Este documento é uma réplica respondendo a uma contestação. A réplica argumenta que (1) trata-se de uma relação continuada portanto não prescreve, (2) não há inépcia da inicial pois o autor pode complementar a petição inicial se necessário, e (3) a inicial não é inepta pois apresenta os elementos necessários para o julgamento.
Este documento é uma réplica respondendo a uma contestação. A réplica argumenta que (1) trata-se de uma relação continuada portanto não prescreve, (2) não há inépcia da inicial pois o autor pode complementar a petição inicial se necessário, e (3) a inicial não é inepta pois apresenta os elementos necessários para o julgamento.
Este documento é uma réplica respondendo a uma contestação. A réplica argumenta que (1) trata-se de uma relação continuada portanto não prescreve, (2) não há inépcia da inicial pois o autor pode complementar a petição inicial se necessário, e (3) a inicial não é inepta pois apresenta os elementos necessários para o julgamento.
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AO JUÍZO DA ________ VARA ________ DA COMARCA DE
________ .
Ref. Processo ________
________ , já qualificado nos autos do processo em
epígrafe, vem por meio de seu advogado abaixo assinado, propor a presente
RÉPLICA
diante dos fatos novos alegados em contestação.
BREVE RELATO DOS FATOS
O Réu, ao responder a presente demanda, trouxe fundamentos que
não merecem prosperar, vejamos.
O Autor disponibilizou em locação à Ré o imóvel de sua
propriedade, conforme matrícula que junta em anexo, situado na ________ , por meio de Instrumento Particular de Contrato de Locação Residencial que junta em anexo, pelo prazo de ________ meses.
Firmado o contrato em ________ , foi pactuado o valor mensal
de R$ ________ por meio de ________ .
Ocorre que desde ________ o Autor não recebe qualquer valor
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devido pelo aluguel do imóvel, conforme memória de cálculo que junta em anexo, razão pela qual buscou-se esta medida extrema da via judicial para lhe conferir um direito que lhe é devido.
DO TRATO SUCESSIVO
Inicialmente cumpre destacar que, por tratar-se de matéria de
trato sucessivo, uma vez que o Autor todos os meses é afetado pela desídia da Administração Pública, tem-se afastada a ocorrência da prescrição, conforme esclarece a doutrina sobre o tema:
"Trato continuado. As relações jurídicas de trato
continuado - também chamadas e relações continuativas - são aquelas em que há trato sucessivo entre os seus participantes e que necessariamente se estendem no tempo. Porque duradouras, são passíveis de modificação em seu estado de fato e de direito, o que pode evidenciar a necessidade de nova disciplina jurisdicional." (MITIDIERO, Daniel. ARENHART, Sérgio Cruz. MARINONI, Luiz Guilherme. Novo Código de Processo Civil Comentado - Ed. RT, 2017. e-book, Art. 504.)
Portanto, configurada matéria de trato continuado, não resta
presente o instituto da prescrição, devendo ser analisado e deferido o pedido entabulado na inicial.
DA INEXISTÊNCIA DE INÉPCIA DA INICIAL
Equivocadamente, o réu aduz sobre a inépcia da petição inicial, o
que não merece prosperar, por dois importantes pontos:
A inépcia só pode ser declarada após o Autor ser
devidamente intimado para emenda, nos termos do Art. 321 do CPC/15;
Não há inépcia no presente caso, pois os elementos
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indispensáveis ao julgamento da causa estão presentes na inicial.
No presente processo, caso houver a necessidade de algum
esclarecimento, cabe ao julgador intimar o Autor para complementação, conforme expõe o Art. 321 do CPC/15:
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial
não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Assim, a extinção do processo só poderia ocorrer após intimação
pessoal da parte para emendar no prazo de 15 dias, não cabendo extinção do processo como requerido pelo Réu.
A intimação pessoal é requisito indispensável à validade de
qualquer decisão de extinção do processo, conforme precedentes sobre o tema:
PRELIMINAR CONTRARRECURSAL DE INÉPCIA DA
INICIAL. A parte recorrente deve discriminar em sua exordial as cláusulas que entende abusivas, bem como quantificar o valor incontroverso, consoante disciplina o artigo 330, §2º do CPC. Em não havendo intimação da parte autora para emendar a inicial, inviável a extinção do processo por inépcia da inicial. É o caso dos autos. Preliminar rejeitada. (...) (TJRS, Apelação 70076957331, Relator(a): Cláudio Luís Martinewski, Vigésima Terceira Câmara Cível, Julgado em: 11/12/2018, Publicado em: 18/01/2019)
PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. INÉPCIA DA
INICIAL. AUSENTE INTIMAÇÃO PESSOAL.
