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INTRODUÇÃO

SEGURANÇA PRIVADA
E SEGURANÇA FISICA

01
Gestão em Segurança Pública e Privada

Introdução ao
Estudo da
Segurança
Privada

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Gestão em Segurança Pública e Privada

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA SEGURANÇA PRIVADA

# Introdução

CAPÍTULOS
#1
Evolução histórica

#2 PRINCÍPIOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS DE


SEGURANÇA PATRIMONIAL.

#3
ENTENDO A LEGISLAÇÃO DO SEGMENTO

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INTRODUÇÃO

A enorme competitividade entre as empresas, independente de seu ramo


de atuação ou tamanho, além das incertezas e riscos naturais inerentes ao
seu negocio e ainda o crescimento da violência, ascensão do crime
organizado, desequilíbrio social e atuação abaixo do desejável dos órgãos
de segurança pública, as obriga a se organizarem e planejarem da forma
mais eficiente possível todas as despesas e custos. Nesse contexto não se
pode mitigar a segurança empresarial.
Não se deve ver a segurança apenas como a protetora de pessoas e
ativos, pelo menor custo possível e sim como ferramenta fundamental
para agregar competitividade e estabilidade aos processos empresariais.
A gestão da segurança deve ter uma abrangência muito maior, necessita
ter uma visão macro do objetivo da empresa, ser inserida nas decisões
estratégicas da organização, prevenindo todas as formas de perdas,
desvios, fraudes e outras atitudes delituosas que possam prejudicar e até
mesmo paralisar as atividades empresariais, como se o Gestor de
Segurança estivesse observando a empresa do alto de uma escada, não
se admitindo profissionais responsáveis pela proteção e segurança fiquem
alojados em um canto obscuro da organização.

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Profissionais que atuam na segurança sabem que não existe mais lugar
para pessoas sem conhecimento avançado no assunto e utilizando
equipamentos e técnicas não profissionais, estão se conscientizando da
importância de se preparar para enfrentar os problemas impostos pela
falta da segurança pública, crescimento assustador da violência
urbana, pelos avanços tecnológicos e pelos diversos tipos de ilícitos e
crimes que podem afetar o pleno desenvolvimento de uma empresa.

Como consequência dessa necessidade, surgiu há alguns anos o Gestor


de Segurança, profissional que tem o papel importantíssimo de planejar
e organizar segurança, prevenir riscos e reduzir prejuízos ou perdas,
integrando todos os setores e recursos da empresa de forma planejada.
Esse profissional deve ter visão sistêmica e totalmente atualizada das
mudanças do mercado no qual atua.

Baseada na mesma necessidade apresentada pelo mercado carente de


profissionais capacitados surgiram os cursos superiores de Tecnólogos
em Gestão de Segurança Empresarial, oferecendo formação
acadêmica em segurança empresarial, com o objetivo de formar
profissionais para gerir empresas e áreas de segurança patrimonial
interna, terceirizada ou orgânica. Capaz de planejar, operacionalizar e
controlar todas as atividades inerentes à segurança privada
patrimonial. Por meio dos conhecimentos adquiridos nas atividades
teóricas e praticas e preparado para a compreensão dos princípios
gerais e dos fundamentos que norteiam a gestão empresarial dos
recursos humanos e materiais.

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O que se espera minimamente de um Gestor de


Segurança que ele possa entre outras atividades:

• Gerir departamento ou assessorar efetivamente, setores e áreas


relacionadas à segurança patrimonial em Instituições Públicas e Privadas;

• Atender e adequar as empresas à rigorosidade da legislação pertinentes


ao segmento de segurança privada;

• Elaborar ou assessorar efetivamente no planejamento estratégico de


segurança, que possua um mínimo de análise crítica dos indicadores da
conjuntura socioeconômica, política da empresa contratante e de seus
clientes;

• Identificar e analisar de riscos envolvidos na atividade principal e de apoio


das organizações com o objetivo de auxiliar na definição de políticas de
segurança e diretrizes que assegurem a continuidade dos negócios;

• Elaborar ou assessorar projetos integrados de segurança física e


eletrônica alicerçados em parâmetros técnicos e legais;

• Aplicar as técnicas e conceitos adquiridos na universidade nas práticas de


prevenção às perdas patrimoniais e no gerenciamento de crises e de riscos
à integridade física das pessoas;

• Identificar possíveis situações geradoras de Crises com a utilização


método de identificação, para obter e aplicar os recursos necessários à
antecipação, prevenção e resolução de uma crise.

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CAPÍTULO 1

Evolução histórica:
Em 1852, devido às deficiências naturais do poder público, os
americanos Henry Wells e Willian Fargo, criaram a primeira empresa de
segurança privada do mundo a WELLFARGO. Essa empresa tinha
como objetivo, escoltar diligências de cargas ao longo do rio Mississipi.
Já em 1855, o detetive policial de Chicago, Allan Pinkerton, fundou a
PINKERTON´S, que fazia o serviço de proteção das estradas de ferro.
Na época, as instituições bancárias já estavam em pleno
desenvolvimento.
Em 1859, na cidade de Chicago, por Washington Perry Brink, a empresa
que levaria seu sobrenome inicia suas atividades como transportadora
de caixas e bagagens de homens de negócio, que viajavam para a
cidade em missões comerciais.
Em 1900 a Brink’s faz sua primeira entrega bancária – seis sacos de
dólares de prata – tornando-se com isso a primeira transportadora de
valores do Mundo.

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Segurança Privada no Brasil:

A atividade de segurança privada aos moldes parecidos aos atuais


teve início em 1967, em pleno período da ditadura militar no Brasil,
organizaram-se e foram institucionalizadas guardas armadas de
instituições financeiras, como resposta aos assaltos a bancos
praticados por grupos políticos de esquerda para financiar as suas
ações. A primeira legislação sobre o assunto surgiu em 1969, com a
instituição do Decreto-Lei 1.034/69, que autorizou o serviço privado
em função do aumento de assaltos a bancos, obrigados, à época, a
recorrer à segurança privada.

Iniciou-se a tentativa normatização e controle da atividade, deixando


para cada Unidade Federativa a tarefa de regular o funcionamento
das empresas em seus respectivos locais, fixando ou não formas de
treinamento, registro das empresas, armas e algumas delas
apontando para a possibilidade de utilização do vigilante na
repreensão aos movimentos sociais.

Por seu caráter paramilitar, era sempre indicado um militar para gerir
esse negócio ou para supervisioná-lo. De igual forma, nos seus
quadros profissionais, o histórico militar dos seus empregados era um
dos requisitos elementares. Diferente da situação atual, onde não é
permitida a presença de militares ou policiais civis em seus quadros se
esses ainda estiverem na ativa.

As empresas que exerciam a atividade foram limitadas a um número


de cinquenta no Estado de São Paulo e eram controladas pela
Secretaria Estadual de Segurança Pública. Até 1983, os governos
estaduais fiscalizaram essas empresas.
A demanda por Segurança Privada aumentou ao longo dos anos e
esta necessidade deixou de ser exclusiva das instituições financeiras,
para ser fundamental também a órgãos públicos e empresas
particulares.

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O auge dos serviços de segurança aconteceu no final dos anos


70. A crescente procura exigia uma normatização, pois o
decreto-lei de 1969 já não comportava todos os aspectos da
atividade.

Em 1983, o Congresso Nacional e o executivo sancionam a Lei


7.102 que uniformiza em todo o território nacional a atividade
de segurança privada, com currículo de formação único,
controle e registro nacional das empresas, registro profissional
do vigilante no Ministério do Trabalho, além de fixar limites e
algumas responsabilidades. A fiscalização deixou de ser
estadual (SSP) e passou a ser federal (DPF/MJ).

As autorizações de funcionamento das empresas de


segurança são expedidas pela Policia Federal, que é
subordinada ao Ministério da Justiça, por meio de
requerimento dirigido ao Superintendente Regional-DPF-,
solicitando vistoria nas instalações, análise e encaminhamento
do processo à CCP/DPF.

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CAPÍTULO 2
PRINCÍPIOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS DE
SEGURANÇA PATRIMONIAL

São consideradas de segurança Durante vários anos, o número


privada as atividades de empresas atuantes no
desenvolvidas por empresas mercado de segurança ficou
especializadas em prestação de estável. Mas o aumento da
serviços com a finalidade de: violência, principalmente na
Proceder à vigilância e segurança década de 90, fez com que o
patrimonial das instituições setor sofresse uma de suas
financeiras e de outros maiores altas. Muito mais devido
estabelecimentos, sejam públicos ao medo de ser alvo dos
ou particulares; criminosos, do que a consciência
sobre a importância da
Garantir a incolumidade física de
prevenção na vida das pessoas.
pessoas;
Na época, parte da população,
Realizar o transporte de valores ou
que tinha condições de pagar, se
garantir o transporte de qualquer
viu obrigada a contar com algum
outro tipo de carga;
tipo de proteção. Foi também
Recrutar, selecionar, formar e
neste período que o segmento
reciclar o pessoal a ser qualificado
da segurança eletrônica
e autorizado a exercer essas
começou a ganhar espaço junto
atividades.
ao consumidor.

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PRINCÍPIOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS DE


SEGURANÇA PATRIMONIAL.
ATIVIDADES DA SEGURANÇA:

A segurança privada tal como definida na legislação brasileira é um setor de


atividades que abrange tanto as empresas de capital privado que possuem
autorização do Estado para comercializar serviços de proteção ao patrimônio e às
pessoas (“empresas de segurança privadas especializadas”), quanto as empresas e
organizações das mais variadas que estão autorizadas a organizar departamentos
internos para promover sua própria segurança (“empresas com segurança
orgânica”). O segmento comercial especializado abrange as empresas de segurança
privada que oferecem a terceiros os serviços de “vigilância patrimonial”, “transporte
de valores”, “escolta armada” e “segurança pessoal privada”. Inclui também os
chamados “cursos de formação e aperfeiçoamento de vigilantes”, empresas cuja
atividade-fim não é comercializar serviços de proteção e sim formar, especializar e
reciclar a mão-de-obra que executará as atividades de segurança privada.

Segurança:
É a percepção que se tem quando do emprego de recursos humanos e tecnológicos,
capacitados e específicos, agregando ainda o estabelecimento de normas e procedimentos a
fim de proporcionar um estado de ausência de risco.

Segurança Patrimonial:
“É um conjunto de medidas, capazes de gerar um estado, no qual os interesses vitais de uma
empresa estejam livres de interferências e perturbações”

Conjunto de medidas:
A segurança patrimonial não depende apenas do departamento de segurança da
empresa, mas envolve todos os seus setores e todo o seu pessoal.

Estado:
significa uma coisa permanente. É diferente de uma situação, que é temporária.
Interesses vitais: Os interesses vitais de uma empresa não estão apenas em não ser
roubada ou incendiada. O mercado, os segredos, a estratégia de marketing,
pesquisas de novos produtos devem igualmente ser protegidos.
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Interferências e perturbações:
Nada deve impedir o curso normal da empresa. Deve-se prevenir não apenas contra
incêndios e assaltos, mas também contra espionagem, sequestros de empresários,
greves, sabotagem, chantagem, etc.

Grau de segurança:
Não existe segurança perfeita, total ou absoluta. O que existe é a segurança
satisfatória.
A segurança é satisfatória quando:
- É capaz de retardar ao máximo uma possibilidade de agressão;
- É capaz de desencadear forças – no menor espaço de tempo possível – capazes de
neutralizar a agressão verificada.

Segurança Empresarial:
É o conjunto otimizado dos meios humanos, técnicos e administrativos, a fim de
manter a empresa operando e cumprindo sua missão, ou seja, garantindo a
continuidade do negócio e a geração de lucro. Esse conjunto deve assegurar a
integridade física e moral do indivíduo, proteger o patrimônio, investigar, prevenir,
impedir e reprimir as ações de qualquer natureza que venham ameaçar ou dificultar o
pleno desenvolvimento das atividades do empreendimento, contribuindo desta forma
para a prevenção e a minimização de perdas.

Patrimônio:
São todos ativos que participam na produção de lucro do empreendimento, tais
como: Recursos Humanos (funcionários, terceiros, parceiros de negócio e clientes);
Intelectuais (informações, dados, documentos, políticas, imagem e reputação da
corporação) e Materiais (equipamentos, serviços).

Análise de Riscos:
É um processo de identificação e avaliação de cada ameaça, em relação à
probabilidade de ocorrência, a vulnerabilidade do objeto protegido contra a mesma e
o impacto sobre o lucro do empreendimento.

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Risco:
É a probabilidade do patrimônio sujeitar-se a fatores (incidentes, vulnerabilidade
e ameaças) que venham colocar em perigo, gerar perda ou dano aos ativos,
comprometendo a continuidade das atividades da corporação,
consequentemente do lucro.

Sistema eletrônico de Segurança


É o conjunto de elementos técnicos destinados a advertir in loco ou a
distância qualquer evento que pode acarretar risco para vidas, bens ou
continuidade das atividades.

Fundamentos e conceitos empregados:


Segurança é a sensação que se tem do Grau de Preservação de um bem.
A decisão de reduzir as vulnerabilidades a que este bem está sujeito, será
determinada em função do valor que estiver agregado a ele.

Com a impossibilidade de eliminar o Risco, determina-se até que volume de


investimento justifica-se a proteção; portanto, é a relação Custo / Benefício
que define o Grau de Risco a que se admite expor o bem a ser preservado.
Da corrente de medidas adotadas, o elo mais fraco será o determinante da
vulnerabilidade.

Um Sistema de Segurança deverá ser buscado, evitando-se a dependência de


determinada(s) pessoa(s) ou meio(s), tendo como característica a velocidade
entre as seguintes fases:

Monitoração * Detecção *Informação * Interpretação * Ação

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Subdivididas ainda em:


Sistema Ativo e Sistema Passivo

Sistema Ativo:

Compreende os Recursos Humanos especializados empenhados em atingir o Grau


de Segurança desejado em uma instalação (área), executando as tarefas de
controles, fiscalização, manutenção da ordem, por meio de ações preventivas e
corretivas disciplinares.

Esse contingente é representado pelos seguintes elementos:


• Encarregados/Lideres;
• Vigilantes;
• Recepcionistas;
• Mensageiros;
• Bombeiros
• Outros.

Meios Aplicados:
Compreende os Recursos Materiais utilizados na realização dos serviços relativos
a:
Comunicação: Meios que possibilitem o recebimento imediato de informações e
ordens.
São exemplos: Rádio Comunicadores ( H.T.); Bases fixas ou Móveis; e outros.

Controles:
Meios de registro das ações do sistema de segurança
São exemplos: Relógios Vigia; Ronda Eletrônica e outros

Sistema Passivo:
Compreendem os Recursos Tecnológicos distribuídos convenientemente pela
empresa, capazes de detectar qualquer anomalia existente enviando a informação
(sinal) a uma Central de Monitoramento para que as providências sejam tomadas
conforme o que ficar pré-estabelecido.

Podem ser exemplificados pelos seguintes sistemas:

• CFTV - Circuito Fechado de Televisão;


• Rede de Sensores Ambientais Internos
• Rede de Sensores Ambientais Externos
• Outros.

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CAPÍTULO 3
LEGISLAÇÃO APLICADA AO
SEGMENTO
Todo Gestor de segurança deve
ter conhecimentos básicos de
legislação e dos direitos e
obrigações de cada cidadão, pois,
a todo o momento, estará
envolvido com eles em sua
atividade.

No sistema legal brasileiro há princípio


segundo o qual ninguém pode se eximir de
cumprir a lei alegando o seu
desconhecimento:
Art. 3º. Ninguém se escusa de cumprir a lei,
alegando que não a conhece. LICC
O preceito foi herdado do direito romano
“ignorantia legis neminem excusat” e
fundamenta-se na necessária exclusão da
possibilidade de que alguém, ao cometer
certa infração, possa invocar em sua
defesa o desconhecimento da existência
de lei que incrimine a prática do ato
cometido.

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As normas jurídicas têm diversos nomes: leis, decretos, resoluções e


etc. São todas submetidas a uma hierarquia imposta a partir da lei maior: a
Constituição Federal. Aos comandos das normas constitucionais devem se
submeter todos os poderes, todos os cidadãos e, inclusive, todas as leis e demais
normas editadas por quem quer que seja. É isto, aliás, somado aos princípios
gerais de direito, que garante a harmonia e a coerência interna de todo o sistema.
Abaixo da Constituição, existem leis que a modificam ou acrescem alguma
determinação. Para regular a atividade de segurança temos apenas leis
ordinárias. Elas ocupam uma posição hierárquica privilegiada, pois vêm abaixo da
Constituição, mas acima dos decretos e demais normas.
A relação hierárquica entre a Constituição e as demais normas infraconstitucionais
não há divergências: vigora o princípio da supremacia da Constituição, segundo o
qual as normas Constitucionais, obra do poder constituinte originário, estão num
patamar de superioridade em relação as demais leis, servindo de fundamento de
validade para estas

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,
alteração e consolidação das leis.

A Constituição prioriza as normas genéricas, os princípios que nortearão as


condutas e demais normas no país. A lei, que pode ser federal, estadual ou
municipal, desce a situações mais específicas, ditando direitos e obrigações. Como
mesmo a lei é, geralmente, bastante genérica, cabe à autoridade designada, na
maior parte das vezes encarregada de aplicá-la, desenvolver regramentos,
especificações e etc., pelos quais fica mais fácil entendê-las e saber o que deve
ser feito. O primeiro regramento dentro dessa hierarquia é o decreto.
.

