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27-07-2022

INFORMAÇÕES
E-mail do professor: bruno.machado@p.unileste.edu.br
Livro indicado: Bibliografia que tem na biblioteca – Alexandre Câmara; Humberto Teodoro
Jr. (volume III); Luiz Guilherme Marinoni; Freddie Didier Jr. (volume III); Wambier.
Formato das avaliações: 5 a 6 questões fechadas e 2 a 3 questões abertas; pode usar o Vade.
AVALIAÇÕES
14/09 1ª avaliação – 2,0 pontos
09/11 2ª avaliação – 1,5 pontos
07/12 3ª avaliação – 1,5 pontos
18/10 Educa – 1,0 pontos
Ao longo do Problema baseado em situações práticas – 2,0 pontos
semestre
07/11 a 11/11 Projeto Integrador – 2,0 pontos

1º O direito de ação será iniciado com a petição inicial (art. 319 CPC)
2º Análise Judicial a respeito dos pressupostos de admissibilidade

 Não correta: intima-se o autor para retificá-la (emendar à inicial)


 Indeferimento da inicial
3º Análise se trata de improcedência do pedido (ocorrerá quando a pretensão do autor for,
contrária a procedente e não tiver questões de fato para análise)

 Sim? Improcedência liminar do pedido


 Não? O réu será citado (audiência de conciliação ou mediação)
4º Houve composição de acordo?

 Sim: Extinção do processo


 Não: O réu deve oferecer resposta
 Contestação
 Réplica
5º Réplica do autor
6º Decisão de Saneamento do Processo
 Indicar as questões controversas
 Pontos a serem esclarecidos e provadas
 Ônus da prova
7º Intervenção das partes para indicar as provados
8º Audiência de Instrução e Julgamento
9º Sentença
DECISÕES JUDICIAIS
Art. 203 CPC

 Despacho: (§2º)
 Decisão interlocutória: (§3º)
 Sentença: decisão que coloca fim a fase de conhecimento ou execução (§1º)
 Sentença terminativa: indeferimento da petição inicial; ela termina o processo sem a
resolução do mérito.
 Sentença resolutiva: Improcedência liminar do pedido; ela termina o processo com
uma resolução.
 Sentença resolutiva: homologação de acordo; ela termina o processo com resolução do
mérito.

SENTENÇA
TERMINATIVA:
 Encerra o processo sem a resolução do mérito;
 Não faz coisa julgada material, apenas formal;
 Possibilita novo ajuizamento de ação para a solução da lide;
Ex.: Sentença de Indeferimento da Petição da Inicial.

RESOLUTIVA DE MÉRITO:
 Há resolução da lide;
 Caso não seja recorrida, haverá a coisa julgada material e a
formal, impossibilitando, em regra nova ação para análise da
lide;
 Passando o prazo de recurso, não possibilita o ajuizamento
nova ação para discutir essa lide.
 Há análise do mérito quando tenha procedência parcial,
procedência ou improcedência
Ex.: Sentença de Improcedência Liminar do Pedido.

 Seja sentença terminativa ou resolutiva CABE APELAÇÃO


Toda sentença tem 3 elementos: (art. 489, I, II, III)
I. O relatório:
dispensável nos Juizados Especiais (lei 9099/95)
II. Os fundamentos:
Trata-se da fundamentação jurídica (§1º, art. 489 CPC); ou seja, ele precisa explicar por que a
norma abstrata se aplica ao caso concreto
III.O dispositivo:
Julga o mérito e indica quem pagará custas e honorários.
VEDAÇÃO DE PROFERIR SENTENÇA

 A não obediência a esta norma enseja em defeito na decisão jurídica, gerando a decisão citra
petida, ultra petida ou extra petita
 Citra petita ou infra petita: é a decisão que deixa de analisar pedido formulado,
fundamento de fato ou direito, pedido formulado;
 Ultra petita: há exagero do juiz em de decidir além do solicitado ao juiz;
 Extra petita: o juiz inventa. A providência jurisdicional deferida é diversa da que foi
postulada; quando o juiz defere a prestação pedida com base em fundamento não
invocado.
03-08-2022
Na aula anterior ...

Tribunais STF
Superiores ST Órgãos
2º grau TJ TRF Colegiados
1º grau Juiz Estadual Juiz Federal

Juiz Federal  Art. 203, CPC: § 1ª Sentença:


Conceito: manifestação judicial de caráter decisório que põe fim a fase de
conhecimento/execução

 Resolutiva de mérito: pode ser sentença de procedência, improcedência; improcedência


liminar do pedido
 Terminativa: sentença que não resolve o mérito. Ex.: indeferimento da petição inicial

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Art. 203; § 2
Conceito: Manifestação de caráter decisório que não coloca fim a fase de conhecimento/execução
Ex.: Hipóteses previstas no art. 1015, CPC, são
DESPACHO
Art. 203; § 3º
Conceito: Manifestação que não tem caráter decisório, mas que determina o andamento
processual.
O despacho é irrecorrível, pois NÃO cabe recurso (art. 1001, CPC)
Ex.: “intime-se as partes para comparecer na AIJ”

Juiz de 2º grau e Tribunais Superiores: produzem Decisões Colegiadas


1) ACORDÃO
Composto pela análise do relator
1º relator:
Fará juízo de admissibilidade
+
Relatório
+
Voto + [Votos: Demais componentes do órgão colegiado]
2) DECISÃO MONOCRÁTICA
Conceito: Trata de decisão prolatada pelo relator caso exista precedentes, nos moldes do art. 932,
III; IV e V, CPC a fim de reforçar o entendimento do relator.
Quando há precedente, o relator pode decidir sozinho, sem a necessidade de decisão colegiada.
Quais precedentes podem ser usadas?
Súmulas Vinculantes e Súmulas do STJ/STF podem ser aplicadas.
IRDR, Súmulas dos Tribunais (TJ/TRF) sobre direito local.
Cabe recurso?
Sim. Essa decisão regressa para o órgão colegiado.

