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Processo Penal
Assunto
Questões e Processos Incidentes
SUMÁRIO:
QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES – QUESTÃO PREJUDICIAL 3
Classificações 3
1
JURISPRUDÊNCIA 38
QUESTÕES 41
2
Classificações:
Quanto à Natureza:
3
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quando
necessário, promoverá a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada,
com a citação dos interessados.
Quanto à Competência:
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• Questão Prejudicial Devolutiva Relativa (chamada também de Facultativa):
podem, eventualmente, ser apreciadas no juízo penal, dependendo da
discricionariedade do juiz (não relativas ao estado das pessoas – art. 93 do CPP).
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Conceito: em acepção ampla, é qualquer meio pelo qual o réu se defende em juízo,
mas o art. 95 do CPP lista como exceções apenas mecanismos de defesa de cunho
estritamente processual.
Espécies de Exceção Previstas Código de Processo Penal
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Modalidades:
Características Importantes:
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Art. 97. O juiz que espontaneamente afirmar suspeição deverá fazê-lo por
escrito, declarando o motivo legal, e remeterá imediatamente o processo ao
seu substituto, intimadas as partes.
Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, deverá fazê-lo
em petição assinada por ela própria ou por procurador com poderes especiais,
aduzindo as suas razões acompanhadas de prova documental ou do rol de
testemunhas.
Art. 103. No Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o juiz que
se julgar suspeito deverá declará-lo nos autos e, se for revisor, passar o feito
ao seu substituto na ordem da precedência, ou, se for relator, apresentar os
autos em mesa para nova distribuição.
§ 1o Se não for relator nem revisor, o juiz que houver de dar-se por suspeito,
deverá fazê-lo verbalmente, na sessão de julgamento, registrando-se na ata a
declaração.
§ 2o Se o presidente do tribunal se der por suspeito, competirá ao seu
substituto designar dia para o julgamento e presidi-lo.
§ 3o Observar-se-á, quanto à argüição de suspeição pela parte, o disposto nos
arts. 98 a 101, no que Ihe for aplicável, atendido, se o juiz a reconhecer, o que
estabelece este artigo.
§ 4o A suspeição, não sendo reconhecida, será julgada pelo tribunal pleno,
funcionando como relator o presidente.
§ 5o Se o recusado for o presidente do tribunal, o relator será o vice-presidente.
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Art. 104. Se for argüida a suspeição do órgão do Ministério Público, o juiz,
depois de ouvi-lo, decidirá, sem recurso, podendo antes admitir a produção de
provas no prazo de três dias.
Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser argüida oralmente, decidindo de
plano do presidente do Tribunal do Júri, que a rejeitará se, negada pelo
recusado, não for imediatamente comprovada, o que tudo constará da ata.
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do
inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
A Petição deve ser assinada pela parte ou procurador com poderes especiais,
devendo haver menção expressa à possibilidade de apresentação de oposição de
exceção de suspeição.
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➢ Atenção: Para o STJ esta exigência é válida para casos em que a defesa é feita
pela Defensoria Pública, mesmo quando o réu estiver evadido do distrito da
culpa.
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Art. 593 do CPP. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: (Redação dada
pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
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Os limites da coisa julgada dizem respeito ao fato da vida imputado ao
acusado no primeiro processo e objeto de posterior sentença, independentemente da
classificação jurídica que tenha sido dado ao fato.
Atenção: Se houver duas sentenças transitadas em julgado com base nos
mesmos fatos imputados ao réu, a sentença válida é a que primeiro transitou em
julgado, não importando se a segunda é mais benéfica, pois é nula.
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Art. 955 do CPC. O relator poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das
partes, determinar, quando o conflito for positivo, o sobrestamento do processo
e, nesse caso, bem como no de conflito negativo, designará um dos juízes para
resolver, em caráter provisório, as medidas urgentes.
Parágrafo único. O relator poderá julgar de plano o conflito de competência
quando sua decisão se fundar em:
I - súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do
próprio tribunal;
II - tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de
assunção de competência.
Lei nº 8.625/93
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Art. 10. Compete ao Procurador-Geral de Justiça:
(...)
X - dirimir conflitos de atribuições entre membros do Ministério Público,
designando quem deva oficiar no feito;
LC nº 75/93
Art. 49. São atribuições do Procurador-Geral da República, como Chefe do
Ministério Público Federal:
(...)
VIII - decidir, em grau de recurso, os conflitos de atribuições entre órgãos do
Ministério Público Federal;
Art. 62. Compete às Câmaras de Coordenação e Revisão:
(...)
