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Fernando Marinha
SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS: Doutrina Geral Aula 5.1

Aula 5.1
Técnicas, táticas e operacionalização, objeto e
modus operandi.

Segurança de Dignitários
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SUMÁRIO

SUMÁRIO ...............................................................................................................................................................2

APRESENTAÇÃO DA AULA ......................................................................................................................................3

CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................................................................... 4


DEFINIÇÕES.......................................................................................................................................................................... 4
Segurança (Lato Sensu) .................................................................................................................................................. 4
Serviço de Segurança ................................................................................................................................................................... 4
Serviço de Proteção ..................................................................................................................................................................... 5
Dignitário, Autoridade e VIP ............................................................................................................................................ 5
VIP e PMI (termo genérico) .......................................................................................................................................................... 6
Dignitário..................................................................................................................................................................................... 6
VIP x Dignitário ............................................................................................................................................................................ 6

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APRESENTAÇÃO DA AULA
E aí meu caro aluno, como estão os estudos? A dedicação aos estudos de nossa matéria sem dúvidas é um
fator primordial para a aprovação. Apesar de ter muitos termos técnicos, são de fácil compreensão e garantem
uma pontuação que fazem a diferença na aprovação. Diferentemente das matérias já consagradas pelas Bancas
examinadoras, nossa matéria não possui tantas questões anteriores, nem uma doutrina amplamente divulgada.
Temos algumas adaptações de doutrinas estrangeiras e outras poucas nacionais.

Meu compromisso com vocês aqui é passar informações corretas e, principalmente, voltadas para
acertarem questões em sua prova. Não adiantaria, por exemplo, encher esse material de termos técnicos que
passam longe daquilo que é cobrado. O candidato não deve brigar com a banca, deve entendê-la e marcar a
opção conforme o gabarito oficial. Pode soar estranho, mas nosso objetivo principal não é aprender a matéria,
mas sim aprender a marcar a resposta correta.

Nessa aula abordaremos o assunto de SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS. Talvez seja o assunto que será
mais aproveitado para o exercício das atribuições de seu futuro cargo. Como base dessa aula, usaremos os
manuais das Forças Armadas, Departamento de Polícia Federal e Departamento de Polícia Rodoviária Nacional.
Obviamente que focaremos naquilo que já foi cobrado anteriormente e apresentaremos algumas questões
devidamente comentadas.

Boa aula a todos e mãos à obra!

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Definições
Como não poderia ser diferente, iniciaremos nossos estudos definindo alguns conceitos primordiais para o
aprendizado de nossa disciplina – SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS. Vamos dividir nossa explicação em duas
partes, o primeiro diria respeito a “Segurança” e o segundo a “Dignitários”.

Segurança (Lato Sensu)

Conceito que tem um sentido amplo, abrangendo um tanto um conjunto de medidas a serem observadas
e executadas, direta ou indiretamente, com o propósito de preservar a integridade do dignitário, quanto o
estado, qualidade, condição daquilo que está· seguro, isento de perigo, acautelado.

Podemos ainda dizer que são todas as atenções e medidas tomadas em relação a autoridade que garantam
a sua integridade. Essas medidas embora ditadas pela presença e localização da autoridade, entre outros
fatores, englobam providências de qualquer natureza que, direta ou indiretamente, possam garantir o efeito
desejado.

É fundamental tanto a sensação de segurança, quando a preservação da integridade de fato do protegido.


Isso se deve ao fato de que se busca não só a Integridade FÍSICA, mas também a MORAL, PSICOLÓGICA e a
de sua IMAGEM. É dever do Agente de Segurança zelar por toda sua plenitude, garantindo ao protegido o livre
exercício de suas atividades.

Para garantir a segurança de uma Autoridade, foram desenvolvidas algumas táticas e técnicas ao longo do
tempo no mundo todo. Visando otimizar os recursos materiais e humanos, a Equipe de Segurança, ou seja,
todos que tem a função de prover a segurança da Autoridade, foi dividida em dois grandes serviços:

Serviço de Segurança

É composto por agentes que tem como finalidade prover a


segurança da Autoridade de forma INDIRETA. Quem não está
familiarizado com o assunto não faz ideia da quantidade de pessoas que
podem estar envolvidas na missão.

