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PRÁTICA PENAL
APOSTILA SISTEMATIZADA
1 - JURISDIÇÃO
Uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos
interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito
que os envolve, com justiça. Essa pacificação é feita mediante a atuação da
vontade do direito objetivo que rege o caso apresentando em concreto para ser
solucionado; e o Estado desempenha essa função sempre mediante o processo,
seja expressando imperativamente o preceito (através de uma sentença de
mérito), seja realizando no mundo das coisas o que o preceito estabelece
(através da execução forçada)1.
Cabe ressaltar que a jurisdição é una, uma só, porque tem por objetivo a
aplicação do direito objetivo privado ou público. Contudo, se a pretensão de alguém é a
aplicação de norma de Direito Penal, ou de Direito Processual Penal, a jurisdição
será penal, se a finalidade é a aplicação de norma jurídica extrapenal, a jurisdição é civil.
determina que o legislador não poderá produzir leis que restrinjam o acesso ao Poder
Judiciário (art.5º,XXXV, CF).
Pelo Princípio da improrrogabilidade, o juiz não poderá invadir nem ter sua
competência invadida por outro juízo.
2 - COMPETÊNCIA
2
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p.153
3
SANTOS, Vauledir Ribeiro; NETO, Arthur da Motta Trigueiros. Como se preparar para o exame de Ordem, 1ª fase:
Processo Penal. 9. ed. São Paulo: Método, 2010. p. 65.
4
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 30. ed. revista e atualizada.São Paulo: Saraiva, 2008. 2 v.,
p. 116.
Além disso, “há continência quando uma coisa está contida em outra, não
sendo possível a separação. No processo penal a continência é também uma forma de
modificação da competência e não de fixação dela”. Ademais, ocorrerá a continência
quando duas ou mais pessoas são acusadas pelo mesmo crime, ou se o comportamento do
5
SANTOS, Vauledir Ribeiro; NETO, Arthur da Motta Trigueiros. Como se preparar para o exame de Ordem, 1ª fase:
Processo Penal. 9. ed. São Paulo: Método, 2010. p. 67.
A prorrogação da competência é:
6
SANTOS, Vauledir Ribeiro; NETO, Arthur da Motta Trigueiros. Como se preparar para o exame de Ordem, 1ª fase:
Processo Penal. 9. ed. São Paulo: Método, 2010. p. 75.
3 - CONCLUSÃO
II - QUEIXA CRIME:
Trata-se de ação penal privada e, como ocorre nas ações penais públicas, deve
estar amparada por prova pré-constituída. O ofendido, antes da propositura da queixa,
deve requerer a instauração de inquérito para ofertar justa causa à ação penal privada,
indicando materialidade e indícios de autoria, salvo se possuir indícios suficientes para
tal.
O próprio tipo penal ou o capítulo em que tal crime estiver inserido irá trazer
a ressalva de que o crime em análise se procede mediante queixa, a exemplo dos crimes
contra honra (Art. 145 do Código Penal), Induzimento a erro essencial e ocultação de
impedimento (art. 236, parágrafo único do CP), Exercício arbitrário das próprias razões
sem emprego de violência (art. 345, parágrafo único, do CP) e crime de Dano (art. 167
do CP). Mais corriqueiro e presente no cotidiano da maioria dos profissionais do direito,
estão os crimes contra a honra.
b) RESUMÃO:
c) MACETES:
DI "FA" MAÇÃO - a segunda sílaba é "FA" de FATO, pouco importante se tal fato é
mentira ou verdade.
"IN" JÚRIA – INternamente, ataquei alguém ao falar mal de atributos desta pessoa. Pode-
se pensar também nesta frase que não me agrada muito, mas... “Essa pergunta eu não sei
CALÚNIA
Considerações:
A calúnia atinge a honra objetiva, ou seja, o status que a pessoa goza no meio social.
Assim, o crime só se consuma quando terceiro toma conhecimento das alegações
caluniosas; a vítima pode estar ausente.
PESSOA JURÍDICA- não pode ser vítima de calunia (apesar da Lei 9605). No caso, as
pessoas responsáveis pela pessoa jurídica é que podem ser caluniadas.
O § 1º do art. 138 pune a conduta de quem, sabendo falsa a imputação, a propala e divulga;
A calúnia contra os mortos é punível, mas os sujeitos passivos serão os familiares e não
o cadáver. O crime de calúnia admite a exceção da verdade. A lei de imprensa (5.250/67)
pune a calúnia e a difamação contra a memória dos mortos.
DIFAMAÇÃO
imputar fato concreto;
imputando FALSAMENTE OU NÃO;
fato ofensivo à reputação;
Considerações
1) O crime atinge a honra objetiva (reputação). Assim, só estará consumado após terceiro
tomar conhecimento.
INJÚRIA
Como dito, é a ofensa à dignidade, decoro ou qualidade de outrem. Manifestação de
desrespeito e desprezo.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano (Cabe
no crime de furto e apropriação indébita, por exemplo), abrangidas ou não por esta Lei,
o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo,
por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha
sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a
suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo
a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob
as seguintes condições:
"São aplicáveis pelos juízos comuns (estadual e federal), militar e eleitoral, imediata e
retroativamente, respeitada a coisa julgada, os institutos penais da Lei 9099, como a
composição civil extinta da punibilidade (art. 74, parágrafo único), transação (arts. 72
e 76), representação (art. 88) e suspensão condicional do processo (art. 89)".
Veja-se que diante do caso concreto, o Promotor de Justiça tem duas opções: indicar a
transação penal, prevista no artigo 76, da mesma Lei (Art. 76. Havendo representação ou
tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de
arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta) ou propor a suspensão
condicional do processo.
Querelante, (Estado Civil), (Profissão), com ... anos na data do fato, portador do
RG nº e do CPF nº, com endereço de e-mail (incluir) residente e domiciliado em (Colocar o
Endereço), com endereço de e-mail (analisar os requisitos da petição inicial constante do art. 319
do CPC), por intermédio de seu advogado que esta subscreve, conforme instrumento de mandato
em anexo em conformidade com o artigo 44 do Código de Processo Penal, vem perante Vossa
Excelência, com fulcro nos arts. 30 e 41 e ss. do Código de Processo Penal em combinação com
os artigos 100 §2º e 145, caput, ambos do Código Penal, oferecer (gente, lembrando que é 145
por ser crime contra a honra. Quando não for, colocar o 100, §2º, do Código Penal e a
fundamentação do artigo específico que se procede mediante queixa).
QUEIXA CRIME
em face de Querelado, com ... anos na data do fato, (Nacionalidade), (Estado Civil), (Profissão),
portador do RG nº e do CPF nº ..., endereço de e-mail (incluir), residente e domiciliado em
(Colocar o Endereço), com endereço eletrônico ..., visto a prática da(s) conduta (s) criminosa (s)
abaixo alinhavada (s)7.
DA TEMPESTIVIDADE
I – DOS FATOS
II – DO DIREITO
Traçar um paralelo constitucional a respeito do bem que será trazido na queixa como
violado.
(incluir doutrina ou jurisprudência a respeito do que é trazido).8
7
A gratuitidade de justiça somente pode ser avocada se o probelma indicar a pobreza da parte.
8
Sempre fazer o recuo em citação com mais de três linhas. Incluir a fonte da citação.
Trazer o rol de pedidos que guardam pertinência no que foi exposto no Direito.
Advogado
OAB
ROL DE TESTEMUNHAS
1) , qualificado à fl. ;
2) , qualificado à fl. ;
3) , qualificado à fl;
Por esta razão, Jorcileide lhe procurou em 10 de junho de 2021 para, na qualidade
de advogado, apresentar a medida processual privativa cabível, bem como para as teses a
serem utilizadas e último dia de prazo para propositura da medida.
RELAXAMENTO DE PRISÃO
Realizada a prisão, o detido é encaminhado pelo condutor (aquele que lhe deu
voz de prisão) à autoridade policial. Esta, por sua vez, entendendo válido o ato, lavra o
auto de prisão em flagrante. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do
preso ou à pessoa por ele indicada. Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da
prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o
autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.
No mesmo prazo (em 24 horas), será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa,
assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das
testemunhas.
a) RELAXAMENTO DE PRISÃO
estado de necessidade. O art. 314 do Código de Processo Penal veda a prisão preventiva
em tais casos. Assim, a pessoa está presa ilegalmente, cabendo, no caso, relaxamento de
prisão.
Esqueleto da petição:
RELAXAMENTO DE PRISÃO
Narrar como se deu o flagrante, ressaltando o vício que será atacado no tópico “do
direito”.
EX: Fulano foi preso em flagrante pelo crime de roubo cometido em tal dia, em tal lugar.
Após ser regularmente recolhido ao cárcere, teve lavrado contra si lavrado auto de
prisão em flagrante 4 dias após a prisão, assinando sua nota de culpa também no quarto
dia, fato que torna sua prisão contrária à lei, conforme disporá a defesa nas linhas
seguintes.
II – DO DIREITO
Informar, aqui, o que diz o Código de Processo penal sobre tal prazo,
transcrevendo o artigo e contrapondo-o ao caso dos autos, logo em seguida.
Ex: O art. 306 do Código de processo penal estabelece o prazo de 24 horas para assinatura
da nota de culpa, (fazer uma explanação)...
Ocorre, Excelência, que tal prazo não foi respeitado. Observe-se que o indiciado
somente assinou tal documento 4 dias após sua prisão, fato que torna sua prisão em
flagrante ilegal. Não obstante tal fato, a lavratura do auto se deu também em prazo diverso
ao determinado pelo citado artigo do já mencionado diploma legal, (fazer uma
explanação)...
III – DO PEDIDO:
Nestes Termos
Pede Deferimento.
Local, data.
Advogado.
OAB.
Elenilde Maridélia, brasileira, casada, policial civil, residente e domiciliada na QSD 315,
Bloco W, Apartamento 301, Ceilândia - DF, estava em sua casa em 15 de maio de 2021,
quando, avistando uma sombra passando pela sala, dirigiu-se sorrateiramente até o
cômodo, momento em que presenciou um meliante arrombando a maçaneta da porta com
um maçarico e portando na cintura uma pistola semiautomática.
Apavorada, Elenilde foi até o quarto e pegou seu revólver calibre 38, se dirigindo até o
citado elemento para afastá-lo de sua residência. Neste instante, o indivíduo já adentrava
a sala de Elenilde e lhe apontava a arma, quando, para evitar a injusta agressão que seria
perpetrada contra sua vida, Elenilde desferiu um único tiro no indivíduo, atingindo-lhe o
peito, fato que levou o meliante a óbito.
Em 18 de maio de 2021, Elenilde recebeu sua nota de culpa, tendo informado, naquela
oportunidade, que não possuía defensor constituído e que desejava comunicar sua prisão
ao seu marido. A autoridade policial, munida do auto de prisão em flagrante, enviou o
auto, exclusivamente, ao ministério público, entendendo que este por ser o dominus litis,
era o maior interessado na causa, comunicando, em seguida, a prisão de Elenilde ao seu
esposo.
Diante dos fatos, como advogado de Elenide, apresente a medida processual privativa, se
atentando para as teses possíveis a serem alegadas em favor de Elenice.
O art. 310, III, parágrafo único, do CPP, trata da liberdade provisória nos
casos de legitima defesa, estado de necessidade e estrito cumprimento do dever legal ou
exercício regular do direito (conhecidas como excludentes de ilicitude). Se o Juiz, pelo
auto de prisão em flagrante, observar que o agente praticou a infração abrangido por
qualquer destas situações, poderá, de forma fundamentada, conceder ao acusado
liberdade provisória compromissada.
não seja superior a 04 anos. Em outros casos afiançáveis, a fiança será requerida ao Juiz,
que decidirá em 48 horas.
a) São inafiançáveis:
Com base em tal fato, Guilherme Nucci (in Prática Forense Penal, 2009, pág.
169/170), informa que “os magistrados têm optado por conceder, sempre, liberdade
provisória sem fiança (a única exceção tem ficado por conta dos crimes contra a economia
popular, sonegação fiscal, crimes de violência doméstica e crimes por direção de veículo
automotor, estando o motorista alcoolizado. Nestes dois últimos casos, a pena é de
detenção e comporta fiança). Entretanto, com a mudança na lei, em que a fiança se tornou
uma medida cautelar, o instituto voltou a ter força na concessão da liberdade provisória
condicionada ao seu pagamento.
