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08/10/2022

CONTABILIDADE E FINANÇAS
Portarias
Mestrado de Solicitadoria

Docente: Fátima Conde


2022/23

REVISÃO DE ALGUNS CONCEITOS

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08/10/2022

AÇÃO EXECUTIVA
Na ação executiva promove-se em geral a realização coativa de uma
única prestação contra um único devedor, e apenas são penhorados e
executados os bens do executado que sejam suficientes para liquidar a
dívida exequenda.

• As partes da ação executiva são o credor, que assume a posição de


exequente, e o devedor, que é o executado.

• A ação executiva é normalmente proposta contra o devedor.

PROCESSO EXECUTIVO

O processo executivo faculta ao exequente a satisfação da prestação que o


devedor não cumpriu voluntariamente.

Este processo procura atribuir ao exequente a satisfação do seu interesse


patrimonial, utilizando meios coativos contra o património do devedor.
O processo executivo visa obter a realização coativa de uma prestação não
cumprida.
Como o dever de prestar está corporizado num título executivo, a
tramitação do processo executivo orienta-se primordialmente para a
satisfação efetiva do direito do exequente.

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• são as sentenças condenatórias proferidas por tribunais, os despachos e quaisquer


outras decisões ou atos da autoridade judicial que condenem no cumprimento de uma
obrigação,

• as decisões proferidas pelos tribunais arbitrais, os documentos exarados ou

TÍTULOS autenticados por notário que gerem a constituição ou o reconhecimento de qualquer


obrigação,

EXECUTIVOS • os documentos particulares autenticados, assinados pelo devedor, que importem a


constituição ou o reconhecimento de obrigações pecuniárias, cujo montante seja
determinado ou determinável por simples cálculo aritmético, ou produzam o
reconhecimento de obrigação de entrega de coisa ou de prestação de facto, e

• os documentos a que, por disposição especial, seja atribuída força executiva –- por
exemplo cheques, letras, livranças, requerimentos de injunção a que tenha sido
aposta a fórmula executória e atas de reuniões de assembleias de condóminos.

• é a ação judicial pela qual um cidadão ou uma pessoa coletiva publica e


ou privada, requerem ao Tribunal a adoção das providências adequadas à
reparação efetiva de um direito seu que tenha sido violado. Corresponde,
pois, à exigência, por via judicial, do cumprimento de um dever e à

EXECUÇÃO concretização coerciva do seu conteúdo.

• a execução pode visar o pagamento de uma quantia certa, a entrega de


uma coisa certa e a prestação de um facto positivo ou negativo, isto
é, a realização de uma ação ou a abstenção desta.

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Só os títulos dos quais conste uma obrigação


pecuniária podem dar lugar ao processo
executivo para pagamento de quantia certa.

QUANTIA
CERTA
A obrigação pecuniária que se pretende fazer
valer na ação executiva pode resultar
diretamente de um negócio jurídico (um contrato),
ou ter uma causa diferente (fato ilícito…).

• A ação executiva para entrega de coisa certa tem lugar sempre que
o objeto da obrigação, tal como o título a configura, é a prestação
de uma coisa.

• Neste caso, a execução é sempre para entrega de coisa certa.

• Ao contrário da ação executiva para pagamento de quantia certa, a


COISA execução para entrega de coisa certa não se traduz na efetivação

CERTA de direitos sobre o património do devedor.

• Através da ação executiva para entrega de coisa certa, o credor faz


valer, não a garantia patrimonial de seu crédito, mas sim a
faculdade de execução especifica, mediante a apreensão da coisa
que o devedor está obrigado a prestar-lhe.

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• Ou seja,

• Não é requerida a execução do património


do devedor, mas sim a entrega judicial da
COISA coisa devida.
CERTA
• Para realizar o direito exequendo, o
tribunal procede à apreensão da coisa e à
sua imediata entrega ao exequente.

• A ação executiva para prestação de fato tem lugar sempre que o objeto
da obrigação, tal como o título a configura, é uma prestação de facto,
seja este de natureza positiva ou negativa.