VII - decidir os conflitos de atribuições entre os órgãos do Ministério Público
Federal.
LC nº 75/93
Art. 136. Compete à Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público
Militar
(...)
VI - decidir os conflitos de atribuição entre os órgãos do Ministério Público
Militar.
Art. 124. São atribuições do Procurador-Geral da Justiça Militar:
(...)
VI - decidir, em grau de recurso, os conflitos de atribuições entre os órgãos do
Ministério Público Militar;
LC nº 75/93
Art. 26. São atribuições do Procurador-Geral da República, como Chefe do
Ministério Público da União:
(...)
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VII - dirimir conflitos de atribuição entre integrantes de ramos diferentes do
Ministério Público da União;
• Qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a
prática do crime, salvo se pertencerem ao lesado ou terceiro de boa-fé (art. 119 do
CPP c.c art. 92, I, b, do CP).
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Art. 119 do CPP - As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do Código
Penal não poderão ser restituídas, mesmo depois de transitar em julgado a
sentença final, salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
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❖ Comentários do julgado:
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Art. 4º (...)
§ 2º O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e valores quando
comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e
valores necessários e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de
prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração penal.
§ 3º Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o comparecimento pessoal do
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acusado ou de interposta pessoa a que se refere o caput deste artigo, podendo o juiz
determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores,
sem prejuízo do disposto no § 1º.
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Art. 91 do CPP.
(...)
§1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto
ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se
localizarem no exterior
§2º Na hipótese do §1º, as medidas assecuratórias previstas na legislação
processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou
acusado para posterior decretação de perda.
Sequestro
Direito Processual Penal Outros temas Incidentes e medidas cautelares
Origem:STJ
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Comentários do julgado
MEDIDAS CAUTELARES
O CPP prevê diversas medidas cautelares, que são classificadas pela doutrina da
seguinte forma (Renato Brasileiro):
· medidas cautelares de natureza probatória (ex: prova antecipada);
Art. 125. Caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os
proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.
Art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos bens móveis se, verificadas as
condições previstas no art. 126, não for cabível a medida regulada no Capítulo Xl
do Título Vll deste Livro(será cabível sequestro de bens móveis se não for caso
de “busca e apreensão”).
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A lei não prevê o sequestro do produto do crime (vantagem direta), uma vez que
para esse fim já prevê a busca e apreensão. Ex: ladrão de diamante. Haverá a
busca e apreensão desse diamante para servir de prova na instrução criminal. Se o
meliante já tiver vendido o produto do crime e comprado um apartamento, este bem
imóvel será sequestrado.
Momento:
O juiz poderá ordenar o sequestro em qualquer fase do processo ou ainda antes de
oferecida a denúncia ou queixa (art. 127, CPP).
O juiz pode decretar o sequestro i naudita altera pars, ou seja, antes de ouvir o
investigado ou réu?
SIM. A manifestação prévia da defesa não ocorre na medida cautelar patrimonial
de sequestro, a qual é determinada inaudita altera pars, em prol da integridade
patrimonial e contra a sua eventual dissipação; sendo o contraditório postergado,
podendo a defesa insurgir-se em oposição a determinação judicial, dispondo dos
meios recursais legais previstos para tanto.
Como é feita a defesa?
Após ser decretado o sequestro, o acusado poderá opor embargos (art. 130, I, do
CPP).Além disso, também são permitidos os embargos de terceiro (art. 130, II, do
CPP).
Fonte: CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Sequestro. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ba3e9b6a519cfd
dc560b5d53210df1bd>. Acesso em: 02/09/2019
⇨ Pode incidir sobre bem de família (Lei nº 8.009/90, art. 3º, VI).
Lei nº 8009/90:
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil,
fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
(...)
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença
penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
⇨ Pode ser concedido de ofício pelo juiz apenas na fase judicial, por respeito
ao sistema acusatório.
⇨ Não cabe recurso da decisão que defere ou indefere pedido de sequestro,
podendo ser impetrado mandado de segurança.
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b) de terceiro estranho à infração penal;
c) de terceiro de boa-fé.
Lei nº 9.613/98:
Art. 4º-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de
bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério
Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as investigações.
Lei nº 11.343/06:
§4º A ordem de apreensão ou seqüestro de bens, direitos ou valores poderá
ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução
imediata possa comprometer as investigações.
Art. 134 do CPP. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser
requerida pelo ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja certeza
da infração e indícios suficientes da autoria.
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Art. 125 do CPP. Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos pelo
indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a
terceiro.
É direito real de garantia instituído em favor da vítima que recai sobre bens
imóveis lícitos pertencentes ao autor da infração (adquiridos antes ou depois da
infração), devendo ser inscrita no registro imobiliário. É fundada no interesse privado.
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⇨ Em prol da Fazenda Pública: não é mais possível, pois novo CC não
prevê hipoteca legal em favor da Fazenda Pública em decorrência da prática de crime
– art. 1489.
⇨ Em prol do ofendido pobre, na qualidade de substituto processual:
possível, mas com a ressalva da “inconstitucionalidade progressiva”.
Para que seja autorizada a decretação da medida de arresto, não é necessário que fique
demonstrado que o réu está praticando atos concretos de desfazimento de bens. Porém,
é imperiosa a demonstração da plausibilidade do direito e do perigo na demora. A
indisponibilidade dos bens não traz prejuízos desarrazoados ao réu, pois ele terá seus
bens desbloqueados, se absolvido ao fim do processo. Assim, é possível o arresto prévio
de bens de acusados por suposta prática de crime único de corrupção passiva em
concurso de agentes. STF. 1ª Turma. Pet 7.069/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red p/o
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❖ Comentários do julgado
A situação concreta foi a seguinte:
A Procuradoria-Geral da República denunciou o Deputado Federal Aécio Neves
(PSDB-MG) e sua irmã, Andrea Neves, imputando-lhes o crime de corrupção passiva.
A 1ª Turma do STF recebeu a denúncia.
Após o recebimento, a PGR formulou pedido de arresto dos bens de Aécio sob a
alegação de que essa medida seria necessária para, em caso de futura condenação,
assegurar os recursos necessários para pagamento:
• da multa penal;
• da indenização por danos morais coletivos que teriam sido gerados à sociedade pela
prática do crime, em tese, praticado pelo parlamentar.
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Para que seja autorizada a decretação da medida de arresto, não é necessário que
fique demonstrado que o réu está praticando atos concretos de desfazimento de
bens. Porém, é imperiosa a demonstração da plausibilidade do direito e do perigo na
demora.
A indisponibilidade dos bens não traz prejuízos desarrazoados ao réu, pois ele terá
seus bens desbloqueados, se absolvido ao fim do processo.
Assim, é possível o arresto prévio de bens de acusados por suposta prática de crime
único de corrupção passiva em concurso de agentes.
STF. 1ª Turma. Pet 7.069/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red p/o acordão Min. Luís
Roberto Barroso, julgado em 13/3/2019 (Info 933).
Observação
No informativo foi utilizada a expressão “arresto” de forma indiscriminada, ou seja, de
modo genérico. No entanto, veremos abaixo que a doutrina aponta a existência de duas
espécies de arresto, sendo que uma delas restringe-se aos bens móveis e a outra é uma
medida preparatória para a hipoteca legal.
Segundo a doutrina:
“O arresto também é modalidade de medida assecuratória que tem por objeto o
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Assemelha-se à hipoteca legal, mas com a diferença que recai sobre bens
móveis licitamente adquiridos pelo acusado, diante da ausência ou insuficiência de
bens imóveis.
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Alienação Antecipada
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Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em
prejuízo de ulterior processo penal ou civil.
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Perícia realizada no âmbito cível (ex.: no bojo de ação de interdição) não
possui validade na esfera penal, de modo que o exame de insanidade mental deverá
ser necessariamente realizado.
Veja a decisão:
❖ Comentários do julgado:
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Noções gerais
Conceito
O incidente de insanidade mental é
§ o procedimento
§ instaurado para apurar a inimputabilidade ou semi-imputabilidade do acusado,
§ por meio de exame médico-legal que irá diagnosticar
§ se o réu, ao tempo da ação ou da omissão criminosa,
§ tinha capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.
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Recurso:
Não há recurso previsto, seja contra a decisão que defere ou indefere o incidente.
Em caso de manifesta ilegalidade, pode ser impetrado habeas corpus.
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Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84)
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade,
sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a
requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade
administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de
segurança.
❖ Comentários do julgado
Imagine a seguinte situação hipotética:
João respondia a ação penal por roubo.
O Ministério Público suspeitou da integridade mental do acusado.
Diante disso, requereu a instauração de incidente de insanidade mental, nos termos do
art. 149 do CPP:
Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz
ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador,
do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a
exame médico-legal.
O pedido foi deferido pelo magistrado.
Ocorre que o réu impetrou habeas corpus afirmando que não deseja ser submetido ao
exame.
O acusado pode ser submetido ao incidente de insanidade mental mesmo contra a
sua vontade? NÃO.
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O incidente de insanidade mental é prova pericial constituída em favor da defesa.
Logo, não é possível determiná-lo compulsoriamente na hipótese em que a defesa se
oponha à sua realização.
STF. 2ª Turma. HC 133.078/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6/9/2016 (Info
838).
Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Regra semelhante é encontrada no Código Penal Militar:
Art. 48. Não é imputável quem, no momento da ação ou da omissão, não possui a
capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acôrdo com
esse entendimento, em virtude de doença mental, de desenvolvimento mental
incompleto ou retardado.
Assim, havendo dúvida sobre a imputabilidade, é indispensável a realização de exame
médico-pericial no réu.
Ocorre que, se o acusado se recusa a participar do incidente, não pode ser obrigado a
fazer o exame. O privilégio contra a autoincriminação, garantia constitucional, permite ao
réu o exercício do direito de silêncio, não estando, por essa razão, obrigado a se
submeter a prova pericial que entende, por qualquer motivo, lhe ser desfavorável.
⇨ A jurisprudência do STF não admite a produção de prova que exija a condução
coercitiva do réu para dela participar.
Fonte: CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Se o acusado se recusa a participar do
incidente, não pode ser obrigado a fazer o exame. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/7b670d553471ad0f
d7491c75bad587ff>. Acesso em: 02/09/2019
JURISPRUDÊNCIA
38
João, Pedro e Tiago foram denunciados pela prática de sonegação fiscal (art. 1º, I, da
Lei nº 8.137/90). O Ministério Público requereu ao juiz e foi autorizado o sequestro
dos bens somente do réu João, com base no Decreto-Lei 3.240?41: Art. 1º Ficam
sujeitos a sequestro os bens de pessoa indiciada por crime de que resulta prejuízo
para a fazenda pública, ou por crime definido no Livro II, Títulos V, VI e VII da
Consolidação das Leis Penais desde que dele resulte locupletamento ilícito para o
indiciado. João, inconformado pelo fato de que apenas os seus bens foram atingidos
pela decisão, impetrou mandado de segurança pedindo que os bens dos outros réus
(Pedro e Tiago) também fossem sequestrados. Alegou que a medida constritiva
deveria ter recaído sobre os bens de todos os acusados, sob pena de ofensa aos
princípios da isonomia e da proporcionalidade. O mandado de segurança terá êxito?
NÃO. O corréu — partícipe ou coautor — que teve seus bens sequestrados no
âmbito de denúncia por crime de que resulta prejuízo para a Fazenda Pública (DL
3.240/41) não tem legitimidade para postular a extensão da constrição aos demais
corréus, mesmo que o Ministério Público tenha pedido a medida cautelar de
sequestro de bens somente em relação àquele. STJ. 6ª Turma. RMS 48619-RS, Rel.
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 15/9/2015 (Info 570).
Fonte: Buscador do Dizer o Direito.
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Sequestro
Direito Processual Penal Outros temas Incidentes e medidas cautelares
Origem: STJ
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O Prefeito que estiver sendo investigado pela prática de crime pode ser afastado
cautelarmente de seu cargo mesmo antes do oferecimento da denúncia, com base
no art. 319, VI do CPP que revogou tacitamente o art. 2º, II, do DL 201/67. A lei não
prevê um prazo máximo de afastamento cautelar, mas o STJ possui julgados
sustentando que não deve ser superior a 180 dias, pois tal fato caracterizaria uma
verdadeira cassação indireta do mandato. STJ. 5ª Turma. HC 228023-SC, Rel. Min.
Adilson Vieira Macabu, julgado em 19/6/2012.
QUESTÕES
GABARITO: CERTO
41
COMENTÁRIO:
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO:
Art. 110. Nas exceções de litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada, será observado,
no que Ihes for aplicável, o disposto sobre a exceção de incompetência do juízo.
Art. 111, CPP - As exceções serão processadas em autos apartados e não suspenderão, em
regra, o andamento da ação penal.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO:
Art. 92, CPP - Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia,
que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal
ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em
julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza
urgente.
❖ Complementação ao Comentário:
Se a questão penal depender da solução civil de controvérsia sobre o estado civil das pessoas, o
processo terá de ser suspenso e aguardar o resultado da ação civil, INDEPENDENTE - E NÃO
DESDE - que esta questão seja de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a lei civil
limite.
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O exemplo mais comum é quando a ação penal do crime de bigamia depender da ação civil
que discute a validade ou não do primeiro casamento do réu. Obviamente não poderá haver
nenhuma sentença penal enquanto o juízo cível não decidir.
Se anulado o primeiro casamento, o réu certamente terá de ser absolvido do crime de bigamia.
Fonte: http://www.flaviomeirellesmedeiros.com.br/
Assinale a alternativa correta, nos termos do quanto previsto no Código de Processo Penal.
B) A oposição de suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito será julgada pelo juiz
prevento ou a quem for distribuído o inquérito policial.
GABARITO: A
COMENTÁRIO:
Art. 100 (...) § 2o: Se a suspeição for de manifesta improcedência, o juiz ou relator a rejeitará
liminarmente.
b) A oposição de suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito será julgada pelo juiz
prevento ou a quem for distribuído o inquérito policial.
Art. 107: Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas
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⇨ Se, devendo, a autoridade não se declarar suspeita, comete o crime de prevaricação, podendo
o Chefe de Polícia ou Delegado Regional ser instado administrativamente para que delibere
quanto ao afastamento.
Art. 96: A arguição de suspeição precederá a qualquer outra, salvo quando fundada em motivo
superveniente.
Art. 92: Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o
juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará
suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado,
sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente.
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GABARITO: C
COMENTÁRIO:
Exame de insanidade mental além de servir como elemento probatório, é também meio de
defesa, logo, o réu não pode ser obrigado a se submeter a ele.
Isso, as chamadas medidas cautelares reais precisam de autorização judicial para que sejam
implementadas. No CPP temos arresto, sequestro e hipoteca legal.
Não há essa proibição no código, dessa forma, pelo princípio da instrumentalidade das formas,
razoabilidade, razoável duração do processo, dentre outros, não há óbice.
A) o Código de Processo Penal faculta que o juiz, de ofício, ordene a produção de provas,
desde que tenha sido iniciada a ação penal.
B) é exigida a outorga de poderes especiais para que a defensoria pública atue como
representante do assistente de acusação.
C) a nomeação judicial de núcleo de prática jurídica para patrocinar a defesa de réu dispensa
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GABARITO: C
COMENTÁRIO:
A nomeação judicial de Núcleo de Prática Jurídica para patrocinar a defesa de réu dispensa a
juntada de procuração. Isso porque, neste caso, não há uma atuação provocada pelo assistido,
mas sim o exercício de um munus público por determinação judicial.
STJ. 3ª Seção. EAREsp 798.496-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 11/04/2018 (Info 624).
⇨ Além disso, não se mostra razoável a exigência de procuração porque na maioria das vezes,
em caso de nomeação judicial, não há um contato prévio do advogado com o acusado. A
exigência de procuração acarretaria gravosos prejuízos à defesa da população necessitada,
inviabilizando o acesso à Justiça.
a) o Código de Processo Penal faculta que o juiz, de ofício, ordene a produção de provas,
desde que tenha sido iniciada a ação penal. X [Renato Brasileiro explicou em aula que "Em
um modelo acusatório, o ideal é que o juiz não participe ativamente dos meios de obtenção
de prova – a participação do juiz só deve ocorrer quando efetivamente necessária e desde
que haja provocação nesse sentido. Assim, uma busca domiciliar decretada de ofício pelo
juiz soa muito mal, seja à luz do modelo acusatório, seja à luz da garantia da
imparcialidade."]
b) é exigida a outorga de poderes especiais para que a defensoria pública atue como
representante do assistente de acusação. X [Resumo do julgado: Em regra, o Defensor
Público não precisa de mandato para representar a parte em processos administrativos ou
judiciais. Isso está previsto na LC 80/94. Exceção: será necessária procuração se o
Defensor Público for praticar algum dos atos para os quais a lei exige poderes especiais
(exemplos: transigir, desistir, renunciar — art. 38 do CPC 1973 / art. 105 do CPC 2015). Se a
vítima (ou seus sucessores) quiser ingressar no processo criminal como assistente de
acusação, será necessário que outorgue uma procuração ao Defensor Público para que
este a represente em juízo? NÃO. Quando a Defensoria Pública atuar como representante
do assistente de acusação, é dispensável a juntada de procuração com poderes especiais.
O Defensor Público deve juntar procuração judicial somente nas hipóteses em que a lei
exigir poderes especiais. Atuar como representante do assistente de acusação não é
considerado um poder especial, não se exigindo procuração especial. A participação da
Defensoria Pública como representante do assistente de acusação pode ser negada sob o
argumento de que a vítima ou seus sucessores não são hipossuficientes (“pobres”)? NÃO.
Compete à própria Defensoria o direito de apurar o estado de carência de seus assistidos.
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STJ. 5ª Turma. HC 293979-MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 5/2/2015 (Info 555).
FONTE: DOD]
A) Subsistindo questão prejudicial sobre o estado civil do réu, o juiz criminal deverá continuar o
trâmite processual e decidir a questão como preliminar de mérito por ocasião da prolação da
sentença.
