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FASE PROBATÓRIA

AS PROVAS NO PROCESSO DE
TRABALHO
INSTRUÇÃO DO PROCESSO
• Dispõe a CLT, que:

• Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo,


podendo o presidente, ex officio ou a requerimento de qualquer
juiz temporário, interrogar os litigantes.

• § 1º Findo o interrogatório, poderá qualquer dos litigantes retirar-
se, prosseguindo a instrução com o seu representante.

• § 2ºSerão, a seguir, ouvidas as testemunhas, os peritos e os


técnicos, se houver.
CONCEITO DE PROVA
• ⇨ é a demonstração da verdade dos fatos alegados em
juízo mediante critérios legais ou moralmente
legítimos, que possui como finalidade o
convencimento do órgão jurisdicional.
• ⇨ objetiva-se a prova a demonstrar fatos
controvertidos, relevantes e determinados.
• ⇨ o objeto da prova constitui elemento essencial,
influenciando inclusive na análise do ônus da prova.
Só serão objetos de prova os fatos determinados,
controvertidos e relevantes para o julgamento da
causa. (art. 376, CPC)
PROVA ILÍCITA E PROVA ILEGÍTIMA
• Ao tratar dos limites dos direitos e deveres individuais e
coletivos, a Constituição federal determina:

•são inadmissíveis, no processo, as provas


obtidas por meios ilícitos (art. 5º, LVI)
PROVA ILÍCITA E PROVA ILEGÍTIMA

•Art. 369/CPC. As partes têm o direito de


empregar todos os meios legais, bem como
os moralmente legítimos, ainda que não
especificados neste Código, para provar a
verdade dos fatos em que se funda o pedido
ou a defesa e influir eficazmente na
convicção do juiz.
PROVA ILÍCITA E PROVA ILEGÍTIMA
• A ilegitimidade da prova diz respeito à sua geração, cujo
meio ou procedimento utilizado para sua obtenção fere
disposição de direito processual.

• A aprova ilícita é aquela que atenta contra direito


material ou substantivo, embora utilizados os meios e
adotados os procedimentos previsto no direito adjetivo. A
prova ilícita não pode ingressar ou permanecer no
processo.
TEORIA DA PROPORCIONALIDADE

•Para uma determinada corrente doutrinária,


é admissível a prova ilícita, desde que seja
em defesa de um bem maior de um
indivíduo ou da coletividade
MOMENTOS DA PRODUÇÃO DA PROVA
• As provas são produzidas nos momentos fixados na lei,
que podem ser antes da audiência, durante a audiência e
fora da audiência.
• A) o da apresentação dos meios de prova, na petição inicial
e na contestação;
• B) o da admissão das provas, na decisão de saneamento
do processo; e
• C)o da realização das provas, o que se dá geralmente na
audiência de instrução e julgamento
PROVA AD PERPETUAM REI MEMORIAM
• A prova testemunhal, inclusive o depoimento pessoal da parte, é
produzida na audiência.

• Há situações que a lei autoriza que tais provas se realizem em


outro local e em outro momento.

• A prova ad perpetuam rei memoriam prevê a produção


antecipada da prova, que pode consistir em interrogatório da
parte, inquirição de testemunhas e exame pericial.
FATOS QUE INDEPENDEM DE PROVA
• ⇨ alguns fatos não dependem de prova (art. 374 do CPC). São eles:

• a) Fatos notórios;
• b) Fatos tidos como incontroversos;
• c) Fatos em cujo favor milita presunção legal de existência ou de
veracidade;
• d) Fatos afirmados por uma parte e confirmados pela outra.
• ⇨ o destinatário da prova será o juiz, na medida em que os meios
de prova destinam-se à sua convicção.
DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA
• Ônus da prova:

• Art. 818. O ônus da prova incumbe:

• I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu


direito;
• II - ao reclamado, quanto à existência de fato
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do
reclamante.
DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA DO ÔNUS DA PROVA
• IN 39/2016 do C. TST:

• Art. 3° Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do


Trabalho, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos
do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas:

• (...)

• VII - art. 373, §§ 1º e 2º (distribuição dinâmica do ônus da


prova);
DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA DO ÔNUS DA PROVA
• Art. 818. § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades
da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de
cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de
obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da
prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada,
caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do
ônus que lhe foi atribuído.

