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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021

Aulas Práticas de DPC II


Regência: Paula Costa e Silva
Assistência: Joana Costa Lopes
Aula 04.03.2022

Trazer Ficha de Aluno a4

Manual MTS sai dia 14 - pode ser utilizado em DPC e Executivo.

Blog ipcc

COPIAR A FOLHA.

Providências cautelares = meios de proteção jurisdicional para assegurar a admissibilidade


do processo. Há que proteger o autor de possíveis esvaziamentos de autonomia patrimonial.

O arresto é uma forma de garantia patrimonial que o processo civil consegue concretizar.
P.e, caso do Ricardo Salgado.

Na série Better Call Saul (spin off de Breaking Bad), o advogado apercebe-se que um lar
cobra custos adicionais aos seus utentes, que não se apercebem, e por isso quer juntar os
idosos e fazer uma ação coletiva. O lar apercebe-se das ações coletivas, e começa a destruir
os documentos que o comprovam. O ordenamento jurídico português poderia permitir que
se arredassem esses documentos. por via de um oficial de justiça, porque são documentos
probatórios muito importantes para se demonstrar a pretensão do autor.

As providencias cautelares são, no fundo, instrumentais. Podem antecipar o processo


principal ou ser instrumentais no próprio processo.

Aula 08.03.2022

OBJETO DO PROCESSO

Os elementos constitutivos do objeto do processo são o pedido e a causa de pedir.

Indica a forma de tutela - pretensão material

Não basta de dizer que sou credor, ou condenem o devedor - é necessário que se diga ambas.

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Mariana Rodrigues
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Ano letivo 2020/2021

Todas as ações pressupõem um dissenso entre as partes. A questão de ser de simples


apreciação, condenação ou constitutiva, em relação ao objeto de processo não tem impacto
na definição do mesmo, terá sim impacto no caso julgado.

No pedido não há discordância referente ao objeto do processo, mas existe na causa de pedir!

Mariana França Gouveia sobre a causa de pedir!! - ver DISCUSSÃO DOUTRINÁRIA, que
tem um impacto brutal no caso julgado e no que transita, ou não, como caso julgado

Na maior parte dos casos (1.2 e 1.3) a maior parte das ações não é só uma ação especifica.
Normalmente uma ação de condenação implica uma apreciação. São dois pedidos (há
cumulação, quase subsidiária impropria porque se o tribunal entender que há direito e
propriedade, então quero reivindicar o bem). É uma ação complexa.

Em termos de estratégia, e para acautelar o constituinte/representado convém individualizar


os pedidos para depois na sentença estarem individualizados e encerrados, sem haverem
duvidas sobre a pronuncia da titularidade do direito e apreciação do réu do mesmo.

MTS diz que deve estar subentendido no pedido de condenação o de mera apreciação (o
tribunal deve pronunciar-se na mesma sobre a titularidade do direito).

Às vezes uma ação constitutiva pode ser conjugada com uma ação de condenação.

O pedido divide-se, na esteira da doutrina de CASTRO MENDES e MIGUEL


TEIXEIRA DE SOUSA, em:

1. Pretensão material =manifestação de vontade que o autor demonstra ao tribunal e


fundamenta alegando um determinado direito subjetivo (p.e. um direito de crédito ou de
propriedade, ...)

A pretensão material vai ser concretizada pelo direito substantivo.

Que direito é que o autor se arroga na petição inicial? O que está em causa? PRIMEIRO
PONTO A IDENTIFICAR.

Direito subjetivo alegado.

2. Pretensão processual (Art. 10.º, CPC - Artigo estrutural)

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o ARTIGO 10.º divide-se em duas grandes partes: ações executivas (só vamos estudar no 4o
ano) e as ações declarativas.

As ações declarativas, no processo declarativo, são 3: simples apreciação, condenação e


constitutivas.

No fundo os três tipos de ações não têm de ser utilizados em separado, isto é, o autor na
petição inicial nao tem de intentar uma, e só depois outra, o autor pode complicar o objeto
do processo e colocar duas ações na mesma petição inicial. Cumulativamente pode pedir
várias ações, nomeadamente a apreciação judicial do direito do autor e depois, na
decorrência desta apreciação, pedir a condenação do réu a fazer alguma coisa. As ações não
são estanques!

São divididas para, no final do processo, o juiz estar limitado pelo pedido pelo autor, sob
pena de violar o p. do dispositivo.

Limita o princípio do inquisitório, isto é, limita o poder de atuação do tribunal no processo.

A ação, sendo julgada, não pode sê-lo novamente: artigo 580.º e 581.º (?)

Caso:

1. Pretensão material: qual é o direito em causa? que situação de direito substantivo se arroga
o autor?

2. Pretensão processual: que tipo de ação é nos termos do artigo 10º

o efeito jurídico pretendido pelo autor na PI não e verifica a partir do momento em que a
ação se inicia, tem de esperar pela sentença no final do processo - atos potestativos, tese da
prof PCS.

Questão 2: consequência de haver omissão do pedido na PI

Art. 186/2, al. a), CPC

Ineptidão da PI - Nulidade de todo o processo - exceção dilatória (577.º, al. b), CPC) - Obsta
que o tribunal conheça o mérito da causa - Absolvição do réu da instância

Art. 552.º, al. e), CPC.

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A ineptidão pode resultar quer da inexistência do objeto processual, como da sua


incongruência com o resto do pedido.

Pode ser conhecida oficiosamente pelo tribunal.

Art. 198/1, CPC.

Existência ou não de pedido na petição inicial - um do pressupostos processuais:

Não havendo objeto o juiz não pode avaliar o mérito da causa por que não tem sequer
orientações para se seguir.

No final da Petição Inicial, na última página, vem o pedido ("do pedido"); o juiz chega ao
final da peça e vê que pedidos foram formulados pelo autor, depois de toda a demonstração
da relação material controvertida, o juiz vê como é que o autor efetivamente formulou os
pedidos na petição inicial, se há cumulação, se nao há cumulação, se há vários pedidos ou
nao.

Se o juiz não conseguir extrair um pedido, nem o mesmo é individualizado no final leva à
ineptidão da PI (186/2, al. a), CPC).

Quando a petição é inepta, o processo é nulo porque obsta a que o juiz conheça o mérito da
causa e, por isso, estamos perante uma exceção dilatória (art. 577, al. b)

REMISSÃO DO 186/1 - PI INEPTA - EXCEÇÃO DILATÓRIA (577/B).

Tendo uma exceção dilatória ou é sanável ou insanável, neste caso é inicial - 590/1 (nos
casos liminares há despacho liminar), se não 238.º (ou 278?), al. b) (absolve-se o reu da
instância)

DIVERGÊNCIA SOBRE A SANABILIDADE DA EXCEÇÃO DILATÓRIA POR


CONTRADIÇÃO LÓGICA DO PEDIDO (LEBRE FREITAS). A maior parte da doutrina e
jurisprudência entende que quando a pretensão material não encaixa com a pretensão
proceessual o juiz fica tao na dúvida do que deve apreciar e os seus limites que a forma mais
segura para as partes e para o tribunal é não conhecer o mérito da causa.

Reforma de 2013, reforço do papel do juiz.

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Não é o propósito do juiz adiar o processo devido a contradições, por isso quando é
identificada normalmente há despacho liminar, que mata logo o processo, mas permite ao
autor voltar a intentar uma ação, desta vez correta.

Salvaguarda do artigo 186/3, que é uma exceção. Na maior parte das vezes o processo pára
ali porque a petição é inepta.

Tudo o que é falta de pedido ou factos essenciais há ineptidão da petição inicial!

O artigo 592/b não são factos que façam com que o objeto do processo seja (in)admissível.
NAO CONFUNDIR.

Só se o objeto for admissível é que o juiz passa para o mérito da causa. Os casos de ineptidão
são patológicos, não têm cura.

AULA 11.03.2022

Esquema sobre os pressupostos processuais do pedido individual

A questão da exigibilidade do pedido relaciona-se, diretamente, com o interesse processual


porque um autor que formula um pedido cuja obrigação, ou cujo dever, ainda não é exigível
por parte do reu, em termos materiais, significa que o pedido não preenche o pressuposto
processual da exigibilidade e, consequentemente, não se preenche o pressuposto processual.
Se estivermos a falar de uma obrigação a prazo, numa ação de incumprimento contra o eu,
e o prazo ou condição não se tiver verificado, o pedido ainda não é exigível, isto é, a
pretensão material não é ainda exigível no plano substantivo.

Também não há interesse processual se o pedido não for determinado ou determinável, a


falha é cumulativa no pressuposto da tutela jurisdicional e segundo MTS leva à absolvição
do reu da instância; PCS: o juiz pode, na mesma, conhecer do mérito da causa.

CASTRO MENDES distingue entre pretensão material e pretensão processual - tem de


haver correlação logica entre aquilo que o autor alega no plano substantivo com o facto
processual que aquele direito vai vestir. O facto tem de ser adequado à pretensão material,
assim como a forma do processo.

a pretensão processual é fundamental para o próprio tribunal perceber a delimitação da ação,


daquilo que pode ou não julgar, e que pedidos vão ter força de causa julgado

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a pretensão material pode ser de tal forma complexa, incluindo varias pretensões processuais
ao tribunal, e isso tem de estar muito bem individualizado, porque no final do dia é o que vai
condenar a modificação, extinção ou impedimento da situação jurídica.

Art. 577.º, CPC: o autor admite que a obrigação ainda não é exigível (Casos das prestações
vincendas), falha o pressuposto processual da exigibilidade, que se interliga com o interesse
processual, no entanto, e na posição da senhora prof PCS, o juiz deve, na mesma, julgar o
mérito da causa. MTS diverge e diz que há na mesma exceção dilatória e, consequentemente,
absolvição do réu da instância.

A exigibilidade é aferida no momento da propositura da ação, a partir do momento em que


a PI entra na secretaria e há notificação para o próprio autor e, consequentemente citação do
réu.

Com a propositura da ação paralisasse o preenchimento dos requisitos de admissibilidade.

PRESSUPOSTO DA EXISTÊNCIA DE PEDIDO

O autor tem de formular um pedido nos termos do 572, al. e), CPC; se não fizer a exceção é
insanável.

Depois, o pedido tem de ser determinado ou determinável porque o contraditório tem de ser
exercido no seu exponencial máximo (o reu tem saber do que tem de se defender); se o
pedido não for determinável ou quantificável é mais difícil o reu se defender.

Casos excecionais: há possibilidade de formulação de pedidos genéricos (caso típico são os


acidentes de viação porque a propositura da ação os danos não são todos quantificáveis
porque os tratamentos e danos ainda não se verificam todos ou falta perícia médica). Ver
569.º, CC, que comprova precisamente isto, admitindo-se que não é necessário
determinar/quantificar todos os danos.

Não pode existir uma sentença condenatória genérica!!!

Depois, o pedido tem de ser inteligível, isto é, entender-se a correlação logica entre a
pretensão material e a pretensão processual. p.e, não faz sentido o autor pedir a apreciação
da sua propriedade, e depois pedir a condenação na satisfação de um interesse de crédito.

Deve entender-se de forma clara a pretensão do autor, e caem por serem ineptas.

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exigibilidade - é basicamente a parte de direito das obrigações (mora, incumprimento,


exigibilidade, etc.)

EXCETO O 577.º que é o pedido de prestações vincendas

idoneidade/possibilidade e licitude

P. da adequação formal - na resposta às exceções, por parte do autor, só podem ocorrer na


audiência previa ou final, admitindo o juiz que possa responder por escrito. tem a ver com a
forma ou tramitação do próprio processo, isto é, a flexibilização do processo do 547 não joga
aqui neste plano diretamente. É mais Garantístico que a parte responda por escrito do que
oralmente, mesmo que haja uma gravação, nomeadamente por invocação de outra
jurisprudencia e doutrina, que normalmente não ocorre quando esta adota forma oral.

AULA 15.03.2022

Causa de pedir - fixa os limites de conhecimento do tribunal (615/al. d) 552/1, al. d)

Princípio da autorresponsabilidade das partes no processo e na determinação e configuração


do objeto do processo

Uma coisa é contar uma história, outra é contá-la e depois demonstrar c provas que a história
é verídica.

Se alegar um facto e não o provar, fica demonstrado em tribunal que apesar de alegado não
foi demonstrado oque faz com que não seja reconhecido.

A matéria do objeto do processo tem muito impacto na jurisprudência.

No acórdão discutiam-se duas ações, na primeira ação temos um determinado autor e um


determinado reu, e na segunda ação temos uma igualdade de partes (=as partes repetem-se),
havendo identidade de sujeitos.

O tribunal entendeu que não havia identidade da causa de pedir e por isso o juiz pode ir ao
mérito da causa por que não há exceção de caso julgado que é uma exceção dilatória.

Art. 581.º - há ou não exceção de caso julgado? só há se houver as mesmas partes, o mesmo
pedido e a mesma causa de pedir (=identidade).

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O sistema jurídico não admite duas Ações iguais sob pena do segundo tribunal proferir
decisão diferente, o próprio processo civil perderia o seu propósito.