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Os decretos, por sua vez, nem sempre esgotam a necessidade de regras para
aplicação das leis, e então podem surgir as resoluções, detalhando ainda mais a
matéria contida na lei, viabilizando sua aplicação em situações concretas,
contribuindo para que ela atinja suas metas. As resoluções podem ser editadas ao
nível federal por Ministros e nos níveis estadual e municipal por Secretários.
Em seguida temos portarias. A portaria pode ser editada por autoridades de
menor nível hierárquico, mas Ministros ou Secretários também podem providenciá-
las. No mesmo sentido, podem-se entender as instruções, que objetivam dar
diretrizes de aplicação de decisões de autoridades na busca de determinado
objetivo contido na lei.
É importante considerar que todas essas normas devem estar coerentes com a
Constituição e princípios gerais de direito, e devem ser coerentes umas com as
outras, sob pena de gerarem confusão, terem dificuldades de serem observadas,
isentarem aqueles que as descumprem, etc. Os princípios gerais de direito são
como normas não escritas, determinações valorativas que expressam uma ética
social.

Quando há uma contradição entre duas normas, deve-se aplicar alguma outra
norma, geralmente a Constituição, para saber qual delas prevalece.
Por exemplo, a Lei nº 8.213/91, em seu art. 93, obriga todas as empresas brasileiras a
admitir determinado número de deficientes físicos. No entanto, a Lei nº 7.102/83
afirma que as empresas de segurança só poderão ter vigilantes, que são a imensa
maioria de seus trabalhadores, com saúde física inatacável.

Nesse caso, pode-se apelar para o art. 2º, § 2º, da chamada Lei de Introdução ao
Código Civil (LICC), onde está disposto que “a norma especial derroga a geral”.
Ainda que não houvesse uma lei para solucionar o conflito, teríamos os princípios
gerais de direito, como, por exemplo, o da razoabilidade. Não é razoável exigir-se
que empresas da área contratem deficientes para zelar pela segurança de
pessoas físicas ou empresas. Assim, as multas aplicadas pelo
Poder Público às empresas privadas, por descumprimento da lei das cotas, pode
acabar sendo anuladas.

Como se constata, as normas jurídicas têm a diferenciá-las, além da abrangência


e natureza do seu conteúdo, as autoridades encarregadas de aprová-las. A
Constituição, exceto em períodos de exceção, são aprovadas pelos Constituintes,
pessoas eleitas para essa finalidade. As leis são aprovadas pelo Poder Legislativo,
composta pelos Deputados Federais e Senadores ao nível federal, Deputados
Estaduais nos estados e Vereadores ao nível municipal, sendo promulgadas pelos
respectivos Chefes do Poder Executivo, que são o Presidente, o Governador e o
Prefeito, que se encarregarão de aplicá-las e fiscalizá-las, a quem cabem também
regulamentá-las, como explicado.

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Por fim, havendo infração à lei ou mesmo dúvida sobre sua


aplicação, a questão deve serdirimida pelo Poder Judiciário.

As questões que interessam diretamente à União ou envolvem seus


órgãos são decididas pela Justiça Federal, cuja segunda instância
são os Tribunais Regionais Federais de cada região; no caso de São
Paulo, esta forma a 3ª Região juntamente com Mato Grosso do Sul.
Por sua vez, as questões trabalhistas são decididas pela Justiça do
Trabalho, cuja segunda instância são os Tribunais Regionais do
Trabalho, existindo ainda nessa área um Tribunal Superior do
Trabalho.

Além da Justiça Federal e da Justiça do Trabalho, existem diversas


outras, sendo a mais relevante para a atividade a Justiça Estadual,
onde estão os juízes de primeira instância e os Tribunais de Justiça.
Acima de todos, exceto quanto à Justiça do Trabalho, temos o
Superior Tribunal de Justiça, para o qual só se pode recorrer quando
um julgamento em tribunal de hierarquia inferior fere lei federal ou
contradiz decisões sobre a mesma questão tomadas em outros
tribunais. Por fim, temos o Supremo Tribunal Federal, ao qual uma
causa só pode chegar se envolver descumprimento da Constituição.

Antes de apelar ao Poder Judiciário, a parte que se julgar


prejudicada numa determinada questão que envolve autoridade ou
órgão público pode entrar com requerimentos e recursos
administrativos junto aos mesmos. Em determinados setores, como
nos órgãos fiscais, há tribunais administrativos constituídos por
servidores públicos e representantes de entidades privadas. Na
União, estados e alguns municípios temos também tribunais de
contas, onde se pode denunciar um ato de improbidade ou
irregularidade em licitações.

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HISTÓRICO NORMATIVO:

A Lei 7.102, de 20/06/1983, foi instituída para regulamentar as atividades de


segurança privada, em especial a segurança dos estabelecimentos financeiros e o
funcionamento das empresas prestadoras de serviços de segurança privada.

Após alguns anos, foi publicada a Lei nº. 8.863, de 20/03/1994, que buscou definir as
atividades de segurança privada, prevendo o serviço orgânico de segurança, pelo
qual é facultado às empresas criar o seu próprio sistema de segurança.

Em seguida, foi editada a Lei nº. 9.017, de 30/03/1995, que, na parte em que alterou
as disposições normativas alusivas à área de segurança privada, atribuiu ao
Departamento de Polícia Federal a competência para fiscalizar os estabelecimentos
financeiros e as empresas de segurança privada, assim como previu a cobrança de
taxas, atualizou os valores referentes a taxas e estabeleceu parâmetros para o
capital social mínimo das empresas e o transporte de numerário.

A Lei n° 7.102/83 foi regulamentada pelo Decreto n.º 89.056, de 24/11/1983, que, por
sua vez, foi atualizado pelo Decreto n.º 1.592, de 10/08/1995.

O Departamento de Polícia Federal, depois da edição das normas acima indicadas,


instituiu a Portaria n° 992-DG/DPF, de 25/10/1995, responsável pelo disciplinamento
de toda a atividade de segurança privada existente no país.

Após a Portaria n° 992/95-DG/DPF, a Direção Geral do Departamento de Polícia


Federal editou as Portarias n.º 1.129, de 15/12/1995 (que aprovou o Certificado de
Segurança e de Vistoria, emitidos pelas Superintendências Regionais do
Departamento de Polícia Federal), n.º 277, de 13/04/98 (que alterou diversos
dispositivos da Portaria n.º 992/95-DG/DPF), n.º 891, de
12/08/99 (que instituiu e aprovou o modelo da Carteira Nacional de Vigilante e
respectivo formulário de requerimento), n.º 836, de 18/08/2000 (que alterou
dispositivos da Portaria n.º 891/99) e n.º 076, de 08/03/2005 (que alterou o art. 113 da
Portaria n.º 992/95).

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Entendendo a legislação:

Lei n º 7.102 de 20 de junho 1983.


(D.O.U. - 21 de junho 1983).

Empresas de Segurança Privada

Decreto nº 89056/83 e Decreto nº 1592/95


Atividades de segurança privada

São consideradas de segurança privada as atividades desenvolvidas por empresas


especializadas em prestação de serviços com a finalidade de:

1. Proceder à vigilância e segurança patrimonial das instituições financeiras e de


outros estabelecimentos, sejam públicos ou particulares;
2. Garantir a incolumidade física de pessoas;
3. Realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer outro tipo de
carga;
4. Recrutar, selecionar, formar e reciclar o pessoal a ser qualificado e autorizado a
exercer essas atividades.

Enquadram-se como segurança privada os serviços de segurança desenvolvidos por


empresas que tenham objeto econômico diverso da vigilância ostensiva e do
transporte de valores, que utilizem pessoal de quadro funcional próprio, para a
execução dessas atividades, definidos como serviços orgânicos de segurança.

Segurança Orgânica

As empresas que tenham objeto econômico diverso da vigilância ostensiva e do


transporte de valores, que utilizem pessoal de quadro funcional próprio, para
execução dessas atividades, ficam obrigadas ao cumprimento do disposto nesta lei e
demais legislações pertinentes. (Incluído pela Lei nº 8.863, de 1994).
Paragrafo 1º do artigo 10º da Lei 7.012 – Qualquer empresa poderá ter vigilantes
próprios em seu quadro, desde que assim como as empresas especializadas em
segurança, sigam todos os requisitos da legislação.

Escola de Formação

As escolas de formação de vigilantes só podem funcionar com autorização do DPF


(Departamento de Polícia Federal), e por este são fiscalizadas.
Existem diversas outras escolas que tem como objetivo o treinamento específico de
profissionais para a área de segurança.

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Gestão em Segurança Pública e Privada

Segurança Privada

Esta atividade, é a mais conhecida da sociedade brasileira e que tem dado mostra de
sua abrangência e crescimento, com um número expressivo de empresas autorizadas
pelo DPF, com base na Lei 7102/83 e demais legislação e que tem se modernizado
pelas outras atividades, como a Segurança Eletrônica, Pessoal, Transporte de Valores,
Documentos, Especial, Eventos, Orgânica, Escoltas e Escolas de Formação.

Art. 10 da Lei 7102/83 alterada pela Lei 8863/94 e, dentre outras, no Título I - Capítulo I
da Portaria 992/95.

Art. 19 - São consideradas de Segurança Privada as atividades desenvolvidas por


empresas especializadas em prestação de serviços com a finalidade de:

I - proceder à vigilância e segurança patrimonial das instituições financeiras e de outros


estabelecimentos, sejam públicos ou particulares;
Il - garantir a incolumidade física de pessoas;
lIl - realizar transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer outro tipo de
carga;
IV - recrutar, selecionar, formar e reciclar o pessoal a ser qualificado e autorizado a
exercer essas atividades.
§ 1° Enquadram-se como segurança privada os serviços de segurança desenvolvidos
por empresas que tenham objeto econômico diverso da vigilância ostensiva e do
transporte de valores, que utilizem pessoal do quadro funcional próprio, para a
execução dessas atividades.
§ 2° Os serviços de segurança a que se referem o parágrafo anterior denominam-se
serviços orgânicos de segurança.
§ 3° As atividades de segurança privada desenvolvidas por empresas especializadas em
prestação de serviços, com a finalidade de proceder à segurança de pessoas físicas e
de garantir o transporte de valores ou de qualquer outro tipo de carga, serão
consideradas, para os efeitos desta portaria segurança pessoal privada e escolta
armada, respectivamente.

Art. 2° - O Sistema de segurança privada inclui, dentre outros requisitos contidos nesta
portaria, pessoal adequadamente preparado, assim designado vigilante.
Art. 3° - O funcionamento das empresas especializadas em segurança privada será
regido pelas disposições da Lei nº 7102, de 20.06.83, do Decreto ng 89056, de 24.11.83,
da Lei nº 9017, de 30.03.95, do Decreto ng 1592, de 10.08.95, e por esta portaria.
§ Único O funcionamento a que se refere este artigo dependerá de autorização a ser
revista anualmente.

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Escolta Armada
Art. 41 - Escolta Armada, para efeito desta portaria, é o serviço executado por
empresa especializada em vigilância e transporte de valores, no auxílio operacional
ao transporte de valores ou carga valiosas.

Art. 42 - A escolta armada será executada com veículos comuns, guarnição formada
por pessoal adequadamente preparado para esse fim, uniformizado e armado.
Paragráfo Único - Os veículos comuns a que se refere este artigo poderão ser
arrendados ou locados, desde que suas condições atendam ao disposto no artigo
43 desta portaria.

Art. 43 - O veículo a que se refere o artigo anterior deverá atender as seguintes


especificações:
I - Estar em perfeitas condições de uso e ser dotado de quatro portas;
II - Possuir documentação que comprove a propriedade pela empresa, contrato de
locação ou arrendamento;
III - Possuir documentação que comprove estar com as vistorias do Departamento
Estadual de Trânsito Atualizadas;
IV - Inscrição externa que permita a fácil identificação do veículo;
V - Possuir sistema de telecomunicação.

Art. 44 - A guarnição a que se refere o artigo 42 deverá atender as seguintes


exigências:

I - Guarnição mínima de quatro vigilantes, adequadamente preparados para esse


fim, já incluído o responsável pela condução do veículo;
II - Nos casos excepcionais, quando não se tratar de transporte de numerários ou
carga de alto valor, a guarnição referida no inciso anterior poderá ser reduzida até a
metade;
III - Os vigilantes emprenhados nessa atividade deverão ter, comprovadamente, no
mínimo, um ano de experiência na atividade de transporte de valores.
Parágrafo Único - Entende-se como vigilante adequadamente preparado o portador
do Certificado de Conclusão do Curso de Formação de Vigilantes com extensão para
Transporte de Valores.

Portaria MJ n° 1264 de 29.09.95.


Art. 4° O Transporte de Numerário em montante superior a 20000 Unidades Fiscais
de Referência - UFIR, para suprimento ou recolhimento do movimento diário dos
estabelecimentos financeiros será obrigatoriamente efetuado em veículo especial
da própria instituição ou de empresa especializada.
Art. 5° O transporte de numerário entre 7000 e 20000 UFIR poderá ser efetuado em
veículo comum com a presença de dois vigilantes.

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Transporte de valores
Art. 4° e 5° da Lei 7102/83 alterada pela Lei 9017/95 - Art. 14°.
Art. 4° O Transporte de Numerário em montante superior a 20000 Unidades Fiscais de
Referência - UFIR, para suprimento ou recolhimento do movimento diário dos
estabelecimentos financeiros será obrigatoriamente efetuado em veículo especial da
própria instituição ou de empresa especializada.
Art. 5° O transporte de numerário entre 7000 e 20000 UFIR poderá ser efetuado em
veículo comum com a presença de dois vigilantes.

Vigilante

Art. 2° da Lei 7102/83.


Art. 15° da Lei 7102/83 alterada pela Lei 8863/94 - Art. 3° Art. 3° Vigilante, para os efeitos
desta lei, é o empregado contratado para a execução das atividades definidas nos incisos
I e II do caput e paragráfos 2°, 3° e 4° do Art. 10.
Art. 2º O sistema de segurança referido no artigo anterior inclui pessoas adequadamente
preparadas, assim chamadas vigilantes...
Direitos Art. 117. Assegura-se ao vigilante:

I – o recebimento de uniforme, devidamente autorizado, a expensas do empregador;


II – porte de arma, quando em efetivo exercício;
III – a utilização de materiais e equipamentos em perfeito funcionamento e estado de
conservação, inclusive armas e munições;
IV – a utilização de sistema de comunicação em perfeito estado de funcionamento;
V – treinamento regular nos termos previstos nesta portaria;
VI – seguro de vida em grupo, feito pelo empregador;
VII – prisão especial por ato decorrente do exercício da atividade.
Deveres Art. 118. São deveres dos vigilantes:

I – exercer as suas atividades com urbanidade, probidade e denodo;


II – utilizar, adequadamente, o uniforme autorizado, apenas em serviço;
III – portar a Carteira Nacional de Vigilante – CNV;
IV – manter-se adstrito ao local sob vigilância, observando-se as peculiaridades das
atividades de transporte de valores, escolta armada e segurança pessoal;
V – comunicar, ao seu superior hierárquico, quaisquer incidentes ocorridos no serviço,
assim como quaisquer irregularidades relativas ao equipamento que utiliza, em especial
quanto ao armamento, munições e colete à prova de balas, não se eximindo o
empregador do dever de fiscalização.

Notas:
1) Não existe na legislação pesquisada especificamente/restrição quanto ao sexo do
vigilante;
2) Guarda Municipal e Guarda Noturno - vide decreto n° 50301 de 02.09.68 não
pertinente aos serviços de vigilância e segurança patrimonial.
3) Porteiros: Assunto deve ser tratado a parte.

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V
. igilância ostensiva
DECRETO N° 89056, 24.11.83
Art. 5° Vigilância Ostensiva, para os efeitos deste regulamento, consiste em
atividade exercida no interior dos estabelecimentos e em transporte de valores, por
pessoas uniformizadas e adequadamente preparadas para impedir ou inibir ação
criminosa

A legislação e as armas e coletes balísticos:


Na Portaria 387 de 01/09/2006, o artigo 117 assegura ao vigilante o porte de arma
em efetivo exercício. Contudo, isso também não significa que o vigilante tenha que
trabalhar armado. Por essa razão existem diversos postos de trabalho onde o
profissional atua sem o uso de armas. A arma só poderá ser utilizada se o
profissional em questão estiver a serviço da empresa. Isso significa que, caso o
mesmo precise se ausentar temporariamente, a arma deverá permanecer dentro do
perímetro da contratante.

Guia de Transporte

É o documento com validade de até 30 dias que autoriza as empresas


especializadas e as que possuem serviço orgânico de segurança a transportarem
armas e munições entre estabelecimentos da mesma empresa ou para suprimento
de postos de serviço.

Documentos/Requisitos necessários

1 - Preencher o requerimento, que deve conter :


a) Descrição das armas e munições a serem transportadas;
b) Descrição dos endereços de origem e destino, bem como o motivo da
necessidade do transporte;
c) Trajeto do material a ser transportado, quando entre municípios não contíguos;
d) Comprovante do recolhimento da taxa de autorização para transporte de armas,
munições, explosivos e apetrechos de recarga.

Como obter?
Entregar o requerimento à Polícia Federal juntamente com os documentos.

Atenção!
Somente será necessária a guia de transporte de coletes quando forem
encaminhados para destruição ou quando se tratar de aquisição de coletes de outra
empresa de segurança privada.
Prazo Médio 30 dias

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Autorização para Aquisição de Coletes


Balísticos

É o documento válido por 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período, que autoriza a
empresa a adquirir coletes balísticos.
Documentos/Requisitos necessários
Requerimento especificando quantidade e nível de proteção
Relação dos coletes à prova de balas que possui
Relação atualizada dos vigilantes
Como obter?
O processo de Autorização para Aquisição de Coletes Balísticos ainda não foi
incorporado ao sistema GESP. O requerimento deve ser apresentado junto à unidade da
Polícia Federal mais próxima.

