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Aula 01 - Introdução
● Bibliografia:
○ DELLORE, Luiz; GAJARDONI, Fernando da Fonseca; ROQUE, André
Vasconcelos, OLIVEIRA JR., Zulmar Duarte de. Execução e recursos – comentários
ao CPC de 2015. Método, 2017.
○ MEDINA, José Miguel Garcia. Curso de direito processual civil moderno, 3ª. ed.
RT, 2017.
● Provas:
○ P1: 21/09.
○ P2: 16/11.
1. Considerações iniciais:
a. A coisa julgada é expressamente garantida como um direito fundamental: “A lei não
prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”, CF, art. 5°,
inciso XXXVI.
b. “Técnica adotada pela lei de garantir estabilidade a determinadas manifestações do
Estado-juiz, pondo-as a salvo inclusive dos efeitos de novas leis que, por qualquer
razão, pudessem pretender eliminar aquelas decisões ou, quando menos, seus
efeitos” (Cassio Scarpinella Bueno).
c. “Coisa julgada é, pois, a estabilidade da sentença irrecorrível” (Alexandre Freitas
Câmara)
d. “A imutabilidade e indiscutibilidade da decisão, em virtude do seu trânsito em
julgado” (Luiz Dellore, ob. cit. p. 617) → é uma situação de imutabilidade e
indiscutibilidade porque ela transitou em julgado, não cabem mais recursos de
decisão. Imutável: a decisão não pode ser modificada, indiscutível: não se admite
sequer discutir aquela decisão, não se admite discutir o mérito da decisão pois ela
transitou em julgado.
Para entender coisa julgada temos que voltar a analisar teoria geral do processo. O
processo pode ser definido como o método de atuação do Estado democrático de direito no
exercício de jurisdição). Para Cândido Dinamarco, o processo é instrumento utilizado pelo
Estado para solucionar conflitos. Ou seja, em suma, o processo é instrumento de pacificação
social, usado pelo Estado para solucionar conflitos. O uso da força/ fazer justiça com as
próprias mão e a autotutela são proibidos pelo estado (há exceções como defesa da posse
desde que eu seja rápido e proporcional, legítima defesa, etc), pois só ele tem monopólio da
força (e esta tem limites).
Contudo, o processo tem que ter um fim para que atinja seu objetivo de pacificação
social. Esses processo que duram 20, 30 anos é uma patologia, algo que não deveria ocorrer,
pois sua finalidade é de pacificação social e não de prolongação de conflitos. O fim do
devido processo legal é o trânsito em julgado, quando não cabe mais recursos contra uma
decisão de mérito. Essa decisão torna-se imutável e indiscutível. A coisa julgada cai no
princípio da segurança jurídica, pois dá essa certeza que uma decisão não vai ficar sendo
alterada eternamente.
● Coisa julgada: é a estabilidade de uma decisão de mérito que se torna irrecorrível e não pode
ser modificada.
Exemplo Teste de DNA: autor queria provar a paternidade do réu mas não tinha o
dinheiro para fazer o teste. Pediu para o Estado, Estado negou o pagamento do teste
também. Transitou em julgado, houve a coisa julgada. Depois de ter o dinheiro para fazer o
teste, o autor entra com outra ação. O poder judiciário entende que já há sentença sobre isso,
é imutável, não poderia voltar atrás por conta da segurança jurídica.
● O princípio da segurança jurídica não é absoluto, às vezes ele tem que ser afastado pois
prepondera outro princípio.
- Ex: Recorrer de uma decisão de um juiz que foi corrompido para sentenciar daquela
forma, neste caso a moralidade supera a segurança jurídica.
CPC/1973
Arts. 467. Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a
sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário.
CPC/2015
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a
decisão de mérito não mais sujeita à recurso. → da sentença cabe apelação/embargos de
declaração, e ela irá para o tribunal. Chegando lá o presidente sorteia um relator
(representante de uma câmara) e de lá terá uma Turma colegiada para julgar. O que
transita em julgado não é a sentença, é o acórdão. Também pode ser uma decisão de
mérito (através da decisão interlocutória que julgue parcialmente o mérito).
● A coisa julgada consiste em uma especial qualidade atribuída a todos os efeitos da sentença:
imutabilidade e indiscutibilidade.
● Não são apenas os efeitos declaratórios da sentença que se tornam imutáveis e indiscutíveis
com a formação da coisa julgada, mas todos e quaisquer efeitos da sentença.
● Por isso é que se diz que foi aperfeiçoada a redação do CPC/1973 para o CPC/2015.
● Antes se mencionava apenas sentença. Agora, são todas as decisões judiciais que
apreciam o mérito: sentença, decisão interlocutória, decisão monocrática de relator e
acórdão. Todas essas decisões são passíveis de serem acobertadas pela “coisa
julgada”
•CPC/2015
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas
todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à
rejeição do pedido. → detalha qual a extensão da indiscutibilidade, não posso até mesmo
para trazer um argumento/fato novo que esqueci de apresentar no processo. Essa é a
resposta do 508, o juiz não acolhe as alegações. A extensão alcança até aquilo que deveria
ter sido falado mas não foi.
Mas e se a mesma demanda vier a ser proposta novamente?
CPC/2015
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
(...)
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada
Lembrete: a demanda deve ter as mesmas partes, pedido e causa de pedir (CPC/2015, art. 337,
§§2º e 3º: “§2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa
de pedir e o mesmo pedido.(...)§4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi
decidida por decisão transitada em julgado”.
