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DIREITO PROCESSUAL:

ADMINISTRATIVO,
CONSTITUCIONAL, CIVIL,
PENAL,
TRABALHISTA E TRIBUTÁRIO
PROCESSO DE
CONHECIMENTO

25 DE FEVEREIRO DE 2021
AP R ES ENTAÇ ÃO:

EVANDRO MELO
(81) 99126-9992
PROFESSOR – CURSO DE DIREITO

25 DE OUT - 2023
Teoria geral da prova
Parte I

Conceitos básicos
Cognição judicial

• = atividade predominantemente
intelectiva, por meio da qual o juiz
analisa alegações de fatos, colhe e valora
provas e profere decisões.
• Predominância no chamado “processo
de conhecimento”
• Classificações:
• Vertical: Sumária / exauriente
• Horizontal: Parcial / plena
Direito constitucional à prova

• Ampla defesa e contraditório (art. 5º, LIV,


CF)
• Poder de influir de forma eficaz na formação
do convencimento do juiz
• Inclui os poderes de alegar / provar /
recorrer / executar
• Cerceamento de defesa em dois graus:
• Indeferimento de provas + julgamento com base
em regras de ônus d prova
• Indeferimento de provas que em tese poderiam
alterar o convencimento do juiz.
Parte II

Princípios do direito probatório


Persuasão racional (ou livre
convencimento motivado)

• Art. 371, CPC


• Sistemas de valoração da prova:
• Livre convencimento (direito romano
clássico)
• Prova tarifada (direito alta Idade Média)
• Livre convencimento motivado (direito
contemporâneo)
• Há resquícios de tarifações probatórias
Aquisição (ou comunhão) da prova

• Art. 371, CPC


• Decorrência do livre convencimento
motivado
• Valoração recai sobre todos os
elementos probatórios constantes dos
autos, sem hierarquização entre provas
produzidas por uma parte, por outra ou
pelo juiz
Atipicidade

• Art. 369, CPC


• Meios típicos de provas não esgotam as
possibilidades de levar ao
conhecimento do juiz fontes de prova
Vedação das provas ilícitas ou
ilicitamente obtidas

• Art. 5º, LVI, CF


• Busca da “verdade” x proteção de
outros valores constitucionais (vida,
dignidade da pessoa humana,
privacidade).
Proibição de obrigação de produção de
prova contra si mesmo

• Art. 5º, LXIII, CF; art. 186, par.ún., CPP;


art. 379, CPC
• Projeção no plano penal.
• Possível interferência no processo civil,
quando houver fato que possa trazer
consequências penais
Cooperação

• Art. 378 a 380, CPC


• Partes:
• Exibição de documentos sob pena de presunção
• Depoimento pessoal sob pena de confesso
• Terceiros:
• Exibição de documentos sob pena de busca e
apreensão ou multa
• Depoimento testemunhal sob pena de condução
coercitiva ou multa (exceções no art. 448, CPC)
Proibição de uso de conhecimento
privado do juiz

• Art. 452, I, CPC


• Exceções
• Fatos notórios (art. 374, I, CPC)
• Máximas de experiência (art. 375, CPC)
Parte III

Conceitos básicos
Posição do direito probatório

• Normas de direito processual, direito


material ou heterotópicas?
• Arts. 369-484, CPC x Art. 212-232, CC.
Posição do direito probatório

• Prova x Requisito de validade (ex.:


fiança exige contrato)
• CC x CPC – lei federais ordinárias
• Prova judicial (= juiz e partes como
destinatários) x Prova extrajudicial (=
partes como destinatário)
Conceitos

• Objeto da prova
• Fonte de prova
• Meio de prova
• Momentos da prova
• Destinatários da prova
Objeto da prova

• = Alegações de fatos controversos,


pertinentes e relevantes
• Fato controverso = alegado por uma parte e
impugnado pela outra
• Ponto => questão.
• fato incontroverso independe de prova (art. 374,
II e III, CPC)
• Fato pertinente = que concerne à situação
concreta em que eclodiu o litígio
• Fato relevante = cujo conhecimento é apto a
interferir na decisão judicial
Objeto da prova

• Excepcionalmente, o objeto da prova é


o direito (art. 376, CPC):
• Municipal
• Estrangeiro
• Consuetudinário
Fonte da prova

• = elemento concreto a partir do qual o


juiz pode extrair informações para
reconstrução dos fatos
• Pessoas – partes (depoimento pessoal) ou
terceiros (testemunhas)
• Coisas (perícia, inspeção)
• Documentos
Meios da prova

• = procedimento que propicia o contato do juiz e


das partes com a fonte de prova
• Ata notarial (art. 384 CPC)
• Depoimento pessoal (art.385-388, CPC)
• Confissão (arts. 389-395 CPC)
• Exibição de documento ou coisa (arts. 396-404 CPC)
• Documental (arts. 405-441 CPC)
• Testemunhal (arts. 442-463 CPC)
• Pericial (arts. 464-480 CPC)
• Inspeção (arts.481-484 CPC)
Momentos da prova

• Requerimento
• Admissão
• Produção
• Valoração

• Exceções:
• Prova documental: requerimento + produção /
admissibilidade + valoração
• Prova antecipada: requerimento / admissão /
produção
Destinatários da prova

• Juiz:
• Prova como elemento fundamental para exercício da
cognição e para proferimento de decisão imperativa

• Partes:
• Direito à prova x Direito de provar
• Produção antecipada de prova sem urgência (art. 381,
II e III, CPC)
Parte IV

Classificações
Classificações

• Quanto à fonte de prova:


• Pessoal – Declaração ou afirmação feita por alguém
• Real – Exame de uma pessoa ou de uma coisa.

