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CENTRO UNIVERSITÁRIO TABOSA DE ALMEIDA

ALUNO: ISRAEL DIAS CHAVES


DATA:07/02/2023

Direito processual civil II


(Processo nos tribunais)

Conceitos fundamentais:

Tribunal: Órgão colegiado pertencente ao poder judiciário que tem a incumbência


de apreciar, em grau de recurso, as decisões dos juízes. Esse órgão é composto por
um número variável de magistrados, que exercem suas funções agrupados em
câmaras ou turmas.(dicionário jurídico).

Regimento interno: conjunto de normas que disciplinam o funcionamento, as


atividades e os serviços internos do tribunal.

Ex.: O papel de cada funcionário, como o processo se desenvolve…

Órgãos fracionários: são frações de um tribunal, ou seja, em um tribunal existem


divisões internas, podem ser essas divisões; câmaras, turmas ou seções.

Desembargador: juiz do Tribunal, que atua na segunda instância.


Ministro: membro do Supremo Tribunal Federal, é tudo juiz.

Decisão interlocutória: decisão tomada dentro do processo que resolve alguma


questão e não põe fim ao processo.

“Pronunciamento do juiz que não extingue a fase cognitiva do procedimento


comum(especial e de jurisdição voluntária) nem põe fim a execução, mesmo que
venha a decidir questão de mérito. É impugnável por agravo de instrumento como
por ex.: Quando o juiz pronunciar prescrição relativa a um dos litisconsorte passivos,
prosseguindo o processo contra os demais(dicionário jurídico).”

Sentença: Resposta do magistrado ao pedido das partes, decisão que resolvendo


ou não o mérito extingue o processo.

Acórdão: decisão prolatada por órgão colegiado ou por tribunal superior, tomada
por voto dos magistrados que o compõem.

Decisão monocrática (isolada ou singular): quando um ministro ou


desembargador, dependendo do caso (se há ou não permissão legal), toma uma
decisão só.
Julgado: Decisão

Jurisprudência: várias decisões sobre um determinado/mesmo assunto.Pode ser:

❖ Pacífica: não tem nenhuma decisão que destoe.


❖ Predominante: quando apenas a maioria das decisões são uniformes, mas
pode haver uma ou outra que não concorde com o que a maioria decidiu.

Precedente: decisão judicial tomada em um caso concreto, que pode servir como
exemplo para outros julgamentos similares. Toda decisão cria um precedente.

Súmula: Lista de enunciados jurisprudências, que expressam o entendimento


daquele tribunal sobre tal assunto, cada tribunal tem uma súmula.

Precedente vinculante ou obrigatório: Precedente que todo tribunal abaixo do


que proferiu é obrigado a aplicar no caso em que estiver julgando.

Juízo “a quo”: Juízo que proferiu a decisão que está sendo recorrida.

Juízo “ad quem”: Juízo a quem o processo em grau de recurso é remetido.

Data venia: Com todo respeito.

Desembargador ou ministro relator: cuida da tramitação do processo naquele


tribunal. Trata de sua função conforme:

Art. 932. do CPC, Incumbe ao relator:

I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de


prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;

II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de


competência originária do tribunal;

III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão recorrida;

IV - negar provimento a recurso que for contrário a:

a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do


próprio tribunal;

b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de


Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;

V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso


se a decisão recorrida for contrária a:

a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do


próprio tribunal;

b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de


Justiça em julgamento de recursos repetitivos;

c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de


assunção de competência;

VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este


for instaurado originariamente perante o tribunal;

VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;

VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.

Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o


prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada
a documentação exigível.

Ex.: em uma apelação que chegou no tribunal de justiça de Pernambuco, sobre


caso relacionado a menor de idade, é o relator quem vai intimar o procurador de
justiça. Assim como é o relator que fará o relatório que será distribuído para todos
os magistrados, esse relatório é um resumo do processo como um todo.

Instância ordinária: Exercita-se a jurisdição com vista na obtenção de uma decisão


justa, todo processo nessa instância é cabível.

Ex.: juízo de primeiro grau, tribunais federais

Instância extraordinária: Juízo superior que conhece da causa apreciando


recursos excepcionais com requisitos específicos, não é todo processo que chega
nessas instâncias.

Ex.: STJ,STF.

