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ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS

e-Book

CANAL ARTE DA GUERRA


CURSOS ON-LINE
MARÇO DE 2023
INTELIGÊNCIA E
CONTRAINTELIGÊNCIA
ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS
Um e-Book do Canal Arte da Guerra – Cursos Online

Sumário
A ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA 3

CONTRAINTELIGÊNCIA 3

SEGURANÇA NACIONAL 4

DEFESA E OPERAÇÕES MILITARES 6

NOS NEGÓCIOS 6

O CICLO DE INTELIGÊNCIA 7

O processo de coleta de informações 9

O CONCEITO DE “NECESSIDADE DE SABER” 15

O ANALISTA DE INTELIGÊNCIA 16

Tornar-se um analista de inteligência 17

CONCLUSÃO 18

APÊNDICE A: AGÊNCIAS DE INTELIGÊNCIA 19

APÊNDICE B: OPERAÇÕES DE INTELIGÊNCIA 33

Operações de Agências de Estado 33

Operações na Iniciativa Privada 34

2 E-BOOK – INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA: ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS CANAL ARTE DA GUERRA CURSOS ON-LINE
A ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA
“Inteligência” refere-se à coleta e análise de informações com o objetivo de obter
vantagens competitivas em segurança nacional ou outros interesses estratégicos.
O conceito de inteligência existe há séculos, com relatos de espiões e operações
secretas em civilizações antigas, como Grécia e Roma. Atualmente, a coleta de
informações é parte essencial da segurança nacional de qualquer país.

O conceito de coleta de informações para análise de inteligência evoluiu ao longo


dos anos, com novas tecnologias e métodos sendo desenvolvidos para coletar e
analisar dados e informações. Um dos avanços mais significativos foi o
desenvolvimento da Inteligência de Sinais (SIGINT), que consiste na interceptação
e análise de comunicações eletrônicas, por exemplo, transmissões de rádio e
internet. Outras formas de coleta de informações incluem Inteligência Humana
(HUMINT), que comtempla o uso de espiões e informantes, e Inteligência de
Imagens (IMINT), através de satélites e fotografia aérea. Mais recentemente,
especialmente com o advento da Internet, ganhou destaque a Inteligência de
Fontes Abertas (OSINT), porém esta, apesar de implementação simples, requer
cuidados adicionais. Mais adiante abordaremos estes e outros conceitos mais
detalhadamente. Trataremos também do conceito de “necessidade de saber”, que
é fundamental na atividade de inteligência.

Agências de inteligência empregam profissionais altamente preparados para


coletar e analisar dados e informações. Esses profissionais geralmente passam por
treinamento rigoroso e são qualificados em diversas áreas, como criptografia,
ciência da computação e linguística. A comunidade de inteligência é altamente
especializada e requer indivíduos com conjuntos de habilidades por vezes
incomuns para realizar sua missão. Também trataremos desta questão com mais
detalhes mais à frente neste e-book.

O conceito de coleta de informações e, no geral, a atividade de inteligência em si,


não são isentos de controvérsias. Há quem argumente que o uso de “espionagem”
prejudica a privacidade das pessoas e as liberdades civis. Entretanto, é inegável
que a coleta de informações é necessária para proteger a segurança nacional e
prevenir ataques e ações prejudiciais a um Estado. Assim, o debate sobre a ética
na atividade de inteligência provavelmente continuará por muito tempo.

CONTRAINTELIGÊNCIA
Se “Inteligência” trata de coletar informações para obter vantagens estratégicas,
“Contrainteligência” é o conjunto de ações tomadas por um Estado ou organização
para detectar tentativas de coleta e exploração de informações contra si próprios
e proteger-se de acordo. A “contraespionagem”, como também é conhecida esta
atividade, é um aspecto essencial da segurança nacional de qualquer país, pois
ajuda a impedir que agências de inteligência estrangeiras ou outras entidades
tenham acesso a informações confidenciais ou comprometam operações.

A contrainteligência é crítica porque ajuda a proteger contra ameaças de agentes


estrangeiros, terroristas ou quaisquer entidades que busquem comprometer

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informações ou operações confidenciais. Sem uma contraespionagem eficaz, essas
ameaças podem passar despercebidas e representar riscos significativos para a
segurança nacional. A contrainteligência pode prevenir espionagem, sabotagem e
outros ataques capazes de causar danos significativos à infraestrutura, economia
e capacidades militares de um país.

Uma contrainteligência eficaz requer uma combinação de técnicas, inteligência


humana e capacidades de análise para identificar e avaliar potenciais ameaças e
vulnerabilidades.

Operações de contrainteligência podem assumir diversas formas, dependendo das


ameaças e objetivos específicos da organização ou país. Alguns exemplos de
operações de contrainteligência seriam os seguintes:

• Vigilância: A vigilância é um componente essencial da contrainteligência.


Envolve o monitoramento de indivíduos ou grupos que possam estar
envolvidos em espionagem ou outras atividades ilícitas;
• Contramedidas Técnicas: Contramedidas técnicas envolvem o emprego
de dispositivos eletrônicos e tecnologias para detectar e impedir o uso de
vigilância eletrônica por operadores estrangeiros;
• Inteligência Humana: A inteligência humana faz uso de fontes humanas
para coletar informações sobre ameaças e vulnerabilidades potenciais, o
que pode incluir o recrutamento de indivíduos com acesso a informações
confidenciais ou a infiltração em agências de inteligência estrangeiras;
• Engodo: O engodo (engano, deception) envolve o uso de informações falsas
ou outras táticas para burlar agências e operadores de inteligência
estrangeiros e interromper suas operações;
• Investigação: as investigações envolvem a realização de verificações de
antecedentes e outras pesquisas para identificar possíveis ameaças e
vulnerabilidades.

SEGURANÇA NACIONAL
A Inteligência é peça fundamental da segurança nacional, na medida em que ajuda
os Estados a identificar e responder a potenciais ameaças e desafios, de
preferência antes que se materializem. Assim, além da coleta e análise de
informações, as agências de inteligência são responsáveis pelo fornecimento de
percepções e recomendações aos tomadores de decisão de forma a ajudá-los a
proteger o país. As agências de inteligência podem, por exemplo, monitorar as
atividades de organizações terroristas ou criminosas e identificar seus planos
antes que realizem quaisquer ações. Este “alerta antecipado” permite que as
agências de segurança tomem medidas preventivas.

Uma boa inteligência fornece informações sobre os desenvolvimentos políticos,


econômicos e militares de terceiros países, o que é essencial para o planejamento
estratégico e o desenvolvimento de políticas externas. Por exemplo, as agências
de inteligência devem monitorar as capacidades militares de outras nações e

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fornecer aos tomadores de decisão e legisladores recomendações sobre políticas
de defesa, ajudando a garantir que os países estejam preparados para responder
a quaisquer ameaças potenciais.

FIGURA 1: A atividade de Inteligência é provavelmente tão antiga quanto o Homem – mas passa longe da tão
difundida imagem do espião James Bond (123RF).

A inteligência também é crucial para combater crimes e ameaças cibernéticas. À


medida que a tecnologia evolui, aumentaram as ameaças de ataques cibernéticos
contra infraestruturas e sistemas governamentais. As agências de inteligência
devem monitorar estas ameaças e ajudar a desenvolver políticas de segurança
cibernética para proteger a segurança nacional.

Além disso, a coleta e análise de informações ajuda a identificar e combater o


crime organizado e atividades ilegais, tais como tráfico de drogas e lavagem de
dinheiro, ajudando a manter a lei e a ordem no país e garantindo que elementos
criminosos não irão prejudicar a segurança nacional.

A inteligência é um fator essencial na política externa, na medida em que ajuda


governantes e legisladores a entender os interesses e preocupações de outras
nações, possibilitando o desenvolvimento de políticas que atendam aos interesses
do país. A inteligência também ajuda a identificar áreas potenciais de cooperação
e construir bases de confiança entre nações, por exemplo, uma agência de
inteligência pode fornecer informações sobre a situação econômica de um dado
país e recomendar políticas que promovam o comércio e o investimento.

Finalmente, a inteligência desempenha papel crítico na gestão de crises, dando aos


governantes informações precisas e oportunas que podem ser essenciais para
responder a crises. Agências de inteligência podem monitorar as atividades de

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outras nações e fornecer aos governantes recomendações sobre como responder
a um potencial conflito militar, por exemplo.

DEFESA E OPERAÇÕES MILITARES


A inteligência é um componente crítico para a defesa de um país e em suas
operações militares, proporcionando aos governantes informações e percepções
valiosas para o planejamento estratégico, operações táticas e avaliações de risco.
A inteligência pode (e deve) ser utilizada para monitorar atividades de nações
adversárias e apoiar operações militares.

A inteligência militar pode ser empregada no monitoramento das atividades de


forças militares estrangeiras, grupos terroristas e outros atores não estatais. Estas
informações podem ser usadas no planejamento e nas operações militares, além
de avaliar as intenções e capacidades de potenciais adversários.

A inteligência também é crítica nas operações militares táticas, dando aos


comandantes informações em tempo real no campo de batalha, como movimentos
e capacidades das tropas inimigas, que podem ser usadas para tomar decisões
como orientar movimentos de tropas e identificar posições inimigas.

O apoio da inteligência vai além do campo de batalha, já que pode oferecer


informações sobre as condições econômicas e políticas em países estrangeiros,
que podem influenciar esforços diplomáticos e políticas econômicas.

Outro campo em que a inteligência é fundamental seria o contraterrorismo, ao


identificar e rastrear redes terroristas, implementar medidas para prevenir
ataques e interromper suas operações.

NOS NEGÓCIOS
A Inteligência é cada vez mais importante para as empresas, que precisam coletar
informações sobre competidores, tendências de mercado e novas tecnologias para
tomar decisões embasadas e se manter à frente da concorrência. A Inteligência
pode dar às empresas informações importantes para seu planejamento
estratégico, posicionamento de mercado e gerenciamento de riscos, como nos
exemplos a seguir.