Art. 489, § 1º - as decisões devem ser devidamente fundamentadas


Aplica-se a sentença, acordão e decisão monocrática

Considere a seguinte situação processual: ajuizada ação condenatória em que se pretende a


reparação de danos materiais, haja vista a conduta dolosa do réu em causar danos ao autor, o
juiz observou que o autor não especificou o quantum pretendido. Deste modo, o magistrado
intima o autor para que, em 15 (quinze) dias, emende a petição inicial. Ultrapassado o prazo,
verifica o juiz que o autor não emendou a petição inicial, conforme devida intimação. Assim:

a. Qual deve ser a decisão prolatada pelo magistrado após a ausência de emenda à
petição inicial? Justifique.

Sentença de indeferimento da petição inicial.

b. Não recorrida, a decisão produzirá coisa julgada formal ou coisa julgada


material? Justifique.

Formal. A ação será extinta sem a resolução do mérito, não fazendo coisa julgada material,
porque não resolve o mérito, o que possibilita ajuizar outra ação.

c. Além da decisão mencionada na questão “a”, qual outra decisão narrada na


situação processual?
Despacho.

COISA JULGADA
Conceito: qualidade da decisão judicial que a torna imutável e indiscutível no processo, seja por
nova ação ou por recurso.
Segurança Jurídica: princípio fundamental do direito que fundamenta os diversos institutos
jurídicos, a fim de imputar a pacificação das relações sociais.
Em decorrência dessa segurança jurídica, ela regulamenta que a coisa julgada/caso julgado
(LINDB) será respeitada, inclusive, em casos de lei nova.
Classificações: Duas espécies quanto a coisa julgada
1) Análise da matéria:
a) Formal
 Não há análise do mérito, é uma sentença meramente terminativa;
 Haverá a indiscutabildade e a imutabilidade apenas no processo em que se fez coisa
julgada, possibilitando, contudo, análise em novo processo;
 É a qualidade que possibilita o ajuizamento de uma nova ação
b) Material
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e
indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.

 Haverá análise do mérito processual: O mérito precisa ser analisado no processo, sem isso,
não haverá coisa julgada material
 A coisa julgada material impossibilitara a discussão em processo futuro ou já julgado;
 Impede a reincidência do recurso: O recurso impede a formação da coisa julgada;
2) Extensão da decisão:
a) Parcial
 Quando a coisa julgada atinge parte da matéria da questão litigiosa, enquanto a outra parte
permanecerá em discussão processual.
b) Total
 Quando a coisa julgada atinge todo o mérito.
As duas espécies de classificação podem ser julgadas de forma individual, ou seja, uma coisa
julgada pode ser Formal e Total, Formal e Parcial, Material e Parcial, e Material e Total.
O recurso impede coisa julgada de coisa recorrida.
OBS: Excepcionalmente possibilitará a revisão da coisa julgada material, nos casos previstos no
artigo 966 do CPC (AÇÕES RESCISÓRIAS)
Pois o erro foi tão grosseiro, que possibilita essa ação rescisória, podendo ser julgada por um juízo
superior.

1) Considere a seguinte situação processual: ajuizada ação condenatória, tendo em vista a


relação consumerista entre João e Vivo Telefonia, o autor requer em seus pedidos a
inversão do ônus da prova, a fim de que a empresa de telefonia possa anexar os dados de
consumo e pagamentos feitos via débito automático. Deste modo, após o magistrado
verificar a necessidade da produção de provas para solução da lide, prolata decisão
determinando a inversão do ônus da prova. Assim, qual a natureza jurídica da decisão
acima narrada? Justifique.

 R: Decisão Interlocutória (saneamento)

2) “STF decide que ICMS no Ceará sobre produtos de outros estados é inconstitucional.
Corte decidiu, por unanimidade, pela inconstitucionalidade do artigo 11 da Lei nº
14.237/2008, que trata sobre mudanças na legislação tributária relativa ao ICMS no
Ceará. Ação, movida pela OAB ainda em 2011, teve como relator o ministro Dias Toffoli,
presidente do STF”. Considerando a mencionada decisão, qual sua natureza jurídica?

 R: Acórdão (decisão colegiada faz acordão)

3) Considerando que após ajuizada a ação, o juiz verificou a existência de entendimento


sumulado pelo STF em sentido diverso de toda a pretensão autoral, além da
desnecessidade de análise probatória e fatos para solução da lide, responda:
a) Qual a decisão a ser prolata pelo juiz?

R: Improcedência Liminar do Pedido (art. 332, CPC) [precedente STF (súmula) contra a
pretensão autoral + questões de direito = improcedência liminar da inicial

b) Não recorrida, a decisão produzirá coisa julgada formal ou coisa julgada material?
Justifique.

R: produzirá coisa julgada material e formal, por ter resolveu o mérito impede a produção de
recurso e toda sentença não recorrida fara coisa julgada formal

TEORIA GERAL DO RECURSO


Conceito: Meio processual que acarreta a rediscussão e possibilidade de alteração decisória
ainda no curso do processo.
O recurso impede a coisa julgada da decisão recorrida, conforme o art. 502, CPC, “a contrario
sensu”;
O processo continuará a ser julgado num juízo superior, isso prolonga o estado de
litispendência, não gerando um novo processo;
É uma forma no processo de provocar o judiciário para a revisão e rediscussão da decisão
anterior;
Pode ser voluntária, por vontade das partes;
Pode ser necessário, por força da lei;
Recurso acontece no meio do processo.
MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DE DECISÕES
JUDICIAIS
RECURSO ≠ AÇÕES
1) RECURSOS ALTÔNOMAS
Dentro do processo, prolonga a litispendência.
2) AÇÃO ALTÔNOMA
 Conceito: Ação possibilita alterar uma decisão em um processo já existente por meio
de uma ação posterior;
Ação autônoma que influenciará a decisão em um processo diferente.
Ex.: ação em que o juiz é impedido, embargo de terceiro, mandado de segurança, habeas
corpus, ação rescisória, querela nullitatis.
[Somente lei federal pode prever a possibilidade de recurso]
3) SUCEDÂNEOS RECURSAIS
 Conceito: Espécie residual, não sendo espécie recursal ou ação autônoma;
Possibilitará a revisão num mesmo processo, contudo, não consta como espécie recursal.
Ex.: Pedido de reconsideração nos juizados especiais ;
[Quando o juiz indefere pedido de tutela de urgência]

CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS


1) QUANTO A FUNDAMENTAÇÃO:
 Fundamentação livre: recurso em que a fundamentação recursal é livre não
encontrando limitações formais. Pode fundamentar-se por questões de fato ou de
direito;
Ex.: apelação, agravo de instrumento, recurso ordinário, agravo interno.
 Fundamentação vinculada: a lei impõe a forma em que o recurso será fundamentado
sob pena de não admissibilidade;
Ex.: recurso extraordinário (questões constitucionais), recurso especial (violação à lei federal),
embargo de declaração (analisa apenas omissão, obscuridade, erro material, contradição da
decisão).
2) QUANTO À EXTENSÃO DA MATÉRIA:
 Recurso Total:
 Toda decisão e curso, não havendo a incidência de coisa julgada parcial;
Ex.: Sentença fixou
Alimentos  Recorreu
Guarda  Recorreu
Visita  Recorreu
 Recurso Parcial:
 Há interposição de recurso provocando a revisão de parte da decisão;
Ex.: Sentença fixou
Dano Material – R$ 7000,00  Apelou
Dano Moral – R$ 5000,00  Deixou de apelar sobre esse assunto
OBS: quando haverá coisa julgada parcial?
R: quando a matéria recorrida for independente da matéria não recorrida
Ex.: Sentença que fixou alimentos, guar/visita; a parte contrária não concorda com a % de
alimentos fixada, ele recorre dessa parte e deixa de falar da guarda e visita, portanto, há recurso
parcial, tendo coisa julgada do que ele não mencionou.
[Quando se interpõe recurso parcial de capítulo independente, há coisa julgada da matéria não
recorrida]

PRINCÍPIOS RECURSAIS
1) PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
 Assegura a decisão rescisória em juízo distinto
 Assegura a revisão por juízo composto por julgadores, em regra, mais experientes e com
relevante conhecimento jurídico;
 Princípio implícito na constituição;
[A constituição não prevê explicitamente esse princípio, mas indica a existência dos tribunais
superiores, dos recursos etc.]
 O Pacto de São José da Costa Rica foi incorporado na constituição é uma forma
implícita;
 Benefício: segurança jurídica, pois possibilitará que a decisão recorrida seja julgada por
julgados distintos, com mais experiencia; haverá uma pluralidade.
 Espécies:
Vertical: A revisão decisória ocorre por juízo hierarquicamente superior.
Ex.: recurso de decisão em primeira instância será decidida por tribunal de 2º grau
Horizontal: a revisão ocorre por juízes da mesma posição hierárquica, normalmente formado por
colegiado de juízes de primeiro grau, mesma hierarquia com composição diversa;
[A revisão da decisão colegiada será feita por gral vertical.]

TAXATIVIDADE
 Somente lei federal poderá instruir ou criar recursos judiciais.

UNIRRECORRIBILIDADE
 Há recurso específico para cada decisão e vício
 Um recurso interposto de forma equivocada, a decisão inicial será mantida;
 O recurso equivocado, em regra, não será analisado (conhecido);
Ex.: Se o recurso cabível é um agravo de instrumento, não cabe recurso embargos declaratórios.
EXCEÇÃO
FUNGIBILIDADE
 A fungibilidade possibilita a análise do recurso equivocado como se fosse o correto;
 Condições:
a) Previsão legal;
b) Ausência de erro grosseiro;
O julgador intimará o recorrente para retificar o recurso.

17-08-2022
PROIBIÇÃO (VEDAÇÃO) DA “REFORMATIO IN PEJUS”
 A interposição do recurso não poderá piorar a situação do recorrente no que foi
recorrido;
 Ou “Reforma situação decisória para pior”;
 Caso as duas partes recorram de todos os capítulos decisório, não haverá a aplicação do
princípio;
OBS: Questões referentes a interesse público, ainda que não recorridas poderão ser avaliadas de
ofício e, portanto, agravar a situação das partes - Ex.: incompetência absoluta, interesse de
incapazes, provas ilícitas;

AUTOR SENTENÇA RÉU


Apela por: Danos materiais Improcedência do pedido
R$ 10.000,00 R$ 5.000,00 R$ 00,00

O valor mínimo que pode O valor máximo que pode


resultar essa apelação é o resultar essa apelação é o
valor da sentença (R$ 5.000,00) valor fixado pela sentença (R$
O valor máximo que pode 5.000,00)
resultar essa apelação é o
valor que o altor pediu (R$
10.000,00)

COLEGIALIDADE
 Em regra, a revisão recursal será realizada por pluralidade de julgadores;
 Exceção, decisão monocrática: O princípio da colegialidade é flexibilizado nas decisões
monocráticas.

Juízo a quo: juiz de 1º grau  sentença  recurso


Juízo ad quem: juiz de 2º grau que julga o recurso

PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO


 o juízo ad quem percebendo que a causa está madura para julgamento, deverá analisar o
mérito, ainda que o juízo a quo não tenha julgado;
 Art. 1013, §3º
 Teoria da Causa Madura

JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
 Análise judicial dos elementos exigidos por lei a fim de que o recurso tenha o seu mérito
analisado;
 Caso preencha os elementos de admissibilidade  Recurso Conhecido  terá o mérito
avaliado
O recurso ser conhecido, não significa que o será o mérito será resolvido favoravelmente ao
recorrente.
 Caso não preencha os requisitos de admissibilidade  não será conhecido ou admitido
 não haverá a análise do mérito.
 O mérito do recurso só será analisado caso preencha os requisitos;
 Não preencho os requisitos para a análise, ele não será analisado;
 Os pressupostos são intrínsecos e extrínsecos.
PRESUPOSTOS INTRINSECOS
 Requisitos que o recorrente não precisará expressamente demonstrar
1) Cabimento:
 Adequação do recurso à hipótese legal;
 Exceção: aplicação da fungibilidade.
2) Interesse Recursal:
 O recurso deverá ser útil ao recorrente, para a melhora da situação jurídica no processo;
 Deve ser o meio adequado, necessário ao recorrente;
 Binômio Utilidade + Necessidade
3) Legitimidade:
 Pessoas que tem poderes para atuar no processo;
I. Ordinária: pessoas que atuam em nome próprio para a defesa de direito próprio;
 Primária/Inicial: pessoas que participaram diretamente da relação
jurídica conflituosa;
 Secundária/Superveniente/Indireta: o direito decorre de um fato
posterior.
 Ex.: herdeiro passa a ter direito aos créditos que o de cujos teria direito;
cessão de crédito; assunção de dívidas etc.
II. Extraordinária: pessoas que atuam em nome próprio para a proteção de direito
alheio;
 Decorre por força de lei;
 OBS: terceiro não é parte
 Art. 996, CPP;
4) Inexistência de Fato Impeditivo do Direito de Recorrer:
 Caso existam os fenômenos processuais abaixo, não será possível recorrer.
I. Renúncia: As partes podem renunciar ao direito de recorrer; acarretará a
preclusão. Art. 999, CPC.
 Feita a renúncias, não será possível o retorno ao direito recursal.
II. Aceitação: Concordância com o conteúdo decisório. Art. 1000, CPC;
 Expressa /decretada
 Tácita não surtirá efeito
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

 Requisitos a serem, obrigatoriamente, demonstrados expressamente pelo recorrente


1) Regularidade Formal: Obediência as formalidades determinadas ao recurso em espécie
Ex.: Indicação da norma constitucional da norma violada no recurso extraordinário ao STF.
Embargo declaratório precisa informar qual a omissão, obscuridade ou
2) Tempestividade:
 Obediência ao prazo processual para a interposição do recurso;
 EM REGRA: Prazo – Em regra 15 dia úteis, tanto para as razões do recurso quanto para
as contrarrazões;
 Exceção: embargos de declaração – prazo de 5 dias uteis.
 Prazo em dobro: MP, DP, Fundações Públicas
 Preclusão Temporal. Art. 223, CPC

24-08-2022
3) Preparo:
 Art. 1.007, CPC;
 Comprovação do pagamento das custas recursais (taxa pela utilização do serviço
judicial) + porte de remessa e retorno (pagamento pelo transporte físico do processo;
 Não ocorre em caso de processos eletrônicos;
 Pessoas com Justiça gratuita não pagam preparo;
 Consequências do não pagamento do preparo:
 Pagamento não integral (§2º):
1º) Intimação do recorrente para complementar em 5 dias;
Ex.: não gera pena de pagamento em dobro
2º) Não havendo pagamento – deserção;
 Não pagamento de qualquer valor (§4):
1º) Recorrente intimado para pagar em dobro
2º) Não comprovado o pagamento – Deserção
OBS: pode ter pagado, mas se não juntar a guia de pagamento ocorre a deserção.
“Quem paga mal, paga duas vezes”
3º) Observar o §5º, não aceita parcelamento.
Ex.: A verba está curta e não tem condição de pagar as duas guias e paga apenas
uma para posteriormente pagar a outra, o recurso não será conhecido.
 Deserção: penalidade processual que implicará o não conhecimento do recurso por não
pagamento do preparo;
Ex.: um processo físico que foi entrado com recurso, ele precisa ser levado para BH
4) Inexistência de fato impeditivo do direito de recorrer:
 Interpor recurso e já no meio dele, desistir do recurso
 Desistência – ocorre após a interposição do recurso (art. 998, CPC);
 O recorrente pode desistir a qualquer momento, sem anuência do recorrido ou
dos litisconsortes;
 A desistência do recurso não impede que a análise
 Não pagamento de multas processuais
[Ex.: art. 1021 e art. 1026, §3º, CPC]

EFEITOS DOS RECURSOS


 São as consequências advindas da interposição do recurso, quer seja natural, advindas
da natureza da interposição recursal, quer seja por requisição do recorrente, momento
em que deverá justificar a solicitação.
1) Efeito Obstativo:
 Poder do recurso obstativo, impedir a formação da coisa julgada e preclusão;
 Gera litispendência;
2) Efeito Devolutivo:
 Art. 1.008, CPC.
 A matéria recorrida será objeto de revisão processual, sendo devolvida para novo
julgamento;
 Será devolvida a matéria objeto do recurso;
 Será aplicado pelo Juízo ad quem;
 Não será praticado pelo mesmo órgão julgador;
 Por decorrência do dever de reanálise, fica livre para examinar todos os efeitos e razões
da matéria impugnada.
3) Remessa Necessária
 Prerrogativa da Fazenda Pública que haverá o reenviada decisão condenatória ao juízo
ad quem, ainda que não tenha recorrido;
 Vencida a Fazenda Pública, a sentença precisa ser submetida ao tribunal, para fins de
confirmação, mesmo que não haja recurso por parte do ente público vencido;
 Art. 496, CPC;
 Quando não ocorrerá a remessa necessária (§3º, art. 496, CPC)
 I – União, autarquias e fundações públicas federais < 1000 salários-mínimos
 II – Estados, DF, autarquias e fundações e fundações estaduais, capitais de
estado < 500 salários-mínimos
 III – Municípios, fundações e autarquias < 100 salários-mínimos
 Trata-se da remessa necessária, reexame necessário ou mesmo apelação ex officio.
 Súmula 620, STF;
 Súmula 34, TFR;
 Súmula 45, STJ.
4) Efeito Suspensivo:
 Conceito: efeito em que, se aplicado por força de lei ou por requerimento das partes e
determinado pelo juízo, suspenderá/evitará a eficácia da decisão enquanto o recurso
estiver em julgamento;
 Art. 995, CPC: Em regra, a interposição do recurso não impede a eficácia da decisão
recorrida;
 Hipóteses
 Efeito Suspensivo “ope lege” (por força da lei) – A lei imputa efeito suspensivo
automaticamente à interposição do recurso.
Ex.: Apelação (art. 10012, CPC)
 Efeito Suspensivo “ope judicis” (decorrente de decisão judicial) – Há
necessidade de requerimento do efeito suspensivo pela parte;
Requisitos:
o Probabilidade do direito ou “fumus boni iuris” – no sentido de indicar
que a pretensão é juridicamente viável;
o Perigo de dano irreparável ou de difícil reparação “periculum in mora” –
demonstração de perigo efetivo caso a decisão seja cumprida;
o Duplo efeito: suspensivo + devolutivo.
5) Substitutivo:
 Conhecido o recurso, a decisão do juízo ad quem substituirá a do juízo a quo.
Ex.: Sentença reconheceu paternidade + fixou alimentos
Apelação visa discutir os alimentos fixados, se julgar procedente, a nova decisão
subsistiu o tópico discutido da primeira decisão
 Numa decisão de apelação que mantiver a decisão apelada será substituída pela nova
decisão, pois será passível de nova apelação
 Art. 1008, CPC;