Um agente de trânsito que desvia o fluxo de veículos, dificultando


que algum veículo suspeito se aproxime, por exemplo, é um excelente
exemplo de agente pertencente ao Serviço de Segurança.

Dentro do Serviço de Segurança os agentes podem desempenhar diversos tipos de tarefas. Veremos mais
para frente que, para cumprir essas tarefas complementares, em regra, haverá uma divisão em “subequipes”
que deverão trabalhar de forma autônoma, harmônicas entre si.

Quem faz a segurança de área através do policiamento ostensivo, por exemplo, deverá estar coordenado
com aqueles que farão a segurança velada.

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Serviço de Proteção

É composto por agentes responsáveis por adotar medidas para a


garantia da integridade física de uma autoridade DENTRO DE UMA
ÁREA RESTRITA.

São os responsáveis por prover a segurança da Autoridade de


forma DIRETA, ou seja, são aqueles responsáveis por extrair a
autoridade do local em caso da ocorrência de algum evento crítico.

Talvez os agentes pertencentes ao Serviço de Proteção sejam aqueles que vem primeiro em nossa
imaginação quando falamos em Segurança de Dignitários, são os “guarda-costas”. O tipo de atividade por eles
desempenhado é bastante peculiar e exige doutrinariamente formação e capacitação específicos. Esses
agentes, por exemplo, não devem se preocupar em um primeiro momento em prender um criminoso que
comete um atentado, mas somente extrair o protegido do evento crítico.

Dignitário, Autoridade e VIP

No decorrer do estudo de nossa matéria, nos deparamos diversas


vezes com os termos Dignitário, Autoridade e VIP. Algumas vezes são
citados como se fossem sinônimos, outras apresentam algumas
diferenciações.

Não raro o assunto é tratado como “Segurança de Dignitários”,


outras “Proteção de Autoridade” e ainda como “Segurança VIP”.

Em um primeiro momento, não vamos nos ater a diferenciação entre os termos “Segurança e Proteção”,
mas sim entender a razão de tamanha confusão entre os termos que fazem referencia a pessoa do protegido
na doutrina.

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VIP e PMI (termo genérico)

Os acrônimos VIP (“Very Important Person”) de origem na língua inglesa e PMI (“Persona Mucho Importante”)
de origem na língua espanhola significam PESSOA MUITO IMPORTANTE.

Enquadram-se nesse conceito celebridades, personalidades,


pessoas muito conhecidas1. Tratam-se de pessoas que normalmente
têm de recorrer à segurança pessoal para poderem se deslocar e
frequentar determinados locais, especialmente os públicos.

Dessa forma, para que determinada pessoa seja enquadrada


como VIP ou PMI não são exigidos nenhum tipo de reconhecimento
prévio por parte do Estado, Igreja ou Associação como “pessoa importante”. O dono de uma grande
empresa, por exemplo, a depender de sua projeção, pode ser interpretado como VIP, mas não como uma
autoridade (como seria o caso de um Promotor, Juiz ou Parlamentar).

Dignitário

Conceitua-se como Dignitário a pessoa que goza de ALTO


CARGO ou goza de um TÍTULO PROEMINENTE. Enquadram-se
nesse conceito Autoridades estatais dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário e Autoridades Religiosas. Dessa forma
podemos considerar que, para efeitos de nossa matéria, o termo
Dignitário é sinônimo de Autoridade.

Dessa forma não se pode falar em Dignitário sem que haja


nenhuma relação com o Estado ou com uma Religião. O Presidente de
uma empresa privada (existem empresas públicas), por mais importante que seja para sua instituição não
poderá ser enquadrado como tal.

VIP x Dignitário

Para ficar mais claro, veremos agora quais são as semelhanças e


quais as diferenças entre os termos VIP e Dignitário. O primeiro tem um
conceito mais genérico, abrangendo qualquer pessoa que necessite de DIG
proteção especial. Já o segundo diz respeito àqueles que possuem
ALTOS CARGOS ou TÍTULO PROEMINENTE. VIP

1
Pessoas cuja atividade (artistas, desportistas etc.) ou fortuna (milionários) os torne vulneráveis e suscetíveis a danos pessoais
ou materiais.