• Informações sobre concorrentes: A inteligência pode ser empregada


para monitorar atividades de empresas concorrentes, acompanhar o
desenvolvimento de seus produtos e avaliar seus pontos fortes e fracos.
Essas informações podem subsidiar o planejamento estratégico, identificar
oportunidades de expansão ou desenvolver novos produtos e serviços;
• Monitorar tendências de mercado e preferências de clientes: Essas
informações podem ser usadas na criação de estratégias de marketing e
posicionamento de produtos e serviços para atender às mudanças de perfil
e necessidades dos consumidores. A inteligência também pode identificar
tecnologias emergentes e avaliar seu potencial impacto no mercado;

6 E-BOOK – INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA: ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS CANAL ARTE DA GUERRA CURSOS ON-LINE
• Inteligência de negócios: A coleta de informações por meios ocultos, tais
como roubar segredos comerciais ou subornar funcionários de empresas
concorrentes é ilegal e antiética. Ainda assim, há empresas terminam por
se envolver nessas atividades visando obter vantagens competitivas; no
entanto, seus gestores devem estar cientes das implicações legais e éticas.
Existem também empresas privadas de inteligência, que oferecem a seus clientes
serviços ou produtos na forma de análises que não estão disponíveis em fontes
públicas (ou pelo menos não de forma obvia ou imediata), tais como análises de
concorrência, pesquisas de mercado, avaliações de ameaças, apoio de inteligência
para investigações de due diligence, suporte a litígios e gerenciamento de riscos.
Um exemplo seria a análise de riscos políticos ou geopolíticos em determinado
país ou região como parte de um estudo de viabilidade para abertura de uma filial
ou investimento em um grande negócio.

Essas empresas operam de maneira análoga às agências governamentais, com


foco na coleta, análise e divulgação de inteligência, e, à exemplo daquelas, também
empregam diversos métodos de coleta de informações, como OSINT, HUMINT e
TECHINT. Podem empregar análise de dados e outras técnicas e tecnologias
avançadas para analisar grandes volumes de informações e identificar padrões e
tendências.

Um dos desafios da inteligência de negócios é a necessidade de conhecimento


especializado. Analistas de inteligência de negócios devem ter uma compreensão
profunda das tendências de mercado, comportamento do consumidor, tecnologias
emergentes e legislação, para coletar e analisar informações de forma eficiente.
Eles devem ser capazes de identificar e avaliar fontes para garantir que as
informações fornecidas sejam precisas e confiáveis.

O CICLO DE INTELIGÊNCIA
O ciclo de inteligência é um processo de coleta, processamento, análise e
disseminação inteligência. Trata-se de um processo iterativo que permite aos
analistas refinar continuamente sua compreensão de uma determinada situação e
oferecer aos tomadores de decisão as informações que necessitam. O ciclo de
inteligência pode ser dividido em cinco etapas principais, a saber:

PLANEJAMENTO. Nesta fase os analistas identificam os requisitos de inteligência


das partes interessadas, sejam agências governamentais ou unidades militares.
Nessa etapa deve-se definir o escopo da operação e identificar as informações
específicas a ser coletadas. Os analistas também identificam potenciais fontes de
informação e avaliam os riscos e oportunidades associados a cada uma delas;

COLETA. Nesse estágio, os analistas coletam informações de várias fontes usando


diversas técnicas, como vigilância, interceptação e entrevistas;

PROCESSAMENTO. Esta etapa consiste na organização e na preparação dos dados


e informações coletadas para análise, o que envolve verter as informações para
um formato que possa ser analisado, categorizando-as por tópico ou fonte e

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filtrando o que é irrelevante ou redundante. As informações também devem ser
validadas para garantir que sejam precisas e confiáveis;

ANÁLISE. Nesta fase, os analistas empregam técnicas analíticas para avaliar a


confiabilidade e credibilidade das fontes e analisar as informações processadas,
visando identificar padrões, tendências e anomalias nos dados, e tirar conclusões
sobre seu significado e importância. Nesta etapa são identificadas possíveis
lacunas de entendimento e, conforme a necessidade, são recomendadas atividades
adicionais para preencher essas lacunas;

DISSEMINAÇÃO. Durante a fase de disseminação, os analistas comunicam os


resultados das análises às partes interessadas. Isso pode envolver a preparação
de relatórios escritos, apresentações Power Point ou instruções aos tomadores de
decisão. Os analistas devem garantir que as informações fornecidas sejam claras,
concisas, que possam ser transformadas em ações e que sejam comunicadas em
tempo hábil.

FIGURA 2: O Ciclo de Inteligência.

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O PROCESSO DE COLETA DE INFORMAÇÕES
Durante o processo de coleta de informações, como vimos, são empregados
diversos métodos e tecnologias. Aqui, detalhamos os principais.

INTELIGÊNCIA HUMANA (HUMINT): É um método de coleta de informações que


envolve a coleta de fontes humanas, tais como diplomatas e informantes das mais
variadas áreas de interesse. É um dos métodos mais antigos e eficazes. O principal
objetivo da HUMINT é oferecer aos tomadores de decisão insights sobre as
intenções e capacidades de outros grupos ou países, bem como informações sobre
tópicos confidenciais ou classificados.

A HUMINT pode ser utilizada para coletar informações sobre uma ampla gama de
assuntos, incluindo atividades militares, evolução política, possíveis tendências
econômicas e questões sociais. Também pode ser usada para identificar potenciais
ameaças e riscos, como terrorismo ou espionagem. Pode fornecer informações
sobre relacionamentos pessoais e processos de tomada de decisão de indivíduos-
chave, como líderes políticos ou comandantes militares.

FIGURA 3: Militar dos EUA conversa com locais na Síria. Conversas “informais” podem trazer informações
valiosas (Timothy R. Koster/Exército dos EUA).

Existem vários tipos de fontes HUMINT, tais como:

• Fontes humanas: Podem fornecer informações sobre uma ampla gama de


tópicos; política, tendências econômicas e questões sociais. Fontes
humanas também podem trazer informações sobre motivações e intenções
de indivíduos-chave;

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• Fontes diplomáticas: Diplomatas e pessoal da embaixada podem fornecer
informações sobre desenvolvimentos e negociações políticas, bem como
percepções sobre as políticas e estratégias de terceiros países;
• Fontes militares: Pessoal militar pode dar acesso a informações sobre
atividades, capacidades e planos militares. Estas informações podem ser
críticas para o desenvolvimento de estratégias e políticas de defesa;
• Fontes secretas: Fontes secretas são indivíduos que operam encobertos
(em segredo) e fornecem informações sobre temas classificados ou
confidenciais. Fontes secretas podem incluir espiões, agentes duplos e
informantes.
Um dos desafios da HUMINT é o risco de comprometer as fontes ou indivíduos que
coletam informações. As fontes HUMINT podem ser expostas ou comprometidas,
o que pode levar a consequências graves, em alguns casos até a prisão ou morte.
Portanto, é essencial proteger a identidade e a segurança dessas fontes, bem como
garantir a precisão e a confiabilidade das informações fornecidas.

INTELIGÊNCIA DE SINAIS (SIGINT): Método de coleta que consiste na


interceptação e análise de sinais eletrônicos, tais como comunicações de rádio e
internet. A SIGINT é muito usada para coletar informações sobre atividades
militares, organizações terroristas e outros grupos que empregam comunicação
eletrônica.

Uma das principais vantagens da SIGINT é a capacidade de interceptar e analisar


sinais eletrônicos em tempo real, de modo que as agências de inteligência podem
monitorar as atividades de outros países ou grupos à medida que ocorrem, e
responder rapidamente às ameaças. A SIGINT também pode fornecer informações
valiosas sobre as capacidades e vulnerabilidades de outros países ou grupos, que
podem ser usadas para desenvolver políticas e estratégias.

Entre os métodos para coleta SIGINT, destacam-se:

• Inteligência de Comunicações (COMINT): Interceptação e análise de


comunicações de voz e dados, tais como chamadas telefônicas, e-mails e
mensagens de texto;
• Inteligência Eletrônica (ELINT): Trata-se da interceptação e análise de
sinais não-comunicativos, como radares e outras emissões eletrônicas,
podendo ser usada para identificar a localização e capacidades das forças
militares adversárias, bem como para monitorar o desenvolvimento de
tecnologias avançadas;
• Inteligência de Telemetria (TELINT): Interceptação e análise de sinais
de telemetria, como os usados por espaçonaves e mísseis. Pode ser usada
para monitorar atividades de outros países ou grupos no espaço, bem como
para desenvolver contramedidas.
Um dos desafios da SIGINT é a necessidade de interceptar e analisar grandes
volumes de sinais eletrônicos, o que requer recursos e conhecimentos
significativos, bem como tecnologias e equipamentos avançados.

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FIGURA 4: A aeronave EMBRAER R-99 da Força Aérea Brasileira (FAB) possui capacidades SIGINT (Magnus
Manske/Wikimedia Commons).

INTELIGÊNCIA DE IMAGENS (IMINT): Coleta de informações visuais, como


imagens de satélite ou fotografia aérea. O principal objetivo da IMINT é fornecer
imagens de alta resolução das áreas de interesse, como instalações militares,
políticas, centros econômicos, instalações industriais, etc. A IMINT pode ser
empregada para monitorar a movimentação das forças militares, acompanhar o
desenvolvimento de novos sistemas de armas, monitorar desastres naturais, como
furacões e terremotos, e prover informações para esforços de ajuda humanitária.

Uma das principais vantagens da IMINT é a capacidade de coletar e analisar


informações à distância, reduzindo riscos para o pessoal e permitindo que as
agências monitorem atividades em áreas remotas ou hostis. Também pode prover
informações detalhadas sobre tamanho, forma e localização de estruturas físicas,
que podem ser usadas para planejar operações militares ou avaliar o impacto de
desastres naturais.