Tínhamos identidade de partes (=o mesmo autor e o mesmo réu), houve recurso para o
tribunal da relação porque não se concordava c a 1ª instancia que arrogava exceção de caso
julgado.

A pretensão material e processual (=pedido) era o mesmo.

A questão era sobre a causa de pedir (=fundamentação do direito): com que fundamento me
arrogo ao direito de propriedade.

Art. 1316.º, CC - 4 formas de aquisição da propriedade

Eram duas causas de pedir diferentes porque a usucapião impõe a determinação de


determinados factos essenciais, e uma previsão normativa especifica a preencher, o que não
acontece com a ocupação, e a alegação de factos essenciais que preenche esta norma não é
igual para o regime da usucapião. Por isso é que não há identidade de causa de pedir.

AULA 18.03.2022

Acórdão:

Exceção do caso julgado é uma exceção dilatória e obsta a que o juiz vá ao mérito da causa,
não podendo proferir uma decisão estável.

Evitar decisões contraditórias

O Tribunal da Relação entendeu que a causa de pedir da 1a ação era diferente da 1a ação.

Os factos que integram o objeto do processo e que foram alegados são distintos

O acórdão da relação entendeu que não havia exceção da causa de julgar porque os factos
invocados eram distintos, apesar de serem modos de aquisição da propriedade, são com
fundamentos jurídicos diferentes.

Artigo 581.º, n.º 4: preconiza a teoria da substanciação e não da individualização; explica


quando há identidade da causa de pedir

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Ano letivo 2020/2021

Atualmente só há divergência entre os factos que integram ou não a exceção do caso julgado

Ónus de alegação = recai sobre o reu ou autor quando falamos de factos constitutivos do
direito de que se arrogam, pode ser ou nao coincidente c o ónus da prova propriamente dito
(=regime 342.º, CC)

Ónus de substanciação = relativo à alegação de factos complementares; mas este coloca-se


no plano da procedência e nao admissibilidade do próprio objeto.

O CONVITE AO APERFEIÇOAMENTO SÓ OCORRE NO AMBITO DOS FACTOS


COMPLEMENTARES!!!! A FALTA OU INSUFICIENCIA DOS FACTOS ESSENCIAIS
LEVA LOGO À INEPTIDÃO DA PI

Há casos em que o ónus da substanciação nao está do lado do autor, p.e, nos casos de
responsabilidade médica exige-se um ónus de substanciação mais exigente do lado do réu
do que do autor. Da parte do autor seria inútil porque ele nao domina a legis artis. Nos termos
do art. 7/3 pode pedir auxílio ao reu para colmatar o desequilíbrio entre as partes.

Art. 574/1: cabe ao reu impugnar ou os factos ficam admitidos por acordo. vamos ver isto a
propósito da defesa do reu

Se a parte a que cabe a alegação destes factos tem consequências: falta de alegação -
ineptidão da PI;

Ónus objetivo = consequência da nao-alegação

Se o autor não alegar - princípio da preclusão: nao pode alegar posteriormente

Temos duas teorias principais utilizadas hoje em dia visto que a teoria da individualização
to quor ja nao é compatível c o direito substantivo

I. MTS + MARIANA FRANÇA GOUVEIA (581/4) E A TEORIA DA


INDIVIDUALIZAÇÃO APERFEIÇOADA: A causa de pedir integra todos os factos
essenciais, isto é, aqueles que integram a previsão da norma

Usucapião: 1) controlo material da coisa; 2) durante x tempo; 3) estado

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A falta destes fatos leva ineptidão da PI o que faz c que estejamos no plano da
admissibilidade do objeto, e não da sua procedência.

Os factos que integram a causa de pedir nao determinam o sucesso ou insucesso da ação no
plano das decisões de mérito; o objeto é ou não admissível? comporta ou nao todos os objetos
processuais?

II. LEBRE FREITAS E A TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO

A causa de pedir integra os factos essenciais e complementares (que concretizam os factos


essenciais) e a sua falta leva ao despacho no plano da procedência da ação no que importa
ao plano do caso julgado.

A teoria é incongruente porque quanto à fala de factos complementares há concordância com


MTS apesar de considerar que integram a causa de pedir porque a solução é o pedido de
aperfeiçoamento e já não a ineptidão da PI.

Plano do Artigo 590.º, n.º 2, CPC:

Nao distingue o plano da admissibilidade do objeto do processo do plano da procedência do


objeto do processo (CRITICA): Nao distingue os pressupostos processuais que permitem ao
juiz julgar o mérito, e o mérito efeito que permite ao autor ter ou nao razão.

Isto tem impacto brutal no caso julgado.

Na identidade da caus de pedir é muito menos favorável quer para a justiça como para as
partes defender-se a teoria da substanciação.

AULA 22.03.2022

A ação de reivindicação (artigo 1311.º, CC) é uma ação complexa cuja pretensão processual
é constituída quer por uma ação de simples apreciação (De titularidade de um direito de
propriedade), e uma ação de condenação na devolução da propriedade ao titular do direito
sobre a mesma.

Na defesa por exceção o réu alega um facto e só depois este é, ou não, provado, em sede de
julgamento, através dos meios de prova que as partes trouxerem.

Na defesa por impugnação digo que o facto é falso, e provo que é falso.

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Ano letivo 2020/2021

Na instrução da causa demonstro que a minha alegação de falsidade é a narrativa correta


através da prova que juntei.

O autor tem o direito à resposta, nos termos do artigo 3/4, CPC, quando o réu se defende
com base em exceção (dilatória ou peremptória). Pode responder em audiência prévia ou não
existindo esta, quando há revelia do réu, p.e, caso em que se dispensa; e se não houver lugar,
em audiência final. É esta resposta feita oralmente.

Princípio da adequação formal (Artigo 547.º, CPC) que permite se as exceções forem
demasiado complexas, o tribunal permitir ao autor responder por escrito as exceções, o que
acontece com muita frequência porque as partes podem querer alegar doutrina e
jurisprudencia, e a forma escrita é muito mais favorável quer para o autor, como para o
tribunal. Quando sob forma escrita é feito através de requerimento (é este o instrumento).

Quando são alegadas exceções perentórias pode haver dois efeitos potenciais:

1. (Im)procedência do pedido - Artigo 576.º, n.º 3, CPC.

2. Direito à resposta nos termos do artigo 3.º, n.º 4, CPC.

Antes do CPC 2013 era pela réplica, depois e pelo direito à resposta.

Tem de ser dada a oportunidade para o autor responder, mas este não tem de fazê-lo.

AULA 25.03.2022

Os processo em Portugal, que tem um sistema processual germânico, têm muito mais
garantias, e por isso tb é que é mais lento. Os standards de prova da dúvida razoável nao se
transportam para o nosso processo penal ou civil, que é normalmente mais exigente. O juiz
quando profere uma sentença, o juízo que tem de alcançar é um juízo de certeza e, na dúvida,
nunca pode condenar o réu, tem que o absolver; contudo a certeza alcançada por causa da
finitude está limitada aos factos trazidos ao processo e a prova que é trazida e demonstrada
no processo, quer nos articulados, quer em sede de audiência e julgamento com os meios de
prova que se travam.

Como o juiz nao pode ficar sem decidir, ou seja, quer fique na dúvida, quer tenha a certeza,
o CPC concede mecanismos para que se ultrapassei a dúvida.

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A dúvida que se possa instalar leva a que o facto seja dado como não provado. Artigo 607/4,
CPC.

As exceções de não cumprimento (Art. 428.º, CC) dá, lugar a uma condenação in futurum
(art. 610.º, CPC) e o autor é condenado a pagar as custas por "falta" de interesse processual
no momento da propositura da ação, mas fica desde logo com uma decisão judicial à qual,
no momento propicio, o réu ficará imediatamente adstrito a cumprir. o TRIBUNAL chega à
conclusão de que o autor pode exercer o direito que invocou na PI mas aquele nao é o
momento ideal para instaurar a ação, p.e por falta de cumprimento de uma obrigação, por
não se ter dado ainda incumprimento, por faltar o preenchimento de uma condição.

Como o legislador so da 3 categorias, quando a doutrina e a jurisprudencia trabalha os meios


temporários encaixam-nos nas modificativas porque é onde melhor são enquadrados os
fenómenos do direito substantivo porque quer as extintivas como as impeditivas têm carater
definitivo.

A DEFESA POR IMPUGNAÇÃO VAI SER DADA EM CONJUNTO COM O SISTEMA


PROBATÓRIO.

A complexidade do processo envolve o pedido e a causa de pedir e, temos três


modalidades principais de complexidade:

1. Cumulação de pedidos

2. Coligação = cumulação de pedidos + coligação de partes.

3. Pedido de reconvenção

ESQUEMA DOS CASOS DE CUMULAÇÃO:

Não, não tem razão na medida em que o autor formulou os 2 pedidos de forma subsidiária.

Cumulação subsidiária própria (art. 554.º, CPC): Se não x, então y.

Cumulação subsidiária imprópria (Art. 555.º, CPC): Se x, então y.

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Pressupostos processuais:

Compatibilidade substantiva? Não porque o autor teve cuidado de formular pedidos


subsidiários e não cumulativamente. Nao há problema porque o juiz so aprecia o pedido
subsidiário se o primeiro pedido for improcedente (no caso da c. subsidiária imprópria).

Art. 37.º, n.º 1 a 3, CPC.

Compatibilidade processual: competência absoluta; e adequação das formas do processo


(processo comum; processo especial; processo de legislação avulsa). NORMALMENTE É
AQUI QUE OCORREM PROBLEMAS NA CUMULAÇÃO DE PEDIDOS. Competência
absoluta: matéria, hierarquia e competência internacional.

A falta de competência absoluta é uma exceção dilatória nominada INSANÁVEL.

Conveniência (pressuposto processual oculto: 37/4): diz nos que mesmo que os
pressupostos processuais estejam todos preenchidos, pode colocar-se uma inconveniência
para o tribunal de julgar ambos os pedidos. O juiz pode entender que os pressupostos mesmo
estando preenchidos falha o critério da conveniência, poder que o legislador atribuiu ao juiz
nao de forma arbitraria, mas discricionária.

MTS: entende que o art. 37/4 pode ser a válvula de escape para a conexão objetiva na
cumulação; apesar de nao ser exigível, se nao estiver preenchida pode tornar-se
inconveniente julgar. apesar da conexão objetiva nao ser pressuposto da cumulação, o juiz
pode mandar que o autor escolha o pedido que quer ver julgado.

JCL: a aplicação não é analógica porque o artigo 554.º e 555.º permitem uma aplicação
direta.

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AULA 01.04.2022

Esquema sobre a coligação:

Coligação: artigo 36.º e ss, CPC.

A coligação é uma pluralidade de partes (=cumulação de partes), e uma pluralidade de


objetos (=cumulação objetiva)

A coligação é facultativa, mas no caso dos seguros pode haver uma coligação necessária
(não voluntária) do ponto de vista legal.

Foi construída pelos tribunais de forma facultativa, mas há casos em que é necessário.
MIGUEL TEIXEIRA DE SOUSA fala de situações em que considera que a coligação é
necessária, como o caso das seguradoras em que a seguradora integra obrigatoriamente uma
coligação formando uma parte distinta.

A cumulação objetiva pode ser:

1. Cumulação (objetiva) simples: art. 555.º, CPC.

2. Cumulação (objetiva) subsidiária: art. 554.º, CPC.

3. Cumulação (objetiva) alternativa: art. 553.º, CPC.

Pressupostos processuais:

1. Conexão objetiva:

a. Art. 36/1, CPC.

b. Art. 36/2, CPC.

2. Competência processual:

a. Competência do tribunal

b. Formas do processo.

3. Inconveniência (Art. 37/4, CPC).

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Temos dois pedidos e duas causas de pedir diferentes porque os factos são distintos (uma
coisa é um embate no carro de A, e outro facto é o carro ter embatido no imóvel de C),
conseguíamos distinguir e autonomizar estes atos.

A ilicitude também é completamente diferente: no primeiro caso decorre da lesão à


integridade física e violação da propriedade do carro de A, que ficou danificado (dupla
ilicitude) e, para além disso, pode haver violação de normas de proteção porque ME estava
em excesso de velocidade (=outra modalidade de ilicitude).

Os danos serão diferentes: no 1o caso o A vai ter de alegar a produção de danos físicos,
provavelmente lucros cessantes (por deixar de trabalhar e auferir rendimento no trabalho).

O nexo de causalidade também é diferente.

Conclusão: as normas a aplicar são distintas. No caso de embate automóvel (regime


específico do Art. 503.º e ss, CC) temos uma previsão normativa diferente do embate entre
automóvel-imóvel (Art. 483.º, CC).

Mesmo que fosse a mesma previsão normativa, os factos essenciais que concretizam a
responsabilidade civil extracontratual podem continuar a ser profundamente distintos porque
os factos que vão fundamentar os 5 requisitos (facto, ilicitude, dano, nexo de causalidade e
culpa) em cada um dos casos são completamente distintos e autonomizáveis.

Sempre que há acidentes em cadeia estamos sempre perante o art. 36/2, CPC, há uma
coligação porque há sempre diferenças, nem que seja porque no tempo e no espaço poderia
autonomizá-los.