Atribuição do encargo processual à parte


que possui melhores condições de se
desincumbir no caso concreto.
DEPOIMENTO PESSOAL. CONFISSÃO REAL E FICTA
• Depoimento das partes
• ⇨ há entendimento doutrinário no sentido de que o depoimento
das partes não constitui meio de prova, na medida em que não
atinge o fim colimado, ou seja, a demonstração da verdade do fato
afirmado pelo próprio depoente. Na verdade, o depoimento
buscaria atingir a confissão, esta sim, meio de prova.
• ⇨ tecnicamente deveria ser utilizada a denominação depoimento
das partes, ao invés de utilizar depoimento pessoal, na medida em
que existem outros depoimentos que não o das partes, e também
são pessoais.
• ⇨ existe diferenciação entre Interrogatório e Depoimento
DEPOIMENTO PESSOAL. CONFISSÃO REAL E FICTA
• a) Interrogatório

• ⇨ interrogatório é a oitiva das partes como iniciativa do juiz.


• ⇨ poderá ser determinado a qualquer momento pelo juiz,
podendo haver a inquirição e a reinquirição (art. 139,
VIII/CPC).
• ⇨ visa ao esclarecimento dos fatos, sobre os quais versa a
lide.
• ⇨ a confissão poderá constituir efeito secundário do
interrogatório.
DEPOIMENTO PESSOAL. CONFISSÃO REAL E FICTA
• b) Depoimento

• ⇨ é a oitiva da parte, mediante requerimento da parte


contrária.
• ⇨ deve ser requerido logo após a apresentação da defesa,
sob pena de preclusão (art. 848 da CLT).
• ⇨ visa extrair uma confissão.
• ⇨ a recusa em prestar depoimento resultará, de forma
direta, na confissão do depoente.
DEPOIMENTO PESSOAL. CONFISSÃO REAL E FICTA
• Confissão Ficta: ocorre quando a parte, não comparecer
para depor, ou, se comparecendo, se recusa a depor e
sem motivo justificado, deixar de responder ao que lhe
for perguntado, ou empregar evasivas, (385, § 1º e
386/CPC e Súmula 74/TST)

• É provisória, sujeita à confrontação com os demais


elementos probatórios e com o livre convencimento do
julgador
DEPOIMENTO PESSOAL. CONFISSÃO REAL E FICTA

• Confissão real: quando há reconhecimento total ou


parcial de fatos por parte do réu ou do autor, quando
a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu
interesse e favorável ao adversário. (389/CPC)

• É comissiva, diferenciando-se da confissão ficta,


omissiva.
FORMAS DE CONFISSÃO
ESPONTÂNEA
JUDICIAL (349/CPC)
PROVOCADA

ESCRITA
EXTRAJUDICIAL (353/CPC)

VERBAL
PROVA DOCUMENTAL
Conceito:

Documento é qualquer objeto que serve de prova,


confirmação ou testemunho de um fato. A prova
documental pode consistir-se em escritos públicos ou
particulares, fotografias, mapas, desenhos, impressos,
reprodução fonográfica, etc.
PROVA DOCUMENTAL

A CLT trata da prova documental em apenas um


artigo, que diz:

Art. 830. O documento em cópia oferecido


para prova poderá ser declarado autêntico
pelo próprio advogado, sob sua
responsabilidade pessoal.
PROVA DOCUMENTAL
JUDICIAIS

PÚBLICOS EXTRAJUDICIAIS
PRIVADOS
ADMINISTRATIVOS

são produzidos são produzidos


por Entidades por entidades
públicas particulares
PROVA DOCUMENTAL – MOMENTO PROCESSUAL
Art. 435/CPC. É lícito às
Art. 320./CPC A partes, em qualquer
Art. 434/CPC. Incumbe à tempo, juntar aos autos
petição inicial será parte instruir a petição documentos novos,
instruída com os inicial ou a contestação quando destinados a fazer
documentos com os documentos prova de fatos ocorridos
destinados a provar suas depois dos articulados ou
indispensáveis à para contrapô-los aos que
alegações.
propositura da ação. foram produzidos nos
autos.