B) As causas de suspeição do juiz serão arguidas em exceção própria, por petição assinada por
advogado, independentemente de esse poder especial constar na procuração.
C) No caso de bem imóvel adquirido com o provento de crime, poderá ser determinado o
sequestro do bem, ressalvada a hipótese de sua transferência a terceiro de boa-fé.
GABARITO: D
COMENTÁRIO:
OU SEJA, É O JUÍZO CÍVEL QUE DECIDIRÁ SOBRE ESTADO CIVIL DAS PESSOAS-
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B) CPP, Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, deverá fazê-lo em petição
assinada por ela própria ou por procurador com poderes especiais, aduzindo as suas razões
acompanhadas de prova documental ou do rol de testemunhas.
C) CPP, Art. 125. Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os
proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.
E) O incidente de insanidade mental é prova pericial constituída em favor da defesa. Logo, não é
possível determiná-lo compulsoriamente na hipótese em que a defesa se oponha à sua
realização.
O incidente de insanidade mental é prova pericial constituída em favor da defesa. Logo, não é
possível determiná-lo compulsoriamente na hipótese em que a defesa se oponha à sua
realização.
Nesse sentido decidiu o STF. 2ª Turma. HC 133.078/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
6/9/2016 (Info 838).
A) Contra o sequestro cabem embargos pelo acusado sob o fundamento de não terem os bens
sido adquiridos com os proventos da infração e, pelo terceiro, a quem houverem os bens sido
transferidos a título oneroso, sob o fundamento de tê-los adquirido de boa-fé.
B) Cabe ao Ministério Público prover a hipoteca legal somente se houver interesse da Fazenda
Pública.
C) Não havendo bens imóveis a serem sequestrados podem ser arrestados, do responsável,
bens móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultado o sequestro.
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D) Havendo dúvida acerca da autenticidade de documento acostado aos autos, o juiz ou relator
do recurso, poderá, de ofício ou a pedido da parte, determinar a instauração de incidente de
falsidade.
GABARITO: A
COMENTÁRIO:
A) CORRETA
I - pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido adquiridos com os proventos da
infração;
II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob o fundamento
de tê-los adquirido de boa-fé.
B) ERRADA
Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as medidas estabelecidas nos arts. 134 e 137,
se houver interesse da Fazenda Pública, ou se o ofendido for pobre e o requerer.
C) ERRADA
Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de início, revogando-se, porém, se no prazo
de 15 (quinze) dias não for promovido o processo de inscrição da hipoteca legal.
Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de valor insuficiente, poderão
ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultada a hipoteca
legal dos imóveis.
D) ERRADA. O juiz pode verificar de ofício a falsidade, mas não determinar instauração de
incidente.
Renato Brasileiro: " (...) é plenamente possível que a verificação da falsidade de qualquer
documento seja determinada de ofício pelo próprio juiz, nos termos do art. 147 do CPP. Se, por
força do sistema da persuasão racional do juiz (convencimento motivado), incumbe ao juiz
apreciar livremente as provas constantes dos autos do processo, ao juiz não se pode negar a
49
Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infração, irresponsável nos
termos do art. 22 do Código Penal, o processo prosseguirá, com a presença do curador.
B) se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de valor insuficiente, poderão ser
arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultada a hipoteca
legal dos imóveis.
D) o sequestro poderá recair sobre bens imóveis adquiridos pelo indiciado com os proventos da
infração, desde que ainda não tenham sido transferidos a terceiros.
GABARITO: B
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COMENTÁRIO:
Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada para preservação do valor dos bens
sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando
houver dificuldade para sua manutenção.
Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de valor insuficiente, poderão
ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultada a hipoteca
legal dos imóveis.
Art. 125. Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da
infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.
Conforme disposto nos arts. 120, § 5º e 137, § 1º, ambos do Código de Processo Penal, a
medida pode ser determinada de ofício pelo Juiz.
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Des. Federal Élcio Pinheiro de Castro, publicado no DJU de 08/03/2006, pág. 901)
Faz-se necessária a lembrança de que as normas do CPP não exigem a prévia instauração
da ação penal para a realização da venda antecipada de bens.