Caso 3 - resolução:

Coligação simples

Pluralidade de partes (A + C): regime da coligação.

Se há coligação, temos de avaliar os pressupostos:

1. a conexão objetiva (art. 36/2, CPC: estava preenchida, se não estivesse havia exceção
dilatória prevista no art. 38.º e o autor aí teria de escolher qual dos pedidos iria "sobreviver"
no processo)

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2. Nao havia informações por isso presumimos a compatibilidade processual. Seguiriam, em


princípio, a forma de processo comum. Se houvesse problema tínhamos de ir ao Artigo 37/2
explicar que na falta de competência absoluta havia exceção dilatória insanável que geraria
a absolvição do reu da instância.

3. Inconveniência:

Este pressuposto processual é oculto, ou menos evidente.

Mesmo que os pressupostos estejam todos preenchidos mesmo assim teríamos de verificar
esta possibilidade de o juiz concluir que apesar disto, nao é conveniente julgar aqueles dois
objetos em simultâneo. No caso concreto nao tínhamos elementos que nos permitissem
justificar a inconveniência, e por isso o art. 37/4, CPC se aplicar.

Nao haveria qualquer risco de inadmissibilidade da coligação, não podendo haver um


despacho do juiz que não a permita.

O que o legislador quer é abrir uma válvula de escape para permitir ao juiz, em determinados
casos concretos, que mesmo que os pressupostos estejam todos preenchidos, o juiz detenha
a possibilidade de considerar inconveniente o julgamento de todas aquelas causas ao mesmo
tempo.

O regime da inconveniência é permissivo do ponto de vista dos tribunais, caso haja um


inconveniente grave (=conceito indeterminado que só é passível de averiguação casuística).

Professora JCL deu o exemplo da Volkswagen, que tb ocorreu em Portugal, em que foram
vendidos modelos que supostamente tinham x características, mas depois foi-se a ver e não
tinham. Chegaram centenas de ações, mas o juiz preferiu em vez de juntar tudo no mesmo
processo, que vai necessariamente demorar mais, mas antes dividi-los por vários tribunais
para serem julgados por juízes diferentes e o próprio processo ser mais célere.

A pretensão processual é a mesma, mas a pretensão material é distinta.

Quando falamos de cumulação simples ou subsidiaria, segundo MTS, apesar da conexão


objetiva nao ser exigível (=nao é um pressuposto processual autónomo), mas o professor
considera-a desejável.

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Nao há uma conexão entre objetos e pedidos cumulados, entao a falta de conexão objetiva
pode ser inconveniente, como defendem MIGUEL TEIXEIRA DE SOUSA e, agora, com
uma posição renovada, também concorda PAULA COSTA E SILVA.

Caso n.º 4:

Condenação + simples apreciação

Poderia haver coligação?

Mesma causa de pedir = testamento. Havia conexão objetiva pelo art. 36/1, CPC.

A e V podiam fazer uma coligação para pedir a condenação de V, para lhes dar as coisas por
via do testamento.

Ação de reivindicação.

Há pedidos diferentes porque as deixas testamentárias são distintas porque requisitam


objetos diferentes, com valores diferentes (=pedido). Mas a fundamentação (=causa de
pedir) dos dois é com base no testamento (=negócio jurídico unilateral).

É o mesmo facto essencial = alega-se a mesma causa de pedir (=factos essenciais), que é a
celebração do negócio jurídico unilateral (testamento).

Podiam fazer pedidos diferentes, mas em razões de economia processual justifica-se que o
peçam em conjunto.

PRÓXIMA AULA: A PROF TERMINA DE RESPONDER E DEPOIS VAMOS FAZER


OS CASOS (DISCLAIMER: ESTÁ AULA JÁ FORAM DOIS CASOS)

CASO 4 - RESOLUÇÃO:

Tinha a mesma causa de pedir que é o testamento (=negócio jurídico unilateral).

NO regime de coligação vai-se fundamentar pelo 36/1 a conexão objetiva

Nao havia indicações p afastar a compatibilidade processual

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Na competência dos tribunais portugueses, e as formas de processo tb seriam, em princípio,


as mesmas (=art. 37/3 nao impediria a coligação)

Regime da inconveniência = nao há indicações de que pudessem prejudicar a administração


da justiça por parte do tribuna (crivo do 37/4).

Nao havia tb incompatibilidade substantiva e, portanto, todos os pressupostos processuais


relativos à coligação estão preenchidos.

V e A poderiam intentar, autonomamente, ações contra o reu mas em termos de estratégia


processual seria mais proveitoso fazerem a coligação

Pluralidade de partes + pluralidade de pedidos

CASO 5

Art. 583/1, CPC.

Direito à resposta do autor: art. 3/4, CPC.

ATENÇÃO; Apesar da compatibilidade processual p o pedido reconvencional constar no


art. 93.º, CPC, a incompetência em razão do valor gera incompetência relativa e não absoluta
por isso se aumentar o valor do montante de juízo local para o juízo central civil, o CPC tem
um mecanismo automático que acautela este tipo de situações (art. 93/2, CPC + art. 11/3,
LOJ) sendo que o tribunal pode fazê-lo sem impor custos à parte (=se ultrapassar o montante
há uma remessa automática feita pelo tribunal).

Se a exceção for procedente os efeitos retroagem tal como se o contrato nunca se tivesse
celebrado

Há uma grande discussão na doutrina sobre a admissibilidade de condenações implícitas? A


alegação de uma exceção perentória se n pedir c força de declaração incidental (Art. 266/2,
al. a), CPC), nao tem força de caso julgado e o que transita em julgado é q o autor nao venceu
na ação, e o reu é simplesmente absolvido. contra o reu nao se pode intentar um objeto dali
para a frente

nao transita em julgado essa condenação implícita da restituição dos 20.000€

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Se for um processo especial, com o pedido reconvencional, o juiz tenta adequar ao máximo,
mas se não conseguir a instância não se poderá manter. Na pior das hipóteses o reu intenta
uma ação nova.

Ações pecuniárias que decorrem do incumprimento de contratos não superior a 15.000 é a


fase declarativa que antecede a injunção.

O legislador fez uma baralhada no 266, al. c) porque se faz um pedido reconvencional
autónomo que incide no remanescente.

MTS: Admite condenações implícitas neste caso.

O problema, em termos de estratégia processual é que nao podemos ficar dependentes da


doutrina aplicável ao tribunal (MTS vs RUI PINTO)

CASO 5 - RESOLUÇÃO:

Defesa por exceção perentória impeditiva: anulabilidade do NJ com base em coação moral.

Consequência: direito de resposta (3/4) + absolvição do reu do pedido se a exceção for


procedente

Há um pedido autónomo (=restituição de 20.000 que o reu faz ao autor) = pede a condenação
do autor na restituição do montante pela anulabilidade do negócio. Há um pedido
reconvencional.

Identificando o pedido reconvencional, ver os pressupostos processuais da reconvenção q é


uma exceção à estabilidade da instância (art. 160.º):

1. Compatibilidade procedimental: art. 583.º, CPC

2. Nao exclusão legal: art. 584, CPC

3. Compatibilidade processual: art. 93.º, CPC + 266/3, CPC (formas de processo).

4. Ver o pressuposto mais importante: Conexão objetiva (Art. 266/2, CPC).

Art. 266/2, al. a a d):são taxativas porque so posso intentar um pedido reconvencional c base
naquelas alíneas e tudo o que estiver fora vai contra o art. 160.º, CPC.

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AULA 08.04.2022

1. Analisar a compatibilidade procedimental (Art. 583.º) que nos diz que o pedido
reconvencional tem de ser enxertado na contestação (=no momento em que o reu envia a sua
contestação para o tribunal, com o envio da contestação tem de se anexar o pedido
reconvencional).

A contestação está, ou pode ser repartida, pela defesa por exceção (dilatória ou perentória)
ou impugnação (de facto ou de direito). O pedido reconvencional normalmente vem no final
da contestação e serve para chamar a atenção do tribunal relativamente à autonomização do
pedido.

No final do dia aquilo que o pedido principal do reu pede é a absolvição do pedido (por
procedência da exceção ou impugnação) e, depois, se o reu pedir a condenação do autor num
determinado facto, neste caso a restituição dos 20.000€ conseguem visualizar ou identificar
um pedido autónomo do pedido de absolvição do pedido.

O pedido reconvencional decorria do pedido de restituição dos 20.000€. Isto é


compatibilidade procedimental.

A questão é que um advogado diligente vai separá-la e identificá-la da melhor forma que
conseguir p chamar a atenção ao tribunal, mas nao é exigível que os mandatários o façam,
pode simplesmente estar na contestação sem estar identificado pelo título de "reconvenção".
ISTO É LARGAMENTE DISCUTIDO PELA DOUTRINA E JURISPRUDENCA que
admitem o pedido reconvencional mesmo que nao seja autonomizado.

Se falhar, exceção dilatórias e absolvição da instância reconvencional.

2. Nao exclusão legal - há pedidos que nao admitem pedido reconvencional, o que discute
no âmbito das ações pecuniárias de contratos nao superior a (...). A maior parte da
jurisprudencia entende que nao é devido à natureza do processo que é célere, se quiser
intentar um pedido reconvencional fá-lo à parte.

Também se retira do art. 584.º, CPC no regime da replica na medida em que nao posso
reformular pedidos reconvencionais em cadeia.

Se faltar - exceção dilatória - absolvição da instância reconvencional (neste caso é o autor


que é absolvido)

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3. Conexão objetiva (266/2, CPC) - é um pressuposto muito importante porque o pedido


reconvencional é uma exceção ao princípio da estabilidade da instância por isso tem de caber
numa das alíneas do preceito. O caso em concreto preenchia o art. 266/2, al. a) porque
decorria de uma exceção perentória por parte do réu, alegando a anulabilidade do negócio.

O réu nao so pede absolvição do pedido porque o contrato é anulável como pede a
condenação do autor na restituição do 20.000€.

Se falhar - exceção dilatória - o autor pode ser absolvido da instancia reconvencional.

4. Compatibilidade processual na reconvenção - art. 93.º, CPC (o tribunal tem de ter


competência absoluta, no caso havia um caso de incompetência relativa q n era relevante p
afastar o pedido reconvencional); art. 93/2 (na prática quando formulo um pedido
reconvencional como o valor se adita ao alegado

pelo valor, pode haver uma alteração do valor da causa, q seja superior aos 50.000, se isto
acontecer o que o legislador antecipou é que oficiosamente os juízes do local cível remetem
para os juízes do central cível nao causando problema nem constrangimento para as partes);

5. compatibilidade em relação as formas do processo - o pedido reconvencional terá de seguir


a mesma forma do pedido principal do autor.

Em suma havia compatibilidade procedimental, nao havia exclusão legal, havia


compatibilidade processual e conexão objetiva por isso o pedido era admissível, nao havendo
risco na formulação do pedido reconvencional porque os pressupostos estão todos
preenchidos.

PROVIDENCIAS CAUTELARES

Permitem assegurar a utilidade das ações principais

São mecanismos urgentes que podem ocorrer antes da propositura da ação principal, no
momento da propositura, ou depois.

MARCO GONÇALVES - Referência das providências cautelares

REMÉDIO MARQUES - Prova de agregação sobre as providencias cautelares e uma


possível reforma do CPC.

Os casos de contrato de promessa não são típicos de arrolamento na jurisprudencia (?)

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Princípio da proporcionalidade na conceção de providencias cautelares (MTS) mas


verificado o interesse processual do periculum in mora

RUI PINTO: o periculum in mora e os seus factos integram a presunção de uma norma
material e nao processual. Apesar de não haver distinção entre decisão de mérito e de forma.
Parece ser o entender que o periculum in mora não significa que o interesse processual nao
é um pressuposto processual (CASTANHEIRA NEVES).

Adequação - ???

CASO 1 PROVIDENCIAS - Al. 1.1:

1. Discute-se em relação à violação do contrato de promessa de cv se o risco de alienação do


bem objeto do contrato pode ser alvo de arrolamento (=providencia cautelar especificada)
ou de providencia cautelar comum.

A jurisprudencia entende que, no caso, nao havendo eficácia real, o mais adequado será a
providência cautelar nao especificada/comum p assegurar q efetivamente seja impedida a
venda do bem q é objeto do contrato de promessa de CV. O arrolamento, na medida em que
falamos ainda um direito absoluto ou real nao seria a forma necessária ou adequada para
dirimir o litígio. Concluía-se que à luz da factualidade o que fazia mais sentido era afastar o
arrolamento porque nao se preenchiam as características (=nao se discutia a titularidade de
um direito absoluto, nem de destruição de documentos, etc.) por isso iriamos para

Uma providência cautelar comum que é subsidiária.

2. Estando perante uma providencia nao especificada - ver os pressupostos:

o requerente teria de invocar que havia periculum in mora (=perigo na demora da propositura
a ação principal), ou seja, teria de demonstrar que, se a providência não fosse decretada,
então o seu direito ficaria gravemente prejudicado pela espera de uma ação principal; sendo
que no Direito português as sentenças são morosas (pelo menos 1 ano, 1 mês no máximo
para as providencias) por isso temos a demonstração deste princípio.

