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DIREITO PENAL II

CIRCUNSTÂNCIAS MODIFICATIVAS QUALIFICADORAS AGRAVANTES COMUNS:


Reincidência, art.76 conjugado com o art.100 do código Penal;
Sucessão de crimes, art. 100 e 101° do Código Penal.
Com este artigo, o legislador nos quer transmitir nenhum sujeito pode fazer o uso da força para a tutela de um bem
jurídico ou de um interesse legítimo, porque além da tutela jurisdicional (conduzida pelo juiz em nome do Estado),
existem inúmeros meios alternativos para a resolução de um conflito, dentre estes a mediação, a arbitragem e a
conciliação.
Porém, a lei prevê algumas excepções para a utilização da força, estabelecendo as circunstâncias nas quais é
justificável a prática de um acto à partida ilícita:
1- Exercício de um direito ou cumprimento de um dever (Cfr Doutrina);
2- Legítima defesa - Art. 337 Código Civil;
3-Acção directa - Art. 336 do Código Civil;
4- Estado de necessidade - Art. 339 do Código Civil;
5- Consentimento do lesado - Art. 340 do Código Civil.
A título exemplificativo, pode considerar-se o caso de alguém que vê a sua casa invadida por marginais armados
com o intuito de furtar os bens e, no caso de resistência, matar. Nesta situação, caso a vítima reaja atempadamente e
se defenda, acabando por tirar a vida dos assaltantes, irá sim de encontro a uma acção ilícita e passível de processo
judicial, mas poderá defender-se alegando a legítima defesa.
Estamos diante da legítima defesa quando existirem razões de exclusão da ilicitude, que se caracterizam pela
existência de agressão ilícita, actual ou iminente, a direito próprio ou alheio, que pode ser evitada apoiando-se
moderadamente dos meios necessários. Para tal, é importante levar em consideração a proporcionalidade, isto é, a
defesa terá que ser proporcional ao ataque.
O Peculato é o crime praticado por um funcionário público que apropria-se ou desvia dinheiro (ou outro bem móvel)
ao qual tem acesso e controlo por via da função que exerce numa entidade estatal.
O crime de peculato é considerado similar ao crime de furto, com a agravante de ter havido um abuso de confiança,
o que comporta um aumento de um terço da pena.
Este crime não pode ser confundido com o crime de "Apropriação Indébita", que também consiste na apropriação de
coisa alheia, mas diferentemente do peculato, pode ser cometido por qualquer um, e não somente por funcionários
públicos.
O segredo de justiça é previsto quando há necessidade de se manter o sigilo sobre os autos de um determinado
processo judicial, com vista a salvaguardar o sucesso da investigação e do julgamento, e proteger os direitos do
arguido ou da vítima.
Este princípio deve ser exigido com muita cautela, pelo facto de poder colidir com outro direito fundamental, o
direito à informação (art. 40º Liberdade de expressão e de informação e art. 44º Direito à imprensa, ambos previsto
na Constituição da República de Angola)
A regra geral prevê que o processo penal é público e o Código do Procedimento Penal estabelece que durante a fase
de inquirição, o Juiz pode sujeitar o processo à segredo de justiça. De igual modo, o Ministério Público
(Procuradoria Geral da República) pode decretar o segredo de justiça, sempre que conclua que os direitos dos
sujeitos implicados possam ser lesados ou os interesses da investigação o justificarem.
O Ministério Público pode decidir retirar o segredo de justiça a qualquer momento, por iniciativa própria ou a
pedido das partes. As instruções e as fases posteriores (julgamento e recurso) são sempre públicas, pois a
publicidade promove a transparência da justiça e consequentemente a confiança dos cidadãos no bom andamento do
processo.
É importante salientar que a nível doutrinal, o segredo de justiça não afecta a publicação dos nomes dos arguidos
num determinado processo, sobretudo quando trata-se de um caso de interesse público, cingindo-se somente na não
divulgação dos autos do processo (depoimentos, elementos probatórios, confissões, testemunhas, etc).
O arguido é o sujeito acusado de ter cometido um crime, chamado para responder num processo penal.
Quando um sujeito é constituído arguido, não significa que se possa considerar à partida como culpado de ter
cometido um crime. Quer dizer que existem indícios que o mesmo possa ter praticado um crime, e que é necessário
um processo no Tribunal para apurar se de facto o cometeu ou se é inocente. Contudo, o arguido não é um simples
suspeito, tendo já sido activado um processo formal de acusação, ao qual deverá responder com todos os meios ao
seu dispor que possam comprovar a sua inocência.
Após a acusação, devem ser levados em consideração os seguintes princípios:
- Presunção de Inocência
- In dubio pro reo
No primeiro princípio, o sujeito deve ser considerado inocente até que seja provado o contrário, com uma sentença
transitada em julgado. No segundo princípio, a locução latina, que literalmente significa "na dúvida (se julga) a
favor do acusado", indica que quando o juíz não tem a absoluta certeza da culpabilidade do acusado, é melhor
aceitar o risco de absolver um culpado do que condenar um inocente.
O que são circunstâncias atenuantes e agravantes?
Atenuantes e agravantes ART.84 CP

São elementos em torno do ato, mas que não afetam substancialmente sua ação.
O atenuante reduz a pena, E o agravante aumenta a condenação. Depois de estabelecer a pena-base para o crime,
o juiz considera as circunstâncias atenuantes e as agravantes antes de declarar a sentença.
Quais são as circunstâncias atenuantes?
Circunstâncias atenuantes são as causas de diminuição de pena por um crime, como o fato do réu ser menor de 21
anos, por exemplo. Elas estão previstas no Artigo 163, 156 conjugado art. 73 do Código Penal (CP).
Quais os tipos de concurso de crimes?
O Código Penal prevê três modalidades de concurso de crimes: concurso material, concurso formal e crime
continuado.
O que consiste o concurso de crimes?
Concurso de crimes ocorre quando o agente, por meio de uma ou mais de uma conduta (ação ou omissão), pratica
dois ou mais crimes, estes podendo ser idênticos ou não.
Como calcular pena concurso de crimes?
De acordo com o artigo 69 do Código Penal, nos casos de concurso material, as penas de cada um dos crimes serão
somadas. Para tanto, será realizada a dosimetria de cada um dos crimes, isoladamente (artigo 68 do Código Penal),
e, após o sistema trifásico de cada uma das infrações penais, as penas serão somadas.
Qual a pena para concurso de pessoas?
Disciplinado nos artigos 29 e 30 do Código Penal. Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide
nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. § 1º - Se a participação for de menor importância, a
pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

Qual a diferença entre concurso de pessoas e concurso de crimes?


Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
O concurso de pessoas pode ser eventual ou necessário. EVENTUAL: São os casos onde o concurso, ou seja, a
participação de um terceiro na realização de um crime é opcional por mera deliberação dos criminosos.
ESPÉCIES DE CONCURSO DE PESSOAS:

a) Concurso necessário: refere-se aos crimes plurissubjetivos, ou seja, exigem pluralidade de agentes na prática
delitiva. b) Concurso eventual: refere-se aos crimes monossubjetivos, ou seja, podem ser praticados por uma ou
mais pessoas.

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