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Direito processual civil

Teoria geral da prova e provas em


espécie

Conceito: provar significa, convencer, quanto ao fato, tendo em vista da


tornar aceitável determinada afirmação, produção de prova.
estabelecer a verdade. Pode-se dizer que Obs: Não é raro que a parte produza um
a prova, objetivamente, é todo meio monte de provas e o juiz julgue
suscetível de demonstrar a verdade de improcedente o pedido.
um argumento.
Características:
Provas para demonstrar que os fatos
são verdadeiros: Toda prova tem um objeto, finalidade e
destinatário:
 O objetivo, na verdade, é
convencer o juiz da verdade dos A) Objeto: fatos deduzidos pela
fatos. Dentro do processo é uma parte.
coisa. Fora é outra. B) Finalidade: Formação da
 Sob o ponto de vista subjetivo, a convicção em torno dos fatos.
prova é destinada a formar a C) Destinatário: Juiz.
convicção do próprio juiz.
Destas considerações, pode-se Tipos – Quanto ao sujeito:
conceituar provas como todo
meio lícito, suscetível de  Prova pessoal: Quando
convencer o juiz sobre a verdade consistente em declaração ou
de uma alegação da parte. afirmação prestada por alguém a
 Ela forma a convicção do respeito da veracidade de um
próprio juiz. fato – Exemplo: depoimento
pessoal e prova testemunhal.
Elementos:  Prova real: Aquela obtida do
 Elemento objetivo: o exame de uma coisa ou pessoa –
instrumento em si Exemplo: Perícia.
(documento, perícia, etc)
 Elemento subjetivo: é a Tipos – Quanto ao objeto:
certeza (estado psíquico)  Prova direta: É a que demonstra a
originada existência do próprio fato –
Exemplo: Recibo de quitação.
 Prova indireta: é a que evidência um plantações que demonstra a turbação
outro fato, do quela, por raciocínio da posse.
lógico, se chega à conclusão a
respeito dos fatos dos autos – Tipos – Quanto a forma:
Exemplo: Prova de dano nas
 Prova oral: depoimentos. crivo, e não só aplicar aos
 Prova escrita: laudos periciais e critérios anteriormente definidos
prova documental. na lei.
 Foi consagrada expressamente
Provas: Ônus ou obrigação? no art. 373, § 1º.

 Obrigação é sempre voltada ao Ônus de cada parte:


outro. É uma sanção.  Autor: Prova dos fatos
 Ônus é voltado para si. O interesse é constitutivos do seu direito.
do próprio sujeito.  Réu: Prova dos fatos
“Produzo prova para mim, para extintivos, impeditivos ou
demonstrar as minhas alegações e com modificados do direito do
isso desfrutar de uma situação melhor autor.
no processo”.
Inversão do ônus da prova do CDC:
IMPORTANTÍSSIMO: Distribuição  CDC. Hipossuficiência.
do ônus da prova: Art. 373 do CPC. Art. 6º, VIII.

Podem as partes convencionar o uso Irrelevância da autoria da prova:


da prova? Pouco importa quem produziu a
 Art. 373, § 3º - Negócio jurídico prova. Trata-se do princípio da
processual. As partes podem aquisição da prova ou comunhão
convencionar a modificação da da prova, que preceitua não
distribuição do ônus da prova, poder seccionar a prova, fazendo
com exceção se recair sobre o com que ela aproveite somente à
direito indisponível da parte ou parte que produziu.
tornar excessivamente difícil a
uma parte o exercício do direito. Ônus da prova:
Matéria de julgamento, mas constitui
Teoria dinâmica do ônus da prova: um norte para as partes de antemão
 A teoria consiste em retirar o sabem quais serão as consequências,
peso da carga da prova de quem caso não sejam produzidas provas
se encontra em evidente suficientes para a formação da
debilidade de suportá-lo, convicção do juiz. O Juiz não pode
impondo-o sobre quem se julgar em desfavor de uma das partes
encontra em melhores condições apenas porque ele não requereu a prova,
de produzir a prova essencial ao ele deve dizer quais provas pertinentes
deslinde do litígio – Exemplo: para aquele caso, se a parte não as
Art. 6º, VII, do código de defesa produzir, ai sim, pode julgar de acordo
do consumidor. com a regra do Art. 373 do CPC.
 O cerne da teoria em questão
está justamente em permitir ao O código civil atual, trouxe uma grande
juiz uma maior flexibilização novidade em matéria de
das regras do ônus probatório de responsabilidade civil, que terá
acordo com seu próprio repercussão no campo de ônus da prova.
convencimento e conforme seja Sabe-se que a regra geral é da
a situação particular das partes responsabilidade subjetiva:
em relação à determinada prova Incube ao autor o ônus da prova da
verificada por ele mesmo no culpa do réu.
processo submetido ao seu
Haverá, porém, a inversão, quando a As negativas absolutas correspondem à
responsabilidade for objetiva, porque ai afirmação tout court de um não-fato,
a culpa do réu é presumida. indeterminado no espaço e/ou no tempo,
ao passo em que as negativas relativas
Matéria controvertida na condizem com a afirmação de um não-
jurisprudência: fato, definido no espaço e/ou no tempo,
confirmado por um fato outro, positivo,
A inversão do ônus da prova pode que se lhe contrapõe[2]. A distinção não
acarretar também a inversão da é ociosa, e influi sobremodo na
responsabilidade distribuição do ônus da prova.
pela antecipação do pagamento de  Seria negativa absoluta assegurar, por
despesas com a produção de uma exemplo, que “nunca li determinado
determinada livro” ou, ainda, que “nunca estive em
prova? determinado lugar”. A respeito da
Confunde-se o ônus da prova com a negativa relativa, Marcus Vinícius Rios
responsabilidade da antecipação da Gonçalves apresenta exemplo didático e
despesa? autoexplicativo: “é possível que eu
O juiz ao inverter o ônus transfere por prove [...] que não fui a determinada
exemplo ao fornecedor o ônus de festa,
comprovar que o produto não tinha porque estava em outro local, ou que
defeito. Assim, caberá a este assumir a não viajei em determinado período, pois
responsabilidade estive trabalhando”. Note que, nos
pelos custos. Uma coisa repercute na cenários delimitados pelo autor, a
outra. negativa
sempre encontra suporte em uma
Fatos que dispensam a produção de afirmativa (pontuada no espaço e/ou no
provas; tempo) que lhe subjaz.
Atos que, por suas peculiaridades, não Se for uma negativa indeterminada não
necessitam ser provados, são eles: precisa ser provada. Inverte-se o ônus .
a) os fatos notórios; – conhecimento
geral inconteste, datas históricas, fatos Tenho de provar a existência de lei?
heroicos, situações geográficas, etc.
(queda de um avião) – aqueles que  Não, pois, jura novit curia.
entram no conhecimento, na cultura ou  Já lei estadual, municipal, costumes
na informação normal de um ou leis de direito internacional pode ser
indivíduo. preciso provar. (art. 376) –
b) o fato cuja ocorrência seria principalmente sua vigência
impossível;
c) os fatos cuja prova seja moralmente Momento da produção da prova:
ilegítima;  Fases do processo: Petição inicial até
d) os fatos impertinentes e irrelevantes; contestação – saneamento – fase
e) os fatos incontroversos,; (art. 341 do instrutória – julgamento
CPC - impugnação específica) –  Exceção: prova documental, que é
fatos afirmados por uma parte e produzida na inicial e contestação.
confessados pela parte contrária.
f) os fatos confessados. Provas Ilícitas:

