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SEGURANÇA PRIVADA
E SEGURANÇA FISICA
01
Gestão em Segurança Pública e Privada
Introdução ao
Estudo da
Segurança
Privada
# Introdução
CAPÍTULOS
#1
Evolução histórica
#3
ENTENDO A LEGISLAÇÃO DO SEGMENTO
INTRODUÇÃO
Profissionais que atuam na segurança sabem que não existe mais lugar
para pessoas sem conhecimento avançado no assunto e utilizando
equipamentos e técnicas não profissionais, estão se conscientizando da
importância de se preparar para enfrentar os problemas impostos pela
falta da segurança pública, crescimento assustador da violência
urbana, pelos avanços tecnológicos e pelos diversos tipos de ilícitos e
crimes que podem afetar o pleno desenvolvimento de uma empresa.
CAPÍTULO 1
Evolução histórica:
Em 1852, devido às deficiências naturais do poder público, os
americanos Henry Wells e Willian Fargo, criaram a primeira empresa de
segurança privada do mundo a WELLFARGO. Essa empresa tinha
como objetivo, escoltar diligências de cargas ao longo do rio Mississipi.
Já em 1855, o detetive policial de Chicago, Allan Pinkerton, fundou a
PINKERTON´S, que fazia o serviço de proteção das estradas de ferro.
Na época, as instituições bancárias já estavam em pleno
desenvolvimento.
Em 1859, na cidade de Chicago, por Washington Perry Brink, a empresa
que levaria seu sobrenome inicia suas atividades como transportadora
de caixas e bagagens de homens de negócio, que viajavam para a
cidade em missões comerciais.
Em 1900 a Brink’s faz sua primeira entrega bancária – seis sacos de
dólares de prata – tornando-se com isso a primeira transportadora de
valores do Mundo.
Por seu caráter paramilitar, era sempre indicado um militar para gerir
esse negócio ou para supervisioná-lo. De igual forma, nos seus
quadros profissionais, o histórico militar dos seus empregados era um
dos requisitos elementares. Diferente da situação atual, onde não é
permitida a presença de militares ou policiais civis em seus quadros se
esses ainda estiverem na ativa.
CAPÍTULO 2
PRINCÍPIOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS DE
SEGURANÇA PATRIMONIAL
Segurança:
É a percepção que se tem quando do emprego de recursos humanos e tecnológicos,
capacitados e específicos, agregando ainda o estabelecimento de normas e procedimentos a
fim de proporcionar um estado de ausência de risco.
Segurança Patrimonial:
“É um conjunto de medidas, capazes de gerar um estado, no qual os interesses vitais de uma
empresa estejam livres de interferências e perturbações”
Conjunto de medidas:
A segurança patrimonial não depende apenas do departamento de segurança da
empresa, mas envolve todos os seus setores e todo o seu pessoal.
Estado:
significa uma coisa permanente. É diferente de uma situação, que é temporária.
Interesses vitais: Os interesses vitais de uma empresa não estão apenas em não ser
roubada ou incendiada. O mercado, os segredos, a estratégia de marketing,
pesquisas de novos produtos devem igualmente ser protegidos.
Instituto Maranatha Cursos 11
Gestão em Segurança Pública e Privada
Interferências e perturbações:
Nada deve impedir o curso normal da empresa. Deve-se prevenir não apenas contra
incêndios e assaltos, mas também contra espionagem, sequestros de empresários,
greves, sabotagem, chantagem, etc.
Grau de segurança:
Não existe segurança perfeita, total ou absoluta. O que existe é a segurança
satisfatória.
A segurança é satisfatória quando:
- É capaz de retardar ao máximo uma possibilidade de agressão;
- É capaz de desencadear forças – no menor espaço de tempo possível – capazes de
neutralizar a agressão verificada.
Segurança Empresarial:
É o conjunto otimizado dos meios humanos, técnicos e administrativos, a fim de
manter a empresa operando e cumprindo sua missão, ou seja, garantindo a
continuidade do negócio e a geração de lucro. Esse conjunto deve assegurar a
integridade física e moral do indivíduo, proteger o patrimônio, investigar, prevenir,
impedir e reprimir as ações de qualquer natureza que venham ameaçar ou dificultar o
pleno desenvolvimento das atividades do empreendimento, contribuindo desta forma
para a prevenção e a minimização de perdas.
Patrimônio:
São todos ativos que participam na produção de lucro do empreendimento, tais
como: Recursos Humanos (funcionários, terceiros, parceiros de negócio e clientes);
Intelectuais (informações, dados, documentos, políticas, imagem e reputação da
corporação) e Materiais (equipamentos, serviços).
Análise de Riscos:
É um processo de identificação e avaliação de cada ameaça, em relação à
probabilidade de ocorrência, a vulnerabilidade do objeto protegido contra a mesma e
o impacto sobre o lucro do empreendimento.
Risco:
É a probabilidade do patrimônio sujeitar-se a fatores (incidentes, vulnerabilidade
e ameaças) que venham colocar em perigo, gerar perda ou dano aos ativos,
comprometendo a continuidade das atividades da corporação,
consequentemente do lucro.
Sistema Ativo:
Meios Aplicados:
Compreende os Recursos Materiais utilizados na realização dos serviços relativos
a:
Comunicação: Meios que possibilitem o recebimento imediato de informações e
ordens.
São exemplos: Rádio Comunicadores ( H.T.); Bases fixas ou Móveis; e outros.
Controles:
Meios de registro das ações do sistema de segurança
São exemplos: Relógios Vigia; Ronda Eletrônica e outros
Sistema Passivo:
Compreendem os Recursos Tecnológicos distribuídos convenientemente pela
empresa, capazes de detectar qualquer anomalia existente enviando a informação
(sinal) a uma Central de Monitoramento para que as providências sejam tomadas
conforme o que ficar pré-estabelecido.
CAPÍTULO 3
LEGISLAÇÃO APLICADA AO
SEGMENTO
Todo Gestor de segurança deve
ter conhecimentos básicos de
legislação e dos direitos e
obrigações de cada cidadão, pois,
a todo o momento, estará
envolvido com eles em sua
atividade.
Os decretos, por sua vez, nem sempre esgotam a necessidade de regras para
aplicação das leis, e então podem surgir as resoluções, detalhando ainda mais a
matéria contida na lei, viabilizando sua aplicação em situações concretas,
contribuindo para que ela atinja suas metas. As resoluções podem ser editadas ao
nível federal por Ministros e nos níveis estadual e municipal por Secretários.
Em seguida temos portarias. A portaria pode ser editada por autoridades de
menor nível hierárquico, mas Ministros ou Secretários também podem providenciá-
las. No mesmo sentido, podem-se entender as instruções, que objetivam dar
diretrizes de aplicação de decisões de autoridades na busca de determinado
objetivo contido na lei.
É importante considerar que todas essas normas devem estar coerentes com a
Constituição e princípios gerais de direito, e devem ser coerentes umas com as
outras, sob pena de gerarem confusão, terem dificuldades de serem observadas,
isentarem aqueles que as descumprem, etc. Os princípios gerais de direito são
como normas não escritas, determinações valorativas que expressam uma ética
social.
Quando há uma contradição entre duas normas, deve-se aplicar alguma outra
norma, geralmente a Constituição, para saber qual delas prevalece.
Por exemplo, a Lei nº 8.213/91, em seu art. 93, obriga todas as empresas brasileiras a
admitir determinado número de deficientes físicos. No entanto, a Lei nº 7.102/83
afirma que as empresas de segurança só poderão ter vigilantes, que são a imensa
maioria de seus trabalhadores, com saúde física inatacável.
Nesse caso, pode-se apelar para o art. 2º, § 2º, da chamada Lei de Introdução ao
Código Civil (LICC), onde está disposto que “a norma especial derroga a geral”.
Ainda que não houvesse uma lei para solucionar o conflito, teríamos os princípios
gerais de direito, como, por exemplo, o da razoabilidade. Não é razoável exigir-se
que empresas da área contratem deficientes para zelar pela segurança de
pessoas físicas ou empresas. Assim, as multas aplicadas pelo
Poder Público às empresas privadas, por descumprimento da lei das cotas, pode
acabar sendo anuladas.
HISTÓRICO NORMATIVO:
Após alguns anos, foi publicada a Lei nº. 8.863, de 20/03/1994, que buscou definir as
atividades de segurança privada, prevendo o serviço orgânico de segurança, pelo
qual é facultado às empresas criar o seu próprio sistema de segurança.