Existem vários tipos de métodos de coleta IMINT, por exemplo:

• Imagens de satélite: Satélites podem capturar imagens de alta resolução


da superfície da Terra, permitindo que as agências de inteligência
monitorem atividades em áreas remotas ou inacessíveis, como instalações
militares ou fontes de recursos naturais;
• Fotografia Aérea: Aeronaves podem capturar imagens da superfície da
Terra, usando câmeras tradicionais ou sensores especializados, como
infravermelho ou imagens térmicas;
• Veículos aéreos não tripulados (UAVs): Os UAVs, popularmente
conhecidos como drones, podem ser empregados para capturar imagens de
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áreas perigosas ou de difícil acesso, equipados com câmeras de alta
resolução e outros sensores capazes de fornecer informações detalhadas
sobre as atividades no solo.
Tal como ocorre com a SIGINT, um dos desafios da IMINT é a necessidade de
coletar e analisar grandes volumes de dados visuais, exigindo recursos e
conhecimentos significativos, bem como tecnologias e equipamentos avançados.

INTELIGÊNCIA DE FONTES ABERTAS (OSINT): Coleta e análise de informações


disponíveis ao público através de uma variedade de fontes, incluindo imprensa,
mídias sociais, pesquisas acadêmicas, registros públicos e outras fontes de dados
acessíveis publicamente. O objetivo da OSINT é reunir informações e percepções
para informar a tomada de decisões e o desenvolvimento de políticas. Pode ser
usada para dar suporte a uma variedade de atividades, como avaliação de risco,
análise competitiva e pesquisa de mercado.

FIGURA 5: Representação gráfica das fontes OSINT.

Uma das principais vantagens da OSINT é a acessibilidade, já que as informações


estão prontamente disponíveis e podem ser acessadas por praticamente qualquer
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pessoa com conexão à Internet, reduzindo a necessidade de coleta de informações
caras e demoradas, como operações encobertas e vigilância clandestina.

A OSINT pode ser empregada para monitorar eventos políticos, tendências


econômicas e movimentos sociais, além de monitorar as atividades de indivíduos
e organizações, como grupos terroristas e organizações criminosas.

Tal como nos demais métodos, existem vários tipos de fontes OSINT, por exemplo:

• Fontes de mídia: A imprensa (mídia), como jornais, revistas, televisão e


rádio, oferecem uma riqueza de informações sobre eventos e tendências
atuais. Também fornecem informações sobre as perspectivas e opiniões de
indivíduos e grupos importantes;
• Redes sociais: Plataformas de mídia social, como Twitter, Facebook e
LinkedIn, fornecem informações sobre as atividades e os interesses de
indivíduos, grupos e organizações. Podem ser utilizadas para monitorar
discussões sobre um determinado assunto ou para rastrear as atividades
de indivíduos ou grupos específicos;
• Registros públicos: Registros judiciais, de propriedade, civis e comerciais,
oferecem uma grande variedade de dados a respeito de indivíduos e
organizações e podem ser utilizados para coletar informações sobre os
antecedentes, situação financeira e interesses comerciais de um indivíduo.
O maior desafio da OSINT é a verificação e autenticação. As informações podem
ser incompletas, imprecisas ou deliberadamente enganosas. Um analista OSINT
deve ser qualificado para identificar e avaliar a confiabilidade das fontes.

INTELIGÊNCIA TÉCNICA (TECHINT): Trata-se da coleta por meios científicos e


técnicos, análise da composição de materiais ou desempenho de sistemas de
armas, sendo frequentemente utilizada para coletar dados sobre capacidades
militares e tecnologias avançadas ou para identificar vulnerabilidades em
sistemas adversários, como redes de comunicação e sistemas de computador.

O principal objetivo da TECHINT é reunir informações e percepções para a tomada


de decisões e desenvolvimento de políticas relacionadas à tecnologia e avanços
científicos. Pode apoiar várias de atividades, incluindo análise de inteligência,
avaliações de ameaças e pesquisa e desenvolvimento.

Entre as fontes TECHINT, podem ser destacadas:

• Publicações técnicas: Revistas científicas e manuais técnicos trazem


informações sobre novas descobertas científicas e avanços tecnológicos, e
podem ser usadas para rastrear tecnologias emergentes e avaliar seu
impacto potencial na segurança nacional;
• Patentes: O registro de patentes proporciona informações sobre novas
invenções e avanços tecnológicos. Esses dados podem ser usados para
identificar tecnologias emergentes e avaliar potenciais aplicações militares
e econômicas;

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• Conferências científicas: Esses eventos oferecem oportunidades para
cientistas e engenheiros compartilhar pesquisas e discutir novos
desenvolvimentos em seus campos de atuação. Monitorar conferências
científicas ajuda a rastrear tecnologias emergentes e avaliar potenciais
aplicações militares e econômicas.
O grande desafio da TECHINT é a necessidade de conhecimentos técnicos
especializados. Os analistas devem ter uma compreensão profunda dos conceitos
científicos e técnicos para analisar e explorar informações técnicas de forma
eficaz. Devem ser capazes de identificar e rastrear tecnologias em áreas que
mudam rapidamente, como inteligência artificial e computação quântica.

INTELIGÊNCIA DE MEDIÇÃO E ASSINATURA (MASINT): Trata-se do uso de


tecnologias para detectar e analisar assinaturas físicas únicas para identificar e
rastrear diferentes objetos, fenômenos ou eventos. Essa forma de coleta é
fundamental para ajudar as agências militares e de inteligência a entender as
ameaças potenciais e a desenvolver estratégias eficazes para mitigá-las.

A MASINT é um campo altamente especializado que requer experiência em várias


disciplinas científicas, incluindo física, química, biologia e engenharia. A
tecnologia usada em MASINT inclui sensores, radares, espectrômetros e outros
dispositivos avançados projetados para capturar e analisar uma ampla gama de
dados físicos, incluindo radiação eletromagnética, ondas sonoras e assinaturas
químicas.

Uma vantagem da MASINT é a capacidade de detectar e identificar objetos e


fenômenos invisíveis de outra forma. Por exemplo, pode detectar as assinaturas
únicas de vários tipos de veículos, ainda que estejam escondidos sob camuflagem
ou disfarçados de outras formas. Da mesma maneira, pode detectar assinaturas
únicas de agentes biológicos ou químicos, muitas vezes invisíveis a olho nu.

A MASINT também pode rastrear o movimento de veículos, pessoas ou outros


objetos ao longo do tempo, fornecendo informações valiosas sobre suas atividades
e intenções. A título de exemplo, permite rastrear comboios militares ou células
terroristas, fornecendo informações sobre localização, direção e possíveis alvos.

Outra aplicação importante da MASINT é na área da Inteligência Geoespacial


(GEOINT), podendo ser usada para coletar informações sobre características
físicas da superfície da Terra, incluindo terreno, vegetação e geologia. Essas
informações podem ser utilizadas para criar mapas e modelos detalhados para
diversas finalidades, incluindo planejamento militar, monitoramento ambiental e
resposta a desastres.

Apesar de suas muitas vantagens, a MASINT também apresenta limitações e


grandes desafios, dada a complexidade e sofisticação da tecnologia envolvida. Seu
uso exige técnicos altamente qualificados para operar e manter equipamentos
sofisticados, bem como analisar os dados que eles produzem. Além disso, os dados
podem ser difíceis de interpretar, exigindo conhecimento especializado em vários
campos científicos.

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Outro desafio é o potencial dos dados serem mal interpretados ou mal utilizados.
Como todas as formas de coleta de informações, a MASINT está sujeita a vieses e
erros que podem levar a conclusões imprecisas ou enganosas.

O CONCEITO DE “NECESSIDADE DE SABER”


O conceito de “necessidade de saber” é fundamental na coleta e análise de
inteligência. Refere-se à ideia de que a informação só deve ser prestada a quem
dela necessita para o desempenho das suas funções ou para a tomada de decisões.
O princípio da “necessidade de saber” visa proteger informações confidenciais e
evitar que caiam em mãos erradas, e garantir que sejam usadas apenas para fins
legítimos.

Trata-se de um princípio fundamental para manter a segurança das informações.


A comunidade de inteligência opera sob um sistema de classificação para proteger
informações confidenciais de divulgação não autorizada. As informações são
classificadas com base em seu nível de sensibilidade, e o acesso a elas é restrito
àqueles que têm uma “necessidade de saber” válida. Isso significa que apenas os
indivíduos que precisam da informação para desempenhar suas funções ou tomar
decisões informadas terão acesso a ela.

FIGURA 6: Proteger as fontes é fundamental na atividade de Inteligência (Vchal/Shutterstock).

A concepção da “necessidade de saber” também é importante para proteger as


fontes e métodos usados para coletar informações. A coleta geralmente envolve
operações confidenciais e encobertas, e os meios usados devem ser protegidos
para garantir sua eficácia contínua. Ao limitar o acesso à informação para aqueles
que têm “necessidade de saber”, reduz-se o risco de comprometer fontes e
métodos.

No entanto, o princípio da “necessidade de saber” também traz problemas.


Conforme o caso, as informações podem ser compartimentalizadas a ponto de os

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analistas não conseguirem enxergar o “quadro geral”, o que pode levar a lacunas
de informação e incapacidade de identificar relacionamentos ou padrões
importantes, além de falta de coordenação e comunicação entre diferentes partes
de uma comunidade de inteligência.

Para mitigar esses problemas, foram desenvolvidos sistemas para compartilhar


informações entre diferentes departamentos e agências, projetados para
assegurar que as informações sejam fornecidas com base na “necessidade de
compartilhar”, ao invés de estritamente na “necessidade de saber”. Isso permite
que os analistas colaborem e compartilhem informações de forma mais eficaz,
mantendo os níveis necessários de segurança e confidencialidade.

O ANALISTA DE INTELIGÊNCIA
A análise de inteligência é uma função crítica que requer um conjunto específico
de competências e habilidades. Os analistas de inteligência são responsáveis por
coletar e analisar informações de forma a fornecer aos tomadores de decisão
percepções, informações e recomendações de valor. Para atuar nesta área, um
indivíduo deve possuir pensamento analítico, ter atenção aos detalhes e ser capas
de comunicar-se de forma eficaz.

FIGURA 7: Um Analista de Inteligência deve possuir uma ampla gama de competências e habilidades (USAF).