LIBERDADE PROVISÓRIA
EX: O requerente foi preso em flagrante delito no dia tal, pela prática do crime de furto,
tendo em vista que o mesmo está sendo indiciado pelo fato de ter subtraído duas barras
de chocolate da loja “doce mais”, localizada em tal local.
II – DO DIREITO
Explicar aqui que, conforme o auto de prisão em flagrante, a autoridade policial presumiu
que o indiciado tinha personalidade voltada para o crime. Neste momento, devemos falar
dos requisitos do art. 312 do CPP e debater todos aqueles que podem ter ensejado a prisão,
mostrando ao juízo que não há necessidade de o indiciado ficar preso. Falar, neste
momento, da liberdade como regra e dissertar acerca dos requisitos do 312 do CPP
confrontando-os com os argumentos da defesa, a fim de tornar a prisão desnecessária.
Pode-se, inclusive, falar de outras medidas cautelares mais benéficas ao requerente, que
não a prisão.
EX: A prisão em flagrante faz presumir que o indiciado tem a personalidade voltada para
o crime, devido o fato de já ter sido processado. Ora, Excelência, a personalidade de uma
pessoa deve ser atestada como “perigosa” somente quando há uma sentença penal
transitada em julgado afirmando tal situação. Não se pode manter o acusado em cárcere
com suposições de que, se solto, poderá cometer novos delitos, desestabilizando a ordem
pública. (Falar de cada um dos requisitos).
III – DO PEDIDO
Nestes Termos
Pede Deferimento
Local, data.
ADVOGADO.
OAB
Uma enfermeira que estava no momento do ocorrido e uma secretária que estava
presenciando o fato, prestaram declarações na DP, informando que se o técnico não agisse
da forma que agiu, o paciente poderia ter lhe ferido letalmente, pois demonstrou
inequívoca intenção de atentar contra a vida do Sr. Marcolino, tendo em vista este ter
pedido que o paciente aguardasse mais alguns minutos para ser atendido.
Diante de tal situação, Marcolino foi preso em flagrante delito pelo crime de lesão
corporal grave, Lavrado o auto de prisão em flagrante em 24 horas, a autoridade policial
o encaminhou à autoridade judicial, ao Ministério Público e ao Defensor Público para
verificação. Os autos estavam aguardando conclusão ao juiz para designação de audiência
de custódia.
Diante da situação de Marcolino e dos fundamentos legais que possam interessar para sua
defesa, redija a peça processual privativa de advogado, que seja cabível na situação
exposta, se atentando para as formalidades atinentes ao caso.
a) materialidade do crime;
b) indícios suficientes de autoria;
a) Fundamentos
• como garantia da ordem pública – evitar que o delinquente pratique novos crimes
contra a vítima e seus familiares;
• como garantia da ordem econômica – Lei nº 8.884/84, 8.137/90 (crimes contra a
economia popular e sonegação fiscal);
• por conveniência da instrução criminal – para assegurar a prova processual, de modo
a impedir a ação do criminoso no sentido de fazer desaparecer as provas do crime,
apagar vestígios, subornar, aliciar testemunhas ou ameaçá-las, etc;
• para assegurar a aplicação da lei penal - impede-se o desaparecimento do autor da
infração que pretenda se subtrair aos efeitos penais da eventual condenação.
• Descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas
cautelares (art. 282, parágrafo 4º, do CPP).
Quando o juiz decretar a prisão preventiva, se, porventura, cessar a razão que
a determinou, deve o magistrado revogá-la, simplesmente, tornando o indiciado/acusado
à situação de liberdade anterior. O art. 316 do Código de Processo Penal é o que dá fulcro
ao pedido de revogação da prisão preventiva.
b) Decretação
c) Fundamentação
e) Medidas Protetivas
Caso queira desistir da ação penal contra o agressor, se for ação penal pública
condicionada à representação, “só será admitida a renúncia à representação perante o
juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento
da denúncia e ouvido o Ministério Público” (Art. 16). Portanto, a ofendida deverá
solicitar ao juiz a designação dessa audiência.
c) do domicílio do agressor.
Depois que o juiz receber o expediente com o pedido da ofendida, ele decidirá sobre
as medidas protetivas de urgência, no prazo de 48 horas. Poderá ainda determinar o
encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso.
Em caso de prisão do agressor, a ofendida deverá ser notificada dos atos processuais
relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão.
f) Questões Polêmicas
Direito de representação
Para a concessão das medidas protetivas de urgência, a lei faz apenas uma
única exigência: que haja requerimento da vítima ou do Ministério Público (art. 19, Lei
11.340/2006), deixando bem claro que não é necessária a realização de uma audiência
com as partes, ou seja, a medida pode ser determinada independentemente da prévia oitiva
do suposto agressor. Nem mesmo o Ministério Público precisa ser ouvido na hipótese da
medida ter sido requerida pela vítima (art. 19, §1º).
Não é feita qualquer exceção, assim como a competência não foi estabelecida
apenas para o processamento das medidas protetivas de urgência, cabendo aos Juizados
também processar as ações principais.
Sim, continua vigendo o art. 181 do Código Penal. É isento de pena quem
pratica crime patrimonial contra cônjuge na constância do casamento (sendo possível o
entendimento que englobe também a companheira, no caso de união estável) e também
ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Os artigos 5º, 6º e 7º da Lei Maria da Penha não criam novos crimes ou modificam aqueles
previstos no Código Penal, mas apenas auxiliam o aplicador da lei no que diz respeito à
definição do que seja violência doméstica e familiar contra a mulher.
Não, pois o artigo 41 da lei Maria da Penha afastou por completo a aplicação
da lei 9.099/95, onde está prevista a suspensão condicional do processo. Não obstante,
pode ser aplicada a suspensão condicional da pena – conhecida como sursis. Esse instituto
está previsto no Código Penal, nos artigos 77 e seguintes.
Fonte: “Lei Maria da Penha: Pontos Polêmicos e em Discussão no Movimento de Mulheres” - modificado, de Juliana
Belloque, Mestre e Doutoranda em Processo Penal pela USP e Defensora Pública do Estado de São Paulo.
LEI ANTIDROGAS
Em virtude das sanções previstas, esse dispositivo legal gerou uma polêmica:
Teria a Lei n. 11.343/2006 descriminalizado a posse de droga para consumo pessoal?
Luiz Flávio Gomes entende que se trata de infração sui generis, inserida no
âmbito do Direito Judicial Sancionador. Não seria norma administrativa, nem penal. Isso
porque de acordo com a Lei de Introdução ao Código Penal, art. 1º, só é crime, se for
prevista a pena privativa de liberdade, alternativa ou cumulativamente, o que não
ocorreria na hipótese do art. 28 da Lei n. 11.343/2006 (Luiz Flávio Gomes, Alice
Bianchini, Rogério Sanches da Cunha, William Terra de Oliveira, Nova Lei de Drogas
Comentada, São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 2006, p.108/113).
A revogada Lei 6.368/76, em seu art. 12, §1º, previa a conduta de semear,
cultivar ou fazer a colheita de planta destinada à preparação de entorpecente ou de
substância que determine dependência física ou psíquica, contudo, essa figura constituía
crime equiparado ao tráfico, de forma que muito se discutia se a conduta de semear,
cultivar ou fazer a colheita para uso próprio configurava o crime do art. 12, § 1º ou o
revogado art. 16 (porte de drogas para uso próprio).
b) Procedimento
O art. 48, § 1º, merece um reparo. É que o artigo 33, § 2º (cessão ocasional e
gratuita de drogas) constitui infração de menor potencial ofensivo, de forma que, o
concurso dessa modalidade típica com o art. 28 (posse de droga para consumo pessoal),
não afasta a competência dos Juizados Especiais Criminais, ao contrário do que dá a
entender a redação daquele dispositivo, o qual, na realidade, no que tange ao art. 33,
está se referindo apenas ao caput e § 1º.
c) Prisão em flagrante
Ou
Fulano de Tal, (qualificar na íntegra, visto tratar-se de petição que vai apartada
aos autos), vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado infra
constituído, conforme instrumento de mandato em anexo, com fulcro nos arts. 316 e 282,
§ 5º, ambos do Código de Processo Penal, requerer:
Neste momento, devemos falar dos requisitos do art. 312 do CPP e fundamentar
que a prisão foi decretada com base em algum (uns) deles. Porém, devemos citar o motivo
pelo qual o motivo porventura deixou de existir.
EX: O cara foi preso e não se tem informações verdadeiras acerca do endereço onde ele
mora. A fundamentação do juiz para decretação é a possível fuga do acusado, caso haja
condenação, tendo em vista a desconfiança de o cara ter dado endereço errado quando
intimado. Com base nisso, informamos que a defesa junta documentos que comprovam
onde ele mora, trabalha e estuda e também que ele compareceu voluntariamente a todos
os atos do processo, razão pela qual a eventual aplicação da lei penal em caso de
condenação, em hipótese alguma restará prejudicada.
II – DO DIREITO
Neste momento vamos debater e confrontar todos aqueles motivos que podem ter
ensejado a prisão, mostrando ao juízo que não há necessidade de o indiciado ficar preso.
Falar, neste momento, da liberdade como regra e dissertar acerca dos requisitos do 312
do CPP confrontando-os com os argumentos da defesa, e documentos juntados, a fim de
tornar a prisão desnecessária. Como tese subsidiária, falamos de alguma(s) medida(s) do
art. 319 do CPP por serem mais adequadas ao requerente.
III – DO PEDIDO
EX: Ex positis, (Pelo exposto), requer o suplicante a revogação da prisão preventiva, ante
a total ausência dos requisitos autorizadores do art. 312 do CPP, com a consequente
expedição do alvará de soltura em favor do mesmo. Entendo pena necessidade, bem como
se atentando para a conveniência e oportunidade, requer, subsidiariamente, que se for
necessário revogue a prisão, condicionando a liberdade à imposição de medidas
cautelares, nos termos aventados no art. 282 c/c 319 do código de processo penal.
Nestes Termos
Pede Deferimento
Local, data.
Advogado.
OAB.
O fato ocorreu durante uma reunião de condomínio, momento em que Ryana e Jonisval
passaram a discutir de forma exacerbada. Após se sentir afrontada com as palavras de
Jonisval, Ryana pegou uma barra de ferro que estava perto da portaria em que mora e
desferiu dois golpes certeiros na cabeça de Jonisval, tendo este desmaiado e sido
encaminhado pra o HRAN, ficando afastado de suas ocupações habituais por cerca de 40
dias.
Ryana, assustada com o ocorrido, resolveu passar uma semana na casa de sua genitora na
Vicente Pires. Após tal época, resolveu voltar para seu apartamento, a fim de saber como
as coisas estavam. Ryana não foi à delegacia para prestar depoimentos e nem fornecer
informações cruciais requeridas pela autoridade policial, razão pela qual esta representou
pela custódia cautelar da acusada.
No dia seguinte, Ryana foi presa preventivamente, sobre a fundamentação de que se solta,
poderia se eximir da responsabilidade de cumprir pena em caso de condenação pelo crime
de lesão corporal grave, visto sua total falta de comprometimento quando de sua
intimação para comparecer à delegacia de polícia. Ainda, conforme a decisão que
decretou a prisão preventiva, proferida pelo Juízo da Segunda Vara Criminal, a indiciada
poderia desestabilizar o bom andamento da instrução criminal coagindo testemunhas,
pois outras pessoas presenciaram a agressão e poderiam se sentir coagidas pela indiciada.
Ainda conforme a decisão proferida, Ryana ofertava enorme risco à garantia da ordem
pública, visto a agressividade e periculosidade de sua conduta delitiva.
Habeas Corpus
O habeas corpus pode ser liberatório, quando tem por âmbito fazer cessar
constrangimento ilegal, ou preventivo, quando tem por fim proteger o indivíduo contra o
constrangimento ilegal que esteja na iminência de sofrer tal constrangimento.
I - quando não houver justa causa; (Ex: em crimes tributários, sonegação – Lei 8.132/90,
quando o agente parcela o débito antes do recebimento da denúncia – o art. 151 do CTN
afirma que o parcelamento suspende a ação penal; neste diapasão, a quitação do débito, a
qualquer tempo antes da sentença (conforme entendimento do STJ) extingue a ação penal.
Ela retira da ação penal a justa causa para seu prosseguimento). Se mesmo havendo a
quitação do débito, o MP insistir no prosseguimento da ação penal, impetra-se HC para
trancar a ação penal.
II - Quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; (O art. 400 do
Código de Processo Penal estipulou o prazo de 60 dias para que se encerre a instrução
criminal em casos em que o réu esteja preso. O excesso de prazo configura
constrangimento ilegal e pode ser atacado por HC).
III - Quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
V - Quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;
direito à liberdade, que é direito fundamental, e por tal motivo é ação que pode ser
impetrada por qualquer pessoa, não sendo necessária a presença de advogado ou pessoa
qualificada, nem tampouco de folha específica para se impetrar tal procedimento,
podendo ser, inclusive, escrito à mão.
Tal pedido liminar deve ser feito quando da impetração do writ de habeas
corpus.
É importante frisar que, como já se disse, por ser a liberdade direito de suma
importância e garantido pela Constituição brasileira, os tribunais devem analisá-lo com o
maior rigor e agilidade para que nenhum dano à pessoa seja causado por atos ilegais ou
excessivos.
Importante ressaltar que a parte que interpõe a ação de habeas corpus não é a
que está sendo vítima da privação de sua liberdade, via de regra, e sim um terceiro que o
faz de próprio punho. Como a ação de habeas corpus é de natureza informal, pois
qualquer pessoa pode fazê-la, não é necessário que se apresente procuração da vítima para
ter ajuizamento imediato. Ela tem caráter informal. Portanto, a ação tem características
bem marcantes, a se ver:
Esqueleto da Petição:
Você (Faça a sua qualificação (nome completo, nacionalidade, estado civil, endereço,
etc, pois você estará impetrando o remédio constitucional em favor de uma terceira
pessoa, ou seja, você é o impetrante. Tendo em vista uma idéia lógica, se a pessoa está
presa, num HC liberatório não tem como ela lhe passar uma procuração em tempo hábil,
então, por via das dúvidas, se qualifique no HC), vem perante Vossa Excelência, com
fulcro no art. 5º, LXVIII, da CF/88, c/c 647 do Código de Processo Penal, impetrar
HABEAS CORPUS (preenche os requisitos do fumus boni iures e periculum in mora,
peça com liminar), em favor de (qualificar o paciente), contra ato ilegal emanado do
(qualificar a autoridade coatora), pelos fatos e fundamentos que passa a aduzir:
II – DO DIREITO:
IV – DO PEDIDO:
À vista do exposto, requer o impetrante que seja deferida a liminar para concessão
da ordem para..., cessando o ato ilegal ora combatido (ou obstrução do ato ilegal antes de
seu cometimento, se for HC preventivo).
Após, que seja notificada a autoridade coatora para prestar as informações
necessárias no prazo legal, bem como para que sejam os autos remetidos ao membro do
ministério público para manifestação. Ao final, requer que, no mérito, seja concedida a
ordem, para...
Pede Deferimento.
Local, data.
Nome
CPF.
Na prática, então, todos aqueles processos criminais iniciados sem que o processo
administrativo tenha confirmada a procedência do lançamento do crédito, não tipificam
o crime tributário. E os novos processos, daqui por diante, terão que aguardar o
julgamento na esfera administrativa para só então ser possível o oferecimento de denúncia
contra o contribuinte.
No prazo legal, Laila ofereceu impugnação ao auto de infração, que foi julgada
improcedente, havendo confirmação da lavratura. Tempestivamente, Laila ofereceu
recurso administrativo para ver reformada a decisão que implicou na autuação.
O Ministério Público, por entender que a autuação tinha sido lavrada nos
conformes da Lei, ofereceu denúncia em face de Laila em 19 de janeiro de 2021,
tipificando o fato como crime tributário constante no art. 1º, I, da Lei 8.137/90, tendo sido
o crime efetivamente cometido quando da constatação da omissão em 20 de janeiro de
2015.
Com base no exposto, proponha a medida cabível em favor de Laila, se atentando para os
requisitos e aspectos legais necessários para propositura da medida.
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
Esqueleto da peça:
Processo nº
Fulano de Tal, já qualificado nos autos da ação penal em epígrafe, vem à presença
de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado infra constituído, conforme
instrumento procuratório em anexo, com fulcro nos arts. 396 e 396-A (SE FOR JÚRI –
406, § 3º) do Código de Processo Penal, apresentar:
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
Fazer uma rápida exposição fática, trazendo os principais dados que serão
abordados no direito.
II – DO DIREITO:
Explicar, aqui, que os fatos se deram amparados por causas abarcadas pelo art.
397 do CPP, explicando que neste caso o acusado deve ser absolvido sumariamente. Não
se trabalha aqui extinção de punibilidade (inciso IV) já que este vem em preliminar.
Nestes Termos
Pede Deferimento.
Advogado
OAB
IV - ROL DE TESTEMUNHAS
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
I – DOS FATOS
II – DO DIREITO
II.3 – DO MÉRITO
Aqui, neste tópico, a primeira coisa a ser feita é arguir TESE de ABSOLVIÇÃO
SUMÁRIA. Focar exclusivamente no art. 397, seja júri ou rito comum. CAUSAS
EXTINTIVAS NÃO ENTRAM AQUI, MAS EM PRELIMINARES.
IV – DOS PEDIDOS
Quanto ao mérito, requer a absolvição sumária do acusado por... conforme art. 397 ... do
CPP.
Pede Deferimento.
Local (10 dias!!!!!!)
Advogado
OAB
ROL DE TESTEMUNHAS
1 – Nome, Endereço
2 - Nome, Endereço
3 - Nome, Endereço
Patrícia Diana, nascida em 01/12/1995, residente e domiciliada na QNQ 15, lote 15,
Ceilândia-DF, foi contratada para trabalhar na casa de sua vizinha, dona Meyre Jane de
Assunção.
No dia 03/01/2015, quando chegava ao trabalho, Patrícia viu a irmã de sua patroa, dona
Cleuza, guardando um dos inúmeros vestidos vermelhos de sua irmã em uma das gavetas
do quarto de dona Meyre, sendo esta senhora de muitas posses. Como Patrícia teria um
encontro naquela tarde com um rapaz que estava conhecendo pela internet, e querendo
estar bonita para o mesmo, teve a idéia subtrair o vestido que Dona Cleuza havia
guardado. Apesar de seu um vestido simples, que tem baixo custo no mercado, em torno
de R$ 30,00, era uma vestimenta chamativa e bem trabalhada. Ágil, Patrícia conseguiu se
assenhorear da vestimenta e a escondeu em sua bolsa, aguardando o horário para usar a
roupa.
Neste mesmo dia, à tarde, Patrícia se encontrou com seu pretendente, impecavelmente
bem vestida. Ao final do encontro, Patrícia voltou à casa de sua patroa, pois sabia que a
mesma ainda não estaria em casa, para devolver o vestido.
No dia seguinte, Dona Cleusa foi avisada por uma vizinha de que a empregada de sua
irmã havia saído usando um de seus vestidos, o que lhe causou revolta e fez com que a
mesma efetuasse um BO em face da secretaria do lar. Na DP, pós a oitiva de Joana de
Tal, Fernando de Tal, Marlene de Tal e Zuleika de Tal, vizinhos que confirmaram a
utilização do vestido por Patrícia, esta foi indiciada pelo crime de furto, previsto no art.
155, caput, do Código Penal.
Ouvindo atentamente o amigo, Pedroso decidiu fazer o que tinha acabado de ouvir
e se atirou morro abaixo. Contudo, ao rolar por alguns metros, sua queda foi amortecida
por uma pedra, ficando ele nela preso. Algumas pessoas que presenciaram a cena
chamaram os bombeiros que chegaram ao local e resgataram Pedroso. No hospital,
Pedroso narrou que decidiu tirar a própria vida após ouvir atentamente os conselhos de
seu amigo. A vítima teve duas luxações que lhe retiraram a possibilidade de exercer suas
ocupações habituais por 23 dias e diversas equimoses e hematomas nos braços, pernas e
rosto.
Processo nº
Fulano de Tal, já qualificado nos autos da ação penal em epígrafe, vem à presença
de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado infra constituído, conforme
instrumento de mandato em anexo, com fulcro no art. 403, § 3º, do Código de Processo
Penal (SE FOR JÚRI – 411, § 4º, combinado com o artigo 403, § 3º, ambos do CPP), do
Código de Processo Penal, apresentar alegações finais por:
MEMORIAIS
Narrar, de forma sucinta, a dinâmica dos fatos. Ao final, terminar com uma frase
de impacto, por exemplo: “Entretanto, a tese acusatória não merece prosperar”.
II – DO DIREITO
EX: No caso de uma pessoa que lesionou outra porque esta estava armada:
II – Do direito:
II.1- Da absolvição sumária: (Se júri. Se não for júri, não é sumária).
Aduzir que de acordo com o princípio da eventualidade, caso o juízo do júri tenha
reais elementos para pronunciar a pessoa acusada, que o faça pelo caput do art. 121,
afastando a qualificadora. Sustentar que o motivo do crime não foi fútil.
III – DO PEDIDO
Lembrar que em sede de primeira fase do júri JAMAIS falamos de homicidio privilegiado
ou sustemos qualquer causa de diminuição de pena. As teses são de absolvição,
impronúncia, desclassificação e afastamento de qualificadoras que acompanhem o crime.
Nestes Termos
Pede Deferimento.
Local, data,
Advogado
OAB
MEMORIAIS
III – DO MÉRITO
III.1 – Da Absolvição
Aqui, neste tópico, a primeira coisa a ser feita é Arguir TESE de ABSOLVIÇÃO,
conforme art. 386 do Código de Processo Penal!!
III.2 – Da Desclassificação para crime diverso (ver se este novo crime cabe sursis e
requerer - (Ver art. 383 e §§ 1º e 2º, do CPP, bem como Súmula 337 do STJ).
VI.4 –Do Privilégio (Observe-se que todos os crimes abaixo admitem absolviçao
pela bagatela, caso os requisitos estejam preenchidos, bem como oferecimento de sursis,
bem como privilégio, que é causa de diminuiçao de pena.
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
V – DOS PEDIDOS
a) Preliminarmente, que seja extinto o feito com resoluçao do mérito, nos termos
do art. 107, IV, do Código Penal, tendo em vista que a prescriçao fulminou a pretensão
punitiva que incidia sobre o feito, com a absolvição do acusado nos termos do art. 386,
VI, do CPP.
b) Nao extinguindo o feito com resoluçao do mérito nos moldes do pedido acima,
pugna a defesa para que seja acatada a nulidade por inépcia da denúncia, a fim de que
seja extinto o processo sem julgamento do mérito, nos termos do art. 395, I e 564, IV,
ambos do CPP.
d) Subsidiariamente, o réu pugna, no mérito, para que este juizo absolva o acusado
nos moldes do art. 386 (mencionar os incisos correspondentes), ante a patente
comprovaçao da (citar o motivo);
e) Que incida sobre o feito o privilégio especificado no art. (ver qual o crime),
visto que o acusado preenche os requisitos necessário para tanto, aplicando este juizo a
pena de multa.
e) Por último, acreditando sinceramente que as teses acima serao abraçadas por
este magistrado, requer o réu sejam consideradas na fixaçao da pena as atenuantes do art.
65 (citar os incisos), bem como a determinaçao da pena base do crime com a consequente
conversao em restritiva de direito, conforme preconiza o art. 44 do CPB.
Pede Deferimento.
Local (5 dias!!!!!!)
Advogado
OAB
MEMORIAIS
pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:
II. – Da Prescrição
Este tópico pode não constar em sua peça. Só falaremos de prejudicial de mérito
se houver alguma das causas do art. 107 do Código Penal, frise-se, prescrição. Neste
tópico, devemos ver a data do crime (marco inicial da prescrição), bem como a data de
recebimento da denúncia (art. 117 do CP – é causa de interrupção). Ainda nesta esteira
de raciocínio, devemos olhar o art. 109 do CP para ver o tempo em que o crime prescreve,
bem como o artigo 115 do mesmo diploma legal, visto que se na data crime o acusado
tiver menos de 21 anos ou na data da sentença tiver mais de 70, a prescrição corre pela
metade. Pedir a absolvição Sumária conforme 415, IV, do CPP. FIQUE DE OLHO!!!
Este tópico pode não constar em sua peça. Só falaremos de preliminar de nulidade
se houver alguma das causas do art. 564 do Código de Processo Penal!!
III – DO MÉRITO
Aqui, neste tópico, a primeira coisa a ser feita é Arguir TESE de ABSOLVIÇÃO
SUMÁRIA, conforme art. 415 do Código de Processo Penal!!
III.2 – Da Impronúncia
Diferente da absolvição, que será alegada quando houver PROVA, a impronúncia ocorre
quando há ausência de prova.