Em seguida, foi editada a Lei nº. 9.017, de 30/03/1995, que, na parte em que alterou
as disposições normativas alusivas à área de segurança privada, atribuiu ao
Departamento de Polícia Federal a competência para fiscalizar os estabelecimentos
financeiros e as empresas de segurança privada, assim como previu a cobrança de
taxas, atualizou os valores referentes a taxas e estabeleceu parâmetros para o
capital social mínimo das empresas e o transporte de numerário.
A Lei n° 7.102/83 foi regulamentada pelo Decreto n.º 89.056, de 24/11/1983, que, por
sua vez, foi atualizado pelo Decreto n.º 1.592, de 10/08/1995.
Entendendo a legislação:
Segurança Orgânica
Escola de Formação
Segurança Privada
Esta atividade, é a mais conhecida da sociedade brasileira e que tem dado mostra de
sua abrangência e crescimento, com um número expressivo de empresas autorizadas
pelo DPF, com base na Lei 7102/83 e demais legislação e que tem se modernizado
pelas outras atividades, como a Segurança Eletrônica, Pessoal, Transporte de Valores,
Documentos, Especial, Eventos, Orgânica, Escoltas e Escolas de Formação.
Art. 10 da Lei 7102/83 alterada pela Lei 8863/94 e, dentre outras, no Título I - Capítulo I
da Portaria 992/95.
Art. 2° - O Sistema de segurança privada inclui, dentre outros requisitos contidos nesta
portaria, pessoal adequadamente preparado, assim designado vigilante.
Art. 3° - O funcionamento das empresas especializadas em segurança privada será
regido pelas disposições da Lei nº 7102, de 20.06.83, do Decreto ng 89056, de 24.11.83,
da Lei nº 9017, de 30.03.95, do Decreto ng 1592, de 10.08.95, e por esta portaria.
§ Único O funcionamento a que se refere este artigo dependerá de autorização a ser
revista anualmente.
Escolta Armada
Art. 41 - Escolta Armada, para efeito desta portaria, é o serviço executado por
empresa especializada em vigilância e transporte de valores, no auxílio operacional
ao transporte de valores ou carga valiosas.
Art. 42 - A escolta armada será executada com veículos comuns, guarnição formada
por pessoal adequadamente preparado para esse fim, uniformizado e armado.
Paragráfo Único - Os veículos comuns a que se refere este artigo poderão ser
arrendados ou locados, desde que suas condições atendam ao disposto no artigo
43 desta portaria.
Transporte de valores
Art. 4° e 5° da Lei 7102/83 alterada pela Lei 9017/95 - Art. 14°.
Art. 4° O Transporte de Numerário em montante superior a 20000 Unidades Fiscais de
Referência - UFIR, para suprimento ou recolhimento do movimento diário dos
estabelecimentos financeiros será obrigatoriamente efetuado em veículo especial da
própria instituição ou de empresa especializada.
Art. 5° O transporte de numerário entre 7000 e 20000 UFIR poderá ser efetuado em
veículo comum com a presença de dois vigilantes.
Vigilante
Notas:
1) Não existe na legislação pesquisada especificamente/restrição quanto ao sexo do
vigilante;
2) Guarda Municipal e Guarda Noturno - vide decreto n° 50301 de 02.09.68 não
pertinente aos serviços de vigilância e segurança patrimonial.
3) Porteiros: Assunto deve ser tratado a parte.
V
. igilância ostensiva
DECRETO N° 89056, 24.11.83
Art. 5° Vigilância Ostensiva, para os efeitos deste regulamento, consiste em
atividade exercida no interior dos estabelecimentos e em transporte de valores, por
pessoas uniformizadas e adequadamente preparadas para impedir ou inibir ação
criminosa
Guia de Transporte
Documentos/Requisitos necessários
Como obter?
Entregar o requerimento à Polícia Federal juntamente com os documentos.
Atenção!
Somente será necessária a guia de transporte de coletes quando forem
encaminhados para destruição ou quando se tratar de aquisição de coletes de outra
empresa de segurança privada.
Prazo Médio 30 dias
É o documento válido por 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período, que autoriza a
empresa a adquirir coletes balísticos.
Documentos/Requisitos necessários
Requerimento especificando quantidade e nível de proteção
Relação dos coletes à prova de balas que possui
Relação atualizada dos vigilantes
Como obter?
O processo de Autorização para Aquisição de Coletes Balísticos ainda não foi
incorporado ao sistema GESP. O requerimento deve ser apresentado junto à unidade da
Polícia Federal mais próxima.
DAS PUNIÇÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
Segurança
Física
Índice
1.0 - Introdução
A atividade desenvolvida pelo homem visando proteger sua vida, a vida de seus familiares e seu
patrimônio não é nova. Para não sofrer o dano o ser humano criou com sua inteligência elementos de
proteção e defesa. Antes as cidades eram cercadas por muralhas e os castelos por fossos ou construídos
em locais de difícil acesso. Com o tempo foram organizadas guarnições compostas por seres humanos
para a segurança da comunidade. Os elementos de proteção e defesa foram se diversificando e
acompanhando a evolução da sociedade e hoje em dia a gama de opções para a defesa do patrimônio e
da vida é imensa.
Com a diversidade de técnicas e de elementos de proteção por fim surgiu a sua utilização organizada e
de forma profissional.
2.1 - Princípios
Há certo número de conceitos que possuem valor empírico e que devem ser aplicados com intensidades
diferentes de acordo com cada situação. Delinearam 14 conceitos de segurança, calcados na visão
feudal dos castelos europeus medievais, os quais tinham barreiras sucessivas de proteção em torno do
seu ponto mais valioso, a torre principal.
1° - Um sistema de segurança compreende um conjunto de medidas que se sobrepõem.
Qualquer subsistema de segurança examinado isoladamente será considerado falho. Não há uma
segurança perfeita. O agressor sempre poderá encontrar uma falha, seja ela causada por negligência,
esquecimento, hábito, vício ou circunstâncias. Se outras medidas de segurança estiverem ativas e
sobrepondo-se à primeira, haverá menor possibilidade de sucesso do agressor.
2° - A importância de um sistema de segurança é função das ameaças que pesam sobre o que ele
protege.
Ao se planejar um sistema de segurança deve-se considerar o valor do que ele se propõe a proteger.
Um custoso sistema de segurança protegendo algo de valor (material ou simbólico) bem menor não
tem sentido prático.
3° - A fraqueza de um sistema de segurança mede-se por seu ponto mais fraco.
Sempre haverá pontos mais fracos em um sistema defensivo, e eles definem o sistema como um todo.
Sendo assim, ao se planejar um sistema de segurança ou examinar um já existente, os seus pontos mais
fracos devem ser levantados e deverão receber a maior parte da atenção do planejador. Um modo de
identificá-los consiste em tomarmos o lugar do agressor e imaginarmos como ele agiria. Identificando
os pontos mais fracos, podemos então criar outras medidas de segurança que se sobreponham à
primeira, de forma a suprir eventuais falhas.
4° - Um sistema de segurança deve reduzir ao máximo a demora de intervenção da defesa e
retardar ao máximo a possibilidade de agressão.
Segundo os autores, “...quanto mais rápida for a intervenção quando de uma agressão, mais fácil será
controlá-la e reduzir seu dano...”.
A chave da defesa reside na rapidez da reação do serviço de segurança interna quando de uma agressão.
Seguindo a idéia medieval de barreiras sucessivas para proteção, os sistemas de segurança devem
buscar o retardo da ação do agressor, para que aumentem as possibilidades de ser barrado antes de
chegar ao seu objetivo, o torreão central.
5° - O acesso às informações sigilosas é limitado unicamente às pessoas que têm
Um segredo deixa de ser segredo quando um potencial agressor toma conhecimento de que há um
segredo, sendo atraído apenas por esse conhecimento. Deve-se, portanto, manter segredo de tudo que
protege um segredo, de forma que outros não saibam nem mesmo que existe algo sendo protegido. Esse
interessante conceito estabelece que a primeira opção da segurança será sempre não fazê-la de forma
ostensiva para que agressores não saibam que algo está sendo protegido, o que significa que a primeira
opção do profissional de segurança deve ser sempre atuar na área da segurança da informação, que por
natureza é não-ostensiva. A segurança ostensiva, da qual a segurança física é parte, é sempre uma
segunda opção e, mesmo esta, se deve buscar minimizar a aparência agressiva das barreiras aplicando-
se primeiramente, por exemplo, a teoria de CPTED, que será vista mais adiante. Exceções à regra são
os casos em que pela própria natureza da atividade, não há como esconder a existência de algo valioso.
Exemplificando, caso um profissional de segurança seja chamado para garantir a proteção de algo esteja
sendo criado na empresa, a primeira opção é sempre protegê-lo pelo segredo.
