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Atenção:

Negada a exceção de incompetência ou litispendência, em tese não cabe


qualquer recurso, todavia no caso concreto, cabe habeas corpus, para que o
réu não seja julgado por um juiz indevido.
O mesmo acontece, se negada a exceção de coisa julgada, caso em que
por se tratar de matéria de interesse público, pode o juiz reconhecer de ofício
e no caso de extinguir o feito, caberá a apelação (art. 593 III CPP)

Ilegitimidade ad causam: se relaciona com a titularidade ativa e passiva. Ex:


O MP é parte ilegítima para propor ação penal privada. Exceção:
Peremptória.

-Ilegitimidade ad processum: Corresponde a capacidade da pessoa para agir


em juízo.
Ex: Queixa feita por menor de 18 anos, falta de procuração para o advogado
do querelado, podendo significar a violação do princípio da responsabilidade
pessoal e à intranscendência (caso do réu) e da iniciativa das partes (autor).
Em geral é dilatória.

- Coisa julgada material autêntica coisa julgada ocorre quando o juiz julga o
mérito, reconhecendo ou afastando a pretensão punitiva estatal. Uma vez
vencido o prazo recursal, não mais se admite alteração, repercutindo seus
efeitos para além do processo.

- Já a coisa julgada formal diz respeito à imutabilidade de uma decisão dentro


do processo. Se o juiz rejeita a denúncia e não se interpõe tempestivamente
o RESE, torna-se inquestionável tal decisão, mas não impede que o MP
ajuize outra demanda, instruída por denúncia em torno de diferentes e novas
provas.

- Limite objetivo da coisa julgada


É o fato principal da demanda. Ex: Réu acusado de homicídio, quando vendia
drogas. O fato principal homicídio e a venda de drogas circunstancial (motivo
torpe)

-Limites subjetivos: Envolve as partes no processo. Ex: A, B e C são


acusados de roubo e como C está foragido, cinge-se o processo.
A e B são julgados e absolvidos por falta de provas. Após, se C for
encontrado poderá ser processado?
2.7- Conflito de jurisdição- art. 113 CPP
(competência)

Ocorre quando dois ou mais juízes afirmam ser competentes para julgar
determinado caso (conflito positivo); quando mais de um juiz se nega a julgar
a causa (conflito negativo).
Obs: Não confunda conflito de competência com conflito de atribuições. Pois
esta se dá entre autoridades administrativas ou entre estas e autoridades
judiciárias. Em regra as instituições possuem mecanismos próprios para
solucionar tais conflitos. Ex: conflito de atribuições entre delegados de polícia,
que são solucionados pelo delegado geral.

2.7.1- Legitimados- art. 115 do CPP


Pode ser suscitado pela parte no processo, pelo MP ou pelo próprio juiz ou
tribunal, este por meio de representação e aqueles por requerimento (art. 116
CPP). É dirigido ao tribunal superior competente para apreciar o conflito. Em
caso de conflito positivo o relator pode sustar o andamento do feito, o qual
pedirá informações aos envolvidos, ouve o MP em atividade junto ao tribunal
e julga-se.
No conflito negativo o processo não se formou validamente, não existe no
plano da realidade.
Por outro lado, poderá ocorrer a avocatória (chamar para si - art. 117 CPP)
no qual o tribunal restaura sua competência quando exercida por tribunal
inferior.
Objetivo da avocatória: Reconhecimento e preservação da competência e
do juiz natural.
Qual o momento para que ocorra: No primeiro momento em que o sujeito
processual atua.
Ex: STF
- Conflito entre STJ e quaisquer tribunal;
-Conflito entre os tribunais superiores;
-Conflito entre os tribunais superiores e quaisquer tribunais.

Quando será o STJ:


- Conflito entre quaisquer tribunais (ressalvada a competência do STF);
- Conflito entre tribunais e juízes a ele não vinculados;
- Conflito entre juízes vinculados a tribunais diversos.
Quando será TRF
- Conflito entre juízes federais da mesma região;
- Conflito entre juizado especial federal e juízo Federal .