Recurso especial: Ele tem como objetivo analisar se as decisões judiciais


realizadas dentro do processo estão em conformidade com a lei vigente e com a
jurisprudência.
Recurso extraordinário: é um recurso processual utilizado para pedir ao Supremo
Tribunal Federal (STF) a impugnação (discussão) de uma decisão sobre questões
constitucionais. Esse recurso é usado para garantir que os julgamentos aconteçam
de maneira uniformizada e de acordo com a previsão da Constituição Federal, só
pode discutir questões constitucionais.

Ação autônoma de impugnação: são exercidas em processos distintos daquele


que deu origem, visam atacar decisões judiciais.

Ex.: Ação rescisória, os embargos de terceiro, o habeas corpus, o habeas


data, a reclamação, e o mandado de segurança.

Incidente processual: é uma questão controversa secundária e acessória que


surge no curso de um processo e que precisa ser julgada antes da decisão do
mérito da causa principal.

TEORIA GERAL DOS RECURSOS

REVISÃO

Ação: é um direito que qualquer cidadão tem de provocar o judiciário, é por isso que
o réu também manifesta o direito de ação, quando recorre.

Conceito de recurso: Recurso é um instrumento pelo qual decisões judiciais são


impugnadas com o fim de serem reformadas, anuladas , integradas ou esclarecidas,
sendo que a sua interposição não gera processo novo.

Características:

● Quando eu recorro evito que a decisão transite em julgado, mantendo o


processo "vivo".

Dica para vida: um advogado possuindo sentença a seu favor,


só pode comemorar após a decisão transitar em julgado.

● O recurso prolonga o estado de litispendência, ou seja, o recurso não deixa o


processo “morrer”, mas também não instaura um processo novo, ele apenas
dá seguimento ao processo já existente, é tanto que o número do processo
no TJPE por exemplo continua o mesmo.

● Ônus: é um encargo, uma atribuição de interesse exclusivo das partes, pois


a omissão da prática de um ônus pode gerar prejuízo processual para a
parte.
○ Ônus da alegação: é o ônus de alegar um fato, o autor da ação por
exemplo prática o ônus de alegação quando define os fatos que
segundo ele ocorreram, assim como, o réu o pratica quando
defende-se por meio de outra ou mesma narrativa de fatos ocorridos.
No processo o juiz fica vinculado aos fatos alegados pelas partes, não
podendo tomar sua decisão baseado em fato não declarado ou
exposto por uma das partes, aplicando assim o princípio dispositivo.

■ Princípio dispositivo: é utilizado para indicar que a iniciativa


das alegações e das provas compete às partes, já que o juiz é
um sujeito imparcial e portanto, não pode agir de ofício.

○ Ônus da prova: esse ônus desrespeita a obrigação das partes de


provar o que alegaram, a omissão na prática desse ônus leva a
improcedência do pedido. Esse tipo de ônus se divide em duas
espécies:

■ Subjetivo: Encargo das partes, regra de conduta, ou seja,


quem deve produzir a prova no processo e quais são os fatos a
serem provados. Normalmente se dá início com o ônus do autor
de produzir o fato constitutivo de seu direito. Assim como
posteriormente o réu deve comprovar o fato desconstitutivo,
impeditivo,modificativo, extintivo. No entanto, se nenhuma das
partes pratica ou desenvolve o ônus subjetivo, quem perde no
processo é o autor, pois o processo se caracteriza como
improcedente.

■ Objetivo: Esse ônus é de encargo do juiz que tem a obrigação


de proferir uma sentença, portanto, se em um caso as partes
produzirem provas mas o juiz não souber qual decisão deve
tomar, pois os fatos constitutivos alegados pelo autor são
equivalentemente contrapostos pelo réu, cabe ao juiz seguir
uma regra de julgamento que diz que o juiz deve decidir contra
a parte que possuía a obrigação de produzir o ônus da prova.

● Requerer é um direito potestativo, ninguém pode impedi-lo de fazer.