Podia problematizar-se se estava preenchido até porque D vivia na casa.

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JCL considera que poderíamos ter elementos para falarmos deste em relação à celebração
do contrato definitivo. Não há elementos para dizer que havia eficácia real, e mesmo que
estivéssemos a doutrina não é consensual nesse ponto.

O que era exigível ao requerente alegar? Funus bonus iuris - o requerente n tem de
demonstrar c certeza a violação ou titulada de um determinado direito, mas a probabilidade
séria da violação do seu direito.

A probabilidade séria pode ser concretizada através de meios de prova, por isso a prova que
é junta nas providencias cautelares nao é tao exigente como nos processos judiciais. É uma
prova mais simplificada.

Outras características:

-São processos urgentes (art. 363.º, CPC) por isso contam-se férias judiciais, os prazos de
30 dias passam a 15 dias, etc (=impacto na contagem de prazos).

- Requisito da proporcionalidade e da adequação = o requerente só pode solicitar ao tribunal


a procedência de uma determinada providencia cautelar se for proporcional a acautelar o
direito do requerente. No caso nada nos dizia o contrário.

Os problemas de proporcionalidade levantam-se no arresto

Adequação = requerente ter a capacidade de conseguir, a luz dos factos que tem, e da
violação a q se arroga, conseguir construir os factos à luz da melhor providência cautelar
possível para a sua situação.

No caso seria: providencia cautelar especificada (arrolamento), providencia cautelar nao


especificada/comum, ou nao havia sequer necessidade de providencia

Há casos concretos em q, à luz da factualidade e prova demonstrada pelo requerente, o juiz


pode se aperceber que há outros mecanismos alternativos à providência cautelar,
demonstrando que, no fundo, não há interesse processual no que diz respeito à propositura
daquela providencia cautelar em específico.

O objetivo é tutelar o melhor possível o requerente e a administração da justiça!

AULA 12.03.2022

CASO 1 P.C - Al. 1.2

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Nao houve indicação de que o requerente tenha solicitado a inversão do contencioso - o


requisito tem se por nao verificado apesar de PCS criticar este mecanismo iuiri condendo a
verdade é que o art. 369/1 diz que tem de ser a

pedido de requerente, é uma manifestação do dispositivo, o juiz nao a poder promover


pessoalmente.

Sublinhar: mediante requerimento (primeiro pressuposto exigível - manifestação do


princípio do dispositivo); so há inversão se o requerente o solicitar por via de requerimento.

Mesmo que se requeresse a inversão do contencioso, os outros pressupostos também nao


estavam verificados porque, como vimos, chegamos à conclusão de que esta providência
cautelar, seja ela providencia cautelar comum ou arrolamento (exigiam-se outros
pressupostos), esta tem natureza meramente conservatória, ou tendencialmente
conservatória, nao consigo antecipar o litigio para a providencia cautelar, nao é possível a
composição definitiva do litigo estava excluída porque o legislador a exclui expressamente
no código por via de interpretação sistemática entre o art. 369/2, ultima parte + art. 376/4
(FAZER REMISSÃO). É uma indicação do legislador para que casos é que conseguimos ter
uma composição definitiva do litígio.

Quando estamos perante providencias cautelares de matriz ou características conservatórias


(de bem ou garantia patrimonial) e assim sendo nao é possível garantir o suprimento da ação
principal.

Não tínhamos factos para conseguir defender o grau de convicção que lhe permita decidir
com certeza em relação ao direito acautelado ou solicitado pelo requerente nas sua petição
inicial da providencia. Alem de ter de ser a requerimento a inversão do contencioso, e uma
providencia que permita a composição definitiva do litígio, ainda se exige um grau de certeza
em relação à tutela solicitada pelo autor-

requerente da providencia cautelar nao conseguimos que a inversão do contencioso opere.

Nao sabemos sequer os meios de prova que foram juntos da providencia cautelar - nao se
sabe se o juiz tem certeza.

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A inversão do contencioso nao podia ser decretada, nem oficiosamente porque a lei nao
permite, e mesmo que promovida pelo requerente, nao é suficiente para gerar a composição
definitiva do litígio porque o seu objetivo é paralisar o contrato, nao antecipar o litígio.

A INVERSÃO DO CONTENCIOSO

Imaginemos que era possível,

É sempre, ou quase sempre, pela sua própria natureza de exigência e a prova que se exige
(=prova sumaria) será sempre dependente de uma ação principal.

Uma decisão que é tomada com base em prova sumaria, nao pode ter força definitiva no
ordenamento jurídico de um Estado de Direito democrático. Instrumentalidade: Art. 364/1,
CPC+ 371, al. a) CC.

O ordenamento jurídico nao pode admitir que uma providencia que cause efeitos nefastos
nao se pode manter a produzir efeitos sem o tribunal ter a certeza de que o autor requerente
vai propor uma ação principal onde se fará a prova exauriente do direito invocado pelo autor.

A principal função das PC é garantir a utilidade (=nao esvaziar de conteúdo a tutela prevista
numa ação principal) da ação principal, por isso só em termos excecionais nao é instrumental
à ação principal.

Mesmo que o requerente peça, p.e uma PC de alimentos provisórios, e ela for efetivamente
decretada, regra geral o requerente mesmo tendo alimentos provisórios, vai ter no espaço de
30 dias de intentar uma ação principal de alimentos definitivos (art. 207.º, CC). É uma
providência cautelar antecipatória, por isso bastava o requerente requerir e o juiz atingir um
grau de certeza para funcionar nesse caso específico.

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Se for a pedido e for procedente, o requerente fica dispensado de propor a ação principal, ou
seja, nao tem de a propor. Este ónus, q estava do lado do requerente, passa a estar do lado
do requerido/réu das providencias cautelares, que é quem fica responsável por propor a ação
principal, ficando ele o autor da ação principal.

Se o requerente não intentar a ação de impugnação ou de simples apreciação negativa nesse


prazo, caduca passados 30 dias o seu direito e a tutela cautelar consolidam-se em tutela
definitiva (art. 371/1, CPC), ou seja, transitou em julgado. Quer que o tribunal declare que
aquele direito nao existe ou invocar um facto impeditivo.

O requerente fica numa posição ultra-favorável.

CASO 2, P.C

Mútuo

Arresto - requisitos:

1. Probabilidade da existência de um direito de crédito - há um contrato de mútuo.

2. Justificado receio de perder a garantia patrimonial do crédito.

Artigo 393/2

Exceção ao contraditório - art. 3/1 e 2 + 393/1

Aula 22.04.2022

Correção do caso 2.1:

Quando abordamos a matéria da providencia cautelar especificada do arresto temos sempre


de a distinguir do arrolamento!!!! São duas providências cautelares conservatórias.

O arrolamento é a conservação de um bem específico por isso o objetivo do requerente é


pedir ao tribunal a conservação de um bem específico para pedir a conservação desse bem
específico.

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Ao contrário do arresto onde o que acontece é que o requerente pede a apreensão judicial de
bens concretos, com valor específico, do património do devedor, sendo que o que lhe
interessa é a conservação da sua garantia patrimonial (art. 601.º, CC).

Não posso penhorar ou pedir a penhora de bens essenciais para o cotidiano do


requerido/devedor: frigorifico, máquina de lavar a roupa, ...

A garantia geral das obrigações por parte do credor é sempre o património do devedor
suscetível de penhora.

O objetivo e q o devedor nao consiga esvaziar o seu património (=garantia patrimonial dos
credores).

Se A celebra um contato de mútuo c B e lhe empresta 120.000€, ficando b obrigado a restituir


mensalmente um determinado montante acrescido de juros. Se B incumprir alguns meses, A
intenta uma ação de condenação ao cumprimento das rendas em falta + indemnização por
danos consequentes ao pagamento.

Imaginem que B anda a doar o seu património, a celebrar contratos de CV, etc. havendo
indícios de esvaziamento do património para prejudicar os corredores, entao A tem
legitimidade p pedir o arresto de determinados bens do devedor.

Se B tem uma casa q vale 100.000€ e um carro que vale 10.000€, estes bens podem satisfazer
a sua garantia.

Providência conservatória não de bens específicos, mas da garantia patrimonial do


devedor, pressupondo-se sempre uma relação entre credor e devedor porque o que se tenta
materializar é o art. 601.º, CC.

O artigo 619.º, CC também e muito importante. o credor c justo receio de perder a garantia
patrimonial do seu crédito (=património do devedor) pode pedir o arresto nos termos da lei
do processo, remetendo para o artigo 391.º e ss, CPC (FAZER A REMISSÃO)

O arresto funciona pelo apossamento por um oficial de justiça dos bens apreendidos por
ordem judicial, e se o requerido resistir pode intervir a polícia.

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A vantagem do regime do arresto é que mesmo q o devedor tente vender estes bens, essa
venda é ineficaz no que diz respeito ao requerente porque há uma remissão das regras do
arresto para as regras da penhora.

Requisitos gerais do periculum in mora (que se manifesta no art. 391/1: "o credor c
justificado receio de perder a sua garantia patrimonial") + fonus bonus iuris (=probabilidade
de existir um direito de crédito, neste caso demonstrar uma probabilidade ou aparência do
contrato de mútuo). Não se exige uma prova exauriente do direito do requerente.

Havia indícios e princípio de prova de que o devedor estava a esvaziar a garantia patrimonial
prejudicando o credor

Art. 393/1: característica fundamental do arresto: a providencia é decretada sem


contraditório prévio do requerido

Art. 372.º o requerido pode recorrer da decisão que decretou o arresto ou ao arresto dos bens
específicos.

Se houver excesso o requerente pode ser responsabilizado até porque pode provocar graves
danos ao requerido.

A CASA DE MORADA DE FAMILAI, EM REGRA, NÃO É PENHORÁVEL!!!!!

No arresto, tiro para mim os bens penhoráveis, guardo-os e depois vendo-os, pegando no
montante dos bens arrestados e entregar o montante devido ao requerido/credor, se houver
excesso esse é entregue ao requerido/devedor. SE A AÇÃO FOR PROCEDENTE

O credor pode escolher os bens penhoráveis dentro dos limites legais

Se tiver garantias pessoais e reais o credor vai tentar sempre primeiro ir às garantias pessoais,
depois reais e só depois recorre as providencias cautelares (arresto) ou à ação executiva.

Se as garantias servirem nao há interesse processual na ação executiva.

Chegamos ao 2.2

a natureza do arresto é conservatória e nao antecipatória por isso nos termos do 369/1 e 376/4
a possibilidade de inversão de contencioso no arresto, tendo o requerente de propor na
mesma a ação principal se não quisesse que a providência cautelar caducasse.

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art. 376/4: o legislador quis deliberadamente deixar de fora o arrolamento e o arresto.

Aula 26.04.2022

Resolução do caso 3:

Idealmente tem sempre de se demonstrar o periculum in mora e o fonus bónus iuris, que são
exigência das providencias cautelares não especificadas, sobre pena de o requerimento não
ser demonstrado.

Se quiser apelar ao juiz do caso concreto podemos alegar que o artigo 379.º, CPC.

Justifica-se não haver periculum in mora porque houve violência na restituição provisória
da posse, como aponta MIGUEL TEIXEIRA DE SOUSA.

Através do artigo 1279.º, do CCivil que dá corpo ao artigo 377.º e ss, CPC, quis o legislador
sancionar o esbulhador violento, permitindo ao esbulhado o exercício de todos os meios que
estejam à sua disposição, nomeadamente a restituição provisória da posse. O fundamento
não é tanto o periculum in mora, mas a retirada do controlo material da coisa do esbulhador
e entregá-la à pessoa que foi esbulhada perdendo o controlo material da coisa.

A restituição provisória da posse é uma providência cautelar (Especificada) diferente das


outras.

Se não houver providência especificada, tem o autor de justificar o periculum in mora. Mas
a remissão do artigo 379.º, CPC se demonstre depois (o periculum in mora) porque o artigo
1279.º não se justifica quando o esbulho é com violência. Pode admitir o juiz que não tenha
de se demonstrar o periculum in mora por causa do regime da restituição, mas também o
pode negar porque não estando perante um esbulho violento não se demonstra a necessidade
desse requisito.

Pode considerar-se violento os obstáculos criados para vedar o acesso à coisa de que se é
possuidor, não se permitindo a continuidade da posse. Esta é uma corrente jurisprudencial.
A prática jurisprudencial aplica a conceção ampla sob pena de se esvaziar a restituição da
posse do seu conteúdo.

Se for um juiz que adota uma posição restrita onde se exige a coação física ou moral, não há
nada a fazer e tem de haver demonstração.

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Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021

LEBRE DE FREITAS + ISABEL ALEXANDRE (Código Anotado): estas barreiras físicas


criadas seriam, em si, violência. Esta posição (restrita) é mais mitigada, sendo que se
considera que a violência sobre coisas pode ser violência se tiver efeitos sobre pessoas. A
pessoa é atingida pela restrição do controlo material da coisa. A ideia de que a violência
serve para aumentar a tutela do Direito, não é um problema de danos da coisa, mas da pessoa.
Há um nexo de causalidade entre a violência das coisas e a sua consequência na esfera
jurídica da pessoa, há que demonstrar essa correlação lógica.

Mesmo os autores que defendem a conceção ampla tendem a fazer a correlação entre a
violência sobre coisas e a sobre pessoas. No caso concreto (3) estava verificado, porque há
provocação de danos para quem ficou sem acesso aos bens. Só para tutelar a pessoa é que se
pode aplicar esta providência.

Restituição provisória da posse – artigo 377.º a 379.º, CPC + artigo 1279, CCivil:

Professora PCS gosta muito da matéria da posse – animus, corpus, violência na posse,
composse, etc. Tem um livro sobre isto1!!

Tem três requisitos cumulativos – artigo 377.º, CPC:

1. Temos de estar perante uma posse, que é alegada, nos termos do artigo 1154.º,
CCivil: distinção entre posse e mera detenção.

2. Tem de haver um esbulho face o possuidor da coisa, isto é, tem de haver um


desapossamento.

3. O esbulho tem de ser violento – há uma construção doutrinária e jurisprudencial


densificada, discutindo-se se devemos adotar uma conceção ampla (+pessoas +
coação física ou moral) ou uma conceção restritiva (pessoas + coisas)

Procedimento – artigo 378.º, CPC:

Instaurado por via de requerimento apresentado ao juiz.

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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021

Um agente oficial de justiça vai efetivamente, à força, restituir o controlo material dos bens
ao requerente, sem audiência prévia do requerido o que simboliza que não há possibilidade
do requerido exercer o seu contraditório antes do decretar da providência.

O artigo 378.º tem de ser articulado com o artigo 372.º, CPC para estabelecermos o momento
em que o requerido exerce o seu contraditório, ocorrendo ou na impugnação da providência
cautelar, ou por via do recurso. O esbulhador necessita de ser citado, obviamente, que ocorre
depois de decretada a providência cautelar.

Esta providência tem natureza mista, isto é, tem natureza tanto declarativa como executiva
porque há coercivamente a entrega de um determinado bem a favor do requerendo,
restituindo-se o controlo material da coisa até decisão final, ou até ao momento em que a
providência cautelar caduca (Artigo 373.º, CPC).

Se adotássemos a conceção restrita:

Excluía-se a restituição provisória da posse.

Artigo 379.º, CPC – aplicar-se-ia uma providência cautelar não especificada, tendo de se
demonstrar o periculum in mora e fonus bónus iuris, o que não deveria levantar problemas
de maior.

Tem de se verificar os requisitos de proporcionalidade e adequação!!! Sendo estes requisitos


de conhecimento oficioso, e podendo o requerido reclamar por falta de proporcionalidade
do decretamento da providência cautelar.

Artigo 377.º, CPC – remissão para o artigo 1278.º e 1279.º, CCivil (propósito da providência
de restituição da posse; é a concretização do direito substantivo deste regime)

Caso 3.2. – Correção:

Artigo 566/4, CPC (?)

Artigo 376/4, CPC.

Artigo 379.º, CPC.

Ação de restituição provisória da posse.vs. Ação de reivindicação: MIGUEL TEIXEIRA DE


SOUSA (no livro).

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Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021

Aula 29.04.2022

Correção 3.2. – Inversão do contencioso na restituição provisória da posse:

Artigo 369.º, CPC – requisitos:

a) A pedido do requerente = a contrarium, o tribunal oficiosamente não pode


efetivamente combater o contencioso mesmo quando atinja um grau de certeza.

b) Certeza que o juiz tem de atingir em relação à titularidade do direito que se estão a
discutir, no âmbito da providência cautelar.

c) A providência tem de ser adequada à composição definitiva do litígio à luz do caso


concreto.

Artigo 376/4, CPC: o legislador admite expressamente a adequação da restituição da posse


á composição definitiva do litígio.

Havendo inversão os efeitos são a mudança do ónus de propositura da ação principal da


esfera do requerente para a esfera do requerido, tendo o requerido 30 dias para o fazer (=ónus
de propositura da ação).

Se o requerido não o fizer, a decisão da providencia cautelar ganha caráter definitivo


atingindo força de caso julgado.

Artigo 372.º, CPC.

O artigo 574/2, CPC SÓ RELEVA PARA CASOS DE CONFISSÃO, E ESTA


CONFISSÃO NÃO É A DA REVELIA!!!! LEBRE FREITAS + CASTRO MENDES
criticam a posição do legislador ao considerar que os <factos se consideram confessados=,
explicando que a expressão também deveria ser <admitidos por acordo=

O documento é o facto essencial da causa de pedir do autor!!!!

Tema de oral de melhoria: tese de doutoramento Lebre de Freitas + CPC Anotado (Confissão
ficta)

É uma confissão ficta, que se opõe a uma confissão normal em que há uma declaração (?)
de ciência, não se pode atribuir um efeito declarativo à sua inação.

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Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021

O que é criticável não é o efeito, mas a qualificação que o legislador decidiu atribuir porque,
em termos holísticos e sistemáticos, não faz sentido. Desde 1939 que se critica o nome de
<confissão ficta= porque esta não tem nada a ver com o meio de prova por confissão.

Revelia do réu – em esquema (JCL):

O réu não contestou. – Artigo 566.º a 568.º, CPC

A sua sistematização está muito bem feita porque surge antes da contestação.

Modalidades de revelia:

I) Revelia absoluta = artigo 566/1, CPC: não há contestação + não há mandatário.

Sabemos isto porque a secretaria do tribunal e o próprio juiz têm acesso a uma
plataforma eletrónica chamada CITIUS e conseguem ver se foi junta procuração
aos atos, percebendo se houve contestação de mandatário.

O primeiro efeito processual desencadeado é a repetição da citação = o juiz tem


de tentar citar o réu novamente até que tenha efetivamente a certeza que houve a
citação efetiva do réu (=citação pessoal).

Mas há muitos réus que tentam impedir que coloquem as cartas em casa, que
fogem do país, etc – citação edital.

Processo equitativa e garantia do contraditório = é necessário que o réu tenha


conhecimento.

II) Revelia relativa = não há contestação, mas há advogado.

O tribunal sabe que o réu tem conhecimento de tudo o que se passa no processo,
nem que seja pela plataforma CITIUS.

Modalidades em relação aos efeitos:

III) Revelia operante = artigo 567/1. CPC: Há efeito cominatório semipleno.

Preenchidas as condições do artigo 567/1, CPC: o juiz tem alguma certeza de que
o réu foi efetivamente citado apesar de não ter praticado qualquer ato processual.
Há condições para que a revelia seja operante, o que simboliza que vai haver
efeito cominatório semipleno o que significa que os factos que são alegados pelo

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Ano letivo 2020/2021

autor na PI vão ser dados como confessados (artigo 567/1, CPC) o que não leva
à condenação do réu no pedido, até porque pode haver exceções de conhecimento
oficioso (artigo 578.º, CPC), ou pode haver falta de prova por parte do autor.

O juiz pode chegar à conclusão de absolvição do réu do pedido, mesmo que o réu
não conteste.

IV) Revelia inoperante = artigo 568.º, CPC: Não há efeito cominatório semipleno
(=não há audiência prévia).

Quando os efeitos do artigo 567/1, CPC não se dão (=não há confissão ficta).

Dispensa da audiência prévia que é a fase mais importante: quais são os temas de
prova, tentativa de conciliação (=cessar do litígio), ver quantas audiências são
necessárias, …

A maior parte das tentativas sérias de conciliação levam a despacho pré-saneador


e termina o processo na melhor das hipóteses porque o conflito termina em
relação a ambas as partes.

Distinção entre:

a) Revelia

b) Falta de impugnação (Artigo 574/2, CPC)

Efeito cominatório pleno = em casos de revelia absoluta e operante, aquilo que vai
acontecer é que a revelia gera automaticamente a condenação do réu no pedido.

Próxima aula: caso 2 revelia + prova

Aula 03.05.2022

Caso 2 revelia:

Revelia absoluta (artigo 566.º, CPC) = réu não contesta nem constitui mandatário.

Dever do tribunal de verificar se a citação do réu foi feita com toda a diligencia possível, se
não for o juiz deve mandar repetir o processo de citação.

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Ano letivo 2020/2021

Citação = primeiro ato de comunicação do processo.

Se o tribunal tiver a certeza que o reu foi citado pessoalmente, chega à conclusão de que é
uma escolha do réu não escolher mandatário e não preencher contestação.

Preenchidos os pressupostos do artigo 567.º, então a revelia é operante, significando que se


vai produzir o efeito da confissão ficta (artigo 567.º) dando o tribunal como confessados os
factos pelo réu revel. A revelia que é operante, no processo civil comum, tem efeito
cominatório semipleno o que significa que apesar de se darem por confessados os factos
alegados pelo autor na PI, o que é desfavorável ao reu (prova fítica) como o efeito é
semipleno não leva à condenação do reu automaticamente, o juiz ainda pode verificar se há
exceções ou uma fundamentação do autor insuficiente para a procedência da ação, podendo
ainda absolver o réu da instância.

No caso prático estávamos perante uma das exceções do artigo 568.º, que é a modalidade da
revelia inoperante construída pela doutrina, e no nosso caso pratico na pergunta 2 um dos
réus respondia e por isso estávamos perante uma das exceções da al. a), não fazendo sentido
admitir a confissão de factos que se traduzem pela inexigibilidade da obrigação, e para o
outro não se exigir. Isto em termos substantivos não faria sentido.

Os factos que o réu não contesta vão aproveitar aos outros réus.

No caso de revelia inoperante a tramitação vai encurtar, não havendo audiência previa com
o mandatário do reu revel; só há audiência previa com o mandatário do réu que contestou.

Art. 574.º <se estiverem em oposição com a defesa considerada no conjunto= = tarefa do
juízo

<se não for admissível confissão= = pode ser por não haver capacidade (?)

<ou se só puderem ser provados por documento escrito= = são factos necessitados de prova
todos aqueles que cabem na exceção do artigo 574/2, 2º parte (=documento escrito), mesmo
que o reu não impugne não podem ficar admitidos por acordo apesar de não ser um facto
controvertido, contudo é um facto necessitado de prova.

O autor que alega o facto constitutivo do direito – negócio jurídico – tem de provar a
celebração porque o facto não fica admitido por acordo: artigo 574/2, parte final + regime
substantivo (artigo 1143.º, CCivil no caso prático).

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CASOS DA PROVA:

Caso 1:

A celebração do contrato de mútuo em valor superior a 25.000€ é um facto necessitado de


prova.

Faz gerar, a exceção dilatória, o direito de defesa: artigo 3.º, n.º4, CPC.

Não houve impugnação de factos, logo os factos articulados pelo autor ficariam admitidos
por acordo nos termos do artigo 574/2, 1ª parte, contudo de acordo com a parte final teria de
ser alvo de prova, sendo um facto necessitado de prova e sendo objeto do despacho dos
temas de prova.

Artigo 1143.º, CCivil: documento autêntico/documento particular autenticado.

Identifique as consequências processuais pelo reu só ter alegado exceções dilatórias = não
houve impugnação de factos; pela regra do 574/2 os factos ficariam todos admitidos por
acordo, mas NÃO TODOS, há alguns factos que dependem de documentos por escrito (?)

Artigo 574/2, CPC + artigo 1143.º, CCivil: Se não se provar, não fica admitido por acordo
NUNCA.

É NECESSÁRIA DEMONSTRAÇÃO POR DOCUMENTO ESCRITO.

Art. 364.º, CC.

A lógica da prova:

Fase da instrução (fase da tramitação) já tendo passado a fase dos articulados e da gestão
processual; estamos numa fase de despacho de temas de prova, uma fase de preparação do
julgamento. Uma das últimas partes que antecede o desfecho do processo civil.

A matéria da prova tem de ser sempre articulada com o artigo 607/4 e 5, CPC no que diz
respeito à fundamentação do tribunal e da sentença.

Nos acórdãos podemos perceber que eles fundamentam o porquê de estarem provados ou
não provados os factos.

Artigo 410.º, CPC: dá logo uma ideia do objeto da prova.

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Artigo 411.º: princípio do inquisitório em sentido estrito = poderes atribuídos ao juiz pela
lei processual civil que lhe permitem ser o destinatário das proas sobre os factos e o
poder/protagonismo na fase probatória. É aqui que as partes se encontram presencialmente
no julgamento.

Retiramos do artigo 410.º, CPC que o objeto da prova são os factos (não o direito), é isso
que tem de ficar provado/demonstrado, exceto direito consuetudinário estrangeiro que tem
de ser provado em Portugal.

Imaginem que estamos perante um litígio internacional e o tribunal competente é português,


e estamos a invocar direito consuetudinário do Reino Unido. Provavelmente vamos precisar
de experts do Reino Unido. Esta demonstração de Direito é importante, mas é a exceção,
tudo o resto que é matéria de prova são factos!

Artigo 573.º, CPC (concentração da defesa) – se o réu não impugna aquele facto no tempo
suposto, o facto não vai para o despacho de temas de prova, o facto considera-se admitido
(artigo 574/2, CPC)

Se o facto não couber no artigo 574/2, se o reu na impugnação não impugna os factos
alegados na PI, então os factos ficam assentes por acordo. Mas depois há exceções = mesmo
o reu impugnando, quando é que o facto apesar de não ser controvertido ainda precisa de
prova.

Nem todos os factos são objetos de prova, só são ou os:

1. Factos controvertidos = factos que, da defesa do réu por impugnação, diz que
determinado facto alegado pelo autor é falso e explica porque, então o facto alegado pelo
autor fica controvertido por haver duas narrativas contraditórias!

Os factos controvertidos decorrem da defesa por impugnação, porque são factos sobre
os quais incide duvida.

O juiz tem de os incluir em despacho de temas de prova pedindo a demonstração em


sede de julgamento, e quem tem o ónus de tirar a dúvida ao julgado.

Despacho temas de prova = forma de organizar o julgamento; pede para uma das partes
esclarecer um determinado facto, demonstrando-o.

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2. Factos necessitados de prova = factos que, mesmo não tendo sido impugnados pelo
réu, não se podem dar como admitidos por acordo; são as exceções que decorrem do
artigo 574/2, 2ª parte.

Aula 06.05.2022

Caso 1.2:

Facto que não ofende o tribunal.

Artigo 564.º (?)

Iria integrar o despacho de temas de prova para depois ser provado no julgamento (?)

Artigo 562/2 + 578.º, al. b) + 423/2: pode juntar-se, ainda, documentos relativamente aos
articulados por causa do dever de gestão processual.

Articulação entre o despacho de temas de prova e o despacho pré-saneador no convite a


juntar documentos essenciais.

Despacho temas de prova = factos controvertidos (impugnados pelo réu havendo duas
descrições contraditórias) + factos que não cabem no 574/2, porque apesar de não terem sido
impugnados ainda não podem ser admitidos por acordo.

Como o mútuo acima de 25.000€ tem de ser celebrado por forma solene, não pode ser
admitido por acordo, não pode ser admitido sob outra forma que não a prova documental:
artigo

No despacho de temas de prova já estamos numa fase depois da fase de festão processual, já
é uma fase muito avançada, e aquilo que se questiona é: será que o juiz aqui, na gestão
processual e no despacho pré-saneador, o juiz não deveria ter convocado a parte a juntar o
documento? O momento apropriado para o fazer não seria a fase de instrução ou julgamento,
mas sim no artigo 590.º, n.º 2, al. c) + 590.º, n.º 3 (=despacho pré-saneador).

Quem tem o ónus de prova é o autor: artigo 342/1, CC. Contudo, no processo civil, o juiz a
partir da reforma de 2013 viu os seus deveres de gestão processual serem mais significativos,
e por isso deve intervir de forma mais ativa nomeadamente no que toca ao pedido de
aperfeiçoamento de qualquer dos articulados (PI + Contestação).

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Podia ser incluído no despacho de problemas de prova, mas há um problema: há um


momento prévio onde poderia ter ocorrido (=despacho pré-saneador); MTS + ABRANTE
GERALDES: a falta de convite é um poder dever do juiz que pode levar à nulidade dos atos
(se a parte estiver em sede de audiência prévia, então pode reclamar desde logo com o juiz
invocando a nulidade), e se houver sentença culmina na nulidade ou do despacho saneador-
sentença ou da sentença nos termos do artigo 615.º, al. d), CPC.

A jurisprudência é que confunde a nulidade processual – artigo 195.º - e a nulidade da


sentença do artigo 615.º, CPC.

Não havendo prova o juiz pode dar o facto como não provado absolvendo-se o reu do pedido:
artigo 595.º, al. b), CPC. E não avançávamos mais.

Como é um facto necessitado de prova faria todo o sentido que o facto prosseguisse para
julgamento.

O contrato seria um documento essencial porque concretiza a causa de pedir do autor.

Facto essencial = contrato

Facto instrumental = incumprimento do contrato

607/5

364

374 e 376.º, CC – prova plena em relação à autoria, não em relação à prova plena das
declarações de vontade

1.3. – Muito importante

Artigo 362.º - prova documental

Documentos dividem-se entre autênticos e particulares (Ver esquema).

Se as partes quiserem logo pagar à frente do notário para além da prova plena das declarações
de vontade, também se faz prova plena do cumprimento dessas mesmas declarações (no caso
dos documentos autênticos)

O documento particular:

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I) Autenticado = Não nasce no notário, mas em sede de negociações privadas e é


depois levado ao notário para certificar declarações de vontade e assinaturas.
Tem a mesma força que um documento autêntico.

II) Doc. Particular Simples = não há intervenção do notário ou entidades públicas.

a. Podem ser: assinados; ou não assinados.

III) Reconhecimento notarial de assinaturas = no reconhecimento notarial pega-se


no CC do advogado com quem trabalhamos, levamo-los lá a assinatura que está
no documento e do CC, não vai lá estar a pessoa, por isso é prova livremente
apreciada pelo tribunal porque vale como perícia.

Art. 364 + 366

Faz toda a diferença entre o caso julgado ou não: é a diferença entre o contrato ser nulo
e haver decisão; se salvaguardar a questão da nulidade.

Aula 10.05.2022

Correção do 1.3:

Podia entregar o documento devido ao princípio da aquisição processual – artigo 413.º,


CPC – mas este documento não era apto a substituir o documento particular autenticado
que a lei exige por isso o juiz não podia declarar como verificado o contrato válido –
artigo 607.º, CPC (princípio da prova livre: regra geral no processo civil) + 364.º + 366.º,
CC

Não pode haver substituição de documentos quando a lei exige uma certa formalidade
para a validade entao este documento não era apto a provar o contrato celebrado, mas
podia ser junto visto que o juiz poderia livremente apreciar o documento e as declarações
que nele constam, mas não vai dar como celebrado o contrato, no limite, ajuda o tribunal
a interpretar o negócio.

Não fazia prova plena das declarações que lá estão.

A base legal era: 364.º + 366.º, CC + 413.º, CPC.

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É o legislador que dá a liberdade ao tribunal; mas nos termos do artigo 607/5 não é o
legislador que fundamenta a sentença, mas sim o juiz que tem de determinar o porquê de
certos factos serem dados como provados, e outros não: artigo 607.º, n.º 5, CPC.

1.4 – Resolução:

O documento particular simples não impede/obsta a que haja um documento particular


autenticado depois inserido.

MTS aplica analogicamente a solução da prova testemunhal ao depoimento da parte.

O intuito desta prova testemunhal é a substituição de um documento particular autêntico ou


autenticado, e estamos a falar de um contrato ad substatium nos termos do artigo 1143.º, CC;
então nos termos do artigo 364.º + 393.º, CC vamos afastar a admissibilidade da prova
testemunhal, tendo o tribunal de afastar.

A prova testemunhal é sempre admissível a não ser que a lei afaste a sua admissibilidade –
artigo 393.º a 395.º, CC – estando perante um caso do artigo 393.º, CC.

Não nos termos do artigo 394.º que pressupõe que estamos a contrariar o conteúdo de um
documento particular autêntico ou autenticado que já foi junto ao processo; uma prova que
é livremente apreciada pelo tribunal não pode ir contra um documento particular autenticado
por um notário se não prejudicávamos a imagem de entidades públicas, o que não pode
acontecer.

A prova testemunhal não pode contrariar o disposto num documento autenticado.

Artigo 392.º, CC – Regime probatório da prova processual: 495.º, CPC (REMISSAO)

É livremente apreciada por tribunal: artigo 396.º; porque é o meio de prova mais falível pela
sua própria natureza.

Artigo 396.º, CC + Artigo 607/4 + Artigo 607/5, CPC.

Importante: Tem de ser um terceiro a ser testemunha, se for uma parte há uma declaração de
parte. Artigo 496.º, CPC.

Três formas de impugnação da prova testemunhal:

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1. Artigo 514.º, CPC = Impugnação; situações em que a testemunha não tem capacidade
para depor, ou há uma recusa legítima e o juiz efetivamente não avisou a testemunha
que havia essa recusa em depor, etc. Coisas mais no âmbito de admissibilidade
processual ou substantiva. Na impugnação digo que a prova testemunhal não é
admissível nos termos do artigo 495.º ou ss, CPC, ou alguma das regras do CC.

2. Artigo 521.º, CPC = Contradicta.

3. Artigo 523.º, CPC = Acareação. Duas testemunhas estão em contradição, tendo


narrativas completamente distintas; o juiz junta-as e questiona-as para ver qual é a
narrativa mais credível.

Aula 13.05.2022

Caso 1.5 – Prova:

Saber se efetivamente a prova testemunhal podia servir para demonstrar um facto extintivo
da obrigação do pagamento no caso concreto – artigo 395.º, CC

O juiz desembargador Rui de Sousa – tem entendido que, nos casos em que a lei exige
efetivamente forma para a conclusão de um determinado concreto, também o seu pagamento
exige a quitação (a prova do pagamento encontra-se no artigo 786.º e ss, CC). Tem se
entendido

Direito Probatório Material – Juiz Pires de Sousa: interpretação artigo a artigo do CC em


relação à prova.

A prova que se exige é um recibo, ou fatura-recibo (=quitação) e para isso o credor tem de
o passar. Se o credor não o fizer, há todo um problema que o PC tem mecanismos para
acautelar.

JUIZ PIRES DE SOUSA: Há exceções; artigo 395.º em que há princípio de prova em que
há um email em que se demonstra o pagamento, o juiz admite isto, mas a maior parte da
jurisprudência nega esta possibilidade. Podemos e devemos discutir isto.

CASO 1.6 – PROVA:

Ónus da prova:

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1. Subjetivo: Factos constitutivos do Direito; encontra-se previsto no artigo 342.º e 343.º,


CPC: diz-nos a quem é que cabe demonstrar o facto que alegou, ou seja, como é que
há a distribuição (subjetivo = sujeito). A que parte, no processo, cabe demonstrar os
factos que alega.

JCL + PCS: O ónus em sentido subjetivo opera quando estamos numa fase de instrução
e o juiz tendencialmente tem de deixar que as partes, em termos espontâneos, vão
juntando os meios de prova ao seu dispor para provar os factos no processo; so quando
o juiz está em dúvida quanto aos factos que lá estão é que o ónus de prova vai ser
acionado. Se as partes não juntarem os meios de prova exigidos por lei, funciona este
mecanismo!

Ou seja, se o autor alega que celebra um contrato de CV (=facto constitutivo do direito


que alega: artigo 342/1) quem tem o ónus, é quem alega. Quem alega, prova.

Artigo 342/1: ónus de prova que recai sobre o autor na PI, porque o autor normalmente
alega factos constitutivos do seu Direito. São, no fundo, os factos essenciais e alguns
factos complementares, tendo o ónus de os provar a todos.

Contudo, o artigo 342/1 também se aplica ao réu na reconvenção, porque aqui há um


pedido autónomo de condenação, de constituição, ou outro, pedindo ao tribunal algo
autónomo em relação à absolvição do réu no pedido, também se aplica ao reu na
instância reconvencional, porque a reconvenção é uma PI invertida.

Quando o réu invoca exceções perentórias, sendo factos extintivos, modificativos ou


impeditivos, então o que o réu tem de fazer é provar estes factos, o ónus não alega ao
autor! P.e, alega que já pagou, quem tem o ónus não é o autor. É o réu que tem de
demonstrar esta forma de extinção das obrigações.

2. Objetivo: Artigo 414.º, CPC. Opera sempre este artigo, se a parte não consegue exercer
o mecanismo de inversão do ónus da prova, se a parte alega um facto modificativo,
extintivo ou impeditivo, o juiz dá como não provado esse mesmo facto.

Quando se fala em ónus de prova, divide-se sempre em sentido objetivo e subejtivo. Há


quem critique esta divisão por achar que é artificial (sobre isto: PEDRO MÚRIAS).

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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021

Princípio da cooperação para a descoberta da verdade: artigo 417.º, CPC.

Artigo 542.º, CPC - Litigância de má-fé.

Inversão do ónus da prova – artigo 344.º, CC.

Prova diabólica – manifesta dificuldade na prova de um determinado facto, no nosso caso


é a impossibilidade de demonstrar que a outra parte tem efetivamente o documento.
FRONTEIRA ENTRE DIFICULDADE E IMPOSSIBILIDADE

Inversão do ónus da prova: artigo 344.º, n.º 2, CC Com dolo ou negligência; tornar
impossível o exercício do ónus.

Distribuição do ónus da prova.

----

O reu ao destruir o documento frustrou o ónus de prova, e a sua possibilidade, em sentido


subjetivo; por isso o legislador tem de dar consequências a esses atos e, portanto, o réu
pode ser condenado por litigância de má-fé (por violação grave do princípio da
cooperação); e depois há uma violação do princípio da cooperação à descoberta da verdade
(artigo 417.º, CPC) onde se faz uma remissão para o artigo 344, CC (inversão do ónus da
prova).

O artigo 344.º diz que como não funciona presunção legal, convenção, ou negocio
probatório; iriamos converter o ónus da prova não pelo n.º 1, mas pelo n.º 2 porque houve
uma destruição do documento, que era o único exemplar, o que torna a celebração do
contrato impossível ou muito difícil.