O pensamento analítico é fundamental para os analistas de inteligência, que


devem coletar e interpretar informações de várias fontes para identificar padrões
e relacionamentos. Isso requer capacidade de pensar de forma crítica e lógica,
identificar questões-chave e desenvolver soluções. Os analistas de inteligência
devem ser capazes de fazer conexões entre informações aparentemente não
relacionadas para desenvolver um quadro abrangente de uma situação.

A atenção aos detalhes também é crítica. Um analista deve ser capaz de identificar
e analisar pequenos detalhes que podem passar despercebidos por outras
pessoas. Deve ser capaz de identificar padrões e tendências em grandes conjuntos
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de dados e detectar possíveis lacunas nas informações. A atenção aos detalhes é,
portanto, essencial para assegurar que as informações fornecidas sejam precisas
e confiáveis.

Habilidades de comunicação eficazes também são importantes para analistas de


inteligência. Eles devem transmitir informações complexas de forma clara e
concisa, e apresentá-las de maneira compreensível e relevante. As habilidades de
comunicação incluem a capacidade de trabalhar em colaboração com outras
pessoas, como colegas analistas, especialistas no assunto e tomadores de decisão.

Além disso, um analista de inteligência deve possuir uma série de habilidades


técnicas, que incluem proficiência em ferramentas e software de análise de dados,
bem como conhecimento de métodos e técnicas de coleta de informações. Este
profissional também deve estar familiarizado com leis e regulamentos relevantes
relacionados à coleta e análise de inteligência.

Por fim, um analista de inteligência deve possuir uma gama de atributos pessoais
essenciais, como capacidade de trabalhar sob pressão, manter a confidencialidade
e discrição e forte senso de responsabilidade ética. Um bom analista deve ter
capacidade de manter o foco e a compostura em situações de alta pressão,
mantendo o mais alto nível de integridade e profissionalismo.

TORNAR-SE UM ANALISTA DE INTELIGÊNCIA


Tornar-se um analista de inteligência requer uma combinação de educação,
treinamento e experiência. Aqui estão alguns possíveis passos para desenvolver
as habilidades necessárias:

• Graduação em um campo relevante: ciências políticas, relações


internacionais ou áreas afins podem ser bons pontos de partida para uma
carreira em análise de inteligência;
• Experiência de trabalho relevante: muitas agências de inteligência exigem
anos de experiência em campos relacionados, como serviço militar,
aplicação da lei, ou análise de dados. Assim, devem ser considerados
estágios, programas cooperativos ou cargos de nível básico nessas áreas
para ganhar experiência de campo;
• Desenvolvimento de capacidade pensamento crítico: um analista deve ser
capaz de avaliar informações de várias fontes e tirar conclusões com base
nessas informações. Assim, é essencial desenvolver fortes habilidades de
pensamento crítico, como capacidade de analisar informações complexas,
identificar padrões e fazer conexões entre dados aparentemente não
relacionados;
• Habilidades de pesquisa: um analista deve ser capaz de pesquisar e coletar
informações de uma ampla variedade de fontes. Portanto, desenvolver
habilidades de pesquisa, como técnicas de pesquisa avançada e bancos de
dados, pode ser útil;
• Idiomas estrangeiros: muitos analistas devem ser fluentes em uma ou mais
línguas estrangeiras. Aprender um idioma pode ajudar a entender melhor

CANAL ARTE DA GUERRA CURSOS ON-LINE E-BOOK – INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA: ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS 17
a política internacional, culturas e questões regionais, além de ampliar o
leque de informações que podem ser compreendidas e interpretadas;
• Habilidades técnicas: muitas agências de inteligência utilizam softwares
sofisticados para coleta e análise. O desenvolvimento de habilidades
técnicas, como proficiência em softwares específicos ou linguagens de
programação, pode ser benéfico;
• Atualização constante sobre atualidades e eventos contemporâneos: um
analista de inteligência precisa estar ciente dos eventos atuais, tendências
globais e ameaças emergentes. Estar ao par de notícias e desenvolvimentos
em áreas relevantes ajuda a entender e analisar melhor as informações;
• Treinamento e certificações: muitas agências de inteligência oferecem
programas de treinamento e certificações para ajudar os analistas a
desenvolver habilidades especializadas. Perseguir essas oportunidades
pode ajudar a se destacar em um mercado de trabalho competitivo e
avançar na carreira.
Em suma, tornar-se analista de inteligência requer uma combinação de educação
formal, treinamento específico e experiência prática. Desenvolver pensamento
crítico, habilidades técnicas e de pesquisa, bem como manter-se atualizado sobre
os acontecimentos atuais e estar sempre atento às oportunidades de aprendizado,
pode ajudar a ter sucesso neste campo.

Especificamente no Brasil, é importante ter em mente que a legislação exige


concurso público para ingresso em empresas públicas e órgãos do governo, o que
inclui as agências de inteligência. No caso das agências militares, o ingresso
normalmente ocorre através das academias militares, que exigem exames. Essa
particularidade, claro, não invalida a necessidade de busca de aprendizado e
treinamento constantes.

CONCLUSÃO
A atividade de inteligência é crucial em ambientes governamentais, militares e
empresariais na medida em que fornece aos líderes e governantes subsídios para
tomada de decisões bem-informadas, subsidiadas por informações precisas e
oportunas. As atividades de inteligência ajudam a identificar ameaças potenciais,
entender as estratégias de competidores e avaliar riscos, permitindo que países e
organizações desenvolvam estratégias e táticas eficazes para atingir seus
objetivos e interesses, minimizando os riscos tanto quanto possível.

Além disso, a inteligência ajuda a prevenir ou ao menos mitigar possíveis violações


de segurança, perdas econômicas e danos à segurança nacional. No geral, a
atividade de inteligência é um componente crítico para os governos, na estratégia
militar e em operações comerciais.

Complementos:
APÊNDICE A: AGÊNCIAS DE INTELIGÊNCIA
APÊNDICE B: OPERAÇÕES DE INTELIGÊNCIA

18 E-BOOK – INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA: ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS CANAL ARTE DA GUERRA CURSOS ON-LINE
APÊNDICE A: AGÊNCIAS DE INTELIGÊNCIA
A maior parte dos países possui várias agências de inteligência que operam sob
diferentes órgãos governamentais com diferentes níveis de independência e
coordenação conforme o caso. Essas agências são responsáveis por coletar,
analisar e disseminar informações de inteligência para apoiar os objetivos de
segurança nacional e política externa das nações.

A seguir, um compilado de diversas agências de inteligência de vários países. O


objetivo aqui é oferecer uma visão geral das agências existentes, listadas por
ordem alfabética de países, sendo importante notar que não se pretende de forma
alguma esgotar o assunto. Os países foram selecionados tanto por sua relevância
no cenário internacional, como por critérios mais subjetivos.

ÁFRICA DO SUL

Agência de Segurança do Estado (SSA): A SSA é a principal agência de


inteligência da África do Sul, responsável tanto pela coleta de inteligência
estrangeira quanto pela contraespionagem doméstica. Ela reúne informações
relacionadas a governos, organizações e indivíduos estrangeiros e investiga
ameaças à segurança nacional da África do Sul por parte de serviços de
inteligência estrangeiros e outros atores.

Inteligência Militar (MI): É responsável pela coleta e análise da inteligência


militar. Apoia as operações e atividades militares sul-africanas e fornece suporte
de inteligência aos formuladores de políticas e líderes militares sul-africanos.

Divisão de Inteligência Criminal (CID): A CID é responsável pela coleta e análise


de inteligência doméstica relacionada a atividades criminosas. Investiga e previne
atividades criminosas, e tem responsabilidades relacionadas à coleta e análise de
inteligência.

Centro de Inteligência Financeira (FIC): Responsável pela coleta e análise de


inteligência financeira relacionada à lavagem de dinheiro, financiamento do
terrorismo e outros crimes financeiros.

ALEMANHA

Serviço Federal de Inteligência (BND): O BND é a principal agência de


inteligência da Alemanha e é responsável pela coleta e análise de inteligência
estrangeira. Reúne informações relacionadas a governos, organizações e
indivíduos estrangeiros e fornece suporte de inteligência para formuladores de
políticas e líderes militares alemães.

Escritório Federal para a Proteção da Constituição (BfV): Órgão responsável


pelas operações domésticas de inteligência e contraterrorismo. Investiga ameaças
à segurança nacional e fornece suporte de inteligência para agências de aplicação
da lei.

Serviço de Contrainteligência Militar (MAD): O MAD é responsável pela coleta


e análise de inteligência militar. Apoia as operações e atividades militares alemãs
CANAL ARTE DA GUERRA CURSOS ON-LINE E-BOOK – INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA: ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS 19
e fornece suporte de inteligência aos formuladores de políticas e líderes militares
alemães.

Escritório Federal de Polícia Criminal (BKA): É responsável por investigar e


prevenir o crime grave e organizado. Também tem responsabilidades
relacionadas à coleta e análise de inteligência.

Escritório Federal de Segurança da Informação (BSI): O BSI é responsável por


proteger as redes do governo alemão e a infraestrutura crítica contra ameaças
cibernéticas. Também tem responsabilidades relacionadas à coleta e análise de
inteligência.

ANGOLA

Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE): É a principal agência


de inteligência de Angola e é responsável tanto pela coleta de inteligência
estrangeira quanto pela contrainteligência doméstica. Reúne informação
relacionada com governos, organizações e indivíduos estrangeiros e investiga
ameaças à segurança nacional de Angola por parte de serviços de inteligência
estrangeiros e outros intervenientes. Tem também responsabilidades
relacionadas com a segurança das fronteiras e proteção dos segredos de Estado.

Serviço de Investigação Criminal (SIC): O SIC é responsável pela recolha e


análise de informações criminais relacionadas com o crime organizado,
contrabando e outras atividades criminosas. Tem também responsabilidades
relacionadas com a segurança das fronteiras e investigação de crimes graves.

