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Aula 03

Direito Processual Penal Militar p/ Oficial PMDF


Professor: Paulo Guimarães
Direito Processual Penal Militar para PMDF
Teoria e exercícios comentados
Prof. Paulo Guimarães – Aula 02
AULA 03: Questões prejudiciais. Exceções.
Incidente de insanidade mental do acusado.
Incidente de falsidade de documento.

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SUMÁRIO PÁGINA
1. Questões prejudiciais 2
2. Exceções 6
3. Incidente de insanidade mental do acusado 15
4. Incidente de falsidade de documento 19
5. Questões comentadas 21
6. Questões sem comentários 26

Olá, caros amigos!

Hoje continuaremos a estudar mais alguns dispositivos do


Código de Processo Penal Militar. Sempre estudaremos com foco nos
dispositivos legais, pois todas ou quase todas as questões da prova
devem cobrar o que está no CPPM, ok!? 

Bons estudos!

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Teoria e exercícios comentados
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1. QUESTÕES PREJUDICIAIS

Decisão prejudicial
Art 122. Sempre que o julgamento da questão de mérito depender de
decisão anterior de questão de direito material, a segunda será
prejudicial da primeira.

Questão prejudicial, como você já deve saber, é aquela que


precisa ser decidida antes da principal, pois esta depende daquela. Na
verdade a palavra “prejudicial” significa apenas “antes do juízo”, ou seja,
essa questão deve ser resolvida antes de ser proferida a decisão principal.
Uma diferenciação importante que deve ser feita é entre a
questão prejudicial e a questão preliminar. A questão prejudicial está
diretamente relacionada ao mérito, enquanto a questão preliminar,
apesar de também precisar ser resolvida antes da principal, diz respeito
apenas ao processo ou ao seu procedimento.

A questão preliminar está diretamente relacionada ao


mérito, ao direito material.

Há uma série de classificações que a doutrina traz acerca das


questões prejudiciais, que não interessam para nós agora. Aqui o
importante é compreendermos os dispositivos do CPPM, certo!?
Lembre-se ainda de que as questões prejudiciais podem ser
arguidas ou reconhecidas de ofício, e que a autoridade competente pode
tomar as medidas que estudaremos a seguir também de ofício.

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Estado civil da pessoa
Art. 123. Se a questão prejudicial versar sobre estado civil de
pessoa envolvida no processo, o juiz:
a) decidirá se a arguição é séria e se está fundada em lei;

Alegação irrelevante
b) se entender que a alegação é irrelevante ou que não tem
fundamento legal, prosseguirá no feito;

Alegação séria e fundada


c) se reputar a alegação séria e fundada, colherá as provas
inadiáveis e, em seguida, suspenderá o processo, até que, no juízo cível,
seja a questão prejudicial dirimida por sentença transit ada em julgado,
sem prejuízo, entretanto, da inquirição de testemunhas e de outras
provas que independam da solução no outro juízo.

A primeira hipótese trazida pelo CPPM diz respeito à questão


preliminar relacionada ao estado civil da pessoa.
Em primeiro lugar o juiz decidirá se a questão é séria (se não
é irrelevante, ou seja, se realmente não pode ser desconsiderada), e se
está fundada em lei (a questão prejudicial diz respeito ao direito
material, lembra!?).
Se o juiz entender que a questão levantada é irrelevante ou
que não tem fundamento, não haverá suspensão. Se considerar que os
fundamentos estão presentes, colherá as provas inadiáveis e suspenderá
o processo até que a questão prejudicial seja definitivamente resolvida
pelo juízo cível. Perceba que a suspensão é obrigatória nesse caso, e que
não há prazo específico fixado pelo CPPM.

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Suspensão do processo. Condições
Art. 124. O juiz poderá suspender o processo e aguardar a solução,
pelo juízo cível, de questão prejudicial que se não relacione com o estado
civil das pessoas, desde que:
a) tenha sido proposta ação civil para dirimi-la;
b) seja ela de difícil solução;
c) não envolva direito ou fato cuja prova a lei civil limite.

Prazo da suspensão
Parágrafo único. O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá
ser razoavelmente prorrogado, se a demora não for imputável à parte.
Expirado o prazo sem que o juiz do cível tenha proferido decisão, o juiz
criminal fará prosseguir o processo, retomando sua competência para
resolver de fato e de direito toda a matéria da acusação ou da defesa.

Agora estamos falando das questões prejudiciais que não


dizem respeito ao estado civil das pessoas.
Nesses casos o juiz poderá suspender o processo e aguardar a
solução pelo juízo cível, desde que a prejudicial seja objeto de ação civil,
seja de difícil solução e não envolva direito ou fato cuja prova seja
limitada pela lei civil.
Perceba que, por outro lado, aqui não há o requisito de que o
juiz aguarde pelo trânsito em julgado. Na realidade a suspensão nesses
casos não é obrigatória, e o próprio juiz é que determinará o prazo da
suspensão, podendo prorroga-lo quando a demora não se der por culpa
da parte. Se o prazo se esgotar e/ou não for prorrogado, o juiz fará
prosseguir o processo.

