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AO JUÍZO DA ________ VARA ________ DA COMARCA DE


________ .

Ref. Processo ________

________ , já qualificado nos autos do processo em


epígrafe, vem por meio de seu advogado abaixo assinado,
propor a presente

RÉPLICA

diante dos fatos novos alegados em contestação.

BREVE RELATO DOS FATOS

O Réu, ao responder a presente demanda, trouxe fundamentos que


não merecem prosperar, vejamos.

O Autor disponibilizou em locação à Ré o imóvel de sua


propriedade, conforme matrícula que junta em anexo, situado na ________ ,
por meio de Instrumento Particular de Contrato de Locação Residencial que
junta em anexo, pelo prazo de ________ meses.

Firmado o contrato em ________ , foi pactuado o valor mensal


de R$ ________ por meio de ________ .

Ocorre que desde ________ o Autor não recebe qualquer valor

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devido pelo aluguel do imóvel, conforme memória de cálculo que junta em
anexo, razão pela qual buscou-se esta medida extrema da via judicial para lhe
conferir um direito que lhe é devido.

DO TRATO SUCESSIVO

Inicialmente cumpre destacar que, por tratar-se de matéria de


trato sucessivo, uma vez que o Autor todos os meses é afetado pela desídia da
Administração Pública, tem-se afastada a ocorrência da prescrição, conforme
esclarece a doutrina sobre o tema:

"Trato continuado. As relações jurídicas de trato


continuado - também chamadas e relações continuativas
- são aquelas em que há trato sucessivo entre os seus
participantes e que necessariamente se estendem no
tempo. Porque duradouras, são passíveis de modificação
em seu estado de fato e de direito, o que pode evidenciar a
necessidade de nova disciplina jurisdicional."
(MITIDIERO, Daniel. ARENHART, Sérgio Cruz.
MARINONI, Luiz Guilherme. Novo Código de Processo
Civil Comentado - Ed. RT, 2017. e-book, Art. 504.)

Portanto, configurada matéria de trato continuado, não resta


presente o instituto da prescrição, devendo ser analisado e deferido o pedido
entabulado na inicial.

DA INEXISTÊNCIA DE INÉPCIA DA INICIAL

Equivocadamente, o réu aduz sobre a inépcia da petição inicial, o


que não merece prosperar, por dois importantes pontos:

 A inépcia só pode ser declarada após o Autor ser


devidamente intimado para emenda, nos termos do
Art. 321 do CPC/15;

 Não há inépcia no presente caso, pois os elementos

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indispensáveis ao julgamento da causa estão
presentes na inicial.

No presente processo, caso houver a necessidade de algum


esclarecimento, cabe ao julgador intimar o Autor para complementação,
conforme expõe o Art. 321 do CPC/15:

Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial


não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que
apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o
julgamento de mérito, determinará que o autor, no
prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete,
indicando com precisão o que deve ser corrigido ou
completado.

Assim, a extinção do processo só poderia ocorrer após intimação


pessoal da parte para emendar no prazo de 15 dias, não cabendo extinção do
processo como requerido pelo Réu.

A intimação pessoal é requisito indispensável à validade de


qualquer decisão de extinção do processo, conforme precedentes sobre o tema:

PRELIMINAR CONTRARRECURSAL DE INÉPCIA DA


INICIAL. A parte recorrente deve discriminar em sua
exordial as cláusulas que entende abusivas, bem como
quantificar o valor incontroverso, consoante disciplina o
artigo 330, §2º do CPC. Em não havendo intimação
da parte autora para emendar a inicial, inviável a
extinção do processo por inépcia da inicial. É o
caso dos autos. Preliminar rejeitada. (...) (TJRS, Apelação
70076957331, Relator(a): Cláudio Luís Martinewski,
Vigésima Terceira Câmara Cível, Julgado em: 11/12/2018,
Publicado em: 18/01/2019)

PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. INÉPCIA DA


INICIAL. AUSENTE INTIMAÇÃO PESSOAL.

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SENTENÇA ANULADA. 1. Ocorre que, da análise
minuciosa dos autos, verifica-se que não houve
intimação pessoal da parte autora, quanto inepcia
da inicial. 2. É certo que o advogado constituído nos
autos tem amplos poderes para representar seu cliente em
juízo e, inclusive, em nome dele, ser intimado das decisões
exaradas no respectivo processo, por meio de publicações
na imprensa oficial. 3. Entretanto, o despacho de fls. 51/52
determinou apenas a intimação da parte. Argumenta-se
que se trata de ato personalíssimo, o qual cabe
apenas à parte realizar, sendo, portanto,
indelegável. 4. Sentença anulada. (TRF-3 - AC:
00041984120174039999 SP, Relator:
DESEMBARGADOR FEDERAL TORU YAMAMOTO, Data
de Julgamento: 24/04/2017, SÉTIMA TURMA, Data de
Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:03/05/2017,
#384462)

Dessa forma, se julgar necessário, cabe ao Magistrado conferir ao


recorrente o PRAZO LEGAL para saneamento do requisito de admissibilidade
da inicial.