Seria possível pedir uma réplica?

O artigo 344/2 vai onerar o réu da prova do facto negativo, ou seja, vai ter de demonstrar
que não houve a celebração do contrato, porque a suposição agora é de que houve, porque
se recusou ilicitamente a apresentar o documento.

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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
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Se o autor queria provar a celebração do contrato (Facto positivo) e o réu destruiu, passa
para o réu o ónus de provar que não se celebrou. Isto é uma prova diabólica: se destruiu o
documento, como prova que o contrato não se celebrou? Como isto gera prova diabólica,
funciona o artigo 414.º: como o reu não conseguiu demonstrar a não celebração do contrato
que era a única forma de ser absolvido do pedido, como não consegue fazê-lo, e porque o
juiz não pode ficar na dúvida, temos de ter um mecanismo de salvaguarda da dúvida que
está no artigo já mencionado que dispõe que quando o juiz está na dúvida sobre a realização
ou produção de um determinado fato, opera o mecanismo que possui um critério decisório
do juiz.

Como o reu não demonstrou a celebração do contrato, o juiz vai dar como provada a
celebração do contrato: artigo 414.º, CPC. Isto é uma ficção legal autêntica, mas é
necessária porque o juiz não pode ficar na dúvida.

ESTUDAR COM PROFUNDIDADE A MATÉRIA DO CASO JULGADO MATERIAL


OBJETIVO – LIMITES SUBJETIVOS NÃO SAI!!!!!!

ESTUDAR RECURSO ATÉ À UNIFORMIZAÇÃO

Estrutura da frequência:

Caso prático igual ao costume

4 perguntas dirigidas ao caso prático sobre a matéria quase toda

1 pergunta teórica

AULA 16.05.2022

A partir do momento em que o juiz decreta a sentença – artigo 613.º, CPC – fica esgotado
o poder jurisdicional do juiz em termos da matéria causa, a não ser nos casos do artigo
614.º a 616.º em que se alguma das partes invocar a reforma da sentença ou a nulidade, aí
há a possibilidade do tribunal a quo corrigir essa invalidade, se concordar com a
fundamentação do recorrente, e o processo nem sequer sobe.

A nulidade dá pré-fundamento a recurso.

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Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021

A partir do momento em que o juiz corrige, há mais 30 dias (Artigo 638.º?), e só passado
esses 30 dias é que a decisão transita em julgado.

A decisão transitada em julgado – artigo 628 – significa que quando o juiz profere decisão
de mérito:

Se passarem 30 dias + 4: o legislador dá a benesse de 3 dias, cobrando multa. Isto sucede


porque os prazos, para as partes, são muito curtos.

Passados os 30 dias + 3 de multa, esgota-se a possibilidade de impugnação ou contrariedade


com a decisão, o que significa que a decisão transita em julgado ganhando força de caso
julgado material: em relação às partes e objeto do processo fica imodificável. É isto que
significa

Remissão: Artigo 628.º Artigo 638, CPC.

O recurso ordinário é a possibilidade de impugnar a decisão antes desta ganhar caráter de


imutabilidade.

O recurso de revista vai da Relação para o STJ.

A partir do momento em que a decisão transita em julgado só é possível interpor recursos


extraordinários:

1. Recurso de revisão (artigo 696.º) – sucede algo muito grave em que o legislador, e os
tribunais, não podem comportar com essa injustiça gritante; situação em que o réu ficou
em revelia porque a citação foi nula, ou algo do género, ou os casos em que o juiz
cometeu um crime, ou se chega à conclusão que a prova é ilícita, …. Artigo 696.º =
elenco taxativo que coloca em causa a força de caso julgado (material) de uma decisão.

Diferença entre caso julgado material e caso julgado formal:

Caso julgado material: Artigo 619.º, n. º1, CPC

Quando uma decisão transita em julgado e se forma caso julgado material o juiz
pronunciou-se sobre o conflito entre as partes, de forma definitiva, absolvendo o réu ou
condenando o réu no pedido.

Se estivermos perante transito em julgado – artigo 628.º e 638.º - e as partes podem já


não interpor recurso ordinário, temos caso julgado material – dois efeitos:

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Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021

Artigo 619.º Artigo 628.º Artigo 638.º

Despacho saneador-sentença: Artigo 595.º, al. b)

A imutabilidade vai até onde? Força obrigatória dentro ou fora do processo nos limites do:

a) Artigo 580.º = autoridade do caso julgado

b) Artigo 581.º = exceção do caso julgado

c) Artigo 696.º = recursos extraordinários

1. Efeito positivo do caso julgado = pode utilizar-se o conteúdo em relação às partes, e ao


objeto, naquela e noutras decisões, decidindo de forma conforme com aquilo que
transitou em julgado; autoridade de caso julgado.

2. Efeito negativo do caso julgado = evitar que se contrarie a decisão; evitar non ibis in
idem

Artigo 581.º, CPC: ou seja, a exceção do caso julgado, é uma exceção dilatória: o
seu propósito é o efeito negativo do caso julgado, tendo como objetivos: evitar o
non bis in idem (que hajam duas ações distintas que possam ser contraditórias entre
si); há sempre a mesma ação se se repetirem as partes e as mesmas causas de pedir.

O artigo 581.º para evitar duas decisões contra o mesmo réu e decisões contraditórias
que possam afetar o caso julgado, então o artigo obsta a que o juiz conheça do mérito
da causa (=Exceção dilatória)

Artigo 581.º Artigo 577.º, al. i), CPC (exceção dilatória nominada de caso
julgado) Absolvição do réu da instância = não há apreciação do mérito da causa
= não há contradição entre decisões = evita que o réu seja sujeito a uma segunda
ação (tendo ganho, ou perdido).

É uma exceção dilatória insanável!!!

LEBRE FREITAS: Artigo 581/4 inclui os factos essenciais e os instrumentais e


complementares. Os factos complementares são essenciais porque têm muita
importância na decisão, porque se podem alegar factos importantes para outras
ações. Isto é muito mais amplo.

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MIGUEL TEIXEIRA DE SOUSA: Factos essenciais que preenchem a norma


(Teoria da Individualização da Norma). Visão mais estrita do caso julgado.

Antes do abandono da teoria da individualização propriamente dita bastava dizer


que sou proprietario do bem para se formar caso julgado com base em todas as
formas de aquisição, mas isto não fazia sentido nenhum, porque há formas distintas,
e se na primeira açao se alega que sou proprietário por cv, e numa segunda se alegar
que sou por usucapião. Aqui não há caso julgado, não há repetição da causa de pedir.

O artigo 581.º é cumulativo, têm de estar preenchidos todos os elementos, se falhar


só um deles não há exceção do caso julgado, e o juiz pode ir ao mérito da causa.

Caso julgado formal: Artigo 620º, CPC.

Coerência da tramitação processual e das partes dentro daquela ação específica; se o juiz
decidir e especificar num despacho (pré-saneador ou saneador) que uma parte tem
legitimidade processual, não pode o mesmo juiz decidir de forma contrária até ao
proferimento da decisão de mérito (=na sentença).

O caso julgado formal normalmente alberga pressupostos processuais.

Para se formar caso julgado formal e se visar o tribunal a todo o processo tem de haver
uma decisão interlocutória: porque é que a parte é legitima, porque é que o tribunal é
competente, porque é que há interesse processual, … tomando parte sobre os pressupostos,
o juiz vai estar limitado a essa versão das condições de admissibilidade porque as partes
depois disso já entram no mérito da causa e não é possível <mudar as cartas do jogo, durante
o jogo=

Até ao proferimento da sentença, por causa do caso julgado formal, o juiz está vinculado a
esta posição.

MTS: Interpretação restritiva.

O caso julgado formal tem eficácia no mesmo processo, não em ações posteriores; a
legitimidade processual já pode não existir noutro processo. O juiz só fica vinculado nessa
mesma decisão, não numa outra.

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Isto já toca no mérito da causa, não é um mero plano da admissibilidade

Caso prático 1:

O que estava em causa era a causa de pedir. Numa primeira ação o autor queria a apreciação
do seu direito de propriedade por via do contrato de V, sendo a causa de pedir a celebração
do contrato.

O réu vai ser absolvido do pedido e numa segunda ação o autor vem propor outra ação,
porque quer ver declarado o seu direito de propriedade, mas por usucapião: isto já é uma
causa distinta. Artigo 581.º, n.º 4 a contrario: outra forma de aquisição, outra causa pedir.

Não havendo identidade de causa de pedir, não há exceção de caso julgado, nem há exceção
dilatória.

Abrir a hipótese hipotética de autoridade de caso julgado: ficava sempre salvaguardado que
o juiz na segunda ação não podia discutir o fundamento da primeira decisão.

Se na primeira ação julgou improcedente, e então na segunda ação apesar de se pedir


propriedade por usucapião, o juiz não pode questionar nem deixar que questionem a quebra
do procedimento anterior. Se for para discutir outra vez a celebração do contrato de CV o
juiz não o pode fazer sob pena de contraria a primeira decisão.

Conseguimos (doutrina + jurisprudencia dominantes) extrair a autoridade do caso julgado


da impossibilidade dos juízes se poderem contradizer.

Se numa primeira ação dei por improcedente a propositura do contrato do autor, então
numa segunda ação não a posso colocar em causa. Se é nulo na primeira, é nulo na segunda;
é um fundamento que não é dissociável da própria decisão.

Os juízes confundem exceção de caso julgado (efeito negativo: artigo 581.º) e autoridade
de caso julgado (efeito positivo: artigo 580/2). A autoridade de caso julgado só vincula aos
fundamentos prejudiciais da ação anteriores.

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Se uma primeira ação foi julgada (im)procedente com base na não demonstração da
celebração do contrato CV, ou havia um vício como a nulidade que é de conhecimento
oficioso, não tem de ser alegada pelo réu, o juiz pode dizer que é nulo por falta de forma,
ou objeto contrário à lei.

Improcedendo a ação contra o autor, o réu foi absolvido do pedido porque a compra e venda
que era a causa de pedir alegada pelo autor era nula.

Se numa nova ação se falar sobre o contrato de compra e venda o juiz da segunda ação está
vinculado ao que transitou em julgado da primeira, não posso discutir o fundamento,
mesmo que de forma incidental, para não dar azo a contradições.

O fundamento não pode ser novamente discutido, o juiz está vinculado a esse fundamento
por via da autoridade do caso julgado. Não posso tocar naquilo que é <sagrado=, é intocável,
mesmo que não haja exceção do caso julgado, sob pena de esvaziar de conteúdo o artigo
581.º

Artigo 91.º, CPC: isto significa que o tribunal é efetivamente competente também para
avaliar não só a PI proposta pelo autor (artigo 259.º e o momento relevante para apurar
a competência absoluta); e quando o réu se defende por exceção perentória, há alargamento
com a competência absoluta do tribunal, porque normalmente há uma sequência lógica,
porque contraria normalmente a narrativa da PI; o artigo 91.º salvaguarda a possibilidade
invocar ou por em causa a competência do tribunal em termos absolutos, há uma extensão
fictícia, mesmo que calhe em matéria que a priori não seria da sua área de competência
material (Comercial, insolvência, etc) e se se concretizar uma exceção perentória, há uma
extensão de competência para o tribunal em que a ação foi proposta.

Artigo 91/2: não constitui caso julgado fora da ação (=não transitam em jugado: A NÃO
SER QUE O RÉU DIGA EXPRESSAMENTE QUE QUER QUE SE HOUVER
PROCEDÊNCIA DAQUELA EXCEÇÃO PERENTÓRIA QUE NÃO É DE
CONHECIMENTO OFICIOSO, QUE QUER QUE SE ESSE FUNDAMENTO FOR
PROCEDENTE QUER QUE TRANSITE EM JULGADO NÃO PODENDO SER
AFETADO POR DECISÃO POSTERIOR:

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MTS: Se há uma exceção em relação à invocação da exceção de não cumprimento; se o


réu alega o cumprimento e for procedente, há condenação in futurum, e o professor aqui
diz que já há uma exceção de não cumprimento, há uma

Limites do caso julgado nas relações sinalagmáticas: quando alega a exceção de não
cumprimento (artigo 428,. º), em situações em que há relações recíproca, isto é, diz-se que
não se paga até que se entregue o bem, o que sucede é que há uma condenação para o
futuro, havendo uma exceção perentória modificativa dilatória. É uma das exceções ao
artigo 91.º, n. º2.

A regra do artigo 91/2: não se forma caso julgado material pela defesa por exceção
perentória; se o réu alegar a exceção de não cumprimento, a anulabilidade pode ser
discutida posteriormente se o réu não fizer o pedido logo ao tribunal.

Isto é super criticável, mas o artigo 91/2 existe para acautelar o autor e explicar-lhe que se
for procedente forma caso julgado e não pode ser discutido noutra ação. Pede o réu a
absolvição + transito em julgado da exceção dilatória se for procedente (tem de se pedir: é
a regra).