● O recurso é um instrumento processual para impugnação ou revisão de


decisões judiciais. É um ato voluntário e para que possa ser analisado, deve
preencher os pressupostos exigidos pela legislação, chamados de requisitos
de admissibilidade, caso não os apresente, o recurso não será conhecido e
apreciado.
● O recurso serve para impugnar ou pedir a revisão de decisões judiciais, neles
normalmente são alegados vícios na decisão do juízo a quo.
Ex.: um juiz tomou a decisão sem analisar as provas produzidas
● Se pede anulação da decisão por meio de recurso, quando existir vício de
forma, ou seja, inobservância das determinações legais necessárias em uma
decisão.
Ex.: decisão judicial sem fundamentação.

● Princípio da exigência de fundamentação das decisões, cabendo nulidade


conforme Art. 93 da constituição.

IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão


públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e
a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação
do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse
público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

● O recurso é endereçado a um outro órgão jurisdicional, exceto nas hipóteses


dos embargos de declaração.

Natureza dos Recursos: o recurso é o prolongamento do exercício do direito de


ação.
Dica para vida: quando a pergunta for qual é a natureza xxx? possui uma
pergunta por traz a pergunta é: o que é isso para o direito?

Classificação dos Recursos

Quanto à abrangência da matéria impugnada: Pode ser esse todo o conteúdo


impugnável ou uma parte dele.

O que é a matéria impugnada? é conteúdo do recurso que é utilizado


para justificar minha insatisfação com a decisão.

A análise do conteúdo impugnável da ação, será necessária para decidir se o


recurso é total ou parcial.

Total: quando a apelação desafia todo o conteúdo impugnável da decisão.


Ex. Geral: Mefibosete empresta a Adjanaquisicleber o valor de 5.000,00 R$ (ação
de cobrança) o processo tramitou, chegou na sentença e o pedido de Mefibosete foi
julgado improcedente. Nesse caso, ao recorrer, Mefibosete impugnou toda a
decisão, sendo configurado assim recurso total.
Ex.: João fez dois pedidos de indenização, um por danos morais e outro por danos
materiais, na sentença o juiz definiu o pedido de danos morais como IMprocedente
e o pedido por danos matérias como procedente, João ao recorrer sob o pedido de
danos morais, ele está recorrendo sob TODO CONTEÚDO IMPUGNÁVEL da
decisão nesse caso, a impugnação e TOTAL, apesar de não ter recorrido sob toda a
decisão.

Parcial: aquele que ataca apenas uma parte de todo o conteúdo impugnável da
decisão.

Ex.: João protocolou uma ação de cobrança, solicitando o pagamento de 10.000,00


R$ contra Maria, o juiz define o pedido IMprocedente.

Ao recorrer após muito tempo, uma parte da dívida prescreveu, então João pede
apenas 7.000,00 R$, nesse caso, a decisão é impugnada parcialmente.

Conteúdo impugnável é diferente do conteúdo da sentença.

Quanto a independência ou subordinação:

Recurso Principal (autônomo): aquele cujo a admissibilidade no tribunal não


depende da admissibilidade de outro recurso.

Ex.: Everaldo pediu uma indenização por danos morais a Celpe, com valor de causa
10.000,00 R$, a decisão foi proferida e o tribunal definiu o valor da indenização em
3.000,00 R$, nesse caso se Everaldo ou a celpe apresenta-se um recurso, ambos
seriam recursos autônomos.

Recurso Adesivo: aquele cujo a admissibilidade no tribunal depende da


admissibilidade de outro recurso. Ou seja, quando em uma situação de
sucumbência recíproca, uma das partes recorre, e a outra não, nesse caso ao
contrarrazoar a parte que não recorreu, pode recorrer apesar do prazo já ter
prescrito.

Obs.: Se o primeiro recurso (autônomo) possuir qualquer vício, o recurso adesivo


também não será cabível/aceito.

Sucumbência recíproca: Quando ambas as partes perdem em certa medida,


perante a decisão.

Ex.: Everaldo pediu uma indenização por danos morais a Celpe, com valor de causa
10.000,00 R$, a decisão foi proferida e o tribunal definiu o valor de causa em
3.000,00 R$, nesse caso ambos sofreram alguma perda, a celpe por ser condenada
e Everaldo por não receber o tanto que queria.
Quanto ao objeto imediato do recurso:

Ordinário: aquele cujo objeto imediato é o direito subjetivo do recorrente, nele


podendo ser discutidas questões de fato e questões de direito.

