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LEI N. 12.

846/13
Lei Anticorrupção – Processo Administrativo de Responsabilização
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LEI ANTICORRUPÇÃO – PROCESSO ADMINISTRATIVO DE


RESPONSABILIZAÇÃO

Nesta aula, serão estudados a competência para instaurar e para julgar, as fases e os
prazos de atos que são praticados dentro do PAR.

COMPETÊNCIA

Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrativo para apuração da res-


ponsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão ou entidade
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provocação,
observados o contraditório e a ampla defesa.

 Obs.: Por exemplo, foi verificado que um servidor da PGFN foi punido porque estava extin-
guindo várias dívidas ativas tributárias de pessoas e empresas, de modo fraudulento.
Abre-se um processo administrativo disciplinar contra aquele servidor, apurando-se a
sua responsabilidade administrativa. O Ministro da Economia pode, de ofício, deter-
minar um PAR contra as pessoas jurídicas que tiveram benefício em razão da condu-
ta daquele servidor. São processos diferentes, mas ele pode, de ofício, abrir um PAR,
sem provocação de ninguém. Pode acontecer também no Judiciário, dentro do STF
ou do STJ, quando se descobre que há uma empresa beneficiando-se de servidores,
com o intuito de gerar prescrição em processos, ou até mesmo de magistrados, que
estão atuando em favor das empresas mediante combinação. O próprio Presidente
do Tribunal, de ofício, pode determinar a instauração do PAR.

§ 1º A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apu-


ração de responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação
(mas a autoridade que recebeu a delegação, não pode subdelegar).

 Obs.: Por exemplo, para o PAR dentro da Receita Federal, quem tem competência é o
Ministro da Economia. Aconteceu uma fraude na fiscalização dentro da Receita
Federal. São muitos PAR. Se o Ministro da Economia fosse instaurar e julgar todos
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esses processos, seria muita atribuição. Ele pode delegar, no exemplo, ao Secretá-
rio da Receita Federal para instaurar e julgar processos de PAR dentro da Receita,
e delegar ao Procurador Geral da Fazenda Nacional a instauração e o julgamento
de processos de responsabilidade de atos que são contra a Fazenda Nacional, no
âmbito da sua dívida ativa. Tanto o ato de instauração quanto o de julgamento são
passíveis de delegação, mas é vedada a subdelegação. Por exemplo, se o Secre-
tário da Receita quisesse delegar isso para alguém, não poderia, porque é vedado.
5m

CGU – Atribuições

§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria-Geral da União – CGU terá


competência concorrente para instaurar processos administrativos de responsabilização de
pessoas jurídicas ou para avocar (chamar para si a atribuição) os processos instaurados com
fundamento nesta Lei, para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o andamento.

 Obs.: A CGU não atua no Legislativo ou no Judiciário.

Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União – CGU a apuração, o processo e o


julgamento dos atos ilícitos previstos nesta Lei, praticados contra a administração pública
estrangeira, observado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da Corrupção
de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais, promul-
gada pelo Decreto n. 3.678, de 30 de novembro de 2000.

COMISSÃO

Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurí-


dica será conduzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2
(dois) ou mais servidores estáveis.

 Obs.: Quando a autoridade instauradora vai instaurar o processo, faz uma portaria infor-
mando qual empresa será responsável e já designando quem serão os dois servido-
res (ou mais) estáveis que irão compor essa comissão. A estabilidade é importante
para se ter a proteção de não perder o cargo, salvo em situações excepcionais,
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porque, se um servidor da Receita instaura um PAR e é da comissão de empresas


de grande porte (poderosas) no Brasil, então ele deve ter a proteção, juntamente
com a estabilidade, para exercer com independência a sua função e depois não ficar
receoso de perder o seu cargo.

§ 1º O ente público, por meio do seu órgão de representação judicial, ou equivalente, a


pedido da comissão a que se refere o caput, poderá requerer as medidas judiciais necessá-
rias para a investigação e o processamento das infrações, inclusive de busca e apreensão.

Obs.: A comissão em si, que é administrativa, não tem poder de requisitar busca e apreen-
são de computadores de uma empresa, por exemplo. É necessário que ela faça uma
representação para a AGU ingressar com a medida cautelar de busca e apreensão,
judicialmente, e o juiz autorize que seja feita a tal busca e apreensão.

§ 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade instauradora que suspenda


os efeitos do ato ou processo objeto da investigação.

 Obs.: Enquanto está tramitando a ação judicial que determinará a busca e apreensão – ou
outra medida, a comissão pode propor que se suspenda o processo enquanto não
se efetivarem as medidas.

§ 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180 (cento e oitenta) dias con-
tados da data da publicação do ato que a instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os
fatos apurados e eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma motivada
as sanções a serem aplicadas.
10m
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante ato fundamentado da auto-
ridade instauradora.

 Obs.: Essa prorrogação pode ser por mais 180 dias ou prazo diferente que a autoridade
entenda cabível. Só não pode acontecer prescrição.
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DEFESA

Art. 11. No processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido


à pessoa jurídica prazo de 30 (trinta) dias para defesa, contados a partir da intimação.

Sobre a tramitação do processo, há uma portaria que instaura a comissão, e essa comis-
são faz uma ata dizendo quais atos investigatórios irá praticar, se haverão testemunhas, perí-
cia, etc. A comissão terá todas as provas e decidirá então se vai indiciar ou não a empresa.
Se decidir não indiciar, o processo acaba, mas se decidir indiciar, ela fará o indiciamento
e uma acusação formal contra a empresa. Feito o indiciamento, a empresa será intimada
para, em 30 dias, apresentar defesa, que será analisada pela comissão juntamente com as
provas, e fará um relatório final, sugerindo à autoridade competente qual sanção que ela
entenda cabível.

RELATÓRIO FINAL

Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comissão, será remetido à autori-
dade instauradora, na forma do art. 10, para julgamento.

Art. 13. A instauração de processo administrativo específico de reparação integral do


dano não prejudica a aplicação imediata das sanções estabelecidas nesta Lei.
Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo pagamento, o crédito apurado
será inscrito em dívida ativa da fazenda pública (fazendo a cobrança pela via judicial).

Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica,


após a conclusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público
de sua existência, para apuração de eventuais delitos (em relação às pessoas físicas).

PAR

não indiciamento (acusação formal)
Portaria → Instrução (provas)
(2 ou + servidores ↘
indiciamento (documento/provas)
estáveis) ↳ intimação → defesa (30 dias)
ANOTAÇÕES

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RF
↙ ↘
multa public.
de decisão

autoridade
competente
julgamento
15m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino da Silva.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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