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PROCESSO CIVIL IV

PROFESSOR
EVANDRO MELO

evandroj_melo@hotmail.com

@prof.evandromelo
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHECE A
EXIGIBILIDADE DE
OBRIGAÇÃO DE FAZER, DE NÃO FAZER OU DE ENTREGAR COISA
ARTIGOS – 536 AO ARTIGO 538
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS AO CUMPRIMENTO DAS DECISÕES SOBRE
OBRIGAÇÕES DE FAZER E DE NÃO FAZER - NOÇÃO DE OBRIGAÇÃO
DE FAZER E NÃO FAZER
NOÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER

• As obrigações correspondem à prestação que


o devedor fica sujeito a realizar em favor do
credor.
• Dizem-se positivas quando a prestação
corresponde a uma ação do devedor, e
negativas quando se cumprem por meio de
uma abstenção.
• Positivas: Obrigação de fazer.
OBRIGAÇÃO DE FAZER

• As de fazer são típicas obrigações positivas, pois se


concretizam por meio de “um ato do devedor”.
• A res debita corresponde normalmente a prestação
de trabalho, que pode ser físico, intelectual ou
artístico. Pode também assumir maior sofisticação,
como no caso de promessa de contratar, cuja
prestação não se resume a colocar a assinatura num
instrumento; mas envolve toda a operação técnica da
realização de um negócio jurídico (um contrato), em
toda sua complexidade, e com todos os seus efeitos.
OBRIGAÇÃO DE FAZER

• EXEMPLOS: contratação da pintura de quadro,


da reforma de um automóvel, da construção
de uma casa, da realização de um espetáculo
artístico, da demolição de um prédio.
OBRIGAÇÃO DE FAZER

• Às vezes a prestação de fazer é personalíssima,


outras vezes não, conforme só deva ser cumprida
pessoalmente pelo devedor, ou admita a respectiva
execução indistintamente pelo devedor ou por
outra pessoa.
• Nessa última hipótese, a obrigação de fazer é
considerada fungível, e, no primeiro caso, ela se diz
infungível.
• Essa diferença terá significativo reflexo sobre a
execução judicial.
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER

• As obrigações de não fazer são tipicamente


negativas, já que por seu intermédio o
devedor obriga-se a uma abstenção, devendo
manter-se numa situação omissiva (um non
facere).
• É pela inércia que se cumpre a prestação
devida. Se fizer o que se obrigou a não fazer, a
obrigação estará irremediavelmente
inadimplida.
EXECUÇÃO ESPECÍFICA E EXECUÇÃO
SUBSTITUTIVA
I – Técnica processual na legislação anterior
(tutela específica e tutela
subsidiária)
• Imperativamente se impôs ao juiz a concessão da
tutela específica. A sentença que desse provimento
ao pedido de cumprimento de obrigação de fazer
ou não fazer deveria condenar o devedor a realizar,
in natura, a prestação devida. Para que essa
condenação fosse dotada de maior efetividade e
recomenda uma providência prática e funcional: na
sentença de procedência do pedido, competiria ao
juiz determinar “providências que assegurem o
resultado prático equivalente ao do adimplemento”.
I – Técnica processual na legislação anterior
(tutela específica e tutela
subsidiária)
• Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer
ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela
específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas
necessárias à satisfação do exequente.
• § 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a
imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de
obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de
força policial.
• § 2o O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será cumprido por 2 (dois) oficiais
de justiça, observando-se o disposto no art. 846, §§ 1o a 4o, se houver necessidade de
arrombamento.
• § 3o O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando injustificadamente
descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua responsabilização por crime de
desobediência.
• § 4o No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de
não fazer, aplica-se o art. 525, no que couber.
• § 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que
reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não obrigacional.
II – Fungibilidade de certas obrigações de
fazer e não fazer: equivalente
econômico
• Como ao direito repugna constranger alguém fisicamente a
fazer alguma coisa, e como as obrigações de fazer e não fazer
dependem sempre de um comportamento pessoal do
devedor, regra antiga dispunha que o inadimplemento, na
espécie, resolver-se-ia em perdas e danos.

