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FASE 3: ESTUDO DE

CASO + RECURSO
DEFERÍVEL

PAULO ANDRÉ CIRINO


Seja bem vindo(a) ao Workshop Referência em Direito de Trânsito.

Nas aulas anteriores...

Seguindo todo o passo a passo que vimos no plano de implementação e


também na análise do mapa avançado do processo administrativo de
trânsito, nesta aula 3 você aprenderá a analisar um caso concreto e
construir a melhor linha argumentativa para proteger os direitos do cliente
Pedro.

MENSAGEM INICIAL DE PEDRO

“Oi. Meu nome é Pedro e eu tenho uma dúvida. Será que você pode me
ajudar?

Eu fui parado em uma blitz da lei seca quando estava com o carro do
meu pai, e me recusei a fazer o teste do bafômetro porque eu tinha
bebido 2 latas de cerveja. Aí fiquei com medo de dar alguma coisa.

Um amigo meu teve que levar o carro e minha carteira ficou com o
guarda.

Eu peguei de volta alguns dias depois.

Chegou a multa aqui para o meu pai (já veio o código de barras). Eu
paguei mas agora chegou uma carta para mim dizendo que vou ser
suspenso. Como eu posso recorrer?

Obrigado.

>>

RESPOSTA NO FUNIL1:

Boa tarde. Tudo bem? aqui é o Dr x (ou y, do escritório da dra. Z).

Obrigado pelo contato.


1
O funil refere-se à aula de Funil Lucrativo onde ensino passo a passo como prospectar clientes com
scripts de atendimento quebrando objeções e trazendo mais contratos para o escritório. Ela é uma aula
bônus da nossa plataforma fechada, mas durante o workshop eu passei os conceitos dela para auxiliar
os alunos presentes nos primeiros êxitos.

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Paulo André Cirino
O nosso escritório é especializado em demandas referentes ao Direito de
Trânsito, principalmente questões envolvendo a lei seca.

Nós não trabalhamos com modelos de recursos pré fabricados. Um de


nossos diferenciais é a personalização da estratégia de defesa criada
para cada um de nossos clientes de modo a potencializar as chances de
vitória.

Para que possamos analisar detalhadamente o seu caso e indicarmos o


melhor caminho, solicito que nos envie uma foto das cartas enviadas pelo
órgão de trânsito e o auto de infração se estiver à sua disposição.

Além destes documentos, por favor narre brevemente o que ocorreu


naquele dia referente à infração de trânsito.

Obrigado e estamos à disposição.


Att.

>>

PEDRO:
ENVIOU UM ANEXO

>>

PEDRO:
No dia em questão eu estava em um bar com alguns amigos e tomei duas
cervejas mesmo estando dirigindo o carro do meu pai.

Recusei o bafômetro, fui multado e paguei a multa.

Agora chegou esta carta aí pra mim dizendo que serei suspenso.

>>

RESPOSTA: Houve alguma outra carta endereçada a você antes dessa,


referente à suspensão?

>>
PEDRO: Não.

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>>

CHECKLIST DE ATENDIMENTO

1 Qual é a infração?
2 Quem é o órgão autuador? DER
3 O condutor é o proprietário do veículo?
4 Quem é o responsável pela infração?
5 Houve abordagem?
6 Em que fase está o processo?
7 Já foi apresentada alguma defesa? (pedir cópias e analisar a estratégia
adotada)
8 A NA foi expedida dentro do prazo?
9 A notificação está de acordo com a legislação? (foi entregue, respeitou
o prazo de defesa, etc)
10 O AIT é consistente?
11 A infração foi cometida?
12 Existe alguma peculiaridade aparente? (ex: o veículo liberado para o
próprio condutor)
13 Quais as consequências por não recorrer? ex: Multa de R$ x e y tempo
sem dirigir, curso de reciclagem e a possibilidade de cassação e crimes.
14 Quais os diferenciais do seu escritório?
15 Proposta: O que você vai fazer pelo cliente e como. Ex: Atuação nos
2 processos (de multa e de suspensão. Tanto para o proprietário quanto
para o condutor). Possibilidade ou não de ação judicial, equipe à
disposição. etc.
16 Orçamento: Preço

ESTRATÉGIA PROCESSUAL

FASE ATUAL: Notificação de instauração do processo de suspensão do


direito de dirigir.

