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INTRODUÇÃO.................................................................................................................2
I. Do Processo Executivo..................................................................................................3
1.2.1. Conceito..............................................................................................................6
2. Execução Sumária...............................................................................................9
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................11
INTRODUÇÃO
No presente trabalho da cadeira de Direito Processual Civil II, que tem como epígrafe
principal Processo Executivo, onde iremos aprofundar a cerca do mesmo, falando do
seu conceito e fins da acção executiva, dos pressupostos da mesma, também, falaremos
do título executivo, da sua noção e espécies e, por fim, iremos abordar sobre as formas e
tipos do processo executivo, na qual destacaremos as formas, que são processos
especiais e processos comuns.
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I. Do Processo Executivo
É “satisfazer uma prestação devida” (DIDIER JR, 2009, p. 28, citado por Araujo, 2017,
p. 1), seja ela espontânea, quando o devedor voluntariamente a satisfaz, ou forçada,
quando a satisfação se dá pela coerção estatal.
Diz Oliveira (2014) que o objecto da acção executiva para pagamento de quantia
certa é a obtenção do cumprimento de uma obrigação pecuniária em que para isso é
necessário proceder-se à execução do património do próprio executado, procedendo-
se para tal, à venda dos bens suficientes para a concretização do pagamento integral
da dívida e das custas da acção.
Segundo Oliveira (2014), ao intentar uma acção executiva para entrega de coisa
certa, o exequente requer a apreensão da coisa em causa e a entrega, a si, da mesma.
Contudo, a coisa em questão poderá já não existir ou então não ser encontrada, pelo
que se calcula o seu valor e o prejuízo causado pela sua não entrega e penhora-se os
bens necessários para se cobrir o valor apurado. Apesar do bem em questão não ser
entregue, o exequente obtém um resultado idêntico, dado que através da acção
intentada vem obter um valor equivalente ao do bem.
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Prestação dum facto:
Diz Oliveira (2014) que a acção executiva para prestação de facto diferencia o facto
fungível do facto infungível. No caso da acção para prestação de facto fungível,
existe a possibilidade do exequente, nos termos do artigo 828º do código civil,
requerer que este facto seja prestado por terceiro à custa do devedor. Sendo, para tal,
vendidos os bens necessários para o cumprimento da prestação. Na acção para
prestação de facto infungível, só haverá a apreensão e posterior venda dos bens
suficientes para o pagamento de uma indemnização pelos danos que foram causados
ao exequente.
Pode, também, ser intentada uma acção para prestação de um facto negativo ou
positivo. De uma forma mais resumida pode-se afirmar que o intuito de se intentar
uma acção executiva é a reparação do direito violado, sendo esta apenas proposta
depois de se verificar a violação ou de ser possível exigir a sua obrigação.
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apresentação não será necessário averiguar-se a existência efectiva do direito
posto em causa.
Certeza da prestação – a certeza da obrigação é considerada um requisito
material ou substantivo e é este requisito que define que se a obrigação não for
certa e exigível não é possível a reparação do direito do exequente. Assim, após
o referido é de salientar que a caso a obrigação exequenda não seja certa, líquida
exigível é essencial que as partes a tornem na fase preliminar.
Estamos perante uma obrigação incerta quando a mesma não se encontra
qualitativamente determinada, de forma a tornar-se numa obrigação certa terá de
se identificar o objecto ou o género. Para tal, será necessário ter-se em conta que
no caso das obrigações alternativas podem estar em causa duas ou mais
prestações sendo fulcral a escolha de uma delas. Esta mesma escolha pode ser
determinada pelo devedor, credor ou um terceiro.
Se a escolha tiver de ser por parte do credor, cabe-lhe indicar no requerimento
inicial qual das prestações escolheu, passando a ser certa a obrigação. Se couber
a decisão ao devedor, este é citado para se opor à execução e em simultâneo é
notificado para declarar, no prazo de 20 dias ou num outro prazo definido pelas
partes, qual das prestações escolhe. Se o devedor nada vier indicar, compete ao
credor o direito de escolha. Sendo esta escolha da competência de um terceiro,
será este notificado para a definir, caso contrário, na falta de escolha cabe ao
credor fazê-la.
Exigibilidade – quanto à exigibilidade da obrigação, esta é exigível a partir do
momento em que a mesma se encontra vencida ou quando o vencimento desta
dependa da interpelação do devedor.
O prazo da obrigação de prazo certo ainda não foi ultrapassado – artigo 779º
do C.C;
O prazo tem de ser determinado pelo tribunal – artigo 777º nº2 do C.C;
A mesma está sujeita a condição suspensiva – artigo 270º do C.C e 715º nº1;
Não houve contraprestação por parte do exequente, sendo esta obrigação
uma obrigação sinalagmática.
Liquidez – As obrigações líquidas são aquelas cujo objecto da obrigação possuí
o seu quantitativo devidamente apurado.
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A liquidez da obrigação é, também, um requisito fundamental, assim, caso a
obrigação em questão seja ilíquida será essencial proceder-se às operações
necessárias para a tornar líquida.
