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PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURIDICA: O princípio da segurança jurídica

busca estabilizar a justiça, vedando a aplicação retroativa de nova


interpretação. Embora o princípio seja mais lembrado por possibilitar que
mudanças na interpretação sejam prospectivas (ou seja, para o futuro), há
também situações apreciadas posteriormente, em que invalidar um ato
poderia ter efeitos indesejados. Um exemplo disso é a figura do agente
público de fato: um servidor nomeado que, por uma situação anterior à sua
nomeação se descubra nulo, mas muitos anos depois.

Seria adequado anular a nomeação? Não, pois essa situação se consolidou


conforme os anos se passaram. Tal anulação, além da nomeação, colocaria
em risco de anulação todos os atos realizados por ele.

De outra forma, a segurança jurídica também comporta mais dois


institutos, a saber: o da decadência e da prescrição – que representam
perdas às pessoas que quedaram inertes no exercício de seus direitos –
estabilizando, depois de um período, as relações jurídicas.

PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO A CONFIANÇA: O princípio da proteção à confiança


não possui previsão expressa no ordenamento jurídico brasileiro. Para a doutrina
majoritária, trata-se de princípio que corresponde ao aspecto subjetivo da segurança
jurídica. A atividade administrativa deve ser pautada na estabilidade e previsibilidade,
prestigiando-se a confiança depositada pelo administrado de boa-fé e que o levou a
usufruir dos direitos concedidos pelo respectivo ato. Assim, não deve ser
surpreendido e prejudicado futuramente por eventual decisão administrativa de
extinção de seus efeitos sob a alegação de equivocada ou má interpretação da
legislação vigente.

- PRINCÍPIO DA CONFIANÇA: leva em conta a boa-fé do cidadão que acredita e espera que
os atos praticados pelo Poder Público sejam lícitos e, nessa qualidade, serão mantidos e
respeitados pela própria Administração e por terceiros". 

A partir disso O princípio da proteção à confiança protege a boa-fé do administrado;


por outras palavras, a confiança que se protege é aquela que o particular deposita na
administração pública. O particular confia em que a conduta da administração esteja
correta, de acordo com a lei e com o direito

- QUESTÃO DE CONCURSO: O princípio da confiança é um dos princípios que norteiam


o Direito Administrativo, e ele está diretamente relacionado à segurança jurídica. Ele
estabelece que o cidadão tem o direito de confiar na atuação da Administração Pública
e de que os seus atos são legítimos e válidos.

Assim, se um administrado tem uma legítima expectativa de que um ato


administrativo é válido e, posteriormente, é verificado que esse ato é
antijurídico, pode haver a manutenção do ato em razão do princípio da
confiança. Isso ocorre porque a Administração Pública tem o dever de proteger a
confiança legítima dos administrados, mesmo que isso implique na manutenção de
um ato antijurídico.

No entanto, essa proteção da confiança legítima não é absoluta, e em alguns casos a


Administração pode revogar ou anular o ato mesmo que isso cause prejuízo aos
administrados que confiaram no ato. Nesses casos, é necessário realizar um
balanceamento entre os princípios da segurança jurídica e da legalidade.

PRINCIPIIO DA PRESUNÇÃO A LEGITIMIDADE / LEGALIDADE / VERACIDADE: significa


que, em princípio, todo ato administrativo é válido e assim deve permanecer, salvo se
demonstrada sua inconformidade com o sistema jurídico. Em caso de controvérsia, o ônus da
prova da ilicitude incumbe a quem postula o desfazimento do ato. Vale dizer, portanto, que
essa presunção de validade é relativa (juris tantum).

PRINCÍPIO DA AUTOEXECUTORIEDADE: os atos administrativos podem ser executados


pela própria Administração Pública diretamente, independentemente de autorização dos
outros poderes. De acordo com a doutrina majoritária, o atributo da autoexecutoriedade não
está presente em todos os atos administrativos, mas somente:  Quando a lei estabelecer. Ex.
Contratos administrativos (retenção da caução quando houver prejuízo na prestação do serviço
pelo particular).  Em casos de urgência. Ex. Demolição de um prédio que coloca em risco a
vida das pessoas.

