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Objeto da Prova
Artigo 410.º, 591./1/f), 596.º do CPC
A prova constituenda é aquela que se constitui no processo pendente; é a hipótese, por Mera Justificação - A mera justificação basta-se com a
exemplo, da prova testemunhal. Procedimento igual excepto: –Avaliação da prova; a prova constituenda demonstração de que o facto é verosímil. Ela só exige
é livremente apreciada pelo tribunal (art. 607.º, n.º 5 do CPC art. 389.º, 391.º e 396.º CC). que o tribunal forme uma convicção sobre a aparência
de verdade do facto.
Simples e complexa: Nota (MTS): O que distingue a prova stricto sensu da mera
justificação é a sua referência: A prova stricto sensu toma como
A prova pode incidir sobre o facto probando ou sobre um facto probatório do qual se retira referência a verdade do facto; ela pode servir-se de uma
probabilidade para estabelecer essa verdade, mas exige-se que o
o facto probando. Este é o critério de distinção entre prova simples e complexa.
tribunal forme a convicção sobre a verdade do facto. Assim a
verosimilhança não deve ser confundida com a probabilidade.
Simples: Se o meio de prova se refere ao próprio facto probando, há apenas uma relação entre o
meio de prova e o facto probando: nesta hipótese, a prova é simples. Ex: documento escrito para provar A mera justificação, porque é um grau de prova menos
a celebração do contrato de arrendamento; exigente do que a prova stricto sensu, só é suficiente nas
situações previstas na lei. É o que acontece, atendendo à
Complexa: Se o meio de prova respeita a um facto probatório, há uma relação entre o meio de celeridade exigida para o seu decretamento e ao seu
prova e o facto probatório e uma carácter provisório, nas providências cautelares, que
– outra
. relação entre o facto probatório e o facto probando. Ex:
exigem apenas uma verosimilhança da existência do
Presunções Legais. Estrutura das Presunções Legais: i) facto que serve de base à presunção (pode
ser um meio de prova qualquer, por ex. um documento) + nexo lógico que se estabelece pelo direito.
legislador = facto presumido (facto probando).
Princípio de Prova – hipótese. O princípio de prova é
Provas por Presunção: base legal – artigo 349.º do CC: o menor grau de prova: ele vale apenas como factor
corroborante para a prova de um facto. Esta convicção
Presunções Legais: 350.º do CC não é relevante enquanto não for confirmada por outras
- Ilidível faz prova plena, logo só por ser afastada com prova em contrário (347.º do CC). Atenção! Aqui o provas, ou seja, o princípio de prova não tem nenhum
que se “afasta” é o facto probando/facto presumido. Porque o facto base da presunção (que é obtido através valor probatório próprio.
de um meio de prova qualquer) esse pode ser afastado ou com contraprova – 346.º do CC, (se por exemplo o
meio de prova fizer prova bastante), ou se o facto base for através de documento particular autenticado e fizer
prova plena, então aí o facto probatório/facto base só pode ser afastado com prova em contrário (317.º do
CC).
- Inilidível – o facto probando/presumido faz prova pleníssima, portanto não admite a prova em contrário.
(art. 350/2.º parte final). No entanto o facto base por ser “afastado”, mais uma vez depende do meio de prova
que estiver por base do facto probatório/facto base.
ii) Prova Plena – cede perante prova em contrário II ) A prova dos factos impeditivos, modificativos ou
extintivos do direito invocado (ou seja, a prova das
excepções peremptórias) compete àquele contra quem a
A prova plena é aquela que só cede perante a prova do contrário, que consiste na invocação do direito é feita (art. 342.º, n.º 2, CC), isto é, ao réu
prova do facto contrário do facto provado e, por isso, na negação interna de um (normalmente), por isso é que se costuma dizer que o réu quando alega
enunciado (artigo 347.º do CC). exceções perentórias é autor, porque é ele que as tem de provar.
Meios de Prova
Noção: Os meios de prova são as fontes de convicção do tribunal sobre a veracidade (ou a verosimilhança) de um facto controvertido.
O enunciado dos meios de prova encontra-se nos art. 341.º a 396.º CC: esta localização decorre da circunstância de a enumeração dos meios de prova
admissíveis integrar o direito probatório material.