• Todavia, considerando que essa solução era, em muitos


casos, injusta e insatisfatória, criou-se a concepção da
fungibilidade de certas obrigações de fazer, que seria
aplicável sempre que a prestação devida não fosse
personalíssima e pudesse ser cumprida a contento mediante
ato de terceiro.
II – Fungibilidade de certas obrigações de
fazer e não fazer: equivalente
econômico
• A conversão da obrigação em perdas e danos
(“tutela substitutiva”) não era faculdade do juiz
e somente aconteceria em duas situações: a) se
o próprio credor a requeresse, nos casos em
que o direito material lhe permitisse tal opção;
ou b) quando a execução específica se
mostrasse impossível (v.g., perecimento ou
desvio da coisa), de modo a torná-la
inalcançável pela parte (art. 499 do CPC/2015).
II – Fungibilidade de certas obrigações de
fazer e não fazer: equivalente
econômico
• Art. 499. A obrigação somente será
convertida em perdas e danos se o autor o
requerer ou se impossível a tutela específica
ou a obtenção de tutela pelo resultado prático
equivalente.
CORRETA PRESTAÇÃO DA TUTELA
SUBSTITUTIVA
• Conforme já exposto, o credor tem o direito de exigir, por
meio da prestação jurisdicional, a tutela específica, de
maneira que o juiz não pode, em regra, força-lo a se satisfazer
com a indenização de perdas e danos. A obrigação, como
prevê o art. 499, somente se converterá no equivalente
econômico em duas hipóteses:
• i) quando o próprio credor, diante do inadimplemento, prefira
pleitear a reparação dos prejuízos, em lugar do cumprimento
in natura; e
• ii) quando a prestação específica, por sua natureza ou pelas
circunstâncias do caso concreto, se torne impossível, o
mesmo ocorrendo com a obtenção de resultado prático
equivalente.
• Do inadimplemento nasce para o credor a opção natural entre
executar a obrigação em sua prestação específica ou
convertê-la em perdas e danos,9 de maneira que, tendo sido
descumprida a obrigação, é ao credor que compete definir o
caminho a seguir para reparar a infração cometida pelo
inadimplente.
• Enquanto purgável a mora, ao devedor é possível emendá-la
pela oferta da prestação acrescida de perdas e danos (CC, art.
401, I).