DAS PUNIÇÕES

Art. 23 - As empresas especializadas e os cursos de formação de vigilantes que


infringirem disposições desta Lei ficarão sujeitos às seguintes penalidades, aplicáveis
pelo Ministério da Justiça, ou, mediante convênio, pelas Secretarias de Segurança Pública,
conforme a gravidade da infração, levando-se em conta a reincidência e a condição
econômica do infrator:
I - advertência;
II - multa de quinhentas até cinco mil Ufirs: (Redação dada pela Lei 9.017, de 1995)
III - proibição temporária de funcionamento; e
IV - cancelamento do registro para funcionar.
Parágrafo único - Incorrerão nas penas previstas neste artigo as empresas e os
estabelecimentos financeiros responsáveis pelo extravio de armas e munições.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:

Andrade, José Helder. Segurança é Prevenção. Rio de Janeiro.


Ed. Ciência Moderna. 2007.

Brasiliano, Antonio Celso Ribeiro. Planejamento de Segurança


Empresarial. São Paulo. Sicurezza Editora. 1999.
Mandarini, Marcos. Segurança Corporativa Estratégica. Rio de Janeiro.
Manole. 2005

Dantas Filho, Diogenes. Segurança e Planejamento. Rio de


Janeiro. Ed. Ciência Moderna. 2007.

Brasiliano, Antonio Celso Ribeiro. Manuel de Planejamento Tático e


Técnico. São Paulo. Sicurezza Editora. 2004.
Parodi, Lorenzo. Manual de Fraudes. Rio de Janeiro. Brasport. 2005.

Sindicato das Empresas de Segurança de São Paulo – Sesvesp.


www.sesvesp.com.br.

Departamento da Policia Federal – www.dpf.gov.br

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Segurança
Física
Índice

1.0 Introdução ----------------------------- 03


2.0 Base teórica ----------------------------- 04
2.1 Princípios ----------------------------- 04
2.2 Classificação geral ----------------------------- 07
2.3 Teoria dos círculos concêntricos ----------------------------- 09
2.4 Compartimentação ----------------------------- 10
2.5 Acesso não autorizado ----------------------------- 11
2.5.1 Entrada forçada ----------------------------- 11
2.5.2 Entrada consentida ----------------------------- 11
2.6 Controle de acesso de segurança ----------------------------- 12
2.7 Crachás ----------------------------- 13
2.8 CPTED ----------------------------- 14
2.8.1 Origens ----------------------------- 14
2.8.2 Princípios gerais ----------------------------- 15
2.9 Triângulo do roubo ----------------------------- 17
3.0 Meios de Segurança Física ----------------------------- 18
3.1 Barreiras ----------------------------- 18
3.2 Benefícios do uso de barreiras ----------------------------- 19
3.3 Cercaduras ----------------------------- 20
3.4 Material utilizado na cercadura ----------------------------- 24
3.5 Construção das cercaduras ----------------------------- 25
3.6 Composição das cercaduras ----------------------------- 26
3.7 A guarda superior ----------------------------- 27
3.8 BDV ----------------------------- 28
3.9 Eclusas ----------------------------- 30
3.10 Portões ----------------------------- 32
3.11 Porta blindada ----------------------------- 33
3.12 Porta interna ----------------------------- 36
3.13 Janelas ----------------------------- 37
3.14 Fechaduras ----------------------------- 39
3.15 Cofres e armários ----------------------------- 41
3.16 Salas-fortes ----------------------------- 43
3.17 Iluminação ----------------------------- 45
3.18 Vigilantes ----------------------------- 50
3.19 Cães de guarda ----------------------------- 51
4.0 Planejamento de Segurança Física ----------------------------- 54
4.1 Iniciando o plano ----------------------------- 57
4.2 Fatores importantes na elaboração do plano ----------------------------- 58
4.3 Esboço de um Plano Operacional ----------------------------- 59
4.4 Implementação do Plano ----------------------------- 65
4.5 Controle ----------------------------- 66
4.6 Avaliação ----------------------------- 67
Leitura recomendada ----------------------------- 68

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1.0 - Introdução

A atividade desenvolvida pelo homem visando proteger sua vida, a vida de seus familiares e seu
patrimônio não é nova. Para não sofrer o dano o ser humano criou com sua inteligência elementos de
proteção e defesa. Antes as cidades eram cercadas por muralhas e os castelos por fossos ou construídos
em locais de difícil acesso. Com o tempo foram organizadas guarnições compostas por seres humanos
para a segurança da comunidade. Os elementos de proteção e defesa foram se diversificando e
acompanhando a evolução da sociedade e hoje em dia a gama de opções para a defesa do patrimônio e
da vida é imensa.
Com a diversidade de técnicas e de elementos de proteção por fim surgiu a sua utilização organizada e
de forma profissional.

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2.0 - Base Teórica

2.1 - Princípios
Há certo número de conceitos que possuem valor empírico e que devem ser aplicados com intensidades
diferentes de acordo com cada situação. Delinearam 14 conceitos de segurança, calcados na visão
feudal dos castelos europeus medievais, os quais tinham barreiras sucessivas de proteção em torno do
seu ponto mais valioso, a torre principal.
1° - Um sistema de segurança compreende um conjunto de medidas que se sobrepõem.
Qualquer subsistema de segurança examinado isoladamente será considerado falho. Não há uma
segurança perfeita. O agressor sempre poderá encontrar uma falha, seja ela causada por negligência,
esquecimento, hábito, vício ou circunstâncias. Se outras medidas de segurança estiverem ativas e
sobrepondo-se à primeira, haverá menor possibilidade de sucesso do agressor.
2° - A importância de um sistema de segurança é função das ameaças que pesam sobre o que ele
protege.
Ao se planejar um sistema de segurança deve-se considerar o valor do que ele se propõe a proteger.
Um custoso sistema de segurança protegendo algo de valor (material ou simbólico) bem menor não
tem sentido prático.
3° - A fraqueza de um sistema de segurança mede-se por seu ponto mais fraco.
Sempre haverá pontos mais fracos em um sistema defensivo, e eles definem o sistema como um todo.
Sendo assim, ao se planejar um sistema de segurança ou examinar um já existente, os seus pontos mais
fracos devem ser levantados e deverão receber a maior parte da atenção do planejador. Um modo de
identificá-los consiste em tomarmos o lugar do agressor e imaginarmos como ele agiria. Identificando
os pontos mais fracos, podemos então criar outras medidas de segurança que se sobreponham à
primeira, de forma a suprir eventuais falhas.
4° - Um sistema de segurança deve reduzir ao máximo a demora de intervenção da defesa e
retardar ao máximo a possibilidade de agressão.
Segundo os autores, “...quanto mais rápida for a intervenção quando de uma agressão, mais fácil será
controlá-la e reduzir seu dano...”.
A chave da defesa reside na rapidez da reação do serviço de segurança interna quando de uma agressão.
Seguindo a idéia medieval de barreiras sucessivas para proteção, os sistemas de segurança devem
buscar o retardo da ação do agressor, para que aumentem as possibilidades de ser barrado antes de
chegar ao seu objetivo, o torreão central.
5° - O acesso às informações sigilosas é limitado unicamente às pessoas que têm

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necessidade de conhecê-las em razão de suas funções.


Esse conceito, também conhecido entre nós como “necessidade de conhecer”, estabelece que devemos
restringir ao máximo o número de pessoas que têm acesso às informações restritas. Podemos guardar
um bem em um cofre, mas precisamos saber quem tem acesso ao cofre, sua chave e seu segredo, e o
número dessas pessoas deve ser limitado ao máximo.
6° - As pessoas vulneráveis não devem ter acesso às informações sigilosas.
São pessoas vulneráveis os alcoólatras, jogadores, gabolas (aqueles que exaltam a si mesmos),
mexeriqueiros, conquistadores ou viciados. Há também aqueles cuja vulnerabilidade vem de
circunstâncias tais como ciúmes, dificuldades familiares ou financeiras, má adaptação ao meio social
etc. Esse conceito, que complementa o anterior, estabelece que mesmo as pessoas que têm necessidade
de conhecer aspectos sigilosos pela função que exercem devem ser analisadas pelo pessoal de segurança
e, caso se enquadrem nos casos citados, isso representará uma vulnerabilidade no sistema de segurança
como um todo e que pode eventualmente vir a torná-lo muito fraco (3º conceito). Deverão ser tomadas
medidas adicionais de segurança em torno dessa pessoa para diminuir essa vulnerabilidade (1º
conceito). Cabe ressaltar que esse conceito deve permanecer sempre dentro dos limites da ética e da
legalidade, como será visto mais adiante (13º conceito).
7° - Os riscos devem ser agrupados e segredos divididos.
Ainda lembrando os castelos medievais, agrupar-se os riscos permite uma segurança única como a que
se fazia que em torno do torreão. Porém, da mesma forma que o senhor feudal guardava parte de seu
tesouro escondido fora do castelo para evitar um desastre total no caso da chegada do agressor ao
torreão, aquilo que pretendemos proteger deve ser fracionado, sendo decompostos em partes que, por
si só, não tenham significado, e cada parte protegida por diferentes medidas de segurança. Dessa forma,
caso um agressor tenha sucesso em quebrar sucessivas barreiras e tenha acesso ao que queremos
proteger, terá acesso somente à parte do segredo. Para consegui-lo completo terá que quebrar outra
seqüência de barreiras de segurança, o que diminui suas chances de sucesso.
8° - Trancados ou não, os bens a serem protegidos devem estar sempre colocados sob uma
responsabilidade bem definida.
A melhor pessoa para proteger um bem é seu proprietário. Na falta de uma propriedade individual, deve
haver uma responsabilidade individual pelo bem claramente definida perante a coletividade. Este
conceito, juntamente com o 11º e 14º , remete ao gerenciamento de RH. Pessoas se tornam mais
responsáveis quando recebem tarefas importantes e de confiança.
9° - Tudo que serve para proteger um segredo é secreto.

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Um segredo deixa de ser segredo quando um potencial agressor toma conhecimento de que há um
segredo, sendo atraído apenas por esse conhecimento. Deve-se, portanto, manter segredo de tudo que
protege um segredo, de forma que outros não saibam nem mesmo que existe algo sendo protegido. Esse
interessante conceito estabelece que a primeira opção da segurança será sempre não fazê-la de forma
ostensiva para que agressores não saibam que algo está sendo protegido, o que significa que a primeira
opção do profissional de segurança deve ser sempre atuar na área da segurança da informação, que por
natureza é não-ostensiva. A segurança ostensiva, da qual a segurança física é parte, é sempre uma
segunda opção e, mesmo esta, se deve buscar minimizar a aparência agressiva das barreiras aplicando-
se primeiramente, por exemplo, a teoria de CPTED, que será vista mais adiante. Exceções à regra são
os casos em que pela própria natureza da atividade, não há como esconder a existência de algo valioso.
Exemplificando, caso um profissional de segurança seja chamado para garantir a proteção de algo esteja
sendo criado na empresa, a primeira opção é sempre protegê-lo pelo segredo.

10°- Todo sistema de segurança deve comportar, no mínimo, um elemento de surpresa para o
agressor.
Esse conceito complementa o 4º . Guardando-se o segredo de parte das defesas, o agressor será
surpreendido por fatores desconhecidos e inesperados. As surpresas mais eficientes são aquelas que
causam nervosismo, que fazem o agressor hesitar e perder tempo. Por exemplo, pode-se ostentar rondas
de vigilantes e cães junto ao perímetro defensivo, como forma de desencorajar possíveis agressores.
Mas pode-se fazer segredo sobre um segundo sistema mais interiorizado de sensores de intrusão, que
acionarão sirenes se ultrapassados e que causarão susto e hesitação ao agressor que tenha se planejado
para passar apenas por vigias e cães. Como será visto mais adiante, esse conceito de elemento surpresa
se aplica bem à segurança eletrônica.
11°- As medidas de segurança jamais devem atrapalhar a marcha da empresa.
Conforme o 1º conceito, não há proteção total. Mas é possível conseguir-se altos graus de proteção com
medidas que se sobreponham. Porém, se tais medidas se tornam um entrave para o trabalho das pessoas,
estas se sentirão saturadas e haverá a tendência de negligenciar a segurança, o que trará prejuízos à
empresa. Esse é, como foi visto, o segundo conceito que se refere à RH.
12°- A segurança deve ser compreendida, admitida e aprovada por todos.
Ao contrário do senso geral, a segurança não é encargo apenas de especialistas. Para ser eficaz, deve
contar com a cooperação de todos, pois é função do empenho e discrição de cada um individualmente
e interage com o trabalho cotidiano. Esse conceito estabelece a importância do

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profissional de segurança dominar as técnicas de marketing e atuar agressivamente em


endomarketing.
13°- A defesa é sempre moral.
A proteção só se justifica se for implementada respeitando-se a liberdade e dignidade da pessoa
humana. Esse conceito envolve todos os outros. Não há segurança se ela não for moral e legal. Os
prejuízos a médio e longo prazo causados por ações ilegais ou amorais sobrepujam em muito os ganhos
de curto prazo que tais medidas podem trazer.
Esse conceito nos remete também ao assunto “Ética Profissional”.
14°- A segurança exige um entendimento harmonioso no interior da empresa.
Esse é o terceiro conceito que remete à RH. Empresas com empregados descontentes são alvo fácil
para aliciamento por parte de agressores. Um empregado descontente constitui um perigo em potencial
para a segurança da empresa, e o profissional de segurança deve estar atento a isso.

2.2 - Classificação Geral


Vários autores classificam de várias formas a segurança física. Normalmente, tais classificações ou
enfatizam ou os meios utilizados (humanos, animais ou técnicos) ou o modo como esses meios atuam.

Classificação
Geral

Quanto aos Quanto à


meios atuação
Humano Passivo
s s
Animai Ativos
s
Técnico De
s inteligência
Eletroeletrônic
os

Mecânicos

Os meios humanos são os denominados vigilantes. São caros em comparação com outros elementos de
segurança e por isso já há algum tempo vem ocorrendo a gradual substituição de parte dos recursos
humanos utilizados por equipamentos.

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Atualmente são utilizados principalmente cães de guarda treinados para o serviço de vigilância. Eles
representam uma das formas mais econômicas de proteção física pois um vigilante e um cão de guarda
treinado podem substituir entre cinco e dez postos de vigilância, especialmente em locais espaçosos.
Dentro da área tecnológica se encontram enquadrados os chamados Meios Técnicos de Segurança, que
são todos os materiais, dispositivos e sistemas que podemos empregar ou implementar especificamente
para a prevenção e proteção contra riscos e ameaças. Como a denominação abrange uma série extensa
de artefatos inanimados, os autores dividem-na normalmente em meios eletrônicos e meios mecânicos.
Meios eletrônicos são materiais, elementos, dispositivos e sistemas que utilizam as propriedades da
elétrica ou da eletrônica – ou ambas – para prover proteção. Já meios mecânicos são materiais,
elementos, dispositivos e sistemas que utilizam as propriedades da mecânica para prover proteção.
As defesas passivas são aquelas estáticas, que permanecem constantes haja ou não agressão. Um muro,
por exemplo, estará sempre lá, haja risco ou não. E mesmo que uma agressão ocorra, o muro continuará
lá, não alterando seu comportamento. As defesas ativas são aquelas móveis, que alteram sua
configuração reagindo a uma agressão. Um portão que se feche automaticamente quando acionado o
alarme de invasão é um exemplo de defesa ativa. Por fim, as defesas de inteligência são aquelas que
possuem comportamento proativo, visando antecipar-se ao risco e evitar uma agressão. Normalmente
atuam à distância, antes que o problema atinja a empresa Note- se que o termo “distância” aqui é
utilizado em seu conceito mais amplo, não significando apenas distância física. Pode ser também
distância temporal. Sendo assim, quando colocamos um empregado dentro da linha de produção com
a tarefa de levantar uma possível ação futura de fraude, estamos atuando com uma defesa de
inteligência na distância temporal, mesmo sendo fisicamente dentro da empresa.

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2.3 - Teoria dos Círculos Concêntricos


Calcada no princípio feudal europeu das
sucessivas cinturas de proteção em torno de uma
torre principal, essa teoria determina que um
sistema de segurança deve estabelecer zonas
(círculos de proteção) ao redor do objetivo.
Ela não discrimina na verdade quantos círculos
serão estabelecidos, mas sim qual o objetivo de
cada um deles.Tem evoluído nos últimos
tempos para uma “Teoria das Esferas
Concêntricas” que, diferente dos círculos que consideram os perigos somente ao nível do solo ou
próximos a ele, as esferas consideram também os perigos advindos do subsolo e do espaço. Isso
significa que além de considerar possíveis ataques de ladrões que tentem ultrapassar as cercas de
proteção, considera também a possibilidade de infiltrações por bueiros ou túneis escavados
intencionalmente, bem como a possibilidade de invasão pelo ar, por pára-quedas, ultraleves ou asa
delta, além da espionagem por satélite.

