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AO JUÍZO DA XXXª VARA DO TRABALHO DE XXX, XXX.

PROCESSO Nº: XXXX

AGRAVANTE, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, por seu advogado infra-
assinado, conforme procuraçã o anexa, irresignada com a decisã o que julgou improcedentes
os Embargos de Terceiro, vem, tempestivamente, com fulcro no artigo 897, a, da CLT,
interpor o presente AGRAVO DE PETIÇÃO, requerendo que seja recebido, e, apó s instar a
parte contrá ria para manifestar-se, seja o feito remetido para apreciaçã o em instâ ncia
Superior.

Nestes termos,

Pede Deferimento.

Cidade, data.
Advogado

OAB nº
AO EGRÉ GIO TRIBUNAL DO TRABALHO DA Xª REGIÃ O

RAZÕES DE AGRAVO DE PETIÇÃO

AGRAVANTE: XXXXX

AGRAVADO: XXXXX

ORIGEM: Xª VARA DO TRABALHO DE XXXXX , XXXXX .

PROCESSO Nº: XXXXX

I – DA TEMPESTIVIDADE

Tendo em vista que foram apresentados embargos de declaraçã o, os quais foram


conhecidos, porém rejeitados, interrompendo o prazos para interposiçã o de recursos
posteriores, o agravo de petiçã o deve ser interposto no prazo de 8 (oito) dias ú teis,
conforme dispõ e o art. 775 e 897, a, da CLT. A contagem do prazo somente terá início no
dia seguinte ao recebimento da notificaçã o.

A ciência da notificaçã o ocorreu dia 07/02/2019, iniciando a contagem do prazo dia


08/02/2019 e cujo término se dá em 19/02/2019. Dessa forma, o agravo de petiçã o é
tempestivo.

II – DO PREPARO

O preparo é um pressuposto recursal extrínseco, que engloba as custas processuais e o


depó sito recursal.

No entanto, na fase de execuçã o, o pagamento das custas nã o é considerado um


pressuposto recursal, vez que, nesse caso, o pagamento deverá ser realizado no fim do
processo e pelo executado, no valor de R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis
centavos), conforme art. 789-A, IV, da CLT.

Com relaçã o ao depó sito recursal, sua natureza é de garantir futura execuçã o, nã o tendo
natureza de taxa. Em decorrência disso, o TST estabeleceu que o depó sito recursal é
obrigató rio tã o somente nas condenaçõ es em pecú nia, sob o fundamento de que exigir tal
depó sito nas demais condenaçõ es seria garantir execuçã o futura inexistente (sú mula nº
161 do TST). Condenaçã o em pecú nia nã o é o caso do presente agravo de petiçã o, em razã o
da irresignaçã o ser em face de uma sentença em embargos de terceiro em que se discute a
penhora de um imó vel, que a Agravante, em condiçã o de terceiro, possui direitos.

Ademais, o art. 899, § 10, da CLT, introduzido pela Lei n. 13.467/17, passa a prever que sã o
isentos do depó sito recursal os beneficiá rios da justiça gratuita, que é o caso da Agravante,
conforme concedida em sentença (fls. XXXXX).

III – DO CABIMENTO

O presente Agravo de Petiçã o mostra-se cabível e adequado à situaçã o, porquanto atende


os requisitos do art. 897, a, da CLT, tendo em vista a decisã o ter sido proferida pelo juiz em
processo de execuçã o.

É importante observar que, nesse recurso, exige-se a delimitaçã o das matérias e valores
impugnados, a teor do art. 897, § 1º, da CLT. Porém, no presente caso a delimitaçã o da
matéria nã o se faz necessá ria, porque o recurso é exclusivamente de direito, ou seja, nã o há
discussã o sobre o valor executado, já que a Agravante nã o é o executado, mas sim terceiro.
Somente o executado tem a obrigaçã o de delimitar os valores impugnados. Nesse sentido, a
Sú mula 17 do TRT da 6ª Regiã o:

Súmula nº 17 do TRT da 6ª Região – Agravo de Petição – Incidência do artigo 897, § 1º, da CLT.
A exigência da delimitação justificada dos valores impugnados (artigo 897, § 1º, da CLT) dirige-se apenas ao
executado [...].