AUTOR RÉU DOCUMENTO NOVO


PROVA DOCUMENTAL – TIPOS DOCUMENTOS
Art. 422. Qualquer § 1o As fotografias
reprodução mecânica, § 2o Se se tratar
digitais e as extraídas
como a fotográfica, a
da rede mundial de
de fotografia
cinematográfica, a
computadores fazem publicada em
fonográfica ou de
outra espécie, tem prova das imagens jornal ou revista,
aptidão para fazer que reproduzem, será exigido um
prova dos fatos ou devendo, se exemplar
das coisas impugnadas, ser
representadas, se a original do
apresentada a
sua conformidade respectiva periódico, caso
com o documento autenticação impugnada a
original não for
impugnada por
eletrônica ou, não veracidade pela
aquele contra quem sendo possível, outra parte.
foi produzida. realizada perícia.
EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS
Art. 401. Quando o
Art. 396. O juiz pode documento ou a coisa
ordenar que a parte estiver em poder de
exiba documento ou terceiro, o juiz ordenará
coisa que se encontre sua citação para
em seu poder. responder no prazo de
15 (quinze) dias.

Desobediência – 403,
Confissão - 400
par. único
INCIDENTE DE FALSIDADE DA PROVA DOCUMENTAL

Art. 430. A falsidade deve ser suscitada


na contestação, na réplica ou no prazo de
15 (quinze) dias, contado a partir da
intimação da juntada do documento aos
autos.
INCIDENTE DE FALSIDADE DA PROVA DOCUMENTAL

Art. 427. Cessa a fé do documento público ou particular sendo-lhe


declarada judicialmente a falsidade.

Parágrafo único. A falsidade consiste em:


I - formar documento não verdadeiro;
II - alterar documento verdadeiro.

Art. 428. Cessa a fé do documento particular quando:


I - for impugnada sua autenticidade e enquanto não se comprovar sua veracidade;
II - assinado em branco, for impugnado seu conteúdo, por preenchimento abusivo.
INCIDENTE DE FALSIDADE DA PROVA DOCUMENTAL

Falsidade IDEOLÓGICA
Falsidade MATERIAL se dá quando há
é quando o omissão de declaração
documento é em documento que
inautêntico. É falso dele devia constar ou
no todo ou em parte há inserção de
(CP) declaração diversa da
que deveria
INCIDENTE DE FALSIDADE DA PROVA DOCUMENTAL

Quem arguir a falsidade deve Se requerida


expor os motivos em que como matéria
funda a sua pretensão e os principal constará
A arguição de
meios com que provará o da decisão da
falsidade é resolvida
alegado (431) sentença que será
como questão
declaratória e se
incidental (art.430
Ouvida a outra parte (15 dias) sujeitará aos
par. Único) preceitos da coisa
será realizado o exame
pericial, salvo nos casos do julgada (433 e 19,
par. Único. (432) II)
PROVA TESTEMUNHAL
A prova testemunhal consiste em uma
reprodução oral do que se encontra na
memória daqueles que, não sendo parte,
presenciaram ou tiveram notícia dos fatos
da demanda.
PROVA TESTEMUNHAL

•Constitui uma das formas de prova mais


antigas, não sendo possível imaginar a
atividade probatória sem testemunhas,
onde, muitas vezes, é o único meio de
provar os fatos.
PROVA TESTEMUNHAL

Quanto à admissibilidade da
Prova Testemunhal prevê o
artigo 442 do Código de
Processo Civil que a prova
testemunhal será sempre
permitida desde que não
exista vedação legal.
PROVA TESTEMUNHAL

Todavia, não se admitirá a prova


testemunhal, quando os fatos que se
pretende provar já estiverem provados por
documento ou confissão da parte ou quando,
por sua natureza, o fato probando puder ser
provado através de documento ou perícia.
(443, I e II)
PROVA TESTEMUNHAL

No primeiro caso, não se trata de


hierarquizar os meios de prova, apenas que,
em sendo autêntico o documento e não
havendo impugnação, já existe a prova,
sendo desnecessária a prova testemunhal.
Havendo dúvida quanto à veracidade do
documento, é cabível a prova testemunhal.
PROVA TESTEMUNHAL
Da mesma forma quanto à
confissão, tendo em vista que
havendo a confissão, torna
desnecessária a prova
testemunhal, com exceção
dos direitos indisponíveis,
para os quais a confissão não
vale, admitindo-se, nesta
hipótese, a prova
testemunhal.
PROVA TESTEMUNHAL
Art. 444/cCPC. Nos casos em que a lei exigir prova escrita da
obrigação, é admissível a prova testemunhal quando houver começo de
prova por escrito, emanado da parte contra a qual se pretende produzir
a prova.