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2.4 - Compartimentação.
Caso as instalações que precisem ser protegidas cubram uma área física muito extensa, sua segurança
como um todo pode não ser possível por questão de custos. Os custos podem ser diminuídos se a área
for dividida em partes e as partes mais importantes e sensíveis possuírem proteção adequada. Essa
técnica é conhecida como “compartimentação” e consiste em proteger várias áreas menores dentro de
uma área maior.
A partir desse conceito se pode também classificar as áreas segundo um critério de criticidade, ou seja,
o quanto a violação dessa área interfere no negócio da empresa. Uma classificação muito usada hoje
em dia utiliza cores para definir as áreas, conforme o quadro seguinte:

COR CRITICIDADE ACESSO


Branca Inexistente Livre acesso aos empregados e visitantes, sem muita
necessidade de acompanhamento específico.
Verde Baixa Acesso controlado. Poderá haver acompanhamento por
CFTV ou pessoal dos transeuntes.
Amarela Média Acesso restrito e controlado. Há algumas restrições sobre
quem poderá acessar a área e sua permanência poderá ser
acompanhada por CFTV ou pessoal.
Vermelha Alta Acesso restrito. Há muitas restrições sobre quem poderá
acessar a área e sua permanência deverá ser acompanhada
por CFTV ou pessoal.

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2.5 – Acesso não autorizado


2.5.1 - Entrada forçada
A entrada forçada é o método mais comum para entradas não autorizadas. Portões, janelas e portas são
especialmente vulneráveis a entradas forçadas, mas também podem ser realizadas através de paredes
(especialmente as finas), pisos, telhados, clarabóias ou dutos de serviço ou ventilação. Mesmo quando
uma invasão não tem sucesso, sempre haverá prejuízos.
Se o agressor estiver convencido de que há tamanha segurança a ponto de se tornar um obstáculo
desencorajador, o número de tentativas de invasão diminuirá. Pode-se conseguir este efeito por meio
de avisos bem visíveis informando às pessoas sobre os sistemas de segurança – “CUIDADO COM O
CÃO”, “PERIGO, CERCA ELÉTRICA” etc.
2.5.2 - Entrada consentida
O acesso não autorizado pode ser conseguido também sem o uso da força. Cadeados deixados
desbloqueados, portas ou janelas deixadas destrancadas ou uso de chaves roubadas são os métodos
mais comuns, normalmente com ajuda interna.

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2.6 - Controle de acesso de segurança


É um dos pontos mais importantes na prevenção e proteção contra os riscos derivados das atividades
anti-sociais. É hoje uma das áreas de segurança com maior índice de crescimento com uma oferta e
uma demanda absolutamente crescentes.
A maior parte dos problemas de controle de acesso vem de nossa cultura. Por exemplo, uma pessoa de
terno bem alinhado e carregando uma pasta tipo 007 possivelmente poderá entrar na maioria das
empresas sem muitos obstáculos, mesmo sendo um desconhecido.
O primeiro passo para controlar quem entra na área da companhia ou sai dela, e aonde vão internamente
ou de onde vieram e os motivos é criar um sistema efetivo que identifique as pessoas, mantenha o
controle de seus passos internamente e que possa ser facilmente conhecido por todos - e reconhecido
pelo pessoal da segurança em particular. Isso normalmente é conseguido por um sistema de crachás.

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2.7 - Crachás
Há atualmente vários tipos de crachás, desde os mais simples e baratos de papel aos mais sofisticados
e caros com microprocessadores. O que garante o sucesso do controle não é a sofisticação dos crachás,
mas a capacidade do gestor de criar um processo simples de identificação que consiga a participação
de todos os empregados, caso contrário qualquer que seja o tipo de crachá utilizado, e qualquer que
seja seu custo, provavelmente não funcionará.
Um sistema de crachás deve se apoiar na compartimentação das áreas. Sendo assim, qualquer que
adentre a empresa, funcionário ou não, receberá um crachá que lhe garantirá o acesso à algumas áreas
da empresa e a outras não. Uma forma simples e com algum uso atual é colorir os crachás nas mesmas
cores das áreas de acesso. Se combinado com a pintura das portas de acesso e das paredes (ou pelo
menos de faixas nas portas e paredes) com as mesmas cores, isso permite ao usuário do crachá a
reconhecer as áreas em que pode entrar e a todo o pessoal da empresa – e a segurança em particular –
identificar e informar sobre entradas não autorizadas. Crachás de visitantes e prestadores de serviço
devem ser devolvidos na saída, bem como os dos empregados que deixem de trabalhar na empresa. Os
crachás que dão acesso às áreas mais críticas devem receber maior atenção, principalmente visando
evitar duplicações.
Crachás eletrônicos apenas facilitam o trabalho, pois se houver, por exemplo, sensores de passagem
nos portais da empresa, o controle de presença torna-se mais fácil. O uso da eletrônica não resolverá o
problema de um sistema de controle mal desenhado. Pelo contrário, se o controle de crachás simples
estiver ruim, a sua substituição por crachás eletrônicos possivelmente aprofundará o problema.

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2.8 - CPTED
CPTED é um acrônimo, na língua inglesa, para Crime Prevention Through Environmental Design,
“Prevenção de Crimes por meio de Projetos”. É uma abordagem multidisciplinar que busca reduzir o
crime e a insegurança colocando lado a lado planejadores, projetistas, arquitetos e profissionais de
segurança que trabalham para criar um clima seguro em de um ambiente, com projetos que eliminem
ou reduzam o comportamento criminal e ao mesmo tempo encorajem as pessoas a manterem-se alertas,
provendo segurança uns aos outros.
"O próprio projeto e uso efetivo do ambiente construído podem conduzir a
uma redução no medo e incidência de crimes, e a uma melhoria da
qualidade de vida”.
National Crime Prevention Institute - EUA
A abordagem do CPTED torna a segurança menos agressiva para as pessoas, evitando o sentimento de
"estar prisioneiro" naqueles que se pretende proteger. Além disso, é totalmente transparente aos
usuários, permitindo que se consiga maiores graus de segurança sem que mostre que se está preocupado
com a segurança, o que pode ser uma vantagem.
Os princípios do CPTED podem ser aplicados de forma fácil e barata no construir ou remodelar. Em
algumas comunidades que aplicaram os princípios de CPTED nos EUA a atividade criminal diminuiu
em até 40 por cento.
Historicamente, a ênfase da prevenção de crimes esteve na abordagem da dificultação do acesso ao
bem que se queria proteger por meio de dispositivos (fechaduras, sistemas de segurança, alarmes,
equipamentos de monitoração etc) e processos (patrulhamento, legislação etc), estratégias de prevenção
de crime que pretendem tornar o acesso ao objetivo do criminoso mais difícil, mas que podem também
criar um sentimento de "estar prisioneiro". Esta abordagem tradicional tende a negligenciar a
oportunidade para controle de acesso e vigilância natural. O CPTED coloca sua ênfase no "natural".

2.8.1 - Origens
1968, Jane Jacobs discutiu a interação do ambiente físico com seus habitantes e quão importante isto
era para a vida e vitalidade de uma rua ou bairro no livro The Death and Life of Great American Cities.
1969, o arquiteto Oscar Newman cunhou a expressão "espaço defensável" quando iniciou seu

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estudo sobre planejamento de moradias, associando a ele a percepção das pessoas que ali residiriam
sobre segurança. O foco era de como aquelas pessoas se sentiriam em relação ao senso de propriedade
- ou à sua falta (reforço territorial), e a relação disso com a atividade criminal. Parte de seu trabalho
relacionou-se desde então ao projeto de uso de ruas residenciais como um fator impeditivo para o crime.
1971, Clarence Ray Jeffery, criminologista norte-americano cunhou o termo Crime Prevention
Through Environmental Design após estudar a relação entre o ambiente físico e incidência de crimes.

2.8.2 - Princípios gerais


a. Vigilância natural
Considera a combinação de características físicas, atividades que serão desenvolvidas e as pessoas que
as desenvolverão no local de tal modo sobre que maximize a visibilidade. O desenho da planta deve
permitir que estranhos sejam facilmente observados por todos. Deve-se buscar a visibilidade sobre as
pessoas, estacionamentos, entradas dos prédios (portas e janelas faceando ruas e estacionamentos),
passeios de pedestres e iluminação adequada à noite.
b. Reforço territorial
Encoraja o uso de itens físicos – primordialmente barreiras naturais mas, se necessário, incluindo
barreiras artificiais- que expressem propriedade. O desenho da planta pode criar ou estender a esfera
de influência das pessoas. Os utilizadores desenvolvem então um senso de controle territorial que,
quando percebidos por potenciais agressores, serve de fator de dissuasão. Devem ser definidos os
limites da propriedade e tornar bem clara a distinção entre espaço público e privado, utilizando-se
cercas-vivas ou outros métodos.
c. Controle de acesso natural
Busca a orientação física das pessoas indo e vindo em um espaço pela colocação judicial de entradas,
saídas, cercaduras, ajardinados e iluminação. Nega-se o acesso aos locais que possivelmente poderão
ser alvos de agressões e cria-se nos agressores uma sensação de risco. Consegue-se por meio de rotas,
passeios e elementos estruturais que indiquem claramente a direção que as pessoas em geral devem
seguir, desencorajando o acesso indevido a áreas privadas.
d. Manutenção
Deve permitir o uso continuado de um espaço para seu propósito planejado e servir como uma
expressão de propriedade. Não se deve permitir qualquer redução da visibilidade de todos sobre o local
ou obstrução na iluminação noturna.

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Alguns autores incluem o CPTED com parte integrante da teoria da Segurança Física, outros o
consideram como um planejamento separado, que se insere após a análise do risco e antes do
planejamento da segurança física propriamente dito. Porém, mais importante que discutir se CPTED
pertence ou não à segurança física é compreendermos que sempre haverá estreita ligação entre a
arquitetura do projeto e a segurança.

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2.9 - Triângulo do Roubo


É a teoria segundo a qual um ato ilícito somente ocorre
se três fatores estiverem presentes, quais sejam:
Oportunidade
DESEJO = Está ligado a características culturais ou a
efeitos da propaganda atuando no subconsciente do
indivíduo;
MOTIVAÇÃO = Está ligada ao raciocínio, à capacidade
de planejar a ação;
OPORTUNIDADE = Está ligada ao ambiente, à maneira
Desejo Motivação
como as coisas estão dispostas.
Os dois primeiros fatores atuam internamente no ser TRIÂNGULO DO ROUBO
humano e modificá-los torna-se uma tarefa difícil,
pois lidamos com aspectos da psicologia humana. O terceiro fator é externo, ligado ao ambiente. Até
bem pouco tempo considerava-se que o profissional de segurança atuaria somente sobre a
OPORTUNIDADE. Atualmente, em uma abordagem multidisciplinar, o profissional de segurança
atua, em conjunto com outros profissionais de outras áreas tais como psicólogos e pedagogos, também
sobre a MOTIVAÇÃO e, em uma escala menor, sobre o DESEJO.

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3.0 – Meios de segurança física.


3.1 – Barreiras
A segurança física utiliza um combinado de barreiras, cada uma com um propósito específico, o que
inclui barreiras naturais e estruturais.
- Barreiras naturais: São acidentes do terreno que por sua disposição natural impedem ou
dificultam o acesso ou o trânsito na área da empresa. Podem ser um rio, montanha, alagadiço, encosta
ou outro acidente geográfico que seja de difícil transposição.
Observações:
- Rios e fossos
Seu valor como barreira está no grau de agravamento de suas margens e na violência de sua correnteza,
impedindo que sejam transpostos com facilidade.
- Alagadiços
Seu valor reside no solo pouco firme, que dificulta e por vezes impede o movimento a pé.
- Montanhas
Podem ser visualizadas como barreiras dependendo da altura e do ângulo de inclinação de suas
encostas.
- Barreiras estruturais: São obras, permanentes ou temporárias, realizadas na empresa, não
necessariamente com a única finalidade de prover segurança. Podem ser cercaduras, portas, janelas
ou a parede de uma outra construção que sirva à função de deter a entrada não autorizada.
A criação de barreiras de proteção serve para:
1°) Prevenir a entrada de pessoas e veículos de forma indesejada. 2°)
Prevenir saídas indesejadas.
3°) Definir zonas de isolamento para áreas sensíveis.
4°) Prevenir o acesso de pessoas a áreas restritas internas.
Instalar barreiras não significa que sempre será necessário instalar cercas ou outros obstáculos, uma
vez que por vezes a natureza nos provê barreiras mais eficientes. Por exemplo, uma barreira natural
poderá ser um rio, montanha ou outro terreno difícil de ser atravessado por pessoas ou veículos.
Construções também devem ser consideradas, como por exemplo, uma parede externa de um prédio. É
importante notar que barreiras raramente por si só impedem a intrusão. A segurança se dá com o seu
uso integrado.

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3.2 - Benefícios do uso de barreiras


São quatro os benefícios do uso de barreiras:
1°) Benefício psicológico. Uma barreira visível e que não seja fácil de ser transposta serve para
desestimular entrada indesejada. Poucas pessoas sobem cercas altas e que tenham arame farpado no
topo, principalmente sabendo que a área é patrulhada por cães ou seguranças. Normalmente, pessoas
com intenção de roubar ou causar danos desistem frente a barreiras de proteção, reconhecendo que,
mesmo que entrem, talvez não possam escapar.
2°) Diminui a necessidade de pessoal de segurança e permite seu uso em atividades mais importantes.
3°) Canaliza o fluxo de pessoas que entram e saem da empresa, uma vez que só poderão fazê- lo através
de pontos estabelecidos e controlados pela segurança.
4°) Causam confusão no invasor. Uma vez dentro da área da empresa, ele pode ser confundido por suas
barreiras de proteção internas. Quando seu sistema de barreiras possui complexidade suficiente para
causar confusão, a chance de um intruso sair da área sem ser visto torna-se baixa.

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3.3 - Cercaduras
É o tipo de barreira estrutural mais utilizado. Normalmente são construídas em uma única linha mas,
quando for essencial o estabelecimento de maior grau de segurança, duas linhas de cercaduras podem
ser instaladas no perímetro. Estas cercaduras devem ser separadas por distância não inferior a 4,5
metros e não mais de 45 metros para melhor proteção e controle. As cercaduras devem permitir
passagens para execução de serviços, que terão no mínimo 25 cm de diâmetro, devendo ser protegidas
para prevenir abertura não autorizada. A escolha da melhor cercadura depende da situação dos riscos
que cada empresa está sujeita, bem como do orçamento da segurança. Sugere-se um estudo conforme
o quadro abaixo:

Tipo de cercadura Tempo de Custo de Manutenção Facilidade de Durabilidade


instalação instalação periódica transposição no tempo
por m² por m² por seres
humanos
Tela de arame Média Média Média
Arame farpado Alta Alta Baixa
Concertina Média Baixa Baixa
Fio cortante Média Baixa Baixa
Muro de alvenaria Baixa Baixa Alta
Grade de ferro Baixa Média Alta
Cerca viva Alta Alta Baixa

Para melhorar a segurança de uma cercadura, os seguintes pontos devem ser considerados:
1) Postes, árvores, caixas ou quaisquer outros objetos junto à cercadura podem ser utilizados
pelo agressor para escalá-la.
2) Escadas deixadas junto à cercadura são um convite aos invasores. Escadas fixas devem ter
seu início protegido dentro de uma gaiola de metal, com porta fechada.
3) Cercaduras conjugadas com a de outra propriedade, ou que se toquem em pontos
específicos, representam perigo extra. Um invasor pode entrar na propriedade vizinha e depois
invadir a propriedade que se quer proteger escalando ou abrindo a outra cercadura.
4) Deve-se ter especial atenção quando a cercadura toca em outras edificações, pois poderá
ser transposta a partir dos telhados vizinhos ou mesmo utilizando-se as janelas e outras saliências da
edificação como apoio para a transposição.
Os tipos mais encontrados são:
Tela de arame ou rede laminada.
É o tipo de cercadura mais usado para propósitos de segurança. Provê o sistema permanente

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de melhor custo-benefício e sua eficiência aumenta com a introdução de arame farpado no seu topo.
Uma vantagem deste tipo de cercadura é permitir a observação de ambos os lados. Sendo assim,
folhagem ou outros materiais decorativos devem ser evitados, pois reduzem a visibilidade e auxiliam
o invasor que, uma vez dentro, estará fora das vistas dos transeuntes.
Devem ser construídas com no mínimo 2 m de altura e, no caso de cerca dupla, a segunda deve ter no
mínimo 1,80 m. Sua trama não deve ter mais que 2,5 cm de abertura.
De preferência, o arame de suas bordas superior e inferior não deve ser protegido, permanecendo
pontiagudo e retorcido, criando o efeito de arame farpado, pois o risco de alguém inadvertidamente se
cortar nas pontas é menor que o risco de permitir que algum agressor escale a cerca e ultrapasse-a com
facilidade (pode-se também lançar arame farpado no seu topo como guarda superior, criando-se o
mesmo efeito).
Considera-se sempre a possibilidade de alguém lançar sobre a cerca uma lona, de forma a permitir
escalá-la sem se ferir nas pontas dos arames do topo.
Deve ser suportada por posteamento de metal ou concreto armado, preso em sapatas com 6 a 8 cm de
profundidade e a tela deve ser rigidamente presa no posteamento. Para impedir que pequenos animais
ou pessoas passem por baixo da cerca, a tela não deve estar a mais de 5 cm do solo, quando este for
consistente e não possa ser cavado (cimento, pedra etc). Caso seja sobre terra ou outro solo não
consistente, deve estar enterrada no mínimo 5 cm no solo.
Deve ser pintada com alguma tinta não reflexiva, de forma a não permitir o reflexo da luz do sol. Em
dias ensolarados, o reflexo do metal da cerca – principalmente cercas novas – podem cegar
momentaneamente a vigilância, permitindo que um agressor não seja visto.
Deve ser feita manutenção periódica, procurando pontos de ferrugem e locais onde a cerca se
desprendeu do posteamento.
O posteamento também deve ser testado para certificação de que continua firme, pois caso se solte a
cerca cairá com ele. A distância entre postes deve ser de no máximo 2 m.
Cerca de arame farpado
Permitem a passagem de pessoas e podem ser facilmente cortadas. São efetivas quando a ameaça se
resume a animais de grande porte. No Brasil não existe normatização versando sobre o assunto, porém
as especificações federais norte-americanas relativas a cercaduras de arame farpado são:
1) O arame farpado standard é trançado, duplo-fio, arame padrão 12, com 4 farpas, espaçadas
por igual distância entre cada uma.
2) Cercaduras de arame farpado não devem ter menos 2 m de altura, excluindo-se a guarda