IV – SÍNTESE DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA Nº XXX


Os embargos de terceiro Nº XXXXX foram distribuídos por dependência à reclamaçã o
trabalhista Nº XXXXX .

A Execuçã o em foco provém da Reclamaçã o Trabalhista movida por XXXXX , alegando


direitos trabalhistas oriundos de Contrato de Trabalho firmado com a empresa XXXXX .

Em etapa subsequente, foi lavrado auto de penhora e avaliaçã o com certidã o aos dias
XXXXX de um Imó vel, situado na XXXXX.

Por fim, o Agravado requereu a adjudicaçã o do bem com a escrituraçã o para o seu nome na
metragem correspondente ao valor do crédito em que alega ter.
Em apertada síntese, esses sã o os principais fatos da reclamaçã o trabalhista em discussã o.

V – SÍNTESE DOS EMBARGOS DE TERCEIRO Nº XXXXX

A Agravante ajuizou embargos de terceiro em face de XXXXX , referentes à execuçã o que


este move na RT XXXXX , com o objetivo de obter a nulidade da penhora efetuada sobre o
Imó vel, situado na XXXXX , já que possui direitos sobre o referido imó vel, em razã o da
Agravante ter vivido em uniã o está vel com o só cio das empresas que está no polo passivo
da execuçã o, Sr. XXXXX .

Por conseguinte, a respeitá vel sentença de fls. XXXXX , julgou improcedentes os embargos
de terceiro, com base na seguinte fundamentaçã o:

“ XXXXX ”.

Posteriormente, a Agravante apresentou embargos de declaraçã o, que foram conhecidos,


porém rejeitados pelos pró prios fundamentos (r. sentença de fls. XXXXX).

VI – DAS RAZÕES DE REFORMA


A decisã o que mantém a penhora sobre o Imó vel, situado na XXXXX merece reforma pelos
seguinte fundamentos.

a) Da constância da união estável

Inicialmente, é necessá rio evidenciar que a Agravante viveu em uniã o está vel com o só cio
das empresas que estã o no polo passivo da execuçã o, XXXXX.

Tal uniã o está vel teve duraçã o no período compreendido entre XXXXX, conforme
declaraçã o de uniã o está vel (documento 1), bem como fotos do casal tiradas entre XXXXX,
comprovando, assim, a uniã o está vel no período da aquisiçã o do imó vel (XXXXX)
(documento 2).

Foram mais de XXXXX anos vivendo juntos, como companheiros. Dessa uniã o, nasceram
duas filhas: XXXXX (documento 3). Há um conjunto de provas nos autos que comprovam,
de forma suficiente, a existência dessa Uniã o Está vel. O fato de terem duas filhas, que
atualmente, possuem XXXXX anos por si só , é muito forte.

Ademais, qualquer prova testemunhal que tinha convivência com o casal comprovará tal
fato, conforme declaraçõ es de alguns familiares e amigos do casal e seus documentos
pessoais anexos (documento 4). Na oportunidade, trago fotos da família que formaram
durante XXXXX de uniã o contínua (documento 5).

Ora, Uniã o Está vel é a relaçã o de convivência entre dois cidadã os que é duradoura e
estabelecida com o objetivo de constituiçã o familiar. E isso é evidente a toda comunidade
que conviveu com o casal durante o período. Nã o é razoá vel que a simples data que foi
lavrada a declaraçã o de Uniã o Está vel, como fundamentado em decisã o do juízo de 1º grau,
seja utilizada como prova ú nica e, por si só , desconstitua o direito da Agravante.

A respeito da uniã o está vel, o Có digo Civil dispõ e:

Art. 1.725, CC: Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais,
no que couber, o regime de comunhão parcial de bens.
Corroborando com o dispositivo acima:

Art. 5º da Lei nº 9.278/1996: Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na
constância da união estável e a título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum,
passando a pertencer a ambos, em condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária em contrato escrito.

