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Faculdade de Educação Santa Terezinha - FEST

Disciplina: Direito Civil I


Docente: José Jagno Rodrigues Nepomuceno
Discente: Rogerio Oliveira de Aquino
Turma: 2º Período de Direito

RESUMO DO ARTIGO: CRITÉRIO CIENTÍFICO PARA DISTINGUIR A PRESCRIÇÃO


DA DECADÊNCIA E PARA IDENTIFICAR AS AÇÕES IMPRESCRITÍVEIS.

Imperatriz-MA

2022
Os direitos subjetivos são divididos em duas grandes categorias: A primeira
compreende aqueles direitos cuja finalidade é um bem de vida a ser alcançado por meio de
uma atuação, positiva ou negativa, de outro. A segunda categoria principal é a dos chamados
"direitos potenciais", e compreende aqueles poderes que a lei confere a certas pessoas
influência.

Exercemos duas classes de direitos executáveis; não objetivam a satisfação de uma


pretensão, se entender como tal 'o poder de exigir de outrem um benefício', uma vez que os
direitos potestativos são, por definição, 'direitos sem pretensão'; (no máximo há, nas ações
constitutivas, pretensão de natureza especial, ou seja, demanda dirigida contra o Estado, ou
pretensão de tutela jurisdicional, ou 'pretensão de prestação jurisdicional' - PONTES DE
MIRANDA) e, por fim: as sentenças proferidas nas ações constitutivas (positivas ou
negativas) não são suscetíveis, nem precisam ser executadas. uma vez que já não pressupõe a
capacidade geral de produzir efeitos jurídicos.

No entanto, diferente é a situação quando A ou B tem o poder de realizar a


modificação em virtude apenas de sua vontade. Por exemplo: a divisão judicial, quando os
demais inquilinos não concordam com a divisão amigável. A questão da distinção entre
prescrição e decadência, tão antigas quanto os dois antigos institutos de profundas raízes
romanas, continua a desafiar a perspicácia dos juristas.

É inegável, porém, que as investigações doutrinárias já conseguiram chegar a uma


conclusão: que os dois institutos são diferentes. Desta forma, resta apenas encontrar um
critério seguro, com base científica, para fundamentar tal distinção. É necessário, portanto,
intensificar a busca por outro critério. É isso que nos propomos a demonstrar com o presente
trabalho.

A categoria de direitos potestativos é conceituada por vários outros autores em


termos mais ou menos equivalentes aos de CHIOVENDA e VON TUHR. O problema seria
então reduzido a uma simples questão terminológica. O critério apontado por PONTES DE
MIRANDA apresenta-se com uma manifesta questão de princípio. O prazo estabelecido para
a ação deve ser tomado como prefixo ao exercício do direito. O objetivo da ação declaratória
é obter uma 'segurança jurídica', e apenas ela.

O critério em análise não fornece elementos para identificar, direta ou indiretamente


(ou seja, por exclusão), as chamadas ações imprescritíveis. Muitos outros exemplos ainda
poderiam ser citados. A ação aqui não tem mais caráter. Corolário da natureza especial dessas
ações constitutivas necessárias é a impossibilidade de aplicar-lhes o princípio da confissão
fictícia. Tais faculdades são inúmeras e ilimitadas, mas sempre baseadas em certos
pressupostos predeterminados.

Tais atos, no entanto, são faculdades que não podem sequer ser classificadas como
legais, muito menos qualificadas como direitos. Tal poder é, portanto, uma mera faculdade, e
não um direito. De acordo com essa diretriz, a CHIOVENDA classificou as ações em três
grupos principais: condenatórias, constitutivas e declaratórias. Desde que o direito seja
exercido normalmente, ou não sofra qualquer obstáculo, por parte de outrem, não há ação que
possa ser exercida.

A pretensão, como sabemos, é um conceito relativamente antigo, concebido no


século passado como resultado de parte necessária do princípio da autonomia do direito de
ação, mas que quando a lei coloca esses dois caminhos à disposição do interessado,
estabelece a seu favor um poder de opção. Conceituar as ações declaratórias e,
simultaneamente, distingui-las das condenatórias e constitutivas, diz CHIOVENDA.

A hora de início do curso de prescrição é determinada pelo nascimento da ação -


actioni nondum natae non prescript. A palavra 'ação' é usada no sentido de 'pretensão', ou
seja, no mesmo sentido em que é usada para 'ação real' e 'ação pessoal'. classificação de
CHIOVENDA. Os 'direitos a um benefício' são os únicos protegidos por ações condenatórias.
A noção de obtenção de 'segurança jurídica' está sempre vinculada ao conceito de ação
declaratória.