Art. 464/CLT - O pagamento do salário deverá ser


efetuado contra recibo, assinado pelo
empregado; em se tratando de analfabeto,
mediante sua impressão digital, ou, não sendo
esta possível, a seu rogo.
PROVA TESTEMUNHAL
Pode ser testemunha toda pessoa física que, dotada de
capacidade, não seja suspeita ou impedida.

INCAPAZES IMPEDIDOS SUSPEITOS

Art. 447, § 1º Art. 447, § 2º Art. 447, § 3º


PROVA TESTEMUNHAL
A testemunha não pode ter interesse no litígio, não se
confundindo com a parte da causa ou com o perito da causa,
que deve limitar-se a utilizar seus conhecimentos técnicos
para explicar ao juiz algo sobre os fatos da causa.
PROVA TESTEMUNHAL
• O maior de dezesseis e menor de dezoito anos pode testemunhar,
porém, fica impossibilitada a ocorrência de crime por falso
testemunho, eis que este é inimputável criminalmente. Na esfera do
direito de família, é comum o menor ser ouvido como informante,
cujo valor probatório é menor do que a prova testemunhal.
PROVA TESTEMUNHAL
• Consideram-se suspeitos:
• a) Aquele que possua sentença transitada em julgado por crime de
falso testemunho;
• b) Aquele que, por seus costumes, não for digno de fé;
• c) Aquele que for inimigo capital ou amigo íntimo de uma das partes;
• d) Aquele que possua interesse no litígio, pois a testemunha deve ser
neutra com relação ao processo, sem qualquer envolvimento com a
demanda.
PROVA TESTEMUNHAL
• São impedidos:
• a) O cônjuge e os parentes (ascendente e descendente em
qualquer grau, e colaterais até o terceiro grau). Existe
exceção nas causas em que exista interesse público, ou
relativa ao estado da pessoa, e desde que não exista outro
meio de prova dos fatos. Também se admite o testemunho
de impedido nas causas de filiação, pois, neste caso,
dificilmente se obtém testemunho de pessoa não impedida,
uma vez que são os integrantes do núcleo familiar quem, via
de regra, presenciam os fatos ocorridos no lar.
PROVA TESTEMUNHAL
• b) Quem for parte no processo. Evidentemente, tal hipótese se aplica
ao caso de litisconsórcio, em que um litisconsorte não pode servir de
testemunha para outro litisconsorte.
PROVA TESTEMUNHAL
• c)Aquele que intervém em nome da parte, como tutor na causa do
menor, o representante legal da pessoa jurídica (que em verdade é
parte e não testemunha), o juiz (entenda-se o juiz da causa), o
advogado, e outros, que assistam ou tenham assistido as partes.
PROVA TESTEMUNHAL
• 4. Classificação das testemunhas:Conforme tenham notícia dos fatos, a
doutrina classifica as testemunhas em:
• a) Presenciais: São aquelas que tiveram contato direto com o fato que se
pretende provar, havendo maior credibilidade e riqueza de detalhes;
• b) De referência: Não presenciaram o fato mas tem notícia deste através de
terceiros;
• c) Referidas: Embora não arroladas pelas partes, foram mencionadas através do
depoimento de outras testemunhas, podendo ser ouvidas de ofício ou a
requerimento das partes;
PROVA TESTEMUNHAL
• 5. Obrigações e Direitos das testemunhas:
• São deveres da testemunha:
• a) Comparecer em juízo sempre que intimada. Tal hipótese se aplica
apenas às testemunhas previamente intimadas, e, se descumprir tal
obrigação, será conduzida sob vara, sendo responsabilizada pelas
despesas decorrentes.
PROVA TESTEMUNHAL
• b) Prestar depoimento, o qual decorre do dever genérico de
colaboração com a justiça para o descobrimento da verdade, devendo
responder o que lhe for perguntado. Todavia, pela regra do artigo 406
do CPC, tal dever deixa de existir quando os fatos indagados possam
representar dano de ordem moral, para si ou para sua família, ou
quando deva guardar sigilo , por estado ou profissão. Apesar de não
haver a previsão legal, também fica desobrigada de prestar
testemunho quando dele possa resultar processo penal.
PROVA TESTEMUNHAL
• c) Dizer a verdade. A testemunha não serve para favorecer a parte
que a arrolou, mas sim para auxiliar o juiz na busca da verdade dos