Usamos esta tese quando desclassificamos de um crime do júri para outro, mas de
competencia do próprio júri. Exemplo, uma mae que mata um filho está respondendo por
homicídio. A defesa utiliza como tese a desclassificação para infanticídio.
Como última tese, se for o entendimento pela pronúncia, que haja o decote da
qualificadora (Exemplo – do motivo torpe quando há contenda física entre réu e vítima
antes do delito – mesmo que seja por vingança antes do crime, se há agressão, cai o motivo
torpe).
V – DOS PEDIDOS
a) Preliminarmente, que seja extinto o feito com resoluçao do mérito, nos termos
do art. 107, IV, do Código Penal, tendo em vista que a prescriçao pretensão punitiva que
incidia sobre o feito, absolvendo o acusado sumariamente, conforme art. 415, IV, do CPP.
b) Nao extinguindo o feito com resoluçao do mérito nos moldes do pedido acima,
pugna a defesa para que seja acatada a nulidade por inépcia da denúncia, a fim de que
seja extinto o processo sem julgamento do mérito.
c) Nao acatando as preliminares suscitadas, o réu pugna, no mérito, para que este
juizo absolva sumariamente o acusado nos moldes do art. 415 (mencionar os incisos
correspondentes), ante a patente comprovaçao da (citar o motivo).
d) Em tese antagônica, suscitar a impronúncia (quando não houver provas de
materialidade ou indícios suficientes de autoria) nos moldes do art. 414 do CPP.
e) Acreditando que as teses acima serão abraçadas, mas por amor ao debate, a
defesa requer a desclassificação do crime doloso contra vida insculpido na denúncia para
(citar o crime), sendo este de competência do juizo comum, para ele devendo ser
remetido, nos moldes do art. 419 do CPP.
f) Em caso de pronúncia, o que defesa argumenta somente em respeito ao princípio
da eventualidade, que esta seja feita para o crime de (citar o crime de competência do júri,
mas sem a qualificadora).
Pede Deferimento.
Local (5 dias!!!!!!)
Advogado
OAB
Foi oferecida denúncia pelo Ministério Público contra o acusado no dia 16 de fevereiro
de 2011, e recebida pelo Senhor Juiz de Direito do Tribunal do Júri da Circunscrição de
Taguatinga no dia 25 de fevereiro de 2011, estando o acusado incurso nas penas do Art. 121, §
2º, inciso IV, c/c Art. 14, inciso II, todos do Código Penal.
O acusado foi citado no dia 02 de março de 2011, momento em que seu patrono
apresentou resposta a acusação, na qual a defesa não suscitou preliminares nem teses de
absolvição sumária, requerendo, oportunamente, a oitiva das testemunhas arroladas na peça
acusatória.
2 - DO DIREITO
2.1 – Da Desclassificação para o crime diverso do da competência do tribunal do júri
No caso em tela, o processado, logo após ser agredido, diga-se, covardemente, pelos
seguranças da Choperia, foi tomado por fúria inexplicável e, apoderando-se de uma faca que se
encontrava no “carrinho de churrasquinho” que estava próximo ao citado estabelecimento, foi de
encontro aos seus agressores, desferindo golpes de faca em um de seus algozes, no intuito de
extravasar sua ira, motivada por uma agressão anterior. É o que se observa no depoimento do
acusado:
Tal fato pode ser comprovado, ainda, pelo depoimento da testemunha Wil:
Ainda, segundo o depoente, o churrasqueiro que trabalha
próximo à chopperia, de nome Ticio, comentou que o autuado
esteve em seu estabelecimento afirmando que mataria um
indíviduo que o tinha agredido anteriormente.
Ora, Excelência, se o réu quisesse matar a vítima, o teria feito, até mesmo porque Keny
já se encontrava sem forças, conforme afirmou, também, em seu depoimento: “após levar o
segundo golpe, o declarante começou a perder as forças”. Além disso, a vítima estava prostrada
diante do acusado, que lhe observava com uma faca em punho. Se o objetivo real fosse a morte
da vítima, não havia nada que obstasse o réu de prosseguir com golpes em áreas letais para
ceifar sua vida. Fica evidente que o caso comporta o instituto da desistência voluntária, devendo
o acusado responder somente pelos atos devidamente praticados.
Com base nisso, indubitável que está ausente o animus necandi do réu, devendo o crime
por ele cometido ser desclassificado para o crime diverso do da competência do tribunal do júri,
sendo os autos do processo remetidos ao juízo competente, nos termos do art. 419 do Código
de Processo Penal.
As únicas testemunhas do caso são colegas de trabalho e amigas da vítima, razão pela
qual tentam corroborar uma tese fantasiosa e irracível, que coloca o acusado em posição de
carrasco impiedoso e ardiloso. Nestes termos, as declarações são contraditórias e permeadas
de informações falaciosas. Veja-se o que relata a testemunha Wil:
Como pode Wil afirmar que teria observado o acusado chamar a vítima, sacar uma faca
da cintura e desferir as facadas contra a vítima, se ele estava junto com Nicho em local diverso
ao local dos fatos, sem ter visto o ocorrido?
Excelência, se o acusado cometeu o crime, foi por uma forte motivação, qual seja a
agressão física e moral da qual foi vítima. Diferente do que afirmam as supostas testemunhas, o
réu foi agredido, espancado e humilhado por elas mesmas e não houve queda alguma em ilusória
corrente. Não há nenhum popular que ateste tal situação, e a queda na corrente, se fosse
verídica, deveria ter causado no acusado diversas escoriações advindas do deslizamento e
choque com o asfalto, o que não ocorreu. O réu teve ferimentos no supercilho e na boca em
virtude dos socos e chutes que levou. Conforme as testemunhas, foram populares que
imobilizaram e agrediram o réu, mas nenhum deles foi arrolado como para atestar a veracidade
de tais fatos.
Ademais, pelo ofício que exerce e pelo local que trabalha, qual seja segurança de uma
casa de Shows, é indubitável que o indivíduo esteja atento e preparado para os perigos atinentes
à profissão, evitando ser surpreendido por situações que comprometam sua segurança, como é
de se esperar nesses ambientes. Tal fato retira o efeito surpresa advindo da qualificadora que é
imputada ao acusado.
3 - DO PEDIDO:
Termos em que,
Pede e aguarda deferimento.
Taguatinga/DF, 12 de maio de 2011.
Advogado
OAB
Processo nº 2012.07.1.000000-0
MEMORIAIS
1. DOS FATOS
1 – DO DIREITO
9
STJ - HABEAS CORPUS Nº 221.913 - SP (2011⁄0248241-5). RELATOR: MINISTRO OG FERNANDES.
IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO. ADVOGADO : RICARDO LOBO DA
LUZ - DEFENSOR PÚBLICO E OUTRO. IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.
PACIENTE : ANDRÉIA APARECIDA SILVEIRA DIAS. Data do Julgamento: 14 de fevereiro de 2012.
Tendo em vista o exposto, a defesa pugna para que a pena base seja
fixada no mínimo legal, considerando todas as situações favoráveis presentes
no art. 59 do Código Penal. Mesmo não sendo este o entendimento deste juízo,
quando da dosimetria na segunda fase, a defesa pugna para que a pena seja
fixada no mínimo legal, visto a incidência das duas atenuantes mencionadas e
nenhuma agravante. Quando da dosimetria na terceira fase, requer a acusada
que a pena seja minorada no máximo legal permitido, ou seja, em 2/3, conforme
preceitua o art. 14, II, parágrafo único do CP. Não obstante tal situação, a defesa
ainda requer a incidência de outra causa de diminuição de pena prevista no caso
em análise, qual seja o furto privilegiado.
3. Dos Pedidos
Advogado
OAB
A denúncia foi recebida em 01/12/2010, tendo o réu sido citado e apresentado, no prazo
legal, de próprio punho — visto que não tinha condições de contratar advogado sem
prejuízo de seu sustento próprio e do de sua família — resposta à acusação, arrolando
as testemunhas Margarida e Clodoaldo.
No curso da instrução criminal, presidida pelo juiz de direito da 9.ª Vara Criminal de
Samambaia – DF, Mauana de Tal confirmou que Marcílio atrasava o pagamento da
pensão alimentícia, mas que sempre efetuava o depósito parcelado dos valores devidos.
Disse que estava aborrecida porque Marcilio constituíra nova família e, atualmente,
morava com outra mulher, desempregada, e seus 6 outros filhos menores de idade.
consegue. Informaram que o réu sofre de problemas cardíacos e de diabetes e gasta boa
parte de seu salário na compra de remédios indispensáveis à sua sobrevivência.
Após a oitiva das testemunhas, o Magistrado deu vista para que as partes
apresentassem suas manifestações a respeito do feito.
Caso Júri
Passados dez dias contados deste fato, amargando aquele rancor e ódio de
Roberto, Marialba decidiu ir ao encontro de Veralúcia para contar toda a verdade
à amiga. Porém, quando descia as escadas, seu salto quebrou, razão pela qual
caiu e sentiu uma imensurável dor abdominal, seguida de uma pequena
hemorragia. Mesmo naquela situação penosa, Mrialba prosseguiu com seu
intento, se dirigindo à residência de sua amiga.
Dias depois, revoltada, Marialba foi até a autoridade policial mais próxima de sua
residência, momento em que prestou a notícia crime que deu origem a denúncia
oferecida pelo tipo penal inserto no art. 125, caput c/c 129, § 2°, V, do CP, ambos
cominados com o art. 69 do Código Penal, em desfavor de Roberto.
A peça acusatória foi recebida no dia 05/06/2019, que passou a tramitar perante
o juízo competente. Conforme exame pericial juntado aos autos, foi devidamente
confirmada a existência de resquícios de saco gestacional, compatível com
gravidez em Marialba, mas sem elementos suficientes para a confirmação de
aborto espontâneo ou provocado.
Prática Penal I –
Recursos
Requisitos de Admissibilidade Comum a todos os recursos
1 – Objetivos:
a.1 – Cabimento: Deve haver previsão legal expressa para sua interposição;
a.2 – Adequação: Deve-se utilizar exatamente o recurso previsto em lei para tal hipótese;
a.3 – Tempestividade: Deve haver interposição do recurso dentro do prazo legal
previamente estabelecido pelo ordenamento jurídico pátrio;
2 – Subjetivos:
b.1 – Interesse: Somente pode recorrer a parte que demonstre real inconformismo (que
tenha, de alguma forma, sucumbido);
b.2 – legitimidade: Como regra, somente quem é parte na relação processual é quem pode
interpor o recurso cabível.
APELAÇÃO
Cabimento da apelação
1. Sentenças condenatórias;
2. Sentenças absolutórias;
3. Nos casos do artigo 593, II do CPP.
A apelação deve sempre ser endereçada ao juízo ad quem competente. Apesar de ser
interposta em 1º grau, em face do juiz prolator da sentença, a apelação não permite, ao
contrário do recurso em sentido estrito, o juízo de retratação, ou seja, a sua apreciação
pelo prolator da decisão.
Art. 593, Inciso I – são aquelas que julgam a procedência ou improcedência da acusação,
com a condenação ou absolvição do réu e que encerram o processo em 1º grau de
jurisdição. São também conhecidas com definitivas stricto sensu e estão prevista nos
artigos 386 e 387 do CPP. Atualmente, contra a sentença de impronúncia ou de absolvição
sumária caberá apelação (art. 416, CPP, com redação dada pela Lei 11.689/2008).
Por fim, cabe lembrar que as decisões do juiz singular que não se enquadrem nos
incisos I e II, não admitem apelação e, caso não sejam também objeto de recurso em
sentido estrito serão, via de regra, irrecorríveis.
Há casos em que as decisões previstas nos incisos I e II do artigo 593, não são
atacáveis por apelação, mas sim por recurso em sentido estrito. São exemplo dessas
decisões:
Da mesma maneira o Código de Processo penal estatui que não poderá ser usado
recurso em sentido estrito nas decisões em que seja cabível apelação. Nesses termos, deve
ser interposta apelação mesmo que a decisão seja, em outro momento processual que não
o de decisão definitiva, guerreada por recurso em sentido estrito.
No que concerne às apelações das decisões do tribunal do júri, temos a sua base
regulada pelo art. 593, III, “a” a “d”, do CPP.
Devemos, de pronto, verificar que nulidades são essas. Constatamos que são
aquelas nulidades estabelecidas pelo art. 564, III, “f” a “k”, estando atreladas ao inciso I,
a causa estabelecida no artigo 448 do CPP. Deve-se observar, no entanto, a diferença para
o caso de ser uma nulidade absoluta ou relativa, visto que esta é passível de preclusão se
não impugnada após as formalidades para o julgamento, enquanto que aquelas não sofrem
esse tipo de restrição.