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FASE DE PREPARAÇÃO DAS ATIVIDADES DE SEGURANÇA DE DINGNITÁRIOS


ATIVIDADE TEORIA EQUIPE
Teoria dos Círculos Concêntricos Tradicional Não possui correlação com a teoria.
Precursora Teoria dos Círculos Concêntricos Modificada Não possui correlação com a teoria.
Teoria dos Perímetros de Segurança Não possui correlação com a teoria.
Teoria dos Círculos Concêntricos Tradicional Não possui correlação com a teoria.
Equipe de Vistoria
Teoria dos Círculos Concêntricos Modificada
Vistoria Equipe de Varredura
Equipe de Vistoria
Teoria dos Perímetros de Segurança
Equipe de Vistoria Técnica
Teoria dos Círculos Concêntricos Tradicional Círculo de Segurança Velada
Inteligência Teoria dos Círculos Concêntricos Modificada Não possui correlação com a teoria.
Teoria dos Perímetros de Segurança Segurança Velada

FASE DE EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES DE SEGURANÇA DE DINGNITÁRIOS


TEORIA NÍVEL EQUIPE
Círculo de Segurança Aproximada Doutrina não cita equipes
Teoria dos Círculos
Círculo de Segurança Velada Doutrina não cita equipes
Concêntricos Tradicional
Círculo de Segurança Ostensiva Doutrina não cita equipes
Equipe Fixa
Teoria dos Círculos Módulo Básico
Círculo de Segurança Pessoal
Concêntricos Modificada Capsula de Segurança
Equipe Avançada

FASE DE EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES DE SEGURANÇA DE DINGNITÁRIOS


TEORIA NÍVEL EQUIPE
Círculo de Segurança Aproximada Não cita equipe específica
Teoria dos Círculos Central de Controle Operacional
Concêntricos Modificada Círculo de Segurança de Área Afastada Equipe de Segurança Ostensiva
Equipe de Batedores
Escolta Pessoal
Segurança Avançada
Perímetro de Segurança Pessoal
Segurança Velada*
Teoria dos Perímetros de
Segurança de Instalações
Segurança
Policiamento Ostensivo
Perímetro de Segurança Pública Dispositivo de CDC
Dispositivo de Trânsito

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Dispositivo de Segurança contra


fogo
Policiamento Velado

* Exceto atividades de Inteligência feitas previamente

Desta forma, analisando as alternativas propostas, podemos afirmar que fazem parte da FASE DE
EXECUÇÃO as equipes: Aproximada, Velada e Ostensiva. Tentando confundir o candidato, o examinador cita
o termo “Externa”, equipe que, como vimos, não está preconizada em nenhuma das teorias.

Resposta: Letra C

15. (FCC – DPE RS / Técnico de Apoio Especializado - Segurança - 2013)


Associe as medidas de segurança com suas respectivas fases, as quais devem ser consideradas na elaboração
do plano de proteção de um dignitário:

Medidas de Segurança:

I. Análise da lista de convidados.


II. Definição do número de agentes.
III. Remoção das ameaças à segurança.
IV. Infiltração de agentes junto à população.
V. Checagem da segurança dos pontos críticos.

Medidas de Segurança:

a) Reconhecimento.
b) Planejamento.
c) Execução.

Os conceitos apresentados estão associados corretamente em:


a) I-a; II-b; III-c; IV-c; V-c.

b) I-b; II-b; III-c; IV-a; V-c.
c) I-c; II-c; III-a; IV-b; V-a.
d) I-a; II-c; III-a; IV-c; V-b.
e) I-a; II-a; III-b; IV-b; V-c.

RESOLUÇÃO

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Nessa questão a banca exige do candidato conhecimentos acerca das FASES DAS ATIVIDADES DE
SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS. Para lograr êxito, deve-se fazer uma leitura de cada item e associá-los a qual
equipe geralmente é encarregada da ação citada. Doutrinariamente podemos dividir as fases em
PREPARAÇÃO e EXECUÇÃO. Podemos ainda dividir a primeira em EQUIPE PRECURSORA, EQUIPE DE
VISTORIA e EQUIPE DE INTELIGÊNCIA.