Presunções – Prova por confissão Prova documental Prova pericial Prova por Prova testemunhal
artigo 349.º a das partes – artigo (art. 362.º a 387.º (art. 388.º e inspecção (art. 392.º a 396.º
352.º a 361.º do CC (art. 390.º e 391.º
351.º do CC CC) 389.º CC) CC)
CC)
A este propósito, da
confissão prova, que é A perícia pode ser As testemunhas são
Presunções Procedimento: em
requerida pelas
Artigo 490.º do
uma figura diferente da relação ao tribunal CPC. designadas pelas partes,
Legais – artigo confissão do pedido, partes (art. 467.º, n.º
436.º do CPC numa peça chamada rol de
350.º do CC prevista no art. 277.º, al. 1 do CPC)
testemunhas,. O rol deve
O resultado da
d), e regulada nos art. ser apresentado com os
Em relação às partes Ou pode ser inspecção é livremente
287.º a 291.º como forma
Presunções de extinção da instância. 423.º do CPC +552/2.º determinada pelo apreciado pelo articulados (art. 552.º, n.º
tribunal (art. 391.º CC; 2, 572.º, al. d), e 588.º, n.º
Judiciais – artigo juiz (art. 467.º, n.º 1,
art. 607.º, n.º 5 do
351.º do CC Art. 355..º do CC: 477.º e 487º, n.º 2 do CPC.)
5) e pode ser alterado ou
Confissão Judicial – a que CPC. aditado até 20 dias antes da
é feita em juízo (355/2.º data da realização da
do CC). A força probatória da audiência final (art. 598.º,
Confissão Extrajudicial: perícia é apreciada
livremente (art. 389.º
n.º 2 do CPC
355/4.º do CC
CC; art. 489.º CPC-
Prova Documental
• Documentos exarados, com as formalidades legais, pelas autoridades públicas nos limites da sua competência; são os documentos autênticos oficiais;
• Documentos exarados, com as formalidades legais, dentro do círculo de actividade que lhe é atribuído, pelo notário ou outro oficial público provido
de fé pública; são os documentos autênticos extra-oficiais ou notariais.
Força Probatória: Os documentos autênticos fazem prova plena dos factos que referem como praticados pela autoridade ou oficial público respectivo, assim
como dos factos que neles são atestados com base nas percepções da entidade documentadora (art. 371.º, n.º 1 1.ª parte, CC).
Ex: Se A declara numa escritura pública que pagou € 10.000 a B e este que os recebeu, a escritura pública só faz prova plena da declaração (a qual pode ser uma confissão de B e fazer
prova plena como tal), a não ser que o pagamento haja sido efectuado ante o no-tário; nessa altura, o próprio facto do pagamento é autenticamente atestado.
ii) Particulares (autenticados, com reconhecimento notarial presencial ou por semelhança e simples) (art. 363.º, n.º 1, CC).
• Documentos autenticados, que são os documentos confirmados pelas partes, perante notário, nos termos prescritos nas leis notariais (art. 363.º, n.º 3,
CC), ou seja, são os documentos objecto de autenticação (art. 150.º, n.º 1, CNot)
Força Probatória: Os documentos particulares autenticados nos termos da lei notarial têm a força probatória dos documentos autênticos (art. 377.º CC). Isto
significa que fazem prova plena dos factos que referem como praticados pela autoridade ou oficial público respectivo, assim como dos factos que neles são
atestados com base nas percepções da entidade documentadora (art. 371.º, n.º 1 1.ª parte, CC).
• Documentos com reconhecimento notarial, que são os documentos particulares cuja letra e assinatura, ou cuja assinatura, se mostrem reconhecidas
por notário (art. 51.º, n.º 4, CNot);
• Documentos simples, que são os documentos escritos ou assinados por qualquer pessoa, sem intervenção alguma de funcionário público ou notário.
Força Probatória:
Documentos não assinados pelo seu autor; estes documentos são livremente apreciados pelo julgador, com excepção dos registos e outros escritos onde
habitualmente alguém tome nota dos pagamentos que lhe são efectuados (art. 380.º, n.º 1, CC), da nota escrita pelo credor, ou por outrem segundo instruções
dele, em seguimento, à margem ou no verso do documento que ficou em poder do credor (art. 381.º, n.º 1, CC) e dos livros de escrituração comercial (art. 44.º
CCom);
Documentos assinados pelo seu autor; estes documentos, quando genuínos, fazem prova plena quanto às declarações atribuídas ao seu autor (art. 374.º, n.º
1, e 376.º, n.º 1, CC).
Descarregado por Pinto Pereira (pintopereira1993@gmail.com)
lOMoARcPSD|32827993
Noção: O art. 352.º CC define confissão como o reconhecimento que a parte faz da realidade de um facto que lhe é desfavorável
e favorece a parte contrária.
a) A confissão judicial espontânea é, nos termos do art. 356.º, n.º 1, CC, a que é feita no processo por iniciativa do próprio
confitente (art. 356.º, n.º 1, CC).
b) A confissão judicial é provocada é, segundo o disposto no art. 356.º, n.º 2, CC, aquela que é feita em depoimento de parte,
requerido pela contraparte ou ordenado (art. 452.º, n.º 1 do CPC), ou na sequência da prestação de informações ou de
esclarecimentos ao tribunal nos termos do art. 7.º, n.º 2.