Importante o registro que a medida em exame também é prevista na Lei nº 11.343/2006 (que
regula os crimes envolvendo o tráfico ilícito de drogas), em seu art. 62 e parágrafos. Em tal
hipótese, a norma penal apresenta distinções ao que prevê os arts. 120, § 5º e 137, § 1º, ambos
do Código de Processo Penal, conforme segue:
- a providência deve ser requerida pelo Ministério Público, ou seja, não pode ser determinada de
ofício, e somente após a instauração da ação penal, o que não é exigido pelo CPP;
- a petição será autuada em apartado, ou seja, os autos terão tramitação autônoma da ação
penal, o que também não é imposto pelo Código de Processo Penal;
- a medida não pode alcançar os bens colocados sob uso e custódia da autoridade policial;
Fonte: https://jus.com.br/artigos/10997/alienacao-antecipada-de-bens-em-procedimento-penal
C) o curso da ação penal ficará suspenso até a sentença transitar em julgado no juízo cível,
sem prejuízo de produção das provas de natureza urgente, cabendo contra essa decisão
recurso em sentido estrito.
GABARITO: B
COMENTÁRIO:
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A) (ERRADA) O RESE só cabe para decisão que SUSPENDE o processo, nos termos do Art.
581, XVI, CPP (independentemente de ser relativa ou absoluta). Já para que denegar a
suspensão, não cabe recurso(§3º do art. 93)
❖ Comentário da Letra B:
Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o
juiz repute séria e fundada (discricionariedade surge), sobre o estado civil das pessoas, o
curso da ação penal ficará (discricionariedade desaparece) suspenso até que no juízo cível
seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo (...)
Pela redação dos arts. é possível entender que mesmo no caso de prejudicial obrigatória haverá
discricionariedade do juiz em determiná-la, pois o art. 92 acaba corroborando isso quando traz a
frase "que o juiz repute séria e fundada". Caso ele repute a questão séria e fundada, aí, sim,
ele é obrigado a reconhecê-la. Portanto, a mencionada "discricionariedade" da assertiva "b" se
refere a esse momento anterior ao reconhecimento da questão. Assim, se ela for séria e
fundada, o juiz não tem alternativa, deve suspender o processo (obrigatoriedade), mas
caso ele não a repute com tais características, não haverá suspensão (discricionariedade).
O art. 93, que trata da prejudicial facultativa, traz uma discricionariedade e também uma
"obrigatoriedade", pois diz que o juiz "poderá" suspender o curso do processo, caso a
questão seja de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a lei civil limite".
Ressalte-se que a banca além de não fazer distinção entre as prejudiciais, trabalhou com a
hipótese de que no caso da prejudicial obrigatória a discricionariedade se dá apenas no momento
de o juiz verificar se a questão é séria e fundada; se for, a discricionariedade desaparece, dando
lugar a obrigatoriedade de suspensão do processo.
C) (ERRADA) O erro nessa questão fica por conta do prazo de suspensão; No caso da questão
prejudicial obrigatória (absoluta), o prazo de suspensão é de fato até o trânsito em julgado. do
juízo cível. Agora, já na relativa (facultativa), o prazo de suspensão fica a cargo do juiz.
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Maria e João foram casados por dez anos. Durante o casamento, o casal teve um único
filho, o qual faleceu aos três anos. Antes do casamento, Maria já tinha um filho, Paulo.
Após o divórcio, Maria contraiu um novo casamento, e João, já divorciado, foi aprovado no
concurso público para o cargo de juiz, empossado e investido no cargo.
A) João não é impedido de funcionar como juiz no processo movido pelo Ministério Público
contra o atual esposo de Maria, no qual ela figura como vítima de violência doméstica.
B) João não é impedido de atuar como juiz em ação penal pública ou privada movida contra o
pai de Maria.
C) João não é impedido de atuar como juiz em ação penal pública ou privada movida contra o
irmão de Maria.
D) João não é impedido de atuar como juiz em ação penal pública ou privada movida contra
Paulo, o filho de Maria.
E) Considerando que o atual esposo de Maria, após ação penal movida pelo Ministério Público
contra ele, passou a injuriar João, nesse caso, o juiz deve declarar a suspeição.
GABARITO: A
COMENTÁRIO:
CPP - Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afinidade cessará
pela dissolução do casamento que Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes; mas,
ainda que dissolvido o casamento sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o
padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no processo.
Sobre a restituição das coisas apreendidas e medidas assecuratórias, é correto afirmar que
A) a restituição, quando cabível, poderá ser ordenada somente pelo juiz, mediante termo nos
autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante.
B) para efetivação do sequestro de bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da
infração, mas que já tenham sido transferidos a terceiro, o juiz criminal deverá observar o
contraditório e a ampla defesa antes de decidir sobre o pedido.
C) das decisões relativas aos incidentes das restituições de coisas apreendidas e medidas
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D) em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz deverá decidir sobre a qual parte
cabe o direito de propriedade e determinar a restituição em favor desta, em autos apartados,
após ouvido o Ministério Público.
