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Noções Gerais de Inteligência Policial

Kelly Souza de Alencar


Escrivã de Polícia
BIBLIOGRAFIA

● Brasil, Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de Segurança Pública. Doutrina


Nacional de Inteligência Pública. 4ª ed. Brasília, 2014.

● Brasil, Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de Segurança Pública. Curso de


Introdução a atividade de Inteligência. Brasília, 2011.

● Gonçalves, J.B. Atividade de Inteligência e Legislação Correlata. Niterói, RJ. Editora


Impetus, 2014.

● Wendt, E; Barreto, A. G. Inteligência Digital. Editora Brasport. Rio de Janeiro. 2013.

● F, F. C. Inteligência ou Informação. Revista Brasileira de Inteligência. Brasília. Abin,


2006
INTELIGÊNCIA

►“Inteligência, em uma definição ampla, é toda informação


coletada, organizada ou analisada para atender as
demandas de um tomador de decisão”.

(CEPIK, 2003)
INTELIGÊNCIA NO BRASIL

IMPORTANTE!!!
• 1999: Lei 9.883: SISBIN – Sistema Brasileiro de Inteligência
ABIN – Agência Brasileira de Inteligência

• 2000: Decreto 3.695: SISP – Subsistemas de Inteligência de Segurança Pública

• 2002: Decreto 4.376/2002 Organização e Funcionamento do SISBIN

• 2009: Resolução no 1 de 15 de Julho de 2009: Regulamenta o SISP

• 2009: DNISP – Doutrina Nacional de Inteligência de Segurança Pública


Portaria nº 22, de 22 de julho de 2009 (DOU de 23/07/09).

• 2017: Decreto 8.869 de 12 de janeiro de 2017 – Institui o SISP/GO.


SISBIN
SISTEMA BRASILEIRO DE INTELIGÊNCIA
(Lei 9.883/99)
Artigo 1o:

§ 2o Entende-se como inteligência a atividade que objetiva a obtenção, análise e


disseminação de conhecimentos dentro e fora do território nacional sobre fatos e situações de
imediata ou potencial influência sobre o processo decisório e a ação governamental e sobre a
salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado.

§ 3o Entende-se como contrainteligência a atividade que objetiva neutralizar a


inteligência adversa.

Órgão Central: ABIN – Agência Brasileira de Inteligência


SISBIN E ABIN

Fonte: SENASP/MJ
SISP – SUBSISTEMA DE INTELIGÊNCIA DE
SEGURANÇA PÚBLICA
(Decreto 3.695/2000)

Finalidade: coordenar e integrar as atividades de inteligência de segurança pública em


todo o País, bem como suprir os governos federal e estaduais de informações que
subsidiem a tomada de decisões neste campo;

Órgão Central: SENASP – Secretaria Nacional de Segurança Pública

Composição: Ministérios da Justiça, Ministério da Fazenda, Ministério da Defesa e


Integração Nacional e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República (GSI);
SISP – SUBSISTEMA DE INTELIGÊNCIA DE
SEGURANÇA PÚBLICA
(Decreto 3.695/2000)

Fonte: SENASP/MJ
SISP/GO – SISTEMA DE INTELIGÊNCIA DE
SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO DE GOIÁS

Decreto 8.869 de 12 de
janeiro de 2017.
DNISP - DOUTRINA NACIONAL DE INTELIGÊNCIA
DE SEGURANÇA PÚBLICA

Atividade de Inteligência de Segurança Pública (ISP) segundo DNISP:

1. Definição:
É o exercício permanente e sistemático de ações especializadas para identificar,
avaliar e acompanhar ameaças reais ou potenciais na esfera de Segurança Pública,
basicamente orientadas para produção e salvaguarda de conhecimentos
necessários para subsidiar os tomadores de decisão (governo federal e estadual), para
o planejamento e execução de uma política de Segurança Pública e das ações para
prever, prevenir, neutralizar e reprimir atos criminosos de qualquer natureza que

atentem à ordem pública, à incolumidade das pessoas e do patrimônio.


DNISP – DOUTRINA NACIONAL DE INTELIGÊNCIA
DE SEGURANÇA PÚBLICA

2. Características e Princípios:

CARACTERÍSTICAS PRINCÍPIOS
Produção do Conhecimento Sigilo
Assessoria Interação
Verdade com Significado Objetividade
Busca de Dados Oportunidade
Ações Especializadas Permanência
Economia de Meios Precisão
Iniciativa Simplicidade
Abrangência Imparcialidade
Dinâmica Compartimentação
Segurança Controle; Amplitude
DNISP – DOUTRINA NACIONAL DE INTELIGÊNCIA
DE SEGURANÇA PÚBLICA

3. Níveis de Assessoramento:
:
• Político – assessora o planejamento e o desenvolvimento das políticas de Segurança
Pública;

• Estratégico – assessora o planejamento para implementação das estratégias de


políticas de Segurança Pública;

• Tático – assessora o acompanhamento e a execução das ações táticas para


implementação das políticas de Segurança Pública;

• Operacional – assessora o planejamento, o acompanhamento e a execução de ações


operacionais.
DNISP – DOUTRINA NACIONAL DE INTELIGÊNCIA
DE SEGURANÇA PÚBLICA

4. Espécies de ISP:

• Inteligência Bombeiro Militar;

• Inteligência Policial Militar;

• Inteligência Policial Rodoviária;

• Inteligência Policial Judiciária.