Fatos negativos:  A ilicitude da prova está relacionada


ao meio de obtenção da prova.
 Exemplo: Interceptações de criminal ou instrução processual penal.
conversas telefônicas, violação de sigilo A Lei n. 9.296,
bancário sem autorização judicial, de 24 de julho de 1996, tratou das
violação do sigilo de correspondência hipóteses de
cabimento e da forma de requerimento e
 A vedação da prova ilícita é absoluta autorização para que a intercepção seja
segundo a jurisprudência majoritária. feita.

 Questão: Interceptação telefônica no Hierarquia de provas:


caso de modificação de guarda. Qual
interesse maior a ser protegido?  O CPC, art. 371, CONSAGROU O
PRINCÍPIO DA PERSUASÃO
RACIONAL OU
LIVRE CONVENCIMENTO
MOTIVADO.
 O JUIZ ANALISA LIVREMENTE
A PROVA, DANDO A CADA UMA O
Grande controvérsia sobre a VALOR QUE
utilização da gravação telefônica LHE PARECER APROPRIADO.
como prova:  COMPETE-LHE VALORAR A
PROVA E DECIDIR DE ACORDO
 Quando a gravação é feita por um dos COM SUA
protagonistas, a prova é lícita, CONVICÇÃO.
mesmo que a sua utilização se faça sem  TODOS OS TIPOS DE PROVA
o consentimento do outro. PODERÃO TER INFLUÊNCIA
SOBRE A
 A situação assemelha-se à carta FORMAÇÃO DA CONVICÇÃO DO
exibida em juízo pelo próprio JUIZ, NÃO HAVENDO, ENTRE ELS,
destinatário: não há violação de ALGUMA QUE TENHA
correspondência, nem ofensa do direito PRIORIDADE SOBRE A OUTRA, NO
à intimidade. É QUE SE REFERE À
válida, pois, a prova produzida por um CAPACIDADE DE CONVENCER.
dos protagonistas da comunicação
por carta ou telefone, ainda que sem o Juiz pode determinar produção de
consentimento do outro participante. provas?

Há uma única hipótese em que a Pode. Art. 370 do CPC. O processo


interceptação moderno orienta-se pela busca da
telefônica poderá ser usada validamente. “verdade
Quando real”, localizada nas provas. O juiz,
ela for autorizada pelo juiz, para porém, deve cuidar para não
instrução em comprometer
processo-crime, poderá ser utilizada sua imparcialidade na condução do
como prova processo. “Quod non est in actis non est
emprestada no processo civil. in mundo”

A CF, no art. 5o, XII, autoriza a Sistema da persuasão reacional:


interceptação
telefônica, por ordem judicial, para
investigação
 O entendimento do juiz fica
condicionado às provas produzidas no  Artigo 381, § 2o, do CPC: “A
processo, produção antecipada de prova é da
mas na valoração entre elas prevalece a competência do
íntima convicção do juiz. juízo do foro onde esta deve ser
produzida ou do foro de domicílio do
Há preclusão das provas? réu”.
 O art. 381, § 4o, estabelece a
 Sim, para as partes. Não para o juiz, competência subsidiária da Justiça
pois ele pode determinar a produção Estadual para
de provas. colheita antecipada de provas em
processos dos quais participem a União,
 Julgamento sem produção de provas: suas
entidades autárquicas ou empresa
 Julgamento antecipado. Art. 355 do pública federal, se na localidade não
CPC houver
vara federal. Mas isso não significa que
 PRODUÇÃO ANTECIPADA DE a mesma autorização se estenda para a
PROVA ação principal, para a qual a Justiça
Estadual só terá competência subsidiária
 É uma ação autônoma que pode ter nos
natureza preparatória ou incidental e casos expressamente previstos na
que visa antecipar a produção de Constituição Federal.
determinada prova, realizando-a em
momento anterior áquele em que Procedimento de antecipação de
normalmente seria produzida. provas:
 Juiz recebe a inicial e determina, se
 A antecipação é uma ação autônoma entender justificada, antecipação da
de natureza satisfativa, exercida em prova, com a citação de todos os
procedimento de jurisdição voluntária. interessados para acompanha-la.
 A citação deve ocorrer antes do início
 A antecipação pode ser deferida para da produção de prova.
viabiliza a autocomposição ou outro  Todos os interessados devem
meio adequado de solução do conflito participar, inclusive os possíveis
ou para permitir ao interessado que litisdenunciados.
tenha prévio conhecimento dos fatos,  Se for oral, juiz marca dia e hora para
que possa justificar ou evitar o audiência, em que ambas as partes
ajuizamento da ação. poderão fazer perguntas.
 Se for pericial, ambas as partes terão
O artigo 381, parágrafo 3o dispõe que: oportunidades de formular quesitos e
“a produção antecipada da prova não indicar assistente técnico.
previne a competência do juízo para a  Se for inspeção judicial, todos serão
ação que venha a ser proposta” intimados para acompanhar o juiz.
 Não cabe defesa, há apenas a
 Súmula 263 do extinto Tribunal homologação da prova, permanecendo
Federal de Recursos: os
 “A produção antecipada de provas, autos em cartório durante um mês,
por si só, não previne a competência sendo lícito aos interessados solicitar as
para a certidões que quiserem.
ação principal”
Tipos de prova: forma de existir é apreensível pelos
 No Direito Processual brasileiro são sentidos (pela visão, pela audição, pelo
admitidos como meios de prova aqueles tato etc.).
denominados juridicamente idôneos, ou
seja, os meios legais (típicos) e,  Exemplo:
também, os moralmente legítimos
(atípicos).  Situações em que o tabelião é
 Típicos: Ata Notarial, Depoimento chamado para atestar determinado
pessoal, confissão, exibição de acontecimento, como a realização de
documento uma assembleia condominial ou
ou coisa, prova documental, prova societária, ou para verificar a situação
testemunhal, prova pericial e inspeção de determinado bem.
judicial.
 Atípico: parte da doutrina diz que 2) DEPOIMENTO PESSOAL :
prova emprestada é atípica. Há ainda a O depoimento pessoal é um meio de
prueba de informes (quando se solicita prova em que o juiz, a pedido de
informações – não é documental uma das partes, colhe as declarações do
porque não é préconstituida. – e o adversário com a finalidade de
próprio email que alguns dizem ser obter informações a respeito de fatos
prova relevantes para o processo.
documental e outros não).
 - Atípicio quanto ao tipo de prova e  Duas figuras distintas existem e que
quanto ao meio de obtenção: Ex: não podem ser confundidas:
Juntada de documento com declaração interrogatório e depoimento pessoal.
de quem viu os fatos – prova  O juiz pode, de ofício, em qualquer
testemunhal em documento. estado do processo, determinar o
 ATENÇÃO.: O rol de provas comparecimento pessoal das partes, a
previsto no CPC não é, então, taxativo! fim de interrogá-las sobre os fatos da
causa. (interrogatório)
1) ATA NOTARIAL  Novo CPC: art. 139, VIII do NCPC –
Art.. 384 do CPC: houve um descolamento no novo
CPC do interrogatório para a parte dos
 A ata notarial é o documento lavrado poderes do juiz.
por tabelião público, que goza de fé
pública e que atesta a existência ou o  Quando o juiz não determinar o
modo de existir de algum fato. comparecimento das partes de ofício,
 Para que o tabelião possa atestá-lo, é compete a cada parte requerer o
necessário que ele tenha depoimento pessoal da outra, a fim de
conhecimento do fato. Por isso, será interrogá-la na audiência de instrução e
necessário que ele o verifique, o julgamento. (depoimento pessoal)
acompanhe ou o presencie.
 Ao fazê-lo, deverá descrever o fato,  Obs.: Então, jamais se requer o
apresentando as circunstâncias e o “interrogatório da parte contrária”.
modo em que ele ocorreu, com as
informações necessárias para que o fato Diferenças entre interrogatório e
seja esclarecido. A ata notarial não é a depoimento:
atestação de uma declaração de  1 – Interrogatório – em qualquer
vontade, como são as escrituras estado do processo
públicas, mas de um fato cuja existência  2 – De ofício
ou  3 – Prestar esclarecimentos
 4 – Apenas o juiz pergunta A parte será intimada pessoalmente,
 5 – Pode ser múltiplo. constando do mandado que se
 6 – Ausente, não aplica pena de presumirão confessados (pena de
confissão. confissão) os fatos contra ela alegados,
caso não compareça ou, comparecendo,
 1 – Depoimento – na AIJ se recuse a depor.
 2 – Por requerimento da parte  Obs.: Já se decidiu que não é o
 3 – Prestar esclarecimentos e obter a bastante a mera menção à “pena de
confissão. confesso”.
 4 – A parte contrária pode perguntar  E se não comparecer? Pena de
 5 - Único confissão.
 6 – Ausência, acarreta a pena de  Procedimento: Primeiro o juiz faz
confissão. perguntas. Depois o advogado da parte
contrária faz “reperguntas”.
 Tudo isso parte do seguinte  Uma parte não pode assistir, antes de
pressuposto: “não há pessoa melhor prestar o seu, o depoimento da outra.
informada sobre os fatos da causa do Então, o réu não assiste o depoimento
que a própria parte”. do autor. (art. 344 do CPC)
 Dúvida: Como ocorre ou como fazer
 Ela é a melhor fonte de prova e se for advogar em causa própria? Peça a
menos confiável, pois a parte tem inversão da ordem dos depoimentos.
interesse no feito. Portanto, não pode  Se a parte se recusar a depor ou
produzir prova em seu favor. empregar evasivas para esclarecê-lo, o
juiz pode aplicar a sanção da confissão
 Gafe: pedir o depoimento pessoal do ficta, presumindo-se confessado.
próprio cliente  Pode levar anotações? Em regra não.
Más há exceção.
Objetivos do depoimento: trazer Pode mentir no depoimento pessoal?
esclarecimentos acerca dos fatos da
causa – isto é, sobre os fatos  Não. Mas não é crime. Não é crime
controvertidos e relevantes alegados de falso testemunho, pois a parte tem
pelas interesse e não está propriamente
partes – e provocar a confissão. testemunhando. A testemunha fala de
 Submetem-se ao depoimento pessoal: outra pessoa e não de si. Se o juiz
assistente litisconsorcial, denunciado perceber que houve mentira o que o juiz
à lide, nomeação à autoria, o chamado pode fazer? Aplicar a pena de confissão.
ao processo e o opoente. Condenar por litigância de má-fé.
 Representantes (de incapazes ou (art. 17, II, do CPC)
pessoas jurídicas): existe uma
divergência A parte é obrigada a depor sobre tudo?
jurisprudencial, mas parte entende ser
admitida a confissão somente  Art. 388. A parte não é obrigada a
quando há poderes expressos para depor sobre fatos:
confessar. Também, não se aplica a  I - criminosos ou torpes que lhe
pena forem imputados;
por não ser o representante a parte, não  II - a cujo respeito, por estado ou
podendo ser sujeito de depoimento profissão, deva guardar sigilo;
pessoal. (ato personalíssimo)  III - acerca dos quais não possa
 Opinião: a questão deve ser vista com responder sem desonra própria, de seu
cautela, caso a caso.
cônjuge, de seu companheiro ou de  (ressalva quanto aos casos de erro,
parente em grau sucessível; dolo ou coação). – art. 214 do CC.
 IV - que coloquem em perigo a vida
do depoente ou das pessoas referidas Elementos da confissão:
no inciso III.  Objetivo: fatos, desde que