Serviço de Inteligência Externa (SIE): Órgão responsável pela coleta e análise


de inteligência estrangeira relacionada a desenvolvimentos políticos, econômicos
e de segurança em outros países. Também apoia os objetivos da política externa
angolana, fornecendo inteligência aos formuladores de políticas e diplomatas.

Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM): O SISM é responsável pela


coleta e análise de inteligência militar. Apoia as operações e atividades militares
angolanas e fornece apoio de inteligência aos decisores políticos e líderes
militares angolanos.

ARÁBIA SAUDITA

Presidência Geral de Inteligência (GIP): O GIP é a principal agência de


inteligência da Arábia Saudita e é responsável tanto pela coleta de inteligência
estrangeira quanto pela contrainteligência doméstica. Reúne informações
relacionadas a governos, organizações e indivíduos estrangeiros e investiga
ameaças à segurança nacional da Arábia Saudita de serviços de inteligência
estrangeiros e outros atores.

Presidência de Segurança do Estado (PSS): Órgão responsável pela coleta e


análise de inteligência doméstica. Investiga e previne atividades criminosas e
terrorismo, e tem também responsabilidades relacionadas à coleta e análise de
inteligência.

20 E-BOOK – INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA: ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS CANAL ARTE DA GUERRA CURSOS ON-LINE
Inteligência do Ministério da Defesa (MODI): O MODI é responsável pela coleta
e análise de inteligência militar. Apoia as operações e atividades militares sauditas
e fornece suporte de inteligência aos formuladores de políticas e líderes militares
sauditas.

Ministério de Inteligência do Interior (MOII): Organização responsável pela


coleta e análise de inteligência doméstica. Investiga e previne atividades
criminosas e terrorismo em áreas urbanas, e tem responsabilidades relacionadas
à coleta e análise de inteligência.

ARGENTINA

Agencia Federal de Inteligencia (AFI): É a principal agência de inteligência da


Argentina, responsável pela inteligência interna e externa. Reúne informações
relacionadas a governos, organizações e indivíduos estrangeiros e investiga
ameaças à segurança nacional da Argentina por parte de serviços de inteligência
estrangeiros e outros atores. Ele também tem responsabilidades relacionadas à
contrainteligência e segurança cibernética.

Dirección Nacional de Inteligencia Criminal (DNIC): Agência responsável pela


inteligência doméstica relacionada à atividade criminosa, incluindo crime
organizado, terrorismo e cibercrime. Tem também responsabilidades
relacionadas com a segurança das fronteiras e proteção dos segredos de Estado.

BRASIL

Agência Brasileira de Inteligência (ABIN): Principal agência de inteligência do


Brasil. É o órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), sendo
responsável por planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as
atividades de inteligência no país. Reporta-se diretamente ao presidente da
República; anteriormente sob o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a partir
de março de 2023 passou para a tutela da Casa Civil da Presidência da República.

Diretoria de Inteligência Policial (DIP): A DIP é o órgão de inteligência da


Polícia Federal e é responsável pela investigação de crimes transnacionais, como
tráfico de drogas, tráfico de pessoas e lavagem de dinheiro. Também coleta e
analisa informações de inteligência relacionadas a ameaças à segurança nacional
e fornece suporte a outras agências governamentais.

Centro de Inteligência do Exército Brasileiro (CIE): Órgão de inteligência do


Exército Brasileiro, responsável por coletar e analisar informações de inteligência
relacionadas a ameaças e operações terrestres.

Centro de Inteligência da Marinha do Brasil (CIM): É o órgão de inteligência da


Marinha do Brasil e é responsável por coletar e analisar informações de
inteligência relacionadas à segurança marítima e às operações navais.

Centro de Inteligência da Aeronáutica (CIAER): O CIAER é o órgão de


inteligência da Força Aérea Brasileira e é responsável por coletar e analisar
informações de inteligência relacionadas às operações aéreas e espaciais.

CANAL ARTE DA GUERRA CURSOS ON-LINE E-BOOK – INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA: ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS 21
As agências militares brasileiras de Inteligência (CIE, CIM e CIAER) fazem parte do
Sistema de Inteligência de Defesa (SINDE), coordenado pelo Ministério da Defesa.
O SINDE é um subsistema do SISBIN.

CHILE

Agencia Nacional de Inteligencia (ANI): É a principal agência de inteligência do


Chile e responsável pela inteligência interna e externa. Reúne informações
relacionadas a governos, organizações e indivíduos estrangeiros e investiga
ameaças à segurança nacional do Chile por parte de serviços de inteligência
estrangeiros e outros atores. Tem também responsabilidades relacionadas à
contraespionagem e segurança cibernética.

Dirección de Inteligencia del Ejército (DINE): Trata-se da agência de


inteligência militar do Chile, responsável pela coleta e análise de inteligência para
apoiar operações e atividades militares chilenas. Fornece suporte de inteligência
a formuladores de políticas e líderes militares chilenos e tem responsabilidades
relacionadas à contrainteligência e proteção de segredos militares.

Dirección Nacional de Inteligencia de la Policía de Investigaciones (PDI): A


PDI é a agência de inteligência da polícia civil do Chile e é responsável por
investigar crimes, coletar informações relacionadas a organizações e atividades
criminosas e apoiar o trabalho de outras agências de aplicação da lei. Ele também
tem responsabilidades relacionadas à contraespionagem e segurança cibernética.

Dirección de Inteligencia de la Armada (DINA): Agência de inteligência naval


do Chile, responsável pela coleta e análise de inteligência para apoiar as operações
e atividades navais chilenas. Fornece suporte de inteligência para formuladores
de políticas e líderes militares chilenos e tem responsabilidades relacionadas à
contrainteligência e proteção de segredos navais.

CHINA

Ministério da Segurança do Estado (MSS): O MSS é a principal agência de


inteligência da China e é responsável tanto pela coleta de inteligência estrangeira
quanto pela contraespionagem doméstica. Ele reúne informações relacionadas a
governos, organizações e indivíduos estrangeiros e investiga ameaças à segurança
nacional da China de serviços de inteligência estrangeiros e outros atores.

Departamento de Inteligência do Exército Popular de Libertação (PLA): É


responsável pela coleta e análise de inteligência militar. Apoia as operações e
atividades militares chinesas e fornece suporte de inteligência aos formuladores
de políticas e líderes militares chineses.

Ministério da Segurança Pública (MPS): O MPS é responsável pelas operações


de segurança interna e aplicação da lei. Investiga e previne atividades criminosas
e terrorismo, e tem também responsabilidades relacionadas à coleta e análise de
inteligência.

Ministério da Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria para


Defesa Nacional (SASTIND): Órgão responsável por supervisionar o complexo
22 E-BOOK – INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA: ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS CANAL ARTE DA GUERRA CURSOS ON-LINE
militar-industrial e o desenvolvimento tecnológico da China, bem como monitorar
as atividades estrangeiras de tecnologia e inteligência.

Departamento de Trabalho da Frente Unida (UFWD): O UFWD é responsável


por influenciar e gerenciar as relações com entidades e grupos não comunistas,
tanto na China quanto no exterior. Ele também tem responsabilidades
relacionadas à coleta e análise de inteligência.

COLÔMBIA

Agencia Nacional de Inteligencia (ANI): Principal agência de inteligência da


Colômbia e responsável pela inteligência interna e externa. Reúne informações
relacionadas a governos, organizações e indivíduos estrangeiros e investiga
ameaças à segurança nacional da Colômbia por parte de serviços de inteligência
estrangeiros e outros atores. Ela também tem responsabilidades relacionadas à
contrainteligência e segurança cibernética.

Departamento de Inteligência e Contrainteligência (DIPOL): O DIPOL é


responsável pela coleta e análise de inteligência militar. Apoia operações e
atividades militares colombianas e fornece suporte de inteligência para
formuladores de políticas e líderes militares colombianos. Ele também tem
responsabilidades relacionadas à contraespionagem e proteção de segredos
militares.

COREIA DO NORTE

Bureau Geral de Reconhecimento (RGB): O RGB é a principal agência de


inteligência da Coreia do Norte e é responsável tanto pela coleta de inteligência
estrangeira quanto pela contraespionagem doméstica. Reúne informações
relacionadas a governos, organizações e indivíduos estrangeiros e investiga
ameaças à segurança nacional da Coreia do Norte por parte de serviços de
inteligência estrangeiros e outros atores.

Departamento de Segurança do Estado (SSD): Responsável pela segurança


doméstica e pelas operações de aplicação da lei. Investiga e previne atividades
criminosas e terrorismo, e tem também responsabilidades relacionadas à coleta e
análise de inteligência.

Ministério da Segurança do Estado (MSS): O MSS é responsável pela coleta e


análise de inteligência estrangeira. Ele reúne informações relacionadas a
governos, organizações e indivíduos estrangeiros e fornece suporte de
inteligência para formuladores de políticas e líderes militares norte-coreanos.

Bureau de Inteligência Militar (MIB): Organismo responsável pela coleta e


análise de inteligência militar. Apoia as operações e atividades militares norte-
coreanas e fornece suporte de inteligência aos formuladores de políticas e líderes
militares norte-coreanos.

CANAL ARTE DA GUERRA CURSOS ON-LINE E-BOOK – INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA: ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS 23
COREIA DO SUL

Serviço Nacional de Inteligência (NIS): É a principal agência de inteligência da


Coreia do Sul e é responsável pela coleta de informações sobre segurança nacional
e relações exteriores.

Defense Security Command (DSC): É a agência de inteligência militar da Coreia


do Sul, responsável por coletar e analisar a inteligência militar.

Agency for Defense Development (ADD): É uma agência de pesquisa e


desenvolvimento que apoia as capacidades de defesa da Coreia do Sul
desenvolvendo tecnologia militar avançada.

Agência Nacional de Polícia (NPA): Agência responsável por manter a lei e a


ordem na Coreia do Sul e coletar informações sobre questões de segurança
doméstica.

Korea Communications Commission (KCC): Agência reguladora responsável


por supervisionar a indústria de comunicações do país e garantir que os interesses
de segurança nacional sejam protegidos.

Comando Cibernético: Unidade militar responsável por defender a Coreia do Sul


contra ameaças e ataques cibernéticos.

