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Objetivo:

O diploma legal denominado “Simplex Urbanístico”, aprovado pelo Decreto-Lei n.º


10/2024, de 8 de janeiro (“DL 10/2024"), aprova medidas para promover a habitação e
reduzir os encargos e simplificar os procedimentos administrativos em matéria de
urbanismo e ordenamento do território, sobre as empresas.
1. É Revogado o DL 281/99, de 26 de julho:
Diploma que exigia a apresentação da licença de construção ou de utilização na celebração de atos de transmissão
da propriedade de prédios urbanos

Na realização de negócios jurídicos que envolvam a transmissão de propriedade de prédios urbanos, deixa de ser
exigível a apresentação de licença.
No entanto, deve o Conservador, o Notário, o Advogado ou o Solicitador, responsável por titular o ato, informar que o
imóvel pode não dispor dos títulos urbanísticos necessários para a utilização ou construção.

Consequência?
Abre-se a possibilidade de transacionar quaisquer imóveis, mesmo que não tenham os requisitos legais
necessários para a respetiva construção ou utilização.
Quando seja celebrada escritura pública que envolva a aquisição da propriedade de prédio ou fração destinada à
habitação deixa também de ter de ser necessária a certificação da existência da ficha técnica da habitação e de
que a mesma é entregue ao comprador.
Importa alertar, que se mantém a obrigatoriedade de o promotor depositar a FTH na competente Câmara Municipal.
Dessa forma, o comprador poderá aceder à mesma por esta via.

A obrigação de entrega da ficha técnica da habitação ao comprador também deixa de existir para as
instituições de crédito aquando da celebração de contrato de e compra e venda com mútuo, garantido
ou não por hipoteca.

Relativamente à celebração de atos de primeira transmissão de imóveis construídos nos lotes ou de frações
autónomas desses imóveis, mantém-se a obrigação de exibição de certidão emitida pela câmara municipal,
comprovativa da receção provisória das obras de urbanização ou certidão, emitida pela câmara municipal,
comprovativa de que a caução para a execução das obras de urbanização é suficiente para garantir a boa execução
das obras de urbanização.

Efeito retroativo:
Entrada em vigor a 1 de janeiro de 2024
2. Alteração do uso de fração autónoma para Habitação

Sempre que o título constitutivo não disponha sobre o fim de cada fração autónoma, a alteração ao seu uso carece da
autorização da assembleia de condóminos, aprovada por maioria representativa de dois terços do valor total do
prédio, com exceção do previsto no artigo 1422.º -B

«Artigo 1422.º -B
Alteração do uso da fração para habitação

1 — A alteração do fim ou do uso a que se destina cada fração para habitação não carece de autorização dos
restantes condóminos.
2 — No caso previsto no número anterior, cabe aos condóminos que alterem a utilização da fração junto da câmara
municipal o poder de, por ato unilateral constante de escritura pública ou de documento particular autenticado,
introduzir a correspondente alteração no título constitutivo.
3 — A escritura pública ou o documento particular a que se refere o número anterior devem ser comunicados ao
administrador no prazo de 10 dias.»

A Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios, recorda que “tal não significa que
a fração esteja, de imediato, habilitada para habitação, sendo necessária a apresentação de projeto no respetivo
município e que este seja aprovado, para que se proceda às obras necessárias para o efeito, de forma a obter a
respetiva licença de utilização”, bem como “se a obra exigir alterações estéticas ou arquitetónicas nas partes comuns
do edifício, será obrigatória a aprovação do condomínio”.

A medida tem como objetivo aumentar a oferta habitacional, tornando mais simples a mudança do título
constitutivo de frações que, anteriormente, tinham outros fins, nomeadamente de comércio, serviços e armazéns.
14. As construções modulares
Este diploma legal clarifica que o RJUE também se aplica a construções modulares, ou seja, àquelas que são caracterizadas por utilizar
elementos ou sistemas construtivos modulares, estruturais ou não estruturais, parcial ou totalmente produzidas em fábrica, previamente
ligados entre si ou no local de implantação, independentemente da sua natureza amovível ou transportável.

Neste contexto, estas construções estarão sujeitas a licenciamento, comunicação prévia ou isenção, na mesma medida que qualquer
outra operação urbanística.

Também deixa de existir qualquer dúvida sobre a obrigatoriedade de as construções modelares cumprirem com as normas técnicas
previstas pelo RGEU.
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