PRESTAÇÃO
DE FACTO • Para determinar o tipo de ação executiva há que recorrer ao título
executivo, mesmo que o exequente venha a obter, em vez da prestação
de facto que lhe é devida, um seu equivalente pecuniário, ou porque
sendo o facto infungível, não é possível obter de terceiro a sua
prestação, ou porque, sendo fungível, o exequente venha a optar pela
resolução do contrato e a indeminização por perdas e danos, face ao
incumprimento.

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• Os processos executivos para entrega de coisa certa ou para

prestação de facto podem converter-se em processos

executivos para pagamento de quantia certa, destinados a obter

o pagamento de uma indemnização ao exequente, decorrente

da falta de entrega que é pedida ou do incumprimento da

prestação de fato que é peticionada.


.

• tem de ser promovida contra a pessoa que no título tenha a posição de


devedor. Tendo havido sucessão no direito ou na obrigação, deve a
execução correr contra os sucessores das pessoas que no título figurem
como devedores.

• estão sujeitos à execução todos os bens do devedor suscetíveis de


penhora.
EXECUÇÃO • a penhora limita-se aos bens necessários ao pagamento da dívida
exequenda e das despesas previsíveis da execução e está submetida a
condições especiais.

Assim, só podem ser penhoradas as coisas e direitos suscetíveis de


avaliação pecuniária, não o podendo ser os bens que estejam fora do
comércio. Existem, também, limites legais à penhora, que tornam alguns
bens impenhoráveis no seu todo, parcialmente ou salvo certas condições.

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• Podem ser objeto de uma execução os bens imóveis, os bens móveis, os


direitos e expectativas de aquisição, os abonos ou vencimentos, os depósitos
bancários, os bens indivisos, as quotas em sociedades e os estabelecimentos
comerciais.

• São impenhoráveis: a) dois terços dos vencimentos, salários ou prestações


de natureza semelhante, auferidos pelo executado; b) dois terços das
prestações periódicas pagas a título de aposentação ou de outra qualquer
regalia social, seguro, indemnização por acidente ou renda vitalícia, ou de
quaisquer outras pensões de natureza semelhante.

FASES DO PROCESSO EXECUTIVO PARA PAGAMENTO DE


QUANTIA CERTA

• 1ª Fase inicial ou introdutória


• 2ª Fase da oposição à execução
• 3ª Fase da penhora
• 4ª Fase da convocação dos credores
• 5ª Venda executiva
• 6ª Pagamento aos credores
• 7ª Extinção da ação executiva

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EXEQUENTE

AGENTE DE
EXECUÇÃO

EXECUTADO

AGENTE DE EXECUÇÃO
• Cabe ao agente de execução, salvo quando a lei determine diversamente, efetuar, sob controlo do
juiz, todas as diligências do processo executivo, incluindo citações, notificações e publicações.

• Estas funções são desempenhadas pelo agente de execução, designado pelo exequente ou pela
secretaria do tribunal, de entre os inscritos na comarca e nas comarcas limítrofes, ou, na sua falta,
de entre os inscritos em outra comarca do mesmo círculo judicial;

• não havendo agente de execução inscrito no círculo ou ocorrendo outra causa de impossibilidade,
são essas funções, com exceção das especificamente atribuídas ao solicitador de execução,
desempenhadas por oficial de justiça, determinado segundo as regras da distribuição.

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CUSTOS DA AÇÃO EXECUTIVA

Compreendem a taxa de justiça e os encargos:

• reembolsos relativos a despesas adiantadas, por pagamentos devidos ou adiantados a


quaisquer entidades, por retribuições devidas a quem interveio acidentalmente no
processo, por despesas de transporte e ajudas de custo, pelo reembolso ao Estado do
dispêndio com o apoio judiciário, incluindo, entre outros, o relativo a honorários pagos ou
adiantados no âmbito do mesmo e pelo custo da citação por funcionário judicial no caso
de o exequente declarar pretendê-la.

Integram, ainda, • os valores dos honorários do solicitador de execução,


custos como: as despesas por este realizadas e devidamente
comprovadas e os valores despendidos com o
depósito dos bens, nomeadamente com a
remuneração dos depositários.

• os honorários devidos ao solicitador de execução


são fixados por lei em função dos atos praticados.