Problemas encontrados: Ausência de notificação de Pedro quanto ao


processo de multa.

Estratégia: Pedido de autotutela no DER e informar a nulidade na


defesa prévia solicitando a anulação do processo ou a suspensão do seu
andamento.

Pedido de autotutela no DER por ser o órgão autuador.


Em regra, se alegar no DETRAN que não foi conferido o direito de defesa

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no processo de outro órgão, o DETRAN vai alegar incompetência para
análise do ato de outrem.

Na defesa prévia no DETRAN informar o pedido de autotutela no DER e


pedir o sobrestamento do feito, além de alegar a nulidade do processo
para não perder a oportunidade.

O que está por trás disso? A criação de provas para a anulação judicial,
se for o caso.

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PETIÇÃO DE AUTOTUTELA NO DIREITO DE TRÂNSITO

IL. SR. DIRETOR GERAL DO DER/X

Ref. Processo Administrativo nº x

Auto de infração nº Y

PEDRO (qualificação), vem por seu procurador (procuração em anexo),


apresentar:

PEDIDO DE AUTOTUTELA

Com base na súmula 473 do STF do art. 53 da Lei nº 9.784/99.

I - ISTO NÃO É UM RECURSO DE MULTA

Em primeiro lugar, devo ressaltar que a presente peça NÃO É UM


RECURSO DE MULTA.

Como se sabe, o processo administrativo é formal. Por este motivo, os


recursos dentro dele devem respeitar os requisitos próprios de
admissibilidade, como por exemplo a tempestividade.

Sendo assim, caso a presente petição fosse recebida


EQUIVOCADAMENTE como mero recurso (que não é), o seu destino
seria o não conhecimento.

TODAVIA, não é esta a realidade.

A manifestação em voga não se utiliza das balizas do processo


administrativo de trânsito, mas sim do permissivo Constitucional, legal e
jurisprudencial que OBRIGA a Administração Pública a impedir que atos
nulos gerem ou continuem surtindo efeito ilegais através da autotutela.

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Neste sentido, cito a escala dos elementos que corroboram a
OBRIGATORIEDADE de anulação de um ato NULO por parte da
Administração a qualquer tempo, ainda que de ofício:

Em primeiro lugar, registre-se que a própria Constituição Federal no


caput do art. 37 determina que a Administração Pública deverá obedecer,
dentre outros, o princípio da legalidade.

Neste sentido2:

“(...) De outro lado encontra-se a legalidade para o direito público,


em que a situação é diferente, tendo em vista o interesse da
coletividade que se representa. Observando este princípio, a
Administração só pode fazer aquilo que a lei autoriza ou
determina, instituindo-se um critério de subordinação á lei. Nesse
caso, a atividade administrativa deve não apenas ser exercida sem
contraste com a lei , mas, inclusive, só pode ser exercida nos
termos da autorização contida no sistema legal, também
denominada regra da reserva legal em sentido amplo ou do “nada
sem lei”. É necessário esclarecer que as expressões
“subordinação à lei ou “reserva legal” devem ser entendidas em
sentido amplo, englobando tanto a constituição quanto leis e
demais espécies normativas o que significa agir de acordo com o
Direito existente e com as regras, princípios e objetivos implícitos
e explícitos nele contidos, observando o ordenamento jurídico
como um todo.”

Assim, é óbvio de diante de atos nulos, deve a Administração retirá-los


do mundo jurídico para preservar a higidez do princípio da legalidade.

Em segundo lugar, a Lei nº 9.784/99 textualmente diz no seu artigo 53


que o Poder Público tem o DEVER de anular um ato nulo.

Cito:

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando


eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

2
MARINELA. Fernanda. Direito Administrativo p. 86 e 87

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Por fim, o próprio STF já declarou a obrigatoriedade da utilização da
autotutela conforme institui a súmula 473 da C. Corte:

A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados


de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.