Portanto, conforme disposto, tomou-se como modelo para fins patrimoniais, o mesmo
regime adotado no casamento, qual seja a comunhã o parcial de bens. Comprovada a uniã o
está vel, a Agravante possui direitos sobre os bens imó veis adquiridos na constâ ncia da
uniã o está vel.
Quando da aquisiçã o do imó vel penhorado, em XXXXX , conforme escritura pú blica
(documento 6), a Agravante já vivia em uma uniã o está vel com o proprietá rio do imó vel, Sr.
XXXXX . Tendo, dessa forma, direito ao imó vel penhorado.

b) Da impenhorabilidade do bem de família

Ademais, a Agravante nã o possui outro imó vel em seu nome. O imó vel constrito
judicialmente consiste em ú nico imó vel da Agravante.

Conforme demonstram certidõ es expedidas pelos quatro cartó rios de registro de imó veis
de XXXXX – 1ª, 2ª, 3ª e 4ª circunscriçã o (documento 7), a Agravante nã o possui direito a
nenhum outro imó vel, a nã o ser ao constrito pela referente execuçã o trabalhista.

O imó vel penhorado seria a ú nica chance da Agravante adquirir uma casa pró pria para
residir com as duas filhas, sendo, portanto, um bem de família, e dessa forma,
impenhorá vel. A Agravante sempre contou com o imó vel penhorado para realizar uma
futura compra da casa pró pria. Que foi cessado injustamente, quando da penhora pela
respectiva açã o trabalhista.

A proteçã o do direito à moradia, na hipó tese de penhora de bem imó vel em sede de
execuçã o, encontra disciplina na Lei nº 8.009/90, que cuida da impenhorabilidade do bem
de família.

O art. 1º da Lei nº 8.009/90 disciplina que o imó vel residencial pró prio do casal ou da
entidade familiar é impenhorá vel e nã o responderá por nenhum tipo de dívida civil,
comercial, fiscal, previdenciá ria ou de outra natureza, contraída pelos cô njuges ou pelos
pais ou filhos que sejam seus proprietá rios e nele residam, salvo nas hipó teses previstas
nessa Lei.

O art. 5º, caput, da Lei nº 8.009/90 estabelece que, “para os efeitos de impenhorabilidade, de
que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela
entidade familiar para moradia permanente”.

Decorre do texto da lei, para caracterizaçã o do bem de família, e consequente


impenhorabilidade, exigência de que o bem indicado à penhora seja o ú nico imó vel de
propriedade do casal ou pela entidade familiar.

O fundamento constitucional sobre o qual repousa a proteçã o ao patrimô nio mínimo


inscrita no supramencionado diploma legal é precipuamente a dignidade da pessoa
humana e seu corolá rio direito de moradia, previstos nos arts. 1º, III, e 6º, da Constituiçã o
Federal, dos quais sã o titulares todos os integrantes do grupo familiar, ainda que nã o
detentores de direito de propriedade sobre o bem.

O artigo 226, § 4º, da Constituiçã o Federal, por sua vez, preceitua:

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.


[...]
§ 4º - Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus
descendentes.

Neste sentido, é convincente e contundente a jurisprudência do Tribunal Superior do


Trabalho, como veremos abaixo:

A) AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE. REVISTA. EXECUÇÃO. EMBARGOS DE TERCEIRO. PENHORA DO


ÚNICO IMÓVEL RESIDENCIAL. BEM DE FAMÍLIA. Considerada a possível violação do art. 6º da CF, dá-se provimento
ao agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso de revista. Agravo de instrumento
conhecido e provido. B) RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO. EMBARGOS DE TERCEIRO. PENHORA DO ÚNICO
IMÓVEL RESIDENCIAL. BEM DE FAMÍLIA. O Regional deixou assente que a terceira embargante é casada com o
executado, desde 6/10/1992, pelo regime de comunhão parcial de bens. [...] Além disso, consignou que as
certidões expedidas pelos cartórios de registro de imóveis de Belo Horizonte (1º ao 7º Ofícios) não indicam
outro imóvel, senão aquele que foi penhorado. Em relação ao bem constrito, verifica-se que, nos termos dos arts.
1º e 5º, caput, da Lei nº 8.009/90, para caracterização do bem de família, e consequente impenhorabilidade, exige-
se apenas que o bem indicado à penhora seja o único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para
moradia permanente. Assim, a penhora efetivada sobre o único imóvel residencial afronta o próprio direito à
moradia protegido constitucionalmente (art. 6º da Constituição Federal). Recurso de revista conhecido e provido.
(TST, TST-RR-1788-43.2010.5.03.0114, 8ª Turma, Ministra Rel. Dora Maria da Costa, j. 28/05/2014, publicação
30/05/2014).