Ex.: apelação e agravo de instrumento

Excepcional: aquele cujo objeto imediato é o direito objetivo, nele só podem ser
discutidas questões de direito. Nesse caso a discussão está sob a aplicação da
norma.

Ex.: Quando um tribunal interpreta a constituição de forma inconstitucional


(alega uma das partes), nesse caso, o STF julgará levando em consideração
apenas a forma que a norma constitucional foi aplicada.

Ex.: RESP (recurso especial) lei federal, R.E. (recurso extraordinário


endereçado ao STF) lei constitucional.

Embargos de declaração: são uma espécie de recurso com a finalidade específica


de esclarecer contradição ou omissão ocorrida em decisão proferida por juiz ou por
órgão colegiado.

Quanto à fundamentação:

Livre: é aquele que admite qualquer tipo de crítica à decisão recorrida. Em geral, os
recursos ordinários são de fundamentação livre.

Vinculada: é aquela que não admite qualquer tipo de crítica, e sim apenas os que a
norma permite que possa ser alegado perante aquele recurso.

Atos passíveis de recurso: cabe recurso a todos os atos passíveis de decisões, é


por isso que não há como recorrer despacho.

PRINCÍPIO DOS RECURSOS

Duplo grau de jurisdição: é um princípio constitucional que garante a possibilidade


de revisão de qualquer decisão proferida que não esteja de acordo com o desejado
por uma ou ambas as partes do processo.

Taxatividade: A lei deve ser clara e precisa, de forma que o destinatário possa
compreendê-la. Sendo vedada, portanto, com base em tal princípio, a criação de
tipos que contenham conceitos vagos e imprecisos. A lei deve ser, por isso,
TAXATIVA.
Singularidade(unirrecorribilidade): Consagra a premissa de que, para cada
decisão a ser atacada, há um único recurso próprio e adequado previsto no
ordenamento jurídico.

Fungibilidade: Dúvida objetiva, Inexistência de erros grosseiros, os tribunais


assemelham a litigância de má fé.

Dialeticidade: Cabe ao recorrente impugnar as razões lançadas na decisão


atacada, buscando demonstrar a existência de erro in procedendo ou in judicando, a
merecer a declaração de nulidade da decisão ou novo julgamento da causa.

Significa que todo recurso deve ser dialético, todo recurso deve possuir
fundamentação, razões pela qual a parte recorreu. Caso o contrário, o tribunal não
julgará.

Voluntariedade: a parte tem o direito de recorrer ou não.

Irrecorribilidade em separado das decisões interlocutórias: a interposição de


um recurso contra decisão interlocutória não tem o poder ou aptidão de suspender o
andamento do processo.

Ex.: em um processo onde a decisão interlocutória não foi aceita por uma das
partes, essa decisão é recorrida, mas o processo continua, com o objetivo de julgar
o mérito, esse princípio tem por finalidade não atrasar o andamento do processo.

Perante decisão interlocutória, esse recurso não recai sobre o mérito e sim apenas
sobre a decisão interlocutória. (Agravo de instrumento)

Complementaridade: significa que o recorrente poderá complementar a


fundamentação do seu recurso já interposto, se houver modificação da dedicação
recorrida em decorrência do provimento de embargo de declaração, opostos pela
outra parte.(direito de complementar a apelação)

Embargos de declaração: Os embargos de declaração, também chamados de


embargos de declaratórios, são uma espécie de recurso com a finalidade
especificidade de esclarecer contradição ou omissão ocorrida em decisão proferida
por juiz ou por órgão colegiado.

Proibição da reforma para pior (reformatio in pejus): o tribunal não pode decidir
de modo a piorar a situação do recorrente.

Consumação: uma vez interposto o recurso, ele não poderá ser repetido ou
modificado.
Preclusão: é a perda do direito de manifestação no processo, seja do autor, do réu
ou de terceiros, por ausência de realização do ato processual no momento
oportuno. Disso decorre, portanto, uma perda da capacidade de prática de atos
processuais.
A parte que preclui, dessa forma, não pode agir, processualmente, em seu
interesse, exceto quando justificada a sua falta.

● Temporal: É, em geral, a preclusão que se configura pelo decorrer de um


prazo preclusivo.
● Consumativa: significa dizer que uma vez exercido o direito ou faculdade,
não pode, de modo geral, repeti-lo.
Ex.: Se você apresenta alegações finais, não pode apresentá-la
novamente, ainda que esteja dentro do prazo processual.