A afronta a qualquer das fórmulas acima é causa de nulidade. Assim é que caso o
tribunal “ad quem” acate, dê provimento, a uma alegação de nulidade, os atos são
anulados para que haja uma renovação na primeira instância até que possam vir a ser
conclusos para um novo julgamento. Devemos esclarecer que essa ocorrência não fere o
princípio constitucional da “soberania dos veredictos” em razão de que o julgamento se
tornou insubsistente ao passo que os atos anteriores ao seu intento estavam viciados. Não
houve modificação da decisão e sim a declaração de sua inexistência jurídica.
Verificamos ser esse um caso em o que se dispõe em apreço não é o veredicto dos
jurados – estando eles fora de apreciação – e sim a sentença que é proferida pelo juiz-
presidente da sessão de julgamento, quando se observa ter sido a sua decisão diversa
daquela que deveria ter sido proferida caso fossem observadas as alegações do tribunal
do júri ou ainda no caso da própria lei. Respeita-se o regular pronunciamento dos jurados
que não pode ser atacado. Nesse caso o tribunal de apelação fará as retificações
necessárias, posto que profere uma nova decisão em substituição àquela prolatada pelo
juiz-presidente da sessão.
Para o caso desse último item, a nova apreciação deve ser feita por novo
julgamento, através de conselho de jurados. É o que dispõe o art. 593, § 4º, do CPP.
Entendemos desnecessária essa afirmação em razão da garantia constitucional, já
mencionada, da soberania das decisões do tribunal do júri. Com isso não poderia o
tribunal “ad quem” fazer uma apreciação do mérito da causa e tão-somente das condições
de admissibilidade da apelação.
Esqueleto da Peça:
Processo nº
Apelação
pugnando que, após exercido o juizo de admissbilidade do presente recurso, bem como
das razões recursais que estão em anexo, sejam os autos remetidos ao Egrégio Tribunal
de Justiça e Territórios, para apreciação das referidas razões.
Nestes Termos
Pede Deferimento.
Data, local (muita atenção na data! Se o problema disser que você teve ciência da sentença
no dia 05 de maio, este termo DEVE ser interposto até o dia 10 de maio (são cinco dias).
O prazo começa a correr do dia seguinte e é fatal.
Se a petição for somente RAZÕES DE APELAÇÃO, sem necessidade de interposição do
recurso, o prazo passa a ser de 8 dias contados da interposição feita em audiência ou pelo
próprio réu quando devidamente intimado da decisão.
Advogado
OAB.
Processo nº
Apelante: Nome
Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
Origem: Vara de origem.
Colenda Turma,
Inclitos Julgadores!
I – Da Admissibilidade do Recurso
II – Das Preliminares
III – Do Direito
Falar da sentença e dos motivos pelos quais ela deve ser reformada. Aqui, falar do
mérito propriamente dito. Teses abordadas em alegações finais que não foram
legitimamente analisadas pelo magistrado a quo.
III – Do pedido:
Pede Deferimento.
Local, data.
Advogado
OAB.
O § 1º, do art. 600, do CPP, estabelece que “se houver assistente, este arrazoará,
no prazo de 3 (três) dias, após o Ministério Público”. De início poderíamos imaginar que
haveria um cerceamento no tocante ao prazo do assistente, o que não condiz com a
realidade em razão de que dispôs, além daquele prazo oferecido ao Ministério Público,
de mais de 3(três) dias para formular as suas razões, caso sejam necessárias.
Estabelece o art. 600, § 3º, do CPP, que “sendo dois ou mais os apelantes ou
apelados, os prazos serão comuns” Desse dispositivo se extrai a ideia de que os prazos
devem correr em cartório caso as partes não acordem de forma diversa, visto que não se
poderia privilegiar uma parte com prazos maiores em razão de quantidade. A exceção que
se faz a isso é com relação ao Ministério Público, que deve ter vista dos autos fora do
Cartório. No tocante aos demais, são intimados da decisão através da Imprensa Oficial,
não dispondo do privilégio do órgão do “Parquet” (Lei n.º 9.271, de 17.04.1996).
Seguimos então para a segunda fase do processamento, que ocorre no juízo “ad
quem”, visto que ultrapassada a fase inicial. Caso a apelação ultrapasse as fases de
primeira instância, com a apresentação do recurso e razões, oportunidade para
contrarrazões, preenchimento dos requisitos para admissibilidade, então os autos serão
remetidos à superior instância.
O art. 601, “caput”, do CPP, dispõe que: “Findos os prazos para razões, os autos
serão remetidos à instância superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 5 (cinco)
dias, salvo no caso do art. 603, segunda parte, em que o prazo será de 30 (trinta) dias”. O
art. 603, do CPP, menciona os casos em que devem ficar traslado dos termos essenciais
do processo em cartório por razão da distância, nos casos em que a comarca não é sede
do tribunal. A distância explica o maior prazo dispensado.
Assim, remetidos os autos ao tribunal ad quem, caso já existam razões de
apelação, será feito um novo juízo de admissibilidade para então levá-lo a novo
julgamento com inclusão em pauta.
pelo art. 600, § 4º, do CPP, onde expõe que “Se o apelante declarar, na petição ou no
termo, ao interpor a apelação, que deseja arrazoar na superior instância, serão os autos
remetidos ao tribunal ‘ad quem’ onde será aberta vista às partes, observados os prazos
legais, notificadas as partes pela publicação oficial”.
Como se vê, o que se diferencia da situação anterior é que para esse caso aquilo
que deveria ter sido feito no juízo “a quo”, no tocante às intimações necessárias e prazos
para as razões e contrarrazões, será feita no juízo “ad quem”, em razão de faculdade
permitida por lei, o que não deixa de ser um benefício ao apelante, que disporá de maior
prazo para as suas razões.
Por último não podemos deixar de mencionar uma situação diferenciada que é o
caso de dois ou mais réus, o que deverá ser feito caso não haja apelação de todos para não
tumultuar o processo. O art. 601, § 1º, do CPP, resolve o problema, impondo que: “Se
houver mais de um réu, e não houverem todos sido julgados, ou não tiverem todos
apelado, caberá ao apelante promover extração do traslado dos autos, o qual deverá ser
remetido à instância superior no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da entrega das
últimas razões de apelação, ou do vencimento do prazo para a apresentação das do
apelado”. Assim, o dispositivo resolve a situação de tumulto processual, evitando que a
eficácia da decisão fique suspensa em relação àqueles que não apelaram, contribuindo
para a agilização processual no sentido de justiça.
Processo 2012.07.1.022711-1
RECURSO DE APELAÇÃO
pugnando para que, após o efetivo exercício de admissibilidade por parte deste Juízo deste
recurso, bem como das razões que lhe acompanham, possa haver a remessa dos autos ao
Tribunal de Justiça, a fim de que possa haver o regular processamento e julgamento do
presente apelo.
Advogado
OAB
Autos n. 2012.07.1.022711-1
Apelante: RENILDO DE JESUS
Apelado: MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
Origem: 1ª VARA CRIMINAL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE
TAGUATINGA-DF
COLENDA TURMA,
ÍNCLITOS JULGADORES,
Este é exatamente o caso dos autos! Com base no exposto, a defesa requer a
aplicação da pena dos crimes em exame no mínimo legal com a incidência do concurso
formal impróprio.
V - DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer seja o presente recurso conhecido, porque adequado e
tempestivo e, no mérito requer provimento para REFORMA da r. sentença
recorrida, a fim de que seja desclassificado o crime de roubo para o de furto. Requer
também, subsidiariamente, que seja aplicado o concurso formal impróprio, determinando-
se a pena de cada um dos crimes no mínimo legal permitido em direito.
Termos em que,
Pede-se o deferimento.
Advogado
OAB
No dia 10/05/2014, momento em que saia de sua residência para procurar algum bico,
Risno encontrou Malaquias Felixiano, um vizinho altamente envolvido em práticas
criminosas, chefe de uma quadrilha de roubo à mão armada a carros na região do Distrito
Federal, fato que era de conhecimento de Risno. Neste momento, uma viatura da policia
militar passava pelo local, tendo encontrado os dois rapazes conversando, nada fora do
normal, fato que faz com que a viatura prosseguisse em seu itinerário.
Minutos após este evento, Malaquias ofertou a Risno um Fiat Pálio 2003 pelo valor de
R$ 4.000,00, veiculo que poderia ser pago em 10 vezes, dispondo que roubou o carro 2
horas antes juntamente com um colega, e que ambos almejavam repassá-lo a alguém que
não colocaria o negócio deles a perder, razão pela qual Risno havia sido indicado,
deixando claro que o valor de mercado do veículo girava em torno de R$15.000. Sem
pestanejar, Risno aceitou a oferta e se apossou do veiculo que lhe fora entregue no mesmo
instante, agradecendo a Deus pelo presente de aniversário.
Ocorre que, horas mais tarde, almejando sair de Taguatinga, conduzindo o veiculo e
dando na oportunidade uma carona para Malaquias, Risno foi abordado por uma Blitz do
Detran. Analisados os documentos do carro, foi constatado que o mesmo era produto
advindo de atividade ilícita, razão pela qual Risno e Malaquias foram encaminhados à
DP.
Dois policiais que faziam a ronda pela circunscrição afirmaram terem visto Risno e
Malaquias conversando horas antes da apreensão do veiculo na blitz, o que os levou a
conclusão de que ambos cometeram o crime em unidade de desígnios.
Uma terceira testemunha presencial do roubo afirmou ter visto a atuação dos dois ladrões,
pois, após subtraírem o carro da vitima, o que estava de capuz o tirou dentro do veículo,
momento em que pôde vê-lo, e afirma, com segurança e presteza, que um deles é
Malaquias, mas que não conseguiu reconhecer o outro como sendo Risno.
Em seus interrogatórios, Malaquias ficou calado, mas Risno disse que não roubou carro
nenhum. Perguntado pela autoridade policial do por que estava dirigindo o veículo que
Malaquias havia roubado, Risno aduziu que o carro era seu, pois havia comprado de
Malaquias horas antes pelo valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
Finalizada a fase inquisitória, os autos foram enviados ao MP, tendo o órgão acusador
oferecido a denúncia no dia 09/06/18, e recebida a exordial pelo juízo competente no dia
12 de junho do mesmo ano. A citação transcorreu regularmente, tendo o réu apresentado
sua primeira peça defensiva nos termos ajustados no CPP.
Apelação Júri
DIULIAN DURAN foi denunciado por infração ao art. 121, §2º, I, c/c art. 14, II,
ambos do Código Penal Brasileiro. Narra a denúncia que:
“(...) no dia 22 de fevereiro de 2010, nas imediações da CNA 15 da Região Administrativa
de Taguatinga, o acusado, imbuído de animus necandi, teria efetuado disparos de arma de
fogo contra a vítima DIMI HENDRICK, seu vizinho, não o atingindo por circunstancias
alheias a sua vontade já que acertou o chão. Resta consignar que o fato delituoso teria se
dado porque réu e vítima são inimigos, e o acusado tentou ceifar a vida da vítima por
vingança. Assim, resta incurso nas sanções do art. 121, §2º, I, c/c art. 14, II, do CP”.
O acusado foi citado no dia 04 de junho de 2010 e apresentou resposta a acusação.
Em audiência de instrução e julgamento, ocorrida no dia 30 de agosto de 2010, foram
ouvidas a vítima e as testemunhas ELANO, LINDALVINA, ALBERTO, CEARINA e
MONICA, encerrando-se com o interrogatório do réu. Posteriormente, após os debates
orais o Juiz proferiu sentença pronunciando o acusado nos exatos termos da denúncia. As
partes não recorreram desta.
O plenário foi designado para o dia 20 de abril de 2011(quarta-feira). Aberta a
sessão procedeu-se o sorteio dos seguintes jurados: 1) Maria Aparecida Silva; 2) Amélia
Pereira; 3) Joana Prado; 4) Marcelo Rodrigues; 5) Fátima Bonfim; 6) Mariane Ferreira e
seu esposo Kennedy Ferreira. Em seguida, prestado o compromisso dos jurados iniciou-
se a instrução plenária.
A vítima afirmou que dias antes do ocorrido teria discutido com seu vizinho porque
estava passeando com seu cachorro quando o mesmo defecou em frente a casa do réu.