10°- Todo sistema de segurança deve comportar, no mínimo, um elemento de surpresa para o
agressor.
Esse conceito complementa o 4º . Guardando-se o segredo de parte das defesas, o agressor será
surpreendido por fatores desconhecidos e inesperados. As surpresas mais eficientes são aquelas que
causam nervosismo, que fazem o agressor hesitar e perder tempo. Por exemplo, pode-se ostentar rondas
de vigilantes e cães junto ao perímetro defensivo, como forma de desencorajar possíveis agressores.
Mas pode-se fazer segredo sobre um segundo sistema mais interiorizado de sensores de intrusão, que
acionarão sirenes se ultrapassados e que causarão susto e hesitação ao agressor que tenha se planejado
para passar apenas por vigias e cães. Como será visto mais adiante, esse conceito de elemento surpresa
se aplica bem à segurança eletrônica.
11°- As medidas de segurança jamais devem atrapalhar a marcha da empresa.
Conforme o 1º conceito, não há proteção total. Mas é possível conseguir-se altos graus de proteção com
medidas que se sobreponham. Porém, se tais medidas se tornam um entrave para o trabalho das pessoas,
estas se sentirão saturadas e haverá a tendência de negligenciar a segurança, o que trará prejuízos à
empresa. Esse é, como foi visto, o segundo conceito que se refere à RH.
12°- A segurança deve ser compreendida, admitida e aprovada por todos.
Ao contrário do senso geral, a segurança não é encargo apenas de especialistas. Para ser eficaz, deve
contar com a cooperação de todos, pois é função do empenho e discrição de cada um individualmente
e interage com o trabalho cotidiano. Esse conceito estabelece a importância do
Classificação
Geral
Mecânicos
Os meios humanos são os denominados vigilantes. São caros em comparação com outros elementos de
segurança e por isso já há algum tempo vem ocorrendo a gradual substituição de parte dos recursos
humanos utilizados por equipamentos.
Atualmente são utilizados principalmente cães de guarda treinados para o serviço de vigilância. Eles
representam uma das formas mais econômicas de proteção física pois um vigilante e um cão de guarda
treinado podem substituir entre cinco e dez postos de vigilância, especialmente em locais espaçosos.
Dentro da área tecnológica se encontram enquadrados os chamados Meios Técnicos de Segurança, que
são todos os materiais, dispositivos e sistemas que podemos empregar ou implementar especificamente
para a prevenção e proteção contra riscos e ameaças. Como a denominação abrange uma série extensa
de artefatos inanimados, os autores dividem-na normalmente em meios eletrônicos e meios mecânicos.
Meios eletrônicos são materiais, elementos, dispositivos e sistemas que utilizam as propriedades da
elétrica ou da eletrônica – ou ambas – para prover proteção. Já meios mecânicos são materiais,
elementos, dispositivos e sistemas que utilizam as propriedades da mecânica para prover proteção.
As defesas passivas são aquelas estáticas, que permanecem constantes haja ou não agressão. Um muro,
por exemplo, estará sempre lá, haja risco ou não. E mesmo que uma agressão ocorra, o muro continuará
lá, não alterando seu comportamento. As defesas ativas são aquelas móveis, que alteram sua
configuração reagindo a uma agressão. Um portão que se feche automaticamente quando acionado o
alarme de invasão é um exemplo de defesa ativa. Por fim, as defesas de inteligência são aquelas que
possuem comportamento proativo, visando antecipar-se ao risco e evitar uma agressão. Normalmente
atuam à distância, antes que o problema atinja a empresa Note- se que o termo “distância” aqui é
utilizado em seu conceito mais amplo, não significando apenas distância física. Pode ser também
distância temporal. Sendo assim, quando colocamos um empregado dentro da linha de produção com
a tarefa de levantar uma possível ação futura de fraude, estamos atuando com uma defesa de
inteligência na distância temporal, mesmo sendo fisicamente dentro da empresa.
2.4 - Compartimentação.
Caso as instalações que precisem ser protegidas cubram uma área física muito extensa, sua segurança
como um todo pode não ser possível por questão de custos. Os custos podem ser diminuídos se a área
for dividida em partes e as partes mais importantes e sensíveis possuírem proteção adequada. Essa
técnica é conhecida como “compartimentação” e consiste em proteger várias áreas menores dentro de
uma área maior.
A partir desse conceito se pode também classificar as áreas segundo um critério de criticidade, ou seja,
o quanto a violação dessa área interfere no negócio da empresa. Uma classificação muito usada hoje
em dia utiliza cores para definir as áreas, conforme o quadro seguinte:
2.7 - Crachás
Há atualmente vários tipos de crachás, desde os mais simples e baratos de papel aos mais sofisticados
e caros com microprocessadores. O que garante o sucesso do controle não é a sofisticação dos crachás,
mas a capacidade do gestor de criar um processo simples de identificação que consiga a participação
de todos os empregados, caso contrário qualquer que seja o tipo de crachá utilizado, e qualquer que
seja seu custo, provavelmente não funcionará.
Um sistema de crachás deve se apoiar na compartimentação das áreas. Sendo assim, qualquer que
adentre a empresa, funcionário ou não, receberá um crachá que lhe garantirá o acesso à algumas áreas
da empresa e a outras não. Uma forma simples e com algum uso atual é colorir os crachás nas mesmas
cores das áreas de acesso. Se combinado com a pintura das portas de acesso e das paredes (ou pelo
menos de faixas nas portas e paredes) com as mesmas cores, isso permite ao usuário do crachá a
reconhecer as áreas em que pode entrar e a todo o pessoal da empresa – e a segurança em particular –
identificar e informar sobre entradas não autorizadas. Crachás de visitantes e prestadores de serviço
devem ser devolvidos na saída, bem como os dos empregados que deixem de trabalhar na empresa. Os
crachás que dão acesso às áreas mais críticas devem receber maior atenção, principalmente visando
evitar duplicações.
Crachás eletrônicos apenas facilitam o trabalho, pois se houver, por exemplo, sensores de passagem
nos portais da empresa, o controle de presença torna-se mais fácil. O uso da eletrônica não resolverá o
problema de um sistema de controle mal desenhado. Pelo contrário, se o controle de crachás simples
estiver ruim, a sua substituição por crachás eletrônicos possivelmente aprofundará o problema.
2.8 - CPTED
CPTED é um acrônimo, na língua inglesa, para Crime Prevention Through Environmental Design,
“Prevenção de Crimes por meio de Projetos”. É uma abordagem multidisciplinar que busca reduzir o
crime e a insegurança colocando lado a lado planejadores, projetistas, arquitetos e profissionais de
segurança que trabalham para criar um clima seguro em de um ambiente, com projetos que eliminem
ou reduzam o comportamento criminal e ao mesmo tempo encorajem as pessoas a manterem-se alertas,
provendo segurança uns aos outros.
"O próprio projeto e uso efetivo do ambiente construído podem conduzir a
uma redução no medo e incidência de crimes, e a uma melhoria da
qualidade de vida”.
National Crime Prevention Institute - EUA
A abordagem do CPTED torna a segurança menos agressiva para as pessoas, evitando o sentimento de
"estar prisioneiro" naqueles que se pretende proteger. Além disso, é totalmente transparente aos
usuários, permitindo que se consiga maiores graus de segurança sem que mostre que se está preocupado
com a segurança, o que pode ser uma vantagem.
Os princípios do CPTED podem ser aplicados de forma fácil e barata no construir ou remodelar. Em
algumas comunidades que aplicaram os princípios de CPTED nos EUA a atividade criminal diminuiu
em até 40 por cento.
Historicamente, a ênfase da prevenção de crimes esteve na abordagem da dificultação do acesso ao
bem que se queria proteger por meio de dispositivos (fechaduras, sistemas de segurança, alarmes,
equipamentos de monitoração etc) e processos (patrulhamento, legislação etc), estratégias de prevenção
de crime que pretendem tornar o acesso ao objetivo do criminoso mais difícil, mas que podem também
criar um sentimento de "estar prisioneiro". Esta abordagem tradicional tende a negligenciar a
oportunidade para controle de acesso e vigilância natural. O CPTED coloca sua ênfase no "natural".
2.8.1 - Origens
1968, Jane Jacobs discutiu a interação do ambiente físico com seus habitantes e quão importante isto
era para a vida e vitalidade de uma rua ou bairro no livro The Death and Life of Great American Cities.
1969, o arquiteto Oscar Newman cunhou a expressão "espaço defensável" quando iniciou seu
estudo sobre planejamento de moradias, associando a ele a percepção das pessoas que ali residiriam
sobre segurança. O foco era de como aquelas pessoas se sentiriam em relação ao senso de propriedade
- ou à sua falta (reforço territorial), e a relação disso com a atividade criminal. Parte de seu trabalho
relacionou-se desde então ao projeto de uso de ruas residenciais como um fator impeditivo para o crime.
