto “número da rodada e matéria”

Em direito previdenciário, o que se entende por buraco negro? E buraco verde?

Máximo de 20 linhas

ALDO COSTA
DIREITO INTERNACIONAL

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 49

ENVIE A RESPOSTA PARA aldocosta.cursocei@gmail.com, indicando no


campo assunto “número da rodada e matéria”

Disserte sobre os três níveis da ordem pública, estabelecendo a diferença entre


eles.

Máximo de 20 linhas

EDILSON SANTANA
DIREITO CIVIL E DIREITO DO CONSUMIDOR

ENVIE A RESPOSTA PARA edilson.cursocei@gmail.com, indicando no

campo assunto “número da rodada e matéria”

Disserte sobre os regimes de responsabilidade civil próprios do Código de Defesa


do Consumidor.

Máximo de 20 linhas

PEÇA JUDICIAL

ALEXANDRE CABRAL
DIREITO DO TRABALHO

ENVIE A PEÇA PARA alexandre.cursocei@gmail.com, indicando no

campo assunto “número da rodada e matéria”

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com


5 ª R o d a d a - P á g i n a | 50

CAIO, mecânico residente em São Gonçalo/RJ, trabalhava na pequena oficina de


JOSÉ, empreendedor individual, na vizinha cidade de Niterói/RJ, tendo iniciado o
vínculo em Janeiro de 2005. Sua remuneração totalizava R$ 1.200,00 mensais.
Com o falecimento do empregador, ocorrido em 18.10.2013, ALDO, filho mais
velho do falecido, resolveu prosseguir com o empreendimento. CAIO, porém,
comunicou a ALDO que não desejava mais seguir trabalhando ali. ALDO por sua
vez afirmou que desejava a continuidade do serviço de CAIO e que a contragosto
aceitaria um pedido de demissão do trabalhador, desde que esse cumprisse o
aviso prévio de 30 (trinta) dias, negando-se a pagar eventuais verbas trabalhistas
de CAIO antes disso ou dar baixa em sua CTPS.
Como Defensor Público Federal procurado por CAIO, que deseja rescindir o
vínculo, considerando que a ação cabível será proposta perante a Vara do
Trabalho competente a favor do obreiro já em 19.10.2013 e que nenhuma das
verbas devidas na hipótese foi paga ao autor, elabore a petição devida de modo a
garantir a percepção por CAIO das verbas a que faz jus e somente a elas.
Considerando que a atuação trabalhista é recente na unidade da DPU responsável
pelo feito, inclua na peça argumento quanto à legitimidade da Defensoria Pública
da União atuar em causas trabalhistas.

Máximo de 200 linhas

CEI – Círculo de Estudos pela Internet: www.cursocei.com

Você também pode gostar