Portaria nº 708 – 2003


Art 2º “O solicitador de execução tem direito a receber honorários pelos serviços prestados,
bem como a ser reembolsado das despesas realizadas que devidamente comprove”.

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QUESTÕES RESUMO

Em que momento deve o agente de O agente de execução deve proceder prontamente à entrega das
execução proceder à entrega ao quantias, objetos ou documentos de que seja detentor por causa da sua
exequente do produto da venda? atuação como agente de execução.
Como deve o agente de execução Quando o executado ou terceiro procedam ao pagamento das custas e da
proceder quando o executado ou dívida exequenda, seja por entrega direta, seja por depósito em instituição
terceiro lhe entrega, diretamente, a de crédito à ordem do agente de execução, este deverá proceder, de
quantia exequenda? imediato, à extinção da execução, mediante comunicação, por via
eletrónica, ao tribunal .
Quem é responsável pelo Quando o executado ou terceiro procedam ao pagamento das custas e da
apuramento do valor em dívida no dívida exequenda, seja por entrega direta, seja por depósito em instituição
caso de pagamento voluntário ao de crédito à ordem do agente de execução, este deverá proceder, de
agente de execução? imediato, à extinção da execução, mediante comunicação, por via
eletrónica, ao tribunal .

Que elementos integram a conta as custas de execução incluem os honorários e as despesas suportadas
final do processo? pelo agente de execução, apensos à respetiva ação declarativa, bem como
os débitos a terceiros a que a venda executiva dê origem, que o exequente
tenha direito a receber do executado mas são suportados pelo exequente
(mas integram as custas que este tenha direito a receber do réu ou
executado).

O agente de execução deve ter em uma instituição


de crédito duas contas-cliente à sua ordem:

 Uma, com a menção da circunstância de se tratar de


CONTAS- uma conta-cliente dos exequentes, na qual deposita
todas as quantias recebidas destinadas a preparos,
CLIENTES despesas e honorários;

Outra, com a menção de se tratar de uma conta-cliente


dos executados, na qual deposita todas as quantias
recebidas e destinadas ao pagamento da quantia
exequenda e demais encargos com o processo.

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• Todos os movimentos das contas-clientes do agente de execução


efetuados em cada processo são registados numa plataforma informática.

• Este registo informático efetuado em cada processo é disponibilizado ao


exequente ou ao executado, respetivamente, sempre que solicitado,
preferencialmente, por via eletrónica.

• Os suportes documentais e informáticos das contas-clientes são


obrigatoriamente disponibilizados, pela instituição de crédito e pelos
agentes de execução.

• Portaria nº 708/2003 de 4 de
agosto
PRINCIPAIS
PORTARIAS • Portaria nº 331-B/2009 de 30 de
março

• Portaria nº 282/2013 de 29 de
agosto

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Remuneração e reembolso das despesas do solicitador


de execução

Portaria nº 708/2003 de 4 de agosto

Artigo 3º Provisão de honorários ou de despesas


• 1 — O solicitador de execução pode exigir, a título de provisão,
quantias por conta de honorários ou de despesas.
• 2 — Sempre que o solicitador de execução exigir provisão, deve
emitir recibo do qual constem, detalhadamente, as quantias
recebidas e os atos a que as mesmas dizem respeito.
• 3 — Todas as importâncias recebidas pelo solicitador de execução
nos termos deste artigo são depositadas na conta cliente.

O solicitador de execução tem o dever de dar informações, sobre a conta


corrente, a todos os interessados no processo.

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No termo do processo, é devida ao solicitador/AGENTE de execução uma


remuneração adicional, que varia em função:
a) Do valor recuperado ou garantido (tabela do anexo II);
b) Da fase processual em que o montante foi recuperado ou garantido

«Valor recuperado» o valor do dinheiro entregue, o do produto da venda, o da


adjudicação ou o dos rendimentos consignados;

«Valor garantido» o valor dos bens penhorados ou o da caução prestada pelo


executado, com o limite do montante dos créditos exequendos.