Nota: O Depoimento de Parte é diferente do pedido de esclarecimento de informações (7.º/2 do CPC). O pedido de esclarecimento de
informações só vale como depoimento de parte se levar à confissão, mas não é esse o intuito principal do regime do artigo 7/2.º do CPC.
– MTS)
a) Confissão simples é aquela em que o facto desfavorável é reconhecido sem qualquer reserva ou condição ou sem a
invocação de qualquer facto susceptível de afectar o seu efeito.
b) Confissão qualificada é aquela em que o facto é reconhecido com outra qualificação ou eficácia jurídica (por exemplo: a
parte reconhece que recebeu a quantia pretendida pelo autor, mas como doação, e não como mútuo).
c) Confissão complexa é aquela em que, conjuntamente com o reconhecimento do facto desfavorável, a parte alega um
outro que destrói o efeito da confissão.
Admissibilidade:
a) Quando seja declarada insuficiente por lei ou recaia sobre facto cujo reconhecimento ou investigação a lei proíba (art.
354.º, al. a), CC), como sucede, por exemplo, quando a lei exija, como forma da declaração negocial, documento autêntico,
autenticado ou particular (art. 364.º, n.º 1, CC);
b) Quando recaia sobre factos relativos a direitos indisponíveis (art. 354.º, al. b), CC), como são, por exemplo, aqueles que
se referem ao estado das pessoas.
c) Quando incida sobre factos impossíveis ou notoriamente inexistentes (art. 354.º, al. c), CC).
Força Probatória:
A confissão extrajudicial segue a regra segundo a qual a confissão tem o valor probatório do meio pelo qual é comunicada ao
tribunal. Assim, se for comunicada ao tribunal por documento autêntico ou autenticado, faz prova plena contra o confitente (art.
371.º, n.º 1, CC); se por testemunhas, por exemplo, não faz prova plena (art. 358.º, n.º 2, CC).
Fazer sempre a distinção entre Depoimento de Parte vs. Declarações de Parte: As partes podem requerer, até ao início das
alegações orais em 1.ª instância, a prestação de declarações sobre factos em que tenham intervindo pessoalmente ou de que tenham
conhecimento directo (art. 466.º, n.º 1 do CPC).
Prova Testemunhal
Noção: A prova testemunhal é a que resulta da transmissão ao tribunal, por certa pessoa, de informações de facto que interessam
à decisão da causa, e que foram pela mesma pessoa adquiridas sem que para isso tenha sido encarregada pelo tribunal.
Admissibilidade:
A prova testemunhal é admissível em todos os casos em que não seja directa ou indirectamente afastada (art. 392.º CC).
a) Contra ou em substituição do conteúdo de documento autêntico ou particular, isto é, para prova de convenções
contrárias ou adicionais ao conteúdo desses documentos (art. 394.º, n.º 1, CC); exceptua-se a hipótese de haver um
documento que constitua um princípio de prova e a prova testemunhal se destinar a completar este começo de prova
ou de a prova ser realizada por terceiros (art. 394.º, n.º 3, CC);
b) Contra meio de prova com força probatória plena, isto é, para prova do contrário de facto plenamente provado por
documento ou por outro meio de prova (art. 393.º, n.º 2, CC). A prova testemunhal não é admissível para provar uma declaração
contrária àquela que está coberta pela força probatória plena decorrente do reconhecimento ou não impugnação da letra ou da assinatura pela
parte contra quem o documento é apresentado (art. 376.º, n.º 1, CC)
c) Contra documento exigido pela lei ad probationem ou ad substantiam (art. 393.º, n.º 1, CC; art. 364.º CC), excepto
se a prova testemunhal for utilizada quanto à interpretação do documento (art. 393.º, n.º 3, CC);
d) Para prova dos contratos extintivos da relação obrigacional – como a novação (cf. art. 857.º CC) e a remissão (art.
863.º, n.º 1, CC) – e dos factos extintivos da obrigação –como o cumprimento (cf. art. 762.º, n.º 1, CC) e a compensação
(cf. art. 847.º, n.º 1, CC), se a declaração negocial houver de ser ou estiver reduzida a escrito ou se o facto estiver
plenamente provado por documento (art. 395.º CC).
Força Probatória:
A força probatória dos depoimentos das testemunhas é apreciada livremente pelo tribunal (art. 396.º CC). A livre apreciação
da prova testemunhal é uma consequência das patologias que podem afectar o valor do depoimento da testemunha (MTS).