31-08-2022
6) Efeito expansivo:
 A decisão que julgar o recurso poderá gerar consequências jurídicas além das indicadas
no conteúdo recursal.
 Subjetivo: A decisão do juízo “ad quem” alcança pessoa não indicada no recurso
Ex.: Litisconsórcio

João X Logam (não recorre) Sentença = réus condenados Acordão = não houve dano
e Xavier (recorre) por dano praticado, não há lesão. Os
efeitos do recurso serão
expansivos, pois o recurso
interposto por Xavier decide
que não houve dano, logo os
dois réus são beneficiados
por entender que não houve
dano por nenhum dos réus

 Objetivo: Neste caso, a decisão refletirá em questões processuais não indicadas no


recurso;
Ex.:

Filho X Suposto Pai (recorre) Sentença = reconhece Acordão = não há vínculo de


paternidade e fixa alimentos paternidade, logo, os
alimentos fixados são
cancelados

 Art. 1005 do CPC


7) Efeito Translativo:
 Refere-se a obrigatoriedade do juízo “ad quem” analisar de ofício questões, mesmo que
não tenham sido objeto de recurso;
Ex.: Incompetência absoluta, nulidade de provas,
OBS: O processo deve ser remetido ao juízo superior para que analise as questões recorridas e,
assim, poderá de ofício analisar questões ainda que não sejam objeto do recurso.
 Temas de ordem pública devem ser analisados pelo juízo ad quem, ainda que não sejam
provocados a respeito;
 Basta para conhecimento do juiz ad quem, a interposição do recurso, para que o juízo
conheça tais matérias sob o efeito translativo
Prova

6 a 7 de marcar
2 a 3 de escrever

21-09-2022
RECURSOS EM ESPÉCIES
A partir do artigo 1009 ao 1014 do CPC
 Art. 1009 – Da sentença cabe apelação.
 Qual sentença cabe apelação, resolutiva ou terminativa?
As duas.
 Decisões recorríveis
 O prazo para apelação inicia-se após a publicação da sentença
OBS: as decisões interlocutórias não recorríveis por agravo de instrumento serão recorríveis
também por apelação.
 O mérito da apelação é a sentença,
 Quais são as decisões apeláveis?
Em regra, a sentença e as decisões interlocutórias não objeto de agravo de instrumento;
 O artigo 1015 vai definir quando cabe agravo de instrumento;

FUNDAMENTO DA APELAÇÃO:
 É recurso de fundamentação livre
 Por ser recurso de fundamentação o livre, o recorrente poderá reclamar de erro judicial
 “error in judicando”: trata-se de erro quanto a decisão manifesta, quanto a opinião
jurídica manifesta;
 discordância decisória;
 erro material ou processual.
 “error in procedendo”: trata-se de vicio processual;
 Discordância decisória.
 Na apelação, os fatos jurídicos poderão ser revistos;

FORMALIDADES DA APELAÇÃO: Procedimento


 Art. 1010 – determina a quem deve ser interposta a apelação
 A petição de apelação é apresentada ao juiz de 1º grau “a quo”, mas não é ele quem
julga;
 Prazo: 15 dias uteis;
Sentença  15 dias  Interposição de apelação (1º grau) + Contrarrazões da apelação (15 dia) 
Tribunal: 1º ato – Sorteio do relator [fará o juízo de admissibilidade > sendo admitido – recurso
conhecido > não admitido – recurso não conhecido]  havendo a admissibilidade: passa-se ao
julgamento do mérito recursal; o relator verificara a possibilidade de decisão monocrática [art 932,
III a V do CPC] ou se há necessidade de envio para órgão colegiado [relator: fará o relatório + voto
dele e dos demais componentes] para o acórdão
OBS: Juízo de retratação – uma vez que o processo ainda permanece no 1º grau, possibilita-se a
retratação da própria decisão.
 O mérito só será analisado se for conhecido
EFEITO SUSPENSIVO:
Há a suspensão do efeito suspensivo enquanto o recurso estiver em julgamento
 Em regra, o efeito suspensivo será automático pela interposição da apelação (ope legis)
 Art. 1012 – A apelação terá efeito suspensivo.
 Na apelação, em regra, há suspenção automática dos efeitos decisórios;
 “Ope legis” – não há necessidade de justificar o efeito suspensivo
 Somente os efeitos recorridos
 § 1º - casos em que a interposição da apelação não suspende automaticamente a eficácia
da apelação
 Nos casos do § 1º, para a aplicação do efeito suspensivo, o apelante deve comprovar
dois elementos:
 O perigo de dano (social, econômico, técnico etc.) periculon in mora – deve
comprovar que o prejuízo será maior para o recorrente que para o recorrido;
 Probabilidade do direito ou ops iudsis – deve comprovar que tem razão jurídica
para que comprove.
EFEITO DEVOLUTIVO:
 Art. 1013 – A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
 A princípio, será objeto de recurso o que foi recorrido
 § 1º - serão devolvidos os fatos e fundamentos referentes ao capítulo impugnado ainda
que não decididos
 Haverá devolução de todos os capítulos
 Julgamento imediato do mérito – Teoria da Causa madura: se o tribunal perceber que
ainda que a decisão não tenha o mérito resolvido, mas estiver em situação de imediata
capacidade de julgamento, o tribunal, excepcionalmente, poderá julgar
primordialmente;
FATOS NOVOS:
 Art. 1014 - As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na
apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.
 Em regra, todos os fatos deveriam ter sido alegados em 1º grau. Excepcionalmente,
fatos novos podem ser alegados na apelação, em casos que deixou de apresentar o fato
por motivo de força maior
 Superveniência de fato novo – ocorrência de fato posterior a sentença;
 Ignorância do fato pela parte – a parte desconhecia aquele fato, mas o fato já
existia, é preciso demonstrar o desconhecimento;
 Impossibilidade efetiva de comunicar o fato ao advogado ou ao juiz a tempo –
impossibilidade comunicar o fato ao juiz antes que esse pudesse considerar em
julgamento
 Impossibilidade de provar o fato até a sentença – ex.: ainda que tenha alegado a
existência do fato e tenha realizada uma perícia por terceiro que não foi realizada
até a sentença