1971, Clarence Ray Jeffery, criminologista norte-americano cunhou o termo Crime Prevention
Through Environmental Design após estudar a relação entre o ambiente físico e incidência de crimes.
Alguns autores incluem o CPTED com parte integrante da teoria da Segurança Física, outros o
consideram como um planejamento separado, que se insere após a análise do risco e antes do
planejamento da segurança física propriamente dito. Porém, mais importante que discutir se CPTED
pertence ou não à segurança física é compreendermos que sempre haverá estreita ligação entre a
arquitetura do projeto e a segurança.
3.3 - Cercaduras
É o tipo de barreira estrutural mais utilizado. Normalmente são construídas em uma única linha mas,
quando for essencial o estabelecimento de maior grau de segurança, duas linhas de cercaduras podem
ser instaladas no perímetro. Estas cercaduras devem ser separadas por distância não inferior a 4,5
metros e não mais de 45 metros para melhor proteção e controle. As cercaduras devem permitir
passagens para execução de serviços, que terão no mínimo 25 cm de diâmetro, devendo ser protegidas
para prevenir abertura não autorizada. A escolha da melhor cercadura depende da situação dos riscos
que cada empresa está sujeita, bem como do orçamento da segurança. Sugere-se um estudo conforme
o quadro abaixo:
Para melhorar a segurança de uma cercadura, os seguintes pontos devem ser considerados:
1) Postes, árvores, caixas ou quaisquer outros objetos junto à cercadura podem ser utilizados
pelo agressor para escalá-la.
2) Escadas deixadas junto à cercadura são um convite aos invasores. Escadas fixas devem ter
seu início protegido dentro de uma gaiola de metal, com porta fechada.
3) Cercaduras conjugadas com a de outra propriedade, ou que se toquem em pontos
específicos, representam perigo extra. Um invasor pode entrar na propriedade vizinha e depois
invadir a propriedade que se quer proteger escalando ou abrindo a outra cercadura.
4) Deve-se ter especial atenção quando a cercadura toca em outras edificações, pois poderá
ser transposta a partir dos telhados vizinhos ou mesmo utilizando-se as janelas e outras saliências da
edificação como apoio para a transposição.
Os tipos mais encontrados são:
Tela de arame ou rede laminada.
É o tipo de cercadura mais usado para propósitos de segurança. Provê o sistema permanente
de melhor custo-benefício e sua eficiência aumenta com a introdução de arame farpado no seu topo.
Uma vantagem deste tipo de cercadura é permitir a observação de ambos os lados. Sendo assim,
folhagem ou outros materiais decorativos devem ser evitados, pois reduzem a visibilidade e auxiliam
o invasor que, uma vez dentro, estará fora das vistas dos transeuntes.
Devem ser construídas com no mínimo 2 m de altura e, no caso de cerca dupla, a segunda deve ter no
mínimo 1,80 m. Sua trama não deve ter mais que 2,5 cm de abertura.
De preferência, o arame de suas bordas superior e inferior não deve ser protegido, permanecendo
pontiagudo e retorcido, criando o efeito de arame farpado, pois o risco de alguém inadvertidamente se
cortar nas pontas é menor que o risco de permitir que algum agressor escale a cerca e ultrapasse-a com
facilidade (pode-se também lançar arame farpado no seu topo como guarda superior, criando-se o
mesmo efeito).
Considera-se sempre a possibilidade de alguém lançar sobre a cerca uma lona, de forma a permitir
escalá-la sem se ferir nas pontas dos arames do topo.
Deve ser suportada por posteamento de metal ou concreto armado, preso em sapatas com 6 a 8 cm de
profundidade e a tela deve ser rigidamente presa no posteamento. Para impedir que pequenos animais
ou pessoas passem por baixo da cerca, a tela não deve estar a mais de 5 cm do solo, quando este for
consistente e não possa ser cavado (cimento, pedra etc). Caso seja sobre terra ou outro solo não
consistente, deve estar enterrada no mínimo 5 cm no solo.
Deve ser pintada com alguma tinta não reflexiva, de forma a não permitir o reflexo da luz do sol. Em
dias ensolarados, o reflexo do metal da cerca – principalmente cercas novas – podem cegar
momentaneamente a vigilância, permitindo que um agressor não seja visto.
Deve ser feita manutenção periódica, procurando pontos de ferrugem e locais onde a cerca se
desprendeu do posteamento.
O posteamento também deve ser testado para certificação de que continua firme, pois caso se solte a
cerca cairá com ele. A distância entre postes deve ser de no máximo 2 m.
Cerca de arame farpado
Permitem a passagem de pessoas e podem ser facilmente cortadas. São efetivas quando a ameaça se
resume a animais de grande porte. No Brasil não existe normatização versando sobre o assunto, porém
as especificações federais norte-americanas relativas a cercaduras de arame farpado são:
1) O arame farpado standard é trançado, duplo-fio, arame padrão 12, com 4 farpas, espaçadas
por igual distância entre cada uma.
2) Cercaduras de arame farpado não devem ter menos 2 m de altura, excluindo-se a guarda
superior.
3) O arame deve ser fixado firmemente a postes, os quais não devem estar separados por mais
de 1,8 m.
4) A distância entre os fios não excederá 15 cm e pelo menos um arame será entrelaçado
verticalmente a meia distância entre os postes.
Cerca de concertina
A concertina foi desenvolvida pelas forças armadas norte-americanas buscando uma barreira de
lançamento rápido. Lançada com estaqueamento em X, cria uma barreira de 90 cm, podendo ser
lançada em duas camadas, uma sobre a outra, criando uma barreira de 1,80 m. Sua efetividade aumenta
grandemente caso seja feito um lançamento triplo, com um estaqueamento sobre outros dois em
paralelo, assumindo uma forma piramidal, conseguindo-se assim uma barreira de 1,80 m de altura por
1,80 m de largura, muito difícil de ser transposta. Cercaduras de concertina são muito úteis para uso
temporário, como apoio enquanto se repara a cercadura original danificada.
O arame farpado padrão para concertina é um rolo de arame farpado fabricado com aço muito forte,
unidos intervalos regulares de maneira a formar um cilindro. Aberta, a concertina de arame deve ter 15
m de comprimento e 1 m de diâmetro.
Cerca de fita farpada
Muito parecidas com a concertina, possuem o mesmo uso. Por seu baixo custo, estão se tornando
populares atualmente. A fita farpada é fabricada em uma tira de aço com uma resistência à quebra de
no mínimo 230 Kg, a largura geral é 3/4" e tem farpas de 7/16” espaçadas a intervalos de 1/2" ao longo
de cada lado.
Muro de alvenaria.
Tem grande uso. Possui a vantagem da durabilidade, além de poder acompanhar o estilo arquitetônico
de todo o complexo, tornando-se menos agressivo às vistas. Pode ser feitos de tijolos, concreto armado,
pedra ou similar e aumenta seu grau de segurança se possuir arame farpado, pregos ou vidro quebrado
no seu topo.
Não permite a visibilidade de dentro para fora e nem de fora para centro, o que pode ser uma vantagem
ou uma desvantagem dependendo do que se pretende, pois sem visibilidade se ganha privacidade, mas
uma vez que o agressor tenha transposto o muro não poderá ser observado por transeuntes nem por
patrulhas policiais.
Muros sempre apresentam aparência agressiva e o uso da hera tem servido para torná-los mais sociais.
Grades de ferro
Também são duráveis, podem acompanhar o estilo arquitetônico do complexo e são devassáveis, isto
é, permitem que se observe de fora para dentro e de dentro para fora.
Normalmente são de alto custo.
Cercas-vivas
São utilizadas como cercadura, principalmente em casas, por sua beleza estética. O uso de plantas
espinhosas pode desestimular o agressor.
Há a necessidade de ser cuidada por jardineiro.
3.8 - BDV
Barreiras de detenção de veículos (BDV) são dispositivos de proteção que formam uma barreira
compacta mediante barras ou fileiras de elementos e se dispõe para a detenção de veículos diante de
invasão agressiva ou não autorizada. Este tipo de elemento pode ser utilizado tanto como um sistema
de segurança que impeça invasões de veículos quanto como apoio ao controle de acesso.
Tipos
- Fixas ou fundeadas. Passivas, não acionáveis, de caráter estacionário e permanente.
- Basculantes. Acionáveis que giram em um movimento de básculo sobre um eixo horizontal.
- Ascendentes. Elementos verticais ou horizontais acionáveis que se elevam sobre o solo.