Se tenho uma demanda que já foi julgada e já transitou em julgado, eu não poderia discutir, de
acordo com o Art. 502 é imutável.
Há coisa julgada formal quando a sentença terminativa (que põe fim ao processo sem resolução
do mérito nos termos do art. 485 do CPC/2015) transita em julgado. Ocorrido tal fato, o
mesmo caso não mais poderá ser discutido dentro daquele processo, porém poderá ser
ajuizada outra ação visando resolução do mesmo litígio em novo processo, já que este não
foi solucionado no processo anterior.
Por outro lado, há coisa julgada material quando, havendo o trânsito em julgado, resolve-se o
conflito, o que modifica de forma qualitativa a relação de direito material (CPC/2015, art.
487). Nesse caso, a imutabilidade recai não somente sobre a relação processual, mas
também sobre o direito material controvertido.
Sentenças terminativas
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a
causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e
regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo
arbitral reconhecer sua competência;
VIII - homologar a desistência da ação; → não produz nenhum efeito sobre o direito
material daquela ação.
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição
legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.
● Em alguns casos, expressamente previstos pela lei processual, embora terminativa a
sentença, não será possível propor-se novamente a mesma demanda.
“Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte
proponha de novo a ação.
o
§ 1 No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I [indeferimento da
petição inicial], IV [falta de pressuposto processual], VI [falta de condição da ação] e VII
[existência de convenção de arbitragem] do art. 485, a propositura da nova ação depende da
correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito”.
- Na coisa julgada formal não impede que a parte proponha novamente a ação, poderá haver
nova discussão em outro processo
“(...) Diferentemente da coisa julgada formal, e ainda mais intensa (já que nem com a
‘correção do vício’ seria possível demandar-se novamente) é a coisa julgada material,
autoridade que acoberta as decisões de mérito irrecorríveis, tornando-as imutáveis e
indiscutíveis (...)” (Alexandre Freitas Câmara, O novo processo civil brasileiro, p. 305).
Sentença de mérito
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação; → concessões recíprocas para chegar ao fim do litígio.
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. → é diferente da desistência
da ação do art. 485, inciso VIII. Quando renuncio com base nesse inciso, estou renunciando
a pretensão de exercer aquele direito material, renuncio aquele direito material.
● Uma coisa é a desistência, autor entra com a ação e pede a desistência ao juiz. Ele não
produzirá efeitos sob o direito material, pois a ação é um direito subjetivo público, direito
que eu tenho de provocar o juiz de produzir tutela jurisdicional. Quando protocolo um
pedido, estou exercendo meu direito de ação, estou acionando o Estado para a resolver o
meu litígio. Se for antes da citação, beleza, não precisa nem ouvir o réu e o juiz homologa a
desistência. Se for depois, precisa da concordância do réu (pois ele já pagou um advogado
para se defender, etc). Você apenas exige um direito público. Quando o juiz homologa essa
desistência, ele não julga o direito material, apenas homologa a desistência.
● Art 487: aqui, não se desiste do direito subjetivo público de desistir de provocar o Estado,
quando renuncio com base nesse artigo, estou renunciado a pretensão de exercer o direito
material. Estou renunciando ao direito material, abro mão dele.
○ Ex: alguém bate com o carro atrás de mim, estraga a lataria, eu entro com uma ação
pedindo os danos materiais do conserto do carro. Eu posso desistir da ação antes
mesmo do réu ser citado, ou também posso na mesma ação pedir para ser ressarcido
por conta do prejuízo do carro nos danos materiais, e digo para o juiz que renuncio a
pretensão de exercer o meu direito de ser indenizado. Sei que fui vítima, sei que
tenho direito à ser indenizado mas eu renuncio mesmo assim a esse direito. As
consequências práticas são que no art. 485 não forma coisa julgada material,
aplicando-se o 486 cáput. Ou seja, se desisto da ação que pedi reparação dos danos
com base no 485, o 486 diz que posso entrar de novo com a mesma ação. Contudo,
se renuncio a pretensão do direito, é uma decisão de mérito e não posso propor a
mesma demanda de novo.
TRÂNSITO EM JULGADO: situação em que não cabem mais recursos de uma decisão judicial.
Quando se verifica que aquela decisão não comporta mais nenhum recurso, se diz que ela transitou
em julgado. Se não cabem mais recursos, podem ocorrer a coisa julgada formal e a coisa julgada
material. Precisa ver o conteúdo dessa decisão para poder afirmar se forma uma das duas. Se o
conteúdo da decisão for baseada no 485, é a coisa julgada formal, que produz efeitos dentro do
próprio processo que ela aconteceu. Se o trânsito em julgado se baseia no 487, quer dizer que
produz a coisa julgada material, decisão é imutável e indiscutível dentro e fora do processo também.
Se é uma decisão do 487, juiz acolheu o pedido, julgou o mérito, produz coisa julgada material.