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SENTENÇA ANULADA. 1. Ocorre que, da análise minuciosa dos autos, verifica-se que não houve intimação pessoal da parte autora, quanto inepcia da inicial. 2. É certo que o advogado constituído nos autos tem amplos poderes para representar seu cliente em juízo e, inclusive, em nome dele, ser intimado das decisões exaradas no respectivo processo, por meio de publicações na imprensa oficial. 3. Entretanto, o despacho de fls. 51/52 determinou apenas a intimação da parte. Argumenta-se que se trata de ato personalíssimo, o qual cabe apenas à parte realizar, sendo, portanto, indelegável. 4. Sentença anulada. (TRF-3 - AC: 00041984120174039999 SP, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL TORU YAMAMOTO, Data de Julgamento: 24/04/2017, SÉTIMA TURMA, Data de Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:03/05/2017, #384462)
Dessa forma, se julgar necessário, cabe ao Magistrado conferir ao
recorrente o PRAZO LEGAL para saneamento do requisito de admissibilidade da inicial.
DA NÃO OCORRÊNCIA DE INÉPCIA
Considera-se inepta a petição inicial somente quando houver
objetivamente o enquadramento em algum dos incisos previstos no Art. 330 do CPC/15, o que não ocorre no presente caso.
No presente caso, o Contestante alega ________ , o que não se
mostra motivo suficiente a configurar inépcia da inicial.
Afinal, uma breve exposição exigida na inicial é suficiente para
demonstrar o direito do Autor, conforme precedentes sobre o tema:
APELO DESPROVIDO. DO APELO INTERPOSTO POR
ROBERTO E OUTROS - Preliminar de Inépcia da Inicial:
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Não há falar em inépcia da petição inicial, porquanto a parte autora formulou seus requerimentos e delimitou adequadamente suas pretensões, não havendo, portanto, falar em inépcia. - (...) - Da preliminar de carência da ação: não há falar em carência de ação em vista da inexistência de aditivo contratual que contemplasse a substituição dos títulos representativos da dívida, porquanto a dívida está consubstanciada no contrato, e não, nas notas promissórias, que no caso tão somente guarnecem o contrato, como indício de dívida. - Da inocorrência de novação: o simples fracionamento de cinco notas promissórias de R$ 300 MIL (TJRS, Apelação 70078616489, Relator(a): Gelson Rolim Stocker, Décima Sétima Câmara Cível, Julgado em: 13/12/2018, Publicado em: 24/01/2019, #984462)
Ou seja, a inépcia é cabível exclusivamente nos casos em que for
inviável a concepção do direito pleiteado. Nesse sentido dispõe renomada doutrina sobre a matéria:
"A petição inicial é inepta quando lhe faltar pedido ou
causa de pedir, quando o pedido for genérico fora das hipóteses legais, da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão e quando contiver pedidos incompatíveis entre si. Só se deve decretar inepta a petição inicial quando for ininteligível e incompreensível (STJ, 1.ª Turma, REsp 640.371/SC, rel. Min. José Delgado, j. 28.09.2004, DJ 08.11.2004, p. 184). Se dela consta o pedido e a causa de pedir, ainda que o primeiro formulado de maneira pouco técnica e a segunda exposta com dificuldade, não há que se falar em inépcia da petição inicial." (MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 330)
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Afinal, qualquer invalidade processual, só pode prejudicar o andamento da ação quando efetivamente causar um prejuízo à ampla defesa, o que não ocorre no presente caso.
Dessa forma, considerando que a petição inicial ________ , deve
ter seguimento e total procedência.
DO MÉRITO
No mérito, os réus alegaram equivocadamente que ________ . O
que não merece prosperar, afinal, os fatos são completamente distintos daqueles narrados na contestação.
Conforme leciona Arnaldo Rizzardo, "a retomada do imóvel, para
todas as espécies de locação, de imóveis residenciais ou não residenciais, sejam quais forem os motivos determinantes, processa-se por meio da ação de despejo, de rito ordinário, mas com as modificações inseridas em vários dispositivos da lei em exame." (RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. 16 ed. Editora Forense, 2017. Versão kindle, p 59533)
ATRASO NO PAGAMENTO
O Réu tinha uma obrigação pactuada que foi descumprida,
conduzindo à intervenção judicial para o devido despejo, com amparo na Lei nº 8.245/91:
Das Ações de Despejo
Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as
ações de despejo terão o rito ordinário.
§ 1º Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze
dias, independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo:
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(...)
IX - a falta de pagamento de aluguel e acessórios da
locação no vencimento, estando o contrato desprovido de qualquer das garantias previstas no art. 37, por não ter sido contratada ou em caso de extinção ou pedido de exoneração dela, independentemente de motivo.