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Autoridades competentes
Art. 125. A competência para resolver a questão prejudicial caberá:
a) ao auditor, se arguida antes de instalado o Conselho de Justiça;
b) ao Conselho de Justiça, em qualquer fase do processo, em
primeira instância;
c) ao relator do processo, no Superior Tribunal Militar, se arguida
pelo procurador-geral ou pelo acusado;
d) a esse Tribunal, se iniciado o julgamento.

As questões prejudiciais arguidas antes da instalação do


Conselho de Justiça, bem como aquelas levantadas no julgamento
singular das Justiças Militares Estaduais, são resolvidas pelo próprio juiz
auditor (ou juiz de direito do juízo militar, conforme o caso).
Já as questões prejudiciais que surgirem no processo penal
militar em primeira instância deverão ser resolvidas pelo Conselho de
Justiça. Em segunda instância, as questões prejudiciais levantadas pelo
Procurador de Justiça ou pelo acusado deverão ser julgadas pelo Relator
do processo no STM, TJM ou TJ, conforme o caso. Se já iniciado o
julgamento na segunda instância, caberá ao próprio Tribunal resolve-las.

Promoção de ação no juízo cível


Art. 126. Ao juiz ou órgão a que competir a apreciação da questão
prejudicial, caberá dirigir-se ao órgão competente do juízo cível, para a
promoção da ação civil ou prosseguimento da que tiver sido iniciada, bem
como de quaisquer outras providências que interessem ao julgamento do
feito.

Numa primeira leitura você poderia achar que esse dispositivo


determina que caberia ao próprio juízo criminal promover a ação junto ao
juízo cível, mas isso não faria o menor sentido. Na verdade o juízo

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criminal deve dirigir-se ao órgão competente para promover a ação civil,
ou acompanhar a ação que já esteja em curso.
Segundo Célio Lobão, esse órgão competente é a Defensoria
Pública, apesar de haver quem discorde na Doutrina em razão do art. 92
do Código de Processo Penal comum, segundo o qual “Se for cri me de
ação pública, o Ministério Público, quando necessário, promoverá a ação
civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos
interessados”.

A partir de agora estudaremos os incidentes (Título XII do


CPPM), que têm como espécies as exceções, o incidente de sanidade
mental do acusado, e o incidente de falsidade de documento.

2. EXCEÇÕES

2.1. Exceções em Geral

Art. 128. Poderão ser opostas as exceções de:


a) suspeição ou impedimento;
b) incompetência de juízo;
c) litispendência;
d) coisa julgada.

A exceção é uma espécie de defesa que busca apenas elidir a


pretensão ou autor, ou mesmo postergar, transferir, dilatar o exercício
dessa pretensão. Por isso chamamos essa via de defesa indireta, já que
ela não tem por objetivo discutir diretamente a relação de direito material
objeto da ação.
A partir de agora estudaremos uma a uma as exceções
previstas no Código de Processo Penal Militar.

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2.2. Exceção de Suspeição e Exceção de Impedimento

Precedência da arguição de suspeição


Art. 129. A arguição de suspeição ou impedimento precederá a
qualquer outra, salvo quando fundada em motivo superveniente.

As causas de impedimento do juiz estão previstas no art. 37


do CPPM, e os de suspeição no art. 38. Caso o juiz não se declare
suspeito ou impedido de ofício, caberá à parte interpor a exceção, que
deve preceder a qualquer outra, exceto quando seu fundamento for
motivo superveniente, ou seja, motivo que surgiu depois do
estabelecimento da relação processual.
O juiz que se declarar impedido ou suspeito deve motivar o
seu despacho (art. 130). Se for o caso de suspeição por motivo de foro
íntimo, o juiz não precisará expor seus motivos a todos, podendo
comunica-los em sigilo ao juiz corregedor.

Se a suspeição do juiz for de natureza íntima, ele comunicará


os motivos ao auditor corregedor, podendo fazê-lo sigilosamente.

No Superior Tribunal Militar, o ministro que se julgar suspeito


ou impedido deve declarar essa condição em sessão. Se ele for relator ou
revisor de processo, a declaração será feita nos autos, e o feito será
redistribuído (art. 135).
Se o Procurador-Geral (ou o Procurador de Justiça que esteja
oficiando no juízo militar, no caso dos estados) se der por suspeito ou
impedido, delegará a sua função, no processo, ao seu substituto legal.

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Recusa do juiz
Art. 131. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, fa-
lo-á em petição assinada por ela própria ou seu representante legal, ou
por procurador com poderes especiais, aduzindo as razões,
acompanhadas de prova documental ou do rol de testemunhas, que não
poderão exceder a duas.