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superior.
3) O arame deve ser fixado firmemente a postes, os quais não devem estar separados por mais
de 1,8 m.
4) A distância entre os fios não excederá 15 cm e pelo menos um arame será entrelaçado
verticalmente a meia distância entre os postes.
Cerca de concertina
A concertina foi desenvolvida pelas forças armadas norte-americanas buscando uma barreira de
lançamento rápido. Lançada com estaqueamento em X, cria uma barreira de 90 cm, podendo ser
lançada em duas camadas, uma sobre a outra, criando uma barreira de 1,80 m. Sua efetividade aumenta
grandemente caso seja feito um lançamento triplo, com um estaqueamento sobre outros dois em
paralelo, assumindo uma forma piramidal, conseguindo-se assim uma barreira de 1,80 m de altura por
1,80 m de largura, muito difícil de ser transposta. Cercaduras de concertina são muito úteis para uso
temporário, como apoio enquanto se repara a cercadura original danificada.
O arame farpado padrão para concertina é um rolo de arame farpado fabricado com aço muito forte,
unidos intervalos regulares de maneira a formar um cilindro. Aberta, a concertina de arame deve ter 15
m de comprimento e 1 m de diâmetro.
Cerca de fita farpada
Muito parecidas com a concertina, possuem o mesmo uso. Por seu baixo custo, estão se tornando
populares atualmente. A fita farpada é fabricada em uma tira de aço com uma resistência à quebra de
no mínimo 230 Kg, a largura geral é 3/4" e tem farpas de 7/16” espaçadas a intervalos de 1/2" ao longo
de cada lado.
Muro de alvenaria.
Tem grande uso. Possui a vantagem da durabilidade, além de poder acompanhar o estilo arquitetônico
de todo o complexo, tornando-se menos agressivo às vistas. Pode ser feitos de tijolos, concreto armado,
pedra ou similar e aumenta seu grau de segurança se possuir arame farpado, pregos ou vidro quebrado
no seu topo.
Não permite a visibilidade de dentro para fora e nem de fora para centro, o que pode ser uma vantagem
ou uma desvantagem dependendo do que se pretende, pois sem visibilidade se ganha privacidade, mas
uma vez que o agressor tenha transposto o muro não poderá ser observado por transeuntes nem por
patrulhas policiais.
Muros sempre apresentam aparência agressiva e o uso da hera tem servido para torná-los mais sociais.
Grades de ferro

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Também são duráveis, podem acompanhar o estilo arquitetônico do complexo e são devassáveis, isto
é, permitem que se observe de fora para dentro e de dentro para fora.
Normalmente são de alto custo.
Cercas-vivas
São utilizadas como cercadura, principalmente em casas, por sua beleza estética. O uso de plantas
espinhosas pode desestimular o agressor.
Há a necessidade de ser cuidada por jardineiro.

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3.4 - Material utilizado nas cercaduras


Em geral são:
- Aço, com fabricação básica de alta resistência em vários perfis.
- Ligas ligeiras, com fabricação especial de alta resistência em vários perfis.
- Concretos, com fabricação básica ou de alta resistência em perfis ou módulos de específico
desenho e construção.
- Madeiras, com fabricação especial em perfis reforçados de desenho e construção
específicos.

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3.5 - Construção das cercaduras


- Industrializada, com construção mediante o emprego de materiais ou perfis de caráter
industrial, geralmente não específica.
- Pré-fabricada, com construção mediante o emprego de materiais ou peças selecionados e
preparados para obter módulos completos enlaçados.

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3.6 - Composição das cercaduras


- Alicerce (ou base). Elemento estrutural, geralmente de concreto armado, que serve de base
para colocação do posteamento.
- Posteamento. Elementos estruturais, geralmente de perfis metálicos, que servem de
sustentação e fixação das malhas e painéis.
- Trama ou painéis. Elemento estrutural, geralmente de aço, que constitui a base de
fechamento ou configuração da cercadura.
- Elementos de fecho. Dispositivos de segurança que garantirão o ajuste e sustentação dos
elementos e painéis fixos ou móveis.
-Elementos praticáveis. Painéis, portas e dispositivos móveis ou fraturáveis que permitam a passagem
através da cercadura.
- Acabamento. Determinação do material e seu tratamento final de proteção. Pode ser:
Galvanizado
Pintado
Plastificado
Inoxidáveis

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3.7 - A guarda superior


Uma guarda superior é uma projeção de arame farpado ou fita farpada ao longo do topo da cerca ou do
muro, apontando para fora (ofensiva) ou para dentro (defensiva) e para cima em um ângulo de
aproximadamente 45º . Os braços de suporte para a guarda superior devem ser fixados
permanentemente no topo dos postes para aumentar a altura global da cerca em menos 30 cm, e três
fios de arame farpado espaçados 15 cm devem ser colocados apoiados nos braços.
Atualmente está ganhando força o uso da guarda superior com cercadura elétrica.

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3.8 - BDV
Barreiras de detenção de veículos (BDV) são dispositivos de proteção que formam uma barreira
compacta mediante barras ou fileiras de elementos e se dispõe para a detenção de veículos diante de
invasão agressiva ou não autorizada. Este tipo de elemento pode ser utilizado tanto como um sistema
de segurança que impeça invasões de veículos quanto como apoio ao controle de acesso.
Tipos
- Fixas ou fundeadas. Passivas, não acionáveis, de caráter estacionário e permanente.
- Basculantes. Acionáveis que giram em um movimento de básculo sobre um eixo horizontal.
- Ascendentes. Elementos verticais ou horizontais acionáveis que se elevam sobre o solo.
- Extensíveis. Elementos pulsantes acionáveis manualmente que se estendem sobre o solo.
Construção
- Tradicional. Construção ou fabricação básica e generalizada.
-Industrializada. Construção ou fabricação empregando equipamentos e sistemas de fechos de caráter
industrializado.
- Específica. Construção ou fabricação de caráter específico e diferenciado.
Operacionalidade
- Manual. Funcionamento mediante o acionamento pela força manual.
- Semi-automática. Funcionamento mediante sistemas de acionamento de caráter elétrico ou
pneumático controlados pela ação humana.
- Automática. Funcionamento mediante sistemas de acionamento de caráter elétrico ou
pneumático controlados sem a ação humana.
Grau de segurança
Determinado pelos seguintes parâmetros:
- Tipo de veículo. Características técnicas, dimensões e funcionamento dos veículos que
devem ser detidos.
- Peso do veículo. Dimensionamento em toneladas do veículo mais a sua carga.
- Velocidade de impacto. Dimensionamento em Km/h no ponto de impacto do veículo.
- Conteúdo do veículo. Definição da carga passiva ou ativa do veículo.
Espaço posterior percorrido
É a limitação em metros do possível deslocamento do veículo depois do impacto na barreira. As
barreiras de detenção de veículos têm uma dupla função. São empregadas contra a

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intenção de invasão não autorizada e como sistema de controle de acesso de veículos. Seu desenho e
implantação permitem utilizá-la ostensivamente como um sistema de segurança dissuasório ou oculta
como elemento de surpresa para o agressor.

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3.9 - Eclusas
Eclusas. Como é designado o conjunto de elementos fixos e móveis (anteparas, biombos ou parede
fina, divisória e portas) que formam um sistema de controle de acesso para pessoas, veículos ou objetos
constituído por duas ou mais portas que não se abrem de uma só vez, não permitindo o contato direto
entre duas áreas adjacentes.
Classificam-se em função de:
a) Manobra
Refere-se à forma de ação ou movimento que realizam suas portas e partes móveis.
a.1) Pivotante - O movimento de suas folhas realiza-se sobre um eixo vertical, lateral ou
central. Pode ser tipo abatível ou giratória.
a.2) Elevadiça - O movimento de suas folhas realiza-se em forma ascendente ou descendente.
Tipo guilhotina.
a.3) Deslizante - O movimento de suas folhas realiza-se horizontalmente para direita ou para
esquerda. Tipo corredeira.
b) Utilização
b.1) Para pessoas - Dimensionadas para o controle de acesso de pessoas.
b.2) Para veículos - Dimensionadas para o controle de acesso de veículos.
b.3) Para objetos - Dimensionadas para o controle de acesso de maletas, valises, miudezas,
correspondências etc.
c) Fluxo
É o número de elementos que por unidade de tempo que poderão passar pela eclusa.
d) Ordem de passagem
É a seqüência de passagem dos elementos.
e) Grau de segurança
Refere-se ao nível de resistência a ataques que deve oferecer a eclusa. Sendo e eclusa um sistema, esse
grau é determinado pelo menor grau de segurança dos elementos individuais que compõem a eclusa,
os quais serão vistos mais adiante.
f) Configuração
Refere-se à forma arquitetônica na qual está constituída a eclusa. Pode ser:
f.1) Linear - Forma de passagem em linha reta. Pode ser unidirecional ou bidirecional.
f.2) Angular - Forma de passagem em linha quebrada (ou em ângulo). Também pode ser
unidirecional ou bidirecional

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Equipamentos que compõem a eclusa


Uma eclusa é um sistema de equipamentos que deve ser projetada para cada situação. Não há duas
eclusas iguais. O desenho das eclusas está intimamente ligado aos diferentes parâmetros que intervém
em sua definição e montagem, obtendo com isto diferentes tipos e modelos e sua correta adequação as
necessidades de cada caso e circunstâncias.
1) Estrutura. Elementos que constituem sua armação básica.
2) Painéis. Elementos que constituem seu fechamento perimetral.
3) Portas. Elementos móveis.
4) Equipamento de vigilância. Elementos que permitem a observação da operação da eclusa
(CFTV, espelhos de observação etc).
5) Sistema de comunicação. Equipamentos de falar e escutar entre o interior e o exterior da
eclusa.
6) Sistema de detecção de presença. Equipamentos de detecção volumétrica ou detecção por
passagem.
7) Sistema de fechamento. Fechaduras para bloqueio manual ou automático de portas.
8) Sistema de sinalização. Equipamentos de indicação do estado de portas e utilização da
eclusa.
9) Sistema de emergência. Dispositivos antipânico ou de abertura emergencial de portas ou
painéis.
10) Sistema radioscópico. Equipamentos de inspeção por raios-X para materiais, objetos,
pacotes e pessoas.
11) Compartimento de custódia. Locais seguros para objetos de passagem não autorizados.
12) Sistema de controle de acesso. Leitoras de dispositivos para validação e autorização de
passagem.
13) Postos de controle geral. Locais com capacitação para centralizar o manejo e controle da
eclusa.

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3.10 - Portões
Portões são barreiras necessárias para o controle do tráfego de entrada e saída através da cercadura.
São utilizados para impedir o acesso ou saída de veículos não autorizados. Quando menos portões
houver, maior a segurança, pois são pontos de vulnerabilidade na cercadura da mesma forma que portas
e janelas são pontos de vulnerabilidade em paredes. Em geral são fechados com correntes e cadeados.
O portão em uma cercadura deve ser tão alto quanto a cerca adjacente e as suas guardas superiores ser
verticais para evitar problemas com seu movimento.
São também exemplos de portões a cancela e o muro móvel.

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3.11 - Porta blindada


Classificam-se por:
1) Manobra
Entendo-se como manobra a forma de ação ou movimento que realiza sua folha ou partes móveis.
1.1) Portas pivotantes (apoiadas por pivôs). O movimento de sua folha é sobre eixo vertical,
lateral ou central.
1.1.1) Abatível (mais comum). 1.1.2)
Giratório em eixo lateral. 1.1.3)
Giratório em eixo central.
1.2) Portas suspensas. O movimento de sua folha ou lâminas é sobre guias de deslizamento
verticais
1.2.1) Rígida.
1.2.2) Lâmina.
1.2.3) Guilhotina.
1.3) Portas deslizantes. O movimento de sua folha é sobre guias de deslizamento horizontais. 1.3.1)
Reta.
1.3.2) Tangente
2) Material de defesa
Entendo-se como material de defesa a aquele que faz parte de sua configuração ou fabricação e que
se servem para sua proteção.
2.1) Madeira – Material selecionado empregado como base estrutural e em peças maciças. A
madeira deve ser dura e estratificada.
2.2) Material metálico – Material empregado como base estrutural ou de painéis, em moldura
ou lâmina.
2.2.1) Aço tradicional.
2.2.2) Aço de alta resistência.
2.3) Material sintético – Material empregado como base estrutural ou de painéis e
normalmente em lâminas rígidas ou flexíveis.
2.3.1) Blindagem anti-maçarico – Material de diversas composições resistente à aplicação de
calor direto.
2.3.2) Blindagem anti-térmica – Material de diversas composições resistente à aplicação de

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elevadas temperaturas.
2.4) Material combinado – Material empregado como base estrutural ou painéis onde a
combinação de alguns materiais permite melhores graus de segurança.
2.4.1) Concreto de resistência normal – Conglomerado à base de cimento que possui
resistência característica do tipo básico, habitual e fácil de obter.
2.4.2) Concreto de alta resistência – Conglomerado à base de cimento que possui resistência
característica de tipo especial, pouco habitual e difícil de obter.
2.4.3) Concreto de fibras – Conglomerado à base de cimento e fibras plásticas ou metálicas
que possui elevado grau de segurança ante o ataque.
2.4.4) Armaduras tradicionais – Contorno de aço de resistência e formas habituais,
normalmente utilizado em obras de construção e concretos armados estruturais.
3) Composição.
3.1) Batente de porta. Estrutura básica para sustentação da folha da porta e integração com a
parede.
3.2) Folha da porta. Elemento móvel que constitui a base do fechamento e alojamento dos
materiais de defesa, dispositivos de fechamento e segurança.
3.3) Sistema de ancoragem. Elementos ou dispositivos situados para sua adequada e eficaz
integração entre os elementos da folha de porta e moldura e este ao batente.
3.4) Grade interior. Elemento móvel que funciona como fechamento complementar e controle
de acesso nos períodos em que a porta blindada permanece aberta.
3.5) Sistema de fechos. Elementos fixos e móveis que constituem a base do fechamento e
segurança das portas blindadas.
3.6) Abertura motorizada. Mecanismo geralmente elétrico que permite o manejo do sistema
de fechos em forma não manual ou remota.
3.7) Fechadura. Elemento mecânico ou motorizado que constitui a base do acesso e segurança
para a abertura e fechamento das portas.
3.8) Retardador. Elemento mecânico ou motorizado que constitui a base do controle horário
para a abertura das portas blindadas.
3.9) Sistema de alarme. Dispositivo de segurança que, incorporado às portas blindadas,
permite a detecção de ataque assim como transmite um sinal correspondente de alerta ou alarme.
3.10) Sistema de bloqueio. Dispositivo de segurança que, incorporado ao sistema de fechos da
porta blindada, provoca o bloqueio desta em caso de ataque mecânico ou térmico.
4) Grau de segurança.

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UNE 108-113-86. Camaras Encouraçadas


4.1) Grau A - Equipamento E-3 e tempo T –30. Ataque com a utilização de pé-de-cabra,
pinça, punção, marreta, alavanca, martelo percussor, furadeira portátil, serra mecânica ou gás
oxiacetilênico. Tempo mínimo de resistência, 30 minutos.
4.2) Grau B - Equipamento E-4 e tempo T-45. Ataque com a utilização dos equipamentos
listados em E-3 mais furadeira elétrica com broca diamantada. Tempo mínimo de resistência, 45
minutos.
4.3) Grau C - Equipamento E-5 e tempo T –60. Ataque com a utilização dos equipamentos
listados em E-4 mais o emprego de chama térmica. Tempo mínimo de resistência, 60 minutos.
4.4) Grau D - Equipamento E-6 e tempo T –60. Ataque com a utilização dos equipamentos
listados em E-5 mais o emprego de explosivo equivalente a 200 gramas de TNT. Tempo mínimo de
resistência, 60 minutos.
4.5) Grau E - Equipamento E-5 e tempo T –90. Ataque com a utilização dos equipamentos
listados em E-4 mais o emprego de chama térmica. Tempo mínimo de resistência, 90 minutos.

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3.12 - Porta interna


Deve-se atentar para o fato de que uma porta fina e frágil, mesmo que tenha uma boa fechadura, poderá
simplesmente ser ignorada e atravessada por um agressor. Uma porta sólida, de madeira ou de metal, é
um investimento necessário. Molduras de madeira de pelo menos 10 cm ou de metal permitirão que
haja segurança. Quando utilizando uma moldura de metal, deve-se ter o cuidado de que seja sólida, e
não apenas o perfil, o que a tornaria frágil. Se for utilizado apenas o perfil, deve ser preenchida com
cimento, de forma a resistir a impactos. Por fim, quando utilizando dobradiças para cadeados, as
dobradiças devem ser fixadas de tal forma que os parafusos não fiquem expostos.

