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Direito Civil II
Alunos:
Turma: MF-02
Seminário V (18/10/2021)
Negócios jurídicos convencionais são aqueles que possuem os elementos presentes no art.
104 do Código Civil: agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma
prescrita ou não defesa em lei. Já os negócios jurídicos modais, além de apresentarem os elencados
elementos estruturais e essenciais de um negócio comum, que constituem requisitos de existência
e validade do negócio jurídico, possuem um ou mais dos chamados elementos acidentais. De
acordo com o professor Carlos Roberto Gonçalves, tais elementos são introduzidos
facultativamente pela vontade das partes, e não são necessários à sua existência. No entanto, “uma
vez convencionados, têm o mesmo valor dos elementos estruturais e essenciais, pois passam a
integrá-lo de forma indissociável”1, nas palavras do professor.
02) Quais as modalidades do negócio jurídico? Por que tais elementos são considerados acidentais?
O termo trata-se de um elemento acidental do ato ou negócio jurídico, que subordina sua
eficácia à ocorrência de evento futuro e certo, de modo que o acontecimento que o termo fixa deve
certamente ocorrer. Tendo isso em vista, este elemento é o que vincula aos efeitos do ato ou negócio
data pra começar, termo inicial, e data para se extinguir, termo final.
O termo inicial onde o prazo processual se inicia é denominado de dies a quo, enquanto o
termo final, onde o prazo termina, é denominado dies ad quem. O primeiro é suspensivo pois a
partir da data estabelecida, fixa-se o momento em que a eficácia do negócio deve iniciar,
postergando o exercício do direito. Já o segundo é resolutivo, pois determina a data em que se
encerra os efeitos do ato negocial, extinguindo as obrigações que haviam sido estabelecidas.
1
Gonçalves, Carlos R. Esquematizado - Direito civil 1: parte geral - obrigações - contratos. (10th
edição). Editora Saraiva, 2019.
c) defina prazo e apresente sua distinção em relação ao termo.
Embora os conceitos de termo e prazo se cruzem no âmbito jurídico, estes não se tratam de
sinônimos, e sim de formas distintas de modalizar um negócio jurídico, e por essa razão não se
confundem. O termo é o elemento que se conecta aos efeitos do negócio jurídico, determinando a
data em que se iniciam os efeitos do negócio, termo inicial, e data em que terminam os efeitos do
negócio, termo final. Deste modo, o prazo é o intervalo entre o dia que começa, e o dia em que
termina, ou seja, o tempo que medeia o termo inicial e o termo final.
De acordo com o professor Carlos Roberto Gonçalves, "a condição é o evento futuro e
incerto de que depende a eficácia do negócio jurídico. Da sua ocorrência depende o nascimento ou
a extinção de um direito”.2 Assim sendo, Gonçalves pontua que na perspectiva formal, a condição
apresenta‐se inserida nas disposições escritas do negócio jurídico, uma vez que, em muitos casos,
se define como a cláusula que subordina o efeito do ato jurídico a evento futuro e incerto. Nesse
sentido, o art. 121 do Código Civil dispõe: “Considera-se condição a cláusula que, derivando
exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e
incerto.”
2
Gonçalves, Carlos R. Esquematizado - Direito civil 1: parte geral - obrigações - contratos. (10th
edição). Editora Saraiva, 2019.
Por sua vez, a condição resolutiva, como consta em seu próprio nome, resolve o negócio
jurídico no momento em que produz seus efeitos, uma vez que acarreta na extinção do contrato
quando verificado determinado fato. Nesse sentido, o art. 127 do Código afirma que “se for
resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-
se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.”
Outra diferença a ser pontuada é que, na condição suspensiva o evento do qual depende a
eficácia do negócio é incerto, enquanto no termo o tempo é futuro e certo o acontecimento que o
termo firma irá acontecer, sendo a única incerteza do termo quando este virá a ocorrer. Por
exemplo, tem-se que quando um indivíduo falecer, o negócio jurídico será resolvido; é certo que
ele morrerá, mas não se sabe quando.
A condição pode ser definida, segundo o Código Civil brasileiro, como “a cláusula que,
derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento
futuro e incerto”4. Entretanto, vale se ressaltar que existem casos em que a condição é considerada
ilícita pelo ordenamento jurídico, rezam os artigos 122 e 123 do CC:
“Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública
ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo
efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
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JÚNIOR, Humberto Theodoro. Ensaio sobre Decadência, Prazo, Termo Final e Extinção de Eficácia do Negócio
Jurídico. GENJURÍDICO, 11 de Dezembro de 2011. Disponível em <http://genjuridico.com.br/2014/12/11/ensaio-
sobre-decadencia-prazo-termo-final-e-extincao-de-eficacia-do-negocio-juridico/>. Acesso em: 01 de Novembro de
2021.