● Lógica:

Requisitos de admissibilidade dos recursos (pressupostos recursais):

Intrínsecos:

A) Cabimento: essa decisão é recorrível? Se sim, qual o recurso que deve ser
aplicado?
B) Legitimidade: é a adaptação da legitimidade ad causam, na qual só se terá
legitimidade para recorrer a parte sucumbente; o Ministério público, quando
fiscal da lei; e o terceiro prejudicado pela sentença, segundo o professor “é a
pertinência subjetiva do recurso”.
C) Interesse: não decorre exclusivamente da perda e sim, quando a parte
entende que para mudar sua situação ela tem que entrar com recurso, ela
tem que concluir que esse recurso será útil. Igual ao interesse de agir em
TGP.
D) Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer: diz
respeito à renúncia, a desistência do direito de recorrer ou a aceitação do ato
decisório. Uma vez praticado o ato, opera-se a preclusão lógica, o que por si
só impede o direito de recorrer.

Extrínsecos:

A) Tempestividade: é um conceito do direito processual que qualifica atos


processuais realizados pelas partes, dentro do prazo previsto em lei esse
prazo deve ser observado, o recurso deve ser interposto respeitando-lhe. No
geral o prazo dos recursos cíveis é de 15 dias.
B) Regularidade formal: a legislação pode impor uma forma de recorrer, se não
estiver dentro dessa forma o recurso não será sequer analisado.
a) Ex.: recursos não fundamentados
C) Preparo: obrigação de pagar as despesas processuais relativas ao recurso,
deve ser comprovado no ato de interposição do recurso.

D) O CPC no seu artigo 1007 dá chances de corrigir o recurso.

Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando


exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa
e de retorno, sob pena de deserção.

§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os


recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos
Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção
legal.

§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,


implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a
supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em


autos eletrônicos.

§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o


recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na
pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de
deserção.

§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo,


inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4º.

§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de


deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o
preparo.

§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da


pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao
recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.

AULA DO DIA 21/03


TUTELA PROVISORIA NO PROCEDIMIENTO RECURSAL

PRODUÇÃO DE PROVA NO PROCEDIMENTO RECURSAL


(Art. 342,370,435,493,1014,cpc)

Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando:

I - relativas a direito ou a fato superveniente;


II - competir ao juiz conhecer delas de ofício;
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e
grau de jurisdição.

Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas


necessárias ao julgamento do mérito.

Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis


ou meramente protelatórias.

Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos,
quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para
contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.

Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos formados


após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos,
acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir
comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz,
em qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5º.

Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou
extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em
consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a
decisão.

Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele
antes de decidir.

Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser
suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força
maior.

Recurso adesivo (§ do art.997,cpc)

Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com


observância das exigências legais.

§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá
aderir o outro.

§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe


aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e
julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:

I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no


prazo de que a parte dispõe para responder;
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;

III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele
considerado inadmissível.

Recursos em espécie

Apelação (arts. 1009 - 1014,cpc)

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.

§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito


não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser
suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão
final, ou nas contrarrazões.

§ 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões, o


recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas.

§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões


mencionadas no art. 1.015 integraram capítulo da sentença.

Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau,
conterá:

I - os nomes e a qualificação das partes;

II - a exposição do fato e do direito;

III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;

IV - o pedido de nova decisão.

§ 1º O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze)


dias.

§ 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para


apresentar contrarrazões.

§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão remetidos ao


tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade.

Art. 1.011. Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente,


o relator:

I - decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 932, incisos III a V ;

II - se não for o caso de decisão monocrática, elaborará seu voto para julgamento
do recurso pelo órgão colegiado.
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.

§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos


imediatamente após a sua publicação a sentença que:

I - homologa divisão ou demarcação de terras;

II - condena a pagar alimentos;

III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do


executado;

IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;

V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;

VI - decreta a interdição.

§ 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento


provisório depois de publicada a sentença.

§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser


formulado por requerimento dirigido ao:

I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua


distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;

II - relator, se já distribuída a apelação.

§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator
se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo
relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as


questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido
solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.

§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher


apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.

§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve


decidir desde logo o mérito quando:

I - reformar sentença fundada no art. 485 ;

II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do
pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá
julgá-lo;

IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o


tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem
determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.

§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é


impugnável na apelação.

Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser
suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força
maior.

Obs.: §1º, art.1009,CPC: questões decididas por decisões interlocutórias que não
cabe agravo de instrumento, serão decididas como questões preliminares na
apelação, portanto não precluem.

Decisão interlocutória é requerida pelo agravo de instrumento. No CPC de 2015


algumas decisões interlocutórias não são recorríveis por agravo de instrumento,
ficando assim cabíveis a recorrer por meio da apelação.

Regularidade formal, art. 1010:

Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau,
conterá:

I - os nomes e a qualificação das partes;

II - a exposição do fato e do direito;

III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;

IV - o pedido de nova decisão.

§ 1º O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze)


dias.

§ 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para


apresentar contrarrazões.

§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão remetidos ao


tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade.

EM SUMA DEVE CONTER:


Qualificação das partes; Como estamos recorrendo um processo que já existe e
por consequência nele já foram qualificadas as partes, apenas se faz necessário
colocar no recurso a frase “as partes já qualificadas nos autos do processo”.

Obs.: Autos do processo: são os documentos que compõem o processo


como o pedido do autor, documentos, resposta do réu, provas, despachos e
decisões.

Fundamentação: A fundamentação do recurso tem que buscar ser o mais objetiva


possível. A depender da disciplina, como nas áreas do direito, é importante citar o
dispositivo legal e também a interpretação dada pelo STF ou pelo STJ, que
fundamente bem aquele recurso.

Do pedido: aqui cabe pedir anulação, integração ou esclarecimento de decisão


judicial.

Procedimento: a apelação é interposta no juízo de primeiro grau, cabendo a ele


receber a apelação, intimar a outra parte para contrarrazoar e encaminhar o
processo para 2 instância.

Obs.: não cabe ao juízo de primeiro grau determinar a admissibilidade do


recurso.

Art.1011: é possível o relator sozinho julgar o mérito do recurso, conforme


prevê o art.932 § 4 e 5, nos casos em que houver precedente vinculante, podendo o
relator negar ou dar provimento à apelação, com base no precedente vinculante.

Art.932 § 4 e 5:

IV - negar provimento a recurso que for contrário a:

a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do


próprio tribunal;

b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de


Justiça em julgamento de recursos repetitivos;

c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de


assunção de competência;

V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso


se a decisão recorrida for contrária a:

a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do


próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de
Justiça em julgamento de recursos repetitivos;

c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de


assunção de competência;

Efeito suspensivo da apelação conforme art. 1012 do CPC:

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.

§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos


imediatamente após a sua publicação a sentença que:

I - homologa divisão ou demarcação de terras;

II - condena a pagar alimentos;

III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do


executado;

IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;

V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;

VI - decreta a interdição.

§ 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento


provisório depois de publicada a sentença.

§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser


formulado por requerimento dirigido ao:

I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua


distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;

II - relator, se já distribuída a apelação.

§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator
se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo
relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

Obs.:efeitos (art. 1012,CPC): em algumas hipóteses a apelação não produz o efeito


suspensivo na sentença, como por ex.: prestação de alimento

Princípio da colegialidade: constitui que o tribunal de justiça deve proferir


sentenças (em regra) colegiadas, ou seja, o órgão colegiado competente fica
responsável de proferir sentença em conjunto pelos juízes que integram
determinada turma, câmara, grupo, seção, órgão especial ou pleno, entre outros.

Aplicação da teoria da causa madura art.1013 § 3 e 4:


Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as


questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido
solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.

§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher


apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.

§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve


decidir desde logo o mérito quando:

I - reformar sentença fundada no art. 485 ;

II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do
pedido ou da causa de pedir;

III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá


julgá-lo;

IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o


tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem
determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.

§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é


impugnável na apelação.

Quando uma sentença é anulada pelo tribunal, estando o processo já em plenas


condições de julgamento de mérito, cabe ao tribunal decidir o mérito não
devolvendo à primeira instância o processo.

