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ART.

229 À
250 - CPP
Alunas: Cinthia Antunes
Camilly Vitória
Danyele Andrade
Larissa Soares
Júlia Schinaiders
Art. 229 à 230
CONCEITO
A acareação configura ato processual em que os
indivíduos são confrontados após a oitiva a respeito de
determinado fato e reperguntados sobre as
inconsistências nas versões dadas anteriormente com
finalidade de obter a verdade sobre o fato, sendo assim
somente uma versão será considerada verídica.
Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre
acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou
testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas,
sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou
circunstâncias relevantes.

Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para


que expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o
ato de acareação.
PROCEDIMENTO
A acareação será marcada por
dia e hora e serão intimados o MP e
as partes, esta deve ser gravada ou
redigida pelo escrevente em um
OBSERVAÇÃO
termo de acareação.
É facultado as partes
participarem, respeitando o
princípio da não autoincriminação,
sendo assim ninguém é obrigado a
produzir provas contra si mesmo.
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações
divirjam das de outra, que esteja presente, a esta se darão a
conhecer os pontos da divergência, consignando-se no auto o que
explicar ou observar. Se subsistir a discordância, expedir-se-á
precatória à autoridade do lugar onde resida a testemunha ausente,
transcrevendo-se as declarações desta e as da testemunha presente,
nos pontos em que divergirem, bem como o texto do referido auto, a
fim de que se complete a diligência, ouvindo-se a testemunha
ausente, pela mesma forma estabelecida para a testemunha
presente. Esta diligência só se realizará quando não importe
demora prejudicial ao processo e o juiz a entenda conveniente.
ACAREAÇÃO POR PRECATÓRIA
Admite acareação por precatória, porém seu efeito é quase nenhum
visto que, diversa da sua finalidade inicial que seria confrontar ambas
testemunhas ou partes frente a frente com juiz, sendo perceptível
linguagem corporal caso os fatos narrados sejam inverdades, portanto, a
pessoa ausente pode esclarecer os fatos conforme sua visão e a
acareação não obter a finalidade necessária.
Art. 231 à 238
CONCEITO
Documentos é todo material, produto de uma
atividade humana, que contenha algum tipo de
manifestação intelectual (palavras, imagens, sons e etc).
É indispensável que o documento externe alguma
manifestação de vontade, realidade ou pensamento
pertinente e juridicamente relevante para o processo, com
isso pode ser apresentados os documentos em qualquer
fase processual como meio de provas.
Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão
apresentar documentos em qualquer fase do processo.
REQUERIMENTO
A juntada de outros documentos
pode ser requerida na fase de instrução,
após a juntada dos documentos o juiz
deve intimar as partes para tomar OBSERVAÇÃO
ciência do documento sob pena de
nulidade, por violação ao princípio da A prova documental é uma das
ampla defesa e do contraditório, bem mais seguras, e sua superioridade
como, permitir apenas a exibição de resulta incontestável sobre a prova
documentos em plenário que foram oral.
juntados com antecedência de no
mínimo 3 dias conforme art. 479 CPP.
PROVA EMPRESTADA
A prova emprestada consiste na prova que foi
produzida em outro processo e que é transladada por
meio de certidão nos autos do processo atual, pode-se
referir a qualquer uma das modalidades probatórias,
como documentos, testemunhas, confissões, perícias ou
depoimento pessoal.
ELEMENTOS
Para que não seja nula, a prova
importada deve ter sido colhida
originariamente pelo juiz natural,
É imprescindível que não se trate de em conformidade com os
prova ilícita (CF, art. 5º, LVI); princípios regentes.
LICITUDE DAS DEVIDO
PROVAS PROCESSO

IDENTIDADE DAS IDENTIDADE DE


PARTES FATOS
As partes envolvidas nos dois A prova emprestada deve ser
processos devem ser as mesmas. pertinente e relevante.
OBSERVAÇÃO

A impossibilidade de produção da
prova original no processo que a
recebe não é condição de validade da
prova emprestada.

Exemplo: no caso de prova oral


produzida no processo que cede, não é
indispensável que ela já não possa ser
produzida, oralmente, no processo que
recebe a cópia do depoimento
respectivo.
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos,
instrumentos ou papéis, públicos ou particulares.

Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente


autenticada, se dará o mesmo valor do original.
QUANTO AO AUTOR:
Quando feitos por qualquer particular.
Exemplo: Contrato de locação (uma Documentos feitos pelo
declaração redigida por determinada próprio autor do fato
pessoa). documentado;
PRIVADOS OU
AUTÓGRAFOS
PARTICULARES

PÚBLICOS OU
PARTICULARES HETERÓGRAFOS
Quando elaborados por alguém que Documentos cuja nota essencial
se encontre no exercício legítimo de consiste em que não são formados
função pública. Exemplos: uma por quem realiza o ato
certidão de nascimento. documentado.
QUANTO À FORMA

SOLENES
São os documentos que necessitam LIVRES OU NÃO
de requisitos formais estabelecidos SOLENE
em lei. Exemplos: a letra de
São documentos que não necessitam de
câmbio e a nota promissória.
qualquer formalidade rígida. Podem ser
confeccionados livremente. Exemplo: um
recibo de compra e venda firmado por
particular.
QUANTO À FINALIDADE

CASUAIS
Quando não foram feitos com a
prévia e deliberada intenção de PRÉ-
constituir meio de prova. CONSTITUÍDOS
Quando concebidos e elaborados com o
objetivo de fazer prova a respeito de
determinado fato.
OBSERVAÇÃO

Caso documento venha a ser proveniente


de cópia esta deve ser autenticada para obter
o mesmo valor do original, entretanto a
cópia não autenticada dispõe de valor
probatório em juízo, sendo assim por
fotografia entende-se fotocopia, a cópia
feita por xerox ou scanner.
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por
meios criminosos, não serão admitidas em juízo.

Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo


respectivo destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja
consentimento do signatário.
As cartas particulares não podem ser utilizadas como meio de
provas devido a sua ilicitude e violação do princípio contida no art.
5º, LVI, da CF, e ao disposto no art. 157, caput e § 1º, do CPP,
entretanto as cartas poderão ser exibidas em juízo pelo seu
destinatário visto que, nessa hipótese não haverá a violação de
correspondência propriamente dita, portanto não teria sentido proibir
que alguém possa usar em juízo, como prova de sua inocência,
documento de que é portador e legítimo destinatário.
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento
relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará,
independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua
juntada aos autos, se possível.
Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão
submetidas a exame pericial, quando contestada a sua autenticidade.
EXAME PERICIAL
A providência que se deve adotar para tal verificação é
o exame grafotécnico, por meio do qual, com base em
conhecimentos técnicos específicos.
Quando não houver escritos para a comparação ou
forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará
que a pessoa escreva o que lhe for ditado") não obriga o
indiciado a fornecer prova para caracterizar sua própria
culpa, mas apenas determina a intimação deste para,
querendo, fornecê-la.
Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de
sua juntada imediata, serão, se necessário, traduzidos por tradutor
público, ou, na falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade.
Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com
o original, em presença da autoridade.
Entende-se por pública-forma a cópia autenticada de determinado
documento, sendo caso de dúvida da veracidade do documento a
autoridade pode solicitar a apresentação documento original, não
sendo possível, a autoridade pode determinar a expedição de ofício ao
oficial público que conste tenha assinado a autenticidade do
documento.
Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando
não exista motivo relevante que justifique a sua conservação nos autos,
poderão, mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser
entregues à parte que os produziu, ficando traslado nos autos.
OBSERVAÇÃO

É preciso redobrada cautela quando se tratar de


documento que constitua o corpo de delito, pois em
alguns casos a discussão poderá ser renovada em sede
de revisão criminal, e a ausência do documento

original poderá acarretar consequências indesejadas


para a realização da Justiça.
Art. 239
CONCEITO
Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e
provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução,
concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.
CLASSIFICAÇÃO
De acordo com François Gorphe os indícios podem ser classificados como:

FORÇA PROBATÓRIA
Podem ser manifestos (têm relação direta e quase necessária com o fato que se pretende provar),
próximos (têm uma conexão direta e não necessária com o fato que se pretende provar) ou remotos
(têm algum vínculo contingente com o fato que se pretende provar).

EXTENÇÃO
Podem ser comuns ou gerais (referem-se a qualquer espécie de delito); próprios ou especiais
(referem-se a um tipo de delito em particular).

CRONOLÓGICO
Pode ser antecedente (precede ao fato probando), concomitante (concomitante ao fato) ou
subsequente (posterior ao fato). Leva em conta o tempo em que se situa em relação com o delito.
Art. 240 à 250
CONCEITO
Nem sempre a prova se encontra disponível para ser carreada ao processo
espontaneamente, e diante de situação justificada o juiz poderá determinar sua busca
e apreensão, matéria regulada nos arts. 240 a 250 do CPP.

Busca é a procura; diligência destinada à localização de pessoa ou coisa que


guarde relação de interesse com determinado delito.

Apreensão é restrição jurídica que se impõe à liberdade de pessoa ou à posse de


coisa certa, como decorrência de sua vinculação a um delito.
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados
ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou
destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder,
quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à
elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.
§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém
oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do
parágrafo anterior.
Podem proceder à busca pessoal aqueles agentes incumbidos de
garantir a segurança pública, como os indicados no art. 144 da CF, a
saber: policial federal; policial rodoviário federal; policial ferroviário
federal; policiais civis; policiais militares (entre eles os integrantes de
corpos de bombeiros militares).