● Ex: extingue o processo porque o autor abandonou por 30 dias o processo, produz efeitos
dentro do processo, eficácia endoprocessual, extingue o efeito sem resolução do mérito e
produz a coisa julgada material.
b) Coisa julgada formal é a imutabilidade da sentença, no próprio processo em que foi prolatada
(eficácia endoprocessual), não admitindo mais reforma (atinge qualquer decisão que aprecie o
mérito ou extinga o processo sem mérito – portanto, inclusive as decisões terminativas,
processuais);
● Produz efeitos no próprio processo (art. 485)
● O que é limite objetivo? Não é a decisão completa que se torna imutável, é apenas a parte
dispositiva. Em uma sentença, a sentença tem Por “limites objetivos da coisa julgada”, deve
ser entendida a parte da decisão que fica imunizada de ulteriores discussões, é dizer, o que
não pode mais ser rediscutido perante o Estado-juiz pelo prevalecimento do princípio da
segurança jurídica. O que “transita em julgado” é a parte dispositiva da decisão ou seja o
comando da decisão. Em regra, não transita em julgado a fundamentação, as razões decidir.
É aquela parte da sentença que, normalmente, começa assim: “Diante do exposto, julgo
procedente o pedido para condenar o réu...”
CPC/2015
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
I – os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da
sentença; → os motivos podem mudar!!!! O que é imutável e indiscutível é a parte
dispositiva.
II – a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
● Ex: ação de alimentos, acho que certa pessoa é meu pai, na minha certidão só tenho o nome
da minha mãe. A mãe tem certeza de quem é o pai, e você pode pedir uma ação de alimentos
pedindo pensão alimentícia.
Lembrar da razão pela qual foi suprimido o inciso III do art. 469 do CPC/1973, que corresponde ao
504 do CPC/2015. Tal supressão foi feita para harmonizar o art. 504 com o § 1º do art. 503 do
CPC/2015, que estabelece o seguinte:
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão
principal expressamente decidida.
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução da questão prejudicial, decidida expressa e
incidentemente no processo se:
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no
caso de revelia;
III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como
questão principal.
§2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à
cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão principal.
FALSIDADE DE DOCUMENTO
Por fim, cumpre observar que a solução da falsidade de documento nos moldes do art.
430/cpc só transita em julgado se houver pedido da parte que a arguiu.
Após o trânsito em julgado da decisão de mérito, nenhuma outra alegação ou defesa que
poderiam ter sido empregadas durante o processo em busca de resultado diverso pode ser feita.
- Assistente entra no processo para ajudar uma das partes, ele é um terceiro.Ele entra para
ajudar pois necessariamente ele possui interesse jurídico.
- Ex: A relação entre locatário ou sublocatário, em uma ação de despejo
- O assistente pode entrar no processo a qualquer momento
- O art. 226 do Cpc diz que transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o
assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão,
- Se o assistente entrou em momento que não poderia mais participar na produção de provas
ele não está a vinculado a decisão emitida, ele pode rediscutir o mérito
● O assistente é aquele que pretende atuar em processo existente entre outras partes para
buscar o proferimento de uma decisão favorável a uma delas e que, de modo mais ou menos
intenso, também lhe seja favorável (CPC/2015, arts. 119 a 123; CPC/1973, arts. 50 a 55).
● Toda vez que há essa figura de intervenção de terceiros (assistência), as razões de decidir
ficam imunizadas de qualquer questionamento ulterior por parte do assistente. É essa a
“justiça da decisão” que o assistente não pode depois discutir em outro processo.
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não
poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:
I – pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do
assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
II – desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por
dolo ou culpa, não se valeu*.
A coisa julgada material somente ocorre se o Estado-juiz realizar cognição exauriente. Assim, uma
sentença, uma decisão interlocutória, um acórdão podem transitar em julgado. Para tanto, tais
decisões devem ser de mérito e proferidas mediante cognição exauriente. Em contrapartida, as
decisões proferidas mediante cognição sumária ou superficial podem até transitar em julgado
formalmente, mas não materialmente.
No processo de conhecimento, ele é todo pensado para juiz decidir com 100% de certeza,
permitido provas em direito admitidas.... e outros, cognição exauriente = para ter 100% de certeza,
para cansar, exauri dúvidas, e juiz ter 100% de certeza. Processo de conhecimento por isso. MAS....
em alguns casos, não tem como aguardar juiz ter 100%, se for esperar isso, direito vai perecer, ou
não vai adiantar... ex: tutelas de urgência.
Juiz dando tutela, mesmo sem ter certeza, mas tem que dar, conforme CF fala, pois se
apresenta AMEAÇA, não pode abrir espaço para o risco.
● Ex: processo de plano de saúde; passo mal e médico fala que precisa de cirurgia urgente
para não morrer... convênio nega, interpreta cláusula tal e fala que não tal coisa é prótese e
que não se cobre. Médico explica que não tem nada ver. Convênio querendo interpretar
contrato.. não é o momento NE? Pessoa correndo risco de vida. Direito sendo ameaçado,
não adianta falar que tinha razão daqui dois anos, tem então tutela de urgência. Quando
preenche dois requisitos, juiz pode decidir por um “eu acho que tal pessoa tem razão” =
cognição superficial.
→ Requisitos para tutela = fumaça do bom direito e perigo na demora. Idéia de que bom direito
é o fogo, para chegar no fogo, leva tempo, não tem tempo, mas só olhando fumaça pode dar
direito. Perigo na demora, perigo de perecer direito se demorar muito para falar quem ta com
razão. Tutelas provisórias, sujeitas a confirmação.
→ Quem fica vinculado ao que foi decidido no direito processual individual? São os sujeitos que
não podem pretender tomar a iniciativa de rediscutir o que já foi soberanamente decidido pelo
Estado-juiz porque vinculados à decisão já proferida. Tais sujeitos são as partes. A coisa julgada
não pode beneficiar ou prejudicar terceiros.
