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EXECUÇÃO E

CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA
Docente: NATALIE SOARES

2024.1
REQUISITOS PARA

REALIZAÇÃO DA

EXECUÇÃO
PROFA.: NATALIE SOARES
REQUISITOS PARA
REALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO

 Os aspectos a seguir se aplicam tanto para o título extrajudicial,


quanto para o judicial.

 Poderá o exequente se valer do processo executivo SOMENTE se


estiverem presentes, ao mesmo tempo, dois requisitos:

 INADIMPLEMENTO (situação de fato) e TÍTULO EXECUTIVO


(situação de direito).
ELEMENTOS INDISPENSÁVEIS À
EXECUÇÃO

 São elementos INDISPENSÁVEIS à execução.

 : Inadimplemento: o devedor não satisfaz o crédito de


titularidade do credor (CPC/2015, art. 786);

 : Título executivo: documento que reconhece uma obrigação e


possibilita o uso do processo de execução (art. 515 ou art. 784).
1º Inadimplemento

 O inadimplemento é uma situação de fato (e não de


direito), em que uma pessoa tem um título executivo judicial
ou extrajudicial e o devedor, provocado, não cumpre sua
obrigação. Se refere ao não cumprimento de uma
obrigação de entregar coisa, fazer, não fazer ou pagar
quantia, ou seja, o devedor não cumpre o estabelecido na
relação obrigacional avençada, a qual está lastreada em
título executivo Está previsto no artigo 786:

 Art. 786, “caput”: “A execução pode ser instaurada caso o devedor


não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada
em título executivo”.
2º Titulo executivo

 Diferentemente do inadimplemento, que é uma situação de fato


externa ao título, o título executivo é uma situação de direito, pois
depende de o indivíduo possuir o título, regulamentado em lei, para
propor a execução. A previsão dos títulos executivos está contida nos
artigos 783 e 784.

 Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em


título de obrigação certa, líquida e exigível.

 Os títulos executivos judiciais estão previstos no art. 515 (que ensejarão


o cumprimento de sentença), e os extrajudiciais constam no art. 784
(objeto de execução autônoma).
O Título Executivo:
Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á
sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível . (Nulla
Executio sine Titulo)

Se o devedor da obrigação não a cumpre, o que fazer?

O Estado, por meio da lei, mune o Poder Judiciário de poderes para impor o cumprimento,
ainda que contra a vontade do devedor, no intuito de satisfazer o credor.

Para que o Estado-juiz possa desencadear a sanção


executiva, fazendo uso dos mecanismos previstos em lei para
a satisfação da obrigação, é preciso que esta esteja dotada
de um grau suficiente de certeza.
Esse grau de certeza é dado pelo título executivo.
O Título Executivo: Funções

AUTORIZAR A EXECUÇÃO

Porque não é admissível execução que não se baseie em título executivo

DEFINIR O FIM DA EXECUÇÃO

Porque é ele que revela qual foi a obrigação contraída pelo devedor e qual a sanção que
corresponde a seu inadimplemento, apontando o fim a ser alcançado no procedimento
executivo

FIXAR OS LIMITES DA EXECUÇÃO

O conteúdo da obrigação, o seu valor ou seu objeto, os seus acessórios, quem responde
pela dívida, quem pode exigi-la, tudo isto há de se definir pelo título executivo.
O TÍTULO EXECUTIVO

CERTO – LÍQUIDO - EXIGÍVEL


CERTEZA

(QUEM DEVE, PARA QUEM DEVE, COMO DEVE E O QUE DEVE)

Qual é a obrigação devida?

Algumas doutrinas apontam que a certeza é a identificação exata, no


título, de todos os elementos objetivos e subjetivos da obrigação.

Segundo a doutrina, para que um título seja certo, ele deve indicar os
elementos da obrigação (até aí, o conceito está ok). No entanto, ele não
indicará todos. O título deve ser capaz de responder aos seguintes
questionamentos: “quem deve”, “para quem deve” (elementos subjetivos
da obrigação), “como deve” e “o que deve” (parte dos elementos
objetivos da obrigação).
LIQUIDEZ

(Quanto deve) - CPC, arts. 786, parágrafo único e 509, § 2º.

A liquidez é uma característica exclusiva das obrigações de pagar


quantia, pois é a resposta para a pergunta “quanto deve?” (essa
pergunta só é feita nas obrigações de pagar quantia). Portanto,
obrigações de fazer, não fazer ou dar, não precisam ser líquidas, mas
apenas certas e exigíveis.

Conceito de liquidez: a decisão, a sentença ou o título executivo


líquido é um título cujo valor da obrigação de quantia é encontrado
sem necessidade de recursos externos dependentes da atividade
cognitiva pelo juiz. Se, olhando para o título, você consegue chegar
no valor da obrigação, ela é líquida.
CPC, art. 786, parágrafo único: “A necessidade de simples operações
aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da
obrigação constante do título”.
EXIGIBILIDADE

(vencimento da obrigação, condição e termo)

A exigibilidade está relacionada à atualidade da dívida/obrigação. Em


outras palavras, ela responde à pergunta “a obrigação está vencida? é
atual? ocorreu a condição ou termo?”.

LEITURA OBRIGATÓRIA >> Art. 514 e Art. 798, I do CPC.

• Os artigos 514 e 798, I do CPC têm relação com dois institutos do Direito
Civil: condição e termo. O credor não pode dar início à execução se não
comprovar a ocorrência da condição ou do termo estabelecido no título
executivo. Enquanto não ocorridos a condição ou termo, não há
exigibilidade.
Exemplo: sentença manda seguradora pagar para o dono uma
indenização por perda total do veículo de acordo com a tabela FIPE,
desde que o autor devolva à seguradora os salvado (o que sobrou do
carro). O segurado não pode executar a sentença enquanto não
comprovar a efetiva devolução do salvado.

Portanto, se o título responder a todas as perguntas (“quem deve”,


“para quem deve”, “como deve”, “o que deve”, “quanto deve” e “o
título está vencido”), há uma obrigação líquida, certa e exigível e o
credor pode entrar com a execução.
ATENÇÃO

*NÃO CONFUNDIR*

Não confundam requisitos/caracteres do título executivo


(certeza, liquidez e exigibilidade) com requisitos para
realização da execução (inadimplemento e título executivo).
PROFA.: NATALIE SOARES

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