Irritado, o réu teria proferido uma série de palavrões, fato que ocasionou verdadeiro bate
boca entre os dois. Dias após, a vítima teria novamente levado seu cão para passear,
momento em que seu cão defecava novamente em frente à casa do acusado, quando este
saiu já dando um tiro para o chão, não tendo a vítima sido atingida de forma letal porque
conseguira fugir.
Em seguida, a testemunha Elano afirmou que presenciou os fatos narrados na
acusação. Que a vítima e o acusado haviam discutido dias antes tendo em vista o fato de
que a vítima teria levado seu cão para defecar em frente à casa do réu. No dia dos fatos,
a vítima teria, novamente, levado seu cão para fazer suas necessidades em frente à casa
do acusado, quando o réu, tentando persuadir a vítima a não fazer mais aquilo, foi
agredido covardemente pela vítima. Tentando parar as agressões, o acusado empunhou
uma arma de fogo efetuando um único tiro para o chão, almejando somente fazer com
que a vítima fosse embora da frente de sua residência, o que de fato aconteceu. As demais
testemunhas confirmaram na íntegra a versão de Elano.
O Acusado, por sua vez, afirmou que efetuou um único disparo para baixo após
uma discussão com a vítima. Disse, ainda, que jamais quis atingi-lo tanto que após o
disparo adentrou sua residência.
Em sede de debates o nobre Representante do Ministério Público argumentou que
o acusado agiu com intenção homicida tanto que foi pronunciado e em seguida efetuou a
leitura da decisão de pronúncia, focando na sabedoria do juiz presidente ao entender pela
decisão exposta. A Defesa, por sua vez, argumentou que em momento algum o acusado
teve intenção homicida tanto que efetuou o disparo para baixo e não prosseguiu efetuando
disparos porque não quis. Alegou ainda que, mesmo se houvesse animus necandi, incidia
sobre a espécie o privilégio, o que denota ser improcedente a qualificadora.
Após condenação pelo conselho de sentença, que desconsiderou a qualificadora,
sobreveio sentença aplicando ao acusado a pena de 12 anos de reclusão, pena mínima do
homicídio qualificado. O Juiz entendeu que o júri não possui capacidade técnica para
entender o que se entende por motivo torpe e que não há como afastá-lo da conduta do
acusado, sendo um absurdo reconhecer o privilégio no caso em análise. A redução pela
tentativa foi aplicada em 1/3, sendo, assim, fixada a pena em 8 anos. O regime mantido
continuou sendo o fechado, visto tratar-se o homicídio qualificado, ainda que na forma
tentada, de crime hediondo.
Embargos de Declaração
Comentários: Os embargos servem para, como já dito, sanar vício contido na sentença
ou no acórdão. A tese a ser defendida limita-se, portanto, à elucidação daquilo que não
ficou claro, e nada mais. Por esse motivo, a chance de cair na segunda fase da OAB ou
em alguma prova da instituição é mínima, pois apostamos em peças que comportam
várias teses ao mesmo tempo.
“A”, já qualificado nos autos do processo criminal em epígrafe, por seu advogado
devidamente constituído, nos autos da ação penal que lhe move o Ministério Público, não
se conformando, “data vênia”, com a respeitável sentença condenatória, vem, à presença
de Vossa Excelência, opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, com fulcro no artigo 382
do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
Como já há um processo em trâmite, não há motivo para qualificar o réu novamente.
Por esse motivo, o Ministério Público, em sua peça acusatória, atribuiu ao réu a
conduta prevista no artigo 155, “caput”, do Código Penal, inexistindo causas de aumento
de pena ou circunstâncias agravantes.
II. DO DIREITO
“Ex positis”, requer seja conhecido e provido o presente recurso, para que se
corrija a contradição acima relatada, aplicando-se ao embargante a pena mínima prevista
no artigo 155 do Código Penal, como medida de mais lídima justiça.
local, data.
Advogado,
OAB
O recurso em sentido estrito, como regra, não tem efeito suspensivo, exceto no
caso de perda da fiança e denegação da apelação ou declaração de sua deserção. Deve ser
julgado pelo tribunal (órgão colegiado), salvo quando se tratar de inclusão ou exclusão
de jurado, quando a decisão caberá ao presidente do Tribunal de Justiça ou ao Presidente
do TRF (crimes de alçada federal).
Insta consignar, ainda, que o RESE provoca o efeito regressivo, ou seja, possibilita
que o juiz, conhecidas as razões e contrarrazões das partes, possa retratar-se antes de
provocar a subida dos autos, modificando sua decisão. Se o juiz modificar sua decisão, a
outra parte inconformada com a reforma, poderá pedir a subida dos autos (ou do traslado)
ao tribunal, como se fosse recurso interposto, servindo as contrarrazões que apresentou
como suas razões recursais.
modelo
Felizberto Aquino foi pronunciado por homicídio qualificado pelo motivo fútil e
recurso que impossibilitou a defesa da vítima, Geraldino Galdino, crime ocorrido em 01
de junho de 2001. Nesta data, Felizberto estava prestes a completar sua segunda década
de vida.
Autos nº
requerendo, após o exercício de admissibilidade do presente recurso e das razões que que
lhe acompanham, possa haver o juízo de retratação, a fim de que seja modificada a decisão
que pronunciou o acusado, operando-se a despronúncia. (Em se tratando de RESE,
quando há ausência de indícios de autoria ou de materialidade do crime, a defesa pugna
pela IMPRONÚNCIA do acusado, nos moldes do art. 414 do CPP. A impronúncia é uma
decisão com força de definitiva, não fazendo coisa julgada material, somente formal. Não
se deve requerer a absolvição por falta de provas em sede de RESE, mas sim, a
impronúncia, que serve como uma “absolvição indireta”, tendo em vista que os autos
serão arquivados, só podendo haver o desarquivamento do processo se houverem novas
provas – art. 414, parágrafo único, CPP. Em sede de RESE, pode-se requerer a absolvição
sumária do acusado nos moldes do 415; pode-se requerer a impronúncia, que é o
arquivamento dos autos por ausência de indícios de autoria ou materialidade; pode-se
requerer a desclassificação do delito, nos moldes do art. 419 do CPP; pode-se requerer,
também, o afastamento da qualificadora quando o entendimento do juízo se pautar pela
pronúncia e esta se der por um crime doloso contra a vida, acompanhado de uma
qualificadora) Não sendo este o entendimento de Vossa Excelência, pugna a defesa pelo
regular processamento do recurso, remetendo-o ao Egrégio Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e Territórios para regular processamento do feito.
Pede Deferimento.
Brasília, 17 de novembro de 2011. (Atenção para o prazo de 05 dias!! Se o último dia cair
em dia não útil, prorroga-se a data para o próximo dia útil subsequente. Caso se trate
somente de razões o prazo são dois dias e não se confecciona o termo de interposição).
Advogado
OAB.
Ínclitos Julgadores,
Colendo Tribunal!
I – DA ADMISSIBILIDADE DO RECURSO
O recorrente foi pronunciado como incurso nas penas do art. 121, §2º, II e IV, do
Código Penal, porque no dia 01 de junho de 2001, em uma ponte próxima da BR 120, por
volta das 23:00 hs, teria empurrado a vítima Geraldo Galdino da ponte, fazendo com que
a mesma caísse no leito de um rio, desaparecendo nas águas.
Ocorre, Excelências, que o diploma penal em comento determinou em seu art. 115
que quando o autor do fato delituoso for menor de 21 anos na data do ocorrido, o prazo
prescricional é reduzido pela metade, in verbis:
III - DO DIREITO
Em momento algum o réu nega que tenha entrado em luta corporal com a suposta
vítima e, em face disso, ter essa última caído nas águas do rio. O próprio recorrente,
ofertando mostras de sua sinceridade, desde a fase policial, admitiu esse fato. Entretanto,
afirmou claramente ter agido em legítima defesa, tendo em vista que a vítima veio em sua
direção com uma faca, a fim de intimidá-lo para não cobrar mais a dívida que tinha para
com o recorrente, sem contar o golpe dado nas costas do recorrente, pela suposta vítima.
Tal fato não foi satisfatoriamente considerado pelo julgador a quo.
Tal cena foi presenciada pela testemunha fulana de tal (fls., dos autos), que
confirma integralmente a versão dada pelo réu. O ato de violência perpetrado pelo
acusado foi a única forma de se defender da injusta agressão efetivada pela vítima. O
chute foi proporcional e moderado no que concerne à faca de que dispunha a vítima para
afrontar a integridade física do ora recorrente. Comprovada, sem sobra de dúvidas, a
legítima defesa, caso realmente a vítima tenha morrido em decorrência da queda, somente
para argumentar, deveria o réu ter sido absolvido sumariamente nos termos do art. 415,
IV, do Código de Processo Penal, fato que a defesa vem novamente pleitear em sede de
recurso.
Se houve a morte da vítima, foi por conta da queda inesperada no rio e não por
conta do chute dado pelo recorrente a fim de se defender. O recorrente não tinha a
intenção de derrubar a vítima no rio e nem tinha conhecimento acerca do fato de ela saber
ou não nadar, situação que torna inválida qualquer imputação de dolo por parte do
acusado em querer ceifar a vida da vítima. Com um chute, a lesão era inevitável, mas a
morte foi uma consequencia do ato anterior.
Por derradeiro, ainda somente por argumentar, caso seja do entendimento deste
Tribunal a mantença da pronúncia, é de rigor o afastamento das qualificadoras.
Não houve motivo fútil, pois este não se configura quando há discussão e agressão
física entre réu e vítima no momento dos fatos. Tal situação pode ser atestada pela melhor
doutrina pátria e pelo entendimento uníssino dos tribunais brasileiros, inclusive deste
Egrégio TJDFT, in verbis:
PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. TENTATIVA DE
HOMICÍDIO QUALIFICADO. MOTIVO FÚTIL. RECURSO QUE
DIFICULTOU A DEFESA DA VÍTIMA. MATERIALIDADE
COMPROVADA. INDÍCIOS DE AUTORIA SUFICIENTES. PEDIDO
PARA QUE O RÉU FOSSE IMPRONUNCIADO. TESE DEFENSIVA
DE EXCLUSÃO DAS QUALIFICADORAS. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO.
1. Somente haverá impronuncia do réu quando inexistentes ou
insuficientes os indícios de autoria e materialidade, todavia,
não é caso do autos, quando os indícios são suficientes a
comprová-los.
2. Não haverá motivo fútil, pois este não permanece, se houver
agressão física anterior da vítima para com o acusado.
3. A qualificadora referente a recurso que torne impossível ou
dificulte a defesa da vítima também é manifestamente
improcedente, pois no caso dos autos os tiros não foram dados
à traição, emboscada, ao contrário, houve briga anterior,
inclusive com ameaça de morte
4. Recurso parcialmente provido, para afastar as
qualificadoras, pois manifestamente contrária à prova dos
autos (20070510016107RSE, Relator SILVÂNIO BARBOSA
DOS SANTOS, 2ª Turma Criminal, julgado em 25/03/2010, DJ
05/05/2010 p. 180). (Grifamos).
IV – DO PEDIDO
Por todo o exposto, conclui-se que a ação penal não deve prosseguir, tendo em
vista a extinção da punibilidade do agente operada pela prescrição nos termos do art. 107,
IV, e 109, I, c/c 115, ambos do CPB.
Entendendo este juízo ter havido um delito, que não crime doloso contra a vida,
que haja a desclassificação do delito para crime diverso do da competência do tribunal do
júri, havendo remessa dos autos ao juízo competente nos moldes do art. 419 do CPP.
Pede Deferimento.
Brasília, 17 de novembro de 2011 (5 dias!!! Este é o mesmo prazo do termo. Se o
réu já tiver manifestado seu desejo de recorrer, o prazo para somente as RAZÕES passa
a ser de 2 dias!!)
Advogado
OAB.
Revisão criminal
Hipóteses de cabimento:
Antes da análise do art. 621 do Código de Processo Penal, é preciso esclarecer que
a revisão criminal pode ser proposta para desconstituir sentenças tanto de juízes
singulares ou do Tribunal do Júri, bem como acórdãos proferidos pelos tribunais.
Pois bem, a revisão criminal pode ter como objeto uma sentença condenatória (ou
absolutória imprópria) ou acórdão condenatório (ou absolutório impróprio).
A revisão criminal é uma ação impugnativa (e não um recurso, mas ninguém vai
morrer se você chamá-la de recurso, essa é uma discussão muito mais doutrinária do que
prática) que visa a substituição de uma sentença por outra.
É uma Peça exclusiva da defesa, e não pode piorar a situação do condenado (art.