Quando não houver essa declaração de ofício, a parte poderá


opor a exceção de suspeição ou de impedimento por meio de petição
assinada. O art. 131 autoriza ainda que a oposição seja feita pela própria
parte ou por seu representante legal.
Caso reconheça a suspeição, ou impedimento, o juiz sustará o
andamento do processo, mandará juntar aos autos o requerimento da
parte que opôs a exceção juntamente com os documentos que o
acompanhem, e declarar-se-á suspeito ou impedido, ordenando que os
autos sejam remetidos ao substituto (art. 132).
Caso não reconheça a suspeição ou impedimento, o juiz
mandará autuar o requerimento em separado, dará sua resposta no prazo
de 3 dias, podendo inclusive oferecer testemunhas. O juiz então
determinará a remessa dos autos em 24h ao STM ou ao Tribunal
competente, a depender do caso (art. 133). O Tribunal então será
competente para julgar definitivamente a exceção.
O CPPM prevê ainda a possibilidade de a arguição ser
considerada manifestamente improcedente. Nesse caso o juiz ou o relator
deverá rejeita-la liminarmente. Se for reconhecida preliminarmente a
relevância da arguição, o relator intimará as partes do dia e hora em que
serão ouvidas as testemunhas.

Nulidade dos atos praticados pelo juiz suspeito


Art. 134. Julgada procedente a arguição de suspeição ou
impedimento, ficarão nulos os atos do processo principal.

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Embora o próprio CPPM reconheça que os atos praticados por
juiz impedido são inexistentes (art. 37, parágrafo único), o art. 134
determina que os atos praticados pelo juiz considerado suspeito ou
impedido devem ser declarados nulos. Nesse caso há uma equiparação
entre a suspeição e o impedimento, ao menos no que se refere às
consequências práticas.

Suspeição declarada de procurador, perito, intérprete ou auxiliar


de justiça
Art. 137. Os procuradores, os peritos, os intérpretes e os auxiliares
da Justiça Militar poderão, motivadamente, dar-se por suspeitos ou
impedidos, nos casos previstos neste Código; os primeiros e os últimos,
antes da prática de qualquer ato no processo, e os peritos e intérpretes,
logo que nomeados. O juiz apreciará de plano os motivos da suspeição ou
impedimento; e, se os considerar em termos legais, providenciará
imediatamente a substituição.

O dispositivo menciona os procuradores, mas hoje os


membros do MPM são chamados de promotores. Estes e os auxiliares da
justiça podem dar-se por suspeitos ou impedidos antes da prática de
qualquer ato do processo, enquanto os peritos devem fazê -lo logo que
nomeados.
Caberá então ao juiz analisar os motivos da suspeição ou
impedimento e, se for o caso, providenciar a substituição desses
profissionais.
Caso seja arguida a suspeição ou o impedimento de promotor
de justiça (o CPPM fala em Procurador!), o juiz ouvirá o arguido e decidirá
sem recurso, podendo antes admitir a produção de provas no prazo de 3
dias. Não há, porém, previsão no CPPM para anulação dos atos praticados
pelo membro do Ministério Público que seja considerado impedido ou
suspeito, e nem previsão de suspensão do processo.

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O CPPM menciona ainda a possibilidade de suspeição do
encarregado do inquérito, mas proíbe que haja oposição da exceção de
suspeição nesse caso. Por outro lado, há o dever posto ao encarregado de
declarar-se suspeito quando ocorrer motivo previsto em lei para tal.

O CPPM proíbe que haja oposição da exceção de suspeição


contra o encarregado do inquérito. Por outro lado, há o dever posto ao
encarregado de declarar-se suspeito quando ocorrer motivo previsto em
lei para tal.

2.3. Exceção de Incompetência

Oposição da exceção de incompetência


Art. 143. A exceção de incompetência poderá ser oposta
verbalmente ou por escrito, logo após a qualificação do acusado. No
primeiro caso, será tomada por termo nos autos.
Declaração de incompetência de ofício
Art. 147. Em qualquer fase do processo, se o juiz reconhecer a
existência de causa que o torne incompetente, declará-lo-á nos autos e os
remeterá ao juízo competente.

As regras acerca da distribuição da jurisdição dentro do


próprio Poder Judiciário devem ser respeitadas pelo julgador. Isso
significa que, se um juiz for incompetente para julgar determinada ação,
deve declarar essa condição, ou seja, deve declinar da competência,
remetendo o feito ao juízo competente.

