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QUESTÕES E PROCESSOS

INCIDENTAIS
QUESTÕES PREJUDICIAIS

São matérias ligadas ao mérito da causa que devem ser decididas ANTES do
magistrado apreciar o fato imputado ao réu, já que podem interferir no julgamento do
mérito.

Obs: Prejudiciais são diferentes de preliminares.

QUESTÕES PREJUDICIAIS QUESTÕES PRELIMINARES

Dizem respeito ao mérito da causa, motivo Dizem respeito ao próprio processo e seu
pelo qual precisam ser julgadas antes regular andamento.
desse.

A decisão pode interferir no julgamento do Servem para obstar a apreciação


mérito da causa. meritória, ou seja, têm o único efeito de
impedir o julgamento do mérito da causa.

São autônomas (existem São absolutamente dependentes da


independentemente da questão principal) e existência da questão principal e serão
podem ou não serem apreciadas pelo juízo sempre julgadas pelo juízo penal.
criminal (podem ser objeto de processo
distinto).

Por exemplo, a invalidade de um casamento (que será analisada no juízo civel, sendo uma
ação autônoma) poderá interferir no crime de bigamia. Já que, sendo comprovado a
invalidade de um casamento, não existirá o crime de bigamia, interferindo diretamente no
mérito da causa.

Se o próprio juiz criminal decidir a prejudicial, será uma ação homogênea.

Se um juiz de outro ramo do direito decidir a prejudicial, será uma ação heterogênea.

Quando existe uma prejudicial séria e fundada, que pode ensejar a suspensão do
processo criminal, será uma prejudicial obrigatória ou facultativa.

A prejudicial ainda poderá incidir no processo de forma total ou parcial.


Com relação às prejudiciais, o Brasil adota o sistema eclético ou misto, que diferencia
questões prejudiciais homogêneas e heterogêneas (analisa se a matéria a ser discutida é
do mesmo ramo do direito ou não da matéria da causa principal).

Homogêneas/ Não Devolutivas/ Impróprias/ Imperfeitas: são aquelas que pertencem ou


podem ser resolvidas na mesma jurisdição, ou no mesmo ramo do direito. Ex: decisão sobre
exceção da verdade nos crimes de calúnia - todos são da esfera penal.

Heterogêneas/ Devolutivas/ Próprias/ Perfeitas: são aquelas que se referem a outra área
do direito, devendo ser decididas por outra área do direito que não o penal.

Controvérsia que versa sobre estado civil das pessoas, se o juiz reputar séria e fundada
IRÁ SUSPENDER o processo penal até que sentença transite em julgado na esfera civil =
prejudicial obrigatória. Tem duração indeterminada a suspensão, até que haja trânsito em
julgado no juízo civil = crise de instância.

Controvérsia sobre matéria civil distinta do estado civil das pessoas (direitos
obrigacionais, direitos reais, direito trabalhista…), ocorrerá a prejudicial facultativa. Pode
ser arguida por qualquer das partes ou pelo juiz de ofício. A questão controversa precisa
estar sendo discutida em ação civil já instaurada. O juiz fica vinculado ao que foi decidido na
esfera extrapenal, a decisão definitiva pelo juízo civil faz coisa julgada no juízo penal.
A duração, diferente da obrigatória, pode ter prazo estipulado pelo juiz.

Prazo prescricional fica suspenso.

Também deve ser analisado o âmbito de incidência da prejudicial na caracterização do


delito, classificando-as em total ou parcial.

Total: a solução da questão tem o condão de fulminar a existência do crime. É o que ocorre
no reconhecimento da invalidade do casamento que acaba com o crime de bigamia.

Parcial: a questão prejudicial se limita ao reconhecimento de circunstâncias do crime


(agravante, atenuante, qualificadora, causa de aumento de pena…), deixando incólume a
existência do crime.

EXCEÇÕES

A exceção é uma forma indireta de defesa para discussão sobre condições ou


pressupostos processuais, ou seja, é um procedimento incidental que visa combater o
exercício da ação e a subsistência do processo. Pode ser invocado pelas partes ou pelo juiz
de ofício.
Existem 5 exceções: suspeição, incompetência do juízo, litispendência, ilegitimidade
da parte e coisa julgada.

Como regra, não suspendem o andamento da ação penal.

As exceções podem ser divididas em: peremptórias e dilatórias.

Peremptórias: implicam na extinção do processo sem julgamento de mérito, denominada


absolvição de instância: litispendência, coisa julgada, ilegitimidade ad causam.

Dilatórias: implicam na procrastinação do processo: suspeição e impedimento,


incompetência do juízo, ilegitimidade ad processum.

A) EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO

Comprometem a imparcialidade do julgador.

Atinge Juiz + MP + jurados + funcionários e auxiliares da justiça + intérpretes + peritos.

Pode ser arguida de ofício ou provocada.

Se o juiz não aceitar a suspeição, mandará autuar em apartado e dará sua resposta em 3
dias, devendo remeter em 24 horas ao juiz ou tribunal competente.

A arguição de suspeição precede qualquer outra, salvo quando fundada em motivo


superveniente.

Suspeição arguida de ofício pelo juiz: afirmar por escrito os motivos da suspeição (motivo
legal), remetendo imediatamente o processo ao seu substituto, sendo intimada as partes.

Suspeição arguida pela parte (chamada excipiente): deve fazer em petição assinada por
ela ou por procuração com poderes especiais, com os motivos, prova documental e rol de
testemunhas.

B) EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA DO JUIZ (Declinatória fori)

É a defesa indireta apresentada pela parte que seja reconhecida a incompetência relativa
(territorial). Competência penal é matéria de ordem pública, motivo pelo qual pode ser
arguida de ofício pelo Juiz.

Exceção de incompetência: deve ser oferecida verbalmente ou por escrito, no prazo de


defesa preliminar, sob pena de preclusão. Não suspende o curso do processo principal. O
Ministério Público deve ser ouvido antes de proferida a decisão.
Se aceita a declinatória (após ouvir o MP): os autos serão encaminhados para o juízo
competente que irá ratificar os atos instrutórios anteriores e renovar os atos decisórios (já
que são nulos).

Se recusada, o juiz continuará no feito.

C) EXCEÇÃO DE LITISPENDÊNCIA, ILEGITIMIDADE DE PARTE E


COISA JULGADA

No caso de propositura de mais de uma das exceções (litispendência, ilegitimidade da parte


ou coisa julgada), a parte deverá fazê-la de forma articulada ou numa só petição. São
processadas em apartado e em regra, não suspendem o andamento da ação penal. Por
serem matérias de ordem pública, podem ser reconhecidas de ofício pelo juiz.

Litispendência: mais de uma ação sobre a mesma causa e as mesmas partes.

Requisitos: coexistência de processos, idêntica imputação fática, mesmo legitimado


passivo, mesmo pedido.

Ilegitimidade da parte: é possível o oferecimento de exceção para alegar ilegitimidade da


parte ad causam (condição da ação) e ilegitimidade ad processum (pressuposto processual
- capacidade postulatória).

No caso da primeira, todo o processo será nulo, já a ilegitimidade ad processum permite


que os atos praticados sejam saneados, desde que ratificados.

Coisa julgada: somente pode ser oposta em relação ao fato principal.

INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTOS

Os institutos de incompatibilidade, impedimento e suspeição NÃO se confundem.

Suspeição: está relacionada a um vínculo ou relação do juiz com as partes do processo.

Impedimento: interesse do juiz em relação ao objeto da demanda.

Incompatibilidade: é tudo o que interfere na imparcialidade do juiz e não é suspeição e


impedimento.
PROCEDIMENTOS COMUNS

O procedimento será comum ou especial.

Comum: furto, roubo, estelionato, moeda falsa, receptação, etc.

Especial: tráfico de drogas, homicídio, crimes falimentares, etc.

Quando se fala de procedimento comum, este se divide em três categorias: procedimento


comum ordinário, sumário e sumaríssimo.

O procedimento é analisado a depender do quanto de pena cominada está prevista dentro


do crime.

O procedimento ordinário será aplicado para aqueles tipos de crimes cujo as penas sejam
iguais ou superiores a 4 anos.

O procedimento sumário será aplicado para aqueles tipos de crimes cujo as penas sejam
menores do que 4 anos.

O procedimento sumaríssimo não está descrito como pena dentro do código de processo
penal, mas está descrito como pena na Lei 9.099/95 que trata dos juizados especiais. Este
servirá para contravenções ou para crimes cujo as penas não ultrapassem 2 anos.

No procedimento ordinário, o máximo de testemunhas permitidas são 8.

No procedimento sumário, o máximo de testemunhas permitidas são 5.

No procedimento sumaríssimo, não é dito o número máximo de testemunhas.


PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

DISPOSIÇÕES GERAIS

Possibilidade de subversão do sistema de atos do juiz. Isso quer dizer que aquilo que é
estabelecido como o réu será citado de tal forma, terá tal prazo para tal coisa, isso poderá
ser alterado, o juiz pode, por motivo justificado, adaptá-lo à realidade daquele
momento.

Aplicação subsidiária do procedimento comum. Isso quer dizer que as regras gerais
devem continuar seguindo as regras do procedimento comum, aqui, o que existirá aqui é a
alteração tópica do desenvolvimento do processo, não das regras.

Possibilidade de cumulação de pedidos, com adoção do procedimento comum e técnicas


processuais diferenciadas dos procedimentos especiais. Porém, deve-se abdicar do
procedimento especial.

USUCAPIÃO

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