626), não tem prazo preclusivo e pode ser apresentada quantas vezes forem possíveis (ou
seja, vale protocolar a qualquer momento até depois do cumprimento final da sentença,
contando que cada nova revisão tenha por fundamento provas novas).
São legítimos para propor a ação o réu, o procurador legalmente habilitado ou, no
caso de morte do réu, o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 623) contra toda
e qualquer sentença condenatória (inclusive das sentenças decorrentes do tribunal do júri).
Isso porque, além da absolvição ou diminuição da pena, é possível pedir indenização por
erro judicial (art. 630).
Grande parte da doutrina entende não estar o Ministério Público legitimado à ação
de revisão. Nesse sentido, Aury Lopes Júnior (2011, pp. 621-622) argumenta:
(...) pensamos ser uma patologia processual. (...) Não vislumbramos como possa
uma parte artificialmente criada para ser o contraditor natural do sujeito passivo (...), ter
legitimidade para a ação de revisão criminal, a favor do réu, para desconstituir uma
sentença penal condenatória que somente se produziu porque houve uma acusação
(levada a cabo pelo mesmo Ministério Público, uno e indivisível). Não é necessário maior
esforço para ver a manifesta ilegitimidade do Ministério Público. Ainda que se argumente
em torno da miserável condição econômica do réu, nada justifica.
Em suma, o que prevalece é que o Ministério Público não é parte legítima para
requerer a revisão criminal. Poderá impetrar habeas corpus. Revisão, não. Isso porque,
não se deve “sacrificar o sistema acusatório e a própria estrutura dialética do processo,
legitimando que o acusador o defenda...” (LOPES JÚNIOR, 2011, p. 622).
recurso especial, dos Tribunais Militares em crimes militares, dos Tribunais Eleitorais em
crimes de sua competência e dos TJ’s (competência estadual) ou TRF’s (competência
federal) em todos os outros casos.
Mesmo que a sentença transitada em julgado não tenha sido apreciada pela 2ª
instância antes do trânsito em julgado, a competência da revisão nunca será do juiz
singular, razão pela qual denominam a revisão criminal como recurso. Entretanto, a ação
não deve ser usada como se recurso fosse, isto é, não é cabível revisão criminal para dar
nova interpretação aos fatos e às provas contidas no processo, nem para, simplesmente,
reajustar a pena. Ela é instrumento de correção de erro e não um outro recurso para que o
réu consiga atenuar a sua anterior condenação. Se por ventura o juiz ou tribunal deixou
de apreciar uma prova essencial e, por isso, condenou o réu, a revisão é adequada. Caso
o juiz ou tribunal não tenha tido conhecimento de uma prova inédita, a revisão criminal é
o meio correto para combater a decisão condenatória, tudo em nome do princípio da busca
pela verdade real.
A nova sentença não precisa se prender aos pedidos do revisionando e pode decidir
além deles caso beneficie o condenado. Caso seja anulado o processo, a nova sentença
não pode piorar a situação do réu. Ou seja, a nova sentença não pode ser pior do que a
que foi anulada.
MODELO
João da Silva foi condenado pelo juizo de Taguatinga a uma pena de 6 anos de
reclusão em regime fechado, pela pena do crime consubstanciado no art. 213 do CPB.
Novas provas inequívocas que podem absolver o condenado foram colacionadas após o
trânsito em julgado da decisão penal condenatória transitada em julgado, razão pela qual
é cabível ação de revisão criminal para se rediscutir a situação do réu, somente pelo lado
mais favorável.
RESOLUÇÃO DA PEÇA
REVISÃO CRIMINAL
fazendo-o com fulcro nos incisos II e III do art. 621, do Código de Processo Penal,
consoante as questões fáticas e jurídicas infra elencadas:
I - DOS FATOS
II - O DIREITO
Fundamenta-se este pedido de revisão no art. 621, inciso II, CPP, que prevê o
remédio jurídico quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos
comprovadamente falsos.
Outro fundamento para acolher este pedido está disposto no art. 621, inciso III,
CPP, que tem a seguinte dicção:
"III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de
inocência do condenado ou de circunstância que determine ou
autorize diminuição especial da pena".
III – DO PEDIDO
Nestes termos,
Pede Deferimento.
Advogado
OAB
Documentos:
1. Procuração.
2. Cópia integral dos autos nº XXXXX
3. Certidão de trânsito em julgado do processo que condenou o revisionando.
4. Autos da Justificação Judicial nº XXXXXX.
Marconildo Tavares foi acusado de ter cometido o crime insculpido no art. 121,
§2°, I, do Código penal, tendo em vista o fato de ter matado seu vizinho a facadas por ter
descoberto que o mesmo mantinha relacionamento secreto com sua esposa a vários anos.
Em que pese o corpo nunca ter sido encontrado, o juízo da vara do tribunal do júri da
cidade de São Paulo entendeu que existiam indícios suficientes de autoria, considerando
o entrevero existente entre as partes, bem como materialidade, pois na casa da vítima foi
encontrada uma faca com sangue, supostamente utilizada no crime, bem como impressões
digitais do acusado. Enviado para ser julgado pelo júri popular, utilizando-se do princípio
“in dubio pro societate”, Marcolino foi condenado em 25 de janeiro de 2012 a uma pena
de 12 anos e 6 meses a serem cumpridos em regime inicialmente fechado. Não houve
recurso da defesa e nem da acusação, mesmo diante da negativa incessante do acusado.
Carta Testemunhável:
CARTA TESTEMUNHÁVEL
II -DO DIREITO
Não obstante tal fato, as razões também foram oferecidas em momento oportuno,
qual seja XX de XX do ano de XXXX, ou seja, dois dias após a interposição do termo,
conforme preleciona o art. 588 do CPP.
Pelo exposto, requer seja o presente recurso recebido e apreciado pela Instância
Superior com o traslado das peças abaixo elencadas, nos moldes do art. 640 do Código
de Processo Penal para a respectiva formação da CARTA TESTEMUNHÁVEL.
Documentos indicados:
- certidão da r. decisão que não recebeu o recurso;
- certidão de tempestividade da interposição do recurso;
- certidão da decisão denegatória do recurso interposto;
- (outras peças se necessário).
(local e data)
Advogado
OAB
EMBARGOS INFRINGENTES
Na esfera penal, caberão embargos infringentes quando não for unânime a decisão
de segunda instância, desfavorável ao réu, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez)
dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613 do Código de Processo Penal
virgente (CPP).
Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de
divergência. Parágrafo único do artigo 609 do CPP.
É um recurso que somente pode ser interposto pela defesa.
Com certeza é o recurso que as pessoas mais rezam pra cair na segunda fase da
OAB. E por que? Porque o advogado não precisa mexer um dedo, um dos
desembargadores já fez todo o trabalho por ele...
Previsto no art. 609, do CPP, os Embargos Infringentes e os Embargos de
Nulidade (o primeiro é quando a discussão for material e o segundo quando for
processual) cabem quando um acórdão (de RESE, Apelação ou Agravo em Execução) é
vencido por maioria e só podem ser relativos ao conteúdo que for objeto da discordância
(assim, se um desembargador decide XYZ e outro AYZ, só se pode confrontar X com A,
uma vez que os pontos Y e Z são pacíficos).
Estes Embargos só podem ser interpostos em favor do réu, pois, no processo penal,
a pena injusta é muito mais grave para ele (pois um inocente pode estar indo para a prisão).
Assim, qualquer dúvida deve ser totalmente dirimida antes de se condenar alguém. A
dúvida deve resultar em absolvição e não o contrário.
O prazo de interposição é de 10 dias, contados da publicação do acórdão recorrido,
já acompanhado das razões, e os Embargos são julgados pela própria câmara que havia
julgado o acórdão. Os embargos tem efeitos suspensivo e devolutivo somente sobre
aqueles pontos controvertidos (assim, se você não recorrer, entrar com um RESP p. ex.,
do resto não controvertido do acórdão, tempestivamente, não adianta reclamar que havia
embargado outra parte dele, essa parte irá precluir).
Caso:
Apelação nº
Advogado
OAB.
Embargante: Vantuil
Embargado: Ministério Público
Apelação nº
Inconformado com o teor da decisão, houve por bem o ora embargante recorrer
da mesma, negando os fatos de modo geral e, especificamente, sua participação em
qualquer tipo de conduta que gerasse à vítima o aviltamento de sua liberdade para a
prática da conjunção carnal.
Sustenta, desta feita, os presentes embargos, o voto que com acerto identificou
flagrante ilegitimidade ad causam do parquet, que a causa exige a representação como
condição de procedibilidade.
II – DO DIREITO
III - DO PEDIDO:
Pede Deferimento.
Advogado
OAB
prática do crime insculpido no art. 155, caput, do Código Penal, haja vista o fato de ter se
apropriado de 2 barras de chocolate das lojas americanas do Samambaia Shopping em
15/02/01.
Agravo em Execução
Recurso cabível contra qualquer decisão do juiz da execução penal, o agravo está
previsto no artigo 197 da Lei de Execuções Penais – Lei. 7210/84. Como a LEP não
disciplina o rito desse recurso, e sendo ele uma “dissidência” do recurso em sentido
estrito, considera-se que o seu procedimento deve reger-se conforme estabelece o artigo
581 e seguintes do Código de Processo Penal (05 dias para interposição + 02 dias para
apresentação das razões. O prazo para interposição é determinado pela Súmula 700 do
STF).
Assim, sempre que uma decisão do juiz de execução criminal causar prejuízo a
uma das partes da relação processual, o recurso de agravo é a alternativa disponível, para
fins de buscar a declaração da extinção da punibilidade; a unificação das penas; a
progressão de regime ou a detração ou remição da pena (ver artigo 66 e incisos da LEP).
Caso: Vantuil foi condenado pelo crime de homicidio a pena de 12 anos a serem
cumpridos em regime inicialmente fechado. A sentença transitou em julgado em 12 de
maio de 2009. Tendo cumprido pouco mais de 2 anos de sua pena no presídio conhecido
por papuda, bem como tendo tido bom comprtamento carcerário devidamente atestado
pelo Diretor do presídio, Vantuil, através de seu advogado constituído, peticionou ao
Juizo da VEP, requerendo a progressão de seu regime. Entretanto, o Magistrado, após
regular oitiva do MP que se manifestou desfavoravelmente ao feito, alegando que o crime
cometido possui pena exacerbada, fato que determina o cumprimento de um prazo maior,
proferiu a seguinte decisão:
“Indefiro o pedido formulado pelo apenado conforme as manifestações esposadas pelo
MP. PRI”.
A decisão foi publicada no dia 12 de maio de 2011, uma segunda-feira.
Como advogado redija a peça processual cabível, se atentando para o último dia de
prazo.
Autos nº
AGRAVO EM EXECUÇÃO
Pede Deferimento.
Brasília, 17 de maio de 2011. (Atenção para o prazo de 05 dias!! Se o último dia cair em
dia não útil, prorroga-se a data para o próximo dia útil subsequente).
Advogado/OAB.
Agravante: Vantuil
Agravado: Ministério Público do DF
Autos nº 2011.01.1.04444-4
Execução Penal
Ínclitos Julgadores,
Colendo Tribunal!
III - DO DIREITO
Fundamentar o pedido com base no art. 112 da Lei 7.210/84, bem como no art.
93, IX, do CPP. Falar também do art. 112, §1º, da citada Lei.
IV – DO PEDIDO
Requerer o conhecimento e provimento do presente agravo em execução para, no
mérito, reformar a decisão vergastada, a fim de ...
Pede Deferimento.
Brasília, 17 de novembro de 2011. (Se forem somente razões, o prazo é de 02
dias!!)
Advogado/OAB.
Fundamentação
O Recurso Ordinário Constitucional está fundamentado nos artigos 102, inciso II,
alínea "a" e 105, inciso II, alínea "a", da CF, o qual deverá ser interposto no prazo de 5
dias, a contar da intimação, contra decisão denegatória de Habeas Corpus em 2ª instância.
Processamento
A competência será do STJ (art. 105, II "a" CF) no caso de "Habeas Corpus"
denegado em 2ª instância, ou seja, denegado pelo TJ ou TRF e será ao STF (art.102, II
"a" CF) no caso de matéria constitucional ou "Habeas Corpus" denegado em única
instância no STJ.
Modelo da Peça
nestes termos, apresentando desde já, suas razões, postulando-se, desta feita, que sejam
as mesmas recebidas e encaminhadas ao Egrégio Superior Tribunal de Justiça.
Nesses Termos
Pede Deferimento.