fatos. Por isto existe a previsão legal de crime por falso testemunho
(art. 342 do CP).
PROVA TESTEMUNHAL
• São direitos da testemunha:
• a) Ter o depoimento tomado por juiz. Não podem as partes perguntar
diretamente à parte, devendo ser perguntado ao juiz, que
formulará a pergunta à testemunha se entender que esta seja
pertinente.
PROVA TESTEMUNHAL
• b) Ser tratada com respeito e urbanidade, sendo vedadas perguntas
capciosas ou vexatórias, não podendo ser objeto de chacotas ou
constrangimentos.
• c) Recusar-se a responder as perguntas caso destas lhe resultar
processo criminal.
PROVA TESTEMUNHAL
• d) Ressarcimento das despesas efetivamente sofridas, que serão
suportadas pela parte que a arrolou.
• e) Não sofrer perda de salário nem desconto no tempo de serviço, eis
que o testemunho é considerado serviço público.
PROVA TESTEMUNHAL
• 6. Procedimento da prova testemunhal
• A prova testemunhal deve ser sempre requerida pelas partes,
incumbindo a estas, até 10 dias antes da audiência, depositar em
cartório o rol de testemunhas, indicando o nome, profissão e
endereço para intimação, podendo ser no máximo de 10, mas
podendo ser limitada em até 3 se servir para provar o mesmo fato.
PROVA TESTEMUNHAL
• No procedimento sumário, as testemunhas do autor devem ser
arroladas à inicial, e as do Réu junto à contestação.
PROVA TESTEMUNHAL
• Em sendo indicado como testemunha o juiz da causa, este, se tiver
conhecimento dos fatos, se declarará impedido. Se nada souber,
mandará excluir o seu nome do rol.
PROVA TESTEMUNHAL
• A falta de arrolamento das testemunhas importa na preclusão do ato,
não se admitindo que, posteriormente, sejam ouvidas, exceto se o
juiz as ouvir de ofício.
PROVA TESTEMUNHAL
• Tal procedimento dá-se em homenagem ao princípio do
contraditório, a fim de assegurar à parte contrária a ciência das
provas que a parte produzirá para, inclusive, exercer o direito de
contradita.
PROVA TESTEMUNHAL
• Até por isto, não se admite a substituição da testemunha exceto nos
casos de falecimento, enfermidade grave ou mudança de residência,
impossibilitando a localização da testemunha. Havendo uma destas
hipóteses, deve ser assegurado à parte contrária o mesmo prazo de
10 dias, a fim de possibilitar o seu prévio conhecimento.
PROVA TESTEMUNHAL
• O momento adequado à prova testemunhal é a audiência de
instrução, perante o juiz da causa, após os esclarecimentos do perito
e o depoimento das partes (se houver), exceto nos casos de produção
antecipada da prova, quando a testemunha for ouvida por carta, ou
quando for inquirida em outro local por estar acometida de
enfermidade que impossibilite o seu comparecimento à audiência,
mas não o seu depoimento.
PROVA TESTEMUNHAL
• Também não depõem em audiência de instrução e julgamento, sendo inquiridos
em sua residência ou local de trabalho, em razão da função que exercem, o
Presidente da República, do senado e da Câmara Federal e seus respectivos vices,
os Ministros de Estado, os Ministros dos Tribunais Superiores, o Procurador Geral
da República, os integrantes do Legislativo Federal e Estadual, os Governadores,
os Juízes e Desembargadores bem como os embaixadores cujo país de origem
conceda idêntica prerrogativa ao agente diplomático brasileiro. Nestes casos, o
juiz solicitará à autoridade que designe dia, hora e local a fim de ser inquirida,
remetendo-lhe cópia da peça que a inquiriu como testemunha.
PROVA TESTEMUNHAL
• Do mandado de intimação da testemunha deve constar o dia, hora,
local, nome das partes e natureza da causa, podendo ser feita pelo
correio ou através de oficial de justiça.
PROVA TESTEMUNHAL
• É facultado à parte levar a testemunha à audiência independente de
intimação, sendo que o seu não comparecimento implica na
presunção de que desistiu de ouvi-la.
PROVA TESTEMUNHAL
• Primeiro são ouvidas as testemunhas do autor, depois as do réu,
separadamente, não podendo uma presenciar o depoimento da
