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Prescrição, decadência e prova

Prescrição: trata-se da perda da pretensão de um direito subjetivo, ou seja, perda do direito de

ação. Assim, o que se extingue é a pretensão e não o direito em si. Decadência: trata-se da

perda de um direito material (direito potestativo), ou seja, perde-se o próprio direito.

A prescrição extingue o direito à pretensão, isto é, o poder de exigir algo de alguém por meio

de um processo jurídico, caso esse direito não tenha sido utilizado em determinado espaço de

tempo. A prescrição pode ser alegada a qualquer momento pelas partes, pode ser

interrompida, nos casos descritos no art. 202 do CC, podendo ocorrer somente uma vez. Suas

exceções é que não ocorre para todos. Segundo o art. 197, não ocorre a prescrição entre

cônjuges, entre ascendentes e descendentes e entre tutelados e seus tutores

Na decadência, que também é chamada de caducidade, o que se perde é o próprio direito

material, por falta do uso desse direito.Nele, existe um direito, e seu pedido deve ser

formalizado na justiça dentro de determinado prazo. Caso a formalização não seja feita, o

direito deixa de existir.Na decadência, a ação deve ser reconhecida de ofício pelo juiz.Está

espalhado por todo o Diploma Civil.Não admite a renúncia da decadência legal (estabelecida

na lei), mas admite a decadência convencional (convencionada entre as partes).Não pode ser

suspenso ou interrompido.Não há exceções, ela ocorre para todos.

No caso da prescrição nós temos como exemplo, um consumidor que tem seu nome inserido

indevidamente nos cadastros restritivos de crédito, o termo inicial para a contagem do prazo

prescricional se dá quando o mesmo toma conhecimento do registro desabonador e não da

inscrição indevida.

Outro exemplo da prescrição é: uma empresa mandou seu colaborador embora, sem pagar

pelos seus direitos. O colaborador então decide não colocar a empresa na justiça para não se

incomodar. Porém, 13 anos depois, ele resolve entrar com ação pedindo o que lhe é devido.
Nesse caso, o juiz irá negar o pedido, pois o prazo para entrar com ação já havia prescrito.

Porém, se a empresa resolver pagar a dívida, e depois se arrepender, não poderá exigir o

dinheiro de volta, visto que o direito material do funcionário ainda era válido.

Concluímos que a decadência extingue o direito e indiretamente a ação; a prescrição extingue

a ação e por via oblíqua o direito; o prazo decadencial é estabelecido por lei ou vontade

unilateral ou bilateral; o prazo prescricional somente por lei; a prescrição supõe uma ação

cuja origem seria diversa da do direito; a decadência requer uma ação cuja origem é idêntica

à do direito; a decadência corre contra todos; a prescrição não corre contra aqueles que

estiverem sob a égide das causas de interrupção ou suspensão previstas em lei; a decadência

decorrente de prazo legal pode ser julgada, de ofício, pelo juiz, independentemente de

argüição do interessado; a prescrição das ações patrimoniais não pode ser, ex ofício,

decretada pelo magistrado; a decadência resultante de prazo legal não pode ser enunciada; a

prescrição, após sua consumação, pode sê-lo pelo prescribente; só as ações condenatórias

sofrem os efeitos da prescrição; a decadência só atinge direitos sem prestação que tendem à

modificação do estado jurídico existente.

Prova

A prova, em sua acepção de base, indica algo que possa servir ao convencimento de outrem. Objeto da

prova é o fato que se pretende provar, constante na alegação da parte, ao passo que o conteúdo corresponde

ao que se conseguiu provar, ou seja, ao fato demonstrado no suporte físico documental. Para que se tenha

algo por provado, há de estabelecer-se relação implicacional entre o conteúdo da prova e seu objeto,

consistente no fato alegado. Tudo isso, por certo, com o ânimo de convencer o destinatário, na qualidade

de julgador, para que se constitua o fato jurídico em sentido estrito, desencadeando o correspondente liame

obrigacional. No direito, a figura da prova assume especial importância tendo em vista que, para que o

processo de positivação se realize, necessário se faz enquadramento do fato à previsão normativa abstrata

(subsunção), possibilitando a implicação entre antecedente e consequente, operações lógicas que

caracterizam o fenômeno da incidência normativa. Desse modo, a linguagem das provas, prescrita pelo

direito, não apenas diz que um evento ocorreu, mas atua na própria constituição do fato jurídico.A

atividade probatória das partes tende à demonstração da veracidade dos fatos por elas alegados, mediante
convencimento do julgador. Apresenta a prova, portanto, função persuasiva, dirigindo-se a formar a

convicção do destinatário. Sua finalidade, porém, é a constituição ou desconstituição do fato jurídico em

sentido estrito, motivo pelo qual, para provar algo, não basta simplesmente juntar um documento qualquer,

sendo preciso estabelecer relação de implicação entre esse documento e o fato que se pretende provar. O

direito à produção probatória decorre da liberdade que tem a parte de argumentar e demonstrar a

veracidade de suas alegações, objetivando convencer o julgador. Visto por outro ângulo, o direito à prova

implica a existência de ônus, segundo o qual determinado sujeito do processo tem a incumbência de

comprovar os fatos por ele alegados, sob pena de, não o fazendo, ver frustrada a pretendida aplicação do

direito material.

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