O conceito de pretensão (Anspruch) é extremamente útil na prática. Duas condições


exigem a ação, para ser considerada nascida (nata) segundo a expressão romana: a) um
direito atual atribuído ao seu titular; b) uma violação desse direito, que se destina a remover.
Em suma: violado o direito, nasce a reclamação (ação material) contra o sujeito passivo;
quando o sujeito passivo se recusa a cumprir a pretensão, nasce a ação. A decadência é a
extinção do direito, enquanto a prescrição é a cessação da eficácia da ação (significado: da
pretensão).

Isso, no entanto, não é suficiente para distinguir os dois institutos, é o problema


permanece. Tanto na decadência quanto na prescrição a ação (judicial) não é afetada
diretamente, mas indiretamente. É fácil entender o motivo da escolha da pretensão como
prazo inicial da prescrição. Tratando-se de ação constitutiva, o prazo é de caducidade do
direito exercido por ela. A decadência opera ipso jure: produz um efeito extintor imediato a
partir da consumação do termo.

Desta forma, ficam fixados os prazos acima mencionados para o exercício desse
direito adquirido. A ação romana é o poder de exigir de outrem, extrajudicialmente, uma
prestação. O exemplo citado acima serve para ilustrar a afirmação da dívida exigível. Outro
termo que merece destaque é o de prescrição da ação, ou de decadência do direito a que
corresponde. A segurança jurídica é a função mais autônoma e suprema do processo. As
sentenças declaratórias não impõem benefícios, nem sujeições, nem alteram o mundo
jurídico.

Frases dessa natureza proclamam a 'certeza' em relação ao que já existe, ou não


existe. As ações declaratórias não são nem mesmo um meio para reivindicar uma provisão,
nem são um meio para exercer quaisquer direitos (criação, modificação ou extinção de um
status legal). Quando se propõe uma ação declaratória, o que se pretende, exclusivamente, é a
obtenção de 'segurança jurídica', ou seja, a proclamação judicial da existência de determinada
relação jurídica, 'aparentemente declaratórias' (ou seja, ações estatais), podemos dizer que
elas, por mais constitutivas que sejam, seguem o destino destas últimas com referência aos
dois institutos objeto do presente estudo: estão vinculadas à decadência.

Por fim, deve-se ressaltar que o fato de produzirem, quase sempre, efeitos ex tunc,
não impede que as ações estatais, e suas sentenças, sejam qualificadas como constitutivas, a
da decadência, a de libertá-lo da possibilidade de sofrer uma sujeição. Um legislador que
desejasse fazer uma escolha se depararia com um obstáculo intransponível: como as ações
declaratórias não se destinam à restauração, nem ao exercício de direitos, elas não podem ser
vinculadas nem à prescrição nem à decadência. usar essa expressão com o objetivo de
designar aquelas ações que não estão sujeitas, direta ou indiretamente, a qualquer termo
(prescrição ou decadência), ações' por outra que reconcilia a realidade com a lógica.

Para tanto, não vemos nada melhor do que a expressão 'ações perpétuas', que
submetemos, neste momento, à apreciação acadêmica. O propósito de fixar um prazo para o
seu exercício? E quais seriam as consequências do prazo sem a propositura da ação? Além
disso, se alguém quisesse estabelecer um prazo extintivo para as ações declaratórias, de que
natureza seria esse prazo? 'Imprescritível' significa 'não prescrever' ou 'não sujeitar a
prescrição' 'Ações imprescritíveis' não corresponde exatamente ao sentido em qual é usado.
'As exceções são, em princípio, imprescritíveis' é um conceito negativo, definido
pela exclusão. A demanda deve buscar não o esclarecimento de relações jurídicas
controversas concretas, mas a declaração de relações ainda incontestáveis. O legislador não
estabeleceria, em consequência da extinção da 'segurança jurídica', apenas a impossibilidade
de proclamá-la. Não se encontra nos autores o estabelecimento de uma doutrina, com
princípios legitimamente estabelecidos.

Estes existem, e produzem efeitos, independentemente da proclamação da 'segurança


jurídica', como já vimos. São inclusive muito frequentes em ações e sentenças constitutivas.
E se admitir que existem algumas ações imprescritíveis, já está aberto a uma brecha no
sistema.

REFERÊNCIAS

AMORIM. A.F. Critério científico para distinguir a prescrição da decadência e para


identificar as ações imprescritíveis. Revista de Direito Processual Civil. São Paulo, v. 3º, p.
95-132, jan./jun. 1961.

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