- Extensíveis. Elementos pulsantes acionáveis manualmente que se estendem sobre o solo.
Construção
- Tradicional. Construção ou fabricação básica e generalizada.
-Industrializada. Construção ou fabricação empregando equipamentos e sistemas de fechos de caráter
industrializado.
- Específica. Construção ou fabricação de caráter específico e diferenciado.
Operacionalidade
- Manual. Funcionamento mediante o acionamento pela força manual.
- Semi-automática. Funcionamento mediante sistemas de acionamento de caráter elétrico ou
pneumático controlados pela ação humana.
- Automática. Funcionamento mediante sistemas de acionamento de caráter elétrico ou
pneumático controlados sem a ação humana.
Grau de segurança
Determinado pelos seguintes parâmetros:
- Tipo de veículo. Características técnicas, dimensões e funcionamento dos veículos que
devem ser detidos.
- Peso do veículo. Dimensionamento em toneladas do veículo mais a sua carga.
- Velocidade de impacto. Dimensionamento em Km/h no ponto de impacto do veículo.
- Conteúdo do veículo. Definição da carga passiva ou ativa do veículo.
Espaço posterior percorrido
É a limitação em metros do possível deslocamento do veículo depois do impacto na barreira. As
barreiras de detenção de veículos têm uma dupla função. São empregadas contra a
intenção de invasão não autorizada e como sistema de controle de acesso de veículos. Seu desenho e
implantação permitem utilizá-la ostensivamente como um sistema de segurança dissuasório ou oculta
como elemento de surpresa para o agressor.
3.9 - Eclusas
Eclusas. Como é designado o conjunto de elementos fixos e móveis (anteparas, biombos ou parede
fina, divisória e portas) que formam um sistema de controle de acesso para pessoas, veículos ou objetos
constituído por duas ou mais portas que não se abrem de uma só vez, não permitindo o contato direto
entre duas áreas adjacentes.
Classificam-se em função de:
a) Manobra
Refere-se à forma de ação ou movimento que realizam suas portas e partes móveis.
a.1) Pivotante - O movimento de suas folhas realiza-se sobre um eixo vertical, lateral ou
central. Pode ser tipo abatível ou giratória.
a.2) Elevadiça - O movimento de suas folhas realiza-se em forma ascendente ou descendente.
Tipo guilhotina.
a.3) Deslizante - O movimento de suas folhas realiza-se horizontalmente para direita ou para
esquerda. Tipo corredeira.
b) Utilização
b.1) Para pessoas - Dimensionadas para o controle de acesso de pessoas.
b.2) Para veículos - Dimensionadas para o controle de acesso de veículos.
b.3) Para objetos - Dimensionadas para o controle de acesso de maletas, valises, miudezas,
correspondências etc.
c) Fluxo
É o número de elementos que por unidade de tempo que poderão passar pela eclusa.
d) Ordem de passagem
É a seqüência de passagem dos elementos.
e) Grau de segurança
Refere-se ao nível de resistência a ataques que deve oferecer a eclusa. Sendo e eclusa um sistema, esse
grau é determinado pelo menor grau de segurança dos elementos individuais que compõem a eclusa,
os quais serão vistos mais adiante.
f) Configuração
Refere-se à forma arquitetônica na qual está constituída a eclusa. Pode ser:
f.1) Linear - Forma de passagem em linha reta. Pode ser unidirecional ou bidirecional.
f.2) Angular - Forma de passagem em linha quebrada (ou em ângulo). Também pode ser
unidirecional ou bidirecional
3.10 - Portões
Portões são barreiras necessárias para o controle do tráfego de entrada e saída através da cercadura.
São utilizados para impedir o acesso ou saída de veículos não autorizados. Quando menos portões
houver, maior a segurança, pois são pontos de vulnerabilidade na cercadura da mesma forma que portas
e janelas são pontos de vulnerabilidade em paredes. Em geral são fechados com correntes e cadeados.
O portão em uma cercadura deve ser tão alto quanto a cerca adjacente e as suas guardas superiores ser
verticais para evitar problemas com seu movimento.
São também exemplos de portões a cancela e o muro móvel.
elevadas temperaturas.
2.4) Material combinado – Material empregado como base estrutural ou painéis onde a
combinação de alguns materiais permite melhores graus de segurança.
2.4.1) Concreto de resistência normal – Conglomerado à base de cimento que possui
resistência característica do tipo básico, habitual e fácil de obter.
2.4.2) Concreto de alta resistência – Conglomerado à base de cimento que possui resistência
característica de tipo especial, pouco habitual e difícil de obter.
2.4.3) Concreto de fibras – Conglomerado à base de cimento e fibras plásticas ou metálicas
que possui elevado grau de segurança ante o ataque.
2.4.4) Armaduras tradicionais – Contorno de aço de resistência e formas habituais,
normalmente utilizado em obras de construção e concretos armados estruturais.
3) Composição.
3.1) Batente de porta. Estrutura básica para sustentação da folha da porta e integração com a
parede.
3.2) Folha da porta. Elemento móvel que constitui a base do fechamento e alojamento dos
materiais de defesa, dispositivos de fechamento e segurança.
3.3) Sistema de ancoragem. Elementos ou dispositivos situados para sua adequada e eficaz
integração entre os elementos da folha de porta e moldura e este ao batente.
3.4) Grade interior. Elemento móvel que funciona como fechamento complementar e controle
de acesso nos períodos em que a porta blindada permanece aberta.
3.5) Sistema de fechos. Elementos fixos e móveis que constituem a base do fechamento e
segurança das portas blindadas.
3.6) Abertura motorizada. Mecanismo geralmente elétrico que permite o manejo do sistema
de fechos em forma não manual ou remota.
3.7) Fechadura. Elemento mecânico ou motorizado que constitui a base do acesso e segurança
para a abertura e fechamento das portas.
3.8) Retardador. Elemento mecânico ou motorizado que constitui a base do controle horário
para a abertura das portas blindadas.
3.9) Sistema de alarme. Dispositivo de segurança que, incorporado às portas blindadas,
permite a detecção de ataque assim como transmite um sinal correspondente de alerta ou alarme.
3.10) Sistema de bloqueio. Dispositivo de segurança que, incorporado ao sistema de fechos da
porta blindada, provoca o bloqueio desta em caso de ataque mecânico ou térmico.
4) Grau de segurança.
3.13 - Janelas
Elemento de fechamento principalmente exterior utilizado na arquitetura e na construção em geral e
raras vezes é colocado segundo condições específicas de segurança. Seu emprego diante de invasão
tem, em qualquer caso, planejamentos especiais. Sua função mais comum é a ocultação de vistas e a
regulação da luz solar, mas pode vir a apresentar condições notáveis de segurança.
Classificam-se por:
a) Tipo de manejo
Refere-se à forma de ação ou movimento que realiza o conjunto ou a parte móvel.
a.1) Pregado (horizontal ou vertical). Movimento de seus painéis ou partes móveis de
fechamento sobre eixos horizontais ou verticais agrupando-se ou pregando-se para sua abertura.
a.2) Extensível. Movimento de seus painéis ou partes móveis de fechamento sobre eixos
verticais agrupando-se para sua abertura.
a.3) Enrolável. Movimento de seus painéis, lâminas ou partes móveis de fechamento sobre
um eixo horizontal no qual se enrolam para sua abertura.
a.4) Abaixável. Movimento de seus painéis ou partes móveis de fechamento sobre um eixo
vertical lateral ou central sobre o qual giram para sua abertura ou fechamento.
a.5) Deslizante. Movimento de seus painéis ou partes móveis de fechamento sobre guias
horizontais ou verticais nas quais deslizam para a abertura e fechamento.
b) Material
b.1) Aços normais. b.2)
Aços especiais.
b.3) Materiais sintéticos. b.4)
Madeiras.
c) Acionamento
c.1) Manual. Acionamento direto pelo ser humano sem nenhum tipo de mecanismo adicional
para seu manejo.
c.2) Mecânico. Acionamento por meio de dispositivo tipo mecânico.
c.3) Eletromecânico ou eletromagnético. Acionamento por meio de dispositivos tipo
eletromecânico ou eletromagnético.
c.4) Pneumático. Acionamento por meio de dispositivos tipo pneumático ou ar-comprimido
d) Funções
São as possibilidades de uso que apresentam este tipo de fechamento.
3.14 - Fechaduras
Quando se pensa em sistema de fechamento, é normal se esqueça das fechaduras. Fechaduras não
podem ser consideradas como equipamentos simples que são adicionados às portas ou janelas como
apêndices. Realmente, fechaduras que não sejam elementos definidos e desenhados para a segurança
são apenas elementos decorativos e não de proteção. Porém, fechaduras devem ser parte de um sistema
de fechamento cujo objetivo é atrasar a entrada ou a saída de um espaço por um período de tempo tal
que permita a detecção do invasor. Esta é a função de um sistema de fechamento.
