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COISA JULGADA
SALVADOR
2018
DAVID BITENCOURT MOURA DE ARAUJO
COISA JULGADA
SALVADOR
2018
RESUMO
Com isso, avançamos para duas distinções, onde se tem se a Coisa Julgada
Formal, quando essa impossibilidade de recurso e de alteração do resultado é
proferida, em qualquer tipo de ação que esteja sendo movida, é a determinação
do final processo. Já a Coisa Julgada Material, é vista como o além das decisões
tomadas com a Coisa Julgada Formal, é como se gerasse efeitos
extraprocessuais, é consequência do que já foi decidido. Logo, existe a
dependência da Coisa Julgada Formal para que a Coisa Julgada Material seja
aplicada e tenha finalidade no processo.
Pode se considerar uma nova situação em que a inicial não teria influência
no resultado posterior, mas de fato existiria o vínculo, por ser uma consequência
e ter a volta da situação anterior estabelecida. No terceiro e último entendimento
apresentado, com base no direito alemão, parte dessa doutrina afirma existir os
efeitos da Coisa Julgada Material, como na doutrina majoritária, mas entende-se
também nesse caso sobre uma possível mudança a partir da mudança na
aplicação da norma no caso concreto, também a partir de fatos posteriores a
decisão. Pode-se notar maior as semelhanças entre os doutrinadores nos três
casos apresentados, quando é observado fatos de comum acordo, como a livre
disposição do direito material, quando direitos disponíveis, através da parte do
processo. Também é comum o entendimento de elemento declaratório presente
na decisão, a geração dos fatos extraprocessuais e a possibilidade de alteração
salvo em decorrência de eventos futuros a decisão de mérito (NEVES, 2016).
Para ele é algo restrito a decisão judicial, não abordado nesse ponto pelos
autores citados anteriormente. Ele apresenta um viés de aptidão ao legislador
em aplicar a coisa julgada numa questão política do Estado em um movimento
posterior a decisão tomada pelo magistrado.
“Não importa de que modo se posicione o juiz. Se o ato tem como fim
encerrar o debate acerca da pretensão que constitui o objeto da causa,
tem se sentença. No entanto, há consequências, inclusive no bojo do
próprio Código, decorrentes da diversidade de natureza jurídica
registrada entre a sentença definitiva e a terminativa. Assim é que, ao
cuidar da coisa julgada, dispõe que diante da sentença de mérito ficam
as partes inibidas de repropor a demanda (art. 502),105 enquanto tal não
se passa com a sentença terminativa (art. 486). ” (THEODORO JÚNIOR,
2017, p. 641).
Também pode ser notado a questão da repetição desses fatores levar a ser
considerado uma afronta a economia processual e um risco a “harmonização
dos julgados”, como aponta Neves. Sendo esse impedimento de um novo
julgamento então, o efeito negativo da coisa julgada, obedecendo o caso de
mesma causa. Assim, entende também a doutrina e jurisprudência, a partir da
teoria da tríplice identidade, o juiz deve extinguir o processo sem a decisão de
mérito. Na existência desse fato, uma vez que o juiz pode não ter o conhecimento
prévio de processo já transitado em julgado, cabe ao réu da nova ação
apresentar o acontecimento passado e contestar com o pedido pela extinção do
processo sem julgamento de mérito.
Por fim, também temos a função positiva da coisa julgada. Sendo a função
negativa uma proteção contrária a má-fé ou ao desconhecimento por parte de
uma mesma demanda já resolvida, a função positiva consiste numa demanda
diferente, mas tendo a obrigação do vínculo com a coisa julgada material anterior
por possuir relação direta com o fato antecedente. É o caso por exemplo, de uma
ação por paternidade, que foi deferido e posteriormente se ajuíza uma nova ação
com pedido de alimentos. A coisa julgada material anterior fará parte nesse novo
processo de forma positiva, trazendo a obrigação de uma conexão dos fatos
anteriores aos novos fatos dessa demanda distinta (NEVES, 2016).
Uma ação terá total importância para que se decida também o novo pedido,
como no exemplo citado. Assim como a função positiva também protege a
imutabilidade da coisa julgada, nessa nova demanda, não permitindo que se
discuta os fatos anteriores novamente no novo processo, já que não é esse o
objetivo.
REFERÊNCIAS