• Quanto ao método de sua produção:


• Oral – depoimento pessoal, oitiva de testemunha,
inspeção
• Escrita – prova pericial
Classificações

• Quanto à forma de produção:


• Prova pré-constituída
• Prova constituenda

• Quanto à fase processual produção:


• Fase postulatória (petição inicial / contestação)
• Fase instrutória (após saneamento)
• Produção antecipada
Classificações

• Quanto aos fatos objeto da prova:


• Provas diretas – Relação imediata com o fato
principal
• Provas indiretas – Relação com fato secundário.
Provas atípicas
Provas ilícitas
Parte I

Provas atípicas
Base legal

• Art. 369 do CPC: “As partes têm o


direito de empregar todos os meios
legais, bem como os moralmente
legítimos, ainda que não especificados
neste Código, para provar a verdade
dos fatos em que se funda o pedido ou
a defesa e influir eficazmente na
convicção do juiz”.
Conceito

• Atipicidade do meio (e não do objeto ou


fonte).
• Acesso à fonte de prova por um
procedimento distinto daquele previsto
como meio típico.
• Argumento contra: violação do devido
processo legal
• Argumento pró: possibilidade de
preservação do contraditório mesmo sem
observância do meio típico.
Exemplos

• Pedido de simples informação a terceiro, por escrito


• Não é prova testemunhal ou exibição de documento.
• Argumentos contra: violação ao contraditório (perguntas /
contradita) e à oralidade
• Argumentos pró: contraditório a posteriori, economia
processual. Terceiro tem a obrigação de cooperar (art. 380,
I) não apenas pelos meios típicos
Exemplos

• Declaração escrita ou em meio audiovisual de


terceiro sobre os fatos controvertidos
• Não é prova testemunhal ou exibição de documento.
• Comum em outros países (witness written statements)
• Prova vista com desconfiança
• Argumentos contra: violação ao contraditório (perguntas /
contradita) e à oralidade
• Argumentos pró: contraditório a posteriori, economia
processual. Terceiro tem a obrigação de cooperar (art. 380,
I) não apenas pelos meios típicos
Exemplos

• Auto de constatação por oficial de justiça


• Não é prova pericial, inspeção judicial ou prova
testemunhal
• Argumentos contra: violação ao contraditório
(acompanhamento da diligência)
• Argumentos pró: contraditório a posteriori, economia
processual. Relato do Oficial de Justiça goza de fé pública.
Exemplos

• Depoimento pessoal da parte / testemunhas sem as


formalidades legais

• Prova psicografada
Prova emprestada

• Art. 372 do CPC: “O juiz poderá admitir a utilização de


prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o
valor que considerar adequado, observado o
contraditório” – ainda assim prova atípica?
• Aplicação apenas às prova constituendas: prova
conserva sua natureza ao ser transposta
Prova emprestada

• Contraditório na produção da prova x contraditório


sobre a prova já produzida
• Entendimento jurisprudencial de que a prova
emprestada dependeria de identidade de partes entre
o processo de origem e o de destino:
• E se uma das partes do processo de destino não participou
da colheita da prova, mas quer usá-la a seu favor?
• E se o objeto o processo de origem era diferente?
• Alegação de ausência de contraditório na produção da
prova é suficiente para impedir o empréstimo?
Prova emprestada

• Se não houve contraditório no processo de origem, a


prova é simplesmente descartada?
• Argumentos pró: violação ao contraditório impede que a
prova seja admitida e, se possível, deve ser repetida
• Argumentos contra: violação ao contraditório impacta a
valoração da prova emprestada

• Balanço: há natural preferência pela prova típica mas,


sobretudo no caso de impossibilidade de repetição da
prova emprestada, deve ser ela admitida e valorada
com cautela.
Parte II

Provas ilícitas
Matriz normativa

• Art. 5º, LVI, CF: “são inadmissíveis, no


processo, as provas obtidas por meios
ilícitos”.
Natureza da norma

Busca da verdade
x
Proteção a outros valores

• Vida / integridade física / dignidade da


pessoa humana
• Intimidade / vida privada
• Etc.
Classificação
• Prova ilícita em caráter absoluto (ou
simplesmente ilícita)
• Ex.: confissão obtida mediante tortura
• Inadmissibilidade mesmo que houvesse
autorização judicial
• Prova ilícita em caráter relativo (ou
ilicitamente obtida)
• Ex.: interceptação telefônica sem autorização
judicial ou fora dos casos legais
• Prova seria lícita se tivesse havido o cumprimento
de procedimentos legais
Exemplos

• Elemento probatório obtido a partir de


invasão ilegal a domicílio
• Interceptação de comunicações não
autorizada judicialmente ou autorizada
fora da hipótese da CF
• Elemento probatório obtido a partir da
quebra de segredo de justiça / sigilo
bancário / sigilo fiscal
Distinções

• ≠ prova falsa (que não retrata com


fidelidade fato)
• ≠ prova ilegítima (colhida
desrespeitando-se o contraditório)
Interceptação de comunicações

• Art. 5º, XII, da CF: “é inviolável o sigilo


da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e
das comunicações telefônicas, salvo, no
último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação
criminal ou instrução processual penal”
• Regulamentação pela Lei n. 9296/96
Interceptação de comunicações

• Interceptação x Gravação pelo


interlocutor
• Aplicação à gravação ambiental? Em
espaço privado ou público?
• Pode ser emprestada para o cível?
• Pode ser usada a favor da própria parte
interceptada?
• E se o interceptado for o terceiro?
Interceptação de comunicações