CPC/1973
Art. 472. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando nem
prejudicando terceiros. * Nas causas relativas ao estado de pessoa, se houverem sido citados no
processo, em litisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produz coisa julgada em
relação a terceiros.
CPC/2015
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.
Limite subjetivo – quem fica vinculado a coisa julgada material. As partes. Tá no art. 506 do CC,
Não pode prejudicar terceiro, a não ser no caso de assistente que não se enquadra naquelas duas
exceções.Se terceiro for prejudicado pode questionar o que foi decidido.
Ex: de beneficiar, Tinha no outro código como proibido, não mais no CPC DE 2015,
PORQUE = Ex:estação de metro sem elevador que leva pessoas com mobilidade reduzida, se não
tem esse elevador muito difícil de chegar lá embaixo na plataforma do trem. Supondo que pessoa de
cadeira de roda processa o metro, processa com obrigação de fazer. Ação individual. MAS SE EU
GANHAR, sendo julgado procedente, me beneficia, mas beneficia uma série de pessoas, outras
pessoas que utilizem metro e tinham aquele problema.
CPC/2015
Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a
cujo respeito se operou a preclusão.
Coisa julgada material é fenômeno extraprocessual: é vedada a discussão de uma mesma questão
em outros processos.
- A coisa julgada extrapola os limites do processo.
Preclusão = acontece dentro do processo, perde direito de praticar algo no processo, min 48
Preclusão temporal, por ter deixado passar prazo.
Preclusão consumativa – perco direito de praticar ato porque já pratiquei aquele ato no processo.
Ex: apelação. Tenho sentença, cabe apelação. Quero mostrar serviço e faço apelação rápido,
protocolo. Mas antes de acabar, percebo que esqueci de mencionar algo que eu queria, quero
incrementar... posso aditar? NÃO!! Pois, seria preclusão consumativa.
Exceção questão de ordem pública, essa não preclui, pode falar a qualquer tempo, como
nulidade de citação, problema na representação da parte. Olhar no contrato quem tem poder para
dar poder ao advogado, juntam e quem assina procuração talvez nem tenha poder. Se no contrato
dea empresa fala que só presidente pode dar procuração... olhar!! Vício que pode ser falado a
qualquer momento. Ai não tem problema se não falou em momento tal, pois não preclui.
Preclusão lógica – perde direito pois praticou antes ato incompatível com ato que quer
praticar. Fenômeno endoprocessual, INTERNO, perda do direito de praticar um ato, pois antes
praticou um outro ato, que não faz sentido com esse que você quer fazer.
Ex: sou obrigada a pagar, entram com ação contra mim. Vou, pago o Rodrigo e depois entro
com apelação... ué, seria estranho. Ou você discorda e recorre ou você concorda e cumpre. Os dois
juntos não dá.
Preclusão acontece dentro do processo. Preclusão art. 507 do CPC.
Enquanto a coisa julgada é extraprocessual, tanto dentro, quanto fora do processo a questão
passa a ser indiscutível.
Aula 3
Exceções:
CPC/1973
Art. 471. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma lide, salvo:
I – se, tratando-se de relação jurídica continuativa, sobreveio modificação no estado de fato ou de
direito; caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;
II – nos demais casos previstos em lei.
CPC/2015
Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma lide, salvo:
I – se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato
ou de direito; caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;
A coisa julgada não é uma espécie de “sanatória” de qualquer vício do processo. Não torna o
“redondo quadrado e o quadrado redondo”. Tanto vícios relacionados à regularidade da atuação
jurisdicional quanto vícios ligados à decisão proferida podem ensejar uma impugnação à coisa
julgada.
→ A ação rescisória (art. 485 A 495 do CPC/1973; art. 966 a 975 do CPC/2015), que permite
que coisa julgada seja desconstituída quando presente uma ou mais das hipóteses arroladas nos
diversos incisos do art. 485 (CPC/1973) ou do art. 966 (CPC/2015);
- Ação rescisória possui prazo de dois anos, contados do prazo do trânsito em julgado da
última decisão proferida no processo.
-
→ A “Impugnação” ao cumprimento de sentença, que faculta ao réu impugnar o título
executivo representado por decisão transitada em julgado por variados fundamentos, tais como
a nulidade de citação (inciso I do art. 475-L do CPC/1973; art. 575, §1º, I, do CPC/2015)) até a
declaração de inconstitucionalidade da lei sobre a qual se funda o título (art. 475-L, § 1º do
CPC/1973; art. 575, §12, do CPC/2015)
- Exemplo de relativização da coisa julgada, mesmo passado o prazo para ação rescisória é o
exame de dna.
RE 363.889/DF, STJ, pleno, voto do Min. Luiz Fux, rel. Min. Dias Toffoli, j.m.v. 2.6.2011, Dje
10.6.2011
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
CONCEITO:
“Chama-se rescisória à ação por meio da qual se pede a desconstituição de sentença transitada
em julgado, com eventual rejulgamento, a seguir, da matéria julgada”. (MOREIRA, José Carlos
Barbosa. Comentários ao Código de Processo Civil. 11 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003. v. 5, p.
100)
Ex: surge um documento novo do qual as partes não conheciam, cabe a ação rescisória para
consertar um erro provocado pelo juiz ou pelas partes ou pela prova etc. É uma ação para
desconstituição de sentença transitada em julgada!
“Chama-se rescisória à ação por meio da qual se pede a desconstituição de sentença transitada em
julgado, com eventual rejulgamento, a seguir, da matéria julgada”. (MOREIRA, José Carlos
Barbosa. Comentários ao Código de Processo Civil. 11 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003. v. 5, p.