outra.
PROVA TESTEMUNHAL
• Antes de iniciado o depoimento, será indagado à testemunha sobre
sua qualificação, argüindo-lhe a incapacidade, suspeição ou
impedimento. Este é o momento adequado para que a parte
contrária contradite a testemunha, surgindo, então, questão
incidental a ser resolvida na própria audiência, mediante decisão do
juiz. Aceita a contradita, a testemunha poderá ser dispensada ou
mesmo ouvida pelo juiz, que a dispensará do compromisso,
atribuindo o valor da prova conforme sua convicção.
PROVA TESTEMUNHAL
• Aceito o depoimento, o juiz deverá advertir a testemunha para que
esta fale a verdade, mencionando a previsão de crime para falso
testemunho. Prestado o compromisso, inicia-se o testemunho.
PROVA TESTEMUNHAL
• O juiz inquire a testemunha acerca dos fatos articulados pelas partes
e, em seguida, às partes é possibilitado formular perguntas à
testemunha, perguntando primeiro a parte que arrolou a referida
testemunha.
PROVA TESTEMUNHAL
• Cada resposta é ditada pelo juiz ao escrivão, que lavra um termo, seja
por datilografia ou uso de computador, que, depois de concluído, é
assinado pelo juiz, pelo depoente e pelos advogados das partes. É
ainda facultado à parte solicitar a gravação do depoimento, podendo
ser, posteriormente, solicitada a sua degravação, em caso de
necessidade ou recurso.
PROVA TESTEMUNHAL
• A testemunha deve ater-se ao que lhe for perguntado, sendo vedadas
perguntas de cunho subjetivo ou que importem em juízo de valor. É
vedado trazer o depoimento por escrito, podendo utilizar anotações
para fins de esclarecer algum ponto duvidoso.
PROVA TESTEMUNHAL
• Por fim, é facultado ao juiz, ou a requerimento da parte, a inquirição
de testemunhas referidas nas declarações da parte ou das
testemunhas, bem como a acareação e duas ou mais testemunhas, ou
de alguma delas com a parte, quando houver divergência em suas
declarações que possa influir na decisão da causa, a fim de, em
confrontando as testemunhas, possa ser suprida a divergência.
Pequenas diferenças de pontos secundários não autorizam a
acareação, não sendo permitido, também, acareação entre partes.
• ⇨ a incapacidade, suspeição e impedimento são vícios que retiram a
capacidade subjetiva da pessoa para prestar depoimento na condição de
testemunha.
• ⇨ não se admite que o incapaz preste depoimento, sequer como
informante.
• ⇨ suspeição e impedimento podem prestar depoimento como informante.
Ex.: preposto e gerente como testemunhas.
• ⇨ de acordo com a jurisprudência dominante o trabalhador nomeado
preposto em determinada reclamação poderá prestar depoimento como
testemunha em outra demanda.
• ⇨ o gerente não pode prestar depoimento por ser considerado suspeito,
desde que efetivamente possua a representatividade do empregador.
• Contradita
• ⇨ é o incidente processual utilizado para argüição de incapacidade,
suspeição ou impedimento da testemunha;
• ⇨ deve ser argüida após a qualificação e antes do compromisso legal.
• OBS: CONTRADITA SUPERVENIENTE – o conhecimento da hipótese de
suspeição ou incapacidade ocorre em momento posterior à
qualificação.
• • Reperguntas (CPC, 416)
• ⇨ nosso sistema processual não permite perguntas diretamente à
testemunha. (art. 416, CPC)
• Ordem nos depoimentos
• ⇨ a CLT é omissa neste ponto, aplicando-se o CPC. Logo serão ouvidas
primeiro as testemunhas do autor, posteriormente as do réu,
cuidando para que aquele que não depôs não ouça o depoimento dos
demais.
• • Gravação pela parte (417/CPC)
• ⇨ as partes poderão gravar o depoimento das testemunhas.
• Prova Pericial
• ⇨ é obrigatória em alguns casos, como por exemplo, o pedido de adicional
de periculosidade ou de insalubridade.
• ⇨ de acordo com orientação do TST, mesmo na hipótese de revelia
(confissão ficta), o juiz deverá determinar a realização de prova pericial.
• ⇨ indicação de assistente técnico
• - o juiz facultará às partes a nomeação de assistente técnico e formulação