• Requisitos da Lei n. 9296/96


• Indícios de autoria
• Inexistência de outra forma de investigação
igualmente eficiente
• Infração punível com reclusão
• Descrição do fato a ser investigado
• Pedido pela polícia (em IP) ou MP (em IP ou
processo)
• Prazo de 15 dias, renovável
• Inutilização de conversas não necessárias.
Consequências

• Desentranhamento
• Suspeição do juiz que travou contato com
a prova ilícita?
• Contaminação de outras provas
• Prova ilícita por derivação
• Fruto da árvore envenenada x descoberta
necessária / fonte autônoma
Questões fundamentais

• Prova atípica x Prova ilícita


• Prova ilegítima x Prova ilícita
• Proibição de provas ilícitas = regra ou
princípio?
DEPOIMENTO PESSOAL E CONFISSÃO
PARTE I

DEPOIMENTO PESSOAL
INTRODUÇÃO

• Fonte da prova é a parte (fonte pessoal)

• Ato de defesa, Ato instrutório ou Ato dispositivo ?


ADMISSIBILIDADE

• Cabimento: Qualquer processo de conhecimento


em que não haja limitações probatórias
• Momento: Pedido anterior à decisão de
saneamento e organização
• Legitimidade: Uma parte pede a oitiva da outra
ou juiz determina ex officio
o Parte pede para ser ouvida – prova atípica ou
exortação para oitiva ex officio?
o Depoimento pessoal x “interrogatório livre”
(art.139, VIII)
QUEM DEPÕE

• Própria parte (capaz)


• Pai, mãe, tutor ou curador (incapaz), salvo se
necessário
• (re)presentante
• Procurador com poderes (exceto o próprio
advogado da parte)
• Preposto?
“PENA DE CONFESSO”

• Ônus (e não dever)


o ≠ dever de comparecer à audiência de
conciliação
• Confissão para que não comparecer e também para
quem
o se nega a responder
o responde com evasivas
• Intimação pessoal, com advertência (art. 385, §1º)
• 48 horas de antecedência (art.218)
• Pena de confesso x contestação que impugna
especificadamente os fatos alegados?
CASOS DE DISPENSA

Art. 388. A parte não é obrigada a depor sobre


fatos:
I - criminosos ou torpes que lhe forem imputados;
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva
guardar sigilo;
III - acerca dos quais não possa responder sem
desonra própria, de seu cônjuge, de seu
companheiro ou de parente em grau sucessível;
IV - que coloquem em perigo a vida do depoente
ou das pessoas referidas no inciso III.
DIREITO DE NÃO PRODUZIR PROVA
CONTRA SI MESMO (art. 379)

• ≠ direito a não se auto-incriminar (processo


penal) – direito de permanecer calado (art. 5º,
LXIII)

• Aplicação restrita a:
o Fatos que podem ser punidos na esfera penal
o Processo civil punitivo.
COLHEITA

• Art. 344 do CPC de 1973 = depoimento igual ao


da testemunha – perguntas do próprio
advogado?
• Autor primeiro, réu depois
• Uma parte não ouve a outra
PARTE 2

CONFISSÃO
INTRODUÇÃO

Matriz normativa = arts 213 e 214, CC / arts.


389 a 395, CPC

Íntima relação com as normas relativas a


depoimento pessoal e interrogatório livre – meio
para obter a confissão judicial provocada
DEFINIÇÃO

Art. 389, CPC – “Há confissão, quando a parte


admite a verdade de um fato, contrário ao seu
interesse e favorável ao adversário”

Não se confunde com a renúncia ao direito sobre


o qual recai a ação e com o reconhecimento
jurídico do pedido (arts,487, III, ‘a’ e ‘c’), que
recaem sobre o direito e vinculam o juiz a uma
decisão.
NATUREZA

Há autores que negam ser meio de prova (ex.:


João Batista Lopes), pois torna desnecessária
outras provas (art. 374 / II).

Crítica: confissão pode ser desmentida por outras


provas
• art. 341, III o reconhece expressamente.
• ex.: confissão da mora acompanhada do
recibo
EFEITOS

Não gera procedência automática, pois:

• recai sobre fatos, mas não sobre o direito


• não necessariamente recai sobre fatos
principais.
• a presunção é relativa, podendo ser
desmentida por outras provas ou porque a
versão é inverossímil.
ELEMENTOS

Objetivo = são fatos (como toda prova) ou o


direito (art. 376).

• Tanto o fato principal (causa petendi) como o


secundário.
• Fato que diga respeito a direito disponível.
ELEMENTOS

Subjetivo = só a parte capaz

• Feita por um litisconsorte não prejudica o


outro
• Pode ser por procuração
• PJ faz pelo seu (re)presentante.
• Preposto?
ELEMENTOS

Volitivo = não se exige vontade específica, mas


não pode ser viciada

• CPC fala em erro, dolo, coação ou fraude


• CC fala em “erro de fato” e coação, apenas.
CARACTERÍSTICAS

• Irretratabilidade, salvo vício (art. 393):


o se pendente o processo, por ação anulatória
(art. 966, §4º)
o se já findo, não há mais ação rescisória
(art.485, VIII)
o Possibilidade de alegação incidenter
tantum?
 Paralelo com a falsidade documental
 Paralelo com a declaratória incidental de
falsidade ideológica
• Indivisibilidade (art. 395)
ESPÉCIES

Judicial ou Extrajudicial

Escrita ou verbal.

Provocada (depoimento pessoal ou interrogatório


livre) ou Espontânea (pode ser requerida pela
própria parte ao juiz e tomada por termo – art.
390, §2º).