28-09-2022 - QUESTÕES
2)  José ajuizou ação de indenização por danos morais, materiais e estéticos em face de Pedro.
O juiz competente, ao analisar a petição inicial, considerou os pedidos incompatíveis entre
si, razão pela qual a indeferiu, com fundamento na inépcia.
Nessa situação hipotética, assinale a opção que indica o recurso que José deverá interpor.
a) Apelação, sendo facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar-se do pronunciamento que
indeferiu a petição inicial. Da sentença, cabe apelação. Art. 331
b) Apelação, sendo os autos diretamente remetidos ao Tribunal de Justiça após a citação de Pedro
para a apresentação de contrarrazões.
c) Apelação, sendo que o recurso será diretamente remetido ao Tribunal de Justiça, sem a
necessidade de citação do réu para apresentação de contrarrazões.
d) Agravo de Instrumento, inexistindo previsão legal de retratação por parte do magistrado.
Ainda nem estudamos isso
4) Sobre a apelação, é correto afirmar que
a) quando interposta pela Fazenda Pública, prejudica o reexame necessário. Não prejudica.
b) interposta contra sentença que não resolve o mérito da lide, o juiz terá 5 (cinco) dias para
retratar-se.
c) a decisão será tomada no órgão colegiado, pelo voto de 3 (três) magistrados, e quando o
resultado do julgamento não for unânime e violar lei federal, caberá recurso especial. Decisão não
unanime não interfere
d) o pedido de concessão de efeito suspensivo deve ser formulado para o juiz de primeiro grau de
jurisdição.
5) No tocante à apelação, é correto afirmar:
a) As questões de fato não propostas no Juízo inferior não podem ser suscitadas na apelação, em
nenhuma hipótese, porque o pedido caracterizaria inovação processual, que é vedada. Art. 1014,
quando não alegou em primeiro grau por motivo de força maior
b) Quando se pleitear efeito suspensivo à apelação, o pedido deverá ser dirigido ao juiz que
proferiu a sentença, cuja decisão caberá agravo.
c) Como regra geral, a apelação terá efeito meramente devolutivo, produzindo efeitos
imediatamente após a publicação da sentença. Regra gela efeito suspensivo
d) Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível,
julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao Juízo
de primeiro grau. Teoria da Causa Madura, art. 1013, § 3º.
e) As questões resolvidas na fase de conhecimento, cujas decisões comportem ou não agravo de
instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação
ou nas contrarrazões.

AGRAVO DE INSTRUMENTO – art. 1015, CPC


Recurso que não cabe em Juizado Especial
 Recurso cabível apenas contra as decisões interlocutórias (art. 203, §2º, CPC)
 Quais decisões interlocutórias recorríveis por agravo de instrumento?
1. As decisões previstas no art. 1015, CPC.
 A princípio, antes do entendimento do STJ, tratava-se de rol taxativo, cabendo
agravo de instrumento no rol do art. 1015 e apelação por preliminar nas
demais decisões interlocutórias.
 Hipóteses:
I. Tutela Provisória - art. 293 ao 311, CPC: São decisões precárias, baseadas em
juízo de probabilidade e ou perigos de dano, podendo ser revogada/modificada
ou confinamento pelo juízo.
II. Mérito do Processo – art. 356, §5º, CPC: decisão que resolve questão
incontroversa.
III. Rejeição da alegação de convenção de arbitragem: A rejeição da alegação, terá
natureza de decisão interlocutória. Convenção de arbitragem é uma cláusula
contratual que prevê a arbitragem como método de solução do conflito. Caso
exista a alegação de arbitragem seja acatada pelo juiz, o processo será extinto sem
resolução do mérito (sentença terminativa);
IV. Incidente de desconsideração da personalidade jurídica:
V. Rejeição do pedido de gratuidade de justiça ou colhimento do pedido de sua
revogação;
VI. Exibição ou posse de documento ou coisa;
VII. Exclusão de litisconsortes:
VIII. Rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio: art. 113, §1º, CPC
IX. Admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros: art. 119 e seguintes, CPC
X. Concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à
execução: semestre que vem.
XI. Redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, §1º: quando tem a
obrigação do autor de provar, mas ele não consegue, o juiz redistribui o ônus da
prova pontualmente.
XII. Outros casos expressamente referidos em lei.
 Todas essas decisões do art. 1.015 do CPC são agravadas, mas segundo o STJ, no REsp
1.704.520-MT: O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a
interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da
inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação.
 Taxatividade Mitigada: O STJ entendeu que decisões interlocutórias, ainda que não
previstas no art. 1.015, CPC, desde que urgentes, podem ser recorridas por agravo de
instrumento.
REGUMARIZDADE FORMAL E PRAZO
 Prezo: 15 dias úteis; 30 dias (Fazenda, MP e outras previsões legais)
 Competência para interposição: juízo ad quem (tribunal).
 Art. 1.016, do CPC: O agravo será apresentado diretamente no juízo de 2º grau, pois o
processo do 1º grau, em regra, não pode parar, ou seja, não tem efeito suspensivo; será
feita uma análise conjunta.
I. Nome das partes – precisa estarem devidamente qualificadas, não pode colocar
“já qualificadas”;
II. Exposição dos fatos e direitos;
III. Razões da reforma da decisão;
IV. Endereço dos advogados constantes no processo.
 Art. 1018, §2º, CPC: No prazo de 3 dias, incluído a data da interposição, nos autos
físicos, o agravante deverá comunicar interposição do agravo de instrumento no juízo
de 1º grau. Conforme §3º, a não comunicação da interposição, risco de
inadmissibilidade do agravo.
 Documentos anexos à petição – art. 1017, CPC:
I. Obrigatoriamente: com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que
ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da
respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade
e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;
II. Relação de documentos não existentes;
III. Facultativo: outras peças que o agravante reputar úteis.
OBS: Anexar comprovante de pagamento de custas.
OBS: §5º, não há obrigatoriedade de cumprimento das formalidades dos incisos II e III.