c) Da transferência indevida do imóvel do patrimônio pessoal do sócio para o capital


social da empresa

Outro aspecto é necessá rio que fique demonstrado. Em XXXXX , conforme memorial
descritivo (documento 6), o referido imó vel pertencia ao patrimô nio pessoal do XXXXX . Em
XXXXX , conforme escritura pú blica de incorporaçã o de bens para subscriçã o de capital
social (documento 6), o imó vel em comento foi transferido do patrimô nio pessoal do Sr.
XXXXX para o capital social da pessoa jurídica XXXXX , sem a devida outorga uxó ria ou
conhecimento da Agravante.

A Agravante, todos esses anos, ficou alheia a essa transferência indevida, sendo até, pega de
surpresa quanto a esse fato. Em relaçã o à penhora do referido bem, também foi de
conhecimento recente da Agavante, já que houve a recente separaçã o de fato do casal
(XXXXX) e a necessidade da Agravante, já que passa por dificuldades financeiras. Os
direitos da Agravante e de suas duas filhas estã o sendo desertados com a penhora e
adjudicaçã o do referido bem.

A Agravante trabalha, de forma autô noma, como XXXXX há XXXXX anos (documento 8).
Sempre possuiu renda pró pria e separada. Nã o é só cia da empresa executada. A empresa
do seu ex-companheiro, XXXXX, nunca lucrou de verdade, vivia em crise financeira. As
despesas domésticas sempre foram divididas igualmente. As inú meras reclamaçõ es
trabalhistas da referida Empresa demonstram esse quadro de crise permanente da
empresa que seu ex-companheiro era só cio. É um absurdo transferir a responsabilidade da
Empresa e seus créditos trabalhistas para a pessoa da Agravante a fim de retirar um direito
que é constitucionalmente previsto.

O Có digo Civil dispõ e sobre o assunto da seguinte forma:

Art. 1.647, CC: Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto
no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
Destarte, há necessidade do consentimento do companheiro ou companheira para a
validade da alienaçã o de bens imó veis adquiridos no curso da uniã o está vel, conforme a
jurisprudência do STJ:

STJ. Família. União estável. Direito patrimonial de família. Negócio jurídico. Compra e venda. União estável.
Alienação de bem imóvel adquirido na constância da união. Necessidade de consentimento do companheiro.
Outorga uxória. [...] Lei 9.278/1996, art. 5º. CCB/2002, arts. 1.647, I e 1.725. CF/88, art. 226, § 3º. 1. A necessidade
de autorização de ambos os companheiros para a validade da alienação de bens imóveis adquiridos no curso da
união estável é consectário do regime da comunhão parcial de bens, estendido à união estável pelo CCB/2002,
art. 1.725, além do reconhecimento da existência de condomínio natural entre os conviventes sobre os bens
adquiridos na constância da união, na forma do Lei 9.278/1996, art. 5º, Precedente. 2. Reconhecimento da
incidência da regra. (STJ, Resp 1.424.275 MT, 3ª Turma, Ministra Rel. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 04/12/2014,
publicação 16/12/2014).

Desse modo, a necessidade de consentimento é aplicá vel à uniã o está vel, uma vez que há
comunhã o de bens na relaçã o e há interesse constitucional em afastar discriminaçõ es entre
casamento e uniã o está vel. Assim, a ú nica exceçã o para dispensa da outorga seria nos casos
em que existisse contrato escrito estabelecendo a separaçã o total de bens. O que nã o é o
caso.

d) Do valor do imóvel penhorado

Outrossim, o Có digo de Processo Civil, em seu artigo 831, dispõ e que a penhora poderá
recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento dos créditos trabalhistas.