DNISP – DOUTRINA NACIONAL DE INTELIGÊNCIA
DE SEGURANÇA PÚBLICA

Inteligência Policial Judiciária

A atividade de Inteligência Policial Judiciária é o exercício permanente e sistemático


de ações especializadas para identificar, avaliar e acompanhar ameaças reais ou
potenciais na esfera de Segurança Pública, orientadas para produção e salvaguarda
de conhecimentos necessários para assessorar o processo decisório no
planejamento, execução e acompanhamento de uma política de Segurança Pública,
nas investigações policiais; e nas ações para prever, prevenir, neutralizar e
reprimir atos criminosos de qualquer natureza que atentem à ordem pública e à
incolumidade das pessoas e do patrimônio, sendo exercida pelas Agências de
Inteligência no âmbito das Polícias Federal e Civis.
INVESTIGAÇÃO POLICIAL X INTELIGÊNCIA POLICIAL JUDICIÁRIA

IMPORTANTE!!!

INVESTIGAÇÃO INTELIGÊNCIA
POLICIAL POLICIAL JUDICIÁRIA

Produção de
ORIENTAÇÃO Persecução Penal
Conhecimento
Produção de Provas
OBJETIVO (Autoria/Materialidade) Assessoramento

NATUREZA Executiva Consultiva


DNISP – DOUTRINA NACIONAL DE INTELIGÊNCIA
DE SEGURANÇA PÚBLICA

5. Profissionais de ISP:

São os elementos orgânicos da Agência de Inteligência (AI) recrutados


administrativamente e devidamente capacitados.

Funções essenciais:

• Analistas (produção do conhecimento);


• Agentes (obtenção dos dados negados);
• Encarregado de Caso (planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar a execução
de uma missão de ISP).

REGRA GERAL: não executar ações ostensivas, prisões ou flagrantes,


visando preservar a segurança dos profissionais de ISP e garantir o sigilo e
compartimentação. Tais ações ostensivas ficam a cargo de equipes policiais
especialmente designadas para o seu cumprimento.
PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO

Produção do Conhecimento:

Transforma dados anteriores em conhecimentos avaliados por meio de metodologia própria e


específica a fim de assessorar os tomadores de decisão que são os usuários finais do
conhecimento produzido pela Inteligência.

Dado
Toda e qualquer representação de fato ainda não submetida pelo profissional de Inteligência à
metodologia de Produção de Conhecimento.

Conhecimento

Resultado final, na forma escrita ou verbal, elaborado pelo profissional de Inteligência, após a
utilização e aplicação da Metodologia de Produção de Conhecimento.
TIPOS DE CONHECIMENTO

INFORME

INFORMAÇÃO
CONHECIMENTOS
APRECIAÇÃO

ESTIMATIVA
METODOLOGIA DA PRODUÇÃO DO
CONHECIMENTO (MPC)

Composta por quatro Fases:

Planejamento
Reunião de Dados (Ações de Busca)
Processamento
Formalização/ Difusão.
AÇÕES DE BUSCA

Ações de Busca, ou, simplesmente, Busca, são todos os procedimentos realizados


pelo conjunto ou parte dos agentes do Elemento de Operações (ELO) de uma
agência de inteligência, a fim de reunir dados protegidos e/ou negados.

ELO = Operações de Inteligência

● Procedimentos: Reconhecimento, Vigilância, Recrutamento operacional, Infiltração,


Entrevista, Entrada...

● TOIs: OMD, Estória-Cobertura, Disfarce, Leitura da Fala, Análise de Veracidade,


Emprego de Meios Eletrônicos...
DOCUMENTOS DE INTELIGÊNCIA

Tipos mais comuns de Documentos de Inteligência:

Relatório de Inteligência (Relint):

É o documento externo, padronizado, no qual o profissional de Inteligência transmite


conhecimentos para usuários ou outras agências de inteligência, dentro ou fora do sistema de
ISP. O tipo de conhecimento transmitido deverá estar explícito na forma da redação - Informes,
Informações, Apreciações e Estimativas. Não deve ser inserido no Inquérito Policial.

Pedido de Busca (PB):

É o documento externo, padronizado, utilizado para solicitação de dados e/ou conhecimentos


entre as agências de inteligência, dentro ou fora do sistema de ISP.
DOCUMENTOS DE INTELIGÊNCIA

Relatório Técnico (RT)

Relatório técnico é o documento externo padronizado, passível de classificação, que

transmite, de forma excepcional, análises técnicas e de dados, destinados a subsidiar seu

destinatário, inclusive, na produção de provas.. Pode ser inserido no Inquérito Policial.


DOCUMENTOS DE INTELIGÊNCIA

Lei de Acesso à Informação (LAI)


(12.527 de 18 de novembro de 2011)

Artigo 24: “A informação em poder dos órgãos e entidades públicas,


observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da
sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta
ou reservada.”
Ultrassecreta: 25 anos;
Secreta: 15 anos;
Reservada: 5 anos.

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