OBS: Condição para que se faça a busca domiciliar é a presença


de fundadas razões, ao passo que para a busca pessoal a lei
exige fundadas suspeitas, em qualquer caso, de encontrar-se o alvo da
busca em uma das hipóteses.
Art. 241. quando a própria autoridade policial ou judiciária não a
realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da
expedição de mandado.
REVOGADO
O art. 241 do CPP foi derrogado pelo art. 5º, XI, da CF,
segundo o qual “A casa é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém
nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial”.
Pretendendo fazer esse tipo de busca, deverá pedir autorização
ao juiz competente, que, após a ­manifestação do Ministério
Público, se deferir o pedido, fará expedir o mandado respectivo,
que será entregue à autoridade solicitante.
Art. 242. a busca poderá ser determinada de ofício ou a
requerimento de qualquer das partes.
Decorre do sistema de garantias fundamentais que o mandado
judicial de busca deve ser certo e determinado. Materializa
constrangimento ilegal o mandado incerto, indeterminado, aleatório.
Art. 244. a busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão
ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de
arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito,
ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
art. 245. as buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador
consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os ­executores
mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em
seguida, a abrir a porta.
§ 1º se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qualidade e o
objeto da diligência.
§ 2º em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.
§ 3º recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra coisas
existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura.
§ 4º observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando ausentes os moradores, devendo,
neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver
presente.
§ 5º se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador será intimado
a mostrá-la.
§ 6º descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente apreendida e
posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes.
§ 7º finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assinando-o com
duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º.
a) em regra, não é possível ingressar em domicílio alheio sem o
consentimento do morador, em hora alguma, durante o dia ou
durante a noite;
b) se houver consentimento do morador, como é evidente, o ingresso
poderá ocorrer a qualquer hora do dia ou da noite;
c) em casos justificados pela excepcionalidade será possível
o ingresso desautorizado, durante a noite:
c.1) no caso de desastre;
c.2) para prestar socorro; ou
c.3) no caso de flagrante delito.
d) durante o dia, como ensina TOURINHO FILHO, além das
hipóteses anteriormente listadas, poderá ocorrer ingresso sem o
consentimento do morador:
d.1) no estrito cumprimento de dever legal (exemplo: agentes de
saúde no trabalho de prevenção ou combate de epidemias);
d.2) no exercício regular de um direito (exemplo: art. 1.313 do CC).
d.3) quando houver autorização judicial.
art. 246. aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando se tiver de
proceder a busca em compartimento habitado ou em aposento ocupado de
habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao público, onde alguém
exercer profissão ou atividade.
art. 247. não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos da
diligência serão comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
Art. 248. em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os
moradores mais do que o indispensável para o êxito da diligência.

Como sentenciou Eduardo Espínola Filho: “Constituindo a busca domiciliar,


como a pessoal, uma medida extrema, de que se lança mão, excepcionando as
garantias constitucionais da inviolabilidade do domicílio, à vista da
predominância do interesse público sobre o particular, deve ser levada a efeito
com moderação, que não importa em prejuízo da energia, e urbanidade, devendo
os encarregados da diligência procurarem diminuir, tanto quanto possível, os
incômodos resultantes da mesma” (Código de Processo Penal brasileiro anotado,
3ª ed., Rio de Janeiro, Borsoi, 1955, v. III, p. 206).
art. 249. a busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar
retardamento ou prejuízo da diligência.
- A cautela disposta no art. 249 do CPP tem por escopo preservar ao
máximo a integridade da mulher submetida à busca, evitando abusos,
exposição e constrangimento além do estritamente necessário.

- Mas é possível que uma mulher seja revistada por um homem, se a


providência for imprescindível para o êxito da diligência.

- Nesse caso, a lei optou por submeter o interesse particular ao


interesse público, e o fez acertadamente.
Art. 250. a autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de
jurisdição alheia, ainda que de outro estado, quando, para o fim de apreensão,
forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à competente
autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a urgência desta.
§ 1º entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento da
pessoa ou coisa, quando:
a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte, a seguirem sem
interrupção, embora depois a percam de vista;
b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por informações fidedignas ou
circunstâncias indiciárias, que está sendo removida ou transportada em
determinada direção, forem ao seu encalço.
§ 2º se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da
legitimidade das pessoas que, nas referidas diligências, entrarem pelos seus
distritos, ou da legalidade dos mandados que apresentarem, poderão exigir as
provas dessa legitimidade, mas de modo que não se frustre a diligência.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Marcão, R. Código de processo penal comentado. [Digite o Local da Editora]:


Editora Saraiva, 2016. 9788502626799. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788502626799/. Acesso em:
07 Nov 2022

Código de Processo Penal. Disponivel em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm. Acesso
em: 07 Nov 2022

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