Em função da fase processual em que tem lugar a recuperação


ou a garantia do crédito, aplica-se os seguintes fatores:

• a) 0,50 se ocorrer antes da realização do auto de penhora;


• b) 1 se ocorrer após a realização do auto de penhora;
• c) 1,30 se ocorrer após a publicidade da venda;
• d) 1,80 se ocorrer após a realização da venda e como resultado desta.

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Os honorários do solicitador de execução não podem ser inferiores à


soma da remuneração devida pelos atos praticados, nos termos das tarifas
constantes da tabela do anexo I, multiplicado pelos seguintes fatores, em
função do valor da execução:

a) 1 se o valor da execução for igual ou inferior a € 1750;


b) 1,10 se o valor da execução for igual ou inferior a € 3750;
c) 1,20 se o valor da execução for igual ou inferior a € 15 000;
d) 1,30 se o valor da execução for igual ou inferior a € 50 000;
e) 1,40 se o valor da execução for igual ou inferior a € 75 000;
f) 1,50 se o valor da execução for superior a € 75 000.

• Caixa de compensações
No ESTATUTO DA ORDEM DOS SOLICITADORES E DOS AGENTES DE EXECUÇÂO (art.
175º), a caixa de compensações destina-se a:

a) Compensar as deslocações efetuadas por agente de execução, dentro da própria


comarca ou para qualquer lugar, nos casos de designação oficiosa, quando os seus custos
excedam o valor definido por portaria do membro do Governo responsável pela área da
justiça;
b) Apoiar as ações de formação dos agentes de execução ou dos candidatos a esta
atividade profissional;
c) Suportar o desenvolvimento e a manutenção das aplicações informáticas necessárias ao
exercício, ao acompanhamento e à fiscalização da atividade de agente de execução;
d) Pagar serviços de inspeção e fiscalização promovidos pela Ordem;
e) Financiar a atividade da CAAJ;
f) Financiar o fundo de garantia dos agentes de execução;
g) Suportar os custos da liquidação, manutenção e gestão do arquivo dos processos dos
agentes de execução que cessam funções, quando estes não possam ser suportados nos
termos do artigo 148.º e não sejam cobertos por caução;
h) Suportar outras despesas destinadas a simplificar a tramitação dos processos executivos,
a reduzir os custos processuais e a permitir o regular exercício da atividade dos agentes de
execução.

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Art 175º nº 2

As receitas da caixa de compensações são constituídas por uma


permilagem dos valores recebidos no âmbito das funções de agente de
execução, a definir por portaria do membro do Governo responsável pela
área da justiça após proposta fundamentada da Ordem, podendo aquela
variar em função das características dos processos que lhes são confiados.

TARIFAS
Valor da execução (euros)

Até 1 750,01 3 750,01 15 000,01 a 50 000,01


1750 a a 50 000 ou
3 750 15 000 mais

1- Pela abertura da execução 20

2- Pela notificação da remessa do


processo para execução pendente 5

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Portaria nº 708/2003 de 4 de agosto (Anexo I cont)

Valor da execução (euros)

Até 1750 1 750,01 3 750,01 15 000,01 50 000,01


a a a ou
3 750 15 000 50 000 mais

3 — Entrega de coisa certa (por coisa ou


conjunto de coisas) 40 60 120 200 400

4 — Prestação de facto (por facto ou


conjunto de factos) 40 60 120 200 400

Portaria nº 708/2003 de 4 de agosto (Anexo I cont)

Valor da execução (euros)

Até 1750 1 750,01 3 750,01 15 000,01 a 50 000,01


a a 50 000 ou
3 750 15 000 mais

5 — Pagamento de quantia certa:


5.1 — Pela elaboração de auto de penhora 30
5.2 — Citações, notificações e comunicações: 30
5.2.1 — Por citação do executado . . . . . . . .
15
5.2.2 — Em simultâneo com a penhora . . . .
5.2.3 — Citação de credores (por citado) . . 10
5.2.4 — Citação de cônjuge (não executado), 5
credores públicos, instituições de crédito ou
sociedades financeiras (por citado) . . . . . . . . . . 30
5.2.5 — Pela citação pessoal de terceiros, quando
necessário

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Portaria nº 708/2003 de 4 de agosto (Anexo I cont)

Para qualquer valor da execução


(euros)
6 — Venda:
6.1 — Publicitação da venda de bens imóveis . . 40
6.2 — Publicitação da venda de outros bens . . . 30
6.3 — Notificação dos preferentes (por notificado) . . . 10
6.4 — Assistência à abertura de propostas e lavrar a ata . 35
6.5 — Notificação do arrematante para depósito da parte
restante do preço (por arrematante) . . . . . . . . . 10
6.6 — Arresto e execução dos bens do preferente ou
proponente em caso de falta de depósito . . . . . . . . . . As tarifas previstas na presente tabela
6.7 — Adjudicação e registo dos bens (por bem ou conjunto de
bens) . . . . . . . . . . . . . . . . 25
6.8 — Venda por negociação particular (sobre o valor de venda)
...... 1%

Portaria nº 708/2003 de 4 de agosto (Anexo I cont)

Para qualquer valor da execução


(euros)
7 — Atos praticados noutros processos que não ações
executivas:
7.1 — Citação e notificação judicial avulsa . . . . . . . . . . . . 30

7.2 — Vários citandos e notificandos no mesmo


espaço/tempo (por citando) . 10

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Portaria nº 708/2003 de 4 de agosto (Anexo II)

VALOR RECUPERADO OU TAXA BASE (%) TAXA MARGINAL (%)


GARANTIDO (EM EUROS)

Até 1 750 . . . . . . . . . . . 3,000 0 3,000 0


De 1 750,01 a 3 750 …… 2,000 0 2,466 7
De 3 750,01 a 15 000 ...... 1,000 0 1,366 7
De 15 000,01 a 50 000 ..... 0,750 0 0,935 0
De 50 000,01 a 75 000 ..... 0,500 0 0,790 0
75 000,01 ou mais …….. 0,250 0 -

O valor recuperado ou caucionado, quando superior a 1750 euros, será dividido em duas partes: uma, igual ao
limite do maior dos escalões que nele couber, à qual se aplicará a taxa marginal correspondente a esse escalão;
outra, igual ao excedente, a que se aplicará a taxa base respeitante ao escalão imediatamente superior.

Portaria nº 331 – B/2009

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• “…… adotaram- se novas funcionalidades informáticas (CITIUS) que


eliminaram passos desnecessários,

• facultou- se o acesso de agentes de execução a bases de dados,

• permitiu- se a realização de penhoras eletrónicas de quotas de


sociedades e o exequente passou a poder escolher o agente de
execução, independentemente de a execução correr numa comarca
onde este estivesse domiciliado ou em comarca limítrofe.”
.

• “Também a revisão do regime da remuneração e despesas do agente de execução, que esta

portaria regulamenta, visa incrementar a eficácia das execuções judiciais através de incentivos à

sua concretização, para garantir um acréscimo de produtividade e igualdade no tratamento das

execuções. Em especial, destaca -se a criação de incentivos destinados a premiar a eficácia e a

rapidez na realização da execução, bem como um sistema de tarifas máximas, sendo o valor das

mesmas livremente fixado abaixo desse valor máximo, com as inerentes vantagens para os

utilizadores do sistema, que assim passam a poder optar pelo melhor serviço, ao melhor custo.”

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Esta portaria regulamenta os seguintes aspetos das ações executivas cíveis (ART
1º):

a) Modelo e forma de apresentação do requerimento executivo;

b) Designação, aceitação, identificação, substituição e destituição do


agente de execução;

c) Dever de informar do agente de execução;

d) Remuneração e despesas do agente de execução;

e) Lista de agentes de execução;

f) Registo de depósito de bens penhoráveis;

g) Diligências de execução, incluindo as citações, notificações e


publicações a promover pelo agente de execução;
h) Publicitação da venda dos bens penhorados através de anúncio
eletrónico;
i) Venda de bens em depósito público;
j) Acesso ao registo informático de execuções;
l) Diligências de execução promovidas por oficiais de justiça;
m) A execução imediata da sentença.

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1 - O agente de execução tem direito a receber honorários


pelos serviços prestados, bem como a ser reembolsado das
despesas que realize e que comprove devidamente, nos
termos da presente portaria.