DA NÃO OCORRÊNCIA DE INÉPCIA

Considera-se inepta a petição inicial somente quando houver


objetivamente o enquadramento em algum dos incisos previstos no Art. 330 do
CPC/15, o que não ocorre no presente caso.

No presente caso, o Contestante alega ________ , o que não se


mostra motivo suficiente a configurar inépcia da inicial.

Afinal, uma breve exposição exigida na inicial é suficiente para


demonstrar o direito do Autor, conforme precedentes sobre o tema:

APELO DESPROVIDO. DO APELO INTERPOSTO POR


ROBERTO E OUTROS - Preliminar de Inépcia da Inicial:

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Não há falar em inépcia da petição inicial,
porquanto a parte autora formulou seus
requerimentos e delimitou adequadamente suas
pretensões, não havendo, portanto, falar em
inépcia. - (...) - Da preliminar de carência da ação: não há
falar em carência de ação em vista da inexistência de
aditivo contratual que contemplasse a substituição dos
títulos representativos da dívida, porquanto a dívida está
consubstanciada no contrato, e não, nas notas
promissórias, que no caso tão somente guarnecem o
contrato, como indício de dívida. - Da inocorrência de
novação: o simples fracionamento de cinco notas
promissórias de R$ 300 MIL (TJRS, Apelação
70078616489, Relator(a): Gelson Rolim Stocker, Décima
Sétima Câmara Cível, Julgado em: 13/12/2018, Publicado
em: 24/01/2019, #984462)

Ou seja, a inépcia é cabível exclusivamente nos casos em que for


inviável a concepção do direito pleiteado. Nesse sentido dispõe renomada
doutrina sobre a matéria:

"A petição inicial é inepta quando lhe faltar pedido ou


causa de pedir, quando o pedido for genérico fora das
hipóteses legais, da narração dos fatos não decorrer
logicamente a conclusão e quando contiver pedidos
incompatíveis entre si. Só se deve decretar inepta a
petição inicial quando for ininteligível e
incompreensível (STJ, 1.ª Turma, REsp 640.371/SC,
rel. Min. José Delgado, j. 28.09.2004, DJ 08.11.2004, p.
184). Se dela consta o pedido e a causa de pedir, ainda
que o primeiro formulado de maneira pouco técnica e a
segunda exposta com dificuldade, não há que se falar em
inépcia da petição inicial." (MARINONI, Luiz Guilherme.
ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo
Código de Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos
Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 330)

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Afinal, qualquer invalidade processual, só pode prejudicar o
andamento da ação quando efetivamente causar um prejuízo à ampla defesa, o
que não ocorre no presente caso.

Dessa forma, considerando que a petição inicial ________ , deve


ter seguimento e total procedência.

DO MÉRITO

No mérito, os réus alegaram equivocadamente que ________ . O


que não merece prosperar, afinal, os fatos são completamente distintos daqueles
narrados na contestação.

Conforme leciona Arnaldo Rizzardo, "a retomada do imóvel, para


todas as espécies de locação, de imóveis residenciais ou não residenciais,
sejam quais forem os motivos determinantes, processa-se por meio
da ação de despejo, de rito ordinário, mas com as modificações inseridas
em vários dispositivos da lei em exame." (RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. 16
ed. Editora Forense, 2017. Versão kindle, p 59533)

ATRASO NO PAGAMENTO

O Réu tinha uma obrigação pactuada que foi descumprida,


conduzindo à intervenção judicial para o devido despejo, com amparo na Lei nº
8.245/91:

Das Ações de Despejo

Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as


ações de despejo terão o rito ordinário.

§ 1º Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze


dias, independentemente da audiência da parte contrária e
desde que prestada a caução no valor equivalente a três
meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento
exclusivo:

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(...)

IX - a falta de pagamento de aluguel e acessórios da


locação no vencimento, estando o contrato desprovido de
qualquer das garantias previstas no art. 37, por não ter
sido contratada ou em caso de extinção ou pedido de
exoneração dela, independentemente de motivo.

Trata-se de dever em cumprir os termos livremente pactuados no


contrato de locação, conforme amplo entendimento jurisprudencial:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DESPEJO. LOCAÇÃO NÃO


