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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III

PROCESSO DE EXECUÇÃO

Prof. André Lemos Fandiño

Direito Processual Civil 1


PROCESSO DE EXECUÇÃO

• Teoria fundamental do processo de execução.


• Execução das obrigações de fazer.
• Execuções das obrigações de dar.
• Execução das obrigações de pagar.
• Execuções especiais.
• Defesa do executado.
• Insolvência civil.

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SUMÁRIO

• Execução das obrigações de pagar


– Noções preliminares
– Execução por quantia certa contra devedor
solvente
– Cumprimento de sentença

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Execução das obrigações de pagar

NOÇÕES PRELIMINARES

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Execução das obrigações de pagar

Noções preliminares

• Obrigações de pagar.
– Obrigação de pagar é aquela que tem como objeto o
recebimento de quantia em dinheiro.
– As execuções para obrigação de pagar pode ser de
duas espécies:
• Cumprimento de sentença;
• Execução por quantia certa contra devedor
solvente;

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Execução das obrigações de pagar

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA


CONTRA DEVEDOR SOLVENTE

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Execução das obrigações de pagar

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


DEVEDOR SOLVENTE

• Conceito
– Procedimento executivo padrão para recebimento de
quantia certa, promovido em face de devedor que
não seja insolvente.
– Constitui procedimento básico e fundamental para os
demais ritos especiais executivos.
– Tem como objetivo fundamental expropriar bens do
devedor.
– Aplica-se este procedimento apenas para as
execuções por título executivo extrajudicial.

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Execução das obrigações de pagar

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


DEVEDOR SOLVENTE

• Petição Inicial
– Requisito geral da petição inicial (art.282)
– Indicação do bem a ser penhorado (facultativo).
– Título executivo (se for de crédito, em original).
– Demonstrativo de débito atualizado.
– Distribuída a inicial é possível a obtenção de certidão
para efeito de averbação junto ao Cartório de
Registro de Imóveis, caso em que deverá ser
comunicada ao juiz no prazo de 10 dias.

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Execução das obrigações de pagar

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


DEVEDOR SOLVENTE

• Citação e arresto.
– O réu é citado para pagamento em três dias, com
valor acrescido de honorários fixado pelo juiz,
– A citação não pode ser feita pelo correio.
– O mandado de citação é feito em duas vias.
– Não sendo encontrado o devedor é feito o arresto de
tantos bens quantos bastem para garantir a
realização do crédito.

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Execução das obrigações de pagar

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


DEVEDOR SOLVENTE

• Cumprimento pelo devedor da ordem de pagar.


– Feito pagamento em três dias os honorários serão
reduzidos pela metade.
– Não sendo efetuado o pagamento será feita a
penhora dos bens do executado, pela segunda via do
mandado, ou converte o arresto em penhora.
– A penhora deve obedecer, preferencialmente, as
regras do artigo 655 do CPC.

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EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


DEVEDOR SOLVENTE

• Penhora.
– Ato processual pelo qual se apreendem bens para
empregá-los de maneira direta ou indireta, na
satisfação do crédito exequendo.
• Direta – pela adjudicação
• Indireta - pela alienação

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DEVEDOR SOLVENTE

• Penhora. Efeitos.
• Processuais
– Garantir o juízo;
– Individualizar os bens da execução;
– Gerar para o exequente o direito de
preferência.
• Materiais
– Retirar do executado a posse direta dos bens;
– Tornar ineficaz os atos de alienação ou
oneração do bem apreendido judicialmente.
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Execução das obrigações de pagar

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


DEVEDOR SOLVENTE

• Penhora. Formas de realização.


– A penhora se aperfeiçoa com a apreensão e depósito
dos bens capazes de assegurar a realização do
direito exequendo.
– Se consuma com a lavratura do auto de penhora ou
por simples termo nos autos (imóveis).
– Em caso de resistência, o oficial de justiça deverá
solicitar ao juiz ordem de arrombamento, caso em
que deverá ser cumprido por dois oficiais de justiça.