Há lugar à conversão da obrigação em obrigação líquida na fase liminar do
processo executivo, e a mesma pode se dar por:
Liquidação pelo exequente: resulta do artigo 805º do CPC que se a
quantia for ilíquida pode o exequente fixar o respectivo quantitativo da
obrigação, se o mesmo puder ser feito por um simples cálculo aritmético.
Em caso de haver juros, a liquidação é feita pela secretaria, apresentados
o título executivo e os demais documentos comprovativos.
Liquidação pelo tribunal: ocorre em situações em que não seja possível
efectuar-se o simples cálculo aritmético.
Nestas situações o exequente faz a dedução do cálculo que para si são
consideráveis e os torna líquidos, de seguida o tribunal cita o executado
para deduzir oposição à liquidação do exequente (art. 806º CPC).
Em caso do executado não contestar a liquidação do exequente,
consideram-se para todos efeitos, a liquidação feita pelo exequente (art.
807/1 CPC).
Liquidação por árbitros: pode resultar da lei ou por convenção das
partes, que a liquidação seja feita por árbitros: quando a as provas
apresentadas sejam insuficientes para determinar a quantia certa e a
mesma não seja possível de ser determinada pelo tribunal ou quando se
tenha que se proceder assim os termos da arbitragem, (art. 809 CPC).
1.3.1. Conceito
Segundo Júlio do Carmo (2002), quanto ao conceito de título executivo, dele se diz que
é “o documento necessário e suficiente para a instauração do processo executivo ou o
ingresso da acção executiva em juízo, sendo pressuposto processual da execução.”
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Segundo ANTÓNIO MONTALVÃO MACHADO/ PAULO PIMENTA, citados por
Tomás Timbane, título executivo pode definir-se como o documento que exterioriza ou
demostra a existência de um acto – que, por sua vez, é constitutivo ou certificativo de
uma ou mais obrigações, ao qual a lei confere força bastante para servir de base à acção
executiva.
A sentença condenatória poderá ser fixada por uma acção constitutiva, sendo que nela
ficam previstas obrigações que poderão ser objecto de incumprimento, como é o caso da
obrigação de alimentos, acção de despejo, condenação na desocupação de locado, entre
outras.
Segundo o exposto no artigo 47º CPC, para que a sentença seja exequível “é necessário
que tenha transitado em julgado, isto é, que seja insusceptível de recurso ordinário ou de
reclamação”, contudo, existe a excepção de lhe ter sido interposto recurso com efeito
meramente devolutivo. Este efeito permite que seja possível executar a decisão
recorrida.
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1.3.4. Titulo executivo Extrajudicial
Diz Júlio do Carmo (2002), que o título executivo extrajudicial é aquele constituído
livremente pelas partes, estabelecendo obrigação de regra bilateral.
Para que estes tipos de documentos constituam títulos executivos, nos termos da al. c)
do artigo 46º CPC, é essencial que neles estejam estabelecidas uma obrigação para
pagamento de quantia determinada ou possível de determinar por simples cálculo
aritmético, entrega de coisa ou prestação de facto em que a assinatura do rogado esteja
reconhecida por entidades legais e com competência para tal.
Assinatura a rogo
Sempre que estejamos perante uma assinatura a rogo deverá a mesma ser reconhecida
presencialmente e ter a menção de que o rogante não sabe ou não pode ler, tal como a
indicação de que o documento foi lido e o rogo confirmado – art. 51º CPC.
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1.4. Formas e tipos de processo executivo
1.4.1. Formas de Processo Executivo
2. Execução Sumária
i) Execução fundada em decisão judicial condenatória em quantia liquida
ou ilíquida mas que dependa de simples cálculo altimétrico (art. 465 n°
2);
ii) Sentença arbitral proferida por organismo institucionalizado de
arbitragem (art. 465 n° 2, 2ª parte).
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CONCLUSÃO
Ao concluirmos o presente trabalho, podemos constatar que acção de execução, é aquela
em que o autor pretende a satisfação de um direito reconhecido, em regra, em um título
extrajudicial, e, excepcionalmente, em um título judicial, e quanto ao fim da execução,
para o efeito do processo aplicável, pode consistir no pagamento de quantia certa, na
entrega de coisa certa ou na prestação dum facto, quer positivo, quer negativo. Tendo
como pressupostos gerais desta acção executiva a semelhança da acção declarativa a
capacidade e personalidade judiciária, legitimidade das partes e outras, mas tem como
pressupostos específicos o título executivo, a certeza da prestação, exigibilidade e
outros. E também sobre o título executivo, que é o documento necessário e suficiente
para a instauração do processo executivo ou o ingresso da acção executiva em juízo,
sendo pressuposto processual da execução, quanto as suas espécies, podem ser judiciais
e extrajudiciais e, por fim, as formas do processo executivo, em que subdividem-se em
processos comuns e especiais, onde o processo executivo comum é subsidiário, pois só
é aplicável a pretensão, que não corresponda qualquer processo executivo especial.
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BIBLIOGRAFIA
Código de Processo Civil de Moçambique. 2.a Edição Revista, 2015. Minerva Press
Editora.
SOUZA, Ricardo Oliveira Pessôa de. Adjudicação na Execução por Quantia Certa:
Uma Forma Alternativa de Pagamento. Juruá Editora, 4.a Edição, 2014.
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