2 - O agente de execução fixa livremente as tarifas e as


percentagens que praticar ou aplicar pelos atos e
procedimentos que efetue, até aos valores ou percentagens
máximos estabelecidas nos anexos I e II desta portaria.

(artº 13)

A remuneração devida ao agente de execução e o reembolso das despesas por


ele efetuadas, bem como os débitos a terceiros a que a venda executiva dê
origem, são suportados pelo exequente, mas integram as custas que ele tenha
direito a receber do executado.

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Para efeitos de adiantamento de honorários e de despesas ao agente de


(artº 15) execução o processo executivo divide-se nas seguintes fases:
a) A fase 1, que se inicia com o envio do requerimento executivo ao agente de execução
designado e termina com:
i) A notificação do exequente do resultado da consulta ao registo informático das
execuções e dos bens penhoráveis identificados ou do facto de não ter
identificado quaisquer bens penhoráveis; ou
ii) O pedido de adiantamento de honorários e de despesas para a realização da
penhora dos bens identificados no requerimento executivo;

b) A fase 2, que compreende a penhora de bens e a citação dos credores e que termina
com a primeira decisão do agente de execução de iniciar as diligências necessárias
para a realização do pagamento;

c) A fase 3, que termina com a extinção da execução.

(artº 15) O exequente deve entregar uma provisão ao agente


de execução, a título de honorários ou a título de
honorários e de despesas:
a) Com a entrega do requerimento executivo em que tenha
designado agente de execução e no mesmo prazo do
pagamento da taxa de justiça, o valor definido pelo agente
de execução
b) No início da fase 2;
c) No início da fase 3.

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No início das fases 2 e 3, o exequente provisiona o valor, definido pelo agente de


(artº 15) execução, que possa razoavelmente cobrir os honorários e as despesas
necessárias à realização dos atos que aquele previsivelmente irá praticar durante a
fase correspondente.

O montante mínimo da provisão referida no número anterior para as fases 2 e 3 é


de 0,25 UC.

Valor da unidade de conta (UC): 102,00 Euros.

Sempre que o agente de execução receba a provisão,


(artº 16) deve emitir recibo do qual constem as quantias
recebidas e os atos a que as mesmas dizem respeito.

Todas as importâncias recebidas pelo agente de execução


nos termos deste artigo são depositadas na conta-cliente
do exequente e a operação de depósito obrigatoriamente
registada no sistema informático de suporte à atividade
dos agentes de execução.

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O agente de execução tem direito a ser remunerado pelos


atos praticados ou procedimentos realizados, até ao valor
máximo definido nos termos da tabela do anexo I e do artigo
(artº 18) 20.º

O valor pecuniário, expresso em euros, da tarifa máxima


relativa à fase 1 é fixado pelo agente de execução através de
declaração enviada por via exclusivamente eletrónica para a
Câmara dos Solicitadores, não podendo ser alterado durante
30 dias.

Os honorários correspondentes aos atos praticados em


(artº 19) cada uma das fases definidas, são devidos ao agente de
execução após a prática do ato ou procedimento, mas
podem ser pagos apenas após o final da fase respetiva.

O início das diligências após o final da fase 2, só tem lugar


após o pagamento dos honorários correspondentes, exceto
se o contrário for acordado entre o agente de execução e o
exequente.

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No termo do processo é devida ao agente de execução

(artº 20) uma remuneração adicional, que varia em função:

a) Do valor recuperado ou garantido, até ao valor


máximo definido nos termos da tabela do anexo II;

b) Da fase processual em que o montante foi recuperado


ou garantido, nos termos da tabela do anexo II.

Valor recuperado ou garantido (em UC) Taxa Taxa


normal média

Até 20 3 3,000
De 20 a 40 2 2,500
De 40 a 160 1 1,375
De 160 a 520 0,75 0,942
Anexo II De 520 a 780
780 ou mais
0,5
0,25
0,795

Ao valor resultante da aplicação dos números anteriores é acrescentada a seguinte percentagem, destinada a
premiar a celeridade na recuperação ou garantia de créditos na execução:
a) 50 % se a recuperação do valor ocorrer antes da realização de uma penhora; ou
b) 25 % se a recuperação ou garantia do valor ocorrer antes da adjudicação dos bens penhorados, da
consignação judicial de rendimentos ou da publicidade da venda de bens.

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O agente de execução tem direito a ser reembolsado


(artº 21) das despesas necessárias à realização das diligências
efetuadas no exercício das funções de agente de
execução, desde que devidamente comprovadas.

Excetuam-se do disposto no número anterior:


a)As despesas necessárias à realização das diligências
efetuadas no exercício das funções de agente de execução
durante a fase 1 do processo executivo;

b) As despesas de deslocação do agente de execução.

Podem ser cobradas despesas de deslocação ( no artigo


24.º), se o agente de execução designado pelo exequente
praticar atos a mais de 50 km do tribunal da sua comarca e,
cumulativamente, se:

(artº 21) a) O exequente seja previamente informado, preferencialmente por via eletrónica:
i) Do custo provável da deslocação;

ii) De que, sendo o ato praticado por agente de execução da comarca em causa,
não há lugar a pagamento de tais despesas; e

iii) De que as despesas de deslocação não integram as custas que o exequente


tem a haver do executado, sendo da responsabilidade exclusiva do exequente;

b) O exequente aceitar a cobrança da deslocação

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(art 127 nº1, ECS)

a) Presume- se que o valor recebido na fase 1 do


processo executivo para pagamento de quantia
Portaria nº 331 – B/2009
(artº 22 – certa é sempre de 1 UC;
Caixa de compensações)
b) As receitas da caixa de compensações são
constituídas pela permilagem de 100 (por mil)
aplicada ao valor referido na alínea anterior

O agente de execução tem direito a uma


compensação pelas deslocações efetuadas para a
prática de alguns atos (referidos nos nºs 3.1, 3.2,
3.3, 3.8, 3.9, 4.2, 9.1, 10.1 e 10.2 da tabela
constante do anexo I), paga pela caixa de
(artº 24 – Caixa de compensações) compensações, sempre que se verifiquem,
cumulativamente, algumas condições:

• exequente não deva suportar as despesas pelas deslocações

• a deslocação do agente de execução seja superior a 50 km.

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Todas as notificações, informações e comunicações realizadas pelo

agente de execução são feitas através do sistema informático

CITIUS.

PROCESSO EXECUTIVO
EXECUÇÕES PARA PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA (valores máximos s/ UC)

FASE 1
1 Tarifa máxima que engloba despesas e honorários de todos os atos praticados durante a fase
1, designadamente abertura do processo, citações prévias, remessa para despacho liminar, 1,25
notificações e consultas (€127,5)

2 Citações prévias a pedido do exequente Aplicam-se as tarifas do nº 4

FASE 2 e 3
3 PENHORAS, PAGAMENTOS E REGISTOS

Duração até 5 6ª hora e


horas seguintes

3.1 Penhora efetiva em diligência externa (inclui todos os bens penhorados nessa diligência e 0,8 0,1
a citação do executado realizada em simultâneo)

3.2 Penhora efetiva em diligência externa (inclui todos os bens penhorados nessa diligência
mas não inclui a citação do executado) 0,5 0,1

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EXECUÇÕES PARA PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA (valores máximos s/ UC)


FASE 2 e 3 (cont)
3 PENHORAS, PAGAMENTOS E REGISTOS

3.3 Por cada penhora frustrada em diligência externa relativa a bens móveis não sujeitos a registo. 0,15

3.4 Por cada bem efetivamente penhorado 0,25

3.5 Por cada imposição de selos de penhora 0,25

3.6 Por cada ato de redução de penhora 0,25

3.7 Por cada procedimento de pagamento que implique adjudicação, consignação ou a entrega de 0,5
bens penhorados, incluindo designadamente títulos de transmissão

3.8 Por cada procedimento de pagamento sob a forma de venda de bens penhorados, incluindo
designadamente publicitação, notificações a preferentes e arrematantes, afixação de editais, 1
abertura de propostas e títulos de transmissão