 Parágrafo único. Esta disposição não desfavoráveis ao confidente, que não
se aplica às ações de estado e de reclamem
família. forma especial, que seja renunciável.
 Último detalhe: hoje pode haver  Subjetivo: somente pode ser feita
depoimento por videoconferência. pela parte, sendo ela plenamente capaz.
(art. 213 do CC)
3) CONFISSÃO  Volitivo: Vontade de dizer a verdade,
 A confissão no Direito Processual que pressupõe a voluntariedade.
Civil é considerada a rainha das provas!
 Conceito: Ato pelo qual a parte Diferenças: confissão, reconhecimento
admite a verdade de um fato contrário do pedido, renúncia ao direito.
ao  Na confissão ocorre apenas a
seu interesse e favorável ao adversário. admissão de um fato (ou de certos fatos)
 Confissão no Código Civil: art. 213 como verdadeiros. A lide, na confissão,
 A confissão pode ser judicial ou ao menos em tese, ainda existe.
extrajudicial; provocada ou Confissão efetiva e confissão ficta
espontânea  O não comparecimento da parte ao
 Será judicial a feita no processo, depoimento pessoal ou a recusa em
podendo ser provocada ou espontânea; e depor implica na confissão ficta. É uma
será extrajudicial quando formulada mera ficção jurídica.
fora do processo, por forma escrita ou  Confissão efetiva se trata de uma
oral, perante a parte contrária ou atitude positiva da parte.
terceiros. Nesse último caso, tem de ser
por escrito, em documento destinado à Eficácia
parte.  Motivo de discussão na doutrina. A
 Existe hierarquia entre elas? Não. maioria entende que é relativo, em vista
da adoção do princípio da persuasão
Consequências: racional do juiz.
 Dispensa da prova e a presunção de
veracidade (quase que absoluta) sobre Exige capacidade civil plena e pode por
o fato alegado. representante
 Então, para as parte há a verdade,
pois não podem produzir outras provas.  Art. 392. Não vale como confissão a
Agora, para o juiz, contudo, a admissão, em juízo, de fatos relativos a
vinculação a essa “verdade das partes” direitos indisponíveis.
apenas ocorrerá se outros meios de  § 1o A confissão será ineficaz se feita
prova existentes nos autos não por quem não for capaz de dispor do
infirmarem essa conclusão lógica. direito a que se referem os fatos
 Obs.: Uma coisa é certa, aquele que confessados.
confessa fato essencial tende a  § 2o A confissão feita por um
sucumbir na demanda. representante somente é eficaz nos
 Em regra, o motivo que levou a parte limites em
à confessar é totalmente que este pode vincular o representado.
irrelevante, não merecendo  Obs.: A confissão por incapaz não é
considerações pelo juiz da causa nula. Somente não tem eficácia de
confissão.  O pedido de exibição de parte a parte
 Obs.: A confissão feita por pode ser feito como medida
representante não é nula se exceder. preparatória (art. 844/855 do CPC).
A confissão é indivisível, não podendo  Como incidente, porém, pertence à
a parte beneficiada aceitá-la no instrução do feito.
tópico que a beneficiar e rejeitá-la no  Ele decorre do dever da parte de
que lhe for desfavorável. colaborar com a Justiça. (art. 14 do
CPC)
 Ex: Uma parte alega que adquiriu um EXIBIÇÃO DE COISA OU
tal automóvel, e a outra diz que DOCUMENTO:
realmente foi adquirido, mas um veículo Prova direta ou prova indireta
diverso. Não pode só admitir como  A exibição tanto pode ser feita como
confessado a aquisição de um veículo. prova direta (recibo, cópia do contrato)
como pode como instrumento indireto
Confissão e litisconsórcio (exibição de carro para realização de
perícia).
 Faz prova contra o confitente, mas
não prejudica o litisconsorte, como Legitimados
decorrência do princípio que impede a  Ativo: Pode o juiz provocar de ofício
influência da prática de ato de um (art. 398 do CPC), como pode também
sobre o outro. a parte pedir ou, ainda, um interveniente
no processo. (art. 397 do CPC) –
 Art. 391. A confissão judicial faz conceito amplo de parte
prova contra o confitente, não  Passivo: O legitimado passivo pode
prejudicando, todavia, os litisconsortes. ser uma das partes ou mesmo terceiro
Confissão de cônjuge detentor da coisa ou documento.
 Art. 391. Parágrafo único. Nas ações Requisitos: (art. 397 do CPC)
que versarem sobre bens imóveis ou 1 - Individualização do documento
direitos reais sobre imóveis alheios, a  O documento ou coisa devem ser
confissão de um cônjuge ou individualizados, de modo a serem
companheiro não valerá sem a do outro, identificados sem dificuldade.
salvo se o regime de casamento for
o de separação absoluta de bens. 2 - Finalidade da prova
(novidades)  É preciso informar o fato que se
 Ver Código Civil: 1.647 (ressalva a pretende provar.
separação absoluta para situação de
consentimento) 3 - Circunstância que afirma que o
documento está com a parte contrária ou
Confissão e retratação terceiro.
 A confissão é irrevogável! Art. 393 Procedimento contra a parte:
do NCPC. (novidade do NCPC)
 É anulável? Sim, caso de erro de fato  Não há autuação em separado.
ou coação, por exemplo.  Feito o pedido a parte é “demandada”
na pessoa de seu advogado.
4) EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO  Prazo de 5 dias para resposta. (art.
OU COISA 395 do CPC)
 Se apresentar recusa, ela será
 Obs.: Requisição a instituições analisada.
públicas = art. 438  Se negar a existência, a parte que
pediu tem de provar. O juiz vai julgar se
existe ou não e, portanto, se a recusa foi Justo motivo para recusa
justa ou injusta.  Art. 404 do CPC.
 Se a parte não apresentar ou não
justificar, o juiz profere decisão 5) PROVA DOCUMENTAL
interlocutória em que admitirá ou não
como verdadeiros os fatos que Conceito:
pretendia-se provar. (art. 400 do CPC).  Quanto à forma é toda representação
Obs.: A novidade no NCPC aparece no material que tenha por objetivo
parágrafo único desse dispositivo: reproduzir manifestações do
 “Sendo necessário, pode o juiz adotar pensamento. (filme, gravação em discos
medidas indutivas, coercitivas, e fitas,
mandamentais ou sub-rogatórias para desenhos, fotografia, etc).
que o documento seja exibido”.
 Assim, contrariando o teor do O CPC, art. 434, estabelece que o
enunciado no 372 da Súmula do momento oportuno para a produção de
Superior provas documentais é o da fase
Tribunal de Justiça (“Na ação de postulatória: “Incumbe à parte instruir a
exibição de documentos, não cabe a petição inicial ou a contestação com os
aplicação de multa cominatória”), o documentos destinados a provar-lhe as
Novo Código deixa expresso que a alegações”.
presunção de veracidade não impede
que o juiz adote outras medidas O art. 435, por sua vez, permite a
coercitivas, indutivas, mandamentais ou produção de prova documental a
sub-rogatórias, tal como a qualquer
imposição de multa cominatória. tempo, desde que se trate de documento
novo, considerado como tal aquele
 Dica: especifique os fatos que se destinado a fazer prova de fatos
pretende provar. ocorridos depois dos articulados ou para
contrapô-los aos que foram produzidos
Procedimento contra terceiro: ação nos autos.
exibitória incidental
 O pedido de exibição forma uma Públicos
relação processual paralela, que gira em  Instrumento = feito anteriormente
torno da existência de documento ou para provar o próprio fato (a escritura
coisa e do dever de exibir. pública é instrumento do contrato de
 Segue em apenso ao processo compra e venda).
principal e é julgado por sentença.  Documento = sem a necessidade de
 Rito: art. 401 a 403 do CPC se pré-constituir em uma prova do
 Petição inicial com requisitos da fato.
inicial  Origem: O documento público pode
 Prazo para resposta: 15 dias (art. 401 ser apresentado no processo mediante
do CPC) antes era 10 dias. certidão, traslados ou reproduções
 O terceiro pode ter três atitudes: a) mecânicas.
exibir b) silenciar c) contestar o pedido
 Julgamento: se procedente mandará Classificação dos documentos públicos
depositar em 5 dias.  a) Judiciais ( certidão e outros mais)
 Não o fazendo, expede-se mandado  b) Notariais (tabelião)
de busca e apreensão. (sem prejuízo  c) Administrativos
pelo crime de desobediência, art. 403 do
CPC). Força probante
importa se são manuscritos,
 O documento, quanto autêntico, é datilografados ou impressos.
prova que goza de enorme prestígio pela
grande força de convencimento que  Autoria material x autoria intelectual
encerra. No entanto, não há hierarquia
entre as provas.  Assinatura e autoria: Uma vez
assinados, não importa quem os fez,
 Só é documento o escrito assinado, pois
ou de outra forma, inegavelmente considera-se autor quem os firmou. (art.
reconhecido por seu autor. 408)

 Embora não haja hierarquia, nos atos  Autenticidade: é autêntico o
solenes o documento exigido não documento quando a autoria aparente
pode ser afastado por nenhum outro corresponde à autoria real.
meio de convicção (art. 406 do CPC).  Declaração de ciência de fato: art.
408, par. Único.
Fé pública Art. 405 do CPC
 Esses documentos tem a) Presunção de veracidade:
circunstâncias de formação do ato,
como data,  Regra importante = caput (o que está
local, nome e qualificação das partes, escrito presume-se verdadeiro quanto
etc. b) declaração de vontade, que o ao signatário).
oficial ouvir das partes.
 A presunção é iuris tantum, relativa. Autenticidade (art. 411, presunção iuris
 E se o sujeito foi incompetente? (art. tantum)
407 do CPC)
 Se o escrito foi assinado em presença
Cópias: Pode-se utilizar-se de cópias, de tabelião e este reconheceu firma,
pois nem sempre os originais estão ele tem presunção legal de
presentes. (art. 422 do CPC). autenticidade.
 A mesma presunção ocorre se a parte,
Particulares uma vez juntado o documento, não
arguir dúvida sobre o mesmo após a
 Instrumentos Particulares x juntada nos autos. (art. 411, III)
Documentos particulares (= no caso do  Obs.: Fora os casos de assinatura na
documento público) frente do tabelião, a presunção é muito
menor do que o documento público,
 Podem ser: pois decorre de aceitação, tácita ou
 a) Escrito e assinado pelo declarante. expressa, pela parte contrária.
(autógrafo)  Presunção quanto à data. Exceções =
 b) Escrita por outrem e assinado pelo art. 409 do CPC.
declarante. (heterógrafo)  Eficácia perante terceiros = só se
 c) Escrita pela parte, mas não inicia a partir de sua transcrição no
assinada (papéis domésticos e anotações registro público.
posteriores em documentos assinados)
 d) Nem escrita nem assinada pela Cartas (transmissão a uma pessoa
parte (livros comerciais) ausente de declaração de fato ou
vontade) e documentos domésticos:
Liberdade de forma: Com relação aos fazem prova apenas contra quem os
documentos particulares não escreveu. (art. 415 do CPC)
pode concluir pela legitimidade ou
 Recibos: art. 416 p. único veracidade do documento fotográfico.
Ex:
 Livros comerciais: fazem prova montagens.
contra o autor. (art. 417 do CPC)  E se for fotografia digital? Perícia. Se
a perícia não for conclusiva, a prova
 Indivisibilidade do documento terá de ser desclassificada.
particular: art. 412, p. único.
Documentos viciados
Reprodução de documentos
particulares: art. 425 cpc  Art. 426 do CPC – ler. Livre
 a) Por meios mecânicos, como a apreciação do juiz.
fotografia, o xerox.  Tem de verificar se o borrão foi antes
 b) Por simples traslado. ou depois do documento, o que é
difícil até para as perícias mais
 Obs.: As reproduções fotográficas ou especializadas.
obtidas por outros processos de  Se persistir a dúvida, presume-se que
repetição foi adulterado pois a parte que
valem como certidões sempre que o assinou deveria ter feito ressalva.
escrivão portar por fé a sua  Dica: assine e faça a ressalva.
conformidade
com o original. Incidente de falsidade (art. 428)
 Se o documento constar do processo,  Formas:
sua cópia pode ser autenticada pelo  a) declaração autônoma (ação
advogado que a utiliza. – art. 365, IV do específica para isso)
CPC.  b) incidente de falsidade a que alude
 Prática: Tem prevalecido que a o art. 430
autenticação da cópia de documento  ATENÇÃO: Falsidade de assinatura
nem sempre é diferente da falsidade de documento.
é requisito de sua acolhida como prova
no processo. Se a cópia não é Compete à parte, no prazo do art. 430
impugnada, tem-se que ela é conforme do CPC, alegar se admite ou não a
com o original e tem, portanto, a mesma autenticidade da assinatura e do
força probante. A conferência ou documento.
autenticação só é imprescindível em  Questão incidental ou principal:
caso de parágrafo único, art. 430 do CPC
impugnação.  Não há preclusão quanto a erro, dolo
 Essa é a orientação do próprio CC, no ou coação.
art. 225.  Basta a simples impugnação da parte
para que se imponha o dever de
Reproduções mecânicas de coisas ou provar em juízo a autenticidade, sob
fatos (art. 383 e 385) pena de tornar inócuo o documento.
 Ver o ônus da prova no art. 429 do
 Foto: art. 422 do CPC CPC
 Antes: Se apresenta cópia de
fotografia, tem de apresentar o original,  Obs.: A impugnação à assinatura
o refere-se apenas aos documentos
filme. É elemento indispensável para particulares. Os documentos públicos e
uma eventual perícia. Sem ele não se os particulares assinados na
presença do tabelião gozam de  É o mais antigo meio de prova
presunção. utilizado pela Justiça.