100)
1. Ação rescisória é o instrumento utilizado para desconstituir coisa julgada material. Pode ser
aplicada por exemplo caso o juiz cometia um erro em seu julgamento
2. A ação rescisória é outro processo autônomo
É possível se entrar com ação rescisória até dois anos após o trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo.
- Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado
da última decisão proferida no processo.
- § 1º Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se refere o
caput , quando expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não
houver expediente forense.
- § 2º Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de
descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito
em julgado da última decisão proferida no processo.
- § 3º Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o
terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do
momento em que têm ciência da simulação ou da colusão.
Recurso
“Os recursos são meios de impugnação às decisões judiciais previstos em Lei, que podem ser
manejados pelas partes, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, com o intuito de
viabilizar, dentro da mesma relação jurídico-processual, a anulação, a reforma, a integração ou o
aclaramento da decisão judicial impugnada”
(José Miguel Garcia Medina e Teresa Arruda Alvim Wambier, Recursos e Ações autônomas de
impugnação. 3ª edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013, p. 36)
Semelhanças:
● A semelhança entre o recurso e ação rescisório é que ambos são utilizados para
atacar decisões judiciais
Diferenças:
● Ação rescisória é um meio de impugnação autônomo.
● Ação rescisória serve para atacar uma decisão de mérito proferida que é um
processo diferente daquele que será utilizado para impugnar decisão.
Hipóteses de cabimento
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
Não apenas as sentenças podem ser rescindidas, mas também as decisões interlocutórias e o
acórdãos de mérito que transitam em julgado.
PREVARICAÇÃO
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
CONCUSSÃO
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
CORRUPÇÃO
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de
12.11.2003)
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever
funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
JUIZ VS JUÍZO
Juiz impedido
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro
do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica
parte no processo;
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das
partes;
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de
emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro
grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;
- Se por exemplo seu cônjuge é um advogado, e você é juiz. E ele trabalha em um escritório
em que possui como cliente a coca cola, mas o escritório faz só a parte tributária do
escritório, E chega na sua vara uma apelação cível, não posso julgar de acordo com o inciso
VIII.
Uma das partes, em detrimento da outra, ou ambas, em atuação consertada, visa à obtenção de
objetivo ilegal pelo processo.
DOLO
● Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
● Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a
seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
● Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a
respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa,
provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.
● Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a
quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que
subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a
quem ludibriou.
● Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a
responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do
representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e
danos.
● Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o
negócio, ou reclamar indenização.
COAÇÃO
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado
temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base
nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
COLUSÃO OU SIMULAÇÃO
A palavra conluio deriva do latim colludium , de cum e ludus . De Plácido e Silva define
conluio com o sentido de com jogo . E, na linguagem jurídica, tem, mais ou menos, esta
significação, pois que conluio, com o mesmo sentido de colusão (arranjo, combinação), designa o
concerto, conchavo ou combinação maliciosa ajustada entre duas ou mais pessoas, com o objetivo
de fraudarem ou iludirem uma terceira pessoa, ou de se furtarem o cumprimento da lei.
(Vocabulário Jurídico . 18ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2001, p. 204)
Coisa julgada
CPC/2015
IV – ofender a coisa julgada.
A rescisória é para desfazer a segunda coisa julgada formada.
Decisão que destoa do padrão interpretativo da norma jurídica, de qualquer escalão: princípios, leis,
decretos etc.
- Violar norma jurídica no sentido amplo
- Não é qualquer violação, é falar manifestamente
- Violar um padrão interpretativo da lei
PROVA FALSA
CPC/2015
VI – for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser
demonstrada na própria ação rescisória
- São dois caminho: ou a pessoa prova ao longo da ação rescisória que o processo é falso ou
em um processo criminal
- Deve ser uma prova que tenha o condão de modificar o resultado do processo.
PROVA NOVA
CPC/2015
VII – obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou
de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável
- Prova nova é aquele que o autor só obteve conhecimento após o trânsito em julgado
ERRO DE FATO
CPC/2015
VIII – for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
§1º Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar
inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não
represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
Lei n. 13.256/2016 altera o Novo CPC para estabelecer Nova hipótese de rescisória
“Não considerar a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão
decisório que lhe deu fundamento”
Art. 966
(...)
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão
baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não
tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão
decisório que lhe deu fundamento.
§ 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena
de inépcia, demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática
distinta ou de questão jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica.
Art. 966
(...)
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado
que, embora não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda*; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
Por exemplo, na hipótese do art. 485, IV, se o juiz extingue o processo sem resolução de mérito
porque verifica que o autor não recolheu as custas processuais relativas à propositura da demanda
(“ausência de pressupostos de constituição e desenvolvimento válido do processo”), somente poderá
ser proposta nova demanda se comprovar que sanou o vício apontado na demanda anterior nos
termos do art. 486, §1º. Porém, suponha que o autor entenda que recolheu corretamente as custas
processuais e mesmo assim o seu processo foi extinto com base no art. 485, IV. Nesse caso, ele
deverá ajuizar a ação rescisória contra a primeira sentença, com base no art. 966, § 2º, I, do CPC.
Aula 05
Art. 966
(...)