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Quando isso não ocorre, o acusado ou o Ministério Público
podem opor a exceção de incompetência. Isso deve ocorrer logo após a
qualificação do acusado. Além disso, a exceção pode ser oposta
verbalmente ou por escrito, devendo no primeiro caso ser reduzida a
termo.
Quando se tratar de competência relativa, se a exceção não
for oposta no momento adequado haverá a preclusão para a parte. Isso
significa dizer que a partir desse momento o juiz passará a ser
competente, mediante o fenômeno da prorrogação de competência. Se
estivermos falando em competência absoluta, a alegação pode dar-se em
qualquer fase do processo por meio de preliminar nas razões escritas, por
meio de habeas corpus, etc.
Uma vez oposta a exceção de incompetência, será dada vista
dos autos à parte contrária, para que se manifeste no prazo de 48h.
Interessante notar que nem sempre a parte contrária desejará contrapor-
se ao questionamento da competência do juízo, podendo inclusive
reforçar os argumentos trazidos.
Se a alegação for aceita, os autos serão remetidos ao juízo
competente. Se for rejeitada, o juiz continuará presidindo o processo,
mas há a possibilidade de ajuizamento de recurso dirigido ao Superior
Tribunal Militar (no caso da União), Tribunal de Justiça Militar ou Tribunal
de Justiça (no caso dos Estados). Se a exceção for rejeitada, portanto,
não há previsão de suspensão do processo, mas o Tribunal competente
poderá, ao dar provimento ao recurso, tornar nulos os atos praticados.

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Alegação antes do oferecimento da denúncia. Recurso nos
próprios autos
Art. 146. O órgão do Ministério Público poderá alegar a
incompetência do juízo, antes de oferecer a denúncia. A arguição será
apreciada pelo auditor, em primeira instância; e, no Superior Tribunal
Militar, pelo relator, em se tratando de processo originário. Em ambos os
casos, se rejeitada a arguição, poderá, pelo órgão do Ministério Público,
ser impetrado recurso, nos próprios autos, para aquele Tribunal.

O Ministério Público pode alegar a incompetência do juízo


antes mesmo de oferecer a denúncia. A arguição então será apreciada
pelo juiz ou pelo relator (caso o processo corra originariamente no
Tribunal). Se a alegação for rejeitada, o MP também pode interpor
recurso dirigido ao STM, TJM ou TJ, nos mesmos termos que já
estudamos.
Uma vez tendo recebido o feito, o novo juízo pode se
considerar competente, dando prosseguimento ao processo, ou pode
suscitar conflito de competência negativo, caso não se considere
competente.
O novo juízo pode aproveitar os atos não decisórios praticados
pelo juízo considerado incompetente, mas os atos decisórios precisam ser
praticados novamente, pois são considerados nulos. Isso não se aplica,
porém, ao recebimento da denúncia, que, embora tenha alguma carga
decisória, não é considerado pelo STF como ato decisório (HC 88.262, 2ª
Turma, rel Min Gilmar Mendes).

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2.4. Exceção de Litispendência

Litispendência, quando existe. Reconhecimento e processo


Art. 148. Cada feito somente pode ser objeto de um processo. Se o
auditor ou o Conselho de Justiça reconhecer que o litígio proposto a seu
julgamento já pende de decisão em outro processo, na mesma Auditoria,
mandará juntar os novos autos aos anteriores. Se o primeiro processo
correr em outra Auditoria, para ela serão remetidos os novos autos,
tendo-se, porém, em vista, a especialização da Auditoria e a categoria do
Conselho de Justiça.

Arguição de litispendência
Art. 149. Qualquer das partes poderá arguir, por escrito, a
existência de anterior processo sobre o mesmo feito.

Os elementos da ação são as partes, o pedido e a causa de


pedir. Uma vez que estes elementos existam numa determinada ação
penal militar, não pode haver uma outra com exatamente os mesmos
elementos. Quando isso acontece estamos diante do fenômeno da
litispendência, decorrência do princípio do ne bis in idem.
Se o juiz ou o Conselho de Justiça (ou o juiz singular, no caso
da Justiça Militar Estadual) reconhecer que existe outro processo idêntico
na mesma Auditoria, mandará juntar os novos autos aos que já estão
tramitando. Se o processo mais antigo correr em outra Auditoria, os
novos autos serão a ela remetidos.
Por outro lado, se o juízo responsável pela ação falhar em
verificar que já existe uma outra com os mesmos elementos, terá lugar a
exceção de litispendência, que pode ser arguida por qualquer das
partes, por escrito.
Se a parte que opôs a exceção não tiver condições de
apresentar provas da alegação, o juiz poderá conceder prazo para que o

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faça, podendo também neste caso decretar a suspensão do curso do
processo.
Em seguida o juiz ouvirá a parte contrária e decidirá de plano.
Dessa decisão não cabe recurso.

Da decisão da exceção de litispendência não cabe recurso.

2.5. Exceção de Coisa Julgada

Existência de coisa julgada. Arquivamento de denúncia


Art. 153. Se o juiz reconhecer que o feito sob seu julgamento já foi,
quanto ao fato principal, definitivamente julgado por sentença irrecorrível,
mandará arquivar a nova denúncia, declarando a razão por que o faz.

Arguição de coisa julgada


Art. 154. Qualquer das partes poderá arguir, por escrito, a
existência de anterior sentença passada em julgado, juntando-lhe
certidão.

Neste caso também temos uma coincidência em relação aos


elementos de duas ações, só que o julgamento da mais antiga já foi
concluído, ou seja, a decisão já transitou em julgado.
Neste caso, se o juiz reconhecer a pendência em relação à
coisa julgada, deverá ele arquivar a nova denúncia, declarando suas
razões. Diante da falta da atuação de ofício pelo juiz, qualquer das partes
pode arguir a existência de decisão anterior transitada em julgado, desde
que o faça por escrito.

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Se a exceção for oposta pelo acusado, o juiz ouvirá o
Ministério Público e decidirá de plano. Aí então se o juiz reconhecer a
coisa julgada, haverá remessa necessária (na realidade o CPPM chama de
recurso de ofício) para o STM, TJM ou TJ, a depender da esfera de
julgamento.
O CPPM determina ainda que a coisa julgada opera somente
em relação às partes, não alcançando quem não foi parte no processo. Se
fosse de outro modo, não haveria identidade em relação às partes do
processo, e por isso não haveria litispendência, não é mesmo!? 

3. INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO

Dúvida a respeito de imputabilidade


Art. 156. Quando, em virtude de doença ou deficiência mental,
houver dúvida a respeito da imputabilidade penal do acusado, será êle
submetido a perícia médica.

A constatação da inimputabilidade no Código Penal Militar


segue o critério biopsicológico, e por isso a insanidade mental do acusado,
quando houver supressão de entendimento, pode impossibilitar a
aplicação da pena ou a aplicação de medida de segurança.
Por essa razão, sempre que houver indícios de que o acusado
não se encontra no total gozo de suas faculdades mentais, é cabível o
incidente de insanidade mental.
No processamento do incidente a perícia poderá ser ordenada
pelo juiz, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do defensor,
do curador, ou do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do
acusado, em qualquer fase do processo. É possível ainda que a perícia
seja ordenada ainda na fase de inquérito, por iniciativa do encarregado ou
em atenção a requerimento das pessoas mencionadas.

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No âmbito do incidente de insanidade mental do


acusado, é possível que a perícia seja ordenada em qualquer fase do
processo ou mesmo na fase do inquérito policial militar, por iniciativa do
seu encarregado ou em atenção a requerimento do Ministério Público, do
defensor, do curador, ou do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão
do acusado.

Internação para a perícia


Art. 157. Para efeito da perícia, o acusado, se estiver preso, será
internado em manicômio judiciário, onde houver; ou, se estiver s olto e o
requererem os peritos, em estabelecimento adequado, que o juiz
designará.

Desde 1984 não se utiliza mais no Brasil a nomenclatura


manicômio judiciário. O que existe hoje são hospitais de custódia e
tratamento psiquiátrico. Infelizmente, apesar da mudança de nome, esses
lugares não mudaram tanto assim, desde então, sendo ainda em sua
grande maioria ambientes altamente insalubres, onde pessoas s ão
verdadeiramente esquecidas num triste regime fechado.
O laudo pericial deve ser apresentado em 45 dias, podendo
esse prazo ser prorrogado por decisão do juiz, se os peritos
demonstrarem a necessidade da medida.
Os quesitos são, em regra, formulados pelas partes, devendo
o Ministério Público formular primeiramente os seus e mostra-los à
defesa, que só então formulará os seus. Além desses quesitos, alguns
devem ser obrigatoriamente respondidos pelos peritos:

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a) se o indiciado, ou acusado, sofre de doença mental, de
desenvolvimento mental incompleto ou retardado;
b) se no momento da ação ou omissão, o indiciado, ou
acusado, se achava em algum dos estados referidos na alínea anterior;
c) se, em virtude das circunstâncias referidas nas alíneas
antecedentes, possuía o indiciado, ou acusado, capacidade de entender o
caráter ilícito do fato ou de se determinar de acordo com esse
entendimento;
d) se a doença ou deficiência mental do indiciado, ou acusado,
não lhe suprimindo, diminuiu-lhe, entretanto, consideravelmente, a
capacidade de entendimento da ilicitude do fato ou a de
autodeterminação, quando o praticou.
Lembre-se ainda de que também é inimputável o agente que
comete o ato típico em razão de embriaguez completa decorrente de caso
fortuito ou força maior quando era, ao tempo da ação ou omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
No caso de embriaguez decorrente de caso fortuito ou força
maior, serão formulados quesitos congêneres, pertinentes ao caso.

Inimputabilidade. Nomeação de curador. Medida de segurança


Art. 160. Se os peritos concluírem pela inimputabilidade penal do
acusado, nos termos do art. 48 (preâmbulo) do Código Penal Militar, o
juiz, desde que concorde com a conclusão do laudo, nomear-lhe-á
curador e lhe declarará, por sentença, a inimputabilidade, com aplicação
da medida de segurança correspondente.

Inimputabilidade relativa. Prosseguimento do inquérito ou de


processo. Medida de segurança
Parágrafo único. Concluindo os peritos pela inimputabilidade
relativa do indiciado, ou acusado, nos termos do parágrafo único do artigo
48 do Código Penal Militar, o inquérito ou o processo prosseguirá, com a

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presença de defensor neste último caso. Sendo condenatória a sentença,
será aplicada a medida de segurança prevista no art. 113 do mesmo
Código.

Caso conclua pela inimputabilidade penal do acusado,


concordando com a conclusão do laudo, o juiz declarará essa condição e
nomeará um curador, aplicando a medida de segurança adequada. Esse
curador, como regra, será o próprio advogado, mas pode ser outra pessoa
capaz e diligente (art. 72 do CPPM).
O art. 160, segundo Célio Lobão, não foi inteiramente
recepcionado pela Constituição Federal de 1988, pois, se o juiz aplicar a
medida de segurança imediatamente, estará negando ao acusado o
direito ao contraditório e à ampla defesa. Essa visão também já foi
corroborada pelo próprio Superior Tribunal Militar, que já determinou por
mais de uma vez a aplicação do contraditório nesses casos.
Por outro lado, é importante notar que há vozes dissonantes
na doutrina, como é o caso de Antonio Carlos da Ponte. Para provas de
concurso, porém, recomendo que seja seguido o entendimento de Célio
Lobão, ok!? 

Doença mental superveniente


Art 161. Se a doença mental sobrevier ao crime, o inquérito ou o
processo ficará suspenso, se já iniciados, até que o indiciado ou acusado
se restabeleça, sem prejuízo das diligências que possam ser prejudicadas
com o adiamento.

Este é o caso em que a inimputabilidade vem posteriormente


ao cometimento do crime. Se houver perspectiva de que o acusado se
reestabeleça, o processo deve ser suspenso. Há ainda a previsão de
internação em manicômio judiciário ou estabelecimento congênere.
Quando o acusado estiver reestabelecido o processo seguirá
seu curso normal, sendo possível inclusive a reinquirição de testemunhas

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e a repetição de diligências que tenham sido feito sem sua presença,
quando esta for considerada necessária.

Por fim, temos o art. 162, segundo o qual a verificação de


insanidade mental deverá correr em autos apartados, que serão apensos
ao processo principal sempre após a apresentação do laudo.

4. INCIDENTE DE FALSIDADE DE DOCUMENTO

Este é o último incidente especificamente previsto pelo CPPM.


Seu objetivo é verificar a autenticidade de documento que faça parte dos
autos quando houver indícios de falsidade. A arguição pode se basear na
falsidade ideal (relacionada ao conteúdo do documento) ou na
falsidade material (relacionada à forma do documento). Além da
possibilidade de arguição, obviamente é dever do magistrado
desentranhar do processo, de ofício, documentos faltos.
O procedimento é bastante simples: em primeiro lugar
lembre-se de que a arguição pode ser feita oralmente (caso em que
deverá ser reduzida a termo), e que o incidente deve correr em autos
apartados.
O juiz pode também sustar o andamento do processo, até
a apuração da falsidade, se isso for imprescindível para a condenação ou
absolvição do acusado. Se houver, porém, diligências que não dependam
dessa apuração, elas podem ser realizadas normalmente.
Uma vez arguida a falsidade, o juiz, se considerar necessário,
tomará as seguintes medidas:
a) mandará autuar em apartado a impugnação e, em seguida,
ouvirá a parte contrária, que, no prazo de quarenta e oito horas,
oferecerá a resposta;
b) abrirá dilação probatória por três dias, dentro dos quais as
partes aduzirão a prova de suas alegações;

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c) conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que
entender necessárias, decidindo a final;
d) reconhecida a falsidade (a decisão é irrecorrível), mandará
desentranhar o documento e remetê-lo, com os autos do processo
incidente, ao Ministério Público.
Se o documento considerado falso tiver se originado de
repartição ou órgão com sede em lugar sob jurisdição de outro juízo, nele
se procederá à verificação da falsidade, salvo se esta f or evidente, ou
puder ser apurada por perícia no juízo do feito criminal.

Chegamos ao fim da nossa aula de hoje. A seguir estão as


questões sobre os assuntos tratados. Se tiver alguma dúvida, utilize o
nosso fórum. Estou também disponível no e-mail e nas redes sociais!

Grande abraço!

Paulo Guimarães
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5. QUESTÕES COMENTADAS

1. DPU – Defensor Público – 2010 – Cespe. Considere que, em


processo no qual se apura delito de insubmissão, o réu tenha alegado não
possuir idade para o serviço militar, pois seu registro de nascimento é
ideologicamente falso. Nessa situação, a questão prejudicial arguida
deverá ser decidida no próprio processo, porquanto está ligada ao mérito
da causa.

COMENTÁRIOS: A questão prejudicial aqui é a falsidade ideológica da


certidão de nascimento. Podemos concluir, portanto, que a questão diz
respeito ao estado civil da pessoa, e por isso, entendendo que a alegação
é séria e fundada em lei, o juiz colherá as provas inadiáveis e suspenderá
o andamento do processo para aguardar a decisão do juízo cível.

GABARITO: E

2. MPM – Promotor de Justiça Militar – 2013 – MPM (adaptada).


Dentre as exceções opostas, a solução da exceção de incompetência do
juízo deve preceder às demais.

COMENTÁRIOS: A arguição de suspeição ou impedimento precederá a


qualquer outra, salvo quando fundada em motivo superveniente , nos
termos do art. 129 do CPPM.

GABARITO: E

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3. MPM – Promotor de Justiça Militar – 2013 – MPM (adaptada).
Aceitando a arguição de sua suspeição, o juiz autuará em separado o
requerimento e, havendo recurso da parte contrária, remeterá os autos
ao STM.

COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 132 do CPPM, uma vez tendo


reconhecido a suspeição ou impedimento, o juiz sustará a marcha do
processo, mandará juntar aos autos o requerimento do recusante com os
documentos que o instruam e, por despacho, se declarará suspeito,
ordenando a remessa dos autos ao substituto.

GABARITO: E

4. MPM – Promotor de Justiça Militar – 2013 – MPM (adaptada). A


exceção de suspeição ou impedimento do promotor será decidida em
última instância pelo Procurador-Geral de Justiça Militar.

COMENTÁRIOS: Não faz sentido o próprio MPM decidir se o Promotor é


suspeito ou impedido, não é mesmo? O MPM não é órgão decisório! Essa
decisão cabe ao próprio juiz, sem possibilidade de recurso, nos termos do
art. 138 do CPPM.

GABARITO: E

5. MPM – Promotor de Justiça Militar – 2013 – MPM (adaptada). A


exceção de incompetência poderá ser oposta oralmente.

COMENTÁRIOS: O art. 143 do CPPM determina que a exceção de


incompetência pode ser oposta verbalmente ou por escrito, logo após a
qualificação do acusado.

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GABARITO: C

6. MPM – Promotor de Justiça Militar – 2013 – MPM (adaptada).


Incidente de insanidade mental poderá ter por base exame de insanidade
mental determinado na fase do inquérito pelo seu Encarregado.

COMENTÁRIOS: É verdade! A perícia pode ser determinada pelo juiz ou


pelo encarregado do IPM, nos termos do art. 156, §2º do CPPM.

GABARITO: C

7. MPM – Promotor de Justiça Militar – 2013 – MPM (adaptada).


Durante a realização do exame de insanidade mental, o processo ficará
sustado para todos os efeitos.

COMENTÁRIOS: O art. 158 do CPPM deixa bem claro que a


determinação da perícia não tem o condão de sustar a prática de
diligências que possam ficar prejudicadas com o adiamento, sustando o
processo apenas no que se refere à produção de prova em que seja
necessária a presença do acusado.

GABARITO: E

8. MPM – Promotor de Justiça Militar – 2013 – MPM (adaptada).


Arguida a falsidade de documento, o juiz determinará seu
desentranhamento dos autos.

COMENTÁRIOS: Não faz sentido o juiz determinar o desentranhamento


apenas porque a falsidade do documento foi arguida, não é mesmo? O

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desentranhamento obviamente só será determinado depois da decisão
que reconhecer a falsidade, nos termos do art. 163 do CPPM.

GABARITO: E

9. MPM – Promotor de Justiça Militar – 2013 – MPM (adaptada).


Reconhecida a falsidade, o recurso inominado, se houver, subirá ao STM
em autos apartados.

COMENTÁRIOS: A decisão que reconhece a falsidade do documento é


irrecorrível, de acordo com o art. 163, “d”, do CPPM.

GABARITO: E

10. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe. Na esfera do direito


processual penal militar, acolhida a arguição de coisa julgada, deverá o
magistrado recorrer de ofício para o Superior Tribunal Militar.

COMENTÁRIOS: Para que haja o recurso de ofício ao STM é necessária a


conjugação de dois fatores: a exceção deve ter sido oposta pelo acusado,
e a decisão do juiz deve ser no sentido de acolhê-la. Aí então haverá
recurso de ofício, ou remessa necessária, nos termos do art. 154,
parágrafo único, do CPPM.