São categorizadas como:
Mecânicas – fechaduras com chaves, nos seus vários tipos.
Eletromecânicas – fechaduras com cartões ou similares.
Quase todos os tipos de fechadura operam por meio de uma chave, combinação numérica (segredo),
cartões ou impulso elétrico. A maioria das fechaduras de chave (exceto cadeados) usa para seu
funcionamento um mecanismo de travamento que se estende para além da fechadura, penetrando no
receptáculo na moldura da porta. Para anulá-lo, pode-se utilizar uma chave que mova manualmente o
mecanismo de volta em direção à fechadura. As lingüetas são empurradas por molas e são menos
seguras que os mecanismos de travamento. Possuem um ângulo que permite seu deslizamento e
fechamento na abertura da moldura da porta sempre que esta se fecha. A não ser que possua ranhura
de segurança será necessário apenas um simples cartão plástico ou uma faca para empurrá-la de volta
à porta.
Os cilindros-mestres são a parte da fechadura que contém a ranhura para a inserção da chave e os pinos
do segredo. Fechaduras de cilindro duplo são mais seguras que fechaduras de cilindro simples porque
necessitam de chave também para abrir por dentro. Com fechaduras de um só cilindro, o lado oposto
do cilindro é operado somente por um pino, o que significa dizer que um ladrão que quebre um vidro
ou remova um painel poderá alcançar o pino e abrir a fechadura.
Fechaduras com chave na maçaneta são usadas universalmente. Não possuem mecanismo de
travamento, sendo que o segredo atua diretamente na lingüeta. A maioria delas contém uma ranhura na
parte externa (para receber a chave) e um pino na parte interna. Apresenta as mesmas limitações que a
fechadura de um cilindro. O modelo com duas ranhuras (uma de cada lado) são mais seguros. Se
comparadas com as fechaduras com mecanismo de travamento, são menos seguras, especialmente
porque a lingüeta sofre grande dano caso seja atacada com um martelo, por exemplo, e sua maçaneta
pode facilmente ser arrancada à força, expondo o segredo.
Há várias maneiras de se atacar uma fechadura. Provavelmente o mais simples, utilizado em portas sem
mecanismo de travamento, seja forçar um cartão plástico ou faca entre a porta e a moldura, próximo ao
local da lingüeta, para soltá-la da moldura, o que acontece sem muita dificuldade. Fechaduras que
possuem ressaltos de segurança na lingüeta ou mecanismos de travamento não são passíveis de serem
abertas dessa forma. Para este tipo e fechadura, pode-se colocar uma chave de fenda ou pé-de-cabra
entre a porta e a moldura, de forma que se afastem uma da outra e o mecanismo de travamento possa
soltar-se da moldura. Este tipo de ataque, caso sejam tomados cuidados para não danificar nem arranhar
portas e molduras, pode vir a se difícil de ser descoberto mais tarde. Outro método consiste em usar
uma serra sobre a parte do mecanismo de travamento que se apresenta entre a porta e a moldura,
cortando-a e liberando a porta. Pode-se também, com uma chave de fenda ou similar, desgastar a porta
onde se prende o mecanismo de travamento. Por fim, pode-se arrancar o cilindro-mestre da fechadura,
com o auxílio de uma furadeira e broca de metal. Todos esses métodos podem ser evitados com o uso
de mecanismos de travamento de metal duro, que não possa ser serrado, molduras de metal e uso de
placas de metal como proteção dos cilindros.
3.16 - Salas-fortes
São definidas como recintos de segurança limitados e formados por um conjunto de defesas físicas
integradas por paredes e ou painéis blindados. Salas-fortes (ou câmaras blindadas) são, na verdade,
grandes cofres. Estão sujeitas às mesmas vulnerabilidades ao fogo e a agressões que os cofres. Por
causa de seu tamanho, normalmente somente a porta é feita de aço e o restante de concreto. São pesadas
e em geral construídas no sub-solo do prédio para evitar problemas estruturais. Este tipo de construção
tem normalmente como objetivo a custódia de valores. Podem ser resistentes a fogo ou resistente a
arrombamento.
Classificam-se por:
1) Utilização
Refere-se ao emprego que terá a câmara como recinto protegido para a guarda de valores.
1.1) Câmaras de valores. Guarda de elementos de especial valor, como: metais preciosos,
jóias, obras de arte, documentos etc para uso privado ou bancário.
1.2) Câmara de espécie (papel moeda). Guarda de papel moeda para uso privado ou bancário. 1.3)
Câmara de aluguel. Guarda de elementos de especial valor ou dinheiro em espécie para
uso público.
2) Grau de segurança
UNE 108-113-87
2.1) Grau A - Equipamento E-3 e tempo T –30. Nível mínimo. Ataque com a utilização de
chaves, pés-de-cabra, pinças, picaretas, tesouras, marretas, martelos, serras mecânicas ou abrasivas
e gás oxiacetilênico.Tempo mínimo de resistência, 30 minutos.
2.2) Grau B - Equipamento E-4 e tempo T-45. Nível médio. Ataque com a utilização dos
equipamentos listados em E-3 mais furadeira elétrica com broca diamantada. Tempo mínimo de
resistência, 45 minutos.
2.3) Grau C - Equipamento E-5 e tempo T –60. Nível alto. Ataque com a utilização dos
equipamentos listados em E-4 mais: lança térmica. Tempo mínimo de resistência, 60 minutos.
2.4) Grau D - Equipamento E-6 e tempo T –60. Nível muito alto. Ataque com a utilização dos
equipamentos listados em E-5 mais explosivo equivalente a 200 gramas de TNT. Tempo mínimo de
resistência, 60 minutos.
2.5) Grau E - Equipamento E-5 e tempo T –90. Nível muito alto. Ataque com a utilização dos
equipamentos listados em E-4 mais lança térmica. Tempo mínimo de resistência, 90 minutos.
3) Situação
3.17 - Iluminação
A iluminação permite que seu sistema de segurança continue operando durante a noite e permite que
se mantenha um nível de proteção próximo ao nível existente durante o dia. Uma boa iluminação
também funciona como um importante fator de dissuasão para desencorajamento de possíveis
agressores.
Não é comum a compreensão de que a iluminação de proteção sirva para outros propósitos além de
dissuadir possíveis agressores. A falta de uma boa iluminação de proteção é causada por uma percepção
falha de suas vantagens, principalmente seu baixo custo. Para compensar sua falta, aumenta-se o
número de postos de vigilância e patrulhas móveis, o que é bem mais caro.
A iluminação de segurança possui como características gerais: 1º ) É
relativamente barato mantê-la.
2º ) Permite reduzir a necessidade de forças de segurança.
3º ) Permite proteção pessoal para a força de segurança reduzindo o elemento de surpresa para o intruso.
4º ) Requer menor intensidade que a luz de trabalho.
O planejamento de um sistema de iluminação deve considerar a necessidade de luz a partir do perímetro
externo, passando por áreas e benfeitorias sensíveis dentro da empresa e terminando nos locais de onde
houver atividade noturna. Normalmente há menor necessidade de luz nas partes externas que nas partes
internas da empresa, exceto nos locais onde haverá atividades tais como portões de entrada e locais de
carga e descarga noturna. Pode também ser utilizado acoplado a um sistema de alarmes, gerando grande
benefício para a segurança.
A iluminação de proteção precisa justificar-se por ao menos um dos três motivos abaixo: 1º )
Desencorajar entradas não autorizadas na área da empresa.
2º ) Simplificar e garantir a detecção de intrusos que se aproximem ou tentem entrar em áreas
protegidas.
3º ) Prevenir e detectar roubos internos ou outros problemas do gênero.
O sistema de iluminação deve ter capacidade de continuar operando de forma eficiente durante períodos
de baixa visibilidade tais como serração ou fortes chuvas.
Há também a necessidade de luzes de emergência, iluminação reserva caso haja pane nas luzes
principais, rotinas de teste e manutenção.
Quando se inicia o planejamento de um sistema de iluminação de proteção ou avalia-se um sistema já
existente, os seguintes pontos devem servir de guia:
1º ) Fazer uma lista com a descrição, características e especificações dos vários tipos de lâmpadas
existentes.
2º ) Fazer uma pesquisa e levantar as características dos vários tipos de iluminação oferecidos pelo
mercado.
3º ) Fazer alguns diagramas e definir quais as suas necessidades de iluminação, definindo altura, direção
e espaçamento da iluminação.