Ex.: um juízo de primeiro grau extinguiu o processo por litispendência, quando


apelou o autor, o tribunal reconheceu que não houve litispendência, nesse caso em
vez do tribunal devolver o processo ao primeiro grau, se o processo estiver em
plena condição de julgamento de mérito deve o tribunal julgar o mérito.

Configura-se plena condição de julgamento de mérito, quando ambas as partes já


alegaram tudo que tinham para alegar.

Ius novonum: não pode as partes inovar no recurso, ou seja, alegar fato novo que
deveria ter sido alegado na primeira instância, exceto nos casos em que houver
impedimento de alegação por força maior, conforme art.1014:
Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser
suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força
maior.

Nulidade de sentença: As sentenças nulas são aquelas prolatadas diante de algum


vício processual, ou seja, um erro in procedendo, que representa no processo
alguma mácula não solucionada pelo juiz de ofício, a qual tem o condão de invalidar
todo o processo, passando a sentença prolatada a padecer de nulidade

Anulabilidade de sentença: Se a invalidade é menos grave, o ato é anulável.


Nesse caso cabe ao juízo analisar se vai anular ou não a sentença baseada
naquele erro.

Erro improcedente: aquele erro que pode ser corrigido a qualquer tempo pelo juiz
ou tribunal prolator da decisão e cuja correção não implica alteração do provimento
jurisdicional.

Agravo de instrumento (arts. 1015 aos 1020 do CPC)

Cabimento:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que


versarem sobre:

I - tutelas provisórias;

II - mérito do processo;

III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;

IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua


revogação;

VI - exibição ou posse de documento ou coisa;

VII - exclusão de litisconsorte;

VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;

IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à


execução; (vai cair na prova)

OBS.: Ação de execução: nesse tipo de ação o autor (exequente) possui o


"direito", quando se dá início a esse tipo de processo o poder judiciário já cita
o réu (executado) para cumprir a obrigação, não tendo direito a defesa nesse
processo. A forma de se defender é dar início a um outro processo chamado
embargos de execução, que NÃO possui a qualidade de suspender a ação
de execução por si só, a não ser que o embargante solicite na petição inicial,
podendo o juiz reconhecer ou não. Caso o juiz reconheça a suspensão da
execução cabe agravo de instrumento.

XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ;

XII - (VETADO);

XIII - outros casos expressamente referidos em lei.

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões


interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de
sentença, no processo de execução e no processo de inventário.

a) Obs.: A doutrina e o STF interpretam como rol de “taxatividade


mitigada”(relativa), definindo que na verdade se a decisão
interlocutória prejudicar grandemente uma das partes do processo,
pode dependendo do caso concreto, caberá agravo de instrumento.

Agravo de instrumento é interposto diretamente no tribunal, ou seja, na segunda


instância, afinal o processo principal está tendo andamento na primeira instância.

Regularidade formal
Agravo de instrumento

Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal


competente, por meio de petição com os seguintes requisitos:

I - os nomes das partes;

II - a exposição do fato e do direito;

III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio


pedido;

IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo.

Como o agravo trata de processo em andamento no primeiro grau, se faz


necessário que sejam juntados ao agravo alguns documentos necessários,
conforme:

Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:

I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que


ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva
intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das
procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;

II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso


I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal;

III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.

§ 1º Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e


do porte de retorno, quando devidos, conforme tabela publicada pelos tribunais.

§ 2º No prazo do recurso, o agravo será interposto por:

I - protocolo realizado diretamente no tribunal competente para julgá-lo;

II - protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias;

III - postagem, sob registro, com aviso de recebimento;

IV - transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei;

V - outra forma prevista em lei.

§ 3º Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que


comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o
disposto no art. 932, parágrafo único .

§ 4º Se o recurso for interposto por sistema de transmissão de dados tipo fac-símile


ou similar, as peças devem ser juntadas no momento de protocolo da petição
original.

§ 5º Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos


incisos I e II do caput , facultando-se ao agravante anexar outros documentos que
entender úteis para a compreensão da controvérsia.

Obs.: Talvez algum documento obrigatório não exista no processo, nesse caso
se faz necessário apenas justificar.

Procedimento (arts. 1011 e 1020 do CPC)

Art. 1.011. Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente,


o relator:

I - decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 932, incisos III a V;

II - se não for o caso de decisão monocrática, elaborará seu voto para julgamento
do recurso pelo órgão colegiado.
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.

§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos


imediatamente após a sua publicação a sentença que:

I - homologa divisão ou demarcação de terras;

II - condena a pagar alimentos;

III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do

executado;

IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;

V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;

VI - decreta a interdição.

§ 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento


provisório depois de publicada a sentença.

§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser


formulado por requerimento dirigido ao:

I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua


distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;

II - relator, se já distribuída a apelação.

§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator
se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo
relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as


questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido
solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.

§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher


apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.

§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve


decidir desde logo o mérito quando:

I - reformar sentença fundada no art. 485;

II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do
pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá
julgá-lo;

IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o


tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem
determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.

§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é


impugnável na apelação.

Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser
suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força
maior.

CAPÍTULO III
DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que


versarem sobre:

I - tutelas provisórias;

II - mérito do processo;

III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;

IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua


revogação;

VI - exibição ou posse de documento ou coisa;

VII - exclusão de litisconsorte;

VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;

IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à


execução;

XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ;

XII - (VETADO);

XIII - outros casos expressamente referidos em lei.


Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões
interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de
sentença, no processo de execução e no processo de inventário.

Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal


competente, por meio de petição com os seguintes requisitos:

I - os nomes das partes;

II - a exposição do fato e do direito;

III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio


pedido;

IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo.

Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:

I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que


ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva
intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das
procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;

II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso


I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal;

III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.

§ 1º Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e


do porte de retorno, quando devidos, conforme tabela publicada pelos tribunais.

§ 2º No prazo do recurso, o agravo será interposto por:

I - protocolo realizado diretamente no tribunal competente para julgá-lo;

II - protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias;

III - postagem, sob registro, com aviso de recebimento;

IV - transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei;

V - outra forma prevista em lei.

§ 3º Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que


comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o
disposto no art. 932, parágrafo único .

§ 4º Se o recurso for interposto por sistema de transmissão de dados tipo fac-símile


ou similar, as peças devem ser juntadas no momento de protocolo da petição
original.
§ 5º Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos
incisos I e II do caput , facultando-se ao agravante anexar outros documentos que
entender úteis para a compreensão da controvérsia.

Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia
da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da
relação dos documentos que instruíram o recurso.

§ 1º Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará


prejudicado o agravo de instrumento.

§ 2º Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no


caput , no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento.

§ 3º O descumprimento da exigência de que trata o § 2º, desde que arguido e


provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento.

Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído


imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV , o
relator, no prazo de 5 (cinco) dias: (O professor deu um destaque especial a esse
artigo)

I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela,


total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;

II - ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta com aviso de


recebimento, quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário da Justiça ou
por carta com aviso de recebimento dirigida ao seu advogado, para que responda
no prazo de 15 (quinze) dias, facultando-lhe juntar a documentação que entender
necessária ao julgamento do recurso;

III - determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio


eletrônico, quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo
de 15 (quinze) dias.

Art. 1.020. O relator solicitará dia para julgamento em prazo não superior a 1 (um)
mês da intimação do agravado.

Agravo interno (art. 1021 do CPC)

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o
respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do
regimento interno do tribunal.
§ 1º Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificamente os
fundamentos da decisão agravada.

§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se


sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo
retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em
pauta.

§ 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão


agravada para julgar improcedente o agravo interno.

§ 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou


improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada,
condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento
do valor atualizado da causa.

§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio


do valor da multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário
de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final.

Cabimento: contra decisão monocrática do relator

No caso de agravo de instrumento indeferido por decisão monocrática do relator,


justificando por intempestividade por exemplo, não concordando o agente do
recurso com a intempestividade, cabe agravo interno, que será julgado pelo órgão
colegiado ao qual o relator faz parte. Afinal quem entra com agravo de instrumento
busca uma decisão colegiada. E deve ser desenvolvido como um agravo de
instrumento comum, justificando o motivo do agravo interno, devendo essa
fundamentação fazer referência à decisão agravada.

Recebendo o relator o agravo interno ele pode se retratar (mudar de decisão).

Procedimento do agravo interno: vai de acordo com o regimento interno do


tribunal.

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