• Atenção verificar artigo 805 do CPC/15


MEDIDAS SUB-ROGATÓRIAS E ANTECIPATÓRIAS
NO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
• Dispõe o art. 497 do novo Código sobre as sentenças que julgam
ações relativas ao cumprimento das obrigações de fazer e de não
fazer. Com o objetivo de alcançar maior efetividade da tutela
jurisdicional e evitar a generalização das condenações em simples
perdas e danos, o novo texto legal preconiza, de modo semelhante
ao seu antecessor, entre outras medidas, as seguintes:
• tutela específica da obrigação: o juiz está obrigado a concedê-la
como regra geral;
• tutela pelo resultado prático equivalente: ao condenar o réu ao
cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz deverá
determinar providências concretas que assegurem o
adimplemento;
• tutela provisória: admite-se, outrossim, a tutela provisória
de urgência ou de evidência, desde que observadas
determinadas cautelas (arts. 300 e 311), podendo a
medida ser, desde logo, reforçada por imposição de multa
diária (art. 537) ou qualquer outra medida considerada
adequada para efetivação da tutela provisória (art. 297);
• conversão da tutela específica na tutela substitutiva: a
obrigação originária converter-se á em perdas e danos, se
o autor o requerer, na fase de conhecimento, ou se, na
fase de cumprimento da sentença, verificar-se a
impossibilidade da tutela específica (NCPC, art. 499).
• Cabe observar que, para a concessão da tutela
específica que se destine a inibir a prática, a
reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a
sua remoção, é irrelevante a demonstração da
ocorrência de dano ou da existência de culpa
ou dolo (art. 497, parágrafo único). A tutela,
na espécie, é preventiva, tem por objetivo
evitar o dano ou sua continuação, e não
repará-lo.
• Diante de tais mecanismos, o objetivo da demanda
pode vir a ser completamente realizado ainda no início
da fase de cognição, de sorte a tornar desnecessário o
procedimento dos arts. 536 e ss. Por meio da tutela
provisória, o demandante pode, por exemplo, ser
autorizado a concluir, de imediato, obra paralisada
pelo réu. Demolições, reparos e interdições,
igualmente, podem ocorrer antes do julgamento da
causa. Assim, a sentença posterior limitar-se-á a
aprovar definitivamente aquilo que já se fez,
antecipada e provisoriamente.
• Valendo-se de medidas sub-rogatórias, a sentença pode, por
outro lado, simplificar o acesso do autor ao fato visado pela
obrigação discutida em juízo. Em determinados casos, por
exemplo, pode determinar a substituição do bem defeituoso
por outro, evitando assim reparos problemáticos e
ineficientes; assim como pode autorizar, de imediato, que a
prestação de serviço devida pelo réu seja substituída pela
locação de serviços equivalentes a cargo de terceiro. Em
casos desse jaez, o bem perseguido em juízo será muito mais
facilmente alcançado, graças aos expedientes instituídos pelo
juiz para assegurar “a obtenção da tutela pelo resultado
prático equivalente” (art. 497, caput).
A MULTA (ASTREINTE)
Quando cabe a multa por atraso no
cumprimento da sentença

• O novo Código adota sistemática, que em


síntese: a multa diária cabe na decisão
interlocutória de tutela provisória e na
sentença definitiva (art. 537). Faltando sua
previsão nesses atos judiciais, não ficará o juiz
impedido de a ela recorrer na fase de
cumprimento do julgado, como deixa claro o
aludido art. 537.
Reexame da multa aplicada
• Não há definitividade, outrossim, na imposição
e arbitramento da astreinte, mesmo porque não
se trata de verba que integra originariamente o
crédito da parte, mas de simples instrumento
legal de coerção utilizável em apoio à prestação
jurisdicional executiva.
• É por isso que não há de pensar-se em coisa
julgada na decisão que a impõe ou que lhe
define o valor, ou lhe determina a periodicidade.
Casos de modificação ou
exclusão da multa
• Prevê o § 1º do art. 537 que a multa vincenda pode ser
alterada no seu quantum e na sua periodicidade, quando o
juiz verificar, de ofício ou a requerimento, que se tornou
“insuficiente ou excessiva” (inc. I). A alteração pode ser tanto
para aumentar como reduzir valor e periodicidade.
• Poderá também ocorrer a exclusão da multa, no caso de
demonstração pelo executado de justa causa para o
descumprimento da obrigação que se invoca para justificar a
sanção (inc. II, in fine).
• Justifica-se a redução, outrossim, quando restar comprovado
que ocorreu o cumprimento parcial da sentença (inc. II, 1ª
parte).
Execução da multa no regime
do novo Código
• O novo Código, porém, coerente com a lógica de efetividade que lhe informa,
adotou posicionamento de não se negar imediata executividade à multa
imposta para cumprimento de tutela antecipada, já que esta se cumpria de
plano, segundo os princípios da execução provisória.
• Nessa linha de entendimento, o regime do novo Código adotou
expressamente a possibilidade de cumprimento provisório da decisão que
fixar multa, como se vê no § 3º do art. 537. Dispôs, todavia, que a multa em
tal caso, deverá ser “depositada em juízo, permitindo o levantamento do
valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte ou na
pendência do agravo fundado nos incisos II ou III do art. 1.042”. Autoriza-se,
assim, a execução provisória, mas impede-se ao exequente levantar a multa
depositada, enquanto não obtiver julgamento de mérito em seu favor, e em
caráter definitivo. Portanto, se o recurso pendente contra a sentença resultar
em sua cassação, o valor da multa jamais reverterá em favor do exequente
provisório, e será restituído ao executado vitorioso na via recursal.
A necessidade de constituir-se um
título judicial completo para a
execução da multa
• A execução não é lugar adequado à comprovação do
direito do exequente. Só há possibilidade de se executar
um crédito quando este esteja dotado de elementos
relevadores de sua certeza, liquidez e exigibilidade (arts.
783 e 786). Quem conta apenas com a decisão que
cominou a multa para o caso do respectivo
descumprimento não dispõe ainda de título capaz de
certificar o seu direito atual a exigir a pronta satisfação
da medida sancionatória. Tal direito subjetivo, para ser
incorporado a um título executivo de natureza judicial,
depende de um acertamento em juízo.
A necessidade de constituir-se um
título judicial completo para a
execução da multa
• Para que, portanto, se possa dar início à cobrança
da astreinte, como execução de título judicial, é
preciso que se certifique em juízo a ocorrência do
respectivo fato gerador, com oportunidade ao
devedor de um contraditório maior do que aquele
permitido na impugnação ao cumprimento da
sentença prevista no art. 525, § 1º, do NCPC. É
necessário dar-lhe oportunidade para demonstrar,
se for o caso, que não ocorreu o descumprimento
afirmado pelo credor
Termo inicial e final de incidência da
multa
• Pela sistemática do novo Código, a multa será devida “desde o dia em que se
configurar o descumprimento da decisão e incidirá enquanto não for cumprida a
decisão que a tiver cominado” (art. 537, § 4º).

