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Questões de Exame:
1. Defina “terceiros” para efeitos de registo e “terceiros” para efeito da tutela pelo
artigo 291.º.
Um terceiro é definido, de forma geral, como sendo a pessoa ou entidade que não
participa diretamente num contrato, num ato jurídico ou negócio ou que, para além
das partes envolvidas, pode ter interesse num processo jurídico. Contudo, esta
definição vai sofrendo pequenas alterações mediante o tipo de situação em questão.
O registo predial, bem como a tutela ao abrigo do artigo 291.º são duas exceções ao
Princípio Nemo Plus Iuris, princípio caracterizador da aquisição de direitos derivada
que define que não se adquirem mais direitos do que aqueles que são entregues bem
como direitos alheios, uma vez que a extensão do direito do adquirente depende do
conteúdo do facto aquisitivo e, ao mesmo tempo, da amplitude do direito do
transmitente, não podendo ser, em regra, maior que a deste direito. Assim, mediante
as duas exceções a este princípio apresentadas, o conceito de terceiros irá sofrer
pequenas alterações.
O registo predial tem como objetivo conservar os direitos em causa, não pretendendo
assegurar a existência efetiva do direito da pessoa a favor de quem está registado o
bem, mas só a que ter ele existido ainda se conserva, ainda não ter sido transmitido a
outra pessoa pelo que, neste caso, os terceiros são considerados as pessoas que do
mesmo autor ou transmitente adquiram direitos incompatíveis sobre o mesmo bem. Já
para os efeitos de tutela pelo artigo 291.º, relativo à inoponibilidade da simulação a
terceiros de boa-fé, por força deste princípio, estabelece um regime de
inoponibilidade a terceiros de boa-fé, adquirentes a título oneroso, das nulidades ou
anulações de negócios respeitantes a imóveis ou móveis sujeitos a registo, desde que a
ação tendente à declaração da nulidade ou à anulação não seja proposta e registada
dentro dos três anos posteriores à conclusão do negócio. Para os efeitos deste artigo, é
considerado de boa-fé o terceiro aquirente que, no memento da aquisição,
desconhecia, sem culpa, o vício do negócio nulo ou anulável (artigo 291.º nº3).