Expressa ou tácita (falta de impugnação / falta ao


depoimento pessoal).
PROVA TESTEMUNHAL
CONCEITO

 Fonte pessoal – oitiva de terceiro


 Meio oral – oitiva em audiência
 Substituição por depoimento escrito? Prova atípica?

 Objeto – Fatos

 Expert witness como prova atípica ou típica (art.464,


§3º)?
ADMISSIBILIDADE

• Em qualquer situação, salvo norma em contrário


(art. 442)
• Quando o credor não pode ou não podia, moral
ou materialmente, obter a prova escrita da
obrigação, em casos como o de parentesco, de
depósito necessário ou de hospedagem em hotel
ou em razão das práticas comerciais do local
onde contraída a obrigação (art. 445)
• Nos contratos simulados, a divergência entre a
vontade real e a vontade declarada (art. 446, I)
• Nos contratos em geral, os vícios de
consentimento (art. 446, II).
VEDAÇÕES

• Art.443
– I - já provados por documento ou confissão da
parte
– II - que só por documento ou por exame
pericial puderem ser provados.
– vedação absoluta?
• Art.444 – quanto “a lei exigir prova escrita da
obrigação, é admissível a prova testemunhal
quando houver começo de prova por escrito,
emanado da parte contra a qual se pretende
produzir a prova.”
• Problema de admissibilidade ou de valoração?
VEDAÇÕES

• Art. 55, §3º, Lei 8213/90:


– A comprovação do tempo de serviço para os fins desta
Lei, inclusive mediante justificativa administrativa ou
judicial, observado o disposto no art. 108 desta Lei, só
produzirá efeito quando for baseada em início de prova
material contemporânea dos fatos, não admitida a
prova exclusivamente testemunhal, exceto na
ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito,
na forma prevista no regulamento.
VEDAÇÕES

• Art. 106, Lei 8213/90:


Art. 106. A comprovação do exercício de atividade rural será feita,
complementarmente à autodeclaração de que trata o § 2º e ao cadastro
de que trata o § 1º, ambos do art. 38-B desta Lei, por meio de, entre
outros: II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural; IV -
Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar, de que trata o
inciso II do caput do art. 2º da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010,
ou por documento que a substitua; V – bloco de notas do produtor rural;
VI – notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o
§ 7o do art. 30 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, emitidas pela
empresa adquirente da produção, com indicação do nome do segurado
como vendedor; VII – documentos fiscais relativos a entrega de produção
rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros, com
indicação do segurado como vendedor ou consignante; VIII –
comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social
decorrentes da comercialização da produção; IX – cópia da declaração de
imposto de renda, com indicação de renda proveniente da comercialização
de produção rural; ou X – licença de ocupação ou permissão outorgada
VEDAÇÕES

• Súmula 149/STJ:
– Para efeito de obtenção de benefício
previdenciário, não se prestam à comprovar
atividade rural, prova exclusivamente
testemunhal.
VEDAÇÕES

• Art. 227, CC – REVOGADO PELO CPC/2015


– Salvo os casos expressos, a prova
exclusivamente testemunhal só se admite nos
negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o
décuplo do maior salário mínimo vigente no
País ao tempo em que foram celebrados.
INCAPACIDADES

• Menores de 16 anos ~ incapacidade para os atos


da vida civil
• Interditos ~ incapacidade para os atos da vida
civil
• Quem claramente não demonstra ter condições
(na época dos fatos / na época do depoimento)
• Cego / surdo quanto a fatos que dependem da
visão / audição
IMPEDIMENTOS

• Parentesco (salvo de exigir interesse público ou


se tratar de causa relativa ao estado e não
houver outro meio) – Semelhança com as
hipótese de impedimento do juiz
• Parte – depoimento pessoal
• Representante da parte– depoimento pessoal
• Próprio juiz – ou se reconhece impedido (e daí
poderá depor) ou nega conhecimento dos fatos
(art. 452)
• Advogado que atua no próprio processo
SUSPEIÇÕES

• ~ semelhança com os casos de suspeição do juiz


• Inimigo capital
• Amigo íntimo
• Interesse na causa – jurídico, econômico, moral.
OITIVA DO DEPOENTE INCAPAZ,
IMPEDIDO OU SISPEITO –
“INFORMANTE”
• Art.447, § § 4º e 5º
• Necessidade diante das particularidades do
thema probandum
• Desnecessidade de compromisso de dizer a
verdade (impossibilidade de imputação de falso
testemunho)
• Cuidado na valoração – outro caso de tarifação
da prova?
REQUERIMENTO

• Decisão de saneamento que deferir a prova,


designa audiência e fixa prazo (art. 357, §4º) –
Preclusão x poderes ex officio ?
• Máximo de 10 testemunhas por parte, sendo
máximo de 3 por fato (art. 357, §6º)
• Possibilidade de substituição em caso de
falecimento, enfermidade e testemunha não
localizada (art. 451)
• Apresentação de dados das testemunhas (art.
450)
INTIMAÇÃO
• Intimação pelo próprio advogado, que deve juntar os
comprovantes de entrega com pelo menos 3 dias
antes da audiência (art. 455, caput e §1º).
• Parte pode dispensar a intimação, comprometendo-se
a levar a testemunha à audiência. Em caso de não
comparecimento, há preclusão (art. 455, §3º).
• Intimação judicial apenas nos casos do art. 455, §4º.
– Intimação privada frustrada (em caso de não
comparecimento, há condução coercitiva – arts.378,
380, I e 455, §5º)
– Requisição de servidor público
– Testemunha arrolada pelo MP ou Defensoria Pública
– Autoridades listadas no art. 454
– Necessidade justificada pelo juiz.
LOCAL DE PRODUÇÃO