• Assim, considerando a orientação jurisprudencial do STJ, tudo indica que a


“configuração do descumprimento da decisão” dependerá da prévia intimação do
devedor a realizar a prestação nela ordenada. Somente a partir do escoamento do
prazo assinado para o respectivo cumprimento, é que será devida a multa, a qual
incidirá progressivamente “enquanto não for cumprida a decisão que a tiver
cominado” (art. 537, § 4º).
• A doutrina entende que parece, todavia, que não se poderá continuar exigindo
que a intimação do devedor seja sempre obrigatoriamente pessoal. É que, ao
disciplinar o cumprimento das decisões judiciais, o NCPC, a título de disposições
gerais estabeleceu regra para a intimação do devedor, aplicável genericamente a
todas as modalidades obrigacionais, prevendo a possibilidade de realizá-la “na
pessoa de seu advogado” (art. 513, § 2º, I).
As astreintes e a tutela provisória

• A possibilidade de cominação da multa


coercitiva se dá tanto na tutela definitiva
quanto na provisória, seja de urgência ou de
evidência (art. 267). No entanto, sofre as
consequências da natureza provisória e
acessória própria desses provimentos, de
maneira que as medidas deferidas nesse
âmbito vinculam-se à estabilização da tutela
ou à sentença final.
MULTA DIÁRIA, CORREÇÃO MONETÁRIA
E JUROS MORATÓRIOS

• Não há dúvida de que uma vez cominada a multa diária, seu valor
fica sujeito à atualização monetária. Segundo jurisprudência do
STJ, “O poder de intimidação refletido no valor arbitrado pelo Juiz a
título de multa diária, nos termos do § 4º do art. 461 do CPC, deve
ser preservado ao longo do tempo – e, portanto, corrigido – a fim
de que corresponda, desde então, à expectativa de ser o suficiente
para a obtenção da tutela específica. Assim, a partir de sua
fixação, o contexto apresentado para o devedor tem de revelar,
sempre, que lhe é mais interessante cumprir a obrigação principal
que pagar a multa”. Quanto ao termo inicial de incidência da
correção monetária sobre a multa, “deve ser a data do respectivo
arbitramento, como ocorre nas hipóteses de dano moral (Súm.
362/STJ)”.
MULTA DIÁRIA, CORREÇÃO MONETÁRIA
E JUROS MORATÓRIOS
• Se é necessário manter-se atualizado o valor da multa diária, no tocante aos
juros moratórios sua incidência não se justifica, porque a sanção pelo
retardamento do cumprimento da obrigação é feita justamente por meio
das astreintes. Não teria, por isso, sentido cumular-se a multa com os juros.
• Ainda no entendimento do STJ, “mutatis mutandis, os juros de mora estão
para a obrigação de pagar quantia certa como a multa está para o obrigação
de fazer ou não fazer, são duas faces da mesma moeda, consequências do
atraso no cumprimento da prestação”. Daí a conclusão de que “aceitar a
incidência dos juros moratórios sobre a multa seria admitir a existência de
verdadeira ‘mora da mora’, o que configuraria evidente bis in idem”.
• Em suma, o valor arbitrado para a astreinte sujeita-se a correção monetária,
mas não se acresce de juros de mora durante o tempo em que a multa for
aplicada, sob pena de dupla sanção pelo mesmo atraso no adimplemento.
DEFESA
DEFESA DO EXECUTADO
• Embora seja sumária a execução da sentença prevista
no art. 536, não se pode recusar o direito ao executado
de se defender contra procedimentos ilegítimos ou
ilícitos.

• Claro que, diante da sentença que encerrou a fase


cognitiva, não é mais possível ao devedor na fase de
cumprimento do julgado, discutir a condenação que lhe
foi definitivamente imposta. Mas a própria sentença
pode estar contaminada de nulidade, como no caso de
falta de citação inicial no procedimento condenatório.
DEFESA DO EXECUTADO
• Pode, também, acontecer nulidade da
execução por inexistência de título executivo,
por iliquidez ou incerteza da obrigação,
inexigibilidade da prestação, excesso da
execução, falta de algum pressuposto
processual ou condição de procedibilidade.
HIPOTESES DEFESA
DEFESA DO EXECUTADO
• Se a execução fosse de título extrajudicial, o remédio adequado
à defesa contra a execução irregular seriam os embargos do
executado (art. 917).

• No cumprimento de sentença, todavia, não há lugar para essa


ação incidental. Como a execução não pode privar a parte da
garantia constitucional do contraditório (CF, art. 5º, LV), já no
Código anterior, tinha o executado, diante das irregularidades
da execução de sentença, o direito de impugná-las, por meio de
simples petição, incumbindo ao juiz processar e julgar, de plano,
as impugnações formuladas como incidentes do cumprimento
da sentença relativa às obrigações de fazer e não fazer.
DEFESA DO EXECUTADO
• Trata-se da impugnação ao cumprimento de
sentença, regulada pelo novo Código no art.
525, cuja aplicação às obrigações de fazer e
não fazer se acha expressamente prevista no
art. 536, § 4º, do mesmo Código.
DEFESA DO EXECUTADO
• Quanto ao prazo para impugnar a execução de obrigação de fazer
ou não fazer, prevista em sentença, deve ser utilizado, por
analogia, o de quinze dias, previsto nos arts. 523, caput.
• A solução das impugnações configurará decisão interlocutória,
recorrível por meio de agravo, se não acarretar a extinção da
execução. Ter-se-á, no entanto, sentença atacável por apelação, se
o acolhimento da oposição resultar em pôr fim à execução (art.
925).
• Quando ocorrer o acolhimento parcial da impugnação, em virtude
de alguma das matérias tratadas nos arts. 485 e 487 do NCPC, a
decisão, que não extinguirá por completo a execução, será
interlocutória, e o recurso manejável continuará sendo o agravo de
instrumento.

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