05-10-2022
AGRAVO DE INSTRUMENTO
 Efeitos:
 Suspensivo: ops judicis – necessidade de solicitar o efeito suspensivo
 Probabilidade do Direito
+
 Perigo de Dano
OBS: pode ser pedido já na interposição do recurso, ou mesmo, após sua interposição.

 Devolutivo: aplica-se o art. 1.013, CPC;


 Possibilidade de indicar fatos novos conforme o art. 1.014, CPC.
OBS: quando, no mesmo processo, forem interpostos dois recursos ao mesmo tempo (apelação na
sentença e agravo em decisão interlocutória) conforme o art. 946, do CPC, o agravo terá prioridade
de julgamento.

AGRAVO INTERNO
 Art. 1.021 CPC
 Decisões recorríveis: quaisquer decisões monocráticas em tribunal. (sempre em 2º grau)
 Indeferimento do recurso (ausência de pressupostos);
 Julgamento de mérito (com base nos precedentes – art. 932, III ao V do CPC)
[Decisões prolatadas por relator – art. 932, CPC]
 Função do agravo interno: concretiza e efetivar o princípio da colegialidade nos
tribunais, uma vez que a decisão monocrática excepciona a regra de decisão plural em
recurso;
 Prazo: 15 dias
 Custas: não tem. Pois já está no próprio órgão que vi ser jugado (retratação ou
colegiado);
 Competência: órgão colegiado – caput;
[Recurso de fundamentação livre]
 § 1º: necessidade e de impugnação específica da decisão recorrida, ou seja, aprofundar-
se na questão decidida e impugnada ao caso, sob pena de não conhecimento do recurso;
 Efeito suspensivo: Precisa ser solicitado;
 § 2º: o agravado será intimado para contrarrazões, não tendo apresentado, o relator
poderá retratar-se ou levar para o órgão colegiado;
 Quando o relator se retrata, o agravo fica prejudicado, acaba aqui e é isso.
 § 4º: Quando não se retrata, se o órgão colegiado considera improcedente ou
inadmissível condenará o agravante a pagar multa.
 Não havendo procedência do agravo, a decisão agravada é cassada, ela perde o
efeito. Havendo decisão unanime no colegiado condenará ao agravante pagar
multa. Sem unanimidade, a mantem a decisão.
 A multa por inadmissão ou improcedência de agravo interno não é automática.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
 Função: retificação de vícios decisórios referentes à omissão, contradição, obscuridades
ou erro material.
 Decisões embargáveis: todas as decisões serão embargáveis.
 Decisões interlocutórias;
 Sentenças;
 Decisões Monocráticas;
 Acórdão;
 Prazo: 5 dias úteis;
 Custas: não há necessidade de pagar custas, pois será analisado nos autos do processo
embargado;
 Competência para julgamento: o órgão que deu a decisão embargada.
 Natureza da decisão embargada: a mesma da decisão embargada.
OBS: Decisão embargada + a decisão que julga os embargos = efeito integrativo, em que serão
consideradas as decisões em conjunto para posterior interposição de recurso.
 Fundamentação: Vinculada, visando apenas a correção dos vícios de omissão,
contradição, obscuridade e erro material.
OBS: Os embargos declaratórios, portanto, não serão utilizados para revisão direta do mérito.

09-10-2022
 Art. 1.022, CPC – Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I. Obscuridade ou Contradição:
a) Obscuridade (precisa ser esclarecer) – falta de clareza, impossibilidade de
compreensão do conteúdo decidido, seja por causa da fonte, estrangeirismos
etc.
b) Contradição (precisa ser eliminar) – incoerência entre os elementos decisórios,
entre a fundamentação, o relatório e a decisão, trazendo um vício de
motivação decisória.
II. Omissão: ausência de prática de um dever legal. Ela precisa ser suprida.
a) Quando o juiz deveria decidir de ofício;
b) Quando provocado, o juiz não decidiu. Ex. sentença infra petita, não ouve o
MP quando deveria etc.
 Parágrafo único. c/c art. 489, §1º, CPC: há omissão quanto a fundamentação.
 Arts. 926, ss, CPC: obrigatoriedade de seguir os precedentes.
III. Erro material: precisa ser corrigido
a) Há inexatidão da manifestação decisória
EFEITOS INFRINGENTES

Os embargos declaratórios não visam a alteração direta do mérito, contudo, da análise
dos vícios constantes no art. 1.022, do CPC, o juiz poderá alterar o mérito, mesmo por
via indireta/reflexa.
 Ou seja, pela análise do vício, o juiz chegou à modificação do mérito de forma indireta
 Função direta dos E.D.: corrigir omissão, obscuridade contradição, erro material.
 Função indireta dos E.D.: a revisão do mérito. Indiretamente, a revisão do mérito é o
chamado efeito infringente.
 Art. 1.023, CPC. Só haverá contraditório nos E.D. caso o conhecimento do recurso possa
gerar alteração no mérito decisório.
Art. 1.026, CPC: EFEITO SUSPENSIVO
 Ope judicis – precisa estar demonstrado o perigo de dano + probabilidade do direito
EFEITO INTERRUPTIVO
 A oposição dos E.D. gera a interrupção do prazo para novo recurso
 O prazo para a apelação se inicia após a decisão do embargo
 § 2º - quando os E.D. são manifestamente protelatórios, o juiz de forma fundamentada,
condenará o embargante a pagar multa que não exceda a 2% sob o valor atualizado da
causa.
 § 3 – E.D. meramente protelatório de forma reiterada, a multa será elevada até
10% do valor atualizado e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada
ao pagamento prévio do valor da multa, exceção da Fazenda Pública e
beneficiário de JG.
FUNGIBILIDADE
 Art. 1.024, § 3º, CPC – Agravo Interno e E.D.
 “conhecerá os ED como agravo interno
 Decisão monocrática > opôs E.D > intimar o reconvinte para adequar o recurso como
agravo interno.