• Sede do juízo
• Por carta precatória
• Por videoconferência (art. 453, §1º)
• No local de trabalho de altas autoridades
(art.454)
PROCEDIMENTO
• Inquirição separada, primeiro das testemunhas
do autor; depois das do réu, salvo acordo das
partes (art.456)
• Qualificação da testemunha (art.457, caput)
• Análise de imparcialidade pelo juiz (art.457,
caput) e partes, mediante contradita com
possibilidade de prova escrita ou oral sobre o
impedimento ou a suspeição (art. 457, §1º)
• Compromisso de dizer a verdade (art.458)
• Perguntas diretas pelos advogados das partes,
sendo primeiro da parte que arrolou e depois da
parte contrária (art. 459, caput).
• Possibilidade de perguntas do juiz (art. 459, §1º)
ESCUSA DE DEPOIMENTO

• Art. 448. A testemunha não é obrigada a depor


sobre fatos:
• I - que lhe acarretem grave dano, bem como ao
seu cônjuge ou companheiro e aos seus parentes
consanguíneos ou afins, em linha reta ou
colateral, até o terceiro grau;
• II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva
guardar sigilo
DOCUMENTAÇÃO DA AUDIÊNCIA

• Lavratura de termo circunstanciado, ditado pelo


juiz
• Taquigrafia, estenotipia
• Gravação de áudio / áudio e vídeo – método
utilizado atualmente
OBSERVAÇÕES FINAIS

• “Testemunha referida” (art. 461, I)


• Acareação (art. 461, II e §§1º e 2º)
• Ressarcimento de despesas (art.462)
• Prestação de serviço público (art. 463).
PROVA DOCUMENTAL
CONCEITO

 Documento = fonte de prova


 Coisa (constituída em átomos ou bits) formada por
atividade humana, que representa de forma estável ou
permanente um fato que lhe é externo
 Não contém necessariamente declaração de vontade
humana (ex.: fotografias, vídeos)
 Documento ad probationem (prova de fato) x
documento ad substantiam (forma do ato jurídico – art.
406, CPC)
CONCEITO

 Tipos de “fatos representados” por documentos:


 declarações de vontade,
 declarações de ciência,
 declarações confessórias e
 situações não-declarativas
CONCEITO

 Prova documental = meio de prova

x
 Prova documentada = decorrente da redução a
escrito de outros tipos de prova (ex.: depoimento
pessoal, prova testemunhal, prova pericial etc.)
MATRIZ NORMATIVA

 Arts. 405 a 441 do CPC


 Arts. 405-429 – força probante dos documentos
 Arts. 430-433 – Arguição de falsidade
 Arts.434-438 – Produção da prova documental
 Arts.439-441 – Documentos eletrônicos
FORÇA PROBANTE DOS DOCUMENTOS

Documento público Documento particular


• Elaborado por escrivão, o chefe de • Elaborado por quaisquer particulares ou
secretaria, o tabelião ou o servidor por sujeito dotado de fé pública sem
(autoridade dotada de “fé pública”) competência ou preteridas as formalidades,
• Faz prova erga omnes dos fatos declarados mas com assinatura das partes (art.407,
como ocorridos na presença do sujeito CPC)
dotado de fé pública (art. 405, CPC), em • Faz prova apenas contra o signatário (art.
especial autoria e data – “fé pública” 408, CPC), em especial quanto à data (art.
(presunção relativa). 409, CPC) – prova da data contra terceiros
• Inclui-se a “ata notarial” (art. 384, CPC) pode ser feita por outros meios (art.409,
p.ú., CPC)
FORÇA PROBANTE DOS DOCUMENTOS

• Autoria de documentos
– Públicos – identificação do sujeito dotado de “fé
pública”
– Privados – quem elaborou e assinou, quem apenas
assinou e quem mandou produzir nos casos em que
não se exige assinatura (art.411, CPC)
• autor do documento x autor de fato
• Documento autógrafo e heterógrafo

• Insuficiência das regras


– Assinatura digital – MP 2200-2/2001
– Documento produzido eletronicamente (por pessoa ou
por sistemas informatizados)
FORÇA PROBANTE DOS DOCUMENTOS

• Documento “autêntico”
– Em sentido amplo – genuíno, legítimo
– Em sentido estrito – cuja autoria está corretamente
atribuída (arts.411-412, CPC)

– Há presunção (relativa) de autenticidade em havendo:


• Reconhecimento de firma
• Assinatura digital
FORÇA PROBANTE DOS DOCUMENTOS

• Telegrama/radiograma (art. 413-414, CPC)


• Cartas e anotações domésticas (art.415, CPC)
• Documentos representativos de obrigações
(art.416, CPC)
• Livros empresariais (arts.417-421, CPC)
• Fotos, vídeos e áudios (art.422, CPC)
FORÇA PROBANTE DOS DOCUMENTOS

• Valem como originais:


– Reproduções atestadas por sujeito dotado de fé pública
(art.423 e 425, I a III e VI, CPC)
– Impressão de documento eletrônico (art.422, §3º, CPC)
– Cópias declaradas autênticas pelo advogado (art.425,
IV e VI, CPC)
– Documentos extraídos de bases de dados públicas ou
privadas, declaradas autênticas pelo emitente (art.425,
V, CPC)
• Dever de guarda de originais digitalizados (art.
425, §1º, CPC) e de depósito em cartório do
original de títulos de crédito (art. 425, §2º, CPC)
FORÇA PROBANTE DOS DOCUMENTOS

• Documento falso (art.427, CPC):


– = documento que adultera a realidade
– ≠ documento que não retrata com fidelidade a
realidade
– Falsidade material (suporte) x ideológica (conteúdo
declarativo)
– Falsidade material originária (formação) x material
superveniente (adulteração)

– Obs: não há falsidade ideológica em declarações de


vontade e confessórias – análise sob a perspectiva da
nulidade / anulabilidade do negócio/ato jurídico
(simulação, dolo etc.).
FORÇA PROBANTE DOS DOCUMENTOS

• Ônus da prova em caso de impugnação de


documento (art. 429, CPC):
– Quanto à autoria de documento particular do qual não
emerja presunção de autenticidade (art. 411, CPC) –
parte que juntou o documento
– Quanto à autoria de documento público ou particular do
qual emerja presunção de autenticidade (art. 411, CPC)
– parte que arguiu a inautenticidade
– Quanto à alegação de preenchimento abusivo – parte
que arguiu
– Quanto a qualquer outra falsidade material ou
ideológica – parte que arguiu
PRODUÇÃO DA PROVA DOCUMENTAL
• Momentos da prova:
– Requerimento + produção coincidem
– Admissibilidade + valoração vêm ulteriormente
• Regra (art. 434, CPC): produção da prova na
inicial (autor) e contestação (réu)
• Exibição de vídeo ou áudio em audiência (art.
434, p.ú., CPC)
PRODUÇÃO DA PROVA DOCUMENTAL
• Exceções: produção em qualquer tempo:
– Art. 435, CPC: Documentos novos (constituídos após a
inicial e a contestação)
– Art. 435, CPC: Documentos de descoberta nova
(descobertos após a inicial e a contestação)
– Art. 435, CPC: Documentos necessários a contrapor
alegações da parte contrária
– Art. 493, CPC: Prova de fatos novos ou de descoberta
nova
PRODUÇÃO DA PROVA DOCUMENTAL

• Contraditório a respeito da prova documental


(art. 437, CPC):
– Documentos juntados à inicial – contestação
– Documentos juntados à contestação – réplica
– Documentos juntados ulteriormente – 15 dias, salvo
necessidade de prazo maior em razão da complexidade
PRODUÇÃO DA PROVA DOCUMENTAL

• Posturas da parte contra quem foi produzida a


prova documental (art. 436, CPC)
– Demonstrar inadmissibilidade (p.ex.: intempestividade,
impertinência)
– Impugnar autoria ou preenchimento abusivo
– Arguir a falsidade
– Manifestar-se sobre o conteúdo

• Requisição a repartições públicas (art. 438, CPC)


ARGUIÇÃO DE FALSIDADE

• Arguição em contestação, réplica ou simples


petição
• Não suspende o processo
• Possibilidade de pedido para que haja extensão
da coisa julgada à questão (arts. 19, II,431 e
433, CPC)
• Realização de perícia (art. 432, CPC) – apenas
para a falsidade material, não para a ideológica.
• Perda de objeto em caso de retirada do
documento da parte que o juntou.
DOCUMENTOS ELETRÔNICOS

• Arts. 439 e 441, CPC – Norma processual “em


branco”
– MP 2200-2/2001
– Lei 11419/2006
– Etc.
• Arr. 440, CPC – uso de documento eletrônico em
autos físicos mediante impressão
PROVA PERICIAL
CABIMENTO

• Necessidade de conhecimento técnico para


formação de juízo sobre fatos relevantes para a
causa (art. 464, §1º, I, CPC)

• E se o juiz detém o conhecimento?


DESCABIMENTO

• Suficiência do quadro por outras provas (art.


464, §1º, II, CPC)

• Verificação impraticável (art. 464, §1º, III, CPC)

• Se as partes apresentarem documentos técnicos


(art. 472, CPC)
ESPÉCIES

 Exame – tem por objeto a análise de fatos


litigiosos concernentes a um bem móvel,
documento ou pessoa
 Vistoria – tem por objeto a verificação de fatos
litigiosos relativos a bem imóvel
 Avaliação – fixação do valor de um bem ou
serviço
 Podem ser cumuladas numa mesma perícia
FORMAS

 Escrita – é a regra, segundo o art. 465, CPC


 Oral – nos casos em que o objeto for simples, o
perito pode ser apenas chamado para depor em
audiência (art.464, §2º a 4º, CPC).
PERITO

 Definição = Auxiliar (eventual) do juiz – art.156,


CPC
 Atributos:
 Profissional de nível universitário, inscrito em órgão de
classe. À falta de profissional com esses requisitos, a
escolha é livre.
 Imparcial – aplicam-se ao perito as mesmas regras de
suspeição e impedimento.
PERITO

 Excepcionalmente, nos casos de perícia médica e


de falsidade documental, admite-se a perícia
confiada a “estabelecimento oficial” (art. 478,
CPC)
 Pode ser confiada a mais de um profissional –
“perícia complexa” (art.475, CPC) – ex.:
cardiologia + neurologia.
NOMEAÇÃO DO PERITO

 Juiz nomeia, e fixa prazo para entrega do laudo,


prorrogável uma única vez.
 Caso o prazo seja descumprido o perito será
substituído, multado e representado no órgão de
fiscalização profissional respectivo (art.468, CPC)
 Perito pode se escusar, alegando justo motivo.