de quesitos.
• ⇨ perito judicial: cabem exceções de suspeição e de impedimento. (arts.
134/135 CPC).
• Quesitos
• ⇨ são questionamentos pautados pelas partes cujo pronunciamento é
requerido ao perito judicial durante a realização da perícia.
• ⇨ os honorários do perito judicial serão pagos pela parte sucumbente na
pretensão da perícia.
• ⇨ a Justiça Gratuita abrange as despesas com honorários periciais, não
sendo, entretanto, pacífico tal entendimento.
• Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é
da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária
de justiça gratuita. (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)
•8. DECISÃO NO PROCESSO DE
TRABALHO
• Conceito - ato da autoridade jurisdicional que exprime e afirma a
concreta disciplina que deve regular, segundo a lei, a situação jurídica
existente entre as partes, in judicium deducta. (Liebman)
• Diferença de sentença e parecer jurídico - quanto ao conteúdo, quem
quer que tenha conhecimento necessário pode emitir parecer sobre
uma questão jurídica, que será diferente da sentença, sobre uma
mesma questão, no que concerne à eficácia.
• ⇨ o parecer vale pelo que tiver de convincente
• ⇨ a sentença comanda, vincula, possui uma “força”. Numa palavra, é
eficaz.
• Sentença e outros atos do Juiz. Diferenças: de acordo com o CPC, art. 162,
os atos do Juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e
despachos
• ⇨ sentença é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo, decidindo ou
não o mérito da causa.
• ⇨ decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo,
resolve questão incidente.
• ⇨ despachos são todos os demais atos do juiz, praticados no processo, de
ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece
outra forma.
• ⇨ despachos ordinatórios (§ 4º do artigo 162) alivia o juiz, autorizando
que o servidor da secretaria os pratique.
• ⇨ a decisão judicial é denominada sentença e os tribunais expressam os
seus julgados por meios de acórdãos.
• Quanto às sentenças, estas podem ser:
• ⇨ Citra petita - quando a sentença não se pronuncia sobre o pedido ou
apenas sobre parte dele.
• ⇨ Ultra petita - quando a sentença concede quantitativamente, além do
que pedido
• ⇨ Extra petita - quando a sentença concede o que não é objeto do pedido.
• ⇨ em havendo embargos de declaração a sentença citra petita pode ser
completada
• ⇨ em havendo recurso das sentenças ultra petita e extra petita, não se
anulam os decisórios, apenas eliminando-se os excessos concedidos,
observando-se os princípios da celeridade e do aproveitamento dos atos
processuais.
• decisão ultra petita - quando o Juiz impõe o pagamento com o
acréscimo de 50% do salário incontroverso que não é depositado na
audiência, nos termos do art. 467 da CLT
• ⇨ decisão extra petita - quando o Juiz, apesar de julgar
improcedente o inquérito judicial para apuração de falta grave,
converte a reintegração em indenização, por entendê-la
desaconselhável, dado o grau de incompatibilidade resultante do
dissídio, especialmente quando for o empregador pessoa física.
• Retificação de erro material - pode ser feita a qualquer tempo e não
se confunde com o instituto dos embargos de declaração. É erro de
fato (art. 833 da CLT)
• Exigência de validade da sentença trabalhista
• ⇨ Com a edição da Lei 10.035/00 é pré-requisito para validade da
sentença trabalhista, a indicação da natureza jurídica de cada parcela
(verba salarial ou indenizatória) constante da condenação ou do
acordo homologado e o limite de responsabilidade de cada parte
litigante em relação ao recolhimento da contribuição previdenciária
• ⇨ a sentença trabalhista gera dois títulos:
• a) um executivo judicial em favor do credor/Reclamante
• b) um título executivo extra-judicial de caráter meramente
administrativo em favor do INSS, sendo executadas ex offíco pelo Juiz

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