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BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil.
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BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil.
Deste modo, os artigos supracitados expõem as hipóteses em que a condição é vedada pelo
ordenamento jurídico, sujeitando os negócios firmados à nulidade em caso de condição ilícita
estabelecida.
f) O que são condições puramente potestativas? Responda com base nos Acórdãos proferidos pelo
STJ nos seguintes julgamentos (i) REsp 1284179-RJ, 3ª Turma, rel. Min. Nancy Andrighi, j.
04/10/2011, DJe 17/10/2011; e (ii) REsp 970143-SC, 4ª Turma, rel. Min. Maria Isabel Gallotti, j.
15/02/2011, DJe 22/02/2011.
“Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública
ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo
efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes”6
Assim, como a condição potestativa sujeita o puro arbítrio a uma das partes, essa condição
é considerada ilícita.
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BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil.
decorrência da condição estabelecida, ter sido puramente potestativa, a disposição que regulava o
vencimento da dívida era inexistente, portanto a cobrança da dívida passível de ser exigida à vista.
Já no caso julgado pela ministra Maria Isabel Gallotti, a condição puramente potestativa
não foi caracterizada, uma vez que o acordo de separação consensual do caso, não estabelecia uma
decisão unilateral, assim não configurando a condição ilícita.
05) Conceitue encargo em poucas palavras. Dê um exemplo de negócio jurídico cuja eficácia esteja
subordinada ao cumprimento de um encargo.
a) Tício cede em comodato sua casa de Maresias ao amigo Caio, que nela poderá ingressar dia 26
de dezembro de 2.021 e deverá desocupá-la até 15 de janeiro de 2.022. TERMO
b) Tício vende em outubro sua casa de Maresias ao amigo Caio, que nela poderá ingressar a partir
do primeiro dia chuvoso do mês de dezembro de 2.021. CONDIÇÃO SUSPENSIVA
c) Tício cede em comodato sua casa de Maresias ao amigo Caio, que nela poderá ingressar
imediatamente e deverá desocupá-la no primeiro dia de chuva do mês de janeiro de 2.022.
CONDIÇÃO RESOLUTIVA
d) Tício cede em comodato sua casa de Maresias ao amigo Caio durante o mês de janeiro de 2.022,
com a ressalva de que o comodatário deve realizar a limpeza da piscina e aparar a grama do jardim
ao sair. ENCARGO
e) Tício doa sua casa de Maresias ao filho mais velho Caio, que deve utilizar o aluguel para pagar
a mensalidade da faculdade de sua irmã mais nova até que ela conclua a graduação. ENCARGO
07) Jonas não poderá comparecer à Assembleia Extraordinária designada para o dia 25 de
outubro de 2.021, a ser realizada no salão de festas do condomínio, edifício onde é domiciliado. A
convenção condominial estabelece que os condôminos podem ser representados por terceiros,
munidos de procuração com firma reconhecida. Jonas não outorga procuração a seu filho Bruno,
mas incumbe o filho de descer ao salão de festas na data da assembleia e pedir a palavra para dizer
aos presentes que seu pai não concorda com o orçamento de R$ 1 milhão de reais para a realização
de obra na fachada do prédio, pois tomou conhecimento de que no prédio vizinho outra pessoa
jurídica prestou o mesmo serviço pela cifra de R$ 750 mil reais.
Resposta:
A partir da análise do exposto, pode-se afirmar que Bruno não poderá ser considerado
representante de seu pai Jonas, uma vez que o representado, Jonas, não outorgou procuração ao
suposto representante, Bruno, que se faz necessária no art. 118 do Código Civil:
“Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do
representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo,
responder pelos atos que a estes excederem”7.
O artigo supracitado expõe a necessidade da procuração, para que se possa provar que o
representado, Jonas, está dando poderes ao representante, seu filho Bruno. Isto é, visto que a
convenção condominial estabelece que os condôminos podem ser representados por terceiros mas
munidos de procuração com firma reconhecida, Bruno não poderá representar seu pai, em virtude
de não ter apresentado procuração.
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BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil.