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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Blog ipcc
COPIAR A FOLHA.
O arresto é uma forma de garantia patrimonial que o processo civil consegue concretizar.
P.e, caso do Ricardo Salgado.
Na série Better Call Saul (spin off de Breaking Bad), o advogado apercebe-se que um lar
cobra custos adicionais aos seus utentes, que não se apercebem, e por isso quer juntar os
idosos e fazer uma ação coletiva. O lar apercebe-se das ações coletivas, e começa a destruir
os documentos que o comprovam. O ordenamento jurídico português poderia permitir que
se arredassem esses documentos. por via de um oficial de justiça, porque são documentos
probatórios muito importantes para se demonstrar a pretensão do autor.
Aula 08.03.2022
OBJETO DO PROCESSO
Não basta de dizer que sou credor, ou condenem o devedor - é necessário que se diga ambas.
Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
No pedido não há discordância referente ao objeto do processo, mas existe na causa de pedir!
Mariana França Gouveia sobre a causa de pedir!! - ver DISCUSSÃO DOUTRINÁRIA, que
tem um impacto brutal no caso julgado e no que transita, ou não, como caso julgado
Na maior parte dos casos (1.2 e 1.3) a maior parte das ações não é só uma ação especifica.
Normalmente uma ação de condenação implica uma apreciação. São dois pedidos (há
cumulação, quase subsidiária impropria porque se o tribunal entender que há direito e
propriedade, então quero reivindicar o bem). É uma ação complexa.
MTS diz que deve estar subentendido no pedido de condenação o de mera apreciação (o
tribunal deve pronunciar-se na mesma sobre a titularidade do direito).
Às vezes uma ação constitutiva pode ser conjugada com uma ação de condenação.
Que direito é que o autor se arroga na petição inicial? O que está em causa? PRIMEIRO
PONTO A IDENTIFICAR.
Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
o ARTIGO 10.º divide-se em duas grandes partes: ações executivas (só vamos estudar no 4o
ano) e as ações declarativas.
No fundo os três tipos de ações não têm de ser utilizados em separado, isto é, o autor na
petição inicial nao tem de intentar uma, e só depois outra, o autor pode complicar o objeto
do processo e colocar duas ações na mesma petição inicial. Cumulativamente pode pedir
várias ações, nomeadamente a apreciação judicial do direito do autor e depois, na
decorrência desta apreciação, pedir a condenação do réu a fazer alguma coisa. As ações não
são estanques!
São divididas para, no final do processo, o juiz estar limitado pelo pedido pelo autor, sob
pena de violar o p. do dispositivo.
A ação, sendo julgada, não pode sê-lo novamente: artigo 580.º e 581.º (?)
Caso:
1. Pretensão material: qual é o direito em causa? que situação de direito substantivo se arroga
o autor?
o efeito jurídico pretendido pelo autor na PI não e verifica a partir do momento em que a
ação se inicia, tem de esperar pela sentença no final do processo - atos potestativos, tese da
prof PCS.
Ineptidão da PI - Nulidade de todo o processo - exceção dilatória (577.º, al. b), CPC) - Obsta
que o tribunal conheça o mérito da causa - Absolvição do réu da instância
Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Não havendo objeto o juiz não pode avaliar o mérito da causa por que não tem sequer
orientações para se seguir.
No final da Petição Inicial, na última página, vem o pedido ("do pedido"); o juiz chega ao
final da peça e vê que pedidos foram formulados pelo autor, depois de toda a demonstração
da relação material controvertida, o juiz vê como é que o autor efetivamente formulou os
pedidos na petição inicial, se há cumulação, se nao há cumulação, se há vários pedidos ou
nao.
Se o juiz não conseguir extrair um pedido, nem o mesmo é individualizado no final leva à
ineptidão da PI (186/2, al. a), CPC).
Quando a petição é inepta, o processo é nulo porque obsta a que o juiz conheça o mérito da
causa e, por isso, estamos perante uma exceção dilatória (art. 577, al. b)
Tendo uma exceção dilatória ou é sanável ou insanável, neste caso é inicial - 590/1 (nos
casos liminares há despacho liminar), se não 238.º (ou 278?), al. b) (absolve-se o reu da
instância)
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Não é o propósito do juiz adiar o processo devido a contradições, por isso quando é
identificada normalmente há despacho liminar, que mata logo o processo, mas permite ao
autor voltar a intentar uma ação, desta vez correta.
Salvaguarda do artigo 186/3, que é uma exceção. Na maior parte das vezes o processo pára
ali porque a petição é inepta.
O artigo 592/b não são factos que façam com que o objeto do processo seja (in)admissível.
NAO CONFUNDIR.
Só se o objeto for admissível é que o juiz passa para o mérito da causa. Os casos de ineptidão
são patológicos, não têm cura.
AULA 11.03.2022
Mariana Rodrigues
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a pretensão material pode ser de tal forma complexa, incluindo varias pretensões processuais
ao tribunal, e isso tem de estar muito bem individualizado, porque no final do dia é o que vai
condenar a modificação, extinção ou impedimento da situação jurídica.
Art. 577.º, CPC: o autor admite que a obrigação ainda não é exigível (Casos das prestações
vincendas), falha o pressuposto processual da exigibilidade, que se interliga com o interesse
processual, no entanto, e na posição da senhora prof PCS, o juiz deve, na mesma, julgar o
mérito da causa. MTS diverge e diz que há na mesma exceção dilatória e, consequentemente,
absolvição do réu da instância.
O autor tem de formular um pedido nos termos do 572, al. e), CPC; se não fizer a exceção é
insanável.
Depois, o pedido tem de ser determinado ou determinável porque o contraditório tem de ser
exercido no seu exponencial máximo (o reu tem saber do que tem de se defender); se o
pedido não for determinável ou quantificável é mais difícil o reu se defender.
Depois, o pedido tem de ser inteligível, isto é, entender-se a correlação logica entre a
pretensão material e a pretensão processual. p.e, não faz sentido o autor pedir a apreciação
da sua propriedade, e depois pedir a condenação na satisfação de um interesse de crédito.
Deve entender-se de forma clara a pretensão do autor, e caem por serem ineptas.
Mariana Rodrigues
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Ano letivo 2020/2021
idoneidade/possibilidade e licitude
AULA 15.03.2022
Uma coisa é contar uma história, outra é contá-la e depois demonstrar c provas que a história
é verídica.
Se alegar um facto e não o provar, fica demonstrado em tribunal que apesar de alegado não
foi demonstrado oque faz com que não seja reconhecido.
O tribunal entendeu que não havia identidade da causa de pedir e por isso o juiz pode ir ao
mérito da causa por que não há exceção de caso julgado que é uma exceção dilatória.
Art. 581.º - há ou não exceção de caso julgado? só há se houver as mesmas partes, o mesmo
pedido e a mesma causa de pedir (=identidade).
Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
O sistema jurídico não admite duas Ações iguais sob pena do segundo tribunal proferir
decisão diferente, o próprio processo civil perderia o seu propósito.
Tínhamos identidade de partes (=o mesmo autor e o mesmo réu), houve recurso para o
tribunal da relação porque não se concordava c a 1ª instancia que arrogava exceção de caso
julgado.
A questão era sobre a causa de pedir (=fundamentação do direito): com que fundamento me
arrogo ao direito de propriedade.
AULA 18.03.2022
Acórdão:
Exceção do caso julgado é uma exceção dilatória e obsta a que o juiz vá ao mérito da causa,
não podendo proferir uma decisão estável.
O Tribunal da Relação entendeu que a causa de pedir da 1a ação era diferente da 1a ação.
Os factos que integram o objeto do processo e que foram alegados são distintos
O acórdão da relação entendeu que não havia exceção da causa de julgar porque os factos
invocados eram distintos, apesar de serem modos de aquisição da propriedade, são com
fundamentos jurídicos diferentes.
Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Atualmente só há divergência entre os factos que integram ou não a exceção do caso julgado
Ónus de alegação = recai sobre o reu ou autor quando falamos de factos constitutivos do
direito de que se arrogam, pode ser ou nao coincidente c o ónus da prova propriamente dito
(=regime 342.º, CC)
Há casos em que o ónus da substanciação nao está do lado do autor, p.e, nos casos de
responsabilidade médica exige-se um ónus de substanciação mais exigente do lado do réu
do que do autor. Da parte do autor seria inútil porque ele nao domina a legis artis. Nos termos
do art. 7/3 pode pedir auxílio ao reu para colmatar o desequilíbrio entre as partes.
Art. 574/1: cabe ao reu impugnar ou os factos ficam admitidos por acordo. vamos ver isto a
propósito da defesa do reu
Se a parte a que cabe a alegação destes factos tem consequências: falta de alegação -
ineptidão da PI;
Temos duas teorias principais utilizadas hoje em dia visto que a teoria da individualização
to quor ja nao é compatível c o direito substantivo
Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
A falta destes fatos leva ineptidão da PI o que faz c que estejamos no plano da
admissibilidade do objeto, e não da sua procedência.
Os factos que integram a causa de pedir nao determinam o sucesso ou insucesso da ação no
plano das decisões de mérito; o objeto é ou não admissível? comporta ou nao todos os objetos
processuais?
Na identidade da caus de pedir é muito menos favorável quer para a justiça como para as
partes defender-se a teoria da substanciação.
AULA 22.03.2022
A ação de reivindicação (artigo 1311.º, CC) é uma ação complexa cuja pretensão processual
é constituída quer por uma ação de simples apreciação (De titularidade de um direito de
propriedade), e uma ação de condenação na devolução da propriedade ao titular do direito
sobre a mesma.
Na defesa por exceção o réu alega um facto e só depois este é, ou não, provado, em sede de
julgamento, através dos meios de prova que as partes trouxerem.
Na defesa por impugnação digo que o facto é falso, e provo que é falso.
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
O autor tem o direito à resposta, nos termos do artigo 3/4, CPC, quando o réu se defende
com base em exceção (dilatória ou peremptória). Pode responder em audiência prévia ou não
existindo esta, quando há revelia do réu, p.e, caso em que se dispensa; e se não houver lugar,
em audiência final. É esta resposta feita oralmente.
Princípio da adequação formal (Artigo 547.º, CPC) que permite se as exceções forem
demasiado complexas, o tribunal permitir ao autor responder por escrito as exceções, o que
acontece com muita frequência porque as partes podem querer alegar doutrina e
jurisprudencia, e a forma escrita é muito mais favorável quer para o autor, como para o
tribunal. Quando sob forma escrita é feito através de requerimento (é este o instrumento).
Quando são alegadas exceções perentórias pode haver dois efeitos potenciais:
Antes do CPC 2013 era pela réplica, depois e pelo direito à resposta.
Tem de ser dada a oportunidade para o autor responder, mas este não tem de fazê-lo.
AULA 25.03.2022
Os processo em Portugal, que tem um sistema processual germânico, têm muito mais
garantias, e por isso tb é que é mais lento. Os standards de prova da dúvida razoável nao se
transportam para o nosso processo penal ou civil, que é normalmente mais exigente. O juiz
quando profere uma sentença, o juízo que tem de alcançar é um juízo de certeza e, na dúvida,
nunca pode condenar o réu, tem que o absolver; contudo a certeza alcançada por causa da
finitude está limitada aos factos trazidos ao processo e a prova que é trazida e demonstrada
no processo, quer nos articulados, quer em sede de audiência e julgamento com os meios de
prova que se travam.
Como o juiz nao pode ficar sem decidir, ou seja, quer fique na dúvida, quer tenha a certeza,
o CPC concede mecanismos para que se ultrapassei a dúvida.
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Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
A dúvida que se possa instalar leva a que o facto seja dado como não provado. Artigo 607/4,
CPC.
As exceções de não cumprimento (Art. 428.º, CC) dá, lugar a uma condenação in futurum
(art. 610.º, CPC) e o autor é condenado a pagar as custas por "falta" de interesse processual
no momento da propositura da ação, mas fica desde logo com uma decisão judicial à qual,
no momento propicio, o réu ficará imediatamente adstrito a cumprir. o TRIBUNAL chega à
conclusão de que o autor pode exercer o direito que invocou na PI mas aquele nao é o
momento ideal para instaurar a ação, p.e por falta de cumprimento de uma obrigação, por
não se ter dado ainda incumprimento, por faltar o preenchimento de uma condição.
1. Cumulação de pedidos
3. Pedido de reconvenção
Não, não tem razão na medida em que o autor formulou os 2 pedidos de forma subsidiária.
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Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Pressupostos processuais:
Conveniência (pressuposto processual oculto: 37/4): diz nos que mesmo que os
pressupostos processuais estejam todos preenchidos, pode colocar-se uma inconveniência
para o tribunal de julgar ambos os pedidos. O juiz pode entender que os pressupostos mesmo
estando preenchidos falha o critério da conveniência, poder que o legislador atribuiu ao juiz
nao de forma arbitraria, mas discricionária.
MTS: entende que o art. 37/4 pode ser a válvula de escape para a conexão objetiva na
cumulação; apesar de nao ser exigível, se nao estiver preenchida pode tornar-se
inconveniente julgar. apesar da conexão objetiva nao ser pressuposto da cumulação, o juiz
pode mandar que o autor escolha o pedido que quer ver julgado.
JCL: a aplicação não é analógica porque o artigo 554.º e 555.º permitem uma aplicação
direta.
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AULA 01.04.2022
A coligação é facultativa, mas no caso dos seguros pode haver uma coligação necessária
(não voluntária) do ponto de vista legal.
Foi construída pelos tribunais de forma facultativa, mas há casos em que é necessário.
MIGUEL TEIXEIRA DE SOUSA fala de situações em que considera que a coligação é
necessária, como o caso das seguradoras em que a seguradora integra obrigatoriamente uma
coligação formando uma parte distinta.
Pressupostos processuais:
1. Conexão objetiva:
2. Competência processual:
a. Competência do tribunal
b. Formas do processo.
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Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Temos dois pedidos e duas causas de pedir diferentes porque os factos são distintos (uma
coisa é um embate no carro de A, e outro facto é o carro ter embatido no imóvel de C),
conseguíamos distinguir e autonomizar estes atos.
Os danos serão diferentes: no 1o caso o A vai ter de alegar a produção de danos físicos,
provavelmente lucros cessantes (por deixar de trabalhar e auferir rendimento no trabalho).
Mesmo que fosse a mesma previsão normativa, os factos essenciais que concretizam a
responsabilidade civil extracontratual podem continuar a ser profundamente distintos porque
os factos que vão fundamentar os 5 requisitos (facto, ilicitude, dano, nexo de causalidade e
culpa) em cada um dos casos são completamente distintos e autonomizáveis.
Sempre que há acidentes em cadeia estamos sempre perante o art. 36/2, CPC, há uma
coligação porque há sempre diferenças, nem que seja porque no tempo e no espaço poderia
autonomizá-los.
Caso 3 - resolução:
Coligação simples
1. a conexão objetiva (art. 36/2, CPC: estava preenchida, se não estivesse havia exceção
dilatória prevista no art. 38.º e o autor aí teria de escolher qual dos pedidos iria "sobreviver"
no processo)
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Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
3. Inconveniência:
Mesmo que os pressupostos estejam todos preenchidos mesmo assim teríamos de verificar
esta possibilidade de o juiz concluir que apesar disto, nao é conveniente julgar aqueles dois
objetos em simultâneo. No caso concreto nao tínhamos elementos que nos permitissem
justificar a inconveniência, e por isso o art. 37/4, CPC se aplicar.
O que o legislador quer é abrir uma válvula de escape para permitir ao juiz, em determinados
casos concretos, que mesmo que os pressupostos estejam todos preenchidos, o juiz detenha
a possibilidade de considerar inconveniente o julgamento de todas aquelas causas ao mesmo
tempo.
Professora JCL deu o exemplo da Volkswagen, que tb ocorreu em Portugal, em que foram
vendidos modelos que supostamente tinham x características, mas depois foi-se a ver e não
tinham. Chegaram centenas de ações, mas o juiz preferiu em vez de juntar tudo no mesmo
processo, que vai necessariamente demorar mais, mas antes dividi-los por vários tribunais
para serem julgados por juízes diferentes e o próprio processo ser mais célere.
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Nao há uma conexão entre objetos e pedidos cumulados, entao a falta de conexão objetiva
pode ser inconveniente, como defendem MIGUEL TEIXEIRA DE SOUSA e, agora, com
uma posição renovada, também concorda PAULA COSTA E SILVA.
Caso n.º 4:
Mesma causa de pedir = testamento. Havia conexão objetiva pelo art. 36/1, CPC.
A e V podiam fazer uma coligação para pedir a condenação de V, para lhes dar as coisas por
via do testamento.
Ação de reivindicação.
É o mesmo facto essencial = alega-se a mesma causa de pedir (=factos essenciais), que é a
celebração do negócio jurídico unilateral (testamento).
Podiam fazer pedidos diferentes, mas em razões de economia processual justifica-se que o
peçam em conjunto.
CASO 4 - RESOLUÇÃO:
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
CASO 5
Se a exceção for procedente os efeitos retroagem tal como se o contrato nunca se tivesse
celebrado
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Se for um processo especial, com o pedido reconvencional, o juiz tenta adequar ao máximo,
mas se não conseguir a instância não se poderá manter. Na pior das hipóteses o reu intenta
uma ação nova.
O legislador fez uma baralhada no 266, al. c) porque se faz um pedido reconvencional
autónomo que incide no remanescente.
CASO 5 - RESOLUÇÃO:
Defesa por exceção perentória impeditiva: anulabilidade do NJ com base em coação moral.
Há um pedido autónomo (=restituição de 20.000 que o reu faz ao autor) = pede a condenação
do autor na restituição do montante pela anulabilidade do negócio. Há um pedido
reconvencional.
Art. 266/2, al. a a d):são taxativas porque so posso intentar um pedido reconvencional c base
naquelas alíneas e tudo o que estiver fora vai contra o art. 160.º, CPC.
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Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
AULA 08.04.2022
1. Analisar a compatibilidade procedimental (Art. 583.º) que nos diz que o pedido
reconvencional tem de ser enxertado na contestação (=no momento em que o reu envia a sua
contestação para o tribunal, com o envio da contestação tem de se anexar o pedido
reconvencional).
A contestação está, ou pode ser repartida, pela defesa por exceção (dilatória ou perentória)
ou impugnação (de facto ou de direito). O pedido reconvencional normalmente vem no final
da contestação e serve para chamar a atenção do tribunal relativamente à autonomização do
pedido.
No final do dia aquilo que o pedido principal do reu pede é a absolvição do pedido (por
procedência da exceção ou impugnação) e, depois, se o reu pedir a condenação do autor num
determinado facto, neste caso a restituição dos 20.000€ conseguem visualizar ou identificar
um pedido autónomo do pedido de absolvição do pedido.
A questão é que um advogado diligente vai separá-la e identificá-la da melhor forma que
conseguir p chamar a atenção ao tribunal, mas nao é exigível que os mandatários o façam,
pode simplesmente estar na contestação sem estar identificado pelo título de "reconvenção".
ISTO É LARGAMENTE DISCUTIDO PELA DOUTRINA E JURISPRUDENCA que
admitem o pedido reconvencional mesmo que nao seja autonomizado.
2. Nao exclusão legal - há pedidos que nao admitem pedido reconvencional, o que discute
no âmbito das ações pecuniárias de contratos nao superior a (...). A maior parte da
jurisprudencia entende que nao é devido à natureza do processo que é célere, se quiser
intentar um pedido reconvencional fá-lo à parte.
Também se retira do art. 584.º, CPC no regime da replica na medida em que nao posso
reformular pedidos reconvencionais em cadeia.
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Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
O réu nao so pede absolvição do pedido porque o contrato é anulável como pede a
condenação do autor na restituição do 20.000€.
pelo valor, pode haver uma alteração do valor da causa, q seja superior aos 50.000, se isto
acontecer o que o legislador antecipou é que oficiosamente os juízes do local cível remetem
para os juízes do central cível nao causando problema nem constrangimento para as partes);
PROVIDENCIAS CAUTELARES
São mecanismos urgentes que podem ocorrer antes da propositura da ação principal, no
momento da propositura, ou depois.
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Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
RUI PINTO: o periculum in mora e os seus factos integram a presunção de uma norma
material e nao processual. Apesar de não haver distinção entre decisão de mérito e de forma.
Parece ser o entender que o periculum in mora não significa que o interesse processual nao
é um pressuposto processual (CASTANHEIRA NEVES).
Adequação - ???
A jurisprudencia entende que, no caso, nao havendo eficácia real, o mais adequado será a
providência cautelar nao especificada/comum p assegurar q efetivamente seja impedida a
venda do bem q é objeto do contrato de promessa de CV. O arrolamento, na medida em que
falamos ainda um direito absoluto ou real nao seria a forma necessária ou adequada para
dirimir o litígio. Concluía-se que à luz da factualidade o que fazia mais sentido era afastar o
arrolamento porque nao se preenchiam as características (=nao se discutia a titularidade de
um direito absoluto, nem de destruição de documentos, etc.) por isso iriamos para
o requerente teria de invocar que havia periculum in mora (=perigo na demora da propositura
a ação principal), ou seja, teria de demonstrar que, se a providência não fosse decretada,
então o seu direito ficaria gravemente prejudicado pela espera de uma ação principal; sendo
que no Direito português as sentenças são morosas (pelo menos 1 ano, 1 mês no máximo
para as providencias) por isso temos a demonstração deste princípio.
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
JCL considera que poderíamos ter elementos para falarmos deste em relação à celebração
do contrato definitivo. Não há elementos para dizer que havia eficácia real, e mesmo que
estivéssemos a doutrina não é consensual nesse ponto.
O que era exigível ao requerente alegar? Funus bonus iuris - o requerente n tem de
demonstrar c certeza a violação ou titulada de um determinado direito, mas a probabilidade
séria da violação do seu direito.
A probabilidade séria pode ser concretizada através de meios de prova, por isso a prova que
é junta nas providencias cautelares nao é tao exigente como nos processos judiciais. É uma
prova mais simplificada.
Outras características:
-São processos urgentes (art. 363.º, CPC) por isso contam-se férias judiciais, os prazos de
30 dias passam a 15 dias, etc (=impacto na contagem de prazos).
Adequação = requerente ter a capacidade de conseguir, a luz dos factos que tem, e da
violação a q se arroga, conseguir construir os factos à luz da melhor providência cautelar
possível para a sua situação.
AULA 12.03.2022
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Não tínhamos factos para conseguir defender o grau de convicção que lhe permita decidir
com certeza em relação ao direito acautelado ou solicitado pelo requerente nas sua petição
inicial da providencia. Alem de ter de ser a requerimento a inversão do contencioso, e uma
providencia que permita a composição definitiva do litígio, ainda se exige um grau de certeza
em relação à tutela solicitada pelo autor-
Nao sabemos sequer os meios de prova que foram juntos da providencia cautelar - nao se
sabe se o juiz tem certeza.
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
A inversão do contencioso nao podia ser decretada, nem oficiosamente porque a lei nao
permite, e mesmo que promovida pelo requerente, nao é suficiente para gerar a composição
definitiva do litígio porque o seu objetivo é paralisar o contrato, nao antecipar o litígio.
A INVERSÃO DO CONTENCIOSO
É sempre, ou quase sempre, pela sua própria natureza de exigência e a prova que se exige
(=prova sumaria) será sempre dependente de uma ação principal.
Uma decisão que é tomada com base em prova sumaria, nao pode ter força definitiva no
ordenamento jurídico de um Estado de Direito democrático. Instrumentalidade: Art. 364/1,
CPC+ 371, al. a) CC.
O ordenamento jurídico nao pode admitir que uma providencia que cause efeitos nefastos
nao se pode manter a produzir efeitos sem o tribunal ter a certeza de que o autor requerente
vai propor uma ação principal onde se fará a prova exauriente do direito invocado pelo autor.
A principal função das PC é garantir a utilidade (=nao esvaziar de conteúdo a tutela prevista
numa ação principal) da ação principal, por isso só em termos excecionais nao é instrumental
à ação principal.
Mesmo que o requerente peça, p.e uma PC de alimentos provisórios, e ela for efetivamente
decretada, regra geral o requerente mesmo tendo alimentos provisórios, vai ter no espaço de
30 dias de intentar uma ação principal de alimentos definitivos (art. 207.º, CC). É uma
providência cautelar antecipatória, por isso bastava o requerente requerir e o juiz atingir um
grau de certeza para funcionar nesse caso específico.
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Subturma 7 – Turma A
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Se for a pedido e for procedente, o requerente fica dispensado de propor a ação principal, ou
seja, nao tem de a propor. Este ónus, q estava do lado do requerente, passa a estar do lado
do requerido/réu das providencias cautelares, que é quem fica responsável por propor a ação
principal, ficando ele o autor da ação principal.
CASO 2, P.C
Mútuo
Arresto - requisitos:
Artigo 393/2
Aula 22.04.2022
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Ao contrário do arresto onde o que acontece é que o requerente pede a apreensão judicial de
bens concretos, com valor específico, do património do devedor, sendo que o que lhe
interessa é a conservação da sua garantia patrimonial (art. 601.º, CC).
A garantia geral das obrigações por parte do credor é sempre o património do devedor
suscetível de penhora.
O objetivo e q o devedor nao consiga esvaziar o seu património (=garantia patrimonial dos
credores).
Imaginem que B anda a doar o seu património, a celebrar contratos de CV, etc. havendo
indícios de esvaziamento do património para prejudicar os corredores, entao A tem
legitimidade p pedir o arresto de determinados bens do devedor.
Se B tem uma casa q vale 100.000€ e um carro que vale 10.000€, estes bens podem satisfazer
a sua garantia.
O artigo 619.º, CC também e muito importante. o credor c justo receio de perder a garantia
patrimonial do seu crédito (=património do devedor) pode pedir o arresto nos termos da lei
do processo, remetendo para o artigo 391.º e ss, CPC (FAZER A REMISSÃO)
O arresto funciona pelo apossamento por um oficial de justiça dos bens apreendidos por
ordem judicial, e se o requerido resistir pode intervir a polícia.
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
A vantagem do regime do arresto é que mesmo q o devedor tente vender estes bens, essa
venda é ineficaz no que diz respeito ao requerente porque há uma remissão das regras do
arresto para as regras da penhora.
Requisitos gerais do periculum in mora (que se manifesta no art. 391/1: "o credor c
justificado receio de perder a sua garantia patrimonial") + fonus bonus iuris (=probabilidade
de existir um direito de crédito, neste caso demonstrar uma probabilidade ou aparência do
contrato de mútuo). Não se exige uma prova exauriente do direito do requerente.
Havia indícios e princípio de prova de que o devedor estava a esvaziar a garantia patrimonial
prejudicando o credor
Art. 372.º o requerido pode recorrer da decisão que decretou o arresto ou ao arresto dos bens
específicos.
Se houver excesso o requerente pode ser responsabilizado até porque pode provocar graves
danos ao requerido.
No arresto, tiro para mim os bens penhoráveis, guardo-os e depois vendo-os, pegando no
montante dos bens arrestados e entregar o montante devido ao requerido/credor, se houver
excesso esse é entregue ao requerido/devedor. SE A AÇÃO FOR PROCEDENTE
Se tiver garantias pessoais e reais o credor vai tentar sempre primeiro ir às garantias pessoais,
depois reais e só depois recorre as providencias cautelares (arresto) ou à ação executiva.
Chegamos ao 2.2
a natureza do arresto é conservatória e nao antecipatória por isso nos termos do 369/1 e 376/4
a possibilidade de inversão de contencioso no arresto, tendo o requerente de propor na
mesma a ação principal se não quisesse que a providência cautelar caducasse.
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Aula 26.04.2022
Resolução do caso 3:
Idealmente tem sempre de se demonstrar o periculum in mora e o fonus bónus iuris, que são
exigência das providencias cautelares não especificadas, sobre pena de o requerimento não
ser demonstrado.
Se quiser apelar ao juiz do caso concreto podemos alegar que o artigo 379.º, CPC.
Justifica-se não haver periculum in mora porque houve violência na restituição provisória
da posse, como aponta MIGUEL TEIXEIRA DE SOUSA.
Através do artigo 1279.º, do CCivil que dá corpo ao artigo 377.º e ss, CPC, quis o legislador
sancionar o esbulhador violento, permitindo ao esbulhado o exercício de todos os meios que
estejam à sua disposição, nomeadamente a restituição provisória da posse. O fundamento
não é tanto o periculum in mora, mas a retirada do controlo material da coisa do esbulhador
e entregá-la à pessoa que foi esbulhada perdendo o controlo material da coisa.
Se não houver providência especificada, tem o autor de justificar o periculum in mora. Mas
a remissão do artigo 379.º, CPC se demonstre depois (o periculum in mora) porque o artigo
1279.º não se justifica quando o esbulho é com violência. Pode admitir o juiz que não tenha
de se demonstrar o periculum in mora por causa do regime da restituição, mas também o
pode negar porque não estando perante um esbulho violento não se demonstra a necessidade
desse requisito.
Pode considerar-se violento os obstáculos criados para vedar o acesso à coisa de que se é
possuidor, não se permitindo a continuidade da posse. Esta é uma corrente jurisprudencial.
A prática jurisprudencial aplica a conceção ampla sob pena de se esvaziar a restituição da
posse do seu conteúdo.
Se for um juiz que adota uma posição restrita onde se exige a coação física ou moral, não há
nada a fazer e tem de haver demonstração.
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Mesmo os autores que defendem a conceção ampla tendem a fazer a correlação entre a
violência sobre coisas e a sobre pessoas. No caso concreto (3) estava verificado, porque há
provocação de danos para quem ficou sem acesso aos bens. Só para tutelar a pessoa é que se
pode aplicar esta providência.
Restituição provisória da posse – artigo 377.º a 379.º, CPC + artigo 1279, CCivil:
Professora PCS gosta muito da matéria da posse – animus, corpus, violência na posse,
composse, etc. Tem um livro sobre isto1!!
1. Temos de estar perante uma posse, que é alegada, nos termos do artigo 1154.º,
CCivil: distinção entre posse e mera detenção.
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Ano letivo 2020/2021
Um agente oficial de justiça vai efetivamente, à força, restituir o controlo material dos bens
ao requerente, sem audiência prévia do requerido o que simboliza que não há possibilidade
do requerido exercer o seu contraditório antes do decretar da providência.
O artigo 378.º tem de ser articulado com o artigo 372.º, CPC para estabelecermos o momento
em que o requerido exerce o seu contraditório, ocorrendo ou na impugnação da providência
cautelar, ou por via do recurso. O esbulhador necessita de ser citado, obviamente, que ocorre
depois de decretada a providência cautelar.
Esta providência tem natureza mista, isto é, tem natureza tanto declarativa como executiva
porque há coercivamente a entrega de um determinado bem a favor do requerendo,
restituindo-se o controlo material da coisa até decisão final, ou até ao momento em que a
providência cautelar caduca (Artigo 373.º, CPC).
Artigo 379.º, CPC – aplicar-se-ia uma providência cautelar não especificada, tendo de se
demonstrar o periculum in mora e fonus bónus iuris, o que não deveria levantar problemas
de maior.
Artigo 377.º, CPC – remissão para o artigo 1278.º e 1279.º, CCivil (propósito da providência
de restituição da posse; é a concretização do direito substantivo deste regime)
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Aula 29.04.2022
b) Certeza que o juiz tem de atingir em relação à titularidade do direito que se estão a
discutir, no âmbito da providência cautelar.
Tema de oral de melhoria: tese de doutoramento Lebre de Freitas + CPC Anotado (Confissão
ficta)
É uma confissão ficta, que se opõe a uma confissão normal em que há uma declaração (?)
de ciência, não se pode atribuir um efeito declarativo à sua inação.
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
O que é criticável não é o efeito, mas a qualificação que o legislador decidiu atribuir porque,
em termos holísticos e sistemáticos, não faz sentido. Desde 1939 que se critica o nome de
<confissão ficta= porque esta não tem nada a ver com o meio de prova por confissão.
A sua sistematização está muito bem feita porque surge antes da contestação.
Modalidades de revelia:
Sabemos isto porque a secretaria do tribunal e o próprio juiz têm acesso a uma
plataforma eletrónica chamada CITIUS e conseguem ver se foi junta procuração
aos atos, percebendo se houve contestação de mandatário.
Mas há muitos réus que tentam impedir que coloquem as cartas em casa, que
fogem do país, etc – citação edital.
O tribunal sabe que o réu tem conhecimento de tudo o que se passa no processo,
nem que seja pela plataforma CITIUS.
Preenchidas as condições do artigo 567/1, CPC: o juiz tem alguma certeza de que
o réu foi efetivamente citado apesar de não ter praticado qualquer ato processual.
Há condições para que a revelia seja operante, o que simboliza que vai haver
efeito cominatório semipleno o que significa que os factos que são alegados pelo
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
autor na PI vão ser dados como confessados (artigo 567/1, CPC) o que não leva
à condenação do réu no pedido, até porque pode haver exceções de conhecimento
oficioso (artigo 578.º, CPC), ou pode haver falta de prova por parte do autor.
O juiz pode chegar à conclusão de absolvição do réu do pedido, mesmo que o réu
não conteste.
IV) Revelia inoperante = artigo 568.º, CPC: Não há efeito cominatório semipleno
(=não há audiência prévia).
Quando os efeitos do artigo 567/1, CPC não se dão (=não há confissão ficta).
Dispensa da audiência prévia que é a fase mais importante: quais são os temas de
prova, tentativa de conciliação (=cessar do litígio), ver quantas audiências são
necessárias, …
Distinção entre:
a) Revelia
Efeito cominatório pleno = em casos de revelia absoluta e operante, aquilo que vai
acontecer é que a revelia gera automaticamente a condenação do réu no pedido.
Aula 03.05.2022
Caso 2 revelia:
Revelia absoluta (artigo 566.º, CPC) = réu não contesta nem constitui mandatário.
Dever do tribunal de verificar se a citação do réu foi feita com toda a diligencia possível, se
não for o juiz deve mandar repetir o processo de citação.
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Se o tribunal tiver a certeza que o reu foi citado pessoalmente, chega à conclusão de que é
uma escolha do réu não escolher mandatário e não preencher contestação.
No caso prático estávamos perante uma das exceções do artigo 568.º, que é a modalidade da
revelia inoperante construída pela doutrina, e no nosso caso pratico na pergunta 2 um dos
réus respondia e por isso estávamos perante uma das exceções da al. a), não fazendo sentido
admitir a confissão de factos que se traduzem pela inexigibilidade da obrigação, e para o
outro não se exigir. Isto em termos substantivos não faria sentido.
Os factos que o réu não contesta vão aproveitar aos outros réus.
No caso de revelia inoperante a tramitação vai encurtar, não havendo audiência previa com
o mandatário do reu revel; só há audiência previa com o mandatário do réu que contestou.
Art. 574.º <se estiverem em oposição com a defesa considerada no conjunto= = tarefa do
juízo
<se não for admissível confissão= = pode ser por não haver capacidade (?)
<ou se só puderem ser provados por documento escrito= = são factos necessitados de prova
todos aqueles que cabem na exceção do artigo 574/2, 2º parte (=documento escrito), mesmo
que o reu não impugne não podem ficar admitidos por acordo apesar de não ser um facto
controvertido, contudo é um facto necessitado de prova.
O autor que alega o facto constitutivo do direito – negócio jurídico – tem de provar a
celebração porque o facto não fica admitido por acordo: artigo 574/2, parte final + regime
substantivo (artigo 1143.º, CCivil no caso prático).
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CASOS DA PROVA:
Caso 1:
Faz gerar, a exceção dilatória, o direito de defesa: artigo 3.º, n.º4, CPC.
Não houve impugnação de factos, logo os factos articulados pelo autor ficariam admitidos
por acordo nos termos do artigo 574/2, 1ª parte, contudo de acordo com a parte final teria de
ser alvo de prova, sendo um facto necessitado de prova e sendo objeto do despacho dos
temas de prova.
Identifique as consequências processuais pelo reu só ter alegado exceções dilatórias = não
houve impugnação de factos; pela regra do 574/2 os factos ficariam todos admitidos por
acordo, mas NÃO TODOS, há alguns factos que dependem de documentos por escrito (?)
Artigo 574/2, CPC + artigo 1143.º, CCivil: Se não se provar, não fica admitido por acordo
NUNCA.
A lógica da prova:
Fase da instrução (fase da tramitação) já tendo passado a fase dos articulados e da gestão
processual; estamos numa fase de despacho de temas de prova, uma fase de preparação do
julgamento. Uma das últimas partes que antecede o desfecho do processo civil.
A matéria da prova tem de ser sempre articulada com o artigo 607/4 e 5, CPC no que diz
respeito à fundamentação do tribunal e da sentença.
Nos acórdãos podemos perceber que eles fundamentam o porquê de estarem provados ou
não provados os factos.
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Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Artigo 411.º: princípio do inquisitório em sentido estrito = poderes atribuídos ao juiz pela
lei processual civil que lhe permitem ser o destinatário das proas sobre os factos e o
poder/protagonismo na fase probatória. É aqui que as partes se encontram presencialmente
no julgamento.
Retiramos do artigo 410.º, CPC que o objeto da prova são os factos (não o direito), é isso
que tem de ficar provado/demonstrado, exceto direito consuetudinário estrangeiro que tem
de ser provado em Portugal.
Artigo 573.º, CPC (concentração da defesa) – se o réu não impugna aquele facto no tempo
suposto, o facto não vai para o despacho de temas de prova, o facto considera-se admitido
(artigo 574/2, CPC)
Se o facto não couber no artigo 574/2, se o reu na impugnação não impugna os factos
alegados na PI, então os factos ficam assentes por acordo. Mas depois há exceções = mesmo
o reu impugnando, quando é que o facto apesar de não ser controvertido ainda precisa de
prova.
1. Factos controvertidos = factos que, da defesa do réu por impugnação, diz que
determinado facto alegado pelo autor é falso e explica porque, então o facto alegado pelo
autor fica controvertido por haver duas narrativas contraditórias!
Os factos controvertidos decorrem da defesa por impugnação, porque são factos sobre
os quais incide duvida.
Despacho temas de prova = forma de organizar o julgamento; pede para uma das partes
esclarecer um determinado facto, demonstrando-o.
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
2. Factos necessitados de prova = factos que, mesmo não tendo sido impugnados pelo
réu, não se podem dar como admitidos por acordo; são as exceções que decorrem do
artigo 574/2, 2ª parte.
Aula 06.05.2022
Caso 1.2:
Iria integrar o despacho de temas de prova para depois ser provado no julgamento (?)
Artigo 562/2 + 578.º, al. b) + 423/2: pode juntar-se, ainda, documentos relativamente aos
articulados por causa do dever de gestão processual.
Despacho temas de prova = factos controvertidos (impugnados pelo réu havendo duas
descrições contraditórias) + factos que não cabem no 574/2, porque apesar de não terem sido
impugnados ainda não podem ser admitidos por acordo.
Como o mútuo acima de 25.000€ tem de ser celebrado por forma solene, não pode ser
admitido por acordo, não pode ser admitido sob outra forma que não a prova documental:
artigo
No despacho de temas de prova já estamos numa fase depois da fase de festão processual, já
é uma fase muito avançada, e aquilo que se questiona é: será que o juiz aqui, na gestão
processual e no despacho pré-saneador, o juiz não deveria ter convocado a parte a juntar o
documento? O momento apropriado para o fazer não seria a fase de instrução ou julgamento,
mas sim no artigo 590.º, n.º 2, al. c) + 590.º, n.º 3 (=despacho pré-saneador).
Quem tem o ónus de prova é o autor: artigo 342/1, CC. Contudo, no processo civil, o juiz a
partir da reforma de 2013 viu os seus deveres de gestão processual serem mais significativos,
e por isso deve intervir de forma mais ativa nomeadamente no que toca ao pedido de
aperfeiçoamento de qualquer dos articulados (PI + Contestação).
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Não havendo prova o juiz pode dar o facto como não provado absolvendo-se o reu do pedido:
artigo 595.º, al. b), CPC. E não avançávamos mais.
Como é um facto necessitado de prova faria todo o sentido que o facto prosseguisse para
julgamento.
607/5
364
374 e 376.º, CC – prova plena em relação à autoria, não em relação à prova plena das
declarações de vontade
Se as partes quiserem logo pagar à frente do notário para além da prova plena das declarações
de vontade, também se faz prova plena do cumprimento dessas mesmas declarações (no caso
dos documentos autênticos)
O documento particular:
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Faz toda a diferença entre o caso julgado ou não: é a diferença entre o contrato ser nulo
e haver decisão; se salvaguardar a questão da nulidade.
Aula 10.05.2022
Correção do 1.3:
Não pode haver substituição de documentos quando a lei exige uma certa formalidade
para a validade entao este documento não era apto a provar o contrato celebrado, mas
podia ser junto visto que o juiz poderia livremente apreciar o documento e as declarações
que nele constam, mas não vai dar como celebrado o contrato, no limite, ajuda o tribunal
a interpretar o negócio.
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
É o legislador que dá a liberdade ao tribunal; mas nos termos do artigo 607/5 não é o
legislador que fundamenta a sentença, mas sim o juiz que tem de determinar o porquê de
certos factos serem dados como provados, e outros não: artigo 607.º, n.º 5, CPC.
1.4 – Resolução:
A prova testemunhal é sempre admissível a não ser que a lei afaste a sua admissibilidade –
artigo 393.º a 395.º, CC – estando perante um caso do artigo 393.º, CC.
Não nos termos do artigo 394.º que pressupõe que estamos a contrariar o conteúdo de um
documento particular autêntico ou autenticado que já foi junto ao processo; uma prova que
é livremente apreciada pelo tribunal não pode ir contra um documento particular autenticado
por um notário se não prejudicávamos a imagem de entidades públicas, o que não pode
acontecer.
É livremente apreciada por tribunal: artigo 396.º; porque é o meio de prova mais falível pela
sua própria natureza.
Importante: Tem de ser um terceiro a ser testemunha, se for uma parte há uma declaração de
parte. Artigo 496.º, CPC.
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
1. Artigo 514.º, CPC = Impugnação; situações em que a testemunha não tem capacidade
para depor, ou há uma recusa legítima e o juiz efetivamente não avisou a testemunha
que havia essa recusa em depor, etc. Coisas mais no âmbito de admissibilidade
processual ou substantiva. Na impugnação digo que a prova testemunhal não é
admissível nos termos do artigo 495.º ou ss, CPC, ou alguma das regras do CC.
Aula 13.05.2022
Saber se efetivamente a prova testemunhal podia servir para demonstrar um facto extintivo
da obrigação do pagamento no caso concreto – artigo 395.º, CC
O juiz desembargador Rui de Sousa – tem entendido que, nos casos em que a lei exige
efetivamente forma para a conclusão de um determinado concreto, também o seu pagamento
exige a quitação (a prova do pagamento encontra-se no artigo 786.º e ss, CC). Tem se
entendido
A prova que se exige é um recibo, ou fatura-recibo (=quitação) e para isso o credor tem de
o passar. Se o credor não o fizer, há todo um problema que o PC tem mecanismos para
acautelar.
JUIZ PIRES DE SOUSA: Há exceções; artigo 395.º em que há princípio de prova em que
há um email em que se demonstra o pagamento, o juiz admite isto, mas a maior parte da
jurisprudência nega esta possibilidade. Podemos e devemos discutir isto.
Ónus da prova:
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
JCL + PCS: O ónus em sentido subjetivo opera quando estamos numa fase de instrução
e o juiz tendencialmente tem de deixar que as partes, em termos espontâneos, vão
juntando os meios de prova ao seu dispor para provar os factos no processo; so quando
o juiz está em dúvida quanto aos factos que lá estão é que o ónus de prova vai ser
acionado. Se as partes não juntarem os meios de prova exigidos por lei, funciona este
mecanismo!
Artigo 342/1: ónus de prova que recai sobre o autor na PI, porque o autor normalmente
alega factos constitutivos do seu Direito. São, no fundo, os factos essenciais e alguns
factos complementares, tendo o ónus de os provar a todos.
2. Objetivo: Artigo 414.º, CPC. Opera sempre este artigo, se a parte não consegue exercer
o mecanismo de inversão do ónus da prova, se a parte alega um facto modificativo,
extintivo ou impeditivo, o juiz dá como não provado esse mesmo facto.
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Inversão do ónus da prova: artigo 344.º, n.º 2, CC Com dolo ou negligência; tornar
impossível o exercício do ónus.
----
O artigo 344.º diz que como não funciona presunção legal, convenção, ou negocio
probatório; iriamos converter o ónus da prova não pelo n.º 1, mas pelo n.º 2 porque houve
uma destruição do documento, que era o único exemplar, o que torna a celebração do
contrato impossível ou muito difícil.
O artigo 344/2 vai onerar o réu da prova do facto negativo, ou seja, vai ter de demonstrar
que não houve a celebração do contrato, porque a suposição agora é de que houve, porque
se recusou ilicitamente a apresentar o documento.
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Se o autor queria provar a celebração do contrato (Facto positivo) e o réu destruiu, passa
para o réu o ónus de provar que não se celebrou. Isto é uma prova diabólica: se destruiu o
documento, como prova que o contrato não se celebrou? Como isto gera prova diabólica,
funciona o artigo 414.º: como o reu não conseguiu demonstrar a não celebração do contrato
que era a única forma de ser absolvido do pedido, como não consegue fazê-lo, e porque o
juiz não pode ficar na dúvida, temos de ter um mecanismo de salvaguarda da dúvida que
está no artigo já mencionado que dispõe que quando o juiz está na dúvida sobre a realização
ou produção de um determinado fato, opera o mecanismo que possui um critério decisório
do juiz.
Como o reu não demonstrou a celebração do contrato, o juiz vai dar como provada a
celebração do contrato: artigo 414.º, CPC. Isto é uma ficção legal autêntica, mas é
necessária porque o juiz não pode ficar na dúvida.
Estrutura da frequência:
1 pergunta teórica
AULA 16.05.2022
A partir do momento em que o juiz decreta a sentença – artigo 613.º, CPC – fica esgotado
o poder jurisdicional do juiz em termos da matéria causa, a não ser nos casos do artigo
614.º a 616.º em que se alguma das partes invocar a reforma da sentença ou a nulidade, aí
há a possibilidade do tribunal a quo corrigir essa invalidade, se concordar com a
fundamentação do recorrente, e o processo nem sequer sobe.
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Ano letivo 2020/2021
A partir do momento em que o juiz corrige, há mais 30 dias (Artigo 638.º?), e só passado
esses 30 dias é que a decisão transita em julgado.
A decisão transitada em julgado – artigo 628 – significa que quando o juiz profere decisão
de mérito:
1. Recurso de revisão (artigo 696.º) – sucede algo muito grave em que o legislador, e os
tribunais, não podem comportar com essa injustiça gritante; situação em que o réu ficou
em revelia porque a citação foi nula, ou algo do género, ou os casos em que o juiz
cometeu um crime, ou se chega à conclusão que a prova é ilícita, …. Artigo 696.º =
elenco taxativo que coloca em causa a força de caso julgado (material) de uma decisão.
Quando uma decisão transita em julgado e se forma caso julgado material o juiz
pronunciou-se sobre o conflito entre as partes, de forma definitiva, absolvendo o réu ou
condenando o réu no pedido.
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
A imutabilidade vai até onde? Força obrigatória dentro ou fora do processo nos limites do:
2. Efeito negativo do caso julgado = evitar que se contrarie a decisão; evitar non ibis in
idem
Artigo 581.º, CPC: ou seja, a exceção do caso julgado, é uma exceção dilatória: o
seu propósito é o efeito negativo do caso julgado, tendo como objetivos: evitar o
non bis in idem (que hajam duas ações distintas que possam ser contraditórias entre
si); há sempre a mesma ação se se repetirem as partes e as mesmas causas de pedir.
O artigo 581.º para evitar duas decisões contra o mesmo réu e decisões contraditórias
que possam afetar o caso julgado, então o artigo obsta a que o juiz conheça do mérito
da causa (=Exceção dilatória)
Artigo 581.º Artigo 577.º, al. i), CPC (exceção dilatória nominada de caso
julgado) Absolvição do réu da instância = não há apreciação do mérito da causa
= não há contradição entre decisões = evita que o réu seja sujeito a uma segunda
ação (tendo ganho, ou perdido).
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Coerência da tramitação processual e das partes dentro daquela ação específica; se o juiz
decidir e especificar num despacho (pré-saneador ou saneador) que uma parte tem
legitimidade processual, não pode o mesmo juiz decidir de forma contrária até ao
proferimento da decisão de mérito (=na sentença).
Para se formar caso julgado formal e se visar o tribunal a todo o processo tem de haver
uma decisão interlocutória: porque é que a parte é legitima, porque é que o tribunal é
competente, porque é que há interesse processual, … tomando parte sobre os pressupostos,
o juiz vai estar limitado a essa versão das condições de admissibilidade porque as partes
depois disso já entram no mérito da causa e não é possível <mudar as cartas do jogo, durante
o jogo=
Até ao proferimento da sentença, por causa do caso julgado formal, o juiz está vinculado a
esta posição.
O caso julgado formal tem eficácia no mesmo processo, não em ações posteriores; a
legitimidade processual já pode não existir noutro processo. O juiz só fica vinculado nessa
mesma decisão, não numa outra.
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Mariana Rodrigues
Subturma 7 – Turma A
Ano letivo 2020/2021
Caso prático 1:
O que estava em causa era a causa de pedir. Numa primeira ação o autor queria a apreciação
do seu direito de propriedade por via do contrato de V, sendo a causa de pedir a celebração
do contrato.
O réu vai ser absolvido do pedido e numa segunda ação o autor vem propor outra ação,
porque quer ver declarado o seu direito de propriedade, mas por usucapião: isto já é uma
causa distinta. Artigo 581.º, n.º 4 a contrario: outra forma de aquisição, outra causa pedir.
Não havendo identidade de causa de pedir, não há exceção de caso julgado, nem há exceção
dilatória.
Abrir a hipótese hipotética de autoridade de caso julgado: ficava sempre salvaguardado que
o juiz na segunda ação não podia discutir o fundamento da primeira decisão.
Se numa primeira ação dei por improcedente a propositura do contrato do autor, então
numa segunda ação não a posso colocar em causa. Se é nulo na primeira, é nulo na segunda;
é um fundamento que não é dissociável da própria decisão.
Os juízes confundem exceção de caso julgado (efeito negativo: artigo 581.º) e autoridade
de caso julgado (efeito positivo: artigo 580/2). A autoridade de caso julgado só vincula aos
fundamentos prejudiciais da ação anteriores.
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Mariana Rodrigues
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Ano letivo 2020/2021
Se uma primeira ação foi julgada (im)procedente com base na não demonstração da
celebração do contrato CV, ou havia um vício como a nulidade que é de conhecimento
oficioso, não tem de ser alegada pelo réu, o juiz pode dizer que é nulo por falta de forma,
ou objeto contrário à lei.
Improcedendo a ação contra o autor, o réu foi absolvido do pedido porque a compra e venda
que era a causa de pedir alegada pelo autor era nula.
Se numa nova ação se falar sobre o contrato de compra e venda o juiz da segunda ação está
vinculado ao que transitou em julgado da primeira, não posso discutir o fundamento,
mesmo que de forma incidental, para não dar azo a contradições.
O fundamento não pode ser novamente discutido, o juiz está vinculado a esse fundamento
por via da autoridade do caso julgado. Não posso tocar naquilo que é <sagrado=, é intocável,
mesmo que não haja exceção do caso julgado, sob pena de esvaziar de conteúdo o artigo
581.º
Artigo 91.º, CPC: isto significa que o tribunal é efetivamente competente também para
avaliar não só a PI proposta pelo autor (artigo 259.º e o momento relevante para apurar
a competência absoluta); e quando o réu se defende por exceção perentória, há alargamento
com a competência absoluta do tribunal, porque normalmente há uma sequência lógica,
porque contraria normalmente a narrativa da PI; o artigo 91.º salvaguarda a possibilidade
invocar ou por em causa a competência do tribunal em termos absolutos, há uma extensão
fictícia, mesmo que calhe em matéria que a priori não seria da sua área de competência
material (Comercial, insolvência, etc) e se se concretizar uma exceção perentória, há uma
extensão de competência para o tribunal em que a ação foi proposta.
Artigo 91/2: não constitui caso julgado fora da ação (=não transitam em jugado: A NÃO
SER QUE O RÉU DIGA EXPRESSAMENTE QUE QUER QUE SE HOUVER
PROCEDÊNCIA DAQUELA EXCEÇÃO PERENTÓRIA QUE NÃO É DE
CONHECIMENTO OFICIOSO, QUE QUER QUE SE ESSE FUNDAMENTO FOR
PROCEDENTE QUER QUE TRANSITE EM JULGADO NÃO PODENDO SER
AFETADO POR DECISÃO POSTERIOR:
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Limites do caso julgado nas relações sinalagmáticas: quando alega a exceção de não
cumprimento (artigo 428,. º), em situações em que há relações recíproca, isto é, diz-se que
não se paga até que se entregue o bem, o que sucede é que há uma condenação para o
futuro, havendo uma exceção perentória modificativa dilatória. É uma das exceções ao
artigo 91.º, n. º2.
A regra do artigo 91/2: não se forma caso julgado material pela defesa por exceção
perentória; se o réu alegar a exceção de não cumprimento, a anulabilidade pode ser
discutida posteriormente se o réu não fizer o pedido logo ao tribunal.
Isto é super criticável, mas o artigo 91/2 existe para acautelar o autor e explicar-lhe que se
for procedente forma caso julgado e não pode ser discutido noutra ação. Pede o réu a
absolvição + transito em julgado da exceção dilatória se for procedente (tem de se pedir: é
a regra).
O artigo 413.º diz-nos que o juiz tem o dever de aceitar todos os meios de prova que são
juntos ao processo; mas este trata-se dos limites ao inquisitório (artigo 411.º) e a
admissibilidade da prova.
A prova ilícita não pode ser apreciada pelo tribunal; mas os tribunais superiores e PCS
falam dos efeitos lícitos que decorrem da prova ilícita: a parte que ficou prejudicada com
a obtenção ilícita de prova, pode pedir uma indemnização com base na prova ilícita; a parte
que ficou prejudicada só o pode ser tendo acesso aos emails (caso do Benfica e hacker Rui
Pinto). A parte prejudicada foi o benfica, e, portanto, depois houve um aproveitamento da
prova ilícita por outros grupos de futebol, e no futuro em relação a outras entidades, mas o
importante é que a parte prejudicada pela obtenção ilícita de prova (hackeamento dos
emails), essa parte pode efetivamente pedir ao Tribunal a utilização da prova ilícita para
pedir uma indemnização à parte que hackeou os seus servidores.