3.9 Por cada procedimento de pagamento sob a forma de venda por negociação particular, incluindo 0,15 + 1%
designadamente publicitação, notificações a preferentes, afixação de editais e títulos de v.venda
transmissão
0,25 0,5
3.10 Cancelamento de penhora realizado por meios eletrónicos ou por outros meios (1 bem) (+ de 1
bem)

EXECUÇÕES PARA PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA (valores máximos s/ UC)


FASE 2 e 3 (cont)
4 CITAÇÕES E NOTIFICAÇÕES SOB A FORMA DE CITAÇÃO
Efetiva Frustrada

4.1 Por cada citando, quando a citação for efetuada por via postal
0,2 0,1

4.2 Por cada citando, quando a citação for efetuada por contato pessoal
0,5 0,25

4.3 Por cada citando, quando a citação for efetuada por edital eletrónico (incluindo afixação de editais)
0,5

4.4 Por cada citando, quando a citação for efetuada por via eletrónica
0,1

4.5 Pela citação do cônjuge, de cada credor, instituição de crédito, sociedade financeira ou terceiros
0,05

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EXECUÇÕES PARA PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA (valores máximos s/ UC)

FASE 2 e 3 (cont)
5 NOTIFICAÇÕES E COMUNICAÇÕES

5.1 Por cada notificação ou comunicação por via postal, fax os meios eletrónicos
0,05

6 OUTROS ATOS

6.1 Liquidar os créditos dos credores


1,5

6.2 Deslocações A compensação definida


no art 24º

EXECUÇÕES DE ENTREGA DE COISA CERTA E PRESTAÇÃO DE FATO

7 Entrega de coisa certa, incluindo todos os atos necessários à realização da entrega. 4

8 Prestação de fato, incluindo todos os atos necessários à realização da prestação de fato 4

9 PROCESSOS DECLARATIVOS

Efetiva Frustrada

9.1 Por cada citando ou notificando, em citação efetuada por contato pessoal 0,5 0,25

10 ARRESTO E ARROLAMENTOS

Duração até 6ª hora e


5 horas seguintes

10.1 Arresto ou arrolamento efetivo em diligências externas 0,5 0,1

10.2 Por cada arresto ou arrolamento frustrado em diligência externa relativa a bens móveis não sujeitos a
registo 0,2

10.3 Por cada bem efetivamente arrestado ou arrolado 0,25

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ALGUMAS ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS

Portaria n.º 282/2013 de 29 de agosto

Portaria n.º 282/2013 de 29 de agosto

• Define-se melhor a estrutura das fases do processo executivo, para


efeitos de adiantamento de honorários e despesas, reduzindo -se o
valor da fase 1.

• Adotou-se um regime de tarifas fixas, procurando estimular a sã


concorrência entre agentes de execução, baseada na qualidade do
serviço prestado e não em diferentes valores a acordar, caso a caso,
entre agente de execução e exequente, autor ou requerente.

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• Com o objetivo de promover uma maior eficiência e celeridade na


recuperação das quantias devidas ao exequente, reforçam- se os valores
pagos aos agentes de execução, a título de remuneração adicional, num
sistema misto, que combina uma parte fixa com uma parte variável. Uma
vez que parte das execuções é de valor reduzido, prevê- se a atribuição
de um valor mínimo ao agente de execução quando seja recuperada a
totalidade da dívida, precisamente para incentivar a sua rápida
recuperação.

Prevê- se o pagamento de uma remuneração adicional ao agente de


execução quando a recuperação da quantia tenha tido lugar na
sequência de diligências por si promovidas, ou a dispensa do
pagamento de qualquer remuneração adicional ao agente de
execução quando, logo no início do processo, a dívida seja satisfeita
de modo voluntário, sem a intermediação do agente de execução.

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O processo executivo é tramitado por via eletrónica, através dos sistemas


informáticos de suporte à atividade dos agentes de execução e do sistema
informático de suporte à atividade dos tribunais (art 5)

Histórico eletrónico do processo

.
.

O depósito de quaisquer valores nas contas -clientes à ordem do


agente de execução efetua- se através da utilização de um
identificador único de pagamento, previamente emitido através do
sistema informático de suporte à atividade dos agentes de execução.
(art. 7)

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FASES DO PROCESSO EXECUTIVO

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