PRINCIPIO DA REALIDADE: O princípio da realidade aduz que a norma jurídica não pode ser
interpretada fora do mundo fático, fora de um contexto, pelo contrário, deve ser considerada
dentro de uma realidade fática, social, econômica e política. Evitando, dessa forma, o
locupletamento, ou seja, o enriquecimento indébito ou injustificado à custa alheia.

PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO: O princípio da precaução, de aplicação corrente no Direito


Ambiental, remete-nos à ideia de que, na visualização futura, ainda que remota, de eventuais
danos, devem ser adotadas medidas acautelatórias e protetivas do interesse público. Para
Carvalho Filho, se determinada ação acarreta risco para a coletividade, deve a Administração
adotar postura de precaução para evitar que eventuais danos acabem por concretizar-se.
Semelhante cautela é de todo conveniente na medida em que se sabe que alguns tipos de
danos, por sua gravidade e extensão, são irreversíveis ou, no mínimo, de dificílima reparação.

O princípio da prevenção visa a prevenir danos quando as consequências da


realização de determinado ato são conhecidas. O nexo causal já foi comprovado, ou
decorre de lógica.

Já o princípio da precaução é utilizado quando não se conhece, ao certo, quais as


consequências do ato determinado. Ou seja, ele é imperativo quando a falta de
certeza científica absoluta persiste. Esta falta de certeza não pode ser escusa para a
não adoção de medidas eficazes a fim de impedir a degradação.

Ambos derivam do princípio da eficiência administrativa!

PRINCIPIO DA AMPLA DEFESA: O Princípio da ampla defesa encontra-se positivado


no art. 5º, LV da constituição federal e se trata de uma garantia tanto para o acusado
quanto para defesa. Trata-se do direito de o cidadão acusado introduzir no processo,
diretamente ou mediante atuação do seu procurador, todos os argumentos ou teses
definitivas bem como os meios de prova admissíveis e uteis a defesa.

Há duas formas através das quais a garantia da ampla defesa pode se expressar no
processo penal:

- AUTODEFESA (RENUNCIÁVEL): É aquela realizada diretamente pelo acusado e que


consiste na possibilidade de o réu praticar alguns atos defensivos em seu favor:

. Presença das formações da prova (audiência e atos processuais).

. Apelação (possibilidade de interposição de alguns recursos).

. Direito de silencio

A autodefesa é uma garantia disponível, ou seja, seu exercício deve ser garantido pelo
poder judiciário, porém o acuado não é obrigado a concretizar a autodefesa, o
exercício da auto defesa é uma faculdade do acusado.

- DEFESA TECNICA (IRRENUNCIÁVEL): É aquela desempenhada nos autos do processo


por um procurador devidamente habilitado, que pode ser um defensor público ou um
advogado.

No processo penal a defesa técnica é uma garanta indisponível, ou seja, nenhum


processo penal deverá tramitar sem a presença de um defensor, conforme disposto
nos artigos 261 e 263 do Código de Processo Penal.

A ausência formal ou material (ausência material é quando deixa de se manifestar) de


defesa técnica configura hipótese de cerceamento de defesa o que gera nulidade
absoluta do processo conforme a sumula 523 do supremo tribunal federal.

DIFERENÇA DE PLENITUDE DE DEFESA E AMPLA DEFESA:

A plenitude de defesa é aquela atribuída ao acusado de crime doloso contra a vida,


no Plenário do Júri e, vale dizer, é bem mais “ampla”. Na plenitude de defesa, a defesa
técnica e a autodefesa possuem total liberdade de argumentos, não se limitando aos
jurídicos. Daí porque no Tribunal do Júri são invocados argumentos que saem da
esfera jurídica, em razão da plenitude de defesa e isso se justifica pelo juiz natural do
Tribunal do Júri, que são cidadãos leigos.