Ninguém se pode aproveitar do seu próprio ilícito: a parte que aproveitou a prova ilícita,
nunca pode retirar vantagem.
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Aí há uma nuance do princípio da aquisição processual: o juiz pode apreciar a prova ilícita
para quantificar efetivamente os danos, porque essa prova em si para essa parte não é ilícita,
são os seus próprios documentos e fundamentam os danos a ser indemnizados pela parte
que a obteve de forma ilícita.
O artigo 413.º tem como limite a forma como a prova foi obtida: através de coação, tortura,
hackeados, etc. Isso não pode acontecer a não ser que quem junte os documentos seja a
pessoa cuja esfera foi violada. Não há aí um incidente, não há prova ilícita.
PCS: Relação sinalagmática como exceção de caso julgado; há aqui uma condenação para
o futuro.
Valor da causa:
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Quando há cumulação simples o autor soma o valor dos pedidos: se pede indemnização do
contrato e indemnização dos danos causados, normalmente somam-se os valores.
Em termos práticos o que está no artigo 575.º são: podem ser impeditivas, extintivas ou
modificativas e dentro das modificativas MTS constrói as perentórias/definitivas ou
dilatórias/temporárias.
Limites objetivos do caso julgado: extraídos do artigo 619/1, CPC. Quando transita em
julgado o que ganha caráter de imutabilidade não são todos os factos alegados no processo.
O que acontece é que a força de caso julgado que produz força em relação as partes dentro
e fora do processo (há repercussão dos limites objetivos): o que transita? A decisão, ou a
decisão e os fundamentos?
Porque é que chegou à decisão? P.e, porque o contrato é nulo; o que transita em julgado é
o principal fundamento (prejudicial) que deu origem à solução em concreto. Ou os
fundamentos de não provado: não se juntou o documento, ou provou-se que nunca tinha
sido celebrado.
Os limites objetivos que só vinculam os tribunais numa segunda açao em relação aos
fundamentos prejudiciais e ao conteúdo decisório.
Exceções:
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2. Artigo 564.º, al. c) (contrário do contraditório): imagine que numa primeira ação se
chega à conclusão que o autor é proprietário do bem por celebração do contrato de cv,
e o pedido foi a apreciação positiva de que o autor é proprietário daquele bem. Não
pode acontecer, apesar de não haver exceçao de caso julgado propriamente dita, se o
réu perder a ação, não pode numa segunda ação propor uma ação de simples apreciação
negativa, ou seja, dizendo que quer que o autor inicial não seja proprietário do bem por
celebração da CV. Isto é contrariar as decisões judiciais, o que é discutido, no fundo, é
o mesmo. Se o propósito da parte na segunda ação for impugnar, pedindo o seu
contrário, fica também coberto pela força de caso julgado apesar de não pedir a mesma
coisa (=uma simples apreciação positiva), temos de ter algumas cautelas de acordo com
MTS se não seria incomportável porque se o réu também não pode apreciar a mesma
situação jurídica, então quando transita em julgado a decisão a parte vencida não pode
pedir o que é contrário a essa mesma decisão, apesar de não estar coberto pelo caso
julgado, também esta decisão transitou em julgado e ganha caráter de imutabilidade,
são os limites objetivos do caso julgado.
A exceção de caso julgado só sucede quando há transito em julgado- Artigo 628 + 638.º
Identidade de pedidos (Artigo 581.º) = se o que pretendo alcançar é o mesmo, então não
posso aceitar e há também exceção de caso julgado pelos limites objetivos do caso julgado.
A coligação é de caráter facultativo, quer do lado passivo quer ativo, pressupõe-se que haja
uma pluralidade de objetos. Numa situação de coligação, posso ter dentro dela de
litisconsórico. Se vários consumidores ficaram insatisfeitos com os contratos, dentro desses
contratos pode haver litisconsórcio, nomeadamente se forem cônjuges, têm de estar as duas
no processo em conjunto.
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Numa ação de coligação onde queira colocar uma açao contrea a Vodafone que utilizou
uma clausula nula, posso ter 10 autores que podem estar em situações de litisconsórcio
porque todos vao pedir a anulação da clausula e a indemnização. As partes odem ter de
estar em litisconsórico, mas há uma pluralidade de pedidos.
Os contratos não são iguais mas há um caráter padrão – não são iguais: as partes são
diferentes, as assinaturas são diferentes – ao juiz dá jeito ter uma sentença em que há
fundamentos comuns, e depois concede as indemnização de acordo com a parte a que se
dirige: as indemnizações aos consumidores são diferentes.
Numa situação de coligação pressupomos pluralidade de partes que não têm de estar em
litisconsórcio porque poderia individualizá-la em ações diferentes, e uma pluralidade de
pedidos.
Pedido de prestações vincendas – artigo 567.º - o autor é <honesto= com o tribunal e diz
que efetivamente a obrigação ainda não se venceu porque o prazo ainda está a decorrer,
p.e, por isso ainda não se encontra em mora; contudo, se não propuser a ação agora vou
ficar prejudicado porque já tenho indícios de que o réu não vai cumprir e não terei um titulo
executivo que vai garantir a garantia patrimonial que é o património do devedor.
Quase admite a falta de interesse processual, mas se demonstrar que fica prejudicado se
não propuser a ação naquele momento (há aqui interesse processual) o juiz pode admitir
excecionalmente. Isto acontece no âmbito do arrendamento: artigo 567/2. Sei que vou ter
dificuldades de chegar ao momento de cessação do contrato de arrendamento e aí já há
título para tirar o arrendatário na casa, pode ameaçar o senhorio diversas vezes que vai ficar
na casa, o autor antecipando-se pede já um título executivo para utilizar quando o contrato
terminar. São objetos que ainda não se venceram, contratos que não se venceram, para
acautelar os direitos de autor: é uma situação de alguma urgência.
Em princípio é condenação para o futuro mas fica com um título executivo quando a ação
se verificar e não se cumprir – há um juízo de prognose e não paga as custas porque abre o
jogo e diz que ainda não é exigível.
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A partir do momento em que procede a exceção dilatória, o juiz condena para o futuro o
réu, ou seja, paga quando passar a ser exigível, mas quem paga as custas é o autor (Artigo
610 - inversão das custas).
ESTRUTURA DO TESTE:
Depois fazer a 3ª
Factos supervenientes:
1. Objetivamente = ocorrem, na vida real, na pendência da ação. Não tem a ver com a
descoberta, mas a obtenção do facto.
Litigio entre António e bento, e Bento vai a casa do António e grafita-lhe a casa, fact
Artigo 611.º, CPC: Questão da atendibilidade e conjugado com o artigo 720.º que tem a ver
com o caso julgado: o que ocorrer depois do final da audiência de encerramento final, o juiz
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já não pode atender na decisão por isso aí à luz desses factos pode intentar-se uma ação nova.
O juiz não pode atender mais a factos supervenientes, o juiz já não se pode pronunciar sobre
eles (Artigo 413.º).
Artigo 264.º e 265.º servem para alteração do pedido e causa de pedir, mas não em relação
a factos supervenientes, as partes querem alterar ou ampliar o objeto. Há aqui uma diferença,
MTS diz que quando há factos supervenientes o articulado mais adequado é o artigo 588.º
devido a uma relação de especialidade que existe.
MTS: vai depender de for o pedido reconvencional, se precludiu ou não, mas em princípio
não, se foram factos que ocorreram depois d e encerrada a audiência final.
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3) Conexão objetiva = pressuposto diferente porque é no artigo 266/2, al. a), b), c) e d)
que é taxativo devido ao princípio da estabilidade da instância.
Artigo 36/2 – coligação: apreciação dos mesmos factos. Se não tiver - exceção dilatória
sanável: artigo 38.º
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