Produção da prova documental Conceito. Pessoa capaz e estranha ao


 Art. (434) – inicial para autor, feito, chamada a juízo para depor o que
contestação para o réu. sabe sobre
o fato litigioso.
Juntada posterior é possível? Sim, no
caso de documentos novos e que não Tipos:
puderam ser juntados. Art. 435
1 - Testemunhas presenciais
 Há casos expressos em que se admite
a juntada após: 2 - Testemunha de referência = as que
 a) Quando faz prova depois dos fatos souberam dele através de terceira pessoa
articulados
 b) Quando não puderam ser juntados. 3 - Testemunhas referidas = cuja
 c) Quando produzido como existência tomou-se conhecimento
contraprova a outros documentos através do
juntados pela depoimento de outras testemunhas
parte contrária. Judiciárias = as que relatam o ocorrido
em
Contraditório: Art. 437, par. primeiro, juízo Instrumentárias = as que
do CPC (importante, sob pena de presenciaram a assinatura do
nulidade). instrumento do ato
 O réu revel pode produzir provas jurídico.
documentais? (há quem diga que sim,
há QUEM PODE SER TESTEMUNHA?
quem diga que não)
Qualquer pessoa – artigo 378 do CPC.
Requisição de documentos
 Ver. Art. 438 QUEM NÃO PODE SER
 Obs.: Ao lado da exibição de TESTEMUNHA?
documentos, também é um meio de
obtenção Artigo 447 do CPC. Incapazes,
de documentos. Suspeitos, Impedidos.
O que torna suspeito o testemunho é o
Desentranhamento de documentos interesse pessoal e não o social, pelo
desfecho da
 1) Quando é intempestiva ou causa. Tem interesse, por exemplo, a
impertinente a prova documental pessoa que demanda a parte em outro
produzida processo.
 2) Quando o processo já se findou e a Obs1: ver par. 4o e 5o do art. 447 -
própria parte que produziu o depoimentos dos informantes.
documento pretende obtê-lo de volta.
1a Regra:
 Obs.: Há, no último caso, o  é admitido em todos os casos, exceto
fornecimento de cópias. o que a lei proibir. (art. 442)

6) PROVA TESTEMUNHAL 2a Regra:


 quando não será provado por Na sede do juízo (art. 449), na audiência
testemunha de instrução e julgamento. Exceções:
 Art. 443. O juiz indeferirá a produção antecipada de prova; pessoas
inquirição de testemunhas sobre fatos: I egrégias– art. 454; testemunha em outra
- já provados por comarca (videoconferência, art. 453).
documento ou confissão da parte;
(prova desnecessária) II - que só por Deveres das testemunhas:
documento ou
por exame pericial puderem ser 1 – comparecer em juízo art. 455, par.
provados. 5o
3a Regra:
 quando, independentemente de 2 – prestar depoimento art. 457
proibição, poderá ser provado por
testemunha: 3 –dizer a verdade – art. 458 (ocorre
 Art. 446. É lícito à parte provar com tanto quando se faz afirmação falsa,
testemunhas: I - nos contratos quando
simulados, a se nega ou oculta a verdade)
divergência entre a vontade real e a
vontade declarada; II - nos contratos em APRESENTAÇÃO DO ROL:
geral, os
vícios de consentimento. ARTIGO 357 parágrafo 3o e 4o do
CPC.
Direitos das testemunhas
1 – recusar a depor, em alguns casos – § 4o Caso tenha sido determinada a
direito ao silêncio da testemunha (art. produção de prova testemunhal, o juiz
448 fixará
do CPC) prazo comum não superior a 15 (quinze)
dias para que as partes apresentem rol
2 – ser tratado pelas partes com de testemunhas.
urbanidade, evitando perguntas O que deve conter o Rol?
vexatórias e Nome, profissão, residência e estado
impertinentes. (art. 459, §2o) civil. (a falta de qualificação em
regra não prejudica) CPC Art. 450.
3 – ser reembolsado pela despesa que
efetuou para comparecer a audiência. O rol de testemunhas conterá, sempre
(Art. 462) que possível, o nome, a profissão, o
estado civil, a idade, o número de
4 – testemunho considerado serviço inscrição no Cadastro de Pessoas
público – não pode sofrer perda de Físicas, o número de registro de
salário identidade e o endereço completo da
nem desconto no tempo de serviço. residência e do local de trabalho.