Comando do Serviço de Inteligência (ISC): Trata-se de uma unidade de


inteligência militar sob o Exército da Coreia do Sul e responsável por coletar
informações sobre a Coreia do Norte.

CUBA

Diretoria de Inteligência (DI): Antiga DGI, a DI é a principal agência de


inteligência de Cuba, responsável tanto pela coleta de inteligência estrangeira
quanto pela contrainteligência doméstica. Reúne informações relacionadas a
governos, organizações e indivíduos estrangeiros e investiga ameaças à segurança
nacional de Cuba por parte de serviços de inteligência estrangeiros e outros
atores.

Departamento do Interior (MININT): É responsável pelas operações de


segurança interna e aplicação da lei. Investiga e previne atividades criminosas e
terrorismo, e tem também responsabilidades relacionadas à coleta e análise de
inteligência.

Diretoria de Inteligência Militar (DIM): A DIM é responsável pela recolha e


análise da informação militar. Apoia as operações e atividades militares cubanas
e fornece suporte de inteligência aos formuladores de políticas e líderes militares
cubanos.

Direção Nacional de Controle de Drogas (DNCD): A DNCD é a agência


responsável pela investigação e prevenção do tráfico de drogas e atividades
criminosas relacionadas. Ela também tem responsabilidades relacionadas à coleta
e análise de inteligência.

24 E-BOOK – INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA: ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS CANAL ARTE DA GUERRA CURSOS ON-LINE
ESPANHA

Centro Nacional de Inteligência (CNI): Principal agência de inteligência da


Espanha, é responsável tanto pela coleta de inteligência estrangeira quanto pela
contraespionagem doméstica. Reúne informações relacionadas a governos,
organizações e indivíduos estrangeiros e investiga ameaças à segurança nacional
da Espanha por parte de serviços de inteligência estrangeiros e outros atores.

Centro de Proteção de Infraestrutura e Segurança Cibernética (CPIC):


Responsável pela coleta e análise de inteligência doméstica relacionada à
segurança cibernética e à proteção de infraestrutura crítica. Investiga e previne
ataques cibernéticos e outras ameaças à infraestrutura da Espanha.

Centro de Inteligência Militar (CIFAS): O CIFAS é responsável pela coleta e


análise de inteligência militar. Apoia as operações e atividades militares
espanholas e fornece suporte de inteligência aos formuladores de políticas e
líderes militares espanhóis.

Serviço de Informações da Guarda Civil (SIGC): É responsável pela recolha e


análise de informações internas relacionadas com atividades criminosas.
Investiga e previne atividades criminosas, e tem responsabilidades relacionadas à
coleta e análise de inteligência.

ESTADOS UNIDOS

Agência Central de Inteligência (CIA): É a principal agência de inteligência dos


EUA e é responsável por coletar, analisar e divulgar informações de inteligência
relacionadas a relações exteriores, terrorismo e outras questões de segurança
nacional. Funciona sob a direção do Diretor Nacional de Inteligência (DNI).

National Security Agency (NSA): A NSA é responsável pela inteligência de sinais


(SIGINT), que envolve a interceptação e análise de comunicações e sinais
eletrônicos. Opera sob o Departamento de Defesa.

Agência de Inteligência de Defesa (DIA): É a agência responsável pela


inteligência militar, apoiando os militares dos EUA e outras agências
governamentais. Opera sob o Departamento de Defesa.

Federal Bureau of Investigation (FBI): O FBI é responsável pela inteligência


doméstica e investiga ameaças à segurança pública e nacional. Também conduz
operações de contraespionagem e trabalha para proteger os EUA de espionagem
e outras ameaças.

Agência Nacional de Inteligência Geoespacial (NGA): Esta é a agência


responsável por fornecer inteligência geoespacial (GEOINT), apoiando operações
militares e de inteligência. Ela coleta e analisa dados relacionados à geografia,
geologia e outras características físicas da Terra.

Departamento de Segurança Interna (DHS): O DHS é responsável por proteger


os EUA de ataques terroristas e outras ameaças. Inclui várias agências de

CANAL ARTE DA GUERRA CURSOS ON-LINE E-BOOK – INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA: ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS 25
inteligência, como o Office of Intelligence and Analysis (I&A), que analisa
informações de inteligência relacionadas a ameaças à segurança nacional.

FRANÇA

Direção-Geral de Segurança Externa (DGSE): A DGSE é responsável pela


recolha e análise de informações estrangeiras. Ele reúne informações relacionadas
a governos, organizações e indivíduos estrangeiros e fornece suporte de
inteligência para formuladores de políticas e líderes militares franceses.

Direção Geral de Segurança Interna (DGSI): É responsável pelas operações de


inteligência doméstica e contraterrorismo. Investiga ameaças à segurança
nacional e fornece suporte de inteligência para agências de aplicação da lei.

Direção de Inteligência Militar (DRM): A DRM é responsável pela coleta e


análise de inteligência militar. Apoia as operações e atividades militares francesas
e fornece suporte de inteligência aos formuladores de políticas e líderes militares
franceses.

Inteligência da Polícia Nacional Francesa (DNAT): A DNAT é responsável pela


investigação do crime organizado, terrorismo e cibercrime. Tem também
responsabilidades relacionadas à coleta e análise de inteligência.

Agência Francesa de Segurança de Redes e Informações (ANSSI): É a agência


responsável por proteger as redes do governo francês e a infraestrutura crítica
contra ameaças cibernéticas. Ele também tem responsabilidades relacionadas à
coleta e análise de inteligência.

ÍNDIA

Research and Analysis Wing (RAW): A RAW é a principal agência de inteligência


da Índia e é responsável pela coleta e análise de inteligência estrangeira. Reúne
informações relacionadas a governos, organizações e indivíduos estrangeiros e
fornece suporte de inteligência para formuladores de políticas e líderes militares
indianos.

Bureau de Inteligência (IB): O IB é responsável pelas operações domésticas de


inteligência e contraterrorismo. Ele investiga ameaças à segurança nacional e
fornece suporte de inteligência para agências de aplicação da lei.

Agência de Inteligência de Defesa (DIA): Agência responsável pela coleta e


análise de inteligência militar. Apoia as operações e atividades militares indianas
e fornece suporte de inteligência aos formuladores de políticas e líderes militares
indianos.

Organização Nacional de Pesquisa Técnica (NTRO): A NTRO é responsável pela


coleta e análise de inteligência técnica, incluindo inteligência de sinais e análise de
imagens de satélite. Apoia as operações militares e de segurança indianas e
fornece suporte de inteligência aos formuladores de políticas e líderes militares
indianos.

26 E-BOOK – INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA: ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS CANAL ARTE DA GUERRA CURSOS ON-LINE
Aviation Research Center (ARC): É responsável pela coleta e análise de
inteligência aérea. Apoia as operações militares e de segurança indianas e fornece
suporte de inteligência aos formuladores de políticas e líderes militares indianos.

IRÃ

Ministério de Inteligência e Segurança (MOIS): O MOIS é a principal agência de


inteligência do Irã, responsável tanto pela coleta de inteligência estrangeira
quanto pela contrainteligência doméstica. Reúne informações relacionadas a
governos, organizações e indivíduos estrangeiros e investiga ameaças à segurança
nacional do Irã por parte de serviços de inteligência estrangeiros e outros atores.
O MOIS também possui uma unidade de guerra cibernética responsável por
hacking e espionagem cibernética.

Organização de Inteligência do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica


(IRGC): A IRGC é uma poderosa organização militar responsável pela coleta e
análise de inteligência militar. Apoia as operações e atividades militares iranianas
e fornece suporte de inteligência aos formuladores de políticas e líderes militares
iranianos. Tem também responsabilidades relacionadas ao contraterrorismo e à
segurança doméstica.

Força Quds: É uma unidade especial dentro do IRGC responsável por operações
secretas e apoio a grupos paramilitares no exterior. Ele reúne informações sobre
governos, organizações e indivíduos estrangeiros e fornece apoio a aliados e
representantes iranianos no Oriente Médio.

Organização de Inteligência do Exército (IOA): A IOA é responsável pela coleta


e análise de inteligência militar. Ela apoia as operações e atividades militares
iranianas e fornece suporte de inteligência aos formuladores de políticas e líderes
militares iranianos.

ISRAEL

Mossad: O Mossad é a agência de inteligência nacional de Israel e é responsável


pela coleta e análise de inteligência estrangeira. Reúne informações relacionadas
a governos, organizações e indivíduos estrangeiros e fornece suporte de
inteligência para formuladores de políticas e líderes militares israelenses.

Shin Bet: É a agência responsável pelas operações domésticas de inteligência e


contraterrorismo. Investiga ameaças à segurança nacional e fornece suporte de
inteligência para agências de aplicação da lei.

Direção de Inteligência Militar (AMAN): A AMAN é responsável pela coleta e


análise de inteligência militar. Apoia as operações e atividades militares
israelenses e fornece suporte de inteligência aos formuladores de políticas e
líderes militares israelenses.

Comissão de Energia Atômica de Israel (IAEC): Esta é a agência responsável


pela pesquisa e desenvolvimento de energia e tecnologia nuclear, além de
supervisionar a segurança e proteção nuclear.

CANAL ARTE DA GUERRA CURSOS ON-LINE E-BOOK – INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA: ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS 27
ITÁLIA

Agenzia Informazioni e Sicurezza Esterna (AISE): Trata-se da principal agência


de inteligência da Itália e é responsável tanto pela coleta de inteligência
estrangeira quanto pela contrainteligência doméstica. Reúne informações
relacionadas a governos, organizações e indivíduos estrangeiros e investiga
ameaças à segurança nacional da Itália por parte de serviços de inteligência
estrangeiros e outros atores.

Servizio per le Informazioni e la Sicurezza Militare (SISMI): O SISMI é


responsável pela coleta e análise de inteligência militar. Apoia as operações e
atividades militares italianas e fornece suporte de inteligência aos formuladores
de políticas e líderes militares italianos.