16-11-2022 RECURSOS NOS TRIBUNAIS SUPERIORES

RECURSO ORDINÁRIO
 Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário:
 Ou Recurso Ordinário Constitucional (ROC): recurso que possibilitará ao STJ ou STF a
reanálise de fato ou direito, funcionando nesse momento como tribunal de primeira
revisão do processo em análise;
OBS: O ROC será julgado pelos tribunais superiores caso a decisão seja em única instância, não
em última.
I. São as hipóteses julgadas pelo STF: leva em consideração que a decisão do
MS/HD/MI foi prolatada pelo STJ, então o STF será o primeiro órgão de
reanálise do mérito. Ou seja, somente em caso de decisão de única instância,
quando o processo nasce no STJ, o juízo competente para a reanálise do mérito
será o STF.
 Decisão Denegatória: é a que impede a pretensão do impetrante de
mandado de segurança, Habeas data ou mandado de injunção.
 (art. 102, II, da CF88).
 Havendo a análise do mérito, ou mesmo não havendo a análise ou
julgamento do mérito [Ex.: caso de indeferimento da petição inicial].
 Análise sob a ótica do impetrante, pessoa que pretende assegurar o direito.
II. São as hipóteses julgadas pelo STJ: Mandados de Segurança decididos em única
instância decisão denegatória
 (art. 105, II da CF88)

 Se for decidido pelo STF, impetra no STJ, se for impetrado no STF;
Ex.: MS impetrado por fulano X Estado de MG. Concedeu o MS. Não caberia recurso ordenatório,
pois não houve decisão denegatória, o recurso cabível seria o recurso Especial.
PROCEDIEMTO
 Prazo: 15 dias
 Custas:
 Juízo de interposição: juízo “a quo”.
 Juízo de admissibilidade e julgamento do mérito: juízo “ad quem”.
 Efeito suspensivo: não é automático;
 Não há fungibilidade entre ROC e o fungibilidade entre ROC e o Recurso
Extraordinário/Recurso Especial [Súmula 272 – STF]
RECURSO EXTRAORDINÁRIO (RE) – art. 102, III, CF88
RECURSO ESPECIAL (REsp) – art. 105, III, CF88
 Art. 1.029, CPC
 Decisões recorríveis: acórdãos pelos tribunais (TJ’s e TRF’s)
 Não caberá RE/REsp de decisões monocráticas.
 Decisões em única ou última instância. > Não há possibilidade de saltar recurso
 Matérias impugnáveis por RE:
 Questões jurídico-constitucionais:
o expressamente constitucionais:
o matérias previstas na CF/88 e tratados internacionais recepcionados nos
termos do §3º, art. 5º da CF.
o Implicitamente constitucionais:
o Não recepcionadas na CF/88
o Valor constitucional
o Proporcionalidade e Razoabilidade
 Não cabe a análise de fatos
o Não cabe a reavaliação das provas;
o Não cabe a análise de cláusulas contratuais;
 Matérias impugnáveis por REsp:
 Recurso de não sei o que vinculada
 Violação as leis federais [Ex.: CPC, CC, CDC, CTB etc.]
 Tratados internacionais não recepcionados, nos termos do §3º, art.5º da CF/88.
PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE
OBS: Aplicação dos pressupostos já vistos ao RE/REsp

 Comuns ao RE/REsp:
1. Decisão em única ou última instância, ou seja, havendo recurso anterior a ser interposto,
não será cabível recurso especial
2. Expresso enfrentamento da norma constitucional violada em caso de RE ou norma
infraconstitucional em caso de REsp. > Prequestionamento – art. 1.25, CPC
 Específico do Recurso Especial:
 Relevância jurídica da questão debatida – Só será exigida após regulamentação por lei.
 EC 125/22
 Art. 105, §2º da CF
 Específico do Recurso Extraordinário:
 Repercussão geral do caso, art. 1.035, CPC
 Demonstração da relevância do caso “erga omines”, não apenas para as partes, mas
indicar que a avaliação pode trazer repercussão para a coletividade {Social; político,
Econômico; Jurídico} [Não necessariamente para todas as pessoas, mas para uma
parcela considerável]
NECESSIDADE PRÉ-ESTABELECIDA
 Jj
PRROCEDIMENTO RE/REsp
OBS: Os únicos recursos com duplo juízo de admissibilidade [É feito tanto pelo juízo a quo,
quanto pelo ad quem]
RE e REsp petições distintas perante o juízo a quo.
Duplo juízo de admissibilidade

A remessa é feita no juizo a quo

Ex.: recurso cabível para enfrentar violação a norma constitucional de acórdão: Recurso Especial.

Recurso cabível para enfrentar violação de norma infraconstitucional de acordão: Recurso


extraordinário
Primeiro julga recurso especial no STJ.
Havendo a admissibilidade do RE/REsp no juízo a quo:
1. Remete-se ao STF para julgamento do REsp [Havendo decisão favorável no STJ, não haverá
necessária remessa ao STF]
2. Não havendo decisão favorável no STJ remeta-se ao STF [que fará a avaliação do recurso
extraordinário
FUNGIBILIDADE – art. 1.032, CPC

OBS: Havendo decisão monocrática negando provimento, cabe Agravo Interno.

ATIVIDADE: preencher as lacunas A MÃO.

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