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3.13 - Janelas
Elemento de fechamento principalmente exterior utilizado na arquitetura e na construção em geral e
raras vezes é colocado segundo condições específicas de segurança. Seu emprego diante de invasão
tem, em qualquer caso, planejamentos especiais. Sua função mais comum é a ocultação de vistas e a
regulação da luz solar, mas pode vir a apresentar condições notáveis de segurança.
Classificam-se por:
a) Tipo de manejo
Refere-se à forma de ação ou movimento que realiza o conjunto ou a parte móvel.
a.1) Pregado (horizontal ou vertical). Movimento de seus painéis ou partes móveis de
fechamento sobre eixos horizontais ou verticais agrupando-se ou pregando-se para sua abertura.
a.2) Extensível. Movimento de seus painéis ou partes móveis de fechamento sobre eixos
verticais agrupando-se para sua abertura.
a.3) Enrolável. Movimento de seus painéis, lâminas ou partes móveis de fechamento sobre
um eixo horizontal no qual se enrolam para sua abertura.
a.4) Abaixável. Movimento de seus painéis ou partes móveis de fechamento sobre um eixo
vertical lateral ou central sobre o qual giram para sua abertura ou fechamento.
a.5) Deslizante. Movimento de seus painéis ou partes móveis de fechamento sobre guias
horizontais ou verticais nas quais deslizam para a abertura e fechamento.
b) Material
b.1) Aços normais. b.2)
Aços especiais.
b.3) Materiais sintéticos. b.4)
Madeiras.
c) Acionamento
c.1) Manual. Acionamento direto pelo ser humano sem nenhum tipo de mecanismo adicional
para seu manejo.
c.2) Mecânico. Acionamento por meio de dispositivo tipo mecânico.
c.3) Eletromecânico ou eletromagnético. Acionamento por meio de dispositivos tipo
eletromecânico ou eletromagnético.
c.4) Pneumático. Acionamento por meio de dispositivos tipo pneumático ou ar-comprimido
d) Funções
São as possibilidades de uso que apresentam este tipo de fechamento.

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d.1) Proteção. Provê segurança perante diversas formas de ataque.


d.2) Visão. Permite a vigilância ou observação direta.
d.3) Ventilação. Permite a circulação do ar.
d.4) Iluminação. Permite a entrada de luz natural ou artificial.
e) Grau de segurança.
São os níveis de segurança que podem oferecer as janelas.
e.1) Resistente a ataque com elementos manuais. Resiste a ataques utilizando meios básicos
como alavancas, pés-de-cabra, serras, tesouras de corte, martelos etc.
e.2) Resistente a ataque com equipamento mecânico. Resiste a ataques utilizando meios
mecânicos ou eletromecânicos como talhadeiras, serras elétricas, tesouras de pressão etc.
e.3) Resistente a ataque com projéteis ligeiros. Resiste a ataques utilizando de armas de
fogo, de caça ou guerra com projéteis básicos ou especiais.
e.4) Resistente a ataque com explosivos. Resiste a ataques utilizando materiais ou cargas
explosivas para a abertura.

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3.14 - Fechaduras
Quando se pensa em sistema de fechamento, é normal se esqueça das fechaduras. Fechaduras não
podem ser consideradas como equipamentos simples que são adicionados às portas ou janelas como
apêndices. Realmente, fechaduras que não sejam elementos definidos e desenhados para a segurança
são apenas elementos decorativos e não de proteção. Porém, fechaduras devem ser parte de um sistema
de fechamento cujo objetivo é atrasar a entrada ou a saída de um espaço por um período de tempo tal
que permita a detecção do invasor. Esta é a função de um sistema de fechamento.
São categorizadas como:
Mecânicas – fechaduras com chaves, nos seus vários tipos.
Eletromecânicas – fechaduras com cartões ou similares.
Quase todos os tipos de fechadura operam por meio de uma chave, combinação numérica (segredo),
cartões ou impulso elétrico. A maioria das fechaduras de chave (exceto cadeados) usa para seu
funcionamento um mecanismo de travamento que se estende para além da fechadura, penetrando no
receptáculo na moldura da porta. Para anulá-lo, pode-se utilizar uma chave que mova manualmente o
mecanismo de volta em direção à fechadura. As lingüetas são empurradas por molas e são menos
seguras que os mecanismos de travamento. Possuem um ângulo que permite seu deslizamento e
fechamento na abertura da moldura da porta sempre que esta se fecha. A não ser que possua ranhura
de segurança será necessário apenas um simples cartão plástico ou uma faca para empurrá-la de volta
à porta.
Os cilindros-mestres são a parte da fechadura que contém a ranhura para a inserção da chave e os pinos
do segredo. Fechaduras de cilindro duplo são mais seguras que fechaduras de cilindro simples porque
necessitam de chave também para abrir por dentro. Com fechaduras de um só cilindro, o lado oposto
do cilindro é operado somente por um pino, o que significa dizer que um ladrão que quebre um vidro
ou remova um painel poderá alcançar o pino e abrir a fechadura.
Fechaduras com chave na maçaneta são usadas universalmente. Não possuem mecanismo de
travamento, sendo que o segredo atua diretamente na lingüeta. A maioria delas contém uma ranhura na
parte externa (para receber a chave) e um pino na parte interna. Apresenta as mesmas limitações que a
fechadura de um cilindro. O modelo com duas ranhuras (uma de cada lado) são mais seguros. Se
comparadas com as fechaduras com mecanismo de travamento, são menos seguras, especialmente
porque a lingüeta sofre grande dano caso seja atacada com um martelo, por exemplo, e sua maçaneta
pode facilmente ser arrancada à força, expondo o segredo.

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Há várias maneiras de se atacar uma fechadura. Provavelmente o mais simples, utilizado em portas sem
mecanismo de travamento, seja forçar um cartão plástico ou faca entre a porta e a moldura, próximo ao
local da lingüeta, para soltá-la da moldura, o que acontece sem muita dificuldade. Fechaduras que
possuem ressaltos de segurança na lingüeta ou mecanismos de travamento não são passíveis de serem
abertas dessa forma. Para este tipo e fechadura, pode-se colocar uma chave de fenda ou pé-de-cabra
entre a porta e a moldura, de forma que se afastem uma da outra e o mecanismo de travamento possa
soltar-se da moldura. Este tipo de ataque, caso sejam tomados cuidados para não danificar nem arranhar
portas e molduras, pode vir a se difícil de ser descoberto mais tarde. Outro método consiste em usar
uma serra sobre a parte do mecanismo de travamento que se apresenta entre a porta e a moldura,
cortando-a e liberando a porta. Pode-se também, com uma chave de fenda ou similar, desgastar a porta
onde se prende o mecanismo de travamento. Por fim, pode-se arrancar o cilindro-mestre da fechadura,
com o auxílio de uma furadeira e broca de metal. Todos esses métodos podem ser evitados com o uso
de mecanismos de travamento de metal duro, que não possa ser serrado, molduras de metal e uso de
placas de metal como proteção dos cilindros.

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3.15 - Cofres e Armários


São classificados por:
1) Utilização
A aplicação ou emprego que se realizará com eles.
1.1) Guarda de valores. Locais para proteção ou guarda de objetos de valor, obras de arte,
documentos, dinheiro etc.
1.2) Guarda de explosivos. Locais para proteção ou guarda de material explosivo e
detonadores.
1.3) Guarda de armas. Locais para proteção ou guarda de armas de fogo e munições.
2) Grau de segurança
UNE 108-112-87.
2.1) Grau A - Equipamento E-1 e tempo T –15. Ataque com a utilização de chaves, pés-de-
cabra, pinças, punções, picaretas, tesouras, marretas ou alavancas. Tempo mínimo de resistência, 15
minutos.
2.2) Grau B - Equipamento E-3 e tempo T –15. Ataque com a utilização dos equipamentos
listados em E-2 mais serras mecânicas ou gás oxiacetilênico. Tempo mínimo de resistência, 15
minutos.
2.3) Grau C - Equipamento E-2 e tempo T –30. Ataque com a utilização dos equipamentos
listados em E-1 mais: martelo e furadeira portátil. Tempo mínimo de resistência, 30 minutos.
2.4) Grau D - Equipamento E-4 e tempo T –30. Ataque com a utilização dos equipamentos
listados em E-3 mais furadeira elétrica com broca diamantada. Tempo mínimo de resistência, 30
minutos.
2.5) Grau E - Equipamento E-5 e tempo T –45 - Ataque com a utilização dos equipamentos
listados em E-3 mais: lança térmica. Tempo mínimo de resistência, 45 minutos.
2.6) Grau F - Equipamento E-6 e tempo T –60 - Ataque com a utilização dos equipamentos
listados em E-5 mais: explosivo equivalente a 200 gramas de TNT. Tempo mínimo de resistência,
60 minutos.
3) Localização
Localização refere-se à disposição final que têm as caixas fortes e para que estão desenhadas e
fabricadas. Em geral, a localização está relacionada com sua segurança.
3.1) Caixa forte autônoma. Independente do ambiente que a cerca. 3.2)
Caixa forte fundeada. Presa ao solo ou parede.

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3.3) Caixa forte embutida.


4) Volume Útil
Refere-se ao espaço disponível no interior da caixa forte, armários ou compartimentos de segurança.
- Menor que 50 litros
- De 51 a 100 litros
- De 101 a 200 litros
- De 201 a 500 litros
-Maior de 500 litros
5) Composição especial.
No caso da fabricação de armários de segurança com características especiais, estas não se enquadrarão
nas categorias das normas técnicas, pois seu desenho e construção são de caráter livre. Serão os testes
de classificação, não obrigatórios e difíceis de serem realizados no Brasil, que permitirão obter o seu
grau de segurança específico. Não obstante, é importante assinalar algumas características que devem
ser consideradas pelo planejador, tais como:
- Dimensões interiores e exteriores.
- Peso.
- Volume útil interior.
- Material e acabamento.
- Tipo e quantidade de fechaduras.
- Fechaduras horárias.
- Sistema de detecção e alarme.
Dado o amplo leque de oferta que o mercado apresenta para este tipo de elemento, é aconselhável
analisar e avaliar suas características caso a caso.

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3.16 - Salas-fortes
São definidas como recintos de segurança limitados e formados por um conjunto de defesas físicas
integradas por paredes e ou painéis blindados. Salas-fortes (ou câmaras blindadas) são, na verdade,
grandes cofres. Estão sujeitas às mesmas vulnerabilidades ao fogo e a agressões que os cofres. Por
causa de seu tamanho, normalmente somente a porta é feita de aço e o restante de concreto. São pesadas
e em geral construídas no sub-solo do prédio para evitar problemas estruturais. Este tipo de construção
tem normalmente como objetivo a custódia de valores. Podem ser resistentes a fogo ou resistente a
arrombamento.
Classificam-se por:
1) Utilização
Refere-se ao emprego que terá a câmara como recinto protegido para a guarda de valores.
1.1) Câmaras de valores. Guarda de elementos de especial valor, como: metais preciosos,
jóias, obras de arte, documentos etc para uso privado ou bancário.
1.2) Câmara de espécie (papel moeda). Guarda de papel moeda para uso privado ou bancário. 1.3)
Câmara de aluguel. Guarda de elementos de especial valor ou dinheiro em espécie para
uso público.
2) Grau de segurança
UNE 108-113-87
2.1) Grau A - Equipamento E-3 e tempo T –30. Nível mínimo. Ataque com a utilização de
chaves, pés-de-cabra, pinças, picaretas, tesouras, marretas, martelos, serras mecânicas ou abrasivas
e gás oxiacetilênico.Tempo mínimo de resistência, 30 minutos.
2.2) Grau B - Equipamento E-4 e tempo T-45. Nível médio. Ataque com a utilização dos
equipamentos listados em E-3 mais furadeira elétrica com broca diamantada. Tempo mínimo de
resistência, 45 minutos.
2.3) Grau C - Equipamento E-5 e tempo T –60. Nível alto. Ataque com a utilização dos
equipamentos listados em E-4 mais: lança térmica. Tempo mínimo de resistência, 60 minutos.
2.4) Grau D - Equipamento E-6 e tempo T –60. Nível muito alto. Ataque com a utilização dos
equipamentos listados em E-5 mais explosivo equivalente a 200 gramas de TNT. Tempo mínimo de
resistência, 60 minutos.
2.5) Grau E - Equipamento E-5 e tempo T –90. Nível muito alto. Ataque com a utilização dos
equipamentos listados em E-4 mais lança térmica. Tempo mínimo de resistência, 90 minutos.
3) Situação

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Refere-se à disposição da câmara blindada na planta arquitetônica:


3.1) Baixa. Situação da câmara abaixo do nível da rua ou zona de acesso ao local.
3.2) Ao nível da rua. Situação da câmara planta ao nível da rua ou zona de acesso ao local. 3.3)
Alta. Situação da câmara acima do nível da rua ou zona de acesso ao local.
4) Localização
Refere-se às características do local onde se encontra situada ou se situará a câmara e as condições de
utilização deste local.
4.1) Local próprio ou único. Disposição do espaço sem limitações por ser construída em local
não compartilhado com outras atividades.
4.2) Local compartilhado. Disposição do espaço com limitações por ser construída em local
compartilhado com outras atividades.
5) Construção
Refere-se ao sistema utilizado para sua montagem ou configuração.
5.1) Tradicional. Construção no local com materiais básicos e habituais, utilizando formas de
montagem também habituais e genéricos.
5.2) Pré-fabricada. Construção em fábrica mediante sistemas especiais e industrializados e
com formas de montagem e trabalhos específicos.
6) Espessura das paredes
Grau A Até 30 cm
Grau B De 31 a 40 cm
Grau C De 41 a 60 cm
Grau D De 61 a 100 cm
Grau E Mais de 100 cm

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3.17 - Iluminação
A iluminação permite que seu sistema de segurança continue operando durante a noite e permite que
se mantenha um nível de proteção próximo ao nível existente durante o dia. Uma boa iluminação
também funciona como um importante fator de dissuasão para desencorajamento de possíveis
agressores.
Não é comum a compreensão de que a iluminação de proteção sirva para outros propósitos além de
dissuadir possíveis agressores. A falta de uma boa iluminação de proteção é causada por uma percepção
falha de suas vantagens, principalmente seu baixo custo. Para compensar sua falta, aumenta-se o
número de postos de vigilância e patrulhas móveis, o que é bem mais caro.
A iluminação de segurança possui como características gerais: 1º ) É
relativamente barato mantê-la.
2º ) Permite reduzir a necessidade de forças de segurança.
3º ) Permite proteção pessoal para a força de segurança reduzindo o elemento de surpresa para o intruso.
4º ) Requer menor intensidade que a luz de trabalho.
O planejamento de um sistema de iluminação deve considerar a necessidade de luz a partir do perímetro
externo, passando por áreas e benfeitorias sensíveis dentro da empresa e terminando nos locais de onde
houver atividade noturna. Normalmente há menor necessidade de luz nas partes externas que nas partes
internas da empresa, exceto nos locais onde haverá atividades tais como portões de entrada e locais de
carga e descarga noturna. Pode também ser utilizado acoplado a um sistema de alarmes, gerando grande
benefício para a segurança.
A iluminação de proteção precisa justificar-se por ao menos um dos três motivos abaixo: 1º )
Desencorajar entradas não autorizadas na área da empresa.
2º ) Simplificar e garantir a detecção de intrusos que se aproximem ou tentem entrar em áreas
protegidas.
3º ) Prevenir e detectar roubos internos ou outros problemas do gênero.
O sistema de iluminação deve ter capacidade de continuar operando de forma eficiente durante períodos
de baixa visibilidade tais como serração ou fortes chuvas.
Há também a necessidade de luzes de emergência, iluminação reserva caso haja pane nas luzes
principais, rotinas de teste e manutenção.
Quando se inicia o planejamento de um sistema de iluminação de proteção ou avalia-se um sistema já
existente, os seguintes pontos devem servir de guia:

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1º ) Fazer uma lista com a descrição, características e especificações dos vários tipos de lâmpadas
existentes.
2º ) Fazer uma pesquisa e levantar as características dos vários tipos de iluminação oferecidos pelo
mercado.
3º ) Fazer alguns diagramas e definir quais as suas necessidades de iluminação, definindo altura, direção
e espaçamento da iluminação.
4º ) Definir o mínimo necessário em termos de luminosidade em cada área que se queira iluminar.
Para tanto, deve-se levar em consideração:
1) Requisitos de manutenção. O que inclui limpeza periódica e troca de lâmpadas queimadas.
A determinação dos custos de manutenção deve incluir material de apoio tais como escadas e
ferramental, tanto para limpeza e troca das lâmpadas quanto para a segurança de quem vai executar
o trabalho.
2) Controle fotoelétrico. Sua utilização para acionar automaticamente a iluminação deve ser
avaliada. São práticos e reduzem o gasto com energia, porém aumentam o custo de implantação do
projeto.
3) Condições climáticas. As condições de sol, chuva, ventos e serração devem ser avaliadas.
Elas podem influenciar o tipo de lâmpada escolhida e aumentar a necessidade de manutenção.
4) Alimentação. As condições da rede elétrica devem ser levantadas, com especial atenção às
flutuações e períodos de falta de energia. Talvez se torne necessário um sistema de alimentação
próprio com geradores.
5) Aterramento. O aterramento protegerá o sistema contra sobrecargas que poderiam danificá-
lo. Aterramentos são, portanto, de fundamental importância e não devem ser desprezados.
6) Controle de manutenção. Deve-se estabelecer uma pauta de controle onde os tempos de
acionamento dos vários tipos de lâmpadas serão estimados, permitindo o controle e a previsão de
queimas. A expectativa de vida de uma lâmpada é fornecida pelo fabricante, e normalmente se
considera 80% desse tempo como o ideal para adquirirmos sobressalentes, caso não haja em
estoque, e prepararmos uma troca. Na próxima página segue um exemplo de pauta:

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Tipo e voltagemLocalização Data da instalação Data esperada da troca


(ver diagrama)
001 Mercúrio 1000W 1-001 10 jul 20002 15 out 2002
002 Sódio 400W 4-002 15 out 2002 09 dez 2004
etc
Diagrama:

7) Áreas restritas. Todas as áreas restritas devem estar iluminadas durante toda a noite no seu
perímetro e pontos de acesso. O posicionamento deve cumprir as seguintes regras:
- Não ter um brilho ofuscante que cause cegueira temporária no pessoal de segurança e
atrapalhe sua tentativa de observar possíveis invasões, fornecendo vantagem ao invasor.
- Não iluminar o pessoal de segurança e nem fornecer a sua silhueta, permitindo que o invasor
saiba quantos são e sua localização.
- Garantir ao pessoal de segurança o controle do acionamento do sistema de iluminação,
evitando seu desligamento mesmo que não intencional.
8) A iluminação de pontos de controle de entrada deve ser de intensidade suficiente para
permitir aos guardas comparar e identificar os portadores de crachás.
9) A iluminação protetora deve permitir ao pessoal de segurança observar sem serem vistos.
10) Sempre deve prever luzes brilhantes nos olhos do intruso.
11) Deve haver pouca luz nas rotas de patrulha da segurança.
12) A queima de uma ou mais luzes não deve afetar a operação das luzes restantes.
13) A fonte de energia substituta deverá ser adequada para sustentar a iluminação de
segurança de todas as áreas sensíveis e estruturas.
14) O cone de iluminação da fonte de luz deve ser dirigido para baixo e pra longe da estrutura

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ou área protegida e para longe do pessoal de segurança da área.