4º ) Definir o mínimo necessário em termos de luminosidade em cada área que se queira iluminar.
Para tanto, deve-se levar em consideração:
1) Requisitos de manutenção. O que inclui limpeza periódica e troca de lâmpadas queimadas.
A determinação dos custos de manutenção deve incluir material de apoio tais como escadas e
ferramental, tanto para limpeza e troca das lâmpadas quanto para a segurança de quem vai executar
o trabalho.
2) Controle fotoelétrico. Sua utilização para acionar automaticamente a iluminação deve ser
avaliada. São práticos e reduzem o gasto com energia, porém aumentam o custo de implantação do
projeto.
3) Condições climáticas. As condições de sol, chuva, ventos e serração devem ser avaliadas.
Elas podem influenciar o tipo de lâmpada escolhida e aumentar a necessidade de manutenção.
4) Alimentação. As condições da rede elétrica devem ser levantadas, com especial atenção às
flutuações e períodos de falta de energia. Talvez se torne necessário um sistema de alimentação
próprio com geradores.
5) Aterramento. O aterramento protegerá o sistema contra sobrecargas que poderiam danificá-
lo. Aterramentos são, portanto, de fundamental importância e não devem ser desprezados.
6) Controle de manutenção. Deve-se estabelecer uma pauta de controle onde os tempos de
acionamento dos vários tipos de lâmpadas serão estimados, permitindo o controle e a previsão de
queimas. A expectativa de vida de uma lâmpada é fornecida pelo fabricante, e normalmente se
considera 80% desse tempo como o ideal para adquirirmos sobressalentes, caso não haja em
estoque, e prepararmos uma troca. Na próxima página segue um exemplo de pauta:
7) Áreas restritas. Todas as áreas restritas devem estar iluminadas durante toda a noite no seu
perímetro e pontos de acesso. O posicionamento deve cumprir as seguintes regras:
- Não ter um brilho ofuscante que cause cegueira temporária no pessoal de segurança e
atrapalhe sua tentativa de observar possíveis invasões, fornecendo vantagem ao invasor.
- Não iluminar o pessoal de segurança e nem fornecer a sua silhueta, permitindo que o invasor
saiba quantos são e sua localização.
- Garantir ao pessoal de segurança o controle do acionamento do sistema de iluminação,
evitando seu desligamento mesmo que não intencional.
8) A iluminação de pontos de controle de entrada deve ser de intensidade suficiente para
permitir aos guardas comparar e identificar os portadores de crachás.
9) A iluminação protetora deve permitir ao pessoal de segurança observar sem serem vistos.
10) Sempre deve prever luzes brilhantes nos olhos do intruso.
11) Deve haver pouca luz nas rotas de patrulha da segurança.
12) A queima de uma ou mais luzes não deve afetar a operação das luzes restantes.
13) A fonte de energia substituta deverá ser adequada para sustentar a iluminação de
segurança de todas as áreas sensíveis e estruturas.
14) O cone de iluminação da fonte de luz deve ser dirigido para baixo e pra longe da estrutura
vigilantes.
- Também objetivando a redução de seus custos, a contratada pode utilizar empregados de
baixo salário e, por conseguinte, de baixa qualidade profissional.
- Os vigilantes terceirizados não apresentam lealdade para com a organização.
- Podem apresentar elevado índice de rotatividade, o que inviabiliza qualquer programa de
treinamento implementado pela empresa.
- Podem não estar familiarizados com a planta.
A efetividade dos cães de guarda possui uma grande dependência da ausência de distúrbios externos.
Cães de guarda detectam movimentos, sons e odores estranhos, e isso os faz alarmar a presença de
invasores, ou seja, alguém que não está ali normalmente. Sendo assim, eles devem ser utilizados em
ambientes controlados, ou seja, que não varie de forma difusa. O local deve ser livre de variações
descontroladas de movimento, sons e odores para que o animal possa perceber que a variação vem de
um invasor. Quando utilizados em áreas onde tais variações ocorrem, o cão notará todas elas e não
saberá distinguir quando um invasor se aproximar. Nessa situação, seu valor como cão de guarda se
limitará ao efeito psicológico de dissuasão.
- Visibilidade reduzida e escuridão.
Cães de guarda são mais efetivos quando utilizados à noite, em áreas escuras – não em áreas iluminadas
ou durante períodos de visibilidade reduzida. Cães ficam especialmente alerta quando na escuridão,
pois aguçam seus sentidos de audição e olfato, os quais são suas melhores ferramentas para a detecção
de invasores. Se utilizados de dia ou em áreas iluminadas devem patrulhar por rotas alternativas que
busquem as sombras ou permanecer em pontos escuros de onde possam vigiar a área a ser protegida.
Por fim, caso seja necessário que se exponham em áreas iluminadas, mesmo não sendo seu uso ideal
do ponto de vista técnico, sua exposição aumentará o efeito psicológico de dissuasão sobre potenciais
invasores.
- Vento, terreno e clima.
De todos os elementos naturais a serem considerados, o vento é o mais importante. Saber a direção
dominante e sua velocidade afeta sobremaneira a forma de se planejar o uso de cães de guarda, pois se
deve utilizar o cão onde ele possa usar o vento a seu favor para aumentar sua capacidade de detecção.
Isso se torna crítico, pois afeta os dois principais sentidos do animal, o olfato e a audição. Sendo assim,
o melhor uso do fator vento consiste em planejar o uso do cão de forma que ele possa receber o vento
vindo da área a ser vigiada.
Da mesma forma o terreno e suas benfeitorias podem, se bem que em menor escala, interferir no olfato
e audição dos cães, na medida em que podem desviar o sentido original dos ventos e distorcer e difundir
os sons de tal forma que se tornará muito difícil para o cão definir o local exato da origem dos cheiros
ou dos sons, dificultando que ele localize o invasor.
As condições climáticas extremas tais como chuva torrencial, frio intenso, ou ventos muito fortes
também devem ser consideradas, pois tendem a reduzir a capacidade de detecção dos cães. Em tais
condições, o uso de rotas alternativas de patrulha onde o animal possa estar mais abrigado. É razoável
considerar que os cães suportam exposição às intempéries da mesma forma que os humanos, e que
também as mesmas conseqüências. Sendo assim, sob condições extremas, da
mesma forma que o homem deve se proteger deve proteger também os cães. Por exemplo, sob frio
intenso, da mesma forma que os vigias devem se agasalhar, deve-se considerar a necessidade de
agasalho para os cães, inclusive calçados, caso tenham que caminhar sobre geadas.
- Turno de trabalho.
Normalmente o turno de trabalho dos cães deve ser de quatro horas por quatro de descanso.
Caso se queira planejar turnos maiores, normalmente
os cães se cansam e perdem o interesse em seis horas.
Ainda assim, quando o vento, o frio ou o calor se
torna por demais agressivo, é‘prudente uma redução
no turno de forma a evitar animais cansados e
desinteressados na ronda.
Na figura ao lado temos um exemplo de planejamento de
uso de cães de guarda.
linha de proteção dependerá do que se pretende proteger. Por exemplo, proteger um prédio em área
urbana difere significativamente de proteger uma fábrica no campo.
Para o planejamento de uma segurança de perímetro, os seguintes fatores devem ser considerados:
1°) Sempre que houver um planejamento de perímetro, ele precisa estar de acordo com a visão geral
do Plano Estratégico da empresa e do Plano Tático de Segurança.
2°) Perímetros de segurança precisam ter uma relação custo-benefício favorável. Quando o plano for
apresentado, certamente alguém perguntará “Que tipo de retorno teremos com esse investimento?”.
3°) Muito embora quanto menor o número de entradas no perímetro de segurança mais segura ele fica,
seu planejamento não deve interferir negativamente nos negócios nem na execução do Plano de
Evacuação de Emergência. Fazer segurança significa aumentar o grau de proteção para as pessoas e
equipamentos, e não aumentar o risco.
4°) Perímetros de segurança têm efeito psicológico sobre invasores em potencial. Eles sinalizam para
os de fora – e para os de dentro também – que há medidas para impedir invasões.
5°) Mesmo com uma boa segurança de perímetro, a possibilidade de uma entrada não autorizada não
deve ser desconsiderada.
6°) Se são encontrados invasores dentro da propriedade, houve fragilidade do perímetro de segurança.
Essa fragilidade deve ser encontrada e corrigida.
7°) O perímetro de segurança deve servir como uma primeira linha de uma série de defesas. 8°)
Mercadorias sempre poderão ser atiradas por sobre cercas ou através de janelas. Uma
enorme variedade de coisas sempre poderá ser surrupiada por pessoas a pé ou em veículos legalmente
dentro da propriedade.