É exercida no Tribunal do Júri, onde poderão ser usados todos os meios


de defesa possíveis para convencer os jurados, inclusive argumentos não
jurídicos, tais como: sociológicos, políticos, religiosos, morais etc.

A ampla defesa garantida a todos os litigantes em processo judicial ou administrativo


(para acusados de modo geral). Somente argumentos jurídicos.

PRINCÍPIO DO CONTRADITORIO: Todas as provas produzidas por uma das partes


podem ser contraditadas (contraprova) pela outra parte.
PRINCÍPIO DA INÉRCIA: Veda-se o início da ação penal de ofício pelo juiz, cabendo ao
titular da ação o seu oferecimento. 

-PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL: Busca assegurar um processo que


respeite todas as etapas previstas em lei e que observe de todas as garantias
constitucionais. Ex: provas ilícitas

-PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA: O acusado deve ser presumido inocente


até a sentença condenatória transitar em julgado. 

-PRINCÍPIO DA PARIDADE DAS ARMAS: As partes devem ter as mesmas


oportunidades em juízo e igualdade de tratamento. 

-PRINCÍPIO DO “IN DUBIO PRO REO”: Havendo dúvida quando à inocência do réu,


este não deverá ser considerado culpado. 

-PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO: Como regra, garante-se à parte a


possibilidade de reexame da causa por instância superior. 

-PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL: O julgador deve atuar nos feitos que foram
previamente estabelecidos pelo ordenamento jurídico.i   Veda-se o Tribunal de
Exceção. 

-PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: Como regra, os atos processuais devem ser públicos,


permitindo-se o amplo acesso à população, contudo, essa publicidade poderá sofrer
restrição quando a defesa da intimidade ou o interesse social exigirem. 

-PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO: O Estado deverá prestar sua


incumbência jurisdicional no menor prazo possível, respeitando, porém, os demais
princípios, como a busca pela verdade real. 

-PRINCÍPIO DA BUSCA PELA VERDADE REAL OU MATERIAL: Diferentemente do que


ocorre no processo civil - no qual se busca a verdade formal, a verdade dos autos – no
processo penal, busca-se a verdade material dos fatos, do mundo real, uma vez que
trata de direitos indisponíveis, como a liberdade. 

-PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO À AUTOINCRIMINAÇÃO: O acusado não é obrigado a


participar de atividades probatórias que lhe sejam prejudiciais. 

PRINCÍPIO DA COMUNHÃO DA PROVA (OU DA AQUISIÇÃO DA PROVA): A prova é


produzida por uma das partes ou determinada pelo Juiz, mas uma vez integrada aos
autos, deixa de pertencer àquele que a produziu, passando a ser parte integrante do
processo, podendo ser utilizada em benefício de qualquer das partes.

PRINCÍPIO DA FINALIDADE / IMPESSOALIDADE: em sentido amplo, o princípio da


finalidade é sinônimo de interesse público, uma vez que todo e qualquer ato da
administração deve ser praticado visando à satisfação do interesse público. Por outro
lado, em sentido estrito, o ato administrativo deve satisfazer a finalidade específica
prevista em lei. Juntamente com o princípio da isonomia, advém do princípio da
impessoalidade. Alguns doutrinadores o colocam como sendo a mesma coisa do
princípio da impessoalidade.

PRINCÍPIO DA HIERARQUIA: Os órgãos da Administração Pública devem ser


estruturados de forma tal que haja uma relação de coordenação e subordinação entre
eles, cada um titular de atribuições definidas na lei.

Como consequência desse princípio, surge a possibilidade de revisão de atos dos


subordinados, delegação e avocação de atribuições, aplicação de penalidades; do
ponto de vista do subordinado, há o dever de obediência.

Essa relação hierárquica só existe nas atividades administrativas, não nas legislativas
nem judiciais;

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