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado
que, embora não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda*; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
Por exemplo, na hipótese do art. 485, IV, se o juiz extingue o processo sem resolução de mérito
porque verifica que o autor não recolheu as custas processuais relativas à propositura da demanda
(“ausência de pressupostos de constituição e desenvolvimento válido do processo”), somente poderá
ser proposta nova demanda se comprovar que sanou o vício apontado na demanda anterior nos
termos do art. 486, §1º. Porém, suponha que o autor entenda que recolheu corretamente as custas
processuais e mesmo assim o seu processo foi extinto com base no art. 485, IV. Nesse caso, ele
deverá ajuizar a ação rescisória contra a primeira sentença, com base no art. 966, § 2º, I, do CPC.
- Caso a pessoa não consiga comprovar, por entender que não tinha vício seu processo, ela vai
entrar com uma ação rescisória.
3. Legitimidade
CPC/1973 (ATIVA)
Art. 487. Tem legitimidade para propor a ação:
I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
II - o terceiro juridicamente interessado;
- Ex: Uso simulado de processo para fraudar a lei. A deve para B e para não pagar B, A pede
para C entrar com ação contra A e penhorar seu patrimônio para contra B entrar com uma
ação contra A, B não terá mais bens para penhorar.
- Neste caso B será o terceiro interessado
CPC/2015 (ATIVA)
Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:
I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
II - o terceiro juridicamente interessado;
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a
lei;
c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.
Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o Ministério Público será intimado para intervir como
fiscal da ordem jurídica quando não for parte.
- Ex: Se o processo discute sobre o mercado de serviços mobiliário a CVM deve participar
LEGITIMIDADE PASSIVA:
O réu da rescisória será, nas hipóteses dos incisos I do art. 967, a parte contrária no processo em que
proferida a decisão que se pretende rescindir. Nas hipóteses dos incisos II e III do mesmo
dispositivo, ambas as partes do processo originário serão rés, na qualidade de litisconsortes
necessários.
- Nos casos de instituições como A cvm ela será parte ativa e o réu e autor da ação originária
eles geram parte passiva na ação,
Petição inicial
CPC/2015
Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art.
319, devendo o autor:
I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do processo;
- Pedir a rescisão da decisão originária , bem como solicitar um novo julgamento, uma nova
decisão
- Na maioria dos casos ocorre novo julgamento
- No próprio bojo da ação rescisória haverá pedido de decisão, como um novo julgamento
- Há casos que não faz sentido solicitar um novo julgamento
- Casos em que houve uma sentença favorável ao autor que transitou em julgado, todavia foi
feita uma nova ação que julgou procedente o pedido do réu. Nestes casos não faz sentido a
existência de um novo julgamento, pois o autor da decisão rescisória va almejar que a
primeira decisoa seja cumproda
II - depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que se converterá em
multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente.
- Esses 5 % ficaram em juízo, em uma conta judicial
- é o mesmo valor da decisão original atualizado monetariamente
- Se for uma parte, o 5% será sobre esta parte
§ 1o Não se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos
Municípios, às suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério
Público, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça.
§ 2o O depósito previsto no inciso II do caput deste artigo não será superior a 1.000 (mil)
salários-mínimos.
§ 3o Além dos casos previstos no art. 330, a petição inicial será indeferida quando não
efetuado o depósito exigido pelo inciso II do caput deste artigo.
- Não vai ser extinto o processo devido o processo ser protocolado na instância errada
I - não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista no § 2o do art. 966;
- A competência da ação rescisória está nas entrelinhas, ela não é julgada por um juiz de
primeira instância
- Ela será julgada no tribunal, o tribunal que proferiu a última decisão de mérito no processo
que acarretou mudanças
Tutela provisória
De acordo com o art. 969, a propositura da rescisória não impede o cumprimento (definitivo) da
decisão rescindenda, salvo quando for concedida a tutela provisória.
Os elementos necessários para concessão da tutela provisória estão nos arts. 294 a 311 do Código
de Processo Civil (pode ter natureza cautelar ou antecipatória; de urgência ou de evidência;
antecedente ou incidente, dependendo do caso concreto).
Procedimento
Prazo para contestar de 15 a 30 dias
“Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze)
dias nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem
contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum”.
Note-se que o prazo – de 15 a 30 dias – deve ser contado em dias úteis, de acordo com o art. 219,
caput, do CPC/2015. Veja-se:
“Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão
somente os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.”
“Art. 971. Na ação rescisória, devolvidos os autos pelo relator, a secretaria do tribunal expedirá
cópias do relatório e as distribuirá entre os juízes que compuserem o órgão competente para o
julgamento.
Parágrafo único. A escolha de relator recairá, sempre que possível, em juiz que não haja
participado do julgamento rescindendo”
Fase instrutória
Possível delegação de competências para o órgão que proferiu a decisão para realizar a
instrução no prazo de 1 a 3 meses
Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator poderá delegar a
competência ao órgão que proferiu a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 (um) a 3 (três) meses
para a devolução dos autos.
Procedimento
- Prazo para contestar de 15 a 30 dias
“Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze)
dias nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem
contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum”.
- Note-se que o prazo – de 15 a 30 dias – deve ser contado em dias úteis, de acordo com o art.
219, caput, do CPC/2015. Veja-se:
“Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão
somente os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.”
Citação é para apresentar resposta (contestação) e não para audiência de conciliação ou de mediação
Procedimento
- Sorteio do Relator que, preferencialmente, não participou do julgamento
“Art. 971. Na ação rescisória, devolvidos os autos pelo relator, a secretaria do tribunal expedirá
cópias do relatório e as distribuirá entre os juízes que compuserem o órgão competente para o
julgamento.