Produção: Quantas testemunhas?

Quando requerer? CPC Art. 357. § 6o O número de


Na petição inicial. Reiteração na fase de testemunhas arroladas não pode ser
saneamento. superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no
máximo, para a prova de cada fato.
Local e tempo de produção:
Obs.: O juiz pode limitar.
forma do § 1o ou do § 4o , deixar de
É possível substituição do rol – artigo comparecer sem motivo justificado será
451 do CPC quando conduzida e
houver falecimento, enfermidade ou responderá pelas despesas do
mudança de domicílio. adiamento.

Nova sistemática: NCPC Art. 455. Cabe Funcionário público: requisição


ao advogado da parte informar ou Ordem de oitiva: 1o as do autor, depois
intimar a as do réu. NCPC art. 456.
testemunha por ele arrolada do dia, da Pode alterar a ordem? Pode.
hora e do local da audiência designada, Qualificação e compromisso:
dispensando-se a intimação do juízo. § Art. 457. Antes de depor, a testemunha
1o A intimação deverá ser realizada por será qualificada, declarará ou
carta com confirmará seus
aviso de recebimento, cumprindo ao dados e informará se tem relações de
advogado juntar aos autos, com parentesco com a parte ou interesse no
antecedência de objeto do
pelo menos 3 (três) dias da data da processo.
audiência, cópia da correspondência de Art. 458. Ao início da inquirição, a
intimação e testemunha prestará o compromisso de
do comprovante de recebimento. § 2o A dizer a verdade
parte pode comprometer-se a levar a do que souber e lhe for perguntado.
testemunha Parágrafo único. O juiz advertirá à
à audiência, independentemente da testemunha que
intimação de que trata o § 1o , incorre em sanção penal quem faz
presumindo-se, caso a afirmação falsa, cala ou oculta a
testemunha não compareça, que a parte verdade.
desistiu de sua inquirição. § 3o A
inércia na Contradita: prova-se na hora, com até 3
realização da intimação a que se refere o testemunhas para o fato.
§ 1o importa desistência da inquirição
da Perguntas: Quem formula é o juiz em
testemunha. § 4o A intimação será feita primeiro lugar, em segundo a parte
pela via judicial quando: I - for que as tem arrolada, e depois o
frustrada a intimação procurador do réu, e último o MP se
prevista no § 1o deste artigo; II - sua tem
necessidade for devidamente custus legis.
demonstrada pela parte
ao juiz; III - figurar no rol de No velho CPC, em regra a pergunta é
testemunhas servidor público ou militar, dirigida ao juiz, que o juiz faz para a
hipótese em que o juiz o testemunha, para evitar que o advogado
requisitará ao chefe da repartição ou ao leve a testemunha a outro
comando do corpo em que servir; IV- a. entendimento.
testemunha houver sido arrolada pelo
Ministério Público ou pela Defensoria Perguntas diretas ou indiretas?
Pública; V - a Art. 459. As perguntas serão formuladas
testemunha for uma daquelas previstas pelas partes diretamente à
no art. 454. § 5o A testemunha que, testemunha, começando pela que a
intimada na arrolou, não admitindo o juiz
aquelas que puderem induzir a resposta, informações sobre fatos controversos
não tiverem relação com as que dependem de
questões de fato objeto da atividade conhecimento técnico.
probatória ou importarem
repetição de outra já respondida É uma prova passiva e real, porque recai
.§ 1o O juiz poderá inquirir a sobre coisas ou pessoas
testemunha tanto antes quanto depois da que, por si sós, não comunicariam ao
inquirição feita pelas partes. juízo aquelas informações
relevantes para o julgamento do
Obs.: Juiz pergunta tanto antes como processo.
depois. Peritos