Assim, não há dúvidas de que mesmo com o fim de um processo, como


o administrativo punitivo de trânsito, caso seja constatado o erro
Administrativo o órgão deverá valer-se do poder da autotutela para
proteger a legalidade e a segurança jurídica.

Por consequência, uma vez verificada a nulidade, caso o


ADMINISTRADOR não determine a anulação, certamente deverá
responder por tal decisão ILEGAL.

Por fim, reforço mais uma vez não ser o presente pedido um
RECURSO, mas sim um pedido de análise via autotutela baseado
nos dispositivos acima elencados.

II - DOS FATOS

No dia x, ao conduzir o veículo de terceiro, o autor foi abordado em uma


blitz da lei seca e convidado a se submeter ao teste do etilômetro.

Utilizando o direito constitucional de não produzir provas contra si,


recusou-se a realizar o citado procedimento.

Ato contínuo, foi lavrado o auto de infração nº. (doc em anexo).

Ocorre que a infração em destaque traz em seu bojo duas penalidades


principais: A multa e a suspensão do direito de dirigir.

Vejamos:

Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico,


perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de
álcool ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo
art. 277:

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Infração - gravíssima

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir


por 12 (doze) meses

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação


e retenção do veículo, observado o disposto no § 4º do art. 270.

Sendo a suspensão do direito de dirigir uma penalidade, é certo que para


a validade da sua aplicação, não apenas o processo de suspensão deve
estar válido, mas PRINCIPALMENTE aquele que o antecede. Ou seja, o
processo de multa de trânsito.

Perceba que quando uma infração tem (também) por consequência a


suspensão do direito de dirigir, esta pena só pode ser aplicada quando o
procedimento é VALIDADO pelo o que consta no artigo da Resolução 723
do CONTRAN. In verbis:

Art. 8º Para fins de cumprimento do disposto no inciso II do


art. 3º, o processo de suspensão do direito de dirigir deverá
ser instaurado da seguinte forma:
II - para as demais autuações, o órgão ou entidade
responsável pela aplicação da penalidade de multa,
encerrada a instância administrativa de julgamento da
infração, comunicará imediatamente ao órgão executivo de
trânsito do registro do documento de habilitação, via
RENAINF ou outro sistema, para que instaure processo
administrativo com vistas à aplicação da penalidade de
suspensão do direito de dirigir.

Ocorre que o DER NUNCA notificou o condutor, mesmo o tendo


identificado no AIT. No entanto, notificou o DETRAN informando que a
instância administrativa tinha sido encerrada conforme passagem
infralegal acima.

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III - DA NULIDADE INSANÁVEL

O processo administrativo de multa que culmina no processo de


suspensão (caso dos autos) é simples e segue a seguinte regra:

1º AUTUAÇÃO

2º Notificação da autuação (NA) do condutor identificado e do proprietário


do veículo.

3º Notificação de penalidade (NP) para o condutor

4º Encerramento do processo administrativo de multa caso não haja


recurso para o CETRAN (inciso II do art. 8º da Resolução 723 do
CONTRAN)

5º Notificação de instauração do processo de suspensão do direito


de dirigir

6º Notificação de penalidade.

Pois bem, veja que no caso dos autos o DER simplesmente ignorou o
direito de defesa do condutor e o TELETRANSPORTOU da fase 1 direto
para a fase 5!!!

Como pode o DER simplesmente violar os principais direitos


constitucionais de defesa do autor e condená-lo a sofrer as agruras do
processo de suspensão onde não se pode discutir a validade da multa?

O DER NÃO NOTIFICOU O CONDUTOR SOBRE A AUTUAÇÃO E


MUITO MENOS SOBRE A PENALIDADE!

Como poderia o autor questionar a validade do AIT? Como poderia


exercer o direito de defesa previsto na CF, no CTB e nas resoluções do
CONTRAN?

Simplesmente não poderia. Não pode.