Paralelamente a essas fases, temos ainda uma equipe que, apesar de poder contar até com os mesmos
agentes, será responsável pela análise dos dados coletados na Fase de Preparação. A ideia é compilar todas as
informações disponíveis, fazer uma ANÁLISE DE RISCO e aí então realizar aquilo que chamamos de
PLANEJAMENTO. Este, quando completo, terá como elementos a Missão, Estudo da Situação, Atividade de
Inteligência, Reuniões preparatórias, Treinamento, Plano de Ação e a Execução da Missão.

A banca elenca três Medidas de Segurança: Reconhecimento, Planejamento e Execução. O primeiro tem
íntima relação com as atividades da Equipe Precursora e está contido dentro do Planejamento. O segundo, com
a Equipe de Inteligência (a Equipe Precursora poderia até estar aí enquadrada, mas pode ser encaixada melhor
no Reconhecimento). Por fim, a terceira tem relação com todas as atividades que irão acontecer no mesmo
instante do evento.

Item I (Reconhecimento ou Planejamento)


A análise da lista de convidados, a depender do caso, pode ser feita previamente pela Equipe Precursora
ou com mais calma pela Equipe de Inteligência. No primeiro caso, estaríamos diante geralmente de uma
análise mais rápida e sem maiores informações e poderíamos classificar a ação como uma MEDIDA DE
SEGURANÇA DE RECONHECIMENTO.

Seria o exemplo de se procurar um nome específico, saber se determinado adversário político também
estará presente no evento. Já no segundo caso, estaríamos de um estudo mais detalhado onde poderão ser
levantadas informações mais detalhadas e poderíamos classificar a ação como uma MEDIDA DE SEGURANÇA
DE PLANEJAMENTO. Seria o exemplo da verificação do histórico criminal de todos aqueles que estiverem na
lista.

Item II (Planejamento)
A definição do número de agentes a serem empregados já pode ser considerada uma ação que requer um
pouco mais de estudo. Invariavelmente serão levantadas mais informações e serão analisados o grau de risco
que a Autoridade estará sujeita. Além disso, sabendo que os recursos são finitos, será feita uma solução de
compromisso entre aquilo que é ideal e aquilo que é possível. Assim sendo, podemos classificar essa conduta
com uma MEDIDA DE SEGURANÇA DE PLANEJAMENTO.

Item III (Execução)

Remover uma ameaça à segurança é algo que ocorre durante o evento. Seria o caso, por exemplo, dos
Agentes de Segurança do Círculo de Segurança Ostensiva extraindo um elemento agressivo e ameaçando a
Autoridade na entrada da edificação onde está ocorrendo um evento. Sendo assim, podemos classificar a
conduta citada nessa alternativa como uma MEDIDA DE SEGURANÇA DE EXECUÇÃO.

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Item IV (Execução)
A infiltração Agentes de Segurança junto a população é uma atividade feita, por exemplo, pela equipe do
Círculo de Segurança Velada. Como vimos, essa equipe executa algumas de suas tarefas, em especial essa
citada, durante a Fase de Execução. Seu objetivo é coletar informações do público em geral e transmiti-la aos
demais envolvidos.

Por muitas vezes esse tipo de ação permite, por exemplo, perceber quais são os reais objetivos de um grupo
de manifestantes. Sendo assim, podemos classificar a conduta citada nessa alternativa como uma MEDIDA DE
SEGURANÇA DE EXECUÇÃO.

Item V (Execução)
Checar a segurança dos pontos críticos pressupõe que estes já foram devidamente levantados e seus níveis
de ameaça à Autoridade calculados e planejados. Esse tipo de atividade é tipicamente realizado pela Equipe de
Segurança Avançada da Teoria dos Círculos Concêntricos Modificada.

Como vimos, essa equipe executa algumas de suas tarefas, em especial essa citada, durante a Fase de
Execução. Sendo assim, podemos classificar a conduta citada nessa alternativa como uma MEDIDA DE
SEGURANÇA DE EXECUÇÃO.

Resposta: Letra A

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