GABARITO: E

11. PM-MG – Oficial da Polícia Militar – 2011 – FUMARC. Em se


tratando de exceções interpostas no curso do process o penal militar, é
CORRETO inferir que

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a) a exceção de coisa julgada não atinge o fato, sendo limitada às
pessoas envolvidas na demanda.
b) a decretação do incidente de sanidade mental sustará o processo
durante seu processamento, bem como o IPM, se ocorrida na fase
inquisitorial, e a juntada do laudo determinará seu recomeço imediato, do
ponto em que parou.
c) a incompetência deve ser alegada pela parte, ainda quando o juiz a
conheça, pois é possível sua prorrogação, para que não haja prejuízo à
instrução processual.
d) o Juiz sobre o qual foi alegada a suspeição, não a aceitando, de ofício
reterá a exceção junto aos autos, em procedi- mento apartado, visando
análise em recurso pela instância superior, caso ele seja suscitado pela
parte condenada ou pelo Ministério Público.

COMENTÁRIOS: A nossa resposta é a alternativa A, que invoca a regra


do art. 155 do CPPM, segundo a qual a coisa julgada opera somente em
relação às partes, não alcançando quem não foi parte no processo. A
alternativa B está incorreta porque o incidente de insanidade mental não
é suficiente para suspender o processo. Na realidade a decretação da
perícia suspende o andamento do feito, mas apenas em relação à
produção de prova em que seja indispensável a presença do acusado (art.
158). A alternativa C está incorreta porque quando o juiz reconhece sua
incompetência ele deve declarar essa condição nos autos e remetê-los ao
juízo competente, não sendo necessário que a incompetência seja arguida
pela parte (art. 147). A alternativa D está incorreta porque, quando o juiz
não reconhece a suspeição ou incompetência, continua julgando o feito.
Acontece que nesse caso cabe recurso em autos apartados ao STM, TJM
ou TJ, a depender do caso (art. 145).

GABARITO: A

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4. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. DPU – Defensor Público – 2010 – Cespe. Considere que, em


processo no qual se apura delito de insubmissão, o réu tenha alegado não
possuir idade para o serviço militar, pois seu registro de nascimento é
ideologicamente falso. Nessa situação, a questão prejudicial arguida
deverá ser decidida no próprio processo, porquanto está ligada ao mérito
da causa.

2. MPM – Promotor de Justiça Militar – 2013 – MPM (adaptada).


Dentre as exceções opostas, a solução da exceção de incompetência do
juízo deve preceder às demais.

3. MPM – Promotor de Justiça Militar – 2013 – MPM (adaptada).


Aceitando a arguição de sua suspeição, o juiz autuará em separado o
requerimento e, havendo recurso da parte contrária, remeterá os autos
ao STM.

4. MPM – Promotor de Justiça Militar – 2013 – MPM (adaptada). A


exceção de suspeição ou impedimento do promotor será decidida em
última instância pelo Procurador-Geral de Justiça Militar.

5. MPM – Promotor de Justiça Militar – 2013 – MPM (adaptada). A


exceção de incompetência poderá ser oposta oralmente.

6. MPM – Promotor de Justiça Militar – 2013 – MPM (adaptada).


Incidente de insanidade mental poderá ter por base exame de insanidade
mental determinado na fase do inquérito pelo seu Encarregado.

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7. MPM – Promotor de Justiça Militar – 2013 – MPM (adaptada).
Durante a realização do exame de insanidade mental, o processo ficará
sustado para todos os efeitos.

8. MPM – Promotor de Justiça Militar – 2013 – MPM (adaptada).


Arguida a falsidade de documento, o juiz determinará seu
desentranhamento dos autos.

9. MPM – Promotor de Justiça Militar – 2013 – MPM (adaptada).


Reconhecida a falsidade, o recurso inominado, se houver, subirá ao STM
em autos apartados.

10. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe. Na esfera do direito


processual penal militar, acolhida a arguição de coisa julgada, deverá o
magistrado recorrer de ofício para o Superior Tribunal Militar.

11. PM-MG – Oficial da Polícia Militar – 2011 – FUMARC. Em se


tratando de exceções interpostas no curso do process o penal militar, é
CORRETO inferir que

a) a exceção de coisa julgada não atinge o fato, sendo limitada às


pessoas envolvidas na demanda.
b) a decretação do incidente de sanidade mental sustará o processo
durante seu processamento, bem como o IPM, se ocorrida na fase
inquisitorial, e a juntada do laudo determinará seu recomeço imediato, do
ponto em que parou.
c) a incompetência deve ser alegada pela parte, ainda quando o juiz a
conheça, pois é possível sua prorrogação, para que não haja prejuízo à
instrução processual.
d) o Juiz sobre o qual foi alegada a suspeição, não a aceitando, de ofício
reterá a exceção junto aos autos, em procedi- mento apartado, visando

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análise em recurso pela instância superior, caso ele seja suscitado pela
parte condenada ou pelo Ministério Público.

GABARITO
1. E
2. E
3. E
4. E
5. C
6. C
7. E
8. E
9. E
10. E
11. A

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