Servizio per le Informazioni e la Sicurezza Democratica (SISDE): Era


responsável pela coleta e análise de inteligência doméstica relacionada ao
contraterrorismo e outras ameaças à segurança nacional da Itália. Foi fundido com
a AISE em 2007 para formar uma nova agência de inteligência, a Agenzia
Informazioni e Sicurezza Interna (AISI).

Unidade de Inteligência da Guardia di Finanza (GDF): É responsável pela


coleta e análise de inteligência financeira relacionada à lavagem de dinheiro,
contrabando e outros crimes financeiros.

JAPÃO

Cabinet Intelligence and Research Office (CIRO): O CIRO é a principal agência


de inteligência do Japão, responsável tanto pela coleta de inteligência estrangeira
quanto pela contrainteligência doméstica. Ela reúne informações relacionadas a
governos, organizações e indivíduos estrangeiros e investiga ameaças à segurança
nacional do Japão de serviços de inteligência estrangeiros e outros atores.

Sede de Inteligência de Defesa (DIH): Agência responsável pela coleta e análise


de inteligência militar. Apoia as operações e atividades militares japonesas e
fornece suporte de inteligência aos formuladores de políticas e líderes militares
japoneses.

Agência de Inteligência de Segurança Pública (PSIA): A PSIA é responsável


pela coleta e análise de inteligência doméstica. Investiga e previne atividades
criminosas e terrorismo, e também tem responsabilidades relacionadas à coleta e
análise de inteligência.

Serviço de Inteligência e Análise do Ministério das Relações Exteriores


(IFAS): É responsável pela coleta e análise de inteligência estrangeira. O serviço
reúne informações relacionadas a governos, organizações e indivíduos
estrangeiros e fornece suporte de inteligência para formuladores de políticas e
diplomatas japoneses.

28 E-BOOK – INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA: ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS CANAL ARTE DA GUERRA CURSOS ON-LINE
PAQUISTÃO

Inter-Services Intelligence (ISI): O ISI é a principal agência de inteligência do


Paquistão e é responsável tanto pela coleta de inteligência estrangeira quanto pela
contrainteligência doméstica. Ele reúne informações relacionadas a governos,
organizações e indivíduos estrangeiros e investiga ameaças à segurança nacional
do Paquistão por parte de serviços de inteligência estrangeiros e outros atores.

Bureau de Inteligência (IB): É responsável pelas operações domésticas de


inteligência e contraterrorismo. Investiga ameaças à segurança nacional e fornece
suporte de inteligência para agências de aplicação da lei.

Inteligência Militar (MI): Agência responsável pela coleta e análise da


inteligência militar. Apoia as operações e atividades militares paquistanesas e
fornece suporte de inteligência aos formuladores de políticas e líderes militares
paquistaneses.

Agência Federal de Investigação (FIA): Órgão responsável por investigar e


prevenir crimes sérios e organizados, incluindo terrorismo, crimes cibernéticos e
lavagem de dinheiro. Tem também responsabilidades relacionadas à coleta e
análise de inteligência.

Autoridade Nacional de Contraterrorismo (NACTA): A NACTA é responsável


por coordenar os esforços de contraterrorismo em todo o Paquistão, incluindo o
compartilhamento de inteligência entre diferentes agências.

POLÔNIA

Agencja Wywiadu (AW): É a principal agência de inteligência da Polônia,


responsável tanto pela coleta de inteligência estrangeira quanto pela
contraespionagem doméstica. Reúne informações relacionadas a governos,
organizações e indivíduos estrangeiros e investiga ameaças à segurança nacional
da Polônia por parte de serviços de inteligência estrangeiros e outros atores.

Agencja Bezpieczeństwa Wewnętrznego (ABW): O ABW é responsável pela


coleta e análise de inteligência doméstica relacionada à contrainteligência,
contraterrorismo e outras ameaças à segurança nacional da Polônia. Tem também
responsabilidades relacionadas com a segurança das fronteiras e proteção dos
segredos de Estado.

Służba Wywiadu Wojskowego (SWW): Trata-se do órgão responsável pela


coleta e análise de inteligência militar. Apoia as operações e atividades militares
polonesas e fornece suporte de inteligência aos formuladores de políticas e líderes
militares poloneses.

Służba Kontrwywiadu Wojskowego (SKW): O SKW é responsável pela


contraespionagem militar e pela proteção de segredos militares. Ele investiga
ameaças à segurança militar da Polônia de serviços de inteligência estrangeiros e
outros atores.

CANAL ARTE DA GUERRA CURSOS ON-LINE E-BOOK – INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA: ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS 29
PORTUGAL

Serviço de Informações de Segurança (SIS): Principal agência de inteligência de


Portugal e responsável pela inteligência interna e externa. Recolhe informação
relacionada com governos, organizações e indivíduos estrangeiros e investiga
ameaças à segurança nacional de Portugal por parte de serviços de informação
estrangeiros e outros intervenientes. Também tem responsabilidades
relacionadas ao contraterrorismo e segurança cibernética.

Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED): O SIED é responsável


pela coleta e análise de inteligência militar. Apoia as operações e atividades
militares portuguesas e fornece apoio de inteligência aos decisores políticos e
líderes militares portugueses. Ele também tem responsabilidades relacionadas à
contrainteligência e proteção de segredos militares.

Polícia Judiciária (PJ): A PJ é responsável pela inteligência interna relacionada


com a atividade criminosa, incluindo crime organizado, terrorismo e cibercrime.
Tem também responsabilidades relacionadas com a segurança das fronteiras e
proteção dos segredos de Estado.

REINO UNIDO

Serviço de Segurança (MI5): Responsável pelas operações domésticas de


inteligência e contraterrorismo. Investiga ameaças à segurança nacional e fornece
suporte de inteligência para agências de aplicação da lei.

Secret Intelligence Service (MI6): O MI6 é responsável pela coleta e análise de


inteligência estrangeira. Reúne informações relacionadas a governos,
organizações e indivíduos estrangeiros e fornece suporte de inteligência para
formuladores de políticas e líderes militares do Reino Unido.

Sede de Comunicações Governamentais (GCHQ): Este órgão é responsável pela


coleta e análise de inteligência de sinais (SIGINT) e inteligência eletrônica (ELINT).
Intercepta e analisa comunicações e sinais eletrônicos para apoiar os objetivos de
segurança nacional do Reino Unido.

Inteligência de Defesa (DI): O DI é responsável pela coleta e análise de


inteligência militar. Apoia as operações e atividades militares do Reino Unido e
fornece suporte de inteligência aos formuladores de políticas e líderes militares
do Reino Unido.

National Crime Agency (NCA): Agência responsável por investigar e prevenir o


crime grave e organizado. Também tem responsabilidades relacionadas à coleta e
análise de inteligência.

RÚSSIA

Serviço de Segurança Federal (FSB): É a principal agência de inteligência da


Rússia e é responsável pela segurança interna, contrainteligência e operações de
contraterrorismo. Tem também responsabilidades relacionadas à coleta e análise
de inteligência.
30 E-BOOK – INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA: ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS CANAL ARTE DA GUERRA CURSOS ON-LINE
Serviço de Inteligência Estrangeira (SVR): O SVR é responsável pela coleta e
análise de inteligência estrangeira. Reúne informações relacionadas a governos,
organizações e indivíduos estrangeiros e fornece suporte de inteligência para
formuladores de políticas e líderes militares russos.

Diretoria Principal de Inteligência (GRU): Responsável pela coleta e análise de


inteligência militar. A GRU opera sob o Ministério da Defesa da Rússia e apoia as
operações e atividades militares russas.

Serviço Federal de Proteção (FSO): O FSO é responsável por proteger


funcionários e instalações do governo russo. Também tem responsabilidades
relacionadas à coleta e análise de inteligência.

Agência Federal de Comunicações e Informações Governamentais (FAPSI): É


responsável por gerenciar as comunicações e os sistemas de informação do
governo russo. Também tem responsabilidades relacionadas com a coleta e
análise de inteligência de sinais (SIGINT) e inteligência eletrônica (ELINT).

TURQUIA

Organização Nacional de Inteligência (MIT): O MIT é a principal agência de


inteligência da Turquia e é responsável tanto pela coleta de inteligência
estrangeira quanto pela contraespionagem doméstica. Ela reúne informações
relacionadas a governos, organizações e indivíduos estrangeiros e investiga
ameaças à segurança nacional da Turquia por parte de serviços de inteligência
estrangeiros e outros atores.

Inteligência Militar (MI): É responsável pela coleta e análise da inteligência


militar. Apoia as operações e atividades militares turcas e fornece suporte de
inteligência aos formuladores de políticas e líderes militares turcos.

Jandarma Intelligence (JI): O JI é responsável pela coleta e análise de inteligência


doméstica. Investiga e previne atividades criminosas e terrorismo em áreas rurais,
e tem responsabilidades relacionadas à coleta e análise de inteligência.

Direção-Geral de Segurança (DGS): É responsável pela recolha e análise de


informações internas. Investiga e previne atividades criminosas e terrorismo em
áreas urbanas, e tem responsabilidades relacionadas à coleta e análise de
inteligência.

UCRÂNIA

Serviço de Inteligência Estrangeira da Ucrânia (SZRU): Principal agência de


inteligência da Ucrânia, é responsável tanto pela coleta de inteligência estrangeira
quanto pela contraespionagem doméstica. Reúne informações relacionadas a
governos, organizações e indivíduos estrangeiros e investiga ameaças à segurança
nacional da Ucrânia de serviços de inteligência estrangeiros e outros atores.

Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU): Responsável pela coleta e análise de


inteligência doméstica relacionada à contrainteligência, contraterrorismo e

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outras ameaças à segurança nacional da Ucrânia. Tem também responsabilidades
relacionadas com a segurança das fronteiras e proteção dos segredos de Estado.

Inteligência Militar da Ucrânia (HUR MO): O HUR MO é responsável pela coleta


e análise de inteligência militar. Apoia as operações e atividades militares
ucranianas e fornece suporte de inteligência aos formuladores de políticas e
líderes militares ucranianos.