 Partes podem escolher nas condições do art.471,


CPC.
NOMEAÇÃO

 Após intimação quanto à a nomeação, perito


apresenta em 5 dias credenciais e estimativa de
honorários, sobre as quais as partes podem se
manifestar – (art. 465, §2º CPC)
 Após intimação quanto à a nomeação, partes tem
15 dias para formular quesitos e indicar
assistentes técnicos.
QUESITOS

 Perguntas formuladas pelas partes e pelo juiz a


serem respondidas pelo perito.
 Uma parte pode impugnar os quesitos da outra,
mas não há prazo para tanto (“1ª oportunidade”)
 Quesitos suplementares podem ser apresentados
durante a diligência (art.469, CPC)
 Quesitos de esclarecimento, apresentados após
entrega do laudo (art. 477, §2º, CPC).
ASSISTENTES TÉCNICOS

 Profissionais da mesma área de expertise do


perito, de confiança das partes (art. 466, §1º,
CPC)
 Até 1992, era auxiliar do juiz indicado pela
parte, e submetia-se às mesmas regras
concernentes a impedimento e suspeição.
 Despesa adiantada pela parte e passível de
reembolso pela outra, se sucumbente.
DESENVOLVIMENTO

 Perito tem o dever de informar início da diligência


(art. 422, §2º e 474, CPC).
 Perito pode ouvir testemunhas, requisitar
documentos (art. 473, §3º, CPC)
ENTREGA DO LAUDO

 Perito traduzirá questões técnicas para a


linguagem comum e responderá aos quesitos.
 Partes são intimadas e podem se manifestar (por
si e por seus assistentes técnicos) em 15 dias
(art. 477, §1º, CPC).
 Possibilidade de pedido de esclarecimentos orais
em audiência.
VALORAÇÃO

 Juiz não está adstrito ao laudo (art. 479, CPC) –


decorrência do princípio da persuasão racional.
 Para recusar a conclusão do laudo, há a
necessidade de maior fundamentação
 Juiz pode se louvar dos pareceres de assistentes
técnicos e/ou outras provas.
SEGUNDA PERÍCIA (art.480, CPC)

 Perícia inconclusiva ou insatisfatória para


formação de convencimento
 Incabível se o juiz considerar que o primeiro
perito analisou todos os dados disponíveis e que
o segundo perito não teria condições de atingir
um resultado diverso
 Pode ser mais restrita que a primeira.
 Juiz ainda pode usar em sua fundamentação o 1º
laudo.
SEGUNDA PERÍCIA (art. 480, CPC)

 De ofício ou a requerimento – se o juiz ordena de ofício,


quem paga é o autor. Senão, quem pede.
 Se a primeira perícia foi feita por meio de laudo escrito,
nada impede que a segunda seja feita por inquirição
oral.
 De outro lado, nada impede que o juiz ouça os dois
peritos em audiência
 Se a primeira perícia foi confiada a estabelecimento
oficial, pode o juiz oficiá-lo com a requisição de que a
segunda seja feita por diferente servidor público, a fim
PRESUNÇÃO POR RECUSA A SE
SUBMETER À PERÍCIA
 Art. 232, CC. “A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz
poderá suprir a prova que se pretendia obter com o
exame”.
 Dispositivo se aplica contra que se recusou:
 Perícia para cobertura de seguro por invalidez.
 Súmula nº 301 do STJ: “Em ação investigatória, a recusa do
suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção
juris tantum de paternidade”.

 Essa presunção, contudo, não pode constituir o único


elemento a ser considerado pelo juiz, devendo ser
corroborada por outros e podendo igualmente ser
INSPEÇÃO JUDICIAL

CONVENÇÕES PROCESSUAIS PROBATÓRIAS

PROVA E TECNOLOGIA
Parte 1

INSPEÇÃO JUDICIAL
DEFINIÇÃO

 Exame direto sobre fonte de prova (pessoas e


coisas)
o Eliminam-se intermediários (peritos, testemunhas,
documentos) – normalmente é usada quando o juiz
não se satisfaz com os elementos indiretos.
o Pode exigir conhecimento técnico – juiz pode se
fazer acompanhar de perito (nesse caso, não há
quesitos, não há laudo, mas as partes podem
indicar assistente técnico)
PRODUÇÃO

• Exame de pessoa:

• Parte ou terceiro

• Exame físico ≠ inquirição

• Se for a parte, ausência não gera “pena de confesso”

• Realização, em regra, na sede do juízo, em audiência


PRODUÇÃO

• Vistoria de bem móvel:

• Eventual necessidade de pedido de exibição

• Realização, em regra, na sede do juízo, em audiência


PRODUÇÃO

• Vistoria de bem imóvel:

• Deslocamento do juiz ao local

• Prévia intimação dos advogados e das partes para


acompanhamento

• Inutilidade da inspeção judicial por carta precatória


PRODUÇÃO

• Reconstrução dos fatos:

• Deslocamento do juiz ao local

• Prévia intimação dos advogados e das partes para


acompanhamento
PRODUÇÃO

• Produto final:

• Laudo circunstanciado assinado por partes e

• Prévia intimação das partes para acompanhamento


Parte 2

CONVENÇÕES PROCESSUAIS PROBATÓRIAS


NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS
PROBATÓRIOS TÍPICOS

• Ônus da prova – art. 373, §3º, CPC


§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por
convenção das partes, salvo quando:
I - recair sobre direito indisponível da parte;
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o
processo.
NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS
PROBATÓRIOS TÍPICOS

• Escolha consensual do perito – art. 471, CPC


Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o
mediante requerimento, desde que:
I - sejam plenamente capazes;
II - a causa possa ser resolvida por autocomposição.
§ 1º As partes, ao escolher o perito, já devem indicar os respectivos
assistentes técnicos para acompanhar a realização da perícia, que se realizará
em data e local previamente anunciados.
§ 2º O perito e os assistentes técnicos devem entregar, respectivamente,
laudo e pareceres em prazo fixado pelo juiz.
§ 3º A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a que seria realizada
por perito nomeado pelo juiz.
NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS
PROBATÓRIOS ATÍPICOS

• Admissíveis:

– Exclusão ou limitação de meios probatórios

• Inadmissíveis:

– Limitação de poderes instrutórios do juiz

– Obrigatoriedade de colheita de determinadas provas


Parte 3

PROVA E TECNOLOGIA
PROVA E TECNOLOGIA

• Avanços do conhecimento científico?