Trata-se de dever em cumprir os termos livremente pactuados no
contrato de locação, conforme amplo entendimento jurisprudencial:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DESPEJO. LOCAÇÃO NÃO
RESIDENCIAL. INADIMPLEMENTO. FATO RECONHECIDO PELO PRÓPRIO LOCADOR. ENTREGA DAS CHAVES.RESCISÃO CONTRATUAL COM A DECRETAÇÃO DO DESPEJO. PAGAMENTO DOS ALUGUERES E ENCARGOS EM ATRASO. QUESTIONAMENTO RESTRITO À MULTA MORATÓRIA E JUROS DCORRENTES DA MORA. PERCENTUAIS CONTRATUALMENTE PACTUADOS. REDUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE LIMITE LEGAL OU ABUSIVIDADE. ÔNUS SUCUMBENCIAS QUE DEVE RECAI SOBRE A PARTE VENCIDA NA DEMANDA. GRATUIDADE DE JUSTIÇA. CONDENAÇÃO QUE RESTARÁ SUSPENSA PELO PRAZO DE CINCO ANOS. DECISÃO CORRETA, NA FORMA E NO CONTEÚDO, QUE INTEGRALMENTE SE MANTÉM.DESPROVIMENTO DO RECURSO. Conclusões: Por unanimidade de votos, negou-se provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (TJ-RJ, APELAÇÃO 0003147-94.2017.8.19.0208, Relator(a): DES. JOSE CARLOS MALDONADO DE CARVALHO, Publicado em: 28/01/2020, #484462)
LOCAÇÃO. Ação de despejo c. c. cobrança. Sentença de
procedência. Interposição de apelação pelos réus. As
#3084462 Tue Apr 13 21:06:36 2021
alegadas dificuldades financeiras enfrentadas pela ré locatária não justificam o atraso no pagamento dos aluguéis, tampouco constituem óbice para decretação do seu despejo. Alegação de depósito do aluguel em conta bancária de terceiro estranho à relação locatícia não justifica a mora dos réus. Aplicação da máxima segundo a qual "quem paga mal, paga duas vezes". Para evitar a rescisão do contrato de locação, cabia aos réus efetuar, no prazo de quinze dias, contados da citação, o pagamento do débito atualizado mediante depósito judicial, na forma do artigo 62, inciso II, da Lei nº 8.245/1991, mas isso não ocorreu. Mero oferecimento de proposta de quitação do débito de maneira parcelada não significou a purgação da mora dos réus. Realização de depósitos judiciais mesmo após o julgamento de procedência da presente ação evidencia a existência de débitos locatícios à época prolação da r. sentença. Rescisão do contrato de locação. Decretação do despejo da locatária. Condenação dos réus ao pagamento dos aluguéis e encargos vencidos até a efetiva desocupação do imóvel, com abatimento dos valores depositados em juízo. Artigos 9º, inciso III, e 62, inciso I, da Lei nº 8.245/1991, c. c. o artigo 323 do CPC/2015. Princípio da preservação da empresa não impede o cumprimento da ordem da ordem de despejo. Direito da locadora, ora autora, de retomar o imóvel locado, na forma da lei, não deve se submeter às conveniências da ré locatária. Manutenção da r. sentença. Apelação não provida. (TJSP; Apelação Cível 1067154- 48.2019.8.26.0100; Relator (a): Carlos Dias Motta; Órgão Julgador: 26ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 32ª Vara Cível; Data do Julgamento: 03/02/2020; Data de Registro: 03/02/2020, #084462)
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE
PAGAMENTO C/C COBRANÇA DE ALUGUÉIS E ENCARGOS - PAGAMENTO DOS ALUGUÉIS E DEMAIS
#3084462 Tue Apr 13 21:06:36 2021
ENCARGOS LOCATÍCIOS ATÉ A EFETIVA DESOCUPAÇÃO DO IMÓVEL - OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA DOS FIADORES - SÚMULA 214 DO STJ - INAPLICABILIDADE - MULTA MORATÓRIA - AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE OU ABUSIVIDADE. Havendo no contrato de locação cláusula expressa de responsabilidade solidária do fiador até a devolução das chaves, deve ele responder pelo cumprimento das obrigações locatícias, de forma solidária com o locatário. A Súmula 214 do STJ não se aplica aos casos de prorrogação contratual. Tendo a multa moratória sido livre e previamente estipulada entre as partes no percentual de 20% sobre o valor do débito para o caso de atraso no pagamento, não se há de falar em abusividade. (TJ-MG - Apelação Cível 1.0000.19.107204-0/001, Relator(a): Des. (a) José de Carvalho Barbosa, julgamento em 31/01/0020, publicação da súmula em 05/02/2020, #784462)
Neste contexto, devido o despejo imediato do réu e posterior
cobrança dos valores não adimplidos.
DO VALOR EM ATRASO
Cabe destacar que se mantém em atraso mais de ________
meses de aluguéis, correspondente ao valor de R$ ________ mensal, cumulado com a multa por atraso no tocante a ________ % e os juros aplicáveis a cada dia de atraso, tem-se o valor de R$ ________ .
Por todo o exposto fica perfeitamente demonstrado que o Réu não
trouxe fundamentos suficientes para desconstituir o direito do Autor, razão pela qual a contestação não merece acolhimento.
#3084462 Tue Apr 13 21:06:36 2021
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer que sejam rechaçadas todas as preliminares
aventadas na contestação com o consequente acolhimento de todos os pedidos elencados na exordial.