Outra questão: prova ilícito e princípio da aquisição processual

O artigo 413.º diz-nos que o juiz tem o dever de aceitar todos os meios de prova que são
juntos ao processo; mas este trata-se dos limites ao inquisitório (artigo 411.º) e a
admissibilidade da prova.

A prova ilícita não pode ser apreciada pelo tribunal; mas os tribunais superiores e PCS
falam dos efeitos lícitos que decorrem da prova ilícita: a parte que ficou prejudicada com
a obtenção ilícita de prova, pode pedir uma indemnização com base na prova ilícita; a parte
que ficou prejudicada só o pode ser tendo acesso aos emails (caso do Benfica e hacker Rui
Pinto). A parte prejudicada foi o benfica, e, portanto, depois houve um aproveitamento da
prova ilícita por outros grupos de futebol, e no futuro em relação a outras entidades, mas o
importante é que a parte prejudicada pela obtenção ilícita de prova (hackeamento dos
emails), essa parte pode efetivamente pedir ao Tribunal a utilização da prova ilícita para
pedir uma indemnização à parte que hackeou os seus servidores.

Ninguém se pode aproveitar do seu próprio ilícito: a parte que aproveitou a prova ilícita,
nunca pode retirar vantagem.

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Aí há uma nuance do princípio da aquisição processual: o juiz pode apreciar a prova ilícita
para quantificar efetivamente os danos, porque essa prova em si para essa parte não é ilícita,
são os seus próprios documentos e fundamentam os danos a ser indemnizados pela parte
que a obteve de forma ilícita.

O artigo 413.º tem como limite a forma como a prova foi obtida: através de coação, tortura,
hackeados, etc. Isso não pode acontecer a não ser que quem junte os documentos seja a
pessoa cuja esfera foi violada. Não há aí um incidente, não há prova ilícita.

MIGUEL TEIXEIRA DE SOUSA: Aquilo que transita em julgado são os fundamentos


prejudiciais daquela decisão; a anulabilidade é uma exceção perentória impeditiva que não
é de conhecimento oficioso e o artigo 91/2 diz que em relação a esta exceção perentória
não há transito em julgado, a não ser que o réu tenha feito o pedido de transito em julgado
em relação a este fundamento e assim a anulabilidade passa a ser indiscutível; contudo nos
termos do artigo 91/2 não houver essa solicitação, e é por isso é que o artigo é muito
importante, o que acontece é que a anulabilidade vai ser discutível noutra ação porque
apesar de ser fundamento de não procedência, não vai ter efeito de caso julgado (Contraria
o artigo 580.º articular sempre)

Atenção as exceções perentórias modificativas dilatórias – o artigo 91/2 não se aplica! Na


procedência desta exceção de caso julgado houve condenação do autor e isso efetivamente
não vai entrar neste 91/2. O réu aí não tem de fazer esta salvaguarda, mas iuri condendo
isto pode ser discutível.

PCS: Relação sinalagmática como exceção de caso julgado; há aqui uma condenação para
o futuro.

Valor da causa:

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Quando há cumulação simples o autor soma o valor dos pedidos: se pede indemnização do
contrato e indemnização dos danos causados, normalmente somam-se os valores.

Dentro das exceções perentórias modificativas: podem ser perentórias ou dilatórias.

Em termos práticos o que está no artigo 575.º são: podem ser impeditivas, extintivas ou
modificativas e dentro das modificativas MTS constrói as perentórias/definitivas ou
dilatórias/temporárias.

Limites objetivos do caso julgado: extraídos do artigo 619/1, CPC. Quando transita em
julgado o que ganha caráter de imutabilidade não são todos os factos alegados no processo.
O que acontece é que a força de caso julgado que produz força em relação as partes dentro
e fora do processo (há repercussão dos limites objetivos): o que transita? A decisão, ou a
decisão e os fundamentos?

MTS: Os fundamentos principais prejudiciais que fundamentam a decisão.

Quando vemos acórdãos dos tribunais superiores vemos o sumário do acórdão, e


depois no fim temos: do dispositivo do acórdão/sentença que é, no fundo, a decisão; aquilo
que transita em julgado, em geral, é a decisão: improcedência ou procedência da ação.

Improcedência da ação = o réu é absolvido do pedido.

Procedência da ação: o réu é condenado no pedido.

Isto é o que transita em julgado – a decisão - o que o tribunal decidiu.

Porque é que chegou à decisão? P.e, porque o contrato é nulo; o que transita em julgado é
o principal fundamento (prejudicial) que deu origem à solução em concreto. Ou os
fundamentos de não provado: não se juntou o documento, ou provou-se que nunca tinha
sido celebrado.

Os limites objetivos que só vinculam os tribunais numa segunda açao em relação aos
fundamentos prejudiciais e ao conteúdo decisório.

Exceções:

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1. Relações sinalagmáticas: ver se efetivamente há uma exceção ou não no Artigo 91/2.

2. Artigo 564.º, al. c) (contrário do contraditório): imagine que numa primeira ação se
chega à conclusão que o autor é proprietário do bem por celebração do contrato de cv,
e o pedido foi a apreciação positiva de que o autor é proprietário daquele bem. Não
pode acontecer, apesar de não haver exceçao de caso julgado propriamente dita, se o
réu perder a ação, não pode numa segunda ação propor uma ação de simples apreciação
negativa, ou seja, dizendo que quer que o autor inicial não seja proprietário do bem por
celebração da CV. Isto é contrariar as decisões judiciais, o que é discutido, no fundo, é
o mesmo. Se o propósito da parte na segunda ação for impugnar, pedindo o seu
contrário, fica também coberto pela força de caso julgado apesar de não pedir a mesma
coisa (=uma simples apreciação positiva), temos de ter algumas cautelas de acordo com
MTS se não seria incomportável porque se o réu também não pode apreciar a mesma
situação jurídica, então quando transita em julgado a decisão a parte vencida não pode
pedir o que é contrário a essa mesma decisão, apesar de não estar coberto pelo caso
julgado, também esta decisão transitou em julgado e ganha caráter de imutabilidade,
são os limites objetivos do caso julgado.

A exceção de caso julgado só sucede quando há transito em julgado- Artigo 628 + 638.º

Identidade de pedidos (Artigo 581.º) = se o que pretendo alcançar é o mesmo, então não
posso aceitar e há também exceção de caso julgado pelos limites objetivos do caso julgado.

Diferença coligação e litisconsórcio:

Litisconsórcio está no âmbito da legitimidade processual plural procurando-se que as partes


estejam em conjunto em relação a um só objeto processual.

A coligação é de caráter facultativo, quer do lado passivo quer ativo, pressupõe-se que haja
uma pluralidade de objetos. Numa situação de coligação, posso ter dentro dela de
litisconsórico. Se vários consumidores ficaram insatisfeitos com os contratos, dentro desses
contratos pode haver litisconsórcio, nomeadamente se forem cônjuges, têm de estar as duas
no processo em conjunto.

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Numa ação de coligação onde queira colocar uma açao contrea a Vodafone que utilizou
uma clausula nula, posso ter 10 autores que podem estar em situações de litisconsórcio
porque todos vao pedir a anulação da clausula e a indemnização. As partes odem ter de
estar em litisconsórico, mas há uma pluralidade de pedidos.

As situaçoes de coligação podem ser propostas individualmente, em processos separados;


mas por uma questão de celeridade processual as aprtes decidem unir forçar e propor uma
ação conjunta contra o mesmo réu: a Vodafone.

Os contratos não são iguais mas há um caráter padrão – não são iguais: as partes são
diferentes, as assinaturas são diferentes – ao juiz dá jeito ter uma sentença em que há
fundamentos comuns, e depois concede as indemnização de acordo com a parte a que se
dirige: as indemnizações aos consumidores são diferentes.

Numa situação de coligação pressupomos pluralidade de partes que não têm de estar em
litisconsórcio porque poderia individualizá-la em ações diferentes, e uma pluralidade de
pedidos.

Pedido de prestações vincendas – artigo 567.º - o autor é <honesto= com o tribunal e diz
que efetivamente a obrigação ainda não se venceu porque o prazo ainda está a decorrer,
p.e, por isso ainda não se encontra em mora; contudo, se não propuser a ação agora vou
ficar prejudicado porque já tenho indícios de que o réu não vai cumprir e não terei um titulo
executivo que vai garantir a garantia patrimonial que é o património do devedor.

Quase admite a falta de interesse processual, mas se demonstrar que fica prejudicado se
não propuser a ação naquele momento (há aqui interesse processual) o juiz pode admitir
excecionalmente. Isto acontece no âmbito do arrendamento: artigo 567/2. Sei que vou ter
dificuldades de chegar ao momento de cessação do contrato de arrendamento e aí já há
título para tirar o arrendatário na casa, pode ameaçar o senhorio diversas vezes que vai ficar
na casa, o autor antecipando-se pede já um título executivo para utilizar quando o contrato
terminar. São objetos que ainda não se venceram, contratos que não se venceram, para
acautelar os direitos de autor: é uma situação de alguma urgência.

Em princípio é condenação para o futuro mas fica com um título executivo quando a ação
se verificar e não se cumprir – há um juízo de prognose e não paga as custas porque abre o
jogo e diz que ainda não é exigível.

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Condenação in futurum = o autor formula a obrigação como já sendo exigível,


supostamente o prazo já passou, ou a condição já se verificou; e o réu alega uma exceção
perentória modificativa temporária dizendo que a condição ainda não se verificou, ou o
prazo ainda não passou, não há mora, e muito menos incumprimento, por isso a ação é
inútil.

A partir do momento em que procede a exceção dilatória, o juiz condena para o futuro o
réu, ou seja, paga quando passar a ser exigível, mas quem paga as custas é o autor (Artigo
610 - inversão das custas).

ESTRUTURA DO TESTE:

4 perguntas dirigidas – caso prático.

A 1ª pergunta exige mais desenvolvimento, a 2ª é mais direta.

Depois fazer a 3ª

Pergunta teórica: há duas perguntas, optamos por uma.

Factos supervenientes:

1. Objetivamente = ocorrem, na vida real, na pendência da ação. Não tem a ver com a
descoberta, mas a obtenção do facto.

Litigio entre António e bento, e Bento vai a casa do António e grafita-lhe a casa, fact

2. Subjetivamente = a parte só consegue descobrir na pendência da ação. Caso da


pendência do contrato de empreitada, e depois partiu-se um vaso, só se sabe isto depois
da pendência da ação.

Há sempre lugar a articulado superveniente: artigo 588.º, CPC.

Artigo 611.º, CPC: Questão da atendibilidade e conjugado com o artigo 720.º que tem a ver
com o caso julgado: o que ocorrer depois do final da audiência de encerramento final, o juiz

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já não pode atender na decisão por isso aí à luz desses factos pode intentar-se uma ação nova.
O juiz não pode atender mais a factos supervenientes, o juiz já não se pode pronunciar sobre
eles (Artigo 413.º).

Artigo 264.º e 265.º servem para alteração do pedido e causa de pedir, mas não em relação
a factos supervenientes, as partes querem alterar ou ampliar o objeto. Há aqui uma diferença,
MTS diz que quando há factos supervenientes o articulado mais adequado é o artigo 588.º
devido a uma relação de especialidade que existe.

Limites do caso julgado:

Limite temporal do caso julgado – transitam-se em julgado a decisão e o fundamento da


decisão à luz dos factos discutidos até ao encerramento da audiência final que vem logo
depois das alegações finais dos mandatários das partes; tudo o que ocorrer depois não fica
abrangido pelo trânsito em julgado.

MTS: vai depender de for o pedido reconvencional, se precludiu ou não, mas em princípio
não, se foram factos que ocorreram depois d e encerrada a audiência final.

4 pressupostos da reconvenção – artigo 583.º:

1) Compatibilidade procedimental = tem de ser deduzida separadamente com a


contestação: a partir do momento em que o réu deduz a contestação tem de deduzir
a reconvenção. Deve colocar-se logo no cabeçalho: <contestação com pedido
reocnvencional=, assim dá-se logo o alerta ao juiz e o autor tem o direito de réplica
no prazo de 30 dias.

A reconvenção não pode ser deduzida separadamente da contestação, no despacho


saneador, p.e, tem de vir sempre alegada à contestação, é a compatibilidade
procedimental.

2) Compatibilidade processual = competência absoluta quer internacionalmente quer


em termos de hierarquia, valor, competência internacional (artigo 93.º - muito

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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021

importante!!!!), em princípio se não houver problemas de competência internacional,


há competência absoluta! Artigo 266/3 (compatibilidade das formas do processo
= adequação de formas de processo)

3) Conexão objetiva = pressuposto diferente porque é no artigo 266/2, al. a), b), c) e d)
que é taxativo devido ao princípio da estabilidade da instância.

4) Não exclusão legal.

Artigo 36/2 – coligação: apreciação dos mesmos factos. Se não tiver - exceção dilatória
sanável: artigo 38.º

A coligação pressupõe sempre a análise de objetos: cumulação de pedidos. Sempre que se


analisa a admissibilidade da coligação tem de se analisar primeiro a coligação de pedidos (1.
Compatibilidade substantiva 2. Compatibilidade alternativa 3. Compatibilidade subsidiária).

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