Bureau Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU): É a agência responsável


por investigar e prevenir a corrupção entre funcionários públicos na Ucrânia.
Reúne inteligência relacionada a atividades de corrupção e coopera com outras
agências governamentais para processar funcionários corruptos.

VENEZUELA

Servicio Bolivariano de Inteligencia Nacional (SEBIN): Principal agência de


inteligência da Venezuela, responsável pela inteligência interna e externa. Reúne
informações relacionadas a governos, organizações e indivíduos estrangeiros e
investiga ameaças à segurança nacional da Venezuela por parte de serviços de
inteligência estrangeiros e outros atores. Também tem responsabilidades
relacionadas à contrainteligência e segurança cibernética.

Dirección General de Contrainteligencia Militar (DGCIM): A DGCIM é


responsável pela coleta e análise de inteligência militar. Apoia as operações e
atividades militares venezuelanas e fornece suporte de inteligência aos
formuladores de políticas e líderes militares venezuelanos. Tem também
responsabilidades relacionadas à contraespionagem e proteção de segredos
militares.

Servicio de Inteligencia Militar (SIM): O SIM é responsável pela coleta e análise


de inteligência militar. Apoia as operações e atividades militares venezuelanas e
presta suporte de inteligência aos formuladores de políticas e líderes militares
venezuelanos. Tem também responsabilidades relacionadas à contrainteligência
e proteção de segredos militares.

32 E-BOOK – INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA: ENTENDENDO OS FUNDAMENTOS CANAL ARTE DA GUERRA CURSOS ON-LINE
APÊNDICE B: OPERAÇÕES DE INTELIGÊNCIA
Devido à natureza sensível das operações de inteligência, muitos detalhes sobre
operações específicas são frequentemente classificados e as informações ou
detalhes não são amplamente divulgadas – ou não são divulgados de forma
alguma. No entanto, algumas operações notáveis se tornaram públicas ao longo
dos anos. Os exemplos a seguir, listados em ordem alfabética pelo nome mais
conhecido da operação, demonstram a natureza variada das operações de
inteligência, desde assassinatos até operações de dissimulação.

OPERAÇÕES DE AGÊNCIAS DE ESTADO


Apoio ao Talibã (Paquistão): O ISI foi acusado de fornecer apoio à insurgência
do Talibã no Afeganistão, incluindo treinamento, financiamento e armas. Esse
apoio permitiu que o Talibã continuasse a travar uma insurgência de longa data
contra o governo afegão e seus aliados internacionais.

Dossiê de Despedida (URSS): Esta foi uma operação de inteligência soviética na


década de 1980 que envolveu a obtenção de tecnologia sensível e segredos
industriais de países ocidentais. A operação foi exposta quando um desertor da
KGB forneceu ao governo francês um dossiê de informações sobre as operações
de inteligência soviética no Ocidente.

Cambridge Five (URSS): Este era um grupo de cinco oficiais da inteligência


britânica que foram recrutados como espiões soviéticos durante as décadas de
1930 e 1940. O grupo incluía Kim Philby, Guy Burgess e Donald Maclean, entre
outros. Eles foram capazes de fornecer à União Soviética informações valiosas
sobre as operações de inteligência britânica por muitos anos.

Operação Branca de Neve (Estados Unidos): Esta foi uma operação secreta
realizada pela Igreja da Cientologia para se infiltrar e roubar documentos de
agências governamentais, incluindo o IRS e o Departamento de Justiça. A operação
foi descoberta pelo FBI no final dos anos 1970 e resultou na condenação de vários
membros de alto escalão da igreja.

Operação Ira de Deus (Israel): Esta foi uma série de ataques retaliatórios contra
indivíduos e grupos responsáveis pelo massacre de atletas israelenses em
Munique durante os Jogos Olímpicos de Verão de 1972. Agentes do Mossad
caçaram e mataram várias pessoas envolvidas no ataque.

Operação Ivy Bells (EUA/Reino Unido): Operação realizada em conjunto pelos


Estados Unidos e o Reino Unido durante a Guerra Fria com o objetivo de
interceptar cabos submarinos de comunicação soviéticos. A operação envolveu o
uso de submarinos e mergulhadores especializados para instalar dispositivos de
escuta nos cabos, o que permitiu que interceptar as comunicações soviéticas.

Operação Lança de Netuno (EUA): Este foi o codinome da operação que resultou
na morte do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, em maio de 2011. A operação foi
conduzida pelos SEAL da Marinha dos Estados Unidos e envolveu a coleta de

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informações de várias fontes para localizar o complexo onde Bin Laden se
encontrava em Abbottabad, no Paquistão.

Operação Mincemeat (Reino Unido): Esta foi uma operação enganosa realizada
durante a Segunda Guerra Mundial pela inteligência britânica. O objetivo era
convencer os alemães de que os Aliados planejavam invadir a Grécia em vez da
Sicília. A operação envolveu o plantio de documentos falsos em um cadáver que
foi levado para a costa da Espanha, onde foi “descoberto” por agentes alemães.

Operação Opera (Israel): Realizada em 1981, na qual caças israelenses


destruíram um reator nuclear iraquiano perto de Bagdá. A operação pretendia
impedir o Iraque de desenvolver armas nucleares.

Operação Orchard (Israel): Operação de 2007 na qual caças israelenses


bombardearam uma suposta instalação nuclear síria. A operação teve sucesso em
destruir a instalação e visava impedir a Síria de desenvolver armas nucleares.

Operação RYAN (URSS): Esta foi uma operação de inteligência soviética durante
a Guerra Fria que envolveu monitoramento e coleta de informações sobre
possíveis movimentos militares da OTAN. A operação destinava-se a fornecer um
alerta antecipado de um potencial ataque da OTAN à União Soviética.

Operação Trest (URSS): Operação de espionagem soviética durante a Segunda


Guerra Mundial que envolveu a infiltração da inteligência militar alemã. Foi bem-
sucedida, obtendo informações valiosas sobre as operações militares alemãs,
incluindo planos para a invasão da União Soviética.

Operação Trojan (Israel): Esta foi uma operação do Mossad em 1986 que
envolveu a implantação de um vírus de computador (cavalo de Tróia, Trojan
Horse) em um sistema de computador da Líbia. O vírus causou um mau
funcionamento do sistema e acabou levando ao bombardeio da Líbia pelos
Estados Unidos.

OPERAÇÕES NA INICIATIVA PRIVADA


Existem inúmeros casos de operações de inteligência no mundo dos negócios, com
empresas usando inteligência para obter vantagens competitivas ou proteger
ativos. Os exemplos a seguir ilustram as várias formas pelas quais a inteligência é
usada no mundo dos negócios, seja para fins legítimos (como identificar a origem
de boatos), seja em atividades antiéticas ou ilegais (encobrir fraudes).

Apple: Em 2011, a Apple foi vítima de um caso de espionagem corporativa de alto


nível, no qual um engenheiro chamado Paul Shin Devine foi acusado de aceitar
propinas em troca de fornecer informações confidenciais a fornecedores na Ásia.
Devine acabou sendo condenado à prisão por seu papel no esquema.

Coca-Cola: Nos anos 2000, a Coca-Cola supostamente contratou investigadores


particulares para se infiltrar em um sindicato que criticava a empresa. Os
investigadores teriam usado táticas ilegais, como escutas telefônicas e roubo de
documentos, na tentativa de obter informações sobre as atividades e planos do
sindicato.
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Enron: No início dos anos 2000, a empresa de energia Enron entrou em colapso
em um dos maiores escândalos corporativos da história. A empresa havia se
envolvido em fraudes contábeis generalizadas, e teria usado técnicas de
inteligência para encobrir a fraude e intimidar funcionários que poderiam ter
denunciado.

Google: em 2018, foi revelado que o Google havia usado inteligência para
monitorar e-mails de funcionários em um esforço para identificar trabalhadores
que poderiam estar vazando informações da empresa para a imprensa. A prática
causou controvérsia e levou a questionamentos sobre a ética do uso de
inteligência para monitorar funcionários.

Huawei: Nos últimos anos, a gigante tecnológica chinesa Huawei esteve no centro
de inúmeras controvérsias relacionadas à inteligência. O governo dos EUA acusou
a empresa de espionar em nome do governo chinês e de roubar propriedade
intelectual de empresas americanas. A Huawei negou as acusações, mas a
controvérsia levou a um maior escrutínio das atividades da empresa em todo o
mundo.

Microsoft: No final da década de 1990, a Microsoft se envolveu em um caso


antitruste movido pelo governo dos Estados Unidos. Como parte de sua defesa, a
Microsoft supostamente usou inteligência para coletar informações sobre
funcionários do governo envolvidos no caso e sobre empresas rivais que estavam
fornecendo provas contra a Microsoft.

Procter & Gamble: No início da década de 1990, a Procter & Gamble se envolveu
em um escândalo envolvendo rumores de que a empresa apoiava a Igreja de
Satanás. A P&G negou os rumores, mas a polêmica persistiu. A empresa acabou
usando inteligência para identificar a fonte, que acabou sendo uma empresa rival
que espalhava informações falsas para prejudicar a reputação da P&G.

Siemens: Em meados dos anos 2000, a Siemens se envolveu em um grande


escândalo de corrupção que envolvia o pagamento de propinas a funcionários do
governo e outros para garantir contratos. A empresa teria usado inteligência para
coletar informações sobre concorrentes e monitorar as atividades de seus
próprios funcionários.

Uber: em 2017, foi revelado que a empresa de aplicativo de transporte Uber havia
usado um programa chamado “Greyball” para fugir dos reguladores do governo
em cidades onde o serviço ainda não havia sido aprovado. O programa
supostamente usou análise de dados e outras técnicas de inteligência para
identificar e bloquear funcionários do governo e outros que poderiam estar
tentando pegar a Uber violando as leis locais.

Walmart: Em meados dos anos 2000, o Walmart foi acusado de praticar suborno
no México para obter autorizações e outros favores de funcionários do governo. O
Walmart supostamente usou inteligência para investigar as alegações e monitorar
as atividades de funcionários e outras pessoas envolvidas no escândalo.

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