Parágrafo único. A escolha de relator recairá, sempre que possível, em juiz que não haja
participado do julgamento rescindendo”
Fase instrutória
Possível delegação de competências para o órgão que proferiu a decisão para realizar a instrução no
prazo de 1 a 3 meses
Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator poderá delegar a
competência ao órgão que proferiu a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 (um) a 3 (três) meses
para a devolução dos autos.
Alegações finais
“Art. 973. Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao réu para razões finais,
sucessivamente, pelo prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Em seguida, os autos serão conclusos ao relator, procedendo-se ao julgamento pelo
órgão competente”.
Ação anulatória
- Ação anulatória é bem diferente da ação rescisória, o procedimento dela é comum, rito
ordinário
- Ela serve para anular os atos de disposição de direitos praticados pelas partes ou por outros
participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios
praticados no curso da execução
- Atos de disposição de diretos são os atos sobre qual a parte pode abrir mão. Este atos podem
ser quando acontece um acordo,
- Ex: Um tenho direito a receber x por um dano causado no meu automóvel, mas vou abrir
mão deste valor se o réu me pagar X/2 - Vou abrir mão de receber x para receber metade
- Homologação é feita pelo juiz, ele verifica se os requisitos necessárias para a prática de tal
ato foram preenchidos
- Caso a parte foi coagida a realizar aquele acordo, neste caso cabe uma ação de anulação
- O prazo para entrar com uma ação anulatória
● Art. 206. Prescreve:
● § 1 o Em um ano:
● I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no
próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;
● II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o
prazo:
● a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é
citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou
da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;
● b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
● III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e
peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;
● IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a
formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da
assembléia que aprovar o laudo;
● a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes,
contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.
● § 2 o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data
em que se vencerem.
● § 3 o Em três anos:
● I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
● II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;
● III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias,
pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;
● IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
● V - a pretensão de reparação civil;
● VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo
o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;
● VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do
estatuto, contado o prazo:
● a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;
● b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço
referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou
assembléia geral que dela deva tomar conhecimento;
● c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;
● VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do
vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
● IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no
caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
● § 4 o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das
contas.
- O prazo para ação anulatória é o prazo previsto no direito material
Cabimento
“Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
(...)
§ 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do
processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da
execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei”.
Exemplo:
Sentença meramente homologatória. O vício deve estar na própria sentença. Por exemplo, é
anulável a sentença homologatória de transação celebrada sobre direito relativo a incapaz, sem que
tenha sido ouvido previamente o MP. Não cabe rescisória por ofensa à literal disposição de lei
(CPC 966 V), porque o juiz não proferiu juízo de mérito, aplicando erroneamente a lei,, mas apenas
limitou-se a homologar ato praticado com ofensa à lei. Nem se configura como ato viciado das
partes, porque não houve nenhum vício no negócio jurídico celebrado entre elas. O vício é formal,
da sentença.
(Nelson Nery Jr. e Rosa Maria de Andrade Nery. Comentários ao código de processo civil: novo
CPC. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. p. 1924)
Aula 06
3. Responsabilidade patrimonial
Direito de superfície e responsabilidade patrimonial
Art. 791. Se a execução tiver por objeto obrigação de que seja sujeito passivo o proprietário de
terreno submetido ao regime do direito de superfície, ou o superficiário, responderá pela dívida,
exclusivamente, o direito real do qual é titular o executado, recaindo a penhora ou outros atos de
constrição exclusivamente sobre o terreno, no primeiro caso, ou sobre a construção ou a
plantação, no segundo caso.
§ 2o Aplica-se, no que couber, o disposto neste artigo à enfiteuse, à concessão de uso especial
para fins de moradia e à concessão de direito real de uso.
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória,
desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de
constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de
reduzi-lo à insolvência;
(...)
Terceiro adquirente
§ 2o No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar
que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes,
obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem.
Terceiro adquirente
§ 4o Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que,
se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2o O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos do mesmo processo.
Art. 793. O exequente que estiver, por direito de retenção, na posse de coisa pertencente ao
devedor não poderá promover a execução sobre outros bens senão depois de excutida a coisa que se
achar em seu poder.
Fiador
Art. 794. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro sejam executados os
bens do devedor situados na mesma comarca, livres e desembargados, indicando-os
pormenorizadamente à penhora.
o
§ 1 Os bens do fiador ficarão sujeitos à execução se os do devedor, situados na mesma comarca
que os seus, forem insuficientes à satisfação do direito do credor.
o
§ 2 O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos do mesmo processo.
§ 3o O disposto no caput não se aplica se o fiador houver renunciado ao benefício de ordem.
Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, senão nos
casos previstos em lei.
§ 1o O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade, tem o direito de
exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade.
§ 2o Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1o nomear quantos bens da sociedade situados
na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o débito.
§ 3o O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos do mesmo processo.
Art. 796. O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, feita a partilha, cada herdeiro responde
por elas dentro das forças da herança e na proporção da parte que lhe coube. - responde até o valor
do patrimônio deixado pelo de cujus, mas isto não é tão fácil é preciso haver advogado constituído
para fazer valer a lei.