Indeferimento das perguntas: O perito é aquele que detém os


Tem de constar em ata (art. 459, par. conhecimentos técnicos para
3o) para efeitos de preliminar de fornecer as informações necessárias
apelação. sobre os assuntos de sua
especialidade.
Testemunhas referidas e acareação. O CPC, art. 156, § 1o, estabelece que
CPC art. 461. eles devem ser escolhidos
De ofício ou a requerimento. entre os profissionais legalmente
habilitados e os órgãos
Reembolso da testemunha: A técnicos ou científicos devidamente
testemunha deve ser ressarcida pela inscritos em cadastro
parte mantido pelo tribunal ao qual o juiz está
no ato ou em deposito em ate 3 dias. vinculado. Mas essa
Art. 419, CPC. Art. 462. (prazo de 3 exigência não é inafastável e poderá ser
dias para pagamento) contornada se, na
Depoimento é serviço público: art. 463 comarca, não houver profissionais com
do CPC. tal habilitação (CPC, art.
156, § 5o).
7) PROVA PERICIAL
Espécies de perícias.
Pode ocorrer que a apuração de fatos
relevantes para o processo O CPC, art. 464, menciona três
dependa de conhecimentos técnicos, que espécies: o exame, a vistoria e a
exigem o auxílio de avaliação.
profissionais especializados.
O exame consiste na análise e
São comuns os casos em que há observação de pessoas ou coisas, para
necessidade de comprovação de fatos delas
que exigem conhecimento de ciências extrair as informações que se deseja.
específicas, como medicina, Uma pessoa pode ser examinada,
engenharia, contabilidade, psicologia, para verificar se goza de boa saúde,
entre outras. física ou mental; o seu material
genético pode ser analisado, em exame
A prova pericial, que pode recair sobre de investigação de paternidade;
pessoas ou coisas, faz-se uma coisa pode ser examinada, para se
necessária quando se tornar relevante a verificar se apresenta defeito etc.
obtenção de
A vistoria é a análise que tem por objeto Há duas razões para que tal ocorra:
bens imóveis, como quando se a) a impossibilidade de o perito ter
quer constatar se eles estão danificados. acesso à coisa ou à pessoa,
em razão de perecimento, falecimento
A avaliação tem por fim atribuir ao bem ou desaparecimento;
o seu valor de mercado. b) quando a perícia exigir
Mesmo que o juiz ter conhecimento conhecimentos técnicos que ainda
técnico e outras não estejam disponíveis no momento da
qualificações é necessária PORQUE O sua produção, em
JUIZ NÃO PODE JULGAR virtude do estágio de evolução da
COM BASE EM CIÊNCIA ciência.
PRÓPRIA, MAS COM
FUNDAMENTO NAQUILO QUE Laudos judiciais e extrajudiciais:
CONSTA DOS AUTOS.
O juiz examinará os laudos
PERITO – Auxiliar da justiça, PODE extrajudiciais como simples pareceres,
SER UMA PESSOA FÍSICA OU dando-
ÓRGÃO TÉCNICO OU CIENTÍFICO. lhes a credibilidade que merecerem.
Requisitos: a) que se trate de
profissional legalmente habilitado NCPC Art. 472. O juiz poderá dispensar
ou órgão técnico ou científico; prova pericial quando as partes,
b) que esteja devidamente inscrito em na inicial e na contestação,
cadastro mantido pelo apresentarem, sobre as questões de fato,
tribunal ao qual o juiz está vinculado. pareceres técnicos ou documentos
Caso não haja nenhum elucidativos que considerar
profissional ou órgão cadastrado, a suficientes.
nomeação é de livre escolha
do juiz, mas deverá recair sobre Perícia indireta
profissional ou órgão técnico
ou científico comprovadamente detentor É possível, desde que existam
do conhecimento elementos suficientes. Ex: atestar a
necessário à realização da perícia; capacidade de uma falecida, antes de
c) que estejam ausentes as causas de seu falecimento, através de
impedimento ou laudos psiquiátricos.
suspeição, que são as mesmas aplicáveis
aos juízes (arts. 144 e O perito pode emitir laudo atestando
145). que a pessoa estava ou não
capacitada de gerir sua pessoa e seus
O juiz indeferirá a perícia quando ela bens.
for desnecessária, porque,
de todos os meios de prova, ela é a mais Prova técnica simplificada (Perícia
onerosa para as partes simplificada) §2o do art. 464 - em
e possivelmente a de produção mais substituição à prova pericial tradicional
demorada. Crítica ao art. §4o - exige-se
formação acadêmica para prova
Por isso, se os fatos puderem ser simplificada? Sim. Didier diz que a
provados por outro meio, o regra é sem razoabilidade.
juiz deve preferi-los.
Ela também será excluída quando a Procedimento
verificação for impraticável.
1 - Momento da nomeação: esclarecimentos, pode pedir
CPC – ao determinas as provas, no esclarecimentos. Ainda, pode mandar o
despacho saneador. juiz intimar o
perito para comparecer à audiência,
Art. 465. O juiz nomeará perito devendo indicar as perguntas de
especializado no objeto da perícia e esclarecimento. Art. 477. Mesmo no
fixará curso da prova pode-se apresentar
de imediato o prazo para a entrega do quesitos
laudo. suplementares. E quem não apresentou
quesitos, pode apresentar
2 - Após nomeação, as partes podem: suplementares?
Art. 465. § 1o Incumbe às partes, dentro Não. Quesitos suplementares: art. 469
de 15
(quinze) dias contados da intimação do Perícia sobre a pessoa litigante
despacho de nomeação do perito: I -
arguir o Prevalece o entendimento de que
impedimento ou a suspeição do perito, ninguém deve ser coagido fisicamente
se for o caso; II - indicar assistente a submeter-se a exame ou inspeção
técnico; III - corporal. Todavia, a recusa será
apresentar quesitos. Sujeito à considerada como indício autorizador
impedimento ou suspeição. NCPC art. da presunção de verdade do fato
467 3 - O perito, que se desejaria provar.
em 5 dias apresenta: I - proposta de Código Civil:
honorários; II - currículo, com Art. 231. Aquele que se nega a
comprovação de submeter-se a exame médico necessário
especialização; III - contatos não poderá aproveitar-se de sua recusa.
profissionais, em especial o endereço Art. 232. A recusa à perícia médica
eletrônico, para ordenada pelo juiz poderá suprir a
onde serão dirigidas as intimações prova que se pretendia obter com o
pessoais. 4 - A parte realiza o exame.
pagamento dos
honorários periciais. 5 - As partes são Partes, litisconsorte e assistente técnico
cientificadas da data da perícia. NCPC Podem indicar cada um seu
art. 474 assistente técnico, ressalvada a hipótese
Pode usar de todos os meios do art. 475.
necessários, ouvindo testemunhas,
solicitando Perito escolhidos pelas partes. art. 471
documentos que estejam em poder das
partes, etc. NCPC Art. 473, §3o. 6 - Requisitos do laudo pericial: art. 473
Entrega do
laudo. O trabalho será reduzido a laudo, 8 ) INSPEÇÃO JUDICIAL
que será entregue pelo menos 20 (vinte)
dias Conceito:
antes da AIJ. NCPC Art. 477
Assistentes: apresentam parecer, tanto Meio de prova que consiste na
para apoiar o percepção sensorial direta do juiz sobre
laudo quanto para refutar. 7 – Intimação qualidades ou circunstâncias corpóreas
sobre o laudo. Quem desejar das pessoas ou coisas
relacionadas com o litígio.
Ex officio ou a requerimento, mas cabe
ao juiz deliberar sobre sua
conveniência ou não

Pode ser de pessoas, coisas e lugares.

9) PROVA EMPRESTADA
Art. 372. O referido dispositivo utiliza o
termo “processo”, esquecendo-se
das provas produzidas em
procedimentos administrativos como o
inquérito policial, o inquérito civil e
outros procedimentos investigativos da
competência do Ministério Público.
Outra questão importante se
relaciona ao respeito ao contraditório e
à identidade de partes. O NCPC
não esclarece se é imprescindível que
haja identidade de partes entre as
demandas, nem se o contraditório deve
ser observado no processo de
origem, no processo de destino ou em
ambos. Doutrina e jurisprudência:
no processo para o qual será ela
transportada, terão de ser observadas
as normas atinentes à prova
documental; e) é imprescindível que a
parte
contra a qual vai ser usada esta prova
tenha sido parte no primeiro
processo . STJ já disse que não precisa
de identidade de partes. (REsp
617.428/SP, DJe 17/06/2014).

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