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EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


DEVEDOR SOLVENTE

• Penhora. Formas de realização.


– Se permanecer a resistência poderá ser feito por
requisição de força policial, podendo o devedor ser
preso por resistência.
– Via de regra, o depositário é o próprio executado,
podendo sê-lo também banco oficial ou depositário
particular.

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• Penhora. Registro.
– Atualmente a penhora de bens imóveis deve ser
averbada junto ao CRI para presunção absoluta de
terceiros.

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EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


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• Penhora especial. Penhora em conta corrente do


executado.
– Também chamada de penhora on-line ou penhora via
BACEN-JUD. Tem previsão no artigo 655-A.
– Feita por meio eletrônico, por intermédio de um
convênio firmado com o Judiciário, sob
responsabilidade dos tribunais, e o Banco Central.
Esse convênio chama-se BACEN-JUD.
– As informações limita-se a existência ou não de
crédito, até o valor indicado na execução.

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EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


DEVEDOR SOLVENTE

• Penhora especial. Penhora de percentual de


faturamento de empresa (CPC, art. 655a, § 3º).
– Consiste na nomeação de um depositário, com
atribuição de submeter a aprovação judicial a forma
de efetivação da constrição (percentual possível),
entregando mensalmente o valor ao executado,
prestando contas em juízo mensalmente.

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EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


DEVEDOR SOLVENTE

• Avaliação.
– Avaliação é o ato processual realizado pelo oficial de
justiça que consiste em atribuir um valor pecuniário
ao bem penhorado.
– A avaliação tem como finalidade quantificar os bens
que serão objeto de satisfação do direito do credor,
bem com estabelecer o valor mínimo para
adjudicação e para a primeira hasta pública.

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Execução das obrigações de pagar

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


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• Avaliação.
– A avaliação é dispensada:
• caso o exequente concorde com o valor estimado
pelo executado.
• Se se tratar de bem com cotação de mercado.
– Feita a avaliação, as partes são intimadas para no
prazo de 5 dias se manifestarem.

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Execução das obrigações de pagar

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


DEVEDOR SOLVENTE

• Avaliação.
– Após a avaliação o juiz tomará as seguintes
providências:
• Reduzir a penhora a bens suficientes, caso haja
excesso;
• Determinar o reforço de penhora.
– Após a avaliação, segue-se os atos de expropriação.

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Execução das obrigações de pagar

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


DEVEDOR SOLVENTE

• Expropriação.
– Expropriar é retirar a propriedade. Em termos
processuais, expropriação é o ato processual de
retirar do devedor a propriedade do bem penhorado e
entregá-lo ao credor ou a terceiro.
– Formas de expropriação:
• Adjudicação;
• Alienação por iniciativa do credor;
• Hasta pública.

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Execução das obrigações de pagar

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


DEVEDOR SOLVENTE

• Expropriação por Adjudicação.


– Adjudicação é o ato processual facultado ao
exequente em ter para si o objeto penhorado pelo
preço da avaliação.
– Atualmente é a forma de expropriação preferida pelo
legislador.
– Se o valor do bem for superior a dívida, o exequente
deverá depositar a diferença, de imediato.

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Execução das obrigações de pagar

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


DEVEDOR SOLVENTE

• Expropriação por Adjudicação.


– Podem adjudicar:
• Credor com garantia real;
• Credores concorrentes;
• Cônjuge ou companheiro;
• Descendentes;
• Ascendentes;
• O sócio no caso de penhora de cotas.

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EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


DEVEDOR SOLVENTE

• Expropriação por Adjudicação.


– Havendo vários pretendentes, adjudica o que oferece
melhor lanço. Na igualdade, prevalece o sócio, se for
cotas sociais. Se não for cota, prevalece o parente.
– A adjudicação se torna perfeita e acabada com a
assinatura pelo juiz da carta de adjudicação (imóvel)
ou mandado de entrega (móvel).

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Execução das obrigações de pagar

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


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• Expropriação por alienação por iniciativa particular.