Loca e Data
Advogado
OAB
PACIENTE: _____
"HABEAS CORPUS" Nº.: _____
Colenda Câmara
Ínclitos julgadores
Douta Procuradoria de Justiça
I - DOS FATOS
II - DO DIREITO
DO PEDIDO
Loca e Data
Advogado
OAB
levando-o a óbito. Kamillo havia tentado empreender fuga do local pelo estado de choque
em que ficou ao matar uma pessoa, mas foi preso em flagrante por um policial que
presenciou o ocorrido. No ato da prisão, foi coletada uma câmera que estava afixada num
poste e que gravou toda a dinâmica do evento delituoso.
Recurso Especial
Já o procedimento que deve ser seguido você encontra nos arts. 26 a 29 da lei
8.038/90.
DA ADMISSIBILIDADE
- que o órgão prolator do mencionado decisório seja Tribunal Regional federal, Tribunal
de Estado, do Distrito Federal ou de Território;
QUESTÃO FEDERAL
Nas letras "a", "b" e "c" do inciso III do artigo 105 estão instas as questões federais :
2 - julgar válida Lei ou ato de governo local contestado em face de Lei federal.
3 – der a Lei Federal interpretação divergente da que haja atribuído outro tribunal.
INTERPRETAÇÃO DIVERGENTE.
Se faz necessário que o ato decisório divergente seja de outro Tribunal que não o
de cujo acórdão se esta recorrendo e que o dissenso verse sobre tese jurídica. Aqui, deve-
se colacionar a íntegra do acórdão paradigma e indicar a fonte oficial de sua retirada.
EFEITOS
Resumão Sintético:
Pressupostos Preliminares
• O especial é admissível para questões meritórias e para questões processuais, desde que
não estejam preclusas – Não é apenas dos acórdãos que examinam o mérito que alimenta
especial, mas também daqueles que acolhem questões de error in procedendo, ou seja,
quando não examinam o mérito, mas violam normas processuais.
• Que a matéria devolvida seja de direito – A má-apreciação da prova ou dos fatos restam
sepultados na instância ordinária.
Pressupostos Constitucionais
• Decisão contrária a tratado ou lei federal, ou que negar-lhes a vigência – Nos dois casos,
cumpre trazer à baila, a norma contrariada ou declarada revogada, pode ser material ou
processual, inclusive regulamentar.
• Decisão que julgar válida lei ou ato de governo local (estadual ou municipal) contestado
em face de lei federal – O caso ocorre quando se aplica a norma local, desprezando-se a
lei federal.
• Interpretação dada a lei federal divergente deste ou do que foi dado por outro tribunal
– Aqui o acórdão confrontado ou paradigma tem que ser, necessariamente, de outro
tribunal, jamais do mesmo, ainda que de outra Turma ou Câmara. Insuficiente, para tanto,
a mera transcrição de ementas que, por não integrarem o acórdão, podem não retratar com
fidelidade a decisão ementada.
Efeito
DICAS DO MÊS
Não se admite Recurso Especial da decisão colegiada proferida em apelação nos Juizados
Especiais de pequenas causas.
Prazo – Deverá ser interposto no prazo de 15 dias, que começa a fluir sempre da
publicação das conclusões da decisão recorrida (art. 506, III, CPC);
Preparo – A peça recursal deve vir acompanhada do preparo (art. 511, CPC);
Sobrestamento – Caso haja sido interposto contra a parte não unânime recurso de
embargos infringentes, e especial contra parte unânime, o processamento deste, o recurso
ficará sobrestado até que se extinga o dos embargos infringentes (art. 498, CPC);
Subida dos autos – Se ambos os agravos forem admitidos, os autos subirão primeiramente
para o STJ, para julgamento especial, e, após, para o STF, para julgamento do
extraordinário – caso este não esteja prejudicado;
Subida do recurso no STJ – O Recurso Especial sobe ao STJ nos próprios autos do
processo. Se tiver sido, também, apresentado extraordinário, remetem-se os autos, de
início, ao STJ, e, só depois de julgado é que os autos subirão ao STF, desde que não esteja
prejudicado o extraordinário (art. 543, CPC);
Esqueleto:
APELAÇÃO Nº
ACÓRDÃO Nº DA ͣ CÂMARA CRIMINAL
RELATOR: DESEMBARGADOR:
RECORRENTE:
RECORRIDO:
RECURSO ESPECIAL
Advogado
OAB
Recorrente:
Recorrido:
O recorrente foi condenado em primeira instância, como incurso nas penas do art.
129, § 1º, I, do Código Penal brasileiro, em razão da agressão que vitimara o Sr. Fialho
Faustino no dia 15/05/2009, nesta cidade. Fora imposta ao RECORRENTE, por
conseguinte, a pena final de 3 anos e 6 meses de reclusão, conforme sentença de fls .
Contudo, os embargos de declaração foram rejeitados pelo MM. Juiz, que reiterou
sua posição quanto à aplicação da pena.
Ora, o art. 129, § 4º do Código Penal constitui uma causa especial de diminuição
de pena, que autoriza o juiz, na terceira fase da dosimetria da sanção, diminuir a pena até
então obtida de um sexto a um terço. A providência é claramente benéfica ao réu. Vale
frisar que as causas de diminuição têm o condão de, inclusive, levar o quantum da pena a
patamar aquém do mínimo fixado in abstrato, conforme tranqüilo entendimento
jurisprudencial hoje consolidado.
IV - DO PEDIDO
Termos que
Pede deferimento.
Advogado
OAB
Marilurdes Creuza foi presa em flagrante delito pelo crime de roubo a mão armada
em concurso de agentes, pois em 15 de maio de 2012, a acusada teria sido pega na casa
de Timbalanga Monita, chefe de uma quadrilha que aterrorizava a cidade da Estrutural e
do Guará, logo após o roubo de um carro e outros objetos de vítimas que frequentavam
bares e casas noturnos dos mencionados lugares. Os objetos do crime foram encontrados
na casa de Timbalanga.
O Recurso Extraordinário
face da lei federal. Ou seja, o STF, quando julga o REXT, não examina provas ou questões
de fato, apenas faz a análise constitucional da decisão recorrida (Súmula 279 do STF).
Ainda de acordo com o art. 102, é necessário que se demonstre a repercussão geral
das questões constitucionais. O que significa que é necessário provar que a matéria
ventilada tem relevância em outros casos que não só aquele objeto do recurso.
A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 102, III, normatiza que compete ao
STF julgar mediante Recurso extraordinário as causas decididas em única ou última
instância quando a decisão recorrida:
Julgar válida lei ou ato do governo local contestado em face desta constituição.
ADMISSIBILIDADE.
A palavra causa, deve ser entendida em sentido amplo, abrangendo todo processo
em que haja uma prestação jurisdicional.
A norma condiciona, ainda que a decisão seja prolatada por outros órgãos,
finalmente e necessário que a questão seja constitucional.
PROCEDIBILIDADE
Em caso do presidente inadmitir o remédio extremo, caberá contra este ato o Agravo
Regimental ao STF.
EFEITOS
Insta consignar que Cabe Recurso Extraordinário dos julgamentos dos Juizados
Especiais Criminais, uma vez que o art. 102, III, da CF autoriza sua interposição das
causas decididas em única instância, independentemente de essa instância ser um tribunal
ou turma recursal, tal como a prevista no caput do art. 82 da Lei 9.099/95 – ao contrário
do que ocorre com o recurso especial (CF, art. 105, III).
Modelo:
SEU CLIENTE, por seu advogado ao final assinado, nos autos da apelação
criminal ________, vem, muito respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
interpor, dentro do prazo legal, o presente
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
ao Colendo Supremo Tribunal Federal, com fundamento no art. 102, inciso III, letra “a”,
da Constituição Federal e também com fundamento na Lei 8.038/90, visto que o
recorrente não se conforma, “data venia”, com o venerando Acórdão da apelação referida,
o qual negou-lhe o direito ao contraditório.
M a t e r ia l d e A p o ioEM
A defesa apresenta em anexo as razões do presente recurso.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
(local e data)
Advogado
OAB
II – DA REPERCUSSÃO JURÍDICA
(mencionar a repercussão geral – art. 102, §3º, CF)
III – DO DIREITO
(desenvolver argumentação jurídica, conforme exemplo abaixo)
Como se vê nos autos, Egrégia Turma, o ilustre magistrado “a quo” não observou
o preceito contido no art. 5º, LV, da Constituição Federal.
EPARATÓRIO PARA ORDEM
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,
e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
IV – DO PEDIDO
(local e data)
Advogado
OAB
Na segunda fase, estando o feito totalmente em ordem, o júri absolveu o réu por ausência
de materialidade, ante a ausência do corpo, tendo o MP recorrido à instancia superior
suplicando pela reforma do veredicto, tendo o tribunal reformado a decisão e condenado
o acusado, sob o argumento de que apesar da ausência do corpo, haviam vestígios
incriminadores que apontavam para a autoria do crime. A pena imposta foi de 12 anos em
regime incialmente fechado, tendo em vista o reconhecimento, pelo tribunal, da
qualificadora do meio cruel. Tal acórdão, que deu provimento ao apelo à unanimidade,
foi publicado no dia 13 de novembro de 2012, uma terça feira. Opostos embargos de
declaração, os mesmos foram conhecidos mas não providos.
Diante do exposto, apresente a medida processual cabível, se atentando para o ultimo dia
de prazo, bem como para as teses jurídicas cabíveis, sem inventar dados que não tenham
sido fornecidos no caso.
...............................................................................................
§2o .............................................…...........…………........
.............................................................................................
II - nos casos de execução provisória em que penda agravo perante o Supremo Tribunal Federal
ou o Superior Tribunal de Justiça (art. 544), salvo quando da dispensa possa manifestamente
resultar risco de grave dano, de difícil ou incerta reparação.
§ 3o Ao requerer a execução provisória, o exequente instruirá a petição com cópias autenticadas
das seguintes peças do processo, podendo o advogado declarar a autenticidade, sob sua
responsabilidade pessoal:
...................................................................................” (NR)
“Art. 544. Não admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá agravo
nos próprios autos, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 1o O agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido.
.............................................................................................
§ 3o O agravado será intimado, de imediato, para no prazo de 10 (dez) dias oferecer resposta.
Em seguida, os autos serão remetidos à superior instância, observando-se o disposto no art. 543
deste Código e, no que couber, na Lei no 11.672, de 8 de maio de 2008.
§ 4o No Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça, o julgamento do agravo
obedecerá ao disposto no respectivo regimento interno, podendo o relator:
I - não conhecer do agravo manifestamente inadmissível ou que não tenha atacado
especificamente os fundamentos da decisão agravada;
II - conhecer do agravo para:
a) negar-lhe provimento, se correta a decisão que não admitiu o recurso;
b) negar seguimento ao recurso manifestamente inadmissível, prejudicado ou em confronto com
súmula ou jurisprudência dominante no tribunal;
c) dar provimento ao recurso, se o acórdão recorrido estiver em confronto com súmula ou
jurisprudência dominante no tribunal.” (NR)
“Art. 545. Da decisão do relator que não conhecer do agravo, negar-lhe provimento ou decidir,
desde logo, o recurso não admitido na origem, caberá agravo, no prazo de 5 (cinco) dias, ao
órgão competente, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 557.” (NR)
“Art. 736. ....................................................................
Parágrafo único. Os embargos à execução serão distribuídos por dependência, autuados em
apartado e instruídos com cópias das peças processuais relevantes, que poderão ser declaradas
autênticas pelo advogado, sob sua responsabilidade pessoal.” (NR)
Modelo:
Advogado
OAB.
Agravante:
Agravado:
Origem:
I – DA TEMPESTIVIDADE
O recurso ora manuseado deve ser considerado como tempestivo, porquanto a data de
publicação que negou seguimento ao recurso especial é (Falar da tempestividade).
O agravante foi processado às iras do art. 155 (...) do Código Penal. Devidamente citado
foi interrogado, acompanhado de defensor público, conforme fls.
Conforme se visualiza às fls, APRESENTOU RESPOSTA À ACUSAÇÃO E
ARROLOU TESTEMUNHAS.
Falar aqui da instrução e do ato que deu ensejo ao recurso especial manuseado.
Falar aqui da divergência ou da negativa que dão embasamento ao agravo interposto.
Não haverá juízo de admissibilidade no Tribunal a quo, pelo que não se admite a
denegação do agravo, é o que se depreende do art. 3º da resolução nº 1 do STJ.
IV – DO PEDIDO
Advogado
OAB