RESIDENCIAL. INADIMPLEMENTO. FATO
RECONHECIDO PELO PRÓPRIO LOCADOR. ENTREGA
DAS CHAVES.RESCISÃO CONTRATUAL COM A
DECRETAÇÃO DO DESPEJO. PAGAMENTO DOS
ALUGUERES E ENCARGOS EM ATRASO.
QUESTIONAMENTO RESTRITO À MULTA
MORATÓRIA E JUROS DCORRENTES DA MORA.
PERCENTUAIS CONTRATUALMENTE PACTUADOS.
REDUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE LIMITE
LEGAL OU ABUSIVIDADE. ÔNUS SUCUMBENCIAS
QUE DEVE RECAI SOBRE A PARTE VENCIDA NA
DEMANDA. GRATUIDADE DE JUSTIÇA.
CONDENAÇÃO QUE RESTARÁ SUSPENSA PELO
PRAZO DE CINCO ANOS. DECISÃO CORRETA, NA
FORMA E NO CONTEÚDO, QUE INTEGRALMENTE SE
MANTÉM.DESPROVIMENTO DO RECURSO.
Conclusões: Por unanimidade de votos, negou-se
provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(TJ-RJ, APELAÇÃO 0003147-94.2017.8.19.0208,
Relator(a): DES. JOSE CARLOS MALDONADO DE
CARVALHO, Publicado em: 28/01/2020, #484462)

LOCAÇÃO. Ação de despejo c. c. cobrança. Sentença de


procedência. Interposição de apelação pelos réus. As

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alegadas dificuldades financeiras enfrentadas pela ré
locatária não justificam o atraso no pagamento dos
aluguéis, tampouco constituem óbice para decretação do
seu despejo. Alegação de depósito do aluguel em conta
bancária de terceiro estranho à relação locatícia não
justifica a mora dos réus. Aplicação da máxima segundo a
qual "quem paga mal, paga duas vezes". Para evitar a
rescisão do contrato de locação, cabia aos réus efetuar, no
prazo de quinze dias, contados da citação, o pagamento do
débito atualizado mediante depósito judicial, na forma do
artigo 62, inciso II, da Lei nº 8.245/1991, mas isso não
ocorreu. Mero oferecimento de proposta de quitação do
débito de maneira parcelada não significou a purgação da
mora dos réus. Realização de depósitos judiciais mesmo
após o julgamento de procedência da presente ação
evidencia a existência de débitos locatícios à época
prolação da r. sentença. Rescisão do contrato de locação.
Decretação do despejo da locatária. Condenação dos réus
ao pagamento dos aluguéis e encargos vencidos até a
efetiva desocupação do imóvel, com abatimento dos
valores depositados em juízo. Artigos 9º, inciso III, e 62,
inciso I, da Lei nº 8.245/1991, c. c. o artigo 323 do
CPC/2015. Princípio da preservação da empresa não
impede o cumprimento da ordem da ordem de despejo.
Direito da locadora, ora autora, de retomar o imóvel
locado, na forma da lei, não deve se submeter às
conveniências da ré locatária. Manutenção da r. sentença.
Apelação não provida. (TJSP; Apelação Cível 1067154-
48.2019.8.26.0100; Relator (a): Carlos Dias Motta; Órgão
Julgador: 26ª Câmara de Direito Privado; Foro Central
Cível - 32ª Vara Cível; Data do Julgamento: 03/02/2020;
Data de Registro: 03/02/2020, #084462)

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE


PAGAMENTO C/C COBRANÇA DE ALUGUÉIS E
ENCARGOS - PAGAMENTO DOS ALUGUÉIS E DEMAIS

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ENCARGOS LOCATÍCIOS ATÉ A EFETIVA
DESOCUPAÇÃO DO IMÓVEL - OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA
DOS FIADORES - SÚMULA 214 DO STJ -
INAPLICABILIDADE - MULTA MORATÓRIA -
AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE OU ABUSIVIDADE.
Havendo no contrato de locação cláusula expressa de
responsabilidade solidária do fiador até a devolução das
chaves, deve ele responder pelo cumprimento das
obrigações locatícias, de forma solidária com o locatário. A
Súmula 214 do STJ não se aplica aos casos de prorrogação
contratual. Tendo a multa moratória sido livre e
previamente estipulada entre as partes no percentual de
20% sobre o valor do débito para o caso de atraso no
pagamento, não se há de falar em abusividade. (TJ-MG -
Apelação Cível 1.0000.19.107204-0/001, Relator(a): Des.
(a) José de Carvalho Barbosa, julgamento em 31/01/0020,
publicação da súmula em 05/02/2020, #784462)

Neste contexto, devido o despejo imediato do réu e posterior


cobrança dos valores não adimplidos.

DO VALOR EM ATRASO

Cabe destacar que se mantém em atraso mais de ________


meses de aluguéis, correspondente ao valor de R$ ________ mensal,
cumulado com a multa por atraso no tocante a ________ % e os juros
aplicáveis a cada dia de atraso, tem-se o valor de R$ ________ .

Por todo o exposto fica perfeitamente demonstrado que o Réu não


trouxe fundamentos suficientes para desconstituir o direito do Autor, razão pela
qual a contestação não merece acolhimento.

#3084462 Tue Apr 13 21:06:36 2021


DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer que sejam rechaçadas todas as preliminares


aventadas na contestação com o consequente acolhimento de todos os pedidos
elencados na exordial.

Nestes termos pede deferimento.

________ , ________ .

________

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