15) A fonte de luz para iluminar cercaduras de perímetro deve ser localizada suficientemente
dentro da área protegida e acima da cerca de forma que a claridade possa cobrir todo o solo
adjacente à cercadura.
16) Deve prover adequada iluminação até mesmo de áreas limítrofes.
Existem quatro tipos gerais de sistemas de iluminação de segurança:
- Contínuo. É o sistema de iluminação de segurança mais comum e que consiste em luminárias
estacionárias. Há dois métodos primários de empregar iluminação contínua, que são:
1º ) Projeção de clarão.
2º ) Iluminação controlada.
- Auxiliar. É o sistema de iluminação de segurança no qual as luminárias são estacionárias e
não estão continuamente ligadas.
- Móvel. É o sistema de iluminação de segurança que consiste em holofotes móveis,
manualmente operados. Normalmente é utilizado para complementar iluminação contínua ou
auxiliar.
- De emergência. Utilizado em caso de pane geral dos outros sistemas, duplica os outros três
sistemas citados no todo ou em parte. Seu uso é limitado pela possível falta de energia que pode
ocorrer em casos de emergências ou mesmo por requisitos de atendimento à própria emergência, que
poderá limitar o uso de energia elétrica por questões de segurança. Pode depender grandemente de
fontes de energia alternativa como geradores portáteis ou baterias.
Há vários tipos de iluminação usados para propósitos de segurança:
- Luminárias incandescentes. Proporciona iluminação imediata e pode ser montada de maneira
que a luz seja refletida ou difusa. Um exemplo é a lâmpada incandescente comum.
- Luminárias de descarga gasosa. Possuem a vantagem de serem mais eficientes (menor custo
por lux produzido) que as luzes incandescentes e apresentam excelente desempenho onde há névoa e
cerração. Porém possuem a desvantagem de exigirem de dois a cinco minutos para acender quando
frias e períodos mais longos para reacender quando quentes. Há dois tipos principais:
1º ) Luminária a vapor de mercúrio – produz luz azul suave. 2º )
Luminárias a vapor de sódio – produz luz amarela suave.
- Luminárias de quartzo: Têm luz branca muito luminosa e acendem rapidamente. São
excelentes para uso ao longo de perímetros e em áreas críticas, mas freqüentemente necessitam ser
usadas em potências muito altas e de grande consumo.
Os tipos descritos acima se apresentam no mercado em três tipos básicos de equipamentos

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com aplicações de segurança:


1) Holofotes.
Direcionais, protejam luz em um raio concentrado com um pouco de difusão. Por serem fixos, são
apropriados para iluminar áreas específicas e para uso em ocasiões que exijam iluminação longínqua.
2) Fresnels.
Grandes faróis usados para estender a iluminação em faixas longas, horizontais. Eles projetam uma
faixa curta de aproximadamente 180º na horizontal e de 15º a 30º na vertical.
3) Luzes de rua.
Produzem luz difundida, extensamente usada em áreas de estacionamento.
3.18 - Vigilantes
Emprego de meios humanos.
Podem ser próprios da empresa ou terceirizados, cada solução apresentando vantagens e desvantagens.
Vantagens de vigilantes próprios:
- Geralmente de melhor padrão, pois, eles recebem salários mais altos.
- Geralmente prestam melhor serviço, pois se sentem como parte do negócio.
- Podem ser treinados para dirigir alguns deveres de segurança mais complexos.
- Apresenta menor rotatividade.
- São mais familiarizados com as instalações que protegem.
-Tendem a ser mais leais à companhia.
Desvantagens de vigilantes próprios:
- Custam mais caro.
- Têm que ter substitutos disponíveis na própria empresa.
Vantagem de vigilantes terceirizados:
- A empresa reduz seus problemas administrativos e de pessoal, reduzindo a carga sobre seu
Departamento de Pessoal.
- A empresa é aliviada das responsabilidades paralelas relacionadas à folha de pagamento.
- A empresa transfere para a contratada a responsabilidade de programar e supervisionar o
pessoal da vigilância.
- A contratada é capaz de fornecer vigilantes extras em curto espaço de tempo quando
necessário.
- A contratada assume os riscos da responsabilidade civil.
Desvantagens de vigilantes terceirizados:
- A empresa perde parte de seu controle sobre a qualificação dos vigilantes.
- Objetivando a redução de seus custos, a contratada pode dar treinamento falho aos

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vigilantes.
- Também objetivando a redução de seus custos, a contratada pode utilizar empregados de
baixo salário e, por conseguinte, de baixa qualidade profissional.
- Os vigilantes terceirizados não apresentam lealdade para com a organização.
- Podem apresentar elevado índice de rotatividade, o que inviabiliza qualquer programa de
treinamento implementado pela empresa.
- Podem não estar familiarizados com a planta.

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3.19 - Cães de Guarda


Seu uso vem crescendo ultimamente, pois os custos envolvidos na aquisição, alimentação e treinamento
de cães são bem mais baixos que o custo agregado dos vigilantes que eles podem substituir.Também
eliminam a necessidade de extensas cercas iluminadas, uma vez que cães de guarda preferem estar na
penumbra, apenas com a iluminação natural da lua ou luzes refletidas à distância.
Apresentam grande vantagem no uso em áreas sujeitas à serração ou fortes chuvas, que reduzem a
visibilidade humana, mas não ofuscam os sentidos dos cães. Vale ressaltar que os cães podem distinguir
entre vários tipos de ruído a uma grande distância, pois sua acuracidade auditiva é vinte vezes maior
que a acuracidade humana e sua acuracidade visual é dez vezes maior que a humana, não obstante não
distinguirem cores e não poderem focar em um objeto específico.
Os cães imprimem também ao sistema de segurança um forte fator dissuasório. Para o invasor, saber
que na escuridão um cão feroz o espreita é no mínimo inquietante.
Os mais apropriados são os da raça Dobermann, Pastor Alemão e Rottweiler.
- Inconvenientes
Para que possa ser efetivo no serviço, um cão deve obedecer a somente uma pessoa, o que obriga a
maior planejamento por parte do Departamento de Pessoal. Normalmente, a empresa deverá ter mais
de uma equipe de cães, cada uma com seu “dono”, por assim dizer. Quando esse “dono” estiver no seu
turno de vigilância, sua equipe estará com ele e as outras estarão descansando no canil.
Cães não possuem a capacidade de decisão inerente aos humanos. Mas possuem grande agressividade
natural e elevada capacidade de detectar movimento, sons e odores, mesmo na escuridão. Um bom
planejamento deve prever um trabalho em equipe, no qual o uso desses fatores de força do animal sirva
para aumentar a capacidade de detecção, decisão e reação dos seres humanos encarregados da
vigilância.
Por fim, cães necessitam de um grande esforço de treinamento. Mas se treinados para tal e bem
posicionados, poderão detectar um intruso antes que ele atinja os limites externos da empresa, mesmo
no escuro.
Emprego de cães
Antes de decidir sobre o uso de cães de guarda, o profissional de segurança deve levar em consideração
alguns fatores.
- Presença de distúrbios externos.

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A efetividade dos cães de guarda possui uma grande dependência da ausência de distúrbios externos.
Cães de guarda detectam movimentos, sons e odores estranhos, e isso os faz alarmar a presença de
invasores, ou seja, alguém que não está ali normalmente. Sendo assim, eles devem ser utilizados em
ambientes controlados, ou seja, que não varie de forma difusa. O local deve ser livre de variações
descontroladas de movimento, sons e odores para que o animal possa perceber que a variação vem de
um invasor. Quando utilizados em áreas onde tais variações ocorrem, o cão notará todas elas e não
saberá distinguir quando um invasor se aproximar. Nessa situação, seu valor como cão de guarda se
limitará ao efeito psicológico de dissuasão.
- Visibilidade reduzida e escuridão.
Cães de guarda são mais efetivos quando utilizados à noite, em áreas escuras – não em áreas iluminadas
ou durante períodos de visibilidade reduzida. Cães ficam especialmente alerta quando na escuridão,
pois aguçam seus sentidos de audição e olfato, os quais são suas melhores ferramentas para a detecção
de invasores. Se utilizados de dia ou em áreas iluminadas devem patrulhar por rotas alternativas que
busquem as sombras ou permanecer em pontos escuros de onde possam vigiar a área a ser protegida.
Por fim, caso seja necessário que se exponham em áreas iluminadas, mesmo não sendo seu uso ideal
do ponto de vista técnico, sua exposição aumentará o efeito psicológico de dissuasão sobre potenciais
invasores.
- Vento, terreno e clima.
De todos os elementos naturais a serem considerados, o vento é o mais importante. Saber a direção
dominante e sua velocidade afeta sobremaneira a forma de se planejar o uso de cães de guarda, pois se
deve utilizar o cão onde ele possa usar o vento a seu favor para aumentar sua capacidade de detecção.
Isso se torna crítico, pois afeta os dois principais sentidos do animal, o olfato e a audição. Sendo assim,
o melhor uso do fator vento consiste em planejar o uso do cão de forma que ele possa receber o vento
vindo da área a ser vigiada.
Da mesma forma o terreno e suas benfeitorias podem, se bem que em menor escala, interferir no olfato
e audição dos cães, na medida em que podem desviar o sentido original dos ventos e distorcer e difundir
os sons de tal forma que se tornará muito difícil para o cão definir o local exato da origem dos cheiros
ou dos sons, dificultando que ele localize o invasor.
As condições climáticas extremas tais como chuva torrencial, frio intenso, ou ventos muito fortes
também devem ser consideradas, pois tendem a reduzir a capacidade de detecção dos cães. Em tais
condições, o uso de rotas alternativas de patrulha onde o animal possa estar mais abrigado. É razoável
considerar que os cães suportam exposição às intempéries da mesma forma que os humanos, e que
também as mesmas conseqüências. Sendo assim, sob condições extremas, da

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mesma forma que o homem deve se proteger deve proteger também os cães. Por exemplo, sob frio
intenso, da mesma forma que os vigias devem se agasalhar, deve-se considerar a necessidade de
agasalho para os cães, inclusive calçados, caso tenham que caminhar sobre geadas.
- Turno de trabalho.
Normalmente o turno de trabalho dos cães deve ser de quatro horas por quatro de descanso.
Caso se queira planejar turnos maiores, normalmente
os cães se cansam e perdem o interesse em seis horas.
Ainda assim, quando o vento, o frio ou o calor se
torna por demais agressivo, é‘prudente uma redução
no turno de forma a evitar animais cansados e
desinteressados na ronda.
Na figura ao lado temos um exemplo de planejamento de
uso de cães de guarda.

4.0 – Planejamento de Segurança Física


Numa visão mais ampla, o planejamento da segurança física visa atingir o propósito de proteger bens
e pessoas, prevenindo, coibindo ou neutralizando ações de agentes agressores que venham a interferir
na rotina da empresa. Devemos arquitetar nossas ações com a finalidade impedir o avanço dos agentes
agressores.
Antes de se iniciar um planejamento de segurança física, há necessidade de se definir:
1) Quais os ativos que vamos proteger (O que protegeremos)?
2) A que riscos esses ativos estão sujeitos (Quanto protegeremos)?
Há também a necessidade de se determinar o grau de risco ao qual o que deve ser protegido está
exposto. Uma empresa localizada em área urbana de alta criminalidade e possui itens de alto custo para
proteger precisará de mais segurança que uma empresa na área rural, onde seja baixa a criminalidade,
e que produza, por exemplo, parafusos.
Normalmente (mas não obrigatoriamente) o planejamento se faz apoiado na teoria dos círculos
concêntricos.
Consideraremos primeiramente a segurança de perímetro. Perímetro significa fronteiras externas,
normalmente os limites da propriedade. Esta será a primeira linha de defesa contra as invasões. A
segurança de perímetro é tipicamente composta fossos ou por cercaduras, apoiada em iluminação,
CFTV e patrulhas. Em alguns casos, especialmente áreas urbanas, as paredes dos prédios são o
perímetro e suas portas e janelas seus acessos. O tipo de barreira física que será utilizada como primeira

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linha de proteção dependerá do que se pretende proteger. Por exemplo, proteger um prédio em área
urbana difere significativamente de proteger uma fábrica no campo.
Para o planejamento de uma segurança de perímetro, os seguintes fatores devem ser considerados:
1°) Sempre que houver um planejamento de perímetro, ele precisa estar de acordo com a visão geral
do Plano Estratégico da empresa e do Plano Tático de Segurança.
2°) Perímetros de segurança precisam ter uma relação custo-benefício favorável. Quando o plano for
apresentado, certamente alguém perguntará “Que tipo de retorno teremos com esse investimento?”.
3°) Muito embora quanto menor o número de entradas no perímetro de segurança mais segura ele fica,
seu planejamento não deve interferir negativamente nos negócios nem na execução do Plano de
Evacuação de Emergência. Fazer segurança significa aumentar o grau de proteção para as pessoas e
equipamentos, e não aumentar o risco.

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4°) Perímetros de segurança têm efeito psicológico sobre invasores em potencial. Eles sinalizam para
os de fora – e para os de dentro também – que há medidas para impedir invasões.
5°) Mesmo com uma boa segurança de perímetro, a possibilidade de uma entrada não autorizada não
deve ser desconsiderada.
6°) Se são encontrados invasores dentro da propriedade, houve fragilidade do perímetro de segurança.
Essa fragilidade deve ser encontrada e corrigida.
7°) O perímetro de segurança deve servir como uma primeira linha de uma série de defesas. 8°)
Mercadorias sempre poderão ser atiradas por sobre cercas ou através de janelas. Uma
enorme variedade de coisas sempre poderá ser surrupiada por pessoas a pé ou em veículos legalmente
dentro da propriedade.
9°) O perímetro externo de um prédio, principalmente em áreas urbanas, normalmente são suas paredes
externas.
10°) Zonas limpas. Para permitir vistas livres, os dois lados de uma cercadura deverão estar limpos,
sem obstáculos. Deve existir uma zona vazia de 6 metros ou mais entre a barreira de perímetro e as
estruturas de exterior, áreas de estacionamento, características naturais ou benfeitorias feitas pelo
homem. Da mesma forma, deve existir uma zona vazia de 15 metros ou mais entre a barreira de
perímetro e as estruturas internas. Em caso de cercas duplas, o intervalo entre elas também deve ser
suficientemente grande que impeça que uma cerca seja utilizada como apoio para ultrapassar a outra.
11°) Barreiras perimetrais estão todo o tempo expostas ao público externo. Deve-se cuidar bem da sua
aparência, bem como da aparência do pessoal das patrulhas e das guaritas.
12°) Barreiras perimetrais devem ser inspecionadas periodicamente, em períodos curtos. Não se deve
esperar encontrar um invasor na ante-sala para saber que a cerca está rompida.
Após considerarmos a segurança perimetral, passaremos para o segundo círculo, tipificado aqui pelo
sistema de fechamento. O propósito básico de um sistema de fechamento é obstruir entradas não
autorizadas em locais já dentro do perímetro da empresa. Tentativas de entrada em lugares não
autorizados – protegidos – ocorrem normalmente pela porta ou pela janela, tanto externas quanto
internas e sistemas de fechamento devem deter o acesso não autorizado de pessoas de dentro ou de fora
da empresa.
Um sistema de fechamento é composto por:
1) A abertura em que a porta será inserida, e seus materiais adjacentes.
2) A moldura que é inserida nesta abertura.
3) A porta, janela, portão ou similar e o material que o constitui.

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4) As dobradiças.
5) A maçaneta e sua lingüeta, ou outro dispositivo similar.
6) O cilindro-mestre.
7) O mecanismo de travamento.
Todas as partes do sistema de fechamento devem receber a mesma atenção.
Se em um sistema de fechamento tem um de seus itens especificado de forma tal que forneça alto grau
de segurança, mas outros itens não o acompanham no mesmo grau, não surte o efeito esperado e perde-
se trabalho e dinheiro.
Atualmente fechaduras apresentam alto grau de sofisticação em relação à segurança oferecida, mas os
outros materiais não. Sendo assim, erros são comuns.
Por fim, passamos à terceira linha de proteção, a proteção interna. A terceira linha de proteção é aquela
que visa o controle interno de acesso e é composta por cofres, armários, porta interna, salas fortes e
similares.

4.1 - Iniciando o plano


Baseado em um diagnóstico e uma análise de risco, o plano tem como finalidade principal, propor
soluções para a diminuição dos riscos levantados.
Iremos então dimensionar os meios humanos, animais e técnicos a serem utilizados para alcançar
nossos objetivos.
O plano deve estar bem alinhado com a política e objetivos da empresa para que possamos atingir
resultados não só eficazes e eficientes, mas também efetivos.
É interessante iniciar apresentando o conceito à alta direção da empresa mostrando as conseqüências
para a empresa caso o sistema produtivo seja atacado e uma visão histórica de fatos ocorridos em outras
empresas – ou na própria empresa.
Após a apresentação das medidas propostas se deve apresentar de forma honesta à direção que tipo de
problemas as medidas de segurança poderão causar na produtividade e, comparando-se tais problemas
com as conseqüências de possíveis ataques ao sistema produtivo (mostradas no início da apresentação),
uma honesta análise do custo/benefício de tais propostas – que deve ser favorável à segurança, pois se
não for não de deve sequer iniciar a apresentação das propostas de segurança.
O plano deverá retratar todas as preocupações que o executivo de segurança deve ter com relação à
aplicação dos recursos adequados, além da descrição das normas e procedimentos que as equipes de
segurança desempenharão através das normas de cada posto de serviço, respeitando-se as
particularidades existentes em cada setor.

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Para que isso aconteça, se faz necessário que todos os envolvidos com a segurança, estejam bem
treinados e integrados com o ambiente de trabalho.

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4.2 - Fatores importantes na elaboração do plano


Primeiro passo:
- Saber atividade principal da empresa;
- Saber as metas e condicionantes do Plano Estratégico da empresa e do Plano Tático de
Segurança.
- Conhecer a geografia da região;
- Conhecer a planta da empresa;
- Conhecer o entorno da empresa (proximidade de aeroportos, vias principais, córregos de
água, fontes de distribuição de energia, comunidades etc);
- Relacionar o histórico das ocorrências em outras empresas que residem na área;
- Conhecer as benfeitorias da empresa, inclusive internamente;
- Identificar os pontos vulneráveis (diagnóstico);
- Levantar os riscos (análise de risco).
Após isso:
- Identificar as barreiras necessárias (muros,cercas, portões, controle dos acessos, iluminação
etc), considerando o aproveitamento das barreiras naturais;
- Estabelecer postos de segurança (humana ou animal);
- Estabelecer pontos e controles de acesso;
- Estabelecer procedimentos;
- Levantar efetivo necessário;
- Levantar materiais e equipamentos a serem utilizados;
- Calcular o custo;
- Em função do orçamento, reajustar se for necessário.
- Alinhar os possíveis problemas que as medidas de segurança poderão causar (por exemplo,
aumento do tempo de carga ou descarga, aumento do tempo necessário para os empregados entrarem
ou saírem da empresa etc)
Devemos dar especial atenção aos pontos de maior sensibilidade numa organização que são:
- Controle de acesso, circulação e perímetros;
- Controles internos e identificação;
- Áreas restritas, armazéns e estacionamentos;
- Áreas de carga e descarga.

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4.3 - Esboço de um Plano Operacional de Segurança Física


1. Propósito. Explicita o propósito do plano de forma clara que não permita dúvidas.
2. Área de segurança. Define as áreas, prédios e outras estruturas consideradas críticas e que
mereçam proteção, bem como a prioridade para sua proteção.
3. Medidas de controle. Estabelece restrições para o acesso e movimento nas áreas críticas.
Essas restrições devem ser listadas para pessoal, veículos e carga.
a. Controle de pessoal.
(1) Área. Define controles referentes a cada área ou estrutura considerada individualmente
(a) Autorização de acesso. Quem a possui e emitida por quem.
(b) Critério de acesso para:
i. Empregados da empresa.
ii. Visitantes.
iii.Vendedores.
iv Pessoal de manutenção.
v Pessoal contratado para trabalhos específicos.
vi Outros.
(2) Identificação e controle.
(a) Tipo. Descreve o sistema a ser utilizado em cada área. Se for utilizado um sistema de
crachás, deve conter uma descrição completa sobre todo os aspectos relativos ao acesso de pessoal
nas diversas áreas da empresa e como os crachás permitirão sua visualização rápida.
(b) Aplicação. Deve incluir regras específicas para cada caso baixo.
i. Empregados da empresa.
ii. Visitantes.
iii.Vendedores.
iv. Pessoal de manutenção.
v. Pessoal contratado para trabalhos específicos.
vi. Outros.
b. Controle de material. Deve-se ter em mente que a área de segurança não define normas na
área contábil ou fiscal. A segurança controla se as normas definidas nessas áreas ppr quem de
direito na empresa estão sendo seguidas para evitar perdas por recebimentos ou liberações
indevidas.
(1) Entrada de material.

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(a) Recebimento. Define normas de segurança a serem observadas para recebimento de


material e suprimentos de modo rotineiro.
(b) Controle. Define normas e responsabilidades a respeito da inspeção de segurança sobre o
material que entra na empresa, incluindo toda a documentação necessária para o aceite.
(2) Saída de material.
(a) Carregamento. Define normas de segurança a serem observadas para o carregamento de
produtos de modo rotineiro.
(b) Controles. Define normas e responsabilidades a respeito da inspeção de segurança sobre o
material que sai da empresa, incluindo toda a documentação necessária para a liberação.
(3) Casos especiais. Define normas de segurança a serem observadas para o recebimento ou
carregamento não usuais, em áreas livres ou restritas. Define também a responsabilidade a respeito
da inspeção e liberação, documentação necessária e outros. Normatiza a procura e inspeção de
material caso haja indícios de ameaça, neste caso específico sempre de acordo com a legislação
vigente.
c. Controle de veículos.
(1) Frota da empresa. Define normas para o controle da utilização dos veículos da empresa.
Note-se que as normas para a utilização em si não são definidas pela área de segurança da empresa,
mas pela logística ou outra área equivalente. A segurança controla apenas o uso determinado para
evitar perdas por utilização indevida.
(2) Veículos particulares dos empregados. Define normas para controle de entrada, revista e
saída dos veículos particulares dos empregados da empresa. A revista só poderá ser realizada se de
acordo com a legislação vigente.
(3) Veículos de vendedores, visitantes, contratados e outros veículos. Normas para controle
de entrada, revista e saída, sendo a revista sempre de acordo com a legislação vigente.
(4) Normas para o controle da entrada de veículos em áreas restritas.
(a) Veículos particulares dos empregados.
(b) Frota da empresa.
(c) Veículos de emergência.
(d) Veículos dos vendedores, visitantes, contratados e outros veículos.
d Política e procedimentos para registro de veículos. A política de autorização de entrada de veículos
de empregados da empresa não é, a princípio, definida pela área de segurança, mas pela área de RH.
Aqui essa política é explicitada e são definidas normas para seu cumprimento.
4. Implementação da segurança. Indica de que forma os seguintes itens de segurança serão

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implementados dentro da área da companhia.

a. Barreiras de proteção.
(1) Definições. Descrição de que barreiras estruturais serão criadas ou barreiras naturais serão
aproveitadas, com o propósito de cada uma. Deve-se ter atenção para o fato de que barreiras de
segurança incluem cercaduras, mas não somente cercaduras. Inclui também portas, janelas,
armários, cofres e todo mais que retarde a ação do agressor que já tenha penetrado em qualquer dos
círculos de proteção.
(2) Zonas Limpas.
(a) Critério. Define os critérios utilizados para a definição da largura de cada zona limpa junto
às barreiras e o propósito de cada uma. Define também, no caso específico das cercaduras, se
poderá haver ou qual o tipo de tráfego de pessoas, animais ou veículos permitidos ou aceitáveis, e
em que situações. No caso de portas, janela e similares define se poderá haver trânsito ou
aglomeração de pessoas nas suas proximidades.
(b) Manutenção. Define critérios para a necessidade de manutenção de cada zona limpa tais
como altura máxima que a grama pode alcançar, tipo de material cuja presença seja inaceitável na
zona limpa (escadas ou martelos, por exemplo) etc.
(3) Sinalização.
(a) Visual. Define tipo de placas, avisos, faixas etc, seu tamanho, cores, dizeres, locais de
colocação e em que direção.
(b) Auditiva. Define avisos, que podem ser sistemáticos ou não, no sistema de som interno,
sirene etc.
(4) Portas, janelas e portões.
(a) Abertura e fechamento. Inclui horário para abertura e fechamento, responsabilidade por
seu fechamento, pela verificação do fechamento após o expediente e pela sua abertura. Possui
também instruções sobre o claviculário, sua localização, seu uso e responsabilidade, sobre o
recebimento das chaves, sua guarda e sua entrega. Deve conter instruções claras sobre quem está
autorizado manter chaves próprias de diferentes setores da empresa consigo, sobre quem está
autorizado a receber quais chaves no claviculário, autorizado por qual autoridade e sob quais
circunstâncias (por exemplo, alguém pode estar autorizado a receber uma chave em dias de
trabalho, mas não em feriados).
(b) Requisitos de segurança. Define o tipo e o material a ser utilizado e o motivo - sempre
ligado à segurança. Portas, janelas e portões devem proporcionar o mesmo grau de segurança que as

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cercaduras, armários ou paredes nas quais eles se inserem.


(c) Travas e fechaduras de segurança. Define também o tipo e o material a ser utilizado.
Deve-se ter em mente que as travas e fechaduras devem proporcionar o mesmo grau de segurança
que os portões, portas ou janelas aos quais pertençam.
b. Sistema de Iluminação de Proteção.
(1) Localização, utilização e controle. Define os locais onde será utilizada a iluminação de
segurança, suas características e o que se pretende com sua utilização.
(2) Inspeção. Define rotinas e responsabilidades para a inspeção da iluminação.
(3) Ação a tomar em caso de falta de energia.
(4) Ação a tomar em caso de falha no sistema de geração de energia de emergência.
(5) Sistema de iluminação de emergência.
(a) Fixo.
(b) Portátil.
c. Sistema de detecção de intrusão.
(1) Localização, utilização e controle. Define os locais onde serão utilizados, suas
características e o que se pretende com sua utilização.
(2) Inspeção. Define rotinas e responsabilidades para a inspeção do seu funcionamento.
(3) Uso e monitoração. Define procedimentos para sua utilização e responsabilidades para
monitoração dos painéis.
(4) Ações a serem tomadas em caso de acionamento do alarme.
(5) Manutenção. Define rotinas de manutenção.
(6) Registros de alarmes. Define procedimentos de catalogação e arquivamento dos alarmes
ocorridos e as providências tomadas. Deve-se atentar para a formatação dos dados, que deve ser de
tal forma que possam vir a ser utilizados posteriormente em juízo, se for o caso.
(7) Locais sensíveis. Define os locais sensíveis da empresa onde deverá ser dada maior
atenção.
(8) Previsão de falhas e interferências. Define regras e procedimentos caso haja falhas ou
interferências nos equipamentos.
(9) Localização do Painel Monitoração.
d. Comunicações.
(1) Localização. Define a localização e os usuários dos postos-rádio fixos, e usuários dos
postos móveis (incluindo telefonia móvel), localização e usuários dos telefones fixos.
(2) Uso. Define o uso que será dado ao sistema, evitando a sua sobrecarga.

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(3) Teste. Define rotinas e responsabilidades de testes do sistema.


(4) Autenticação. Define métodos de autenticação.
5. Forças da Segurança. Inclui instruções gerais do que se aplica para todos os agentes de
segurança (em postos fixos ou rondantes).
a. Composição e organização.
b. Turnos de trabalho.
c. Rotas e postos essenciais.
d. Armamento e equipamento.
e. Treinamento.
f. Utilização de cães de guarda.
g. Forças reservas de segurança.
(1) Composição.
(2) Propósito ou missão.
(3) Armamento e equipamento.
(4) Localização.
(5) Conceito de utilização.
6. Plano de contingência. Caso haja falha geral do sistema.
7. Uso de observação aérea. Mais relacionado a grandes propriedades, se for utilizada a
observação aérea (helicópteros, aviões ou veículos aéreos não-tripulados) devem ser estabelecidas
normas, procedimentos e responsabilidades.
8. Instruções para coordenação. Torna explícito o que for necessário para coordenação com
outras agências de segurança, públicas ou privadas, por exemplo, Corpo de Bombeiros, Polícia
Militar, Polícia Civil, Defesa Civil ou mesmo com a gerência de segurança de outras empresas
visando o apoio mútuo.
a. Integração com o conceito de emprego e as necessidades de apoio dessas agências.
b. Ligação e coordenação.
(1) Autoridades locais.
(2) Elementos locais de apoio.
9. Sanções. Normalmente estabelecidas pelo setor de RH, explicitam as sanções
administrativas e legais passíveis de serem aplicadas em caso de descumprimento das normas e
procedimentos estabelecidos.
10. Custos. Uma descrição dos custos da implantação do plano e de sua manutenção (custo
inicial e mensal).

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Anexos.
Normas e procedimentos. As normas e procedimentos citadas no corpo do plano, se extensas,
poderão ser colocadas em anexo.
Planta baixa da empresa com sua compartimentação. Planta do
sistema de barreiras.
Planta de iluminação. Planta de
sensores e CFTV. Crachás
Plano de comunicações.

4.4 - Implantação do Plano


Esta é uma das partes mais sensíveis, pois neste momento teremos que mobilizar toda a empresa, tanto
pessoal da área de segurança como de todos os outros departamentos e setores. Este é o momento em
que é posto em prática tudo aquilo que foi previsto. Porém precisamos lembrar que o sistema de
segurança vai ser utilizado por todos os funcionários da empresa e, para que isso realmente ocorra, o
sistema deve ser cômodo para todos e deve ser divulgado antes do início de sua implementação até que
pelo menos a maior parte da resistência seja quebrada.

4.5 - Controle
Deve ser feito por meio de indicadores, os quais devem ser escolhidos criteriosamente de forma a
permitir uma visão correta dos efeitos causados pelo plano. Por exemplo, pode-se utilizar uma caixa de
sugestões para verificar a satisfação dos clientes internos com os sistemas implantados. Deve-se ter
especial atenção com indicadores que tenham influência direta na lucratividade da empresa (tais como
aumento de casos de recuperação de material roubado por empregados, a diminuição de tentativas de
invasão etc).

4.6 - Avaliação
A avaliação dará à área operacional a possibilidade de acompanhar o desempenho do Plano de
Segurança. Esta ferramenta deverá retratar a aplicação dos processos elaborados, com a finalidade de
medir se o que foi planejado está sendo executado, e se a execução está com o retorno desejado. Caso
contrário, ele deverá ser reajustado. Note-se que a avaliação não deve ser superficial nem precipitada.
O aumento de casos de recuperação de material roubado por empregados por si só não é concludente.
Mas se comparado com o relatório do setor de produção informando que a quantidade de material
agregado por unidade produzida diminuiu (e, portanto, o custo unitário do produto reduziu) sem que

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ocorresse qualquer mudança processual na produção, aí sim se torna significativo. Na avaliação deve-
se ter em mente que o objetivo final da segurança é diminuir perdas, o que proporcionará um aumento
dos lucros.
Um Plano de Segurança Física deve também considerar a maneira de agir dos agressores. As
características das cercaduras, patrulhas, alarmes, fechaduras, janelas e portas devem ser estudadas pelo
pessoal da segurança – para impedir invasões – na medida do possível com a mesma visão dos possíveis
agressores – para tentar invasões. Colocando-se na posição do agressor, pode-se vir a ter a sua
perspectiva, o que ajudará em muito o planejamento das defesas. Agressores normalmente decidem se
tentarão ou não um crime contra aquele local após responder aos seguintes questionamentos:
1°) É fácil entrar?
2°) O quanto o alvo parece atrativo, vulnerável ou visível? 3°) Quais
as chances de ser visto?
4°) Se visto, haverá reação contrária? 5°) Há
uma rota de fuga rápida?
Caso seu plano não passe no teste acima, refaça-o antes de iniciar sua implementação.

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Leitura recomendada

BARRAL, Jean, LANGELAAN, George. Espionagem Industrial. 3ed. Rio de Janeiro: Agents Editores, 1977.

BINTLIFF, Russell L. The Complete Manual of Corporate and Industrial Security. 1ed. Englewood Cliffs,
New Jersey: Prentice Hall, 1992.

BRASILIANO, Antonio Celso Ribeiro. Planejamento da Segurança Empresarial. 1ed. São Paulo: Cia
das Artes, 1999.

BRODER, James F. Risk Analysis and the Security Survey. 1ed. Newton, Massachusetts: Butterworth-
Heinemann, 1984.

CONSTERDINE, Peter. The Modern Bodyguard. 1ed. Leeds, United Kingdom: Protection Publications,
1995.

FISCHER, Robert J., GREEN, Gion. Introduction to Security. 6ed. Newton, Massachusetts: Butterworth-
Heinemann, 1998.

PURPURA, Philip P. Security and Loss Prevention. 3ed. Newton, Massachusetts: Butterworth- Heinemann,
1998.

SENNEWALD, Charles A. Effective Security Management. 3ed. Newton, Massachusetts: Butterworth-


Heinemann, 1998.

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