Quando será o TJ
- Conflito entre juízes Estaduais de primeiro grau.

2.8- Da restituição das coisas apreendidas - Artigos 118 a 124 CPP)

Coisas apreendidas são aquelas que, de algum modo interessam à


elucidação(solução) do crime e sua autoria, podendo configurar tanto
elementos de prova, quanto elementos sujeitos a futuro confisco, pois são
coisas de fabrico, alienação, uso, porte ou detenção ilícita, bem como as
coisas obtidas pela prática do delito.
Interesse ao processo: É o fator limitativo da restituição das coisas
apreendidas. Enquanto interessado no processo (antes do trânsito em
julgado- artigo 118) não serão restituídas. Sendo que certas coisas mesmo
após o trânsito em julgado não serão restituídos (art. 91 CP), salvo se
pertencerem ao lesado ou terceiro de boa fé (procedimento incidente
apartado).

Artigo 119 CPP.


A restituição quando cabível, poderá ser ordenada pela autoridade policial
ou juiz, mediante termo nos autos, desde que não existam dúvidas quanto ao
direito do reclamante.
Se duvidoso (parágrafo primeiro do artigo 120) instaurar-se procedimento
incidente, produz-se provas (em 5 dias) e somente o juiz criminal decidirá a
respeito (parágrafo segundo do artigo 120 CPP).
Ouve- se o MP (parágrafo terceiro do 120) e em se tratando de dúvida
intransponível (parágrafo quarto, art. 120 CPP) as partes serão enviadas ao
juízo civil, depositando-se a coisa em mão de depositário ou de quem a
detinha, se for pessoa idônea. Sendo coisas de fácil deterioração devem ser
leiloadas depositando- se o valor apurado (parágrafo quinto do artigo 120
CPP).
Obs: As coisas adquiridas com os proventos da infração, serão sequestradas
(art. 121, nos termos do art. 133) e as coisas apreendidas.
Se decorridos 90 dias do trânsito em julgado (condenação ou absolvição)
os objetos apreendidos, que não forem reclamados ou não pertencerem ao
réu, serão vendidos em leilão, depositando-se o saldo à disposição do juízo
de ausentes (art. 123).
Art. 100 e 124

O recurso cabível contra a decisão proferida no incidente de restituição de


coisa apreendida é a apelação. Todavia, em casos excepcionais quando a
coisa é nitidamente inútil ao processo, pode-se invocar a existência de direito
líquido e certo, ajuizado mandado de segurança.
Sistema de solução das questoẽs incidentes

Primeiro: sistema do predomínio da jurisdição penal, pelo qual a questão


prejudicial deve ser solucionada pelo próprio juiz penal.

Segunda: Sistema da separação jurisdicional absoluta ou da prejudicial


obrigatória, pela qual a questão prejudicial sendo de natureza extra penal,
deverá ser obrigatoriamente solucionada no juízo competente.

Terceira: sistema eclético ou misto, por esse sistema a questão prejudicial é


decidida tanto pelo juiz penal como pelo juiz extra penal

Sistema eclético ou misto nos termos do artigo 92 adotado no Brasil.

2.9- Medidas assecuratórias (artigo 125 a 144-a )

Para instruir o inquérito policial, a autoridade policial deve apreender os


instrumentos do crime e outros objetos que tenham relação com o fato
criminoso.
Os objetos aptos a essa restrição estão elencados no parágrafo primeiro do
art. 240 do CPP. A apreensão pode ser durante a busca pessoal ou
domiciliar, a qual depende de mandado judicial (inciso 11 do artigo 5 da CF)

fundadas razões.

Nesse sentido, as medidas assecuratórias são providências tomadas no


processo ou no inquérito visando garantir futura indenização ou reparação à
vítima da infração penal, pagamento das despesas processuais ou penas
pecuniárias ao Estado ou ainda evitar que o acusado obtenha lucro com a
prática criminosa.
Constituem-se em sequestro, arresto e especialização de hipoteca legal, se
realizam por processo incidentes pois merecem decisão em separado, na
pendência do processo principal, onde se apura a responsabilidade do réu.

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