– Não havendo adjudicação, intima-se o exequente para se
manifestar sobre o seu interesse em alienar o bem por
iniciativa particular.
– Poderá ser feita diretamente pelo executado, buscando
um interessado ou por corretor credenciado.
– O juiz fixará os termos da alienação (preço, condições,
garantias, prazo e publicidade).
– Constitui ato negocial.
– Depositado o preço pelo interessado, expede-se carta de
alienação ou mandado de entrega.
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Execução das obrigações de pagar

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA


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• Expropriação por hasta pública.


– Não havendo adjudicação, nem alienação por iniciativa
particular, procede-se a hasta pública.
– Hasta pública é o ato processual de expropriação de bens
que consiste em um procedimento licitatório e formal
dentre os interessados, tendo como arrematante aquele
que oferecer maior lanço.
– Hasta pública não é compra e venda. É ato de império.
– Formas de hasta pública:
• Praça (para imóveis, no átrio do fórum);
• Leilão (para móveis, onde se encontrar os bens).
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• Expropriação por hasta pública.


– A hasta pública deve se tornar pública por edital.
– O Edital é o ato processual que descreve o dia e a
hora da hasta pública, bem como as características
do bem penhorado e seu valor.
– O Edital deve ser fixado no átrio do fórum e publicado
com antecedência mínima de cinco dias em jornal
local de ampla circulação. Poderá haver divulgação
em emissora local.

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• Expropriação por hasta pública.


– A hasta pública ocorrerá em duas licitações em dois
dias distintos. No primeiro dia só é possível
arrematação pelo preço da avaliação. No segundo
dia, por qualquer preço, desde que não seja “vil”.
– O edital mencionará desde logo os dois dias de
licitação.
– O executado e os credores com garantia real devem
ser intimados pessoalmente, com antecedência
mínima de dez dias.

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Execução das obrigações de pagar

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• Expropriação por hasta pública.


– Qualquer pessoa que estiver na livre administração
de seus bens poderá oferecer lance, exceto os
serventuários do processo e administradores judiciais
(tutores, curadores, testamenteiros e etc..)
– O arrematante deverá efetuar o pagamento de
imediato ou no prazo de 15 dias, mediante caução.
– Se for bem imóvel, a arrematação poderá ser
efetivada mediante pagamento a vista de 30% e o
restante parcelado, mediante garantia hipotecária.

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Execução das obrigações de pagar

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• Expropriação por hasta pública.


– Arrependimento do arrematante importará em multa
de 20% (CPC, art.701).
– O leiloeiro tem direito a comissão (5%).
– A arrematação constará de auto, que será assinado
imediatamente depois de encerrada a hasta pública.
– Com a assinatura da carta a arrematação se torna
perfeita e irretratável.

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• Pagamento ao exequente.
– Fase última, de natureza satisfativa. Pode ser feita
em dinheiro, adjudicação ou usufruto.
– Havendo mais dinheiro do que o necessário, restitui-
se o saldo ao devedor.
– Não havendo pagamento integral, renova-se a
penhora.
– Havendo mais de um credor, abre-se um incidente
de concurso de preferências. Não havendo quantia
suficiente, o credor insatisfeito poderá pedir a
insolvência.
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CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

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CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

• Procedimento.
– Aplica-se subsidiariamente o procedimento para
execução por quantia certa contra devedor solvente.
– Intimação pessoal do devedor para no prazo de 15 dias
pagar o valor da condenação, sob pena de multa de
10% (art.475J).
– Caso não haja pagamento, vista ao exequente para
requerer o que de direito.
– Petição com memória de cálculo atualizada,
requerendo expedição de Mandado de Penhora e
Avaliação, querendo, indicando bens.
– Expedição do Mandado de Penhora e Avaliação.
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CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

• Procedimento.
– Expedição do Mandado de Penhora e Avaliação.
– Penhora
– Avaliação
– Expropriação (adjudicação, alienação por iniciativa
particular, hasta pública).

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FIM

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