Para que o imó vel penhorado possa ser vendido judicialmente, é necessá rio que seja
avaliado pelo oficial de justiça ou, se necessá rio, por perito, conforme já previsto no art.
872 do CPC/15.

É de fá cil percepçã o que o Laudo de Avaliaçã o do bem penhorado deve conter todas as
características possíveis para a verificaçã o do real valor, observando-se as diferentes
destinaçõ es dos bens (seja urbano, rural, fá brica, comércio, entre outros). O que nã o
ocorreu na referida execuçã o trabalhista.

Pois bem, realizada a leitura do artigo 873 do CPC, nota-se que existem, neste dispositivo,
03 (três) situaçõ es expressas para a realizaçã o de nova avaliaçã o: I - qualquer das partes
arguir, fundamentadamente, a ocorrência de erro na avaliaçã o ou dolo do avaliador; II - se
verificar, posteriormente à avaliaçã o, que houve majoraçã o ou diminuiçã o no valor do bem;
III - o juiz tiver fundada dú vida sobre o valor atribuído ao bem na primeira avaliaçã o.
A avaliaçã o, na execuçã o da reclamaçã o trabalhista Nº XXXX, nã o fora

realizada de forma inequívoca, até porque conforme certidã o de oficial de justiça


avaliadora, lavrada no dia XXXXX, o imó vel sequer foi localizado (documento 9):

Certifico e dou fé que, em cumprimento ao r. Mandado de Reavaliaçã o, acompanhada pelo


Sr. XXXXX , dia XXXXX à s XXXXXh, dirigi-me ao local em que o Reclamante afirmara ser o
local da diligência, qual seja, XXXXX. Ressalte-se que, nã o há placas indicativas do endereço
no local. O Reclamante, a despeito de possuir um desenho do que seria o formato do imó vel
a ser reavaliado, não soube indicar sua real localização nem seus limites, restando
assim prejudicada a individualização do bem imóvel. Deste modo, por não ter havido
informações novas a serem agregadas para que justificasse uma modificação no
valor atribuído ao bem, continuando a não ser possível visualizar o terreno com suas
limitações, mantenho o valor atribuído anteriormente ao lote.

Dessa feita, há claras dú vidas sobre o real valor do imó vel penhorado. Mesmo porque, nã o
foi possível realizar a individualizaçã o do bem imó vel, conforme certificado pela oficial de
justiça avaliadora.

Na tentativa de esclarecer o valor do imó vel penhorado, a Agravante contratou serviços de


três avaliadores, um deles, inclusive, perito avaliador imobiliá rio. As declaraçõ es
encontram-se anexas aos autos (documento 10):

1ª avaliaçã o: XXXXX ;

2ª avaliaçã o: XXXXX ;

3ª avaliaçã o: XXXXX .

Diante das avaliaçõ es citadas acima, fica questionada a avaliaçã o realizada pela oficial de
justiça avaliadora, que avaliou o referido imó vel no valor apenas de R$ XXXXX.
A execuçã o deve caminhar em compasso com o limite do necessá rio para a satisfaçã o do
crédito e utilizando-se dos meios menos gravosos. In casu, nã o foi o que ocorreu. Pelo
contrá rio, foi penhorado o ú nico bem imó vel sobre o qual a Agravante possui direito. Um
bem cuja avaliaçã o maior é de R$ XXXXX, sendo que o crédito do Embargado está em R$
XXXXX. Há claramente um excesso de penhora, bem como de execuçã o. Dessa forma, a
adjudicaçã o do presente imó vel mostra-se incompatível e desproporcional.

Feitos estes apontamentos, nã o restam dú vidas de que a constriçã o do referido bem imó vel
se deu forma desproporcional e injusta, devendo ser eliminada imediatamente.

VII – DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer seja conhecido o presente Agravo de Petiçã o e provido para o fim de
reformar a decisã o que manteve a penhora sobre o Imó vel, situado na XXXXX , devendo ser
eliminada imediatamente, já que a Agravante possui direitos sobre o referido imó vel.

Nestes termos,

Pede Deferimento.

Cidade, data.

ADVOGADO

OAB nº

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