9°) O perímetro externo de um prédio, principalmente em áreas urbanas, normalmente são suas paredes
externas.
10°) Zonas limpas. Para permitir vistas livres, os dois lados de uma cercadura deverão estar limpos,
sem obstáculos. Deve existir uma zona vazia de 6 metros ou mais entre a barreira de perímetro e as
estruturas de exterior, áreas de estacionamento, características naturais ou benfeitorias feitas pelo
homem. Da mesma forma, deve existir uma zona vazia de 15 metros ou mais entre a barreira de
perímetro e as estruturas internas. Em caso de cercas duplas, o intervalo entre elas também deve ser
suficientemente grande que impeça que uma cerca seja utilizada como apoio para ultrapassar a outra.
11°) Barreiras perimetrais estão todo o tempo expostas ao público externo. Deve-se cuidar bem da sua
aparência, bem como da aparência do pessoal das patrulhas e das guaritas.
12°) Barreiras perimetrais devem ser inspecionadas periodicamente, em períodos curtos. Não se deve
esperar encontrar um invasor na ante-sala para saber que a cerca está rompida.
Após considerarmos a segurança perimetral, passaremos para o segundo círculo, tipificado aqui pelo
sistema de fechamento. O propósito básico de um sistema de fechamento é obstruir entradas não
autorizadas em locais já dentro do perímetro da empresa. Tentativas de entrada em lugares não
autorizados – protegidos – ocorrem normalmente pela porta ou pela janela, tanto externas quanto
internas e sistemas de fechamento devem deter o acesso não autorizado de pessoas de dentro ou de fora
da empresa.
Um sistema de fechamento é composto por:
1) A abertura em que a porta será inserida, e seus materiais adjacentes.
2) A moldura que é inserida nesta abertura.
3) A porta, janela, portão ou similar e o material que o constitui.
4) As dobradiças.
5) A maçaneta e sua lingüeta, ou outro dispositivo similar.
6) O cilindro-mestre.
7) O mecanismo de travamento.
Todas as partes do sistema de fechamento devem receber a mesma atenção.
Se em um sistema de fechamento tem um de seus itens especificado de forma tal que forneça alto grau
de segurança, mas outros itens não o acompanham no mesmo grau, não surte o efeito esperado e perde-
se trabalho e dinheiro.
Atualmente fechaduras apresentam alto grau de sofisticação em relação à segurança oferecida, mas os
outros materiais não. Sendo assim, erros são comuns.
Por fim, passamos à terceira linha de proteção, a proteção interna. A terceira linha de proteção é aquela
que visa o controle interno de acesso e é composta por cofres, armários, porta interna, salas fortes e
similares.
Para que isso aconteça, se faz necessário que todos os envolvidos com a segurança, estejam bem
treinados e integrados com o ambiente de trabalho.
a. Barreiras de proteção.
(1) Definições. Descrição de que barreiras estruturais serão criadas ou barreiras naturais serão
aproveitadas, com o propósito de cada uma. Deve-se ter atenção para o fato de que barreiras de
segurança incluem cercaduras, mas não somente cercaduras. Inclui também portas, janelas,
armários, cofres e todo mais que retarde a ação do agressor que já tenha penetrado em qualquer dos
círculos de proteção.
(2) Zonas Limpas.
(a) Critério. Define os critérios utilizados para a definição da largura de cada zona limpa junto
às barreiras e o propósito de cada uma. Define também, no caso específico das cercaduras, se
poderá haver ou qual o tipo de tráfego de pessoas, animais ou veículos permitidos ou aceitáveis, e
em que situações. No caso de portas, janela e similares define se poderá haver trânsito ou
aglomeração de pessoas nas suas proximidades.
(b) Manutenção. Define critérios para a necessidade de manutenção de cada zona limpa tais
como altura máxima que a grama pode alcançar, tipo de material cuja presença seja inaceitável na
zona limpa (escadas ou martelos, por exemplo) etc.
(3) Sinalização.
(a) Visual. Define tipo de placas, avisos, faixas etc, seu tamanho, cores, dizeres, locais de
colocação e em que direção.
(b) Auditiva. Define avisos, que podem ser sistemáticos ou não, no sistema de som interno,
sirene etc.
(4) Portas, janelas e portões.
(a) Abertura e fechamento. Inclui horário para abertura e fechamento, responsabilidade por
seu fechamento, pela verificação do fechamento após o expediente e pela sua abertura. Possui
também instruções sobre o claviculário, sua localização, seu uso e responsabilidade, sobre o
recebimento das chaves, sua guarda e sua entrega. Deve conter instruções claras sobre quem está
autorizado manter chaves próprias de diferentes setores da empresa consigo, sobre quem está
autorizado a receber quais chaves no claviculário, autorizado por qual autoridade e sob quais
circunstâncias (por exemplo, alguém pode estar autorizado a receber uma chave em dias de
trabalho, mas não em feriados).
(b) Requisitos de segurança. Define o tipo e o material a ser utilizado e o motivo - sempre
ligado à segurança. Portas, janelas e portões devem proporcionar o mesmo grau de segurança que as
Anexos.
Normas e procedimentos. As normas e procedimentos citadas no corpo do plano, se extensas,
poderão ser colocadas em anexo.
Planta baixa da empresa com sua compartimentação. Planta do
sistema de barreiras.
Planta de iluminação. Planta de
sensores e CFTV. Crachás
Plano de comunicações.
4.5 - Controle
Deve ser feito por meio de indicadores, os quais devem ser escolhidos criteriosamente de forma a
permitir uma visão correta dos efeitos causados pelo plano. Por exemplo, pode-se utilizar uma caixa de
sugestões para verificar a satisfação dos clientes internos com os sistemas implantados. Deve-se ter
especial atenção com indicadores que tenham influência direta na lucratividade da empresa (tais como
aumento de casos de recuperação de material roubado por empregados, a diminuição de tentativas de
invasão etc).
4.6 - Avaliação
A avaliação dará à área operacional a possibilidade de acompanhar o desempenho do Plano de
Segurança. Esta ferramenta deverá retratar a aplicação dos processos elaborados, com a finalidade de
medir se o que foi planejado está sendo executado, e se a execução está com o retorno desejado. Caso
contrário, ele deverá ser reajustado. Note-se que a avaliação não deve ser superficial nem precipitada.
O aumento de casos de recuperação de material roubado por empregados por si só não é concludente.
Mas se comparado com o relatório do setor de produção informando que a quantidade de material
agregado por unidade produzida diminuiu (e, portanto, o custo unitário do produto reduziu) sem que
ocorresse qualquer mudança processual na produção, aí sim se torna significativo. Na avaliação deve-
se ter em mente que o objetivo final da segurança é diminuir perdas, o que proporcionará um aumento
dos lucros.
Um Plano de Segurança Física deve também considerar a maneira de agir dos agressores. As
características das cercaduras, patrulhas, alarmes, fechaduras, janelas e portas devem ser estudadas pelo
pessoal da segurança – para impedir invasões – na medida do possível com a mesma visão dos possíveis
agressores – para tentar invasões. Colocando-se na posição do agressor, pode-se vir a ter a sua
perspectiva, o que ajudará em muito o planejamento das defesas. Agressores normalmente decidem se
tentarão ou não um crime contra aquele local após responder aos seguintes questionamentos:
1°) É fácil entrar?
2°) O quanto o alvo parece atrativo, vulnerável ou visível? 3°) Quais
as chances de ser visto?
4°) Se visto, haverá reação contrária? 5°) Há
uma rota de fuga rápida?
Caso seu plano não passe no teste acima, refaça-o antes de iniciar sua implementação.
Leitura recomendada
BARRAL, Jean, LANGELAAN, George. Espionagem Industrial. 3ed. Rio de Janeiro: Agents Editores, 1977.
BINTLIFF, Russell L. The Complete Manual of Corporate and Industrial Security. 1ed. Englewood Cliffs,
New Jersey: Prentice Hall, 1992.
BRASILIANO, Antonio Celso Ribeiro. Planejamento da Segurança Empresarial. 1ed. São Paulo: Cia
das Artes, 1999.
BRODER, James F. Risk Analysis and the Security Survey. 1ed. Newton, Massachusetts: Butterworth-
Heinemann, 1984.
CONSTERDINE, Peter. The Modern Bodyguard. 1ed. Leeds, United Kingdom: Protection Publications,
1995.
FISCHER, Robert J., GREEN, Gion. Introduction to Security. 6ed. Newton, Massachusetts: Butterworth-
Heinemann, 1998.
PURPURA, Philip P. Security and Loss Prevention. 3ed. Newton, Massachusetts: Butterworth- Heinemann,
1998.