E) das rendas dos bens móveis arrestados poderão ser fornecidos recursos arbitrados pelo juiz
para manutenção do indiciado e de sua família.
GABARITO: E
COMENTÁRIO:
Letra A) INCORRETA - Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada pela
autoridade policial ou juiz, mediante termo nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao
direito do reclamante.
Letra B) INCORRETA - Primeiro sequestra e depois oportuniza defesa nos embargos de terceiro.
Art. 128. Realizado o seqüestro, o juiz ordenará a sua inscrição no Registro de Imóveis.
I - pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido adquiridos com os proventos da
infração;
II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob o fundamento
de tê-los adquirido de boa-fé.
Letra C) INCORRETA - Não há previsão no rol do recurso em sentido estrito do art. 581 do CPP.
Letra D) INCORRETA - Art. 120, § 4o Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o
juiz remeterá as partes para o juízo cível, ordenando o depósito das coisas em mãos de
depositário ou do próprio terceiro que as detinha, se for pessoa idônea.
Letra E) CORRETA - Art. 137, § 2o Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos
recursos arbitrados pelo juiz, para a manutenção do indiciado e de sua família.
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STJ: A decisão judicial que decide pedido de restituição de bens apreendidos tem natureza
definitiva e desafia recurso de apelação. (AgRg no RMS 38.407/DF, Rel. Ministra MARIA
THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 03/09/2013, DJe 17/09/2013)
STJ:É possível a interposição de apelação, com fundamento no art. 593, II, do CPP, contra
decisão que tenha determinado medida assecuratória prevista no art. 4º, caput, da Lei nº
9.613/98 (Lei de lavagem de Dinheiro), a despeito da possibilidade de postulação direta ao juiz
constritor objetivando a liberação total ou parcial dos bens, direitos ou valores constritos (art. 4º,
§§ 2º e 3º, da mesma Lei). O indivíduo que sofreu os efeitos da medida assecuratória prevista no
art. 4º da Lei nº 9.613/98 tem a possibilidade de postular diretamente ao juiz a liberação total ou
parcial dos bens, direitos ou valores constritos. No entanto, isso não proíbe que ele decida não
ingressar com esse pedido perante o juízo de 1º instância e queira, desde logo, interpor apelação
contra a decisão proferida, na forma do art. 593, II, do CPP. STJ. 5ª Turma. REsp 1.585.781-RS,
Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 28/6/2016 (Info 587).
Assinale a afirmativa correta:
A) Sequestro é medida assecuratória incidente sobre os bens móveis e imóveis do indiciado ou
acusado, ainda que em poder de terceiros, quando adquiridos com proveito da infração
penal.
C) O sequestro somente será levantado nas hipóteses taxativas legais, em que a ação penal
não for intentada em sessenta dias, contados da diligência constritiva; quando o réu for
absolvido; ou o terceiro prestar fiança idônea.
D) A hipoteca legal sempre haverá de ser requerida pelo ministério público sobre todos os bens
do indiciado ou acusado, quando presentes indícios mínimos da autoria, e não se souber
quais bens foram exatamente produtos do crime.
E) Poderão ser vendidos no segundo leilão, em alienação antecipada, por valor não inferior a
50% do estipulado em avaliação judicial, os bens constritos e que estão sujeitos a qualquer
grau de deterioração ou depreciação, ou quando for difícil sua manutenção.
Gabarito: A
Comentário:
letra a - Art. 125. Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os
proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.
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I - se a ação penal não for intentada no prazo de sessenta dias, contado da data em que
ficar concluída a diligência;
II - se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar caução que assegure a
aplicação do disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do Código Penal;
III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada em
julgado.
letra d - Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida pelo
ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja certeza da infração e indícios
suficientes da autoria. (não é "sempre" pelo Ministério Público; não é indícios mínimos)
Art. 135. Pedida a especialização mediante requerimento, em que a parte estimará o valor
da responsabilidade civil, e designará e estimará o imóvel ou imóveis que terão de ficar
especialmente hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao arbitramento do valor da
responsabilidade e à avaliação do imóvel ou imóveis.
letra e - Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada para preservação do valor
dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação,
ou quando houver dificuldade para sua manutenção. (...)
§ 2o Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na avaliação judicial ou por valor
maior. Não alcançado o valor estipulado pela administração judicial, será realizado novo
leilão, em até 10 (dez) dias contados da realização do primeiro, podendo os bens ser
alienados por valor não inferior a 80% (oitenta por cento) do estipulado na avaliação
judicial. (2o leilão - 80%)
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