• Probabilidade estatística x certeza

• Custo e tempo?
PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS

PROVA NA ARBITRAGEM
Parte I

Produção
antecipada de
prova
Produção antecipada de prova no
CPC/1973
• Produção antecipada de alguns meios de prova em
razão do risco de perecimento ou impossibilidade
de colheita da prova na fase instrutória:
• Oitiva de parte ou de testemunha que “tenha que se ausentar”
(art.847, I, CPC/73)
• Oitiva de parte ou de testemunha que “por motivo de idade ou
de moléstia grave, houver justo receio de que ao tempo da
prova já não exista, ou esteja impossibilitada de depor.”
(art.847, II, CPC/73)
• Colheita da prova pericial “Havendo fundado receio de que
venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de
certos fatos na pendência da ação” (art. 849, CPC/73)
Produção antecipada de prova no
CPC/1973

• Colocação no Livro III (“Processo cautelar”)


• Petição inicial (art. 801, CPC/1973)
• Citação
• Contestação em 5 dias (art. 802, CPC/1973), com possibilidade
de arguir a prescrição ou a decadência quanto ao pedido
principal (sr.t 810, CPC/1973)
• Reversibilidade a um “processo principal”, no qual a prova seria
usada.
• Recorribilidade ampla das interlocutórias (art.522, CPC/1973)
Produção antecipada de prova no
CPC/2015
• Produção antecipada de qualquer meio de prova
nos seguintes casos (art. 381, CPC/2015):
• I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou
muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação;
• II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a
autocomposição ou outro meio adequado de solução de
conflito;
• III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o
ajuizamento de ação.
PRODUÇÃO AUTÔNOMA DA PROVA, SEM URGÊNCIA
Fundamentos da produção antecipada
da prova sem urgência

• Juiz não é o único destinatário da prova


• Partes como primeiras destinatárias da prova para
guiar a autocomposição ou para estimarem chances
de êxito antes dom início do processo
• Direito à prova x Direito de provar

• Direito material à prova


• ≠ direito a um documento (como objeto de uma
prestação prevista em uma relação negocial)
• = direito à informação
Características principais da
PAP
• Desnecessidade de um futuro “processo principal”

• Competência no local de produção da prova ou domicílio do


réu (art. 381, §2º), sem prevenção do juízo para o eventual
processo principal

• Necessidade de apresentação dos fatos sobre os quais a


prova deve recair (art. 382, caput)

• Participação dos “interessados” = sujeitos contra os quais o


requerente pretende usar a prova no futuro (art. 382, §1º) –
• possibilidade de chamamento ex officio
• “duplicidade” do processo – requerido pode pedir a
produção de provas
Características principais da
PAP
• “Descabimento de defesa” = quanto ao mérito do conflito
(art. 382, §4º)

• “Descabimento de recurso, salvo quanto ao indeferimento


total da prova” (art. 381, §4º) = salvo as questões relativas à
própria produção da prova

• Não há observância de regras de ônus da prova, não há


“homologação” da prova, não há vencedor e vencido, cada
parte paga as despesas que requerer
Parte II

Prova e arbitragem
Lei n. 9.307/96
“Art. 22. Poderá o árbitro ou o tribunal arbitral tomar o depoimento das
partes, ouvir testemunhas e determinar a realização de perícias ou outras
provas que julgar necessárias, mediante requerimento das partes ou de
ofício.
§ 1º O depoimento das partes e das testemunhas será tomado em local,
dia e hora previamente comunicados, por escrito, e reduzido a termo,
assinado pelo depoente, ou a seu rogo, e pelos árbitros.
§ 2º Em caso de desatendimento, sem justa causa, da convocação para
prestar depoimento pessoal, o árbitro ou o tribunal arbitral levará em
consideração o comportamento da parte faltosa, ao proferir sua sentença;
se a ausência for de testemunha, nas mesmas circunstâncias, poderá o
árbitro ou o presidente do tribunal arbitral requerer à autoridade
judiciária que conduza a testemunha renitente, comprovando a existência
da convenção de arbitragem.”
Peculiaridades
• Consensualidade + flexibilidade

• Influência recíproca das formas comuns aos países de civil


law e commn law, sobretudo em arbitragens internacionais

• Papel do soft law e do costume

• Papel de Guidelines – ex.:


• IBA Rules on the taking of evidence
• Diretrizes para oitiva conjunta de testemunhas da CIArb
Prova testemunhal

• Written statements, com ou sem ulterior depoimento oral

• Oitiva conduzida pelo tribunal x pelas partes

• Oitiva sucessiva x conjunta

• Chess clock
Prova documental
• Forma de apresentação de documentos

• Momento de apresentação de documentos

• Redfern schedule
Prova pericial
• Apresentação de laudos por técnicos de confiança das
partes, com ou sem ulterior oitiva (separada ou conjunta)
em audiência)

• Expert witness

• “Protocolo Sachs”

• Produção da prova pericial antes do fim da fase postulatória

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