A nulidade é latente e deve o DER através da AUTOTUTELA ANULAR o


ato que determinou ser válida a autuação e as consequências para o
condutor.

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A manutenção do ato pelo DER causa não apenas ilegalidade, mas
também a violação de inúmeros outros princípios constitucionais e
administrativos além de causar extremo constrangimento para o condutor
que nunca concordou com a citada multa e jamais teve o direito de
questioná-la.

IV - PEDIDOS

Por todo o exposto, requer seja acolhido o pedido de autotutela para


anular o ato administrativo que declarou por encerrada a instância
administrativa de julgamento da infração e o comunicado ao DETRAN
sobre tal fato.

Requer ainda que seja oficiado o DETRAN sobre a declaração de


nulidade para que o mesmo possa anular o processo de suspensão
instaurado contra o condutor.

Vitória/ES
Data

Paulo André Cirino

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DEFESA PRÉVIA PARA O DETRAN

PETIÇÃO DE DEFSA PRÉVIA NO PROCESSO DE


SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR

SR. DIRETOR GERAL DO DETRAN

Ref. Processo Administrativo nº x

PEDRO (qualificação), vem por seu procurador (procuração em anexo),


apresentar:

DEFESA PRÉVIA

Contra o ato que, erroneamente, julgou estarem presentes e válidos os


requisitos necessários para a instauração do presente processo de
suspensão do direito de dirigir.

ESTE PROCESSO TEM PEDIDOS SUBSIDIÁRIOS

I - DOS FATOS

No dia x, ao conduzir o veículo de terceiro, o autor foi abordado em uma


blitz da lei seca organizada pelo DER e convidado a se submeter ao teste
do etilômetro.

Utilizando o direito constitucional de não produzir provas contra si,


recusou-se a realizar o citado procedimento.

Ato contínuo, foi lavrado o auto de infração nº. (doc em anexo).

Ocorre que a infração em destaque traz em seu bojo duas penalidades


principais: A multa e a suspensão do direito de dirigir.

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Vejamos:

Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico,


perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de
álcool ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo
art. 277:

Infração - gravíssima

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir


por 12 (doze) meses

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação


e retenção do veículo, observado o disposto no § 4º do art. 270.

O DETRAN com base na infração em comento instaurou o processo de


suspensão. Todavia, o mesmo fora aberto na pendência do processo de
multa EM RELAÇÃO AO CONDUTOR, eis que este até o momento não
foi notificado para apresentar nem a defesa prévia e muito menos
qualquer tipo de recurso.

Desta forma a existência do processo de suspensão causa estranheza


dada sua ÓBVIA NULIDADE, uma vez que sua instauração viola
frontalmente o princípio da legalidade administrativa.

Perceba que quando uma infração tem (também) por consequência a


suspensão do direito de dirigir, esta pena só pode ser aplicada quando o
procedimento é VALIDADO pelo o que consta no artigo 8º, II da
Resolução 723 do CONTRAN. In verbis:

Art. 8º Para fins de cumprimento do disposto no inciso II do


art. 3º, o processo de suspensão do direito de dirigir deverá
ser instaurado da seguinte forma:
II - para as demais autuações, o órgão ou entidade
responsável pela aplicação da penalidade de multa,
encerrada a instância administrativa de julgamento da
infração, comunicará imediatamente ao órgão executivo de
trânsito do registro do documento de habilitação, via
RENAINF ou outro sistema, para que instaure processo
administrativo com vistas à aplicação da penalidade de
suspensão do direito de dirigir.

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Ocorre que o DER NUNCA notificou o condutor, mesmo o tendo
identificado no AIT. No entanto, informou o DETRAN que a instância
administrativa tinha sido encerrada regularmente.

Por este motivo abriu-se o processo de suspensão.

A presente defesa prévia é apresentada com 2 pedidos alternativos,


sendo:

1 - O arquivamento deste processo em virtude da nulidade em sua


constituição.

2 - A suspensão do processo até o deslinde do pedido de nulidade feito


no DER conforme explicado e comprovado abaixo.

II - DA NULIDADE DO PROCESSO DE SUSPENSÃO

Conforme é de conhecimento de todos os membros desta comissão, o


processo de suspensão deve seguir necessariamente o rito estabelecido
na Resolução nº 723 do CONTRAN sob pena de nulidade absoluta de
todo o procedimento.

O AIT nº X que deu causa ao processo de suspensão, registrou a suposta


infração cometida pelo requerente (Pedro) que era o condutor (mas não
o proprietário do veículo).

Desta forma, é inquestionável que o autor (além do proprietário do


veículo) tem TOTAL INTERESSE PROCESSUAL em se defender da
imputação feita pelo Estado, bem como impugnar o auto de infração e o
procedimento como um todo.

Ocorre que o DER (órgão autuador) sequer notificou o condutor para que
o mesmo pudesse exercer o seu direito de defesa.

Simplesmente o ignorou e de forma INVERÍDICA enviou a informação ao


DETRAN de que o processo de multa tinha sido finalizado de forma
totalmente legal.

O DETRAN foi levado a erro pelo DER, mas não pode continuar nele!

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O andamento processual em anexo é a prova cabal de que os direitos
constitucionais do contraditório e ampla defesa foram violados.

Uma vez informado da ABSURDA situação deste processo, a


manutenção do mesmo por parte do DETRAN irá malferir ainda mais o
direito do autor e inclusive a credibilidade da instituição.

A situação do requerente é vexatória e humilhante, uma vez estar às


vias de ser suspenso por atos totalmente ilegais, tendo que lançar
mão de vários requerimentos unicamente para ter assegurado o
direito de se defender.

Assim, o que se busca neste momento é a declaração imediata de


nulidade do processo de suspensão e o seu consequente arquivamento.

III - DO PEDIDO DE AUTOTUTELA

Caso o entendimento seja diverso do demonstrado acima, é certo que por


SEGURANÇA JURÍDICA, o DETRAN deverá ao menos suspender o
andamento do processo de suspensão até manifestação do DER.

Explico:

Em virtude da ausência de notificações que deveriam ter sido enviadas


pelo DER, o autor, no dia (xx/xx/xxxx) apresentou um pedido de
AUTOTUTELA para que aquela autarquia reconheça a nulidade praticada
contra o requerente e anule o ato que determinou encerrada a instância
administrativa de julgamento da infração e o consequente comunicado ao
DETRAN de que o processo de multa contra o condutor teria sido
encerrado.

Desta forma, a determinação de suspensão do processo por parte do


DETRAN até que o DER se manifeste e anule aquela decisão, valoriza
inúmeros princípios constitucionais e administrativos, como a legalidade,
segurança jurídica e principalmente a economicidade e eficiência, uma
vez que decisão contrária certamente obrigará o autor a ingressar
judicialmente para ter seu direito assegurado não apenas contra o
DETRAN, mas também contra aqueles que diante de uma clara nulidade
não agiram de acordo com a lei.

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IV - DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer subsidiariamente:

A) A declaração de nulidade do processo de suspensão do direito de


dirigir nº em razão da inexistência de requisitos necessários para sua
constituição.

Ou, subsidiariamente:

B) A suspensão do presente processo até que o DER se manifeste no


pedido de autotutela tombado sob o nº x

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Data

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Seguem as decisões de ambos os pedidos.

DECISÃO DO DER
O recurso é intempestivo.

DECISÃO DO DETRAN
Analisando os argumentos da defesa prévia decidimos por manter a
penalidade pois não foi demonstrada nulidade no processo.

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>>

NA PRÓXIMA FASE...

Fizemos todo o possível para salvaguardar o direito de Pedro. Todavia,


os órgãos de trânsito indeferiram nosso pleito.

E agora?

Nós vamos usar o erro escalonado para ajuizar a ação judicial e pedir a
reparação pelos danos morais causados em nosso cliente.

A aula ocorrerá ao vivo nesta sexta às 20:30 (horário de Brasília)

VEJO VOCÊ LÁ. NÃO PERCA!

Um abraço!

Paulo André Cirino

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Paulo André Cirino

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