4. Requisitos da execução
A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa,
líquida e exigível (art. 783). -Ela precisa ter sempre essas três características
CERTEZA – o título deve representar uma obrigação perfeitamente identificada em seus elementos
- Precisa identificar com certeza quem é o credor, quem é o devedor e o objeto ( a dívida)
EXIGIBILIDADE – à obrigação representada deve ter sido inadimplida, ou seja, a exigibilidade
está diretamente relacionada com o inadimplemento da obrigação estampada no título.
LIQUIDEZ – o título deve representar uma obrigação suficientemente quantificada. ( Tem que
saber o valor exato da dívida )
Para DINAMARCO, título executivo "é um ato ou fato jurídico indicado em lei como portador do
efeito de tornar adequada a tutela executiva em relação ao preciso direito a que se refere"
("Instituições de Direito Processual Civil", IV, 1ª. Edição, SP: Malheiros Editores, 2004, p. 191).
5. Títulos executivos
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e
aquele garantido por caução;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribui força executiva. -
O rol não é taxativo, existindo outras leis que constituem títulos extrajudiciais
Propositura de qualquer ação relativa ao débito não inibe a execução - Não vai parar com o
processo de execução, o título goza de presunção de verdade
§ 1o A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o
credor de promover-lhe a execução.
Existência de título executivo extrajudicial não obsta de a parte optar pela via do processo de
conhecimento para obter título executivo judicial
Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo
de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial.
Exigibilidade da obrigação
Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e
exigível consubstanciada em título executivo.
Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo
não retira a liquidez da obrigação constante do título.
Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante a
contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de
extinção do processo. - Para desta maneira configurar a exigibilidade
Art. 788. O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o devedor cumprir a
obrigação, mas poderá recusar o recebimento da prestação se ela não corresponder ao direito ou à
obrigação estabelecidos no título executivo, caso em que poderá requerer a execução forçada,
ressalvado ao devedor o direito de embargá-la.
Títulos executivos judiciais
- Este rol é taxativo, não há outra lei que o estabeleça
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos
previstos neste Título:
Execução provisória
“É provisória, então, a execução fundada em provimento judicial ainda não transitado em julgado
mas já capaz de produzir efeitos, já que impugnado por recurso desprovido de efeito suspensivo”
(Alexandre Freitas Câmara, Lições de direito processual civil, 22ª edição, São Paulo, Atlas, 2013)
O que é provisória não é a execução ou o cumprimento de sentença, mas sim o título executivo que
os fundamenta.
CPC de 2015
“Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito
suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte
regime: (...)”
- Se a decisão for proferida e for impugnada por um recurso que não tem efeito suspensivo, o
credor pode começar a executar enquanto aguarda o efeito do recurso (EX: Recurso
Especial)
III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte,
somente nesta ficará sem efeito a execução;
“Aplicação subsidiária à sentença que reconheça obrigação de fazer, não fazer ou de dar
coisa.”
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que:
III – pender o agravo do art. 1.042; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto
risco de grave dano de difícil ou incerta reparação.
Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo
competente.
Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das
seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob
sua responsabilidade pessoal:
I - decisão exequenda;
Aula 11
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
Ocorre situações em que o título judicial, embora represente direito certo, não
apresenta liquidez no crédito.
Em outras palavras, há casos em que o título judicial apresenta todos os elementos
identificadores do direito (o an debeatur, ou seja, a existência da dívida, e o quid debeatur,
isto é, a qualidade do objeto da prestação), mas não revela o quantum debeatur (ou seja, a
quantidade devida).
“Liquidação de sentença”
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à
sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou
exigido pela natureza do objeto da liquidação;
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
(...)
o
§ 4 Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a
julgou.
- Temos um título certo, sabemos qual é a obrigação mas não é líquido, não sabemos
qual o valor que ele tem que pagar (não sabemos a extensão do dano, ex: cliente
sofre acidente no ônibus e corta a mão, não sabe ainda quantas cirurgias vai
precisar). O pedido é genérico, o pedido de liquidação de sentença é genérico, não
revela a quantidade devida.
-
“Liquidação por arbitramento”
Art. 509. (...)
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido
pela natureza do objeto da liquidação;
“A liquidação por arbitramento é utilizada toda vez que, para determinar o quantum
debeatur seja necessária a nomeação de um perito para se atribuir valor a uma coisa,
serviço ou a um prejuízo.
Aula 12 -
Competência
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral,
de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. - hipóteses em que a
demanda não tramitou no juízo civil . Ex: Sentença penal condenatória
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual
domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo
juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa
dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei,
depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523.
§ 1o Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão.
§ 2o A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e
a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de
decurso do prazo para pagamento voluntário.
§ 3o O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode
requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem
do título protestado.
§ 4o A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante
ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do
requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação.
AULA 09.10.201
Cumpre observar que o §7º do art. 916 do CPC dispõe que não cabe no cumprimento de sentença a
moratória, ou seja, a possibilidade de o executado, em execução de título extrajudicial, “no prazo
para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento
do valor em execução, acrescido de custas e honorários de advogado (...) requerer que lhe seja
permitido pagar o restante em até seis parcelas mensais, acrescido de correção monetária de juros de
1% ao mês” (art. 916, caput). Mas é curioso notar que a moratória é aplicável à ação monitória de
acordo com o § 5º do art. 701.
Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e
atualizado do crédito, devendo a petição conter:
I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1o a
3o;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados;
VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.
§ 1o Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da condenação, a
execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz
entender adequada.
§§2º ao 5º - possibilidade de correção e